Você está na página 1de 8

DETECÇÃO DE FALHAS NO ESTATOR DA MÁQUINA DE INDUÇÃO

TRIFÁSICA ATRAVÉS DA ANÁLISE DE VIBRAÇÃO E FLUXO


MAGNÉTICO
Paulo Cezar Monteiro Lamim Filho, lamim@ufsj.edu.br1
Jorge Nei Brito, brito@ufsj.edu.br1
Robson Pederiva, robson@fem.unicamp.br2
1
UFSJ - Universidade Federal São João del Rei, Praça Frei Orlando, 170 - São João del Rei - MG, 36307-352
2
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, Caixa Postal 6051, Campinas - SP, 13083-970

Resumo: Neste trabalho será apresentado o estudo da detecção e diagnóstico de falhas nos enrolamentos dos motores
de indução trifásico através da técnica de análise de vibração e fluxo magnético. Foi obtida uma relação entre as
principais falhas de origem elétrica (curto circuito entre espiras e desequilíbrio de fase) com os sinais de fluxo
magnético, sendo estabelecidas as freqüências características de falhas. Os resultados experimentais comprovaram a
eficiência da junção das técnicas de detecção, diagnóstico e monitoramento. Podendo ser futuramente incluídos em
Programas de Manutenção Preditiva.

Palavras-chave: motor de indução trifásico, fluxo magnético, análise de vibração

1. INTRODUÇÃO

Os motores de indução são usados no mundo inteiro em aplicações industriais. Tais motores são máquinas robustas
e usadas não somente em serviços gerais, mas também em locais perigosos e nos ambientes severos. As aplicações de
uso geral dos motores de indução incluem acionamentos de bombas, compressores, ventiladores, equipamentos para
processamento e manuseio de cargas. Por outro lado, as aplicações em ambientes perigosos incluem plantas de gás
natural e petroquímica, quanto aos ambientes severos, têm-se aplicações em elevadores de grão, retalhadoras e
equipamentos para plantas de carvão.
Um programa de manutenção preditiva deve englobar várias técnicas de monitoramento da condição do motor
elétrico. Dentre elas, pode-se citar como clássicas, a análise de corrente elétrica e análise de vibrações Brito (2002),
Henao et al. (2003), Lamim Filho (2007). Entretanto, existe um grande número de dificuldades associadas com estas
técnicas e, consequentemente, com suas aplicações práticas. Segundo Baccarini (2005), as falhas em motores elétricos
estão relacionadas a problemas nos rolamentos, curto circuito entre espiras do estator e barras quebradas. Sendo que as
falhas nos rolamentos estão relacionadas a aproximadamente dois quintos de todas as falhas. O curto-circuito entre
espiras estão relacionados a um terço de todas as falhas. Barras quebradas e falhas no anel correspondem a
aproximadamente 10% das falhas nos motores de indução, Lamim Filho (2011).
O processo de degradação da isolação dos motores de indução trifásicos podem ser acelerados se o motor operar em
ambientes agressivos, tornando o motor ainda mais susceptível a falhas incipientes Boothman et al. (1974), Cambrias
(1988), LaForte e McCoy (1988), Schump (1989), Maier (1989), Tavner e Penman (1989), Mitchell (1993), Gupta et al.
(1993), Mishra (1999), Riley et al.(1999), Benbouzid et al. (2003).
Se os defeitos incipientes ou a deterioração gradual não forem detectados, poderão provocar a quebra do motor
causando prejuízos e transtornos.
Várias falhas podem ser evitadas se a aplicação, condição de trabalho e origem das falhas forem compreendidos,
Lamim Filho (2011).
Este trabalho propõe a detecção e diagnóstico das falhas de curto circuito entre espiras e desequilíbrio de fase
através das técnicas de fluxo magnético e análise de vibração, sendo que estas falhas representam grande parte das
falhas elétricas que ocorrem nos motores Lamim Filho (2007).
Para um melhor entendimento da relação falha/sinal, vários testes experimentais foram realizados no Laboratório de
Controle e Vibrações da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Uma bancada de testes foi montada, onde
sua robustez garantiu a repetibilidade dos testes (curto-circuito entre espiras do estator e desequilíbrio de fase) sob as
mesmas condições.
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

Os resultados experimentais comprovaram a eficiência da junção das técnicas de detecção e possibilitou a distinção
entre as análises de curto circuito e desbalanceamento de tensão.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

2.1 Considerações Gerais Sobre Falhas no Estator da Máquina

Os fatores que afetam o comportamento do motor podem ser agrupados em problemas de origem magnética ou
elétrica e problemas de origem mecânica. Devido à importância do entendimento das fontes de perturbações para o
diagnóstico de falhas, vários trabalhos têm sido realizados no intuito de identificar as possíveis freqüências
características, Baccarini (2005), Lamim Filho (2007), Lamim Filho (2011).
Na presença de anomalias no estator da máquina elétrica, irão existir ondas de FMMs e densidades de fluxo
magnético em todos os números de pares de polos e em ambas as direções de rotação do campo girante, sendo que uma
destas ondas terá o mesmo número de pares de polos da densidade de fluxo principal do motor, porém em direção
contrária a rotação Gupta e Culbert (1993).
Como estas ondas possuem as mesmas frequências relacionadas com as ranhuras do rotor, Equação 1, não farão
com que novas frequências surjam nos espectros de vibração e fluxo magnético. Porém é esperado, apenas, variações
nas amplitudes das frequências relacionadas com as ranhuras do rotor, quando da ocorrência de um defeito elétrico
Gupta e Culbert (1993).

(1 ± n(1 - s)/p)f1 (1)

Sendo:  = 1, 2, 3. . .. ; n é o número de ranhuras no estator ou barras do rotor; s é o escorregamento, p é o número


de pares de polos e f1 é a frequência da rede de alimentação.
Estas componentes de freqüências em (1 ± n(1 - s)/p)f1, podem, também, ser excitadas pelo desequilíbrio de fase,
tendo-se que identificar quais freqüências serão mais sensíveis a um ou outro defeito para que se possa chegar a um
diagnóstico correto em relação à falha que compromete o funcionamento do motor.

2.2 Bancada Experimental

Na Fig. 1 tem-se uma vista geral da bancada experimental.

4
1 2 3

Figura 1. Bancada Experimental.

A bancada experimental foi montada no Laboratório de Vibrações e Projetos Mecânicos do Departamento de


Projeto Mecânico da FEM-UNICAMP.
Os defeitos foram introduzidos num motor de indução trifásico {1}, WEG (FH 88747), rotor gaiola, 5 CV, 1730
rpm, 220 V, 60 Hz, 4 pólos, categoria N, 44 barras, 36 ranhuras, rolamento SKF 6205-2Z, ID–1, carcaça 100L, classe
de isolamento B, FS 1,15, Ip/In 7,5, IP 55, 13,8 A, gentilmente cedido pela WEG Motores.
Um gerador CC {4} alimentando um banco de resistência é utilizado como sistema de carga. Variando-se a
corrente de excitação do campo do gerador CC, consegue-se, consequentemente, variação da carga do motor.
O gerador está acoplado ao motor elétrico através de acoplamentos flexíveis {2} e um torquímetro da
S. Himmelstein and Company, modelo MCRT 9-02T, 0-7500 rpm, bi direcional e torque máximo de 1000 LB-IN {3}
que serviu para garantir a mesma condição de funcionamento em todos os testes realizados.
Para simular uma baixa isolação, entre espiras de uma mesma fase, foram extraídas quatro derivações em uma
bobina. Essas derivações foram dispostas externamente e ligadas em série (duas de cada vez) com um banco de
resistência, de 1 , 100 Watts (cada uma) conectadas em paralelo e que são adicionadas ao circuito por meio de um
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

grupo de disjuntores para que se controle a intensidade da corrente de curto em aproximadamente 10 A, mantendo-se
sempre a carga nominal do motor.
Cada bobina é constituída por 26 espiras com bitola do fio igual a 16 AWG. Como cada fase é formada por 6
bobinas, tem-se o total de 156 espiras por fase.
Portanto, a configuração permite analisar baixa isolação (curto-circuito) entre, no mínimo, duas espiras e, no
máximo, 10 espiras para a fase A, correspondendo aos percentuais de 1,2% (2/156) e 6, 4% (10/156) de baixa isolação.
A excitação por desequilíbrio de fase foi obtida inserindo-se uma resistência variável em série com uma das fases
de alimentação do motor elétrico.

2.3 Resultados Experimentais

Foram coletados 120 espectros de fluxo magnético e vibração numa série de 10 testes para cada excitação (sem
defeito, curto-circuito de 2 espiras, curto-circuito de 4 espiras, curto-circuito de 6 espiras, curto-circuito de 10 espiras,
desequilíbrio de fase) e repetidos aleatoriamente sobre as mesmas condições de carga.
Para aquisição dos dados, usou-se a placa NI-6251 da National Instruments. Essa possui 16 canais analógicos de
entrada que podem amostrar em até 200 kHz e 2 contadores digitais de 24 bits cada. As entradas analógicas possuem
resolução de 16 bits. Os sinais de tensão das bobinas implementadas foram submetidos a um filtro anti-aliasing com
freqüência de corte de 2 kHz.
Para a implementação do algoritmo de aquisição de dados, e diagnóstico de falhas foi usado o software Matlab.
Segundo Baccarini (2005), pode existir um tempo de operação do motor antes que o curto entre espiras evolua para
curto-circuito entre fase-terra e fase-fase, o que justifica o desenvolvimento de sistemas de detecção de falhas.
A presença de uma anormalidade no circuito do rotor e ou no circuito do estator irá proporcionar um distúrbio na
densidade de fluxo magnético que atravessa o entre ferro da máquina, causando uma modificação no espectro de
referência e que podem ser identificadas através da análise das componentes de freqüências em: (1 ± n(1 - s)/p)f1. Na
Fig. 2, tem-se o espectro de fluxo magnético e de vibração para o motor funcionando com 100 % de carga na condição
sem defeito.
150

140 1332 Hz
130 1212 Hz
120
660 Hz 900 Hz
Amplitude (dB)

110
420 Hz
100

90

80

70

60

50

40
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Frequency (Hz)

(a)
0.8

0.7

0.6

120 Hz
Amplitude (g)

0.5

0.4
1260 Hz
0.3

0.2

0.1

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Frequency (Hz)
(b)
Figura 2. Espectro sem defeito e motor funcionando com velocidade nominal e 100% de carga: (a) fluxo magnético e (b) análise de
vibração.

Na Fig. 3, tem-se o espectro de fluxo magnético e de vibração para o motor funcionando com 100 % de carga e dez
espiras curto-circuitadas.
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

150

140
1332 Hz
130 1212 Hz
120 420 Hz 660 Hz

Amplitude (dB)
110
900 Hz
100

90

80

70

60

50

40
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Frequency (Hz)

(a)
0.8

0.7

0.6 1260 Hz
Amplitude (g)

0.5 120 Hz

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Frequency (Hz)
(b)
Figura 3. Espectro com dez espiras curto circuitadas e motor funcionando com velocidade nominal e 100% de carga: (a) fluxo
magnético e (b) análise de vibração.

Na Fig. 4, tem-se o espectro de fluxo magnético e de vibração para o motor funcionando com 100 % de carga e
desbalanceamento de tensão (Vab = 210 V, Vbc = 210 V e Vca = 220 V).

150

140
1332 Hz
130 1212 Hz
120 420 Hz 660 Hz
Amplitude (dB)

110

100

90

80 900 Hz
70

60

50

40
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Frequency (Hz)

(a)
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

0.8

0.7
120 Hz
0.6

Amplitude (g)
0.5

0.4

0.3
1260 Hz

0.2

0.1

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Frequency (Hz)

(b)
Figura 4. Espectro com desbalanceamento de tensão, motor funcionando com velocidade nominal e 100% de carga: (a) fluxo
magnético e (b) análise de vibração.

Nos espectros de fluxo magnético das figuras acima, pode-se observar claramente os harmônicos dependentes da
freqüência de alimentação, f1 = 60Hz, (420, 660, 900, 1140 e 1260 Hz). Pode-se observar também os harmônicos
principais da frequência de passagem de ranhura (1 ± n (1 - s)/p)f1, para  = 1, n = 44, s = 0,36, p = 2 e f1 = 60
(1212,48 e 1332,48 Hz).
Diante das frequências características do motor elétrico: frequência de passagem de ranhuras (1 ± n(1 - s)/p)f1 e
harmônicos da frequência de linha 1xf1, 2x f1, 3x f1, .... , foi realizado um estudo extremamente minucioso para a
identificação das principais frequências que são excitadas pelo curto circuito e desequilíbrio de fase.
Após a comparação de mais de 100 espectros de vibração, pôde-se verificar que os harmônicos 2º e 21º da rede de
alimentação foram os mais excitados pela inserção do curto circuito e desequilíbrio de fases. Sendo assim, esses
harmônicos serão considerados até o final do texto como sendo frequências características de falha.
Comparando-se os dois espectros das Figuras 2, 3 e 4, torna-se extremamente difícil a visualização das
componentes de frequência de passagem de ranhuras que mais foram excitadas pelas falhas de curto circuito e
desequilíbrio de fase.
Diante de tal dificuldade, este trabalho propõe que se aplique a técnica do envelope, que é muito utilizada na
detecção de falhas em rolamentos, para a visualização das componentes das frequências de passagem de ranhura que
mais são excitadas pelas falhas elétricas introduzidas.
Dessa forma, após a aplicação da técnica do envelope na faixa de frequência de 700 a 2000 Hz, para a análise de
fluxo magnético e na faixa de frequência de 1000 a 1500 para análise de vibrações, obteve-se um espectro de fluxo e
vibração em baixa frequência em que as componentes de frequência de passagem de ranhura e o 21 harmônico da
frequência de linha se tornaram extremamente fáceis de serem visualizadas e comparadas umas com as outras.
Nas Figuras 5 e 6, tem-se o espectro de fluxo magnético e vibração (sem falha e com dez espiras curto circuitadas),
respectivamente, após a aplicação da técnica do envelope, para o motor funcionando com 100 % de carga.

140
120 Hz
240 Hz
120
Amplitude (dB)

480 Hz
100

360 Hz
80

60

40
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequency (Hz)
(a)
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

0.8

0.7

0.6

Amplitude (g)
0.5

0.4

0.3

0.2 120 Hz
0.1

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequency (Hz)

(b)
Figura 5. Espectro de envelope sem defeito e motor funcionando com velocidade nominal e 100% de carga: (a) fluxo magnético e
(b) análise de vibração.

140
120 Hz

120 240 Hz
Amplitude (dB)

360 Hz 480 Hz
100

80

60

40
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequency (Hz)
(a)
0.8

0.7

0.6
Amplitude (g)

0.5

120 Hz
0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequency (Hz)
(b)

Figura 6. Espectro de envelope com dez espiras curto circuitadas e motor funcionando com velocidade nominal e 100% de carga: (a)
fluxo magnético e (b) análise de vibração.

Nos espectros de fluxo magnético das figuras acima, pode-se observar claramente a demodulação das componentes
de frequências de passagem de ranhura (120, 240, 360 e 480 Hz). Após a comparação de mais de 100 espectros de fluxo
magnético, pôde-se verificar que as componentes de frequências demoduladas em 360 e 480 Hz foram as mais
excitadas pela inserção do curto circuito e desequilíbrio de fases. Sendo assim, esses harmônicos serão considerados
como sendo frequências características para identificação do curto circuito e desequilíbrio de fase e serão referenciados
como sendo 6º harmônico demodulado e 8º harmônico demodulado.
Na Figura 7, têm-se o gráfico de tendência para análise de fluxo magnético e vibração, respectivamente, da média
das amplitudes das frequências características dos dez testes realizados nas situações sem defeito, curto circuito de 2
espiras, curto circuito de 4 espiras, curto circuito de 6 espiras, curto circuito de 10 espiras e desequilíbrio de fase para o
motor funcionando com 100% de carga.
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

(a)

(b)

Figura 7. Gráfico de tendência para as falhas introduzidas: (a) análise de fluxo magnético e (b) análise de vibração.

3. CONCLUSÕES

Neste trabalho foi discutido a junção das técnicas de análise de fluxo magnético e vibração para o diagnóstico de
problemas de origem elétrica (curto-circuito entre espiras e desbalanceamento de tensão) em motores de indução
trifásicos, bem como a condição normal de funcionamento (assinatura do motor).
Pôde-se observar, através dos espectros de fluxo magnético e vibração, que todos os testes realizados tiveram uma
boa repetibilidade e que não observou-se alterações de origem mecânica que interferisse nos espectros de fluxo
magnético e vibração, garantindo uma perfeita análise dos resultados.
Para a falha de curto circuito, pôde-se observar que a mesma pode ser acompanhada gradualmente desde níveis
mais baixos que representam apenas uma baixa isolação até níveis mais altos e que podem ser considerados altamente
prejudiciais ao bom funcionamento da máquina.
Uma das contribuições mais significativa deste trabalho é o relacionamento dos sinais de fluxo magnético e
vibração relacionados com dois dos principais defeitos de origem elétrica (curto circuito e desequilíbrio de fase) e suas
respectivas frequências características.
Os resultados experimentais comprovaram a eficiência do diagnóstico através do cruzamento destas duas técnicas,
podendo ser usado, futuramente, em Programas de Manutenção Preditiva.

4. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), UFSJ (Universidade Federal de São
João del Rei).
V I I C o n g r e s s o N a c i o n a l d e E n g e n h a r i a M e c â n i c a , 3 1 d e j u l h o a 0 3 d e Ag o s t o 2 0 1 2 , S ã o L u i s - Ma r a n h ã o

5. REFERÊNCIAS

Baccarini, L. M. R., 2005, "Detection and diagnose faults in induction motors", Ph.D. thesis, Belo Horizonte, Faculdade
de Engenharia Elétrica, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Minas Gerais.
Benbouzid, M. E. H. e Kliman, G. B., 2003, "What stator current processing-based technique to use for induction motor
rotor faults diagnosis", IEEE Transaction on Energy Conversion 18 (2) 10781084.
Boothman, D. R., Elgar, E. C., Rehder, R. H., Woodall, R. J., 1974, "Thermal tracking - A rational approach to motor
protection", IEEE Transaction on Power Apparatus and Systems, Sept./Oct., pp. 1335-1344.
Brito, J. N., 2002, "Desenvolvimento de um sistema inteligente híbrido para diagnóstico de falhas em motores de
indução trifásicos", Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 214p. Tese (Doutorado).
Cambrias, S., Rittenhouse, S. A., 1988, "Generic guidelines for the life extension of plant electrical equipment", EPRI -
Electric Power Research Institute.
Gupta, B. Y. e Culbert, I. M., 1993, "Assessment of insulation condition in rotating machine stators", IEEE Transaction
on Energy Conversion 7 (3) 500505.
Henao, H., Demian, C. e Capolino, G. A., 2003, "A frequency-domain detection of stator winding faults in induction
machines using an external flux sensor", IEEE Transaction on Industrial Electronics 39 (5) 12721279.
LaForte, J. T. and McCoy, R. M., 1988, "Impulse voltage withstand capability of rotating machine insulation as
determined from model specimens", IEEE Transaction Energy Conversion, v.3 (1).
Lamim Filho, P. C. M., Brito, J. N., Pederiva, R., 2011 "Detection of stator winding faults in six poles induction motor
using an internal flux sensor under different loads". presented at Cobem 2011 Congresso Brasileiro de Engenharia
Mecânica, Natal-RN.
Lamim Filho, Paulo C. M., 2007 “On-line Monitoring of Three-phase Induction Motors”, Campinas,: Faculdade de
Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 140 p. Tese (Doutorado).
Maier, R., 1989, "Protection of squirrel-cage induction motor utilizing instantaneous power and phase information",
IEEE Transactions on Industry Application. v.28 (2), pp.376-380.
Mishra, M. K. 1999, "Detection of Incipient Faults in Single Phase Induction Motors Using Fuzzy Logic", IEEE Trans.
Industrial Electronics, june, pp. 117-121.
Mitchell, J. S.,1993, “Machinery Analysis and Monitoring”, Oklahoma: Penn Well Books, U.S.A., 566p.
Riley, C. M., Lin, B. K., Habetler, T. G. and Kliman, G. B., 1999, "Stator current harmonics and their causal vibrations:
a preliminary investigation of sensorless vibration monitoring applications", IEEE Transaction on Industry
Applications, v.35, (1), pp. 94-99.
Schump, D. E., 1989, "Reliability testing of electrical motor", IEEE Transactions on Industry Application. v.25 (3).
Tavner, P. J., Penman, J., 1989, "Condition monitoring of electrical machines", Research Studies Press Ltd. John &
Sons Inc.

6. DIREITOS AUTORAIS

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material impresso incluídos no seu trabalho.

DETECTION OF LOW INSULATION AND UNBALANCE VOLTAGE IN


THREE PHASE INDUCTION MOTORS USING VIBRATION AND
MAGNETIC FLUX ANALYSIS
Paulo Cezar Monteiro Lamim Filho, lamim@ufsj.edu.br1
Jorge Nei Brito, brito@ufsj.edu.br1
Robson Pederiva, robson@fem.unicamp.br2
1
UFSJ - Universidade Federal São João del Rei, Praça Frei Orlando, 170 - São João del Rei - MG, 36307-352
2
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, Caixa Postal 6051, Campinas - SP, 13083-970

Abstract: This work proposes the application of the vibration and magnetic flux analysis for the detection and
diagnosis of the low insulation between turns and unbalance voltage of induction motors. The results showed the
efficiency of the technique and their relevance to detect and diagnose faults in induction motors. In this way it is
possible to include it in a maintenance programs.

Keywords: three-phase induction motors, vibration analysis and magnetic flux

Você também pode gostar