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Um tema de Romanos 11 é que, quando o povo judeu rejeitou a Cristo, ele foi temporariamente privado
das bênçãos de um relacionamento com Deus. Como resultado, o evangelho foi dado aos gentios, e eles o
receberam de bom grado. Este endurecimento parcial do coração por parte de Israel não impede que
judeus individuais sejam salvos, mas que a nação aceite a Cristo como Messias até que Seus planos sejam
concluídos. Quando chegar a hora certa, Deus restaurará toda a nação e os judeus terão fé nele mais uma
vez, encerrando “os tempos dos gentios” (Isaías 17:7; 62:11–12; Romanos 11:26).
Pela apostasia nacional de Israel, o Evangelho chegou aos gentios. O endurecimento de Israel não foi
completo, mas ficou um remanescente – “em parte”. Mas Paulo diz que esse endurecimento não
permaneceria para sempre. Permaneceria somente “até que a plenitude dos gentios haja entrado”. (v.25)
“Plenitude” ai deve ser entendida como oposto de “em parte”. Em nosso próprio tempo, a número de
gentios cristãos é uma minoria em relação ao número total de gentios. Da mesma forma, o número de
judeus cristãos é uma minoria em relação ao número total de judeus. O que Paulo está dizendo é que os
judeus cristãos continuarão sendo um remanescente, até que o número de cristãos deixe de ser uma
minoria entre os gentios e passe a ser a maioria. O que Paulo está dizendo é que a conversão nacional de
Israel acontecerá após a conversão do mundo.
...Este texto, mais do que qualquer outro no Novo Testamento, deixa claro que quando a Bíblia fala na
vocação dos gentios, ela não está falando somente da conversão de alguns poucos indivíduos dentre as
nações. Ela não está falando da conversão de um remanescente entre os gentios enquanto a maior parte
permanece em trevas. A vocação dos gentios nas Escrituras é muito mais do que isso. A chegada do
Evangelho aos gentios significa a progressiva conversão das nações como um todo até que o mundo
inteiro seja convertido. Isso não significa que cada indivíduo da face da terra será genuinamente
convertido. Mas da mesma forma a apostasia nacional de Israel não significou que cada judeu
individualmente era um apostata, mas somente que a maioria era, a conversão da plenitude dos gentios
não significa que cada gentio individualmente será cristão, mas que a maior parte das pessoas será, que o
mundo como um todo será. É por isso que Paulo descreve a chegada do Evangelho aos gentios como
sendo “a reconciliação do mundo”:
... “Porque, se a sua rejeição [de Israel] é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a
vida dentre os mortos?” (Romanos 11.15)
...Esta admissão de Israel deve ser entendida como sendo o contrário de sua rejeição. É a conversão
nacional de Israel, em contraste com a atual situação em que a maioria é apostata e só uma minoria
obedece ao Evangelho. Pela apostasia nacional de Israel o Evangelho chegou aos gentios. As nações serão
convertidas. O mundo é reconciliado com Deus. Isso foi uma benção para o mundo. Mas quando
acontecer a conversão nacional de Israel, virá uma benção ainda maior: a ressurreição dos mortos. Jesus
Cristo ensinou que a ressurreição dos mortos acontecerá no fim da história: “E a vontade do que me
enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último
dia”. (Jo 6.39) Paulo ensinou o mesmo: “Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à
voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão…” (I Ts 4.16)
Isso significa que a conversão nacional de Israel será o sinal de que a Segunda Vinda de Jesus Cristo
estará prestes a acontecer. Isso significa que a Segunda Vinda de Jesus Cristo não poderá acontecer sem
que antes aconteça a conversão do mundo inteiro, de todas as nações. E a última das nações será Israel.
...Muitos argumentam que “a plenitude dos gentios” não se refere à conversão nacional dos povos do
mundo. Acreditam que se refere à conversão de uma minoria dentro os povos e que “plenitude” se refere
à totalidade dos eleitos, a totalidade daqueles que haverão se converter, mas que essa totalidade será uma
minoria em relação ao número total de pessoas na terra. Esta interpretação está errada porque o texto não
deixa dúvidas sobre o que “plenitude” significa. “Assim, pois, também no tempo presente ficou um
remanescente segundo a eleição da graça… Ora se o tropeço deles é a riqueza do mundo, e a sua
diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude… Porque, se a sua rejeição é a
reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?” (Rm 11.5,12,15)
“Plenitude” no verso 12 é claramente o oposto de “remanescente” no verso 5. “Remanescente” no verso
se refere ao fato de que o número de judeus crentes era uma minoria em relação ao número total de
judeus.
E “plenitude” é equivalente a “admissão” que será seguida da ressurreição dos mortos e se refere ao
tempo em que haveria uma conversão nacional do povo de Israel e por isso o número de judeus crentes
deixaria de ser um “remanescente”. Portanto, a “plenitude dos gentios” deve necessariamente ser
entendida da mesma maneira. “Plenitude” significa que o número de gentios crentes será uma maioria em
relação ao número total de gentios.
Deus não rejeitou Seu povo e sim o povo que O rejeitou. Sobrevive no tempo de hoje um
remanescente de Israel segundo a eleição da graça. Os judeus se endureceram (v. 7), é que vemos
também Mt 13 quando o Senhor explicou aos discípulos que falou ao povo por parábolas porque este tem
olhos, mas não vê; tem ouvidos, mas não ouve, visto que o coração do povo estava endurecido. Assim,
também com respeito ao divórcio em Mt 19 em que o Senhor respondeu que no princípio não era assim,
mas por causa da dureza do coração dos judeus é que Moisés permitiu a carta de divórcio. Que não
tenhamos um coração duro, mas sim humilde, contrito e abatido que só ama a palavra do
Senhor. Por causa da dureza de coração de Israel, Deus deu a ele espírito de entorpecimento para não
verem nem ouvirem (v. 7).
Os judeus eram os ramos naturais dessa oliveira, mas por causa da rejeição, eles foram quebrados. Já nós,
os gentios, éramos oliveira brava – estávamos sem Deus e no mundo, mas fomos enxertados e nos
tornamos participantes da raiz e da seiva da oliveira. Aleluia! Estamos aqui pela misericórdia, por isso,
não devemos nos orgulhar porque, do contrário, seremos cortados da oliveira. O coração de Deus
sempre esteve aberto a Israel: se o povo de Israel voltar a crer Nele, Ele dará nova chance para
conectá-los na oliveira (v. 23-24). Ao recebermos a seiva da oliveira com o tempo somos santificados,
mas se nos orgulharmos, o Senhor nos corta fora. Por isso, vamos sempre agradecer ao Senhor.
Vemos então que essa salvação chegou aos gentios. Primeiramente, a salvação veio para os judeus,
depois aos gentios. Em At 2 surgiu a igreja em Jerusalém, que era formada pelos judeus. Em At 10 o
Senhor abriu a porta de salvação para os gentios, através da casa do centurião Cornélio, homem
temente a Deus. O Senhor entregou as chaves do reino para Pedro para abrir com uma chave a porta da
salvação para os judeus e, com a outra, a porta para os gentios.
A partir de At 10:9, há o relato da visão de Pedro – desceu um lençol branco do céu carregado com todo
tipo de quadrúpedes e Deus disse para Pedro matar e comer, para não considerar imundo o que Deus
santificou. Mas Pedro recusou. Isso ocorreu três vezes e depois Pedro passou a meditar e entendeu que a
porta da salvação era também para os gentios, para nós.
Explicação sobre o tempo dos gentios Romanos 11