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Dados:
• distância entre eixos dos pilares ℓm = 15,0 m;
• seção transversal dos pilares de 0,4 m × 0,4 m;
• distância da fundação até o consolo hap = 6,50 m;
• ações (valores característicos): g = 13 kN/m, q = 7 kN/m e W = 80 kN;
• módulo de elasticidade do concreto Ec = 30 GPa.
Considerar:
• a ligação da viga nos pilares como articulação perfeita;
• desaprumo ( ad ) de 21,7 mm no topo dos pilares;
• ligações dos pilares na fundação perfeitamente rígidas (engastamento perfeito);
• três situações:
a) ações verticais permanentes e variáveis (G e Q);
b) ações verticais e ações laterais ( G , Q e W + desaprumo); e
c) ações verticais permanentes e ações laterais G e W (+ desaprumo).
Analisar:
• os efeitos da ligação do pilar com a fundação com uma rigidez Kf = 80 MNm (cada pilar);
• as diferenças em relação ao procedimento apresentado em Hogeslag (1990).
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De forma simplificada, os coeficientes de combinações das ações são considerados com o valor de 1,4 para
todas as ações. Quando houver mais de uma ação variável, pode-se considerar uma das ações como principal
e as outras como secundárias, com coeficiente de ponderação reduzido.
Ações que produzem momentos fletores de 1ª ordem, mas não produzem tombamento na estrutura equivalente
são a carga permanente ( G ) e a carga variável ( Q ) das vigas.
Apenas os momentos fletores nos pilares são de interesse para esse exemplo e podem ser determinados de
forma expedita, com uma pequena aproximação, considerando, em função do carregamento e simetria, o
modelo da Fig. A.4a . Assim, tem-se:
a. O momento fletor no topo vale:
1,4 × (7 + 13) × 14,0 1,4 × (7 + 13) × 0,5
Mtopo = × 0,5 + × 0,5 = 101,5 kN. m
2 2
Na Fig. A.4b está mostrado o diagrama de momentos fletores de cálculo na estrutura, no qual apenas os valores
nos pilares que interessam nessa análise são fornecidos.
O momento de inércia da estrutura equivalente para esse caso é a soma das inércias de cada pilar:
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3 × 0,40 × 0, 403
EIeq = 3 Ip = = 6,4 × 10−3 m4
12
Levando em conta a redução da inércia de 0,4 (indicada para ligação viga × pilar articulada), têm-se:
EIeq,red = 0,4 EIeq = (0,4 × 30 × 106 ) × (6,4 × 10−3 ) = 76,8 × 103 kN. m2
M1d,t = 1,4 × 80 × 6,5 + 840 × 0,0217
M1d,t = 728 + 18 = 746 kN. m
A primeira avaliação do momento de segunda ordem, calculada com a estrutura deslocada pelo momento de
primeira ordem, vale:
∆Md = Fvd a = 840 × 0,1368 = 114,9 kN. m
Como γz é maior que 1,1 e menor que 1,3, pode-se considerar o efeito de segunda ordem utilizando esse
parâmetro. Como o seu valor está entre 1,1 e 1,2, multiplicam-se os esforços devidos aos momentos fletores
de primeira ordem por 0,95 γz , conforme a NBR 9062 (ABNT, 2017a). Portanto:
M1d,t = 0,95 × 1,182 × 746 = 838 kN. m
A Fig. A.5 mostra a superposição dos momentos fletores em cada um dos pilares. Essa superposição é feita
somando os momentos fletores de primeira ordem, que não produzem tombamento, com os momentos fletores
que produzem tombamento, já corrigidos, M1d,t. Observar que o momento M1d,t foi dividido por 3, que é o
número de pilares, resultando em 279 kN.m em cada um dos pilares.
Utilizando um software de análise estrutural que considera a não linearidade geométrica, os momentos fletores
na base dos pilares passariam de 228, 279 e 330 kNm, para os pilares da esquerda, central e da direita,
respectivamente, para 250, 292 e 350 kNm.
Como o γz foi multiplicado por 0,95, é de esperar que os momentos fletores fossem menores. Se for considerado
o valor integral de γz na correção, os momentos fletores na base dos pilares passariam para 243, 294 e 345
kNm, para os pilares da esquerda, central e da direita, respectivamente. Dessa forma, a comparação seria mais
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representativa e a diferença cálculo considerando a não linearidade geométrica mais precisa, feita com o
software de análise estrutural, seria de no máximo (pilar da esquerda) 7 kNm, o que corresponderia a
aproximadamente 3%.
c. Ações G, W e desaprumo
Nesse caso, têm-se os seguintes resultados:
Fvd = (1,4 × 13) × 15,0 × 2 = 546 kNm
M1d,t = 1,4 × 80 × 6,5 (W) + 546 × 0,0217 ( desaprumo) = 740 kNm
a 2,17
Fhd h3a Fvd d h3a 112 × 6, 53 546 × × 6, 53
ha 650
a= + = + = 135,6 × 10−3 m = 135,6 mm
3 EIeq,red 3 EIeq,red 3 × 76,8 × 103 3 × 76,8 × 103
∆Md = Fvd a = 546 × 0,1356 = 74,0 kN. m
1 1
γz = = = 1,111
∆Md 74,0
1− 1−
M1d,t 740
Com base nesses resultados, pode-se determinar os momentos fletores nos pilares. Como é de esperar, os
efeitos de segunda ordem são menores e os momentos fletores nos pilares são menores que no caso anterior.
No entanto, essa combinação de ações pode ser crítica quando se considera no dimensionamento dos pilares a
força normal, o que está fora do objetivo desse exemplo.
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em que Kf corresponde, na estrutura equivalente, à soma das rigidezes de cada ligação do pilar na fundação.
Assim, têm-se:
Kf = 3 × 80 = 240 MNm
M1d,t = 746 kNm
M1d,t 746
θ= = = 3,11 × 10−3 rad
Kf 240 × 103
af = hap θ = (6,5 × 103 ) × (3,11 × 10−3 ) = 20,2 mm
Como é de esperar, o efeito de segunda ordem é maior, amplificando os momentos fletores que produzem
tombamento na proporção de 1,182 para 1,215, para esse caso.
Os momentos fletores nos pilares podem ser determinados como no caso anterior. No entanto, deve-se destacar
que os momentos fletores que não produzem tombamento na estrutura não são os mesmos do caso anterior,
devido à deformação da ligação dos pilares na fundação.
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O valor da força Fe calculada considerando o comprimento de flambagem da Tab. 2.15 com dois vãos é de:
π2 EIeq π2 × 64 × 103
Fe = = = 5,84 MN
ℓ2e (1,6 × 6,5)2
E, assim:
Fref = 5,84 MN
Esse valor pode ser comparado com o valor de 0,95 × 1,182 = 1,123 do coeficiente γz .
Portanto:
1 1 1 1 1
= + = +
Fref Fe Ff 5,84 36,9
∴ Fref = 5,04 MN
5,04 × 103
β= = 6,00
840
1 1
γz = = = 1,200
1 1
1− 1−
β 6,00
Nota: está sendo utilizada a recomendação da NBR 9062 (ABNT, 2017a), que indica a correção dos momentos
fletores de primeira ordem com γz para 1,20 ≤ γz ≤ 1,30. Caso fosse aplicada a NBR 6118 (ABNT, 2014a), a
correção seria feita com 0,95 × 1,214 = 1,152.
Para fazer uma combinação de ações referente a esse assunto, recomenda-se ver a análise desenvolvida em
Marin (2009), voltada para edifícios múltiplos pavimentos, na qual se pode notar a importância de fazer as
várias combinações na análise da estabilidade global e no dimensionamento dos elementos estruturais.
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Nesse exemplo, o efeito da deformação da fundação não foi significativo. No entanto, a rigidez da ligação do
pilar na base varia bastante em função do tipo de fundação e das características do solo. Se a rigidez da ligação
for, por exemplo, 20% da empregada, o que não seria incomum, o valor do γz passaria de 1,214 para 1,365, o
que extrapolaria o seu campo de validade de processo aproximado.
Os efeitos de segunda ordem avaliados com o coeficiente γz com o procedimento apresentado em Hogeslag
(1990) são relativamente próximos, principalmente se levar o valor integral de γz. Cabe também registrar que
o coeficiente γz. é de entendimento mais fácil e não necessita do cálculo da força de flambagem, que pode
exigir um cálculo mais trabalhoso. Cabe registrar, conforme adiantado na seção 3.8, que a tendência é de
considerar a não linearidade geométrica de forma mais precisa diretamente nos softwares, o que tornaria
desnecessária a utilização desses processos aproximados.
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