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1.

ENERGIA E MOVIMENTOS
1.5 Conservação da energia mecânica
1. ENERGIA E MOVIMENTOS
1.5 Conservação da energia mecânica

SUMÁRIO: Energia mecânica como a soma da energia


cinética e energia potencial.
Forças conservativas e conservação da energia
mecânica.
Resolução de exercícios e problemas para
consolidação dos conteúdos lecionados.
1.5 Conservação da energia mecânica

ENERGIA MECÂNICA

Um sistema corpo + Terra pode ter energia potencial gravítica e, ao mesmo


tempo, o corpo pode ter energia cinética.

Chama-se energia mecânica (símbolo 𝐸𝑚 ) à soma destas duas formas de


energia

Energia mecânica de um sistema corpo + Terra

𝟏
𝑬𝒎 = 𝑬𝒑 + 𝑬𝒄 ⟹ 𝑬𝒎 = 𝒎 𝒈 𝒉 + 𝒎 𝒗𝟐
𝟐
1.5 Conservação da energia mecânica

ENERGIA MECÂNICA
As duas formas fundamentais de energia podem converter-se/transformar-
se uma na outra durante um movimento.

Na figura, os carrinhos de uma montanha russa


deslizam de uma posição mais alta para outra
mais baixa e a sua velocidade vai aumentando
Neste caso, uma diminuição da energia
potencial leva a um aumento da energia
cinética.
No caso de um baloiço, as crianças passam de
uma posição mais baixa para uma mais alta.
Neste caso, na subida, a energia cinética
diminui à custa do aumento da energia
potencial.
1.5 Conservação da energia mecânica

Conservação da energia mecânica


Quando num sistema mecânico redutível a uma partícula material
atuam apenas forças conservativas ou atuam também forças não
conservativas, mas que não realizam trabalho:
0

WF R  Ec  WF conservativas  WF não conservativas  Ec  WF conservativas  Ec


Então:
WF g  Ec WF g  Epg

As variações da energia potencial gravítica


Ec  Epg e da energia cinética são simétricas.

Em  0 Não há variação da energia mecânica.

A energia mecânica do sistema será


Em, f  Em, i constante.
1.5 Conservação da energia mecânica

No caso de uma criança num baloiço, desprezando as forças dissipativas:


0

WF R  WF g  WT  WF R  WF g

• a velocidade aumenta à medida que a altura • a velocidade diminui à medida que a altura
diminui; aumenta;
• há transformação de energia potencial • há transformação de energia cinética em
gravítica em energia cinética. energia potencial gravítica.
• a altura atingida na subida é igual à altura de onde a criança foi largada na descida.

Vídeo Escola Virtual:


Conservação da energia mecânica

Atividade Escola Virtual:


Energy skate park (PhET)
1.5 Conservação da energia mecânica

Um motociclista, cujo conjunto


motociclista + mota apresenta
270 kg de massa, salta de uma
elevação (h0) para outra (h1) e
depois para o solo (h2) de acordo
com o esquema da figura.
Considere que o conjunto motociclista + mota pode ser representado pelo seu
centro de massa (modelo da partícula material), despreze a força de atrito e a
resistência do ar e considere o solo como nível de referência para a energia
potencial gravítica.
1. Calcule o módulo da velocidade do conjunto quando este atinge o solo,
sabendo que passou em h1 com uma velocidade de módulo 36 km h−1.
1.5 Conservação da energia mecânica

1. Uma vez que se desprezam as forças de atrito e resistência do ar, a única


força que realiza trabalho é o peso. Assim, como o peso é uma força
conservativa, a energia mecânica que o conjunto apresenta mantém-se
constante, ou seja, existe conservação da energia mecânica.
Em  constante  Em  0  Em, f  Em, i  0  Em, i  Em, f
Substituindo pelas expressões da energia cinética e da energia potencial
gravítica, tem-se: 0
1 1 1 1
Ec, i  Epg, i  Ec, f  Epg, f  m v i2  m g hi  m v f2  v i2  g hi  v f2
2 2 2 2
Convertendo o módulo da velocidade para unidades do SI, obtém-se:
1 36 km 1000 m 1h 36  103 m
v  36 km h  v      10 m s 1
1h 1 km 3600 s 3600 s
1 2 1 1 1
v1  g h1  v 22   102  10  4,0  v 22  v 2  13 m s 1
2 2 2 2
O módulo da velocidade do conjunto quando este atinge o solo é 13 m s−1 .
1.5 Conservação da energia mecânica

Um motociclista, cujo conjunto


motociclista + mota apresenta
270 kg de massa, salta de uma
elevação (h0) para outra (h1) e
depois para o solo (h2) de acordo
com o esquema da figura.
Considere que o conjunto motociclista + mota pode ser representado pelo seu
centro de massa (modelo da partícula material), despreze a força de atrito e a
resistência do ar e considere o solo como nível de referência para a energia
potencial gravítica.
2. Determine o trabalho realizado pelo peso do conjunto no percurso total.
1.5 Conservação da energia mecânica

2. Uma vez que o peso é uma força conservativa, o seu trabalho corresponde
ao simétrico da variação da energia potencial gravítica nesse percurso:
WF g  Epg  WF g    m g h2  m g h0 
Como no solo a altura é zero, tem-se:
WF g  m g h0  WF g  270  10  10,0  2,70  10 4 J
O trabalho realizado pelo peso do conjunto no percurso total é 2,70 × ​104 J.
1.5 Conservação da energia mecânica

Um motociclista, cujo conjunto


motociclista + mota apresenta
270 kg de massa, salta de uma
elevação (h0) para outra (h1) e
depois para o solo (h2) de acordo
com o esquema da figura.
Considere que o conjunto motociclista + mota pode ser representado pelo seu
centro de massa (modelo da partícula material), despreze a força de atrito e a
resistência do ar e considere o solo como nível de referência para a energia
potencial gravítica.
3. Considerando que o conjunto atinge o solo com uma velocidade de módulo
12 m s−1, calcule o módulo da velocidade com que o conjunto iniciou o
movimento.
1.5 Conservação da energia mecânica

3. Tal como já se referiu, o peso é a única força a realizar trabalho, logo:

WF R  WF g

De acordo com o Teorema da Energia Cinética:


1 1
WF g  Ec  WF g  Ec, f  Ec, i  mv f2  mv i2
2 2
Então, nesta situação tem-se:
1 1
2,70  10   270  13   270  v 02  v 0  5,6 m s 1
4 2

2 2
O módulo da velocidade inicial do conjunto é 5,6 m s −1.
1. ENERGIA E MOVIMENTOS
1.6 Variação da energia mecânica

SUMÁRIO: Relação entre a variação da energia mecânica e


o trabalho realizado por forças não conservativas.
Dissipação de energia e rendimento de sistemas
mecânicos.
Resolução de exercícios e problemas para
consolidação dos conteúdos lecionados.
1.6 Variação da energia mecânica

Variação da energia mecânica


As forças não conservativas que atuam num sistema realizam um
trabalho que altera a energia mecânica do sistema:

Epg

WF R  Ec  WF conservativas  WF não conservativas  Ec  WF não conservativas  Ec  Epg

WF não conservativas  Em


1.6 Variação da energia mecânica

Variação da energia mecânica WF não conservativas  Em

As forças não conservativas podem fazer aumentar ou diminuir a


energia mecânica do sistema:

Caso 1:
WF não conservativas  0  Em  0 (energia mecânica aumenta)

A força muscular ou a força exercida


por um motor são exemplos de
forças não conservativas que podem
aumentar a energia mecânica do
sistema.

Atividade Escola Virtual:


Energy skate park (PhET)
1.6 Variação da energia mecânica

WF não conservativas  Em

Caso 2:

WF não conservativas  0  Em  0 (energia mecânica diminui)


A força de atrito e a resistência do ar são forças não conservativas que
diminuem a energia mecânica do sistema.

Vídeos Escola Virtual:


• Variação da energia mecânica
• Aplicação da relação entre variação de energia
mecânica e trabalho de forças não conservativas
1.6 Variação da energia mecânica

Energia dissipada
A força de atrito e a resistência do ar são forças não conservativas que
diminuem a energia mecânica do sistema.

Quando há esta diminuição da energia mecânica, diz-se que há dissipação


de energia.
As forças não conservativas que provocam a diminuição da energia mecânica
do sistema, dizem-se forças dissipativas.
Num sistema real, a energia dissipada manifesta-se, por exemplo, no
aquecimento das superfícies em contacto, que aumentam a sua energia
interna.
O trabalho de forças não conservativas é sempre negativo, pois estas forças
têm sempre sentido oposto ao deslocamento.

𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = − 𝑊𝐹𝑑 = ∆𝐸𝑚


1.6 Variação da energia mecânica

• Atuam na mesma direção, mas sentido contrário ao deslocamento;


Fa e Rar • Forças cujo trabalho é sempre negativo;

• Provocam diminuição da energia mecânica;


Fdissipativas • Provocam dissipação de energia;

Edissipada  WF dissipativas  Em


1.6 Variação da energia mecânica

• Atuam na mesma direção, mas sentido contrário ao deslocamento;


Fa e Rar • Forças cujo trabalho é sempre negativo;

• Provocam diminuição da energia mecânica;


Fdissipativas • Provocam dissipação de energia;

• Convertem a energia dissipada em energia interna;


Einterna • Contribuem para o aumento de temperatura do sistema.
1.6 Variação da energia mecânica

Potência, energia
dissipada e rendimento
1.6 Variação da energia mecânica

Potência
Mede a taxa temporal de transferência de energia, ou seja, a energia
transferida por unidade de tempo:
E
P
t
Sendo o trabalho uma medida da energia transferida de ou para um
sistema, quando esta transferência ocorre no intervalo de tempo, a
potência média, P, pode ser definida como:

W
P
t
Vídeo Escola Virtual:
Aplicação do conceito de potência
1.6 Variação da energia mecânica

Rendimento
A energia que um motor consegue transformar noutra forma de energia (por
exemplo energia motriz) é dada pela sua potência.
No entanto, nem toda a potência pode ser usada de forma útil (por exemplo
para fazer mover um carro). Existe energia dissipada, como por exemplo, o
motor a trabalhar aquece o ambiente à sua volta, o que se traduz num gasto
inútil de energia.

Num sistema real, a energia total disponível não é toda aproveitada de forma
útil, sendo uma parte dissipada.

𝑬𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝑬ú𝒕𝒊𝒍 + 𝑬𝒅𝒊𝒔𝒔𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂

Quanto maior for a percentagem de energia aproveitada (energia útil),


maior é o rendimento de uma máquina.
1.6 Variação da energia mecânica

Rendimento

Rendimento de um sistema: corresponde à razão entre a energia


útil e a energia total. Representa-se pela letra grega
 (“eta”)

𝑬ú𝒕𝒊𝒍 𝐸ú𝑡𝑖𝑙
= ou  % =
𝐸𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑥 100
𝑬𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍

Nos sistemas reais, o rendimento é sempre inferior a 1 (ou a 100%) uma vez
que há sempre energia dissipada.
1.6 Variação da energia mecânica

Rendimento
Avalia a eficiência de uma transformação ou transferência de energia.

Eútil Eútil Pútil


 ou  (%)   100   100
Etotal Etotal Ptotal

Quanto maior for o rendimento de um sistema, maior a quantidade de


energia útil que ele produz ou maior será a energia mecânica que se conserva
e, consequentemente, menor será a energia dissipada.
1.6 Variação da energia mecânica

Uma caixa de massa 400 kg é retirada de um


camião através de uma rampa com 16 % de
inclinação e 5,0 m de comprimento. A caixa
partiu do repouso e chegou ao fim da rampa
com uma velocidade de módulo 2,0 m s−1.
Considere que a caixa pode ser representada
pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e a base da rampa
como nível de referência para a energia potencial gravítica.
1. Calcule a energia dissipada por ação da força de atrito que atua na caixa.
O trabalho das forças não conservativas corresponde à variação da energia
mecânica da caixa. Nesta situação o trabalho das forças não conservativas
vai corresponder ao trabalho da força de atrito que a superfície da rampa
exerce sobre a caixa. Então, como a energia dissipada corresponde ao
módulo da variação da energia mecânica, tem-se:
Edissipada  Em
1.6 Variação da energia mecânica

A variação da energia mecânica pode ser determinada por:


Em  Ec  Epg  Em   Ec, f  Ec, i    Epg, f  Epg, i  
1 1 
 Em   mv f2  mv i2    m g hf  m g hi 
2 2 
Sendo o nível de referência para a energia potencial gravítica a base da
rampa e atendendo a que a caixa partiu do repouso:
0
0
1 1 1
Em  ( mv f2  mv i2 )  (m g hf  m g hi )  Em  mv f2  m g hi
2 2 2
Como a rampa apresenta uma inclinação de 16 %, significa que por cada
100 m percorridos ao longo da rampa o desnível é 16 m. Uma vez que a
rampa tem 5,0 m de comprimento, então, a altura inicial da rampa será
0,80 m. Substituindo os valores na expressão, tem-se:
1
Em   400  2,02  400  10  0,80  2,4  103 J
2
Obtendo-se: Edissipada = 2,4 × 1
​ 03 J
1.6 Variação da energia mecânica

Uma caixa de massa 400 kg é retirada de um


camião através de uma rampa com 16 % de
inclinação e 5,0 m de comprimento. A caixa
partiu do repouso e chegou ao fim da rampa
com uma velocidade de módulo 2,0 m s−1.
Considere que a caixa pode ser representada
pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e a base da rampa
como nível de referência para a energia potencial gravítica.
2. Qual foi a percentagem de energia dissipada pela caixa na descida da rampa?
1.6 Variação da energia mecânica

2. Se não existisse dissipação de energia a caixa atingiria a base com a mesma


energia mecânica com que iniciou a descida. Como a caixa partiu do
repouso, a energia mecânica inicial é igual à energia potencial gravítica:
0

Em, i  Ec, i  Epg, i  m g hi  400  10  0,80  3,2  103 J

Assim, a percentagem de energia dissipada pode ser obtida relacionando a


energia dissipada com a energia mecânica inicial:
Edissipada 2,4  103
Edissipada (%)   100  Edissipada (%)   100  75%
Em, i 3,2  10 3

Na descida da rampa a força de atrito que a superfície da rampa exerceu


sobre a caixa provocou a dissipação de 75% da sua energia mecânica.
1.6 Variação da energia mecânica

Uma caixa de massa 400 kg é retirada de um


camião através de uma rampa com 16 % de
inclinação e 5,0 m de comprimento. A caixa
partiu do repouso e chegou ao fim da rampa
com uma velocidade de módulo 2,0 m s−1.
Considere que a caixa pode ser representada
pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e a base da rampa
como nível de referência para a energia potencial gravítica.
3. Determine a intensidade da força de atrito que atuou na caixa.
Aplicando a expressão do trabalho de uma força:
WF a  Fa r cos 
E como WF a  Em , resulta:
2,4  103  Fa  5,0  cos180 
 Fa  4,8  102 N
A intensidade da força de atrito é 4,8 × ​102 N.
1. ENERGIA E MOVIMENTOS
1.5 Conservação da energia mecânica

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