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BALANCEAMENTO DE ROTORES

1. Definição de Desbalanceamento e Balanceamento


2. Origens do Desbalanceamento
3. Efeitos do Desbalanceamento
4. Rotor Rígido ou Flexível?
5. Tipos de Desbalanceamentos
6. Máquinas de Balancear e Balanceamento de Campo
7. Seleção do Tipo de Balanceamento de Rotor Rígido
8. Instrumentação Utilizada
9. Balanceamento de Rotor Rígido em 1 Plano
(Balanceamento Estático)
10. Balanceamento de Rotor Rígido em 2 Planos
(Balanceamento Dinâmico)
11. Exercício
1
1. DEFINIÇÃO DE DESBALANCEAMENTO E BALANCEAMENTO

O Desbalanceamento é a distribuição assimétrica de massa em torno do eixo


de rotação. O desbalanceamento é a principal causa de vibrações em
máquinas e equipamentos rotativos.

O Balanceamento pode ser definido como a técnica de correção da


distribuição de massa, através da adição ou retirada de massa.

Quando o Balanceamento deve ser feito? Quando as vibrações atingem


valores acima dos limites recomendados (ver ábaco de severidade).

O Balanceamento elimina todas as vibrações em uma máquina? Não. São


reduzidas as vibrações causadas pelo desbalanceamento do rotor. Podem
continuar ocorrendo vibrações causadas por desalinhamentos, folgas,
rolamentos defeituosos e outros problemas mecânicos.

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ÁBACO DE SEVERIDADE
1 10 100 1000
100 100

E OBS : SEVERIDADE DE VIBRAÇÕES


PARA MÁQUINAS ROTATIVAS (TAIS
COMO : MOTORES ELÉTRICOS-
D
NÍVEL DE VIBRAÇÃO VELOCIDADE [ MM/S ] - RMS

BOMBAS - VENTILADORES -
10 10
EXAUSTORES - COMPRESSORES
C
ROTATIVOS - TURBINAS , ETC..)
EXCITADAS POR DESBALANCEAMENTO
E/OU DESALINHAMENTO.
B

1 1 AUTOR : PROF: MÁRCIO TADEU DE


ALMEIDA
A

0,1 0,1
1 10 100 1000
FREQUÊNCIA DE VIBRAÇÃO EM [ HZ ]

A- MÁQUINAS NOVAS - SEM DEFEITO


B - MÁQUINAS COM PEQUENOS PROBLEMAS
C - MÁQUINAS COM DEFEITO –CORRIGIR
D - A FALHA ESTÁ PRÓXIMA - CORRIGIR COM URGÊNCIA
E - PERIGO - PARADA IMEDIATA 3
2. ORIGENS DO DESBALANCEAMENTO
As fontes mais comuns de desbalanceamento são:
- Configuração assimétrica;
- Inclusões e/ou vazios em peças forjadas ou fundidas;
- Distorções permanentes térmicas ou por esforços;
- Incrustações, desgaste ou corrosão.
- Etc.
3. EFEITOS DO DESBALANCEAMENTO
- Aumento do nível de vibração da máquina rotativa;
- Transmissão de forças aos mancais, suportes e máquinas/estruturas
vizinhas;
- Redução da vida útil dos mancais;
- Quebras inesperadas de eixos, transmissões e peças em geral;
- Acabamento irregular do produto final
- Nível de ruído elevado;
- Etc.
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* Obs: Algumas Características do Desbalanceamento:
- É síncrono com a velocidade de rotação (o desbalanceamento ocorre na
freqüência de rotação). A freqüência da força de desbalanceamento é a
velocidade de rotação.
- É radial em sua linha de ação;
- Pode ser considerado como um vetor possuindo módulo, direção e sentido;
- É resultado da discrepância entre a simetria geométrica e simetria de massa
ao longo do rotor;
4. ROTOR RÍGIDO OU FLEXÍVEL?
- O Rotor é considerado como rígido quando são suficientemente resistentes
para não apresentarem deformações ao longo do eixo;
- Nos rotores rígidos, o balanceamento satisfatório é alcançado com a
utilização de no máximo dois planos para a colocação (ou retirada) das
massas de correção;

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- O rotor é considerado flexível quando opera a uma velocidade de rotação
maior ou igual a 70% da primeira velocidade crítica (freqüência de
ressonância). Próximo a uma velocidade crítica o rotor tende a se deformar
de forma similar ao modo de vibração correspondente a esta freqüência de
ressonância;

Rotores Flexíveis

- No balanceamento de rotores flexíveis são necessários N+2 planos de


correção, sendo que N é o número de velocidades críticas pelas quais o
rotor passa até atingir a sua rotação de trabalho.
- Neste curso, somente sempre serão tratados os rotores considerados
rígidos.
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5. TIPOS DE DESBALANCEAMENTOS

Rotor Perfeitamente
Balanceado

 Se dividirmos um corpo em vários planos, a linha que une os centros de


massa de cada plano forma o EPI
 Em torno do EPI a massa está distribuída perfeitamente
 Quando houver um desbalanceamento de massa no rotor, o EPI se
afastará do ER.
 O desbalanceamento pode ser caracterizado pela presença de pontos
pesados ao longo do rotor. Contudo, não é possível determinar a posição
exata dos pontos pesados. É possível apenas estimar as forças que o rotor
exerce sobre os mancais. São as forças centrífugas devido aos pontos
pesados que são transmitidas aos mancais.

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A combinação de todas as forças dinâmicas geradas pelos pontos
pesados cria em cada mancal um força resultante (ver figuras abaixo).

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As resultantes R1 e R2 que atuam sobre os mancais e representam o efeito
do desbalanceamento de todo o rotor. Conceitualmente, pode-se dizer que
cada resultante está na direção do desvio do EPI em relação ao ER e o
módulo proporcional ao tamanho deste desvio.
Os módulos e direções de R1 e R2 podem ser quaisquer, iguais ou não.
Desta forma pode-se imaginar duas situações características:
1o Caso: Os pontos pesados estão distribuídos uniformemente em uma linha
paralela ao eixo de rotação. O EPI estará paralelo ao ER e as duas
resultantes serão iguais em módulo e direção. Este caso é o
desbalanceamento estático (“Static Unbalance” ).

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2o Caso: Os pontos pesados estão divididos igualmente, metade deles
concentrados em uma extremidade e a outra metade na outra
extremidade, mas no lado diametralmente oposto. O EPI estará
inclinado ao ER, cruzando com este exatamente no CG do rotor. As
duas resultantes terão módulos iguais e direções defasadas de 180o. Este
é o desbalanceamento dinâmico puro (“Couple Unbalance”).

Na prática, qualquer desbalanceamento é a combinação de uma parcela


estática e outra puramente dinâmica. Este é chamado simplesmente de
desbalanceamento dinâmico (“Dynamic Unbalance”).

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6. MÁQUINAS DE BALANCEAR E BALANCEAMENTO DE CAMPO

O balanceamento de um rotor pode ser realizado em uma máquina


especializada para tal tarefa – a máquina de balancear, ou então, pode ser
realizado o balanceamento de campo.

Balanceamento de Campo, também chamado de "Balanceamento no


local" é o balanceamento feito em rotores de máquinas e equipamentos
montados em seu local de serviço e em condições normais de operação.

Qual é a vantagem do Balanceamento de Campo? Principalmente


econômica, pois o tempo de parada e conseqüentemente a perda na
produção é muito menor. Desmontar um rotor, transportar à uma
oficina, balancear, retornar e montar novamente pode levar um tempo
razoável, enquanto que um balanceamento no local pode, na maioria
dos casos, ser feito de 2 a 3 horas.
Balanceamento com a máquina de balancear é realizado após o rotor
ter sido fabricado (ou reparado) e antes de ser (re)instalado em seu
local de trabalho.
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Exemplos de Utilização de
Máquinas de Balancear

12
Exemplo da realização de um balanceamento de campo

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7. SELEÇÃO DO TIPO DE BALANCEAMENTO NO ROTOR RÍGIDO

Uma regra prática para decidir se o balanceamento no rotor rígido


deva ser feito em um ou dois planos, é comparar o diâmetro com sua
largura e também de acordo com a sua rotação:

CONFIGURAÇÃO DO RELAÇÃO BALANCEAMENTO


ROTOR L/D
ESTÁTICO DINÂMICO
< 0,5 Até 1000 Acima de 1000
rpm rpm

> 0,5 Até 150 rpm Acima de 150 rpm

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8. INSTRUMENTAÇÃO UTILIZADA

O desbalanceamento causa transmissão de forças aos mancais. Com um


acelerômetro montado na caixa do rolamento, a resultante destas forças
transmitida pode ser detectada, pois o nível de vibração medido é
diretamente proporcional a esta resultante .
A direção desta resultante pode ser detectada com precisão, comparando-
se o sinal de vibração medido com um sinal periódico padrão obtido de
alguma posição de referência do rotor girando. Desta forma, determina-se
o ângulo de fase.
Portanto, esta força resultante pode ser definida por um vetor em que a
magnitude é dada pela vibração medida (pois esta é proporcional a força
resultante) e a direção do vetor definida pelo ângulo de fase.
A instrumentação básica para se realizar um balanceamento consiste de
um sensor de vibrações (geralmente o acelerômetro), um medidor de
vibrações e um meio de determinar o ângulo de fase do
desbalanceamento relativo à posição de referência.

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Abaixo está apresentado um possível aparato instrumental para
realização de um balanceamento de campo. Neste aparato o transdutor
magnético emite um pulso toda vez que uma chaveta, por exemplo, passa,
estabelecendo, assim, uma posição de referência sobre a circunferência
do rotor.

Sabe-se que a vibração proveniente de um desbalanceamento possui uma


freqüência igual a rotação do rotor. Portanto, é necessário introduzir na
instrumentação um filtro de banda regulável, o qual garante que as
medições de vibração sejam feitas somente na freqüência de rotação, e
que o medidor de fase receba um sinal de entrada limpo.
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Da mesma forma que pode-se usar um transdutor magnético para estabelecer
um sinal de referência e assim medir o ângulo de fase, pode-se também usar
um sensor fotoelétrico para este fim. Este sensor fotoelétrico é fixado próximo
ao rotor (ou eixo) para emitir um pulso toda vez que uma fita adesiva
reflexiva, colocada no rotor, passar por ela.
Também é possível identificar o ângulo de fase com o auxílio de uma lâmpada
estroboscópica. Neste caso, deve-se marcar uma numeração no rotor e ter uma
marca fixa de referência, que poderá ser feita, por exemplo, em qualquer parte
da carcaça da máquina

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Atualmente, muito coletores de dados possuem uma entrada para trigger
(transdutor magnético ou sensor fotoelétrico) e também são usados para a prática
do balanceamento de campo. Alguns mais avançados, já possuem um programa
computacional embutido, que após as medidas de vibração e fase já fornecem a
massa de correção e sua respectiva posição no rotor. A primeira figura a baixo
ilustra o uso de um coletor de dados.
Em alguns medidores de vibração e coletores, ao invés dos valores do nível de
vibração medido na rotação da máquina e sua respectiva fase, conforme mostrado
na primeira figura, o instrumento apresenta o espectro de vibração medido. Desta
forma, colocando o cursor na freqüência correspondente a rotação do rotor, o
visor apresentará o valor do nível de vibração nesta freqüência, bem como sua
respectiva fase, conforme a segunda figura abaixo.

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9. BALANCEAMENTO EM ROTOR RÍGIDO EM UM PLANO
(BALANCEAMENTO ESTÁTICO)

O procedimento do balanceamento em um plano requer três medições de


vibração e fase:
-A primeira medição é realizada na situação em que o rotor se encontra.
Mede-se o V0 , ou seja |V0| e 0;
- A segunda medição é realizada com uma massa tentativa ou massa de teste.
Mede-se o V1 , ou seja |V1| e 1;
- A terceira medição é realizada já com a massa de correção. Nesta medição
verifica-se a qualidade do balanceamento.

Procedimento:
1) Coloque a máquina nas condições de operação e, com o auxílio da
instrumentação, quantifique a a amplitude e a fase da vibração
 detectada no
mancal de sustentação do rotor. Essa é a informação original V0.

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2) Adicione uma massa arbitrária conhecida (mt), que seja suficiente para
provocar alteração na fase em relação a leitura original (na prática, no
mínimo 30o), numa posição também arbitrária. Esta massa tentativa pode
ser estimada pela seguintes equação (existem outras):
mt=Massa tentativa ou massa de teste[g]
0,81M
mt  2 M=Massa do rotor [kg]
 rpm 
  R R=Raio ao qual vai ser fixada a massa de teste [mm]
 1000  rpm=Rotação do rotor [rpm]

3) Gire a máquina na mesma rotação que na primeira medição e registre a


amplitude e a fase. Caso a fase não tenha variado o suficiente, modifique a
posição da massa tentativa ou aumente seu peso. As informações obtidas
geram o vetor V1 , que representa a soma do desbalanceamento inicial,
representada por V0, com o desbalanceamento provocado pela massa de teste,
ou seja:   
V1  V0  Vef

Sendo que Vef representa a vibração correspondente ao efeito da massa de
teste no sistema.
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4) Determine a vibração causada pela massa de teste Vef . Para
 calcularmos
 
este vetor, basta executarmos a seguinte operação vetorial: Vef  V1  V0

A magnitude de Vef é analiticamente dadas por:

Vef  V12  V02  2V1V0 cos


Calcular também a variação das fases:  | Fase1  Fase0 |

5) Calcule o valor da massa final de correção pela relação:


| V0 |
mc  mt
| Vef |
6) A posição angular em que deverá ser adicionada a massa de correção final
(retirando-se a massa de teste) é dada por:
 V1 
  arcsen  sen  
 Vef 
 
* A posição angular da massa de correção ficará determinada por  a
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partir do ponto em que se tenha fixado a massa de teste.
Representação vetorial:

22
Exemplo:

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10.BALANCEAMENTO EM ROTOR RÍGIDO EM DOIS PLANOS
(BALANCEAMENTO DINÂMICO)
Como no balanceamento estático, o balanceamento dinâmico é obtido através
da adição de massas tentativas, entretanto, devido ao efeito cruzado, sua
influência deve ser medida em dois planos.
A medição de fase é feita de maneira análoga ao balanceamento estático, e as
vibrações são quantificadas em dois pontos da máquina, geralmente nos
mancais.

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O procedimento completo do balanceamento dinâmico é feito da seguinte
maneira:
1- Escolher os dois planos onde serão adicionadas as massas de correção.
Identificar como plano 1 e plano 2. Relacionar estes planos com os pontos onde
serão medidas as vibrações (normalmente nos mancais). Instalar toda a
instrumentação necessária para a medição da vibração e da fase.
2 – Gire a máquina até a rotação escolhida para o balanceamento e aguardar o
estabelecimento da velocidade de operação. Fazer então a leitura da vibração
em cada um dos pontos referentes a cada plano, registrando como a a condição
de desbalanceamento. Mede-se então o V1 e V2 e as suas fases.
3 – Determine a massa tentativa a ser utilizada em cada plano.
4 – Adicione a massa tentativa no plano 1, marcando essa posição que servirá
como referência futuramente.
5 – Gire a máquina na mesma rotação que no passo 2, aguarde estabilizar e faça
a medição nos pontos de medida. Neste caso, mede-se o V11 e V21 e seus
ângulos de fase.
VPlanode , Planoda
Medição MassaTentativa 25
6 – Avalie a variação de fase no plano onde foi adicionada a massa tentativa,
ou seja, verifique se a variação da fase em relação a medição inicial foi pelo
menos de 30 graus. Caso negativo, atuar modificando a posição da massa ou
aumentando seu valor.
7 – Retire a massa tentativa do plano 1 e coloque no plano 2. Marque a posição
também para referência futura.
8 – Gire a máquina novamente como no passo 5 e efetue a medição nos dois
planos. Neste caso são medidos o V21 e V22 e seus ângulos de fase.
Terminada estas etapas, estarão disponíveis as informações que serão
utilizadas para a determinação das massas de correção e suas respectivas
posições em cada plano.

Situação Plano 1 Plano 2

Condição Inicial V1 V2
Tentativa Plano 1 V11 V21
Tentativa Plano 2 V12 V22
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(Revisão de Números Complexos)

Um número complexo z pode ser representar um vetor no


plano complexo.
Plano Complexo
Forma retangular ou
z  a  jb catesiana
a  parte real de z
b  parte imaginária de z
| z | z ; z  
a  z cos 
b  z sen

z  ( z cos  )  j ( z sen )  z (cos   j sen )

z  ze j * Fórmula de Euler: e j  cos   jsen


Forma polar 27
z  ze j Forma polar

z  z  a 2  b2 Magnitude ou valor absoluto de z


sen b b b
  tan     arctan  
cos  a a a

| z | z ; z   z | z | e jz

Exemplo: Escreva na forma polar o seguinte número complexo: z = 2 + j 3


z  2  j 3  re j
0
z  2  j3  13 e j 56,3
| z | 22  32  13
3
  z  arctan    56,30
2  

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*Obs: Quando o número complexo está no 1o ou 4o quadrante não há
problemas ao se usar a máquina calculadora, mas caso o número esteja no 2o ou
3o quadrante, deve-se ter cuidado.
Se o número estiver no 2o quadrante, deve-se adicionar 180o ao ângulo do
número complexo obtido na calculadora. Se o número estiver no 3o quadrante,
deve-se subtrair 180o do ângulo obtido na calculadora.

Exemplo: Escreva na forma polar o seguinte número complexo: z = -2+j


Resposta: z = 5 ,  = 153,44o

Exemplo: Escreva na forma polar o seguinte número complexo: z = -2-j3

Resposta: z = 13 ,  = -123,7o

 Portanto, é sempre desejável que se faça um esboço do número complexo


no plano complexo para saber em que quadrante o mesmo se encontra.
 Verificar a função cart2pol(a,b) no Matlab, que converte um número
complexo a+jb em sua forma polar.
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Operações com Números Complexos:
Para realizar operações de adição e subtração, os números complexos
devem ser escritos na forma cartesiana.
j 56,30
z1  3  j 4  5 e j 53,10
z2  2  j3  13 e
z1  z2  (3  j 4)  (2  j 3)  5  j 7

Para multiplicação e divisão, as operações podem ser feitas com os


números na forma cartesiana ou na forma polar, sendo quem nesta última
é a mais conveniente.
z1z2  (r1e j1 )(r2e j2 )=rr
1 2e
j (12 )

z1 r1e j1 r1 j1 j2 1 r1 j1  j2


  e (e ) = e e
z2 r2e j2 r2 r2

z1 r1 j (1 2 )
 e
z2 r2

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TEORIA PARA BALANCEAMENTO DE CAMPO EM DOIS PLANOS
No balanceamento pelo Método dos Coeficientes de Influência, os valores da
massa do rotor e as propriedades dos mancais (massa, rigidez e
amortecimento) não precisam ser conhecidos.
As medidas devem ser tomadas em dois mancais, e as massas de testes devem
ser colocadas em dois planos suficientemente separados para obtermos suas
influências nos níveis de vibração medidos.

A hipótese básica do Método dos Coeficientes de Influência é que a vibração


medida em um ponto específico, para uma rotação constante, é resultado de
uma combinação linear dos desbalanceamentos desconhecidos:
V1  a11U1  a12U 2 aij = coeficientes de influência
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Os coeficientes de influência não são funções do desbalanceamento ou do
carregamento, porém variam com a velocidade de rotação.
As leituras das vibrações iniciais em dois planos para uma rotação constante
são dadas na notação vetorial por:
V1  a11U1  a12U 2
(1)
V2  a12U1  a22U 2

V1  Vibração medida no mancal 1


V2  Vibração medida no mancal 1
aij  Coeficiente de influência do desbalanceamento em j e a vibração medida em i
U1  Desbalanceamento no plano1
U 2  Desbalanceamento no plano2

Deseja-se inserir duas massas de correção (uma em cada plano) de forma


que se anule a vibração V1, medida no mancal 1 e V2, medida no mancal 2.

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Para determinar os coeficientes de influência, uma massa de teste é colocada
no primeiro plano de balanceamento. Esta massa provoca um
desbalanceamento Ut1 no primeiro plano, logo:
V11  a11 (U1  U t1 )   a12U 2
(2)
V21  a12 (U1  U t1 )  a22U 2

Logo, usando (1) e (2): V V V V


a11  11 1 a21  21 2 (3)
Ut1 U t1

Agora, a massa de teste deve ser removida e uma segunda massa de teste é
colocada no segundo plano (não é necessário que as massas sejam iguais). As
novas vibrações resultantes são:
V12  a11U1  a12 (U 2  U t 2 )
(4)
V22  a12U1  a22 (U 2  U t 2 )

Logo, usando (1) e (4): V V V V


a12  12 1 a22  22 2 (5)
Ut 2 Ut 2
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Conhecidos todos os coeficientes de influência, obtemos a Matriz dos
Coeficientes de Influência. Colocando a equação (1) na forma matricial,
temos:
V1   a11 a12  U1 
   
V2   a21 a22  U 2 

Portanto, haverá um balanceamento se colocarmos duas massas de


correção que resultem nos desbalanceamentos Uc1 e Uc2 que sejam opostos
aos desbalanceamentos originais U1 e U2, pois os efeitos dos
desbalanceamentos serão cancelarão. Então:
1
 
Uc1  U1 
   a11 a12  V1 
 
        a    (6)
 c2 
U  U 2 
   21 a22  V2 
 

V a V a
U c1   1 22 2 12
a11a22  a12 a21

V1a21  V2 a11
Uc2  
a11a22  a12 a21
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