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Ricardo Lucas Bueno Ferreira - ricardolucas201@gmail.com - CPF: 446.726.

058-76
Sumário

Apresentação ............................................................................................................................. 1
ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ................................................................ 2
DECRETO 62.137/22............................................................................................................. 2
1. Aspecto Material de incidência ........................................................................................... 3
Fato Gerador e Incidência .................................................................................................. 3
2. Aspecto temporal de incidência ........................................................................................ 21
3. Aspecto espacial de incidência ......................................................................................... 23
4. Aspecto subjetivo de Incidência ........................................................................................ 30

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Legislação Tributária ISS-SP
ISS – Aula 01

Apresentação

É um grande prazer ter você aqui comigo nesse especialíssimo curso


voltado ao concurso do ISS-São Paulo, sem dúvidas, um dos melhores Fiscos
para se trabalhar do país.

Aos que ainda não me conhecem farei uma breve apresentação, para
que possamos nos conhecer um pouco melhor.

Meu nome é Bruno Langoni e, desde 2013, exerço o cargo de Auditor Fiscal Tributário no
Município de Campinas, atividade essa que me traz uma grande satisfação. Fui nomeado, também,
em outros Fiscos mas, por questões diversas, optei por permanecer no Fisco Campineiro, onde
atualmente atuo no setor de fiscalização do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, o nosso
queridinho “ISS”. Ainda o veremos muito por aqui!

Antes de dar início aos nossos trabalhos gostaria de destacar objetivos desse material,
estabelecendo a que ele se destina e, também, o que não será nele abordado. Vejamos:

O que esse material contempla: O que esse material NÃO contempla:

Comentários de todos os dispositivos Teoria completa sobre a matéria.


exigidos no edital.
Jurisprudência aplicável
Esquemas visuais para facilitar a (pontualmente faremos comentários,
compreensão da matéria. quando necessário).

Destaque dos principais pontos da Questões comentadas de provas


disciplina. anteriores

Acesso ao professor para tirar dúvidas Questões comentadas inéditas de todos


pontuais sobre a legislação. os dispositivos legais.

Dito isto, passemos, concretamente, ao estudo da matéria mais importante de sua prova, a
Legislação Tributária Municipal, que além do peso importantíssimo para a aprovação acompanhará
toda sua trajetória profissional.

Mãos à obra!

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ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

DECRETO 62.137/22

Antes de adentrarmos nas regrar específicas do Decreto 62.137/22, tracemos o esquema que
nortearátodas as aulas relativas aos impostos municipais: a regra matriz de incidência tributária.

Em linhas gerais, e para as finalidades que realmente interessam ao curso, a regra matriz de
incidência tributária é uma estrutura conceitual de organização das normas tributárias, que elenca
critérios subjacentes ao fenômeno da incidência tributária.

De forma simples, a regra matriz tem em sua estrutura o antecedente normativo e o consequente
normativo.

Inseridos no antecedente normativo temos os seguintes critérios: material, espacial e temporal.

O antecedente normativo é a descrição normativa de condutas possíveis que, quando


verificadas no campo concreto, terão como consequência (consequente normativo) a instauração de
uma relação jurídica tributária.

Nessa linha, figuram os seguintes critérios no consequente normativo: pessoal e quantitativo.

Feitas essas considerações, os critérios que compõem a regra matriz de incidência tributária
visam responder às seguintes perguntas:

Regra Matriz de Incidência Tributária - Critérios

Está relacionado à conduta humana cuja prática dará ensejo à


Critério Material
incidência
Indicam o lugar em que as ações devem acontecer para dar ensejoà
Critério Espacial
incidência
Prescreve o preciso instante em que se considera o fato ocorrido
Critério Temporal
para que a norma incida

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Indica as pessoas que comporão a relação jurídico-tributária:


Critério Pessoal
sujeito ativo e sujeito passivo
Estabelece o montante que deverá ser exigido do sujeito passivo,
Critério Quantitativo
composto pelos elementos: base de cálculo e alíquota

Nesse sentido, passemos à análise dos dispositivos do Decreto nº 62.137/22 à luz da regra
matriz de incidência tributária do ISS.

Iniciemos nossa jornada com o estudo do critério material de incidência tributária.

1. ASPECTO MATERIAL DE INCIDÊNCIA

SEÇÃO I

Fato Gerador e Incidência

Art. 202. O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS tem como fato
gerador a prestação de serviços constantes da seguinte lista, ainda que não constitua a
atividadepreponderante do prestador:

A LC 116/2003 estabelece a lista de serviços tributáveis pelo ISS, sendo tal lista, como regra,
reproduzida pelos Municípios em suas leis instituidoras do imposto.

Dessa forma, para verificarmos os serviços tributáveis pelo ISS no âmbito do Município de São
Paulo devemos consultar a lista de serviços, que compõe rol taxativo dos serviços que darão ensejo à
incidência tributária

Apresentaremos abaixo a lista de serviços tributáveis pelo ISS, prevista no Consolidação da


Legislação Tributária de São Paulo. Nesse primeiro momento, sugerimos que não se tente memorizar
todos os serviços aqui elencados, pois à medida que avançarmos no estudo da matéria tais hipóteses
ficarão mais claras.

1 - Serviços de informática e congêneres.


1.01 - Análise e desenvolvimento de sistemas.
1.02 - Programação.

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1.03 - Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos,


páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres.
1.04 - Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos,
independentemente da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será
executado, incluindo tablets, smartphones e congêneres.
1.05 - Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.
1.06 - Assessoria e consultoria em informática.
1.07 - Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de
programas de computação e bancos de dados.
1.08 - Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas.
1.09 - Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto
por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a
distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que
trata a Lei nº 12.485, de 12 de setembro de 2011).
2 - Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza.
2.01 - Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza.
3 - Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e congêneres.
3.01 - Cessão de direito de uso de marcas e de sinais de propaganda.
3.02 - Exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios virtuais, stands,
quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos, parques de
diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer
natureza.
3.03 - Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso,
compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer
natureza.
3.04 - Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário.
4 - Serviços de saúde, assistência médica e congêneres.
4.01 - Medicina e biomedicina.
4.02 - Análises clínicas, patologia, eletricidade médica, radioterapia, quimioterapia, ultra-
sonografia, ressonância magnética, radiologia, tomografia e congêneres.
4.03 - Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de saúde, prontos-
socorros, ambulatórios e congêneres.
4.04 - Instrumentação cirúrgica.
4.05 - Acupuntura.
4.06 - Enfermagem, inclusive serviços auxiliares.
4.07 - Serviços farmacêuticos.

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4.08 - Terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia.


4.09 - Terapias de qualquer espécie destinadas ao tratamento físico, orgânico e mental.
4.10 - Nutrição.
4.11 - Obstetrícia.
4.12 - Odontologia.
4.13 - Ortóptica.
4.14 - Próteses sob encomenda.
4.15 - Psicanálise.
4.16 - Psicologia.
4.17 - Casas de repouso e de recuperação, creches, asilos e congêneres.
4.18 - Inseminação artificial, fertilização in vitro e congêneres.
4.19 - Bancos de sangue, leite, pele, olhos, óvulos, sêmen e congêneres.
4.20 - Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais biológicos de qualquer
espécie.
4.21 - Unidade de atendimento, assistência ou tratamento móvel e congêneres.
4.22 - Planos de medicina de grupo ou individual e convênios para prestação de assistência
médica, hospitalar, odontológica e congêneres.
4.23 - Outros planos de saúde que se cumpram através de serviços de terceiros contratados,
credenciados, cooperados ou apenas pagos pelo operador do plano mediante indicação do
beneficiário.
5 - Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres.
5.01 - Medicina veterinária e zootecnia.
5.02 - Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres, na área veterinária.
5.03 - Laboratórios de análise na área veterinária.
5.04 - Inseminação artificial, fertilização in vitro e congêneres.
5.05 - Bancos de sangue e de órgãos e congêneres.
5.06 - Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais biológicos de qualquer
espécie.
5.07 - Unidade de atendimento, assistência ou tratamento móvel e congêneres.
5.08 - Guarda, tratamento, amestramento, embelezamento, alojamento e congêneres.
5.09 - Planos de atendimento e assistência médico-veterinária.
6 - Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres.

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6.01 - Barbearia, cabeleireiros, manicuros, pedicuros e congêneres.


6.02 - Esteticistas, tratamento de pele, depilação e congêneres.
6.03 - Banhos, duchas, sauna, massagens e congêneres.
6.04 - Ginástica, dança, esportes, natação, artes marciais e demais atividades físicas.
6.05 - Centros de emagrecimento, spa e congêneres.
6.06 - Aplicação de tatuagens, piercings e congêneres.
7 - Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil,
manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres.
7.01 - Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia, urbanismo, paisagismo e
congêneres.
7.02 - Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção
civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de
poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a
instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços,
que fica sujeito ao ICMS).
7.03 - Elaboração de planos diretores, estudos de viabilidade, estudos organizacionais e
outros, relacionados com obras e serviços de engenharia; elaboração de anteprojetos,
projetos básicos e projetos executivos para trabalhos de engenharia.
7.04 - Demolição.
7.05 - Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres
(exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local
da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
7.06 - Colocação e instalação de tapetes, carpetes, assoalhos, cortinas, revestimentos de
parede, vidros, divisórias, placas de gesso e congêneres, com material fornecido pelo
tomador do serviço.
7.07 - Recuperação, raspagem, polimento e lustração de pisos e congêneres.
7.08 - Calafetação.
7.09 - Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e
destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer.
7.10 - Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis,
chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres.
7.11 - Decoração e jardinagem, inclusive corte e poda de árvores.
7.12 - Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos
e biológicos.
7.13 - Dedetização, desinfecção, desinsetização, imunização, higienização, desratização,
pulverização e congêneres.

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7.14 - Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio,


silagem, colheita, corte e descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e dos
serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas, para
quaisquer fins e por quaisquer meios.
7.15 - Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres.
7.16 - Limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos, lagoas, represas, açudes e
congêneres.
7.17 - Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de engenharia, arquitetura e
urbanismo.
7.18 - Aerofotogrametria (inclusive interpretação), cartografia, mapeamento, levantamentos
topográficos, batimétricos, geográficos, geodésicos, geológicos, geofísicos e congêneres.
7.19 - Pesquisa, perfuração, cimentação, mergulho, perfilagem, concretação,
testemunhagem, pescaria, estimulação e outros serviços relacionados com a exploração e
explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos minerais.
7.20 - Nucleação e bombardeamento de nuvens e congêneres.
8 - Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução,
treinamento e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza.
8.01 - Ensino regular pré-escolar, fundamental, médio e superior.
8.02 - Instrução, treinamento, orientação pedagógica e educacional, avaliação de
conhecimentos de qualquer natureza.
9 - Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres.
9.01 - Hospedagem de qualquer natureza em hotéis, apart-service condominiais, flat, apart-
hotéis, hotéis residência, residence-service, suite service, hotelaria marítima, motéis, pensões
e congêneres; ocupação por temporada com fornecimento de serviço (o valor da alimentação
e gorjeta, quando incluído no preço da diária, fica sujeito ao Imposto Sobre Serviços).
9.02 - Agenciamento, organização, promoção, intermediação e execução de programas de
turismo, passeios, viagens, excursões, hospedagens e congêneres.
9.03 - Guias de turismo.
10 - Serviços de intermediação e congêneres.
10.01 - Agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, de seguros, de cartões de
crédito, de planos de saúde e de planos de previdência privada.
10.02 - Agenciamento, corretagem ou intermediação de títulos em geral, valores mobiliários e
contratos quaisquer.
10.03 - Agenciamento, corretagem ou intermediação de direitos de propriedade industrial,
artística ou literária.
10.04 - Agenciamento, corretagem ou intermediação de contratos de arrendamento mercantil
(leasing), de franquia (franchising) e de faturização (factoring).

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10.05 - Agenciamento, corretagem ou intermediação de bens móveis ou imóveis, não


abrangidos em outros itens ou subitens, inclusive aqueles realizados no âmbito de Bolsas de
Mercadorias e Futuros, por quaisquer meios.
10.06 - Agenciamento marítimo.
10.07 - Agenciamento de notícias.
10.08 - Agenciamento de publicidade e propaganda, inclusive o agenciamento de veiculação
por quaisquer meios.
10.09 - Representação de qualquer natureza, inclusive comercial.
10.10 - Distribuição de bens de terceiros.
11 - Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres.
11.01 - Guarda e estacionamento de veículos terrestres automotores, de aeronaves e de
embarcações.
11.02 - Vigilância, segurança ou monitoramento de bens, pessoas e semoventes.
11.03 - Escolta, inclusive de veículos e cargas.
11.04 - Armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda de bens de qualquer
espécie.
11.05 - Serviços relacionados ao monitoramento e rastreamento a distância, em qualquer via
ou local, de veículos, cargas, pessoas e semoventes em circulação ou movimento, realizados
por meio de telefonia móvel, transmissão de satélites, rádio ou qualquer outro meio, inclusive
pelas empresas de tecnologia da informação veicular, independentemente de o prestador de
serviços ser proprietário ou não da infraestrutura de telecomunicações que utiliza.
12 - Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres.
12.01 - Espetáculos teatrais.
12.02 - Exibições cinematográficas.
12.03 - Espetáculos circenses.
12.04 - Programas de auditório.
12.05 - Parques de diversões, centros de lazer e congêneres.
12.06 - Boates, taxi-dancing e congêneres.
12.07 - Shows, ballet, danças, desfiles, bailes, óperas, concertos, recitais, festivais e
congêneres.
12.08 - Feiras, exposições, congressos e congêneres.
12.09 - Bilhares, boliches e diversões eletrônicas ou não.
12.10 - Corridas e competições de animais.
12.11 - Competições esportivas ou de destreza física ou intelectual, com ou sem a
participação do espectador.

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12.12 - Execução de música.


12.13 - Produção, mediante ou sem encomenda prévia, de eventos, espetáculos, entrevistas,
shows, ballet, danças, desfiles, bailes, teatros, óperas, concertos, recitais, festivais e
congêneres.
12.14 - Fornecimento de música para ambientes fechados ou não, mediante transmissão por
qualquer processo.
12.15 - Desfiles de blocos carnavalescos ou folclóricos, trios elétricos e congêneres.
12.16 - Exibição de filmes, entrevistas, musicais, espetáculos, shows, concertos, desfiles,
óperas, competições esportivas, de destreza intelectual ou congêneres.
12.17 - Recreação e animação, inclusive em festas e eventos de qualquer natureza.
13 - Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia.
13.01 - Fonografia ou gravação de sons, inclusive trucagem, dublagem, mixagem e
congêneres.
13.02 - Fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia, reprodução,
trucagem e congêneres.
13.03 - Reprografia, microfilmagem e digitalização.
13.04 - Composição gráfica, inclusive confecção de impressos gráficos, fotocomposição,
clicheria, zincografia, litografia e fotolitografia, exceto se destinados a posterior operação de
comercialização ou industrialização, ainda que incorporados, de qualquer forma, a outra
mercadoria que deva ser objeto de posterior circulação, tais como bulas, rótulos, etiquetas,
caixas, cartuchos, embalagens e manuais técnicos e de instrução, quando ficarão sujeitos ao
ICMS.
14 - Serviços relativos a bens de terceiros.
14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração,
blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos,
motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam
sujeitas ao ICMS).
14.02 - Assistência técnica.
14.03 - Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam
sujeitas ao ICMS).
14.04 - Recauchutagem ou regeneração de pneus.
14.05 - Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, plastificação,
costura, acabamento, polimento e congêneres de objetos quaisquer.
14.06 - Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos, inclusive montagem
industrial, prestados ao usuário final, exclusivamente com material por ele fornecido.
14.07 - Colocação de molduras e congêneres.
14.08 - Encadernação, gravação e douração de livros, revistas e congêneres.

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14.09 - Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido pelo usuário final, exceto
aviamento.
14.10 - Tinturaria e lavanderia.
14.11 - Tapeçaria e reforma de estofamentos em geral.
14.12 - Funilaria e lanternagem.
14.13 - Carpintaria e serralheria.
14.14 - Guincho intramunicipal, guindaste e içamento.
15 - Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por
instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito.
15.01 - Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito ou débito e
congêneres, de carteira de clientes, de cheques pré-datados e congêneres.
15.02 - Abertura de contas em geral, inclusive conta-corrente, conta de investimentos e
aplicação e caderneta de poupança, no País e no exterior, bem como a manutenção das
referidas contas ativas e inativas.
15.03 - Locação e manutenção de cofres particulares, de terminais eletrônicos, de terminais
de atendimento e de bens e equipamentos em geral.
15.04 - Fornecimento ou emissão de atestados em geral, inclusive atestado de idoneidade,
atestado de capacidade financeira e congêneres.
15.05 - Cadastro, elaboração de ficha cadastral, renovação cadastral e congêneres, inclusão
ou exclusão no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos - CCF ou em quaisquer
outros bancos cadastrais.
15.06 - Emissão, reemissão e fornecimento de avisos, comprovantes e documentos em
geral; abono de firmas; coleta e entrega de documentos, bens e valores; comunicação com
outra agência ou com a administração central; licenciamento eletrônico de veículos;
transferência de veículos; agenciamento fiduciário ou depositário; devolução de bens em
custódia.
15.07 - Acesso, movimentação, atendimento e consulta a contas em geral, por qualquer meio
ou processo, inclusive por telefone, facsímile, internet e telex, acesso a terminais de
atendimento, inclusive vinte e quatro horas; acesso a outro banco e a rede compartilhada;
fornecimento de saldo, extrato e demais informações relativas a contas em geral, por
qualquer meio ou processo.
15.08 - Emissão, reemissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de
contrato de crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito; missão, concessão,
alteração ou contratação de aval, fiança, anuência e congêneres; serviços relativos a abertura
de crédito, para quaisquer fins.
15.09 - Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e
obrigações, substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e
demais serviços relacionados ao arrendamento mercantil (leasing).
15.10 - Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos
quaisquer, de contas ou carnês, de câmbio, de tributos e por conta de terceiros, inclusive os
efetuados por meio eletrônico, automático ou por máquinas de atendimento; fornecimento de

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posição de cobrança, recebimento ou pagamento; emissão de carnês, fichas de


compensação, impressos e documentos em geral.
15.11 - Devolução de títulos, protesto de títulos, sustação de protesto, anutenção de títulos,
reapresentação de títulos, e demais serviços a les relacionados.
15.12 - Custódia em geral, inclusive de títulos e valores mobiliários.
15.13 - Serviços relacionados a operações de câmbio em geral, edição, alteração,
prorrogação, cancelamento e baixa de contrato de câmbio; emissão de registro de
exportação ou de crédito; cobrança ou depósito no exterior; emissão, fornecimento e
cancelamento de cheques de viagem; fornecimento, transferência, cancelamento e demais
serviços relativos a carta de crédito de importação, exportação e garantias recebidas; envio e
recebimento de mensagens em geral relacionadas a operações de câmbio.
15.14 - Fornecimento, emissão, reemissão, renovação e manutenção de cartão magnético,
cartão de crédito, cartão de débito, cartão salário e congêneres.
15.15 - Compensação de cheques e títulos quaisquer; serviços relacionados a depósito,
inclusive depósito identificado, a saque de contas quaisquer, por qualquer meio ou processo,
inclusive em terminais eletrônicos e de atendimento.
15.16 - Emissão, reemissão, liquidação, alteração, cancelamento e baixa de ordens de
pagamento, ordens de crédito e similares, por qualquer meio ou processo; serviços
relacionados à transferência de valores, dados, fundos, pagamentos e similares, inclusive
entre contas em geral.
15.17 - Emissão, fornecimento, devolução, sustação, cancelamento e oposição de cheques
quaisquer, avulso ou por talão.
15.18 - Serviços relacionados a crédito imobiliário, avaliação e vistoria de imóvel ou obra,
análise técnica e jurídica, emissão, reemissão, alteração, transferência e renegociação de
contrato, emissão e reemissão do termo de quitação e demais serviços relacionados a crédito
imobiliário.
16 - Serviços de transporte de natureza municipal.
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e
aquaviário de passageiros.
16.02 - Outros serviços de transporte de natureza municipal.
17 - Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres.
17.01 - Assessoria ou consultoria de qualquer natureza, não contida em outros itens desta
lista; análise, exame, pesquisa, coleta, compilação e fornecimento de dados e informações
de qualquer natureza, inclusive cadastro e similares.
17.02 - Datilografia, digitação, estenografia, expediente, secretaria em geral, resposta audível,
redação, edição, interpretação, revisão, tradução, apoio e infra-estrutura administrativa e
congêneres.
17.03 - Planejamento, coordenação, programação ou organização técnica, financeira ou
administrativa.
17.04 - Recrutamento, agenciamento, seleção e colocação de mão-de-obra.

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17.05 - Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de


empregados ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de
serviço.
17.06 - Propaganda e publicidade, inclusive promoção de vendas, planejamento de
campanhas ou sistemas de publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais
publicitários.
17.07 - Franquia (franchising).
17.08 - Perícias, laudos, exames técnicos e análises técnicas.
17.09 - Planejamento, organização e administração de feiras, exposições, congressos e
congêneres.
17.10 - Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e
bebidas, que fica sujeito ao ICMS).
17.11 - Administração em geral, inclusive de bens e negócios de terceiros.
17.12 - Leilão e congêneres.
17.13 - Advocacia.
17.14 - Arbitragem de qualquer espécie, inclusive jurídica.
17.15 - Auditoria.
17.16 - Análise de Organização e Métodos.
17.17 - Atuária e cálculos técnicos de qualquer natureza.
17.18 - Contabilidade, inclusive serviços técnicos e auxiliares.
17.19 - Consultoria e assessoria econômica ou financeira.
17.20 - Estatística.
17.21 - Cobrança em geral.
17.22 - Assessoria, análise, avaliação, atendimento, consulta, cadastro, seleção,
gerenciamento de informações, administração de contas a receber ou a pagar e em geral,
relacionados a operações de faturização (factoring).
17.23 - Apresentação de palestras, conferências, seminários e congêneres.
17.24 - Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade, em
qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita).
18 - Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e
avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos
seguráveis e congêneres.
18.01 - Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e
avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos
seguráveis e congêneres.

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19 - Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos,


cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de
capitalização e congêneres.
19.01 - Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos,
cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de
capitalização e congêneres.
20 - Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários
e metroviários.
20.01 - Serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto, movimentação de
passageiros, reboque de embarcações, rebocador escoteiro, atracação, desatracação,
serviços de praticagem, capatazia, armazenagem de qualquer natureza, serviços acessórios,
movimentação de mercadorias, serviços de apoio marítimo, de movimentação ao largo,
serviços de armadores, estiva, conferência, logística e congêneres.
20.02 - Serviços aeroportuários, utilização de aeroporto, movimentação de passageiros,
armazenagem de qualquer natureza, capatazia, movimentação de aeronaves, serviços de
apoio aeroportuários, serviços acessórios, movimentação de mercadorias, logística e
congêneres.
20.03 - Serviços de terminais rodoviários, ferroviários, metroviários, movimentação de
passageiros, mercadorias, inclusive suas operações, logística e congêneres.
21 - Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.
21.01 - Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.
22 - Serviços de exploração de rodovia.
22.01 - Serviços de exploração de rodovia mediante cobrança de preço ou pedágio dos
usuários, envolvendo execução de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos
para adequação de capacidade e segurança de trânsito, operação, monitoração, assistência
aos usuários e outros serviços definidos em contratos, atos de concessão ou de permissão
ou em normas oficiais.
23 - Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres.
23.01 - Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres.
24 - Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners,
adesivos e congêneres.
24.01 - Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners,
adesivos e congêneres.
25 - Serviços funerários.
25.01 - Funerais, inclusive fornecimento de caixão, urna ou esquifes; aluguel de capela;
transporte do corpo cadavérico; fornecimento de flores, coroas e outros paramentos;
desembaraço de certidão de óbito; fornecimento de véu, essa e outros adornos;
embalsamamento, embelezamento, conservação ou restauração de cadáveres.
25.02 - Translado intramunicipal e cremação de corpos e partes de corpos cadavéricos.
25.03 - Planos ou convênio funerários.

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25.04 - Manutenção e conservação de jazigos e cemitérios.


25.05 - Cessão de uso de espaços em cemitérios para sepultamento.
26 - Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos,
bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e
congêneres.
26.01 - Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos,
bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres.
27 - Serviços de assistência social.
27.01 - Serviços de assistência social.
28 - Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza.
28.01 - Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza.
29 - Serviços de biblioteconomia.
29.01 - Serviços de biblioteconomia.
30 - Serviços de biologia, biotecnologia e química.
30.01 - Serviços de biologia, biotecnologia e química.
31 - Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações
e congêneres.
31.01 - Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica,
telecomunicações e congêneres.
32 - Serviços de desenhos técnicos.
32.01 - Serviços de desenhos técnicos.
33 - Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres.
33.01 - Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres.
34 - Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres.
34.01 - Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres.
35 - Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas.
35.01 - Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas.
36 - Serviços de meteorologia.
36.01 - Serviços de meteorologia.
37 - Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins.
37.01 - Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins.
38 - Serviços de museologia.

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38.01 - Serviços de museologia.


39 - Serviços de ourivesaria e lapidação.
39.01 - Serviços de ourivesaria e lapidação (quando o material for fornecido pelo tomador do
serviço).
40 - Serviços relativos a obras de arte sob encomenda.
40.01 - Obras de arte sob encomenda.

Acerca da taxatividade da lista de serviços, cabe destacar a seguinte jurisprudência da lavra do


STF, proferida no âmbito do RE 784.439 sob a sistemática da repercussão geral:

É taxativa a lista de serviços sujeitos ao ISS a que se


refere o art. 156, III, da Constituição Federal,
admitindo-se, contudo, a incidência do tributo sobre
as atividades inerentes aos serviços elencados em
lei em razão da interpretação extensiva.

STF. Plenário.RE 784439, Rel. Rosa Weber, julgado


em29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 296)

§ 1º O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou


cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País.

§ 2º Os serviços especificados na lista do “caput” ficam sujeitos ao Imposto Sobre


Serviços de Qualquer Natureza – ISS ainda que a respectiva prestação envolva
fornecimento de mercadorias, ressalvadas as exceções expressas na referida lista.

§ 3º O imposto incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de


bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão
ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço.

Note que o imposto incidirá ainda que o serviço prestado, que se amoldar às espécies taxativas
da lista de serviços vista acima, NÃO se constitua na atividade preponderante do prestador.

De plano, devemos fazer uma diferenciação de suma importância, apresentada no quadro-


esquemático abaixo:

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Figura 1 - Importação x Exportação

Nesse sentido, sendo o serviço proveniente do exterior ou tendo lá se iniciado


(materializando-se uma importação de serviços), incidirá normalmente o ISS, cabendo ao tomador ou
intermediário (como veremos adiante, ao estudarmos o aspecto espacial de incidência do
imposto) a obrigatoriedade de recolher a exação.

Já no caso da exportação de serviços, a rigor, diremos que não incide o ISS. No entanto,
conforme veremos adiante em detalhes, a não incidência está condicionada ao local da
perfictibilização do resultado do serviço prestado, que deverá se dar no exterior. Isso ficará mais claro
adiante!

Com relação às operações mistas, em que há a prestação do serviço de forma conjunta com o
fornecimeno de mercadorias, é preciso tecer algumas considerações.

Como regra, estando o serviço previsto expressamente na lista de serviço, sobre a prestação
incidirá apenas o ISS. A exceção ficará por conta dos subitens em que houver ressalva expressa com
relação à incidência do ICMS, como é o caso dos subitens abaixo:

Situações em que poderá incidir o ICMS sobre a prestação

Subitem Incidência de ISS Incidência de ICMS

Execução, por administração, empreitada ou


Fornecimento de
subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica
7.02 mercadorias produzidas
ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive
pelo prestador de serviços
sondagem, perfuração de poços, escavação,
FORA do local da
drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação,

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concretagem e a instalação e montagem de produtos, prestação dos serviços,


peças e equipamentos que fica sujeito ao ICMS

Reparação, conservação e reforma de edifícios,


7.05
estradas, pontes, portos e congêneres

Tabela 1 - Exemplos de operações mistas

Para memorizarmos, em definitivo, a regra em comento, vejamos o seguinte esquema:

Operações Mistas
(Prestação de serviços + fornecimento de mercadorias)

Serviço previsto na lista de serviços SEM qualquer ressalva


Apenas ISS
quanto à incidência do ICMS.

Serviço previsto na lista de serviços COM ressalva quanto à


ISS + ICMS
incidência do ICMS (7.02, 7.05, 14.01, etc).

Serviço NÃO previsto na lista de serviços


Apenas ICMS

No que concerne aos serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos
explorados economicamente, há que se destacar um aspecto importante.

Os serviços públicos poderão ser prestados diretamente pelo Poder Público ou pelos
concessionários e permissionários, naqueles casos em que o serviço não se constituir em serviço
público essencial (como é o caso do serviço de segurança pública, dentre outros). Ademais, há a
possibilidade de o serviço público a título precário, através de mera autorização.

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Assim, podemos deixar expresso que, nos casos em que o serviço é de titularidade do Poder
Público, mas seu exercício realizado por entidade privada, haverá a incidência do ISS.

É o caso, por exemplo, dos seguintes serviços:

Serviços de natureza pública que poderão ser objeto de incidência do ISS:

Subitem 21.01: Serviços de registros públicos, cartorários e notariais

Serviços de exploração de rodovia mediante cobrança


de preço ou pedágio aos usuários, envolvendo execução
de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos
Subitem 22.01:
para adequação de capacidade e segurança de trânsito,
operação, monitoração, assistência aos usuários e outros
serviços definidos em contratos, atos de concessão ou
de permissão ou em normas oficiais

Tabela 2 - Serviços de natureza pública

Desta forma, frise-se que o simples fato de se tratar de serviço de natureza pública não lhe
confere a proteção constitucional quanto à não incidência de impostos, devendo ser verificado quem
são os prestadores dos serviços em comento.

Avancemos um pouco mais no estudo da Lei Municipal 159/13:

Art. 202 § 4º A incidência do imposto independe:

I - da denominação dada ao serviço prestado;

II - da existência de estabelecimento fixo;

III - do cumprimento de quaisquer exigências legais, regulamentares ou


administrativas, relativas à atividade, sem prejuízo das cominações cabíveis;

IV - do resultado financeiro obtido;

V - do pagamento pelos serviços prestados.

A rigor, a incidência do ISS depende, exclusivamente, da existência de uma unidade

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econômica e financeira (cujo conceito estudaremos adiante) e da previsão expressa na lista de


serviços. Todos os requisitos elencados acima são irrelevantes para fins de incidência do ISS.

Vejamos alguns exemplos das situações acima descritas:

1) José presta serviços de recondicionamento de motores, previsto no subitem 14.03 da lista


de serviços.

Tentando não pagar ISS, denomina o serviço em comento de fornecimento de alimentações,


atividade submetida à incidência do ICMS.

Para fins de incidência do ISS, pouco importa a denominação utilizada, ficando o serviço
integralmente submetido à incidência do ISS.

2) Robson possui uma empresa de jardinagem, tendo recolhido o ISS religiosamente nos
últimos 5 anos.

Nos últimos meses, no entanto, em decorrência da queda na procura de seus serviços, passou
a experimentar sucessivos prejuízos, deixando, então, de recolher o ISS relativo aos serviços
prestados.

Tendo em vista a incidência do ISS independer do resultado financeiro obtido, o imposto é sim
devido, ficando Robson submetido ao lançamento de ofício do tributo acrescido das
penalidades previstas.

3) A empresa Aleluia, prestadora de serviços de consultoria, iniciou suas atividades no


Município de São Paulo em março de 2023. No entanto, não obteve os alvarás necessários
ao funcionamento do estabelecimento.

Nesse caso, a despeito da irregularidade administrativa cometida, verificando-se a prestação de


serviços descritos na lista de serviços, incidirá o ISS.

Sigamos!

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Art. 203 - O imposto NÃO INCIDE sobre:

I - as exportações de serviços para o exterior do País;

II - a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos


diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e
fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;

III - o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor


dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações
de crédito realizadas por instituições financeiras.

Parágrafo único - Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços


desenvolvidos no Brasil cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito
por residente no exterior.

Sintetizemos, portanto, as hipóteses de não incidência relacionadas acima:

Vejamos alguns exemplos:

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4) José presta serviços de construção civil, descritos pelo subitem 7.02 da lista de serviços.
Embora seu estabelecimento esteja localizado no Município de São Paulo, no exercício de
2022 realizou, exclusivamente, empreendimentos na Argentina.

Dessa forma, tendo em vista o resultado da prestação se verificar no exterior, não incidirá o ISS
sobre os serviços prestados no exercício de 2022.

5) Márcio é Diretor Comercial de uma empresa multinacional, estabelecida em São Paulo.

Dessa forma, por se caracterizar como mandatário da sociedade, não guardando sua atividade
qualquer relação com prestação de serviços, sua atividade não estará abrangida pelo campo de
incidência do ISS.

6) Marcelo opera na Bolsa de Valores com frequência e percebeu que, sobre os valores
transaciontiados, não há incidência de ISS.

No entanto, sobre os valores relativos às comissões aufetidas pelos agentes de


investimentos, haverá incidência do imposto municipal.

2. ASPECTO TEMPORAL DE INCIDÊNCIA

O aspecto temporal nos permite verificar, de forma exata, o momento em que se considera
ocorrido o fato gerador relativo ao ISS.

São, portanto, as regras previstas no exato instante em que ocorre o fato gerador que serão
consideradas para efeitos do lançamento do imposto.

Nesse ponto, uma observação importante: a legislação do Município de São Paulo apresenta,
exclusivamente, que o fato gerador ocorre no momento da prestação do serviço (como vimos quando
analisamos o art. 202 do Decreto 62.137/02), NÃO apresentando distinções quanto ao momento de
ocorrência do fato gerador entre os chamados serviços de prestação continuada e aqueles de natureza
instantânea.

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Portanto, para fins de prova, apenas saiba que o serviço considera-se prestado e o ISS devido
no momento da prestação do serviço.

Destaque-se, nesse sentido, a importância de diferenciarmos o momento em que ocorre o fato


gerador daquele em que a legislação estabelece a obrigatoriedade de pagar o ISS.

É dizer, com relação ao momento de ocorrência do fato gerador, afirmaremos que esse se
materializará no ato da prestação do serviço. Já o momento do pagamento, como regra, se dá em
momento posterior à prestação (no mês subsequente à prestação – embora tais disposições, relativas
ao prazo para pagamento, estejam previstas em Regulamento específico, não exigido em nossa
prova).

No entanto, o Decreto 62.137/02 nos apresentou algumas situações em que o ISS poderá ser
exigido, inclusive, de forma antecipada, se não, vejamos:

Art. 243. É facultado ao Executivo, tendo em vista as peculiaridades de cada


atividade, adotar outra forma de recolhimento, determinando que este se faça
antecipadamente, operação por operação, ou por estimativa em relação aos serviços de
cada mês.

Momento da ocorrência do fato gerador x momento do pagamento

Em nenhuma hipótese, podemos confundir o momento da ocorrência do fato gerador,


que se dá com a prestação do serviço, com o prazo para pagamento do ISS (que é
detalhado em Regulamento).

O Decreto 62.137/02 possibilita que se fixe: pagamento antecipado, operação por


operação e por estimativa.

Nas situações excepcionais acima NÃO ocorre o fato gerador do ISS, sendo,
meramente, definido o momento do pagamento, em linha com a previsão do § 7º do
art. 150 da CF/88.

Art. 243, § 1º No regime do recolhimento por antecipação, nenhuma nota, fatura ou


documento poderá ser emitido sem que haja suficiente previsão de verba.

§ 2º A norma estatuída no § 1º aplica-se à emissão de bilhetes de ingresso de


diversões públicas e à emissão de cupons de estacionamento.

Embora haja a previsão de que os serviços de guarda e estacionamento de veículos descritos


pelo subitem 11.01 da lista de serviços, submetam-se ao regime de recolhimento antecipado do ISS,

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na prática, atualmente tal sistemática somente se aplica aos serviços de diversões públicas, previstos
no item 12 da lista.

No passado, a sistemática de pagamento antecipado no âmbito dos serviços de


estacionamento funcionava mais ou menos assim:

Prestador recolhia Município Na prestação, os


ISS de forma autorizava a cupons de
antecipada e emissão, sendo os estacionamento
requeria a cupons impressos eram fornecidos
autorização para por gráficas
emissão de cupons autorizadas para os tomadores

Frise-se que, atualmente, tal sistemática não mais se verifica, sendo aplicável exclusivamente
aos serviços de diversões públicas (que estudaremos futuramente).

3. ASPECTO ESPACIAL DE INCIDÊNCIA

Conforme veremos adiante, como regra, o ISS é devido no local do estabelecimento prestador
do serviço. Essa regra, de agora em diante, chamaremos de “regra geral de tributação do ISS”.

Dessa forma, sendo o ISS, como regra, devido no local do estabelecimento prestador, é
importantíssimo que os municípios adotem critérios objetivos para a caracterização dos
estabelecimentos localizados em seus territórios, o que atrairá a competência relativa ao ISS para
eles.

Assim, no caso dos serviços que seguem a regra geral de tributação, basta olhar para o local
em que se encontra o estabelecimento prestador para definirmos o sujeito ativo do ISS.

No entanto, há inúmeras exceções que excepcionam a regra geral de incidência, sendo o ISS
devido em local distinto daquele em que estiver o estabelecimento prestador.

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Nesse sentido, vejamos abaixo o art. 204 do Decreto 62.137/22, que logo no caput enuncia a
regra geral de incidência, qual seja:

O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do


Regra Geral de Incidência:
estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no
(art. 204)
local do domicílio do prestador

Vejamos o seguinte exemplo:

7) A empresa Amoreiras LTDA, estabelecida no Município do de São Paulo, presta serviços


de assistência técnica, descritos pelo subitem 14.02 da lista de serviços.

Em visita realizada ao local, o Auditor Fiscal do Município comprovou a existência do


estabelecimento prestador, configurando-o como unidade econômica e profissional.

Dessa forma, o ISS relativo aos serviços próprios prestados pela Amoreiras deverá ser recolhido
ao Município de São Paulo, já que os serviços de assistência técnica observam a regra geral de
tributação do ISS.

Analisada a regra geral de tributação, vejamos as situações previstas nos incisos do art. 204
que excepcionam a regra geral:

Constituem exceção à regra geral de tributação a prestação dos seguintes serviços, cujo
ISS será devido no local:

1. do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento,


onde ele estiver domiciliado, quando o serviço for proveniente do exterior do País ou cuja
prestação se tenha iniciado no exterior do País

2. da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos serviços
descritos no subitem 3.04

3. da execução da obra, no caso dos serviços descritos nos subitens 7.02 e 7.17

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4. da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04

5. das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços
descritos no subitem 7.05

6. da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e


destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.09

7. da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos,


imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.10

8. da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos serviços


descritos no subitem 7.11

9. do controle e tratamento de efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e


biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12

10. do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio,


silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e
serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para
quaisquer fins e por quaisquer meios, no caso dos serviços descritos no subitem 7.14

11. da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres, no caso


dos serviços descritos no subitem 7.15

12. da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.16

13. onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no subitem 11.1

14. dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados,
no caso dos serviços descritos no subitem 11.02

15. do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no caso dos
serviços descritos no subitem 11.04

16. da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos
serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13

Atenção: o subitem 12.13 da lista de serviços não é exceção à regra geral de tributação, sendo o ISS
devido ao Município em que estiver localizado o estabelecimento prestador do serviço.

12.13 - Produção, mediante ou sem encomenda prévia, de eventos, espetáculos, entrevistas,


shows, ballet, danças, desfiles, bailes, teatros, óperas, concertos, recitais, festivais e congêneres.

17. do município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos no item
16

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18. do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento, onde ele


estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos no subitem 17.05

19. da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, organização e


administração, no caso dos serviços descritos no subitem 17.09

20. do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no caso dos
serviços descritos no item 20

21. do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09

22. do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas administradoras de
cartão de crédito ou débito e demais serviços descritos no subitem 15.01

23. do domicílio do tomador do serviço do subitem 15.09

Tabela 3 - Exceções à regra geral de tributação

Observação: os itens 21, 22 e 23 acima, embora presentes no Decreto 62.137/22, foram


declarados inconstitucionais no âmbito da ADI 5835, cujo mérito fora julgado recentemente. Nesse
sentido, embora o Decreto 62.137/22 indique que tais dispositivos estão com a “eficácia suspensa”, -
o que, de fato, valia ao momento da consolidação – atualmente tais serviços voltaram a ser devidos (o
que já era previsto antes da edição das LCs 157/16 e 175/20) no local do estabelecimento prestador,
observando-se, portanto, a regra geral de tributação.

Analisemos, também, um conceito de grande importância ao estudo do ISS, qual seja o


conceito de estabelecimento prestador, previsto no art. 205 do Decreto paulistano:

Art. 205. Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte


desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que
configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as
denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de
representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas.

Destaque-se que, como regra, o ISS é devido no local do estabelecimento prestador do serviço.
A essa regra, conforme dito anteriormente, dá-se o nome de “regra geral de tributação do ISS”.

Nesse sentido, sendo o ISS, em geral, devido no local do estabelecimento prestador, é


importantíssimo que os Municípios adotem critérios objetivos para a caracterização dos
estabelecimentos localizados em seus territórios, o que atrairá a competência relativa ao ISS para
eles.

Vejamos então, informações importantes sobre o conceito de estabelecimento prestador:

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Estabelecimento Prestador:

Local onde o contribuinte preste os serviços previstos na lista de serviços.

Ainda que os serviços sejam prestados de forma temporária, poderá ser o local
considerado estabelecimento prestador.

Para se considerar estabelecimento prestador, deverá configurar uma unidade


econômica ou profissional (possuir equipamentos, materiais, pessoas).

Vale ressaltar, também, que o nome que se dá o estabelecimento é irrelevante para fins de
caracterização do estabelecimento prestador. Suponhamos que, em uma determina fiscalização,
você identifique diversos elementos que caracterizam determinado estabelecimento como prestador:
profissionais habilitados, maquinário, equipamentos de informática, dentre outros.

Nesse caso, ainda que o contribuinte “jure de pé junto” que se trata, meramente, de escritório
de contato, você simplesmente desconsidera a denominação por ele dada e trata de classificar o
estabelecimento como prestador, atraindo a competência para o município caso o serviço prestado
siga a regra geral de tributação.

Combinado?

8) Jobson, proprietário de uma empresa de despachos aduaneiros, exerce suas atividades


profissionais em um espaço de "coworking", tendo celebrado contrato de duração de 6
meses com o proprietário do espaço.

Dessa forma, a despeito da temporariedade do contrato, caso o local reúna os elementos


suficientes ao exercício da atividade (instrumentos, equipamentos, recursos materiais e
humanos), será caracterizado como estabelecimento prestador, o que além de atrair a
competência do ISS ao município em que estiver estabelecido temporariamente, trará como
obrigação, também, a inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM).

Vejamos agora, nos termos do § 1º do art. 205, os critérios que poderão ser adotados para se
caracterizar um estabelecimento prestador no Município de São Paulo:

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Art. 205, § 1º A existência de estabelecimento prestador que configure unidade


econômica ou profissional é indicada pela conjugação, parcial OU total, dos seguintes
elementos:

Elementos considerados para se caracterizar a existência de estabelecimento prestador:


 manutenção de pessoal, material, máquinas, instrumentos e equipamentos próprios
ou de terceiros necessários à execução dos serviços

 estrutura organizacional ou administrativa

 inscrição nos órgãos previdenciários

 indicação do local como domicílio fiscal para efeito de outros tributos

 permanência ou ânimo de permanecer no local, para a exploração econômica de


atividade de prestação de serviços, exteriorizada, inclusive, através da indicação do
endereço em impressos, formulários, correspondências, "site" na internet,
propaganda ou publicidade, contratos, contas de telefone, contas de fornecimento
de energia elétrica, água ou gás, em nome do prestador, seu representante ou
preposto

Tabela 4 - Elementos considerados para configurar estabelecimento prestador

Destaque-se que a existência de apenas um dos elementos acima já é suficiente para a


caracterização de estabelecimento prestador.

Ainda no que diz respeito à caracterização de estabelecimento prestador, vejamos outros dois
dispositivos:

Art. 205, § 2º A circunstância de o serviço, por sua natureza, ser executado habitual
ou eventualmente fora do estabelecimento NÃO o descaracteriza como estabelecimento
prestador para os efeitos deste artigo.

§ 3º São, também, considerados estabelecimentos prestadores, os locais onde


forem exercidas as atividades de prestação de serviços de diversões públicas de natureza
itinerante.

Vejamos dois exemplos dos dispositivos acima:

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9) A Caça Barata, sociedade emprestária prestadora de serviços de dedetização (serviço


descrito pelo subitem 7.13 da lista de serviços), está estabelecida na região central do
Município de São Paulo.

Frise-se que, por conta da natureza de sua atividade, presta serviços em diversos municípios da
Grande São Paulo: Guarulhos, Osasco, Mauá, dentre outros.
Nesse caso, o fato de o serviço prestado pela Caça Barta ser executado habitual ou
eventualmente fora do estabelecimento não o descaracteriza como estabelecimento prestador,
sendo, nessas hipóteses, sempre devido o ISS ao Município de São Paulo, já que o subitem
7.13 observa a regra geral de tributação.

10) Em maio de 2023 foi realizado o Congresso Literário no Município de São Paulo, evento
itinerante que é realizado nas capitais do país.

Assim, para fins de recolhimento do ISS (e, também, cumprimento de obrigações acessórias),
será o local em que realizado o Congresso (atividade enquadrada no subitem 12.08 da lista de
serviços) considerado estabelecimento prestador do serviço.

Ainda sobre a matéria, vejamos um último dispositivo:

Art. 206. Cada estabelecimento do mesmo sujeito passivo é considerado autônomo


para o efeito exclusivo de manutenção de livros e documentos fiscais e para recolhimento
do imposto relativo aos serviços nele prestados, respondendo a empresa pelos débitos,
acréscimos e multas referentes a quaisquer deles.

Sendo os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo considerados autônomos, cada um


deles deverá cumprir, de forma individualizada, com as obrigações tributárias previstas na legislação
municipal.

Nesse sentido, a entrega de declarações, a emissão de documentos fiscais, a apuração do ISS,


dentre outras obrigações impostas, deverão ser realizadas individualizadamente, por cada
estabelecimento.

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Vale destacar, no entanto, que tal circunstância não descaracteriza a personalidade jurídica
única da pessoa jurídica titular dos estabelecimentos, que responderá pelos débitos de todos eles.

4. ASPECTO SUBJETIVO DE INCIDÊNCIA

O aspecto subjetivo, conforme vimos na introdução da aula, nos auxilia a responder a pergunta:
“quem deverá recolher o ISS?”.

Nesse sentido, comecemos a analisar os dispositivos do Decreto de São Paulo que preveem
os critérios indicativos das pessoas que poderão compor o polo passivo da relação jurídico-tributária.

Art. 207. Contribuinte é o prestador do serviço.

Esse dispositivo enuncia que será contribuinte do ISS o prestador do serviço, ou seja, aquele
que pratica o fato gerador do imposto.

Os próximos dispositivos que passaremos a estudar elencam algumas pessoas que serão
responsáveis pela retenção e recolhimento do ISS. Muita atenção no estudo das próximas situações,
que costumam despencar em provas.

Antes, no entanto, uma observação: o Município de São Paulo não aplica a sistemática de
substituição tributária prevista na LC 116/03. É dizer, as regras que passaremos a estudar são distintas
daquelas previstas no § 2º do art. 6º da lei complementar de normas gerais supracitada.

Com relação ao tema, não há qualquer vedação ao estabelecimento de regras específicas de


responsabilidade pelo município, já que o tema “responsabilidade tributária” não se insere no rol de
matérias reservadas às normas gerais em matéria tributária, nos termos do inciso III do art. 146 da
CF/88 (perceba que a alínea “a” do dispositivo constitucional prevê, apenas, a necessidade de
definição dos contribuintes).

Frise-se, também, que embora o dispositivo que trata das hipóteses de responsabilidade não
confira essa nomenclatura, em verdade, estudaremos situações em que será atribuída
responsabilidade ao tomador por substituição tributária. Nessas situações, conforme estudamos no
Direito Tributário, no momento em que ocorre a prestação do serviço (fato gerador do ISS), de forma
automática, há a atribuição de responsabilidade ao tomador do serviço.

Outra observação fundamental, que fará toda a diferença em sua compreensão do aspecto
subjetivo de incidência: somente há que se falar em aplicação das regras de responsabilidade caso o
ISS seja devido ao Município de São Paulo.

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Assim, a aplicação as regras que passaremos a enunciar, previstas no art. 212 do Decreto
62.137/22, depende da conjugação dos seguintes elementos:

Tomador estabelecido em São Paulo

E
ISS ser devido a São Paulo (atendimento do aspecto espacial)

Para bem compreendermos como se opera a responsabilidade, vejamos um exemplo:

11) A sociedade empresária Jota, estabelecida no Município de São Paulo, contratou por
R$ 10.000,00 serviços de vigilância, descritos pelo subitem 11.02, da Segura Ltda,
estabelecida em Campinas/SP.

Frise-se que os bens objeto do serviço estavam estabelecidos no Município de São Paulo, o que
faz com que o ISS seja devido a esse município.
Nesse caso, no ato da prestação, surge para o tomador, estabelecido em São Paulo, a
obrigatoriedade de reter o ISS, no valor de R$ 200,00 (alíquota de 2%), devendo, assim, pagar
ao prestador o valor líquido de R$ 9.800,00.

Não confunda retenção na fonte com o pagamento do ISS

Perceba que, no exemplo acima, no ato da prestação do serviço surge para


o tomador a obrigatoriedade de reter o valor do ISS, ou seja, os R$ 200,00
incidentes sobre a prestação.

Vale ressaltar, ainda, que nas situações em que o tomador deixar de cumprir com a obrigação
legal de reter o ISS, o imposto será cobrado, exclusivamente, do tomador do serviço, sendo eximida a
responsabilidade do prestador.

Imaginemos uma situação, tomando como base o exemplo anterior:

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12) Embora a legislação paulistana tenha atribuído a resonsabilidade pela retenção e


recolhimento do ISS à sociedade empresária Jota, no âmbito da prestação dos serviços
de vigilância a ela prestados, essa deixou de cumprir com sua obrigação legal.

Nessa situação, deverá o Fisco exigir os R$ 200,00 exclusivamente do tomador do serviço, em


razão de restar eximida a obrigatoriedade do prestador nas situações em que se verificar
hipóteses de responsabilidade por substituição.

Conforme veremos adiante, há uma hipótese em que o prestador poderá ser responsabilizado,
que não é a regra no âmbito da substituição tributária prevista por São Paulo.

Art. 217. Os prestadores de serviços alcançados pela retenção do imposto NÃO


estão dispensados do cumprimento das obrigações acessórias previstas na legislação
tributária, devendo manter controle em separado das operações sujeitas a esse regime, na
conformidade do regulamento.

É dizer, embora a legislação paulistana atribua, em algumas situações, a responsabilidade pela


retenção e recolhimento do ISS ao tomador, não restará o prestador desobrigado de seus deveres
instrumentais, como a emissão correta da nota fiscal, nela especificando as hipóteses legais de
atribuição do dever ao tomador.

Sendo o ISS devido ao Município de São Paulo, todos os elementos estruturantes da relação
jurídico-tributário deverão ser observados à luz do que determina a legislação paulistana. É o que
explicita o art. 212, § 3º do Decreto 62.137/22.

Art. 212, § 3º O imposto a ser retido na fonte, para recolhimento no prazo legal ou
regulamentar, deverá ser calculado mediante a aplicação da alíquota determinada no artigo
232 sobre a base de cálculo prevista na legislação vigente.

Vimos no exemplo 11, por exemplo, uma hipótese em que o prestador de serviço de vigilância
(subitem 11.02) estava estabelecido em Campinas/SP, sendo, no entanto, o ISS devido ao Município
de São Paulo, em razão de lá estarem os bens vigiados.

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Nessa situação, devemos olhar para a legislação paulistana e verificar todos os elementos nela
previstos relativos à relação jurídica instaurada: alíquota aplicável, eventuais deduções, regras de
responsabilidade, prazo para recolhimento, dentre outros elementos.

Um dispositivo interessante é o seguinte:

Art. 212, § 4º Independentemente da retenção do imposto na fonte a que se referem


o “caput” e o § 3º, fica o responsável tributário obrigado a recolher o imposto integral, multa
e demais acréscimos legais, na conformidade da legislação, EXIMIDA, neste caso, a
responsabilidade do prestador de serviços.

Imaginemos o seguinte exemplo:

13) Determinado órgão público do Município de São Paulo contratou serviços de decoração e
jardinagem, descritos pelo subitem 7.11 da lista de serviços, de prestador estabelecido no
município.

O órgão municipal, no entanto, deixou de realizar a retenção do ISS, pagando ao prestador


estabelecido no município o valor total da prestação.
Assim, não poderá o Fisco cobrar o ISS do prestador do serviço, em razão de ter sua
obrigatoriedade de recolher o imposto eximida pela regra de responsabilidade em comento.

Há alguns serviços, cujos detalhes estudaremos na próxima aula, que admitem a dedução da
base de cálculo do ISS, quais sejam:

7.02 – Execução, por administração, empreitada ou


Serviços que admitem a subempreitada, de obras de construção civil, hidráulica ou
dedução da base de elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem,
perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação,

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cálculo do ISS: terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e


(art. 212, § 5º do Decreto) montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de
serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica
sujeito ao ICMS)

7.04 – Demolição

7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios,


estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento
de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora
do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

7.15 – Escoramento, contenção de encostas e serviços


congêneres.

7.19 – Pesquisa, perfuração, cimentação, mergulho,


perfilagem, concretação, testemunhagem, pescaria,
estimulação e outros serviços relacionados com a exploração
e explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos
minerais.

Tabela 2 - Serviços que admitem a dedução da base de cálculo

Nessas situações, prevê o § 5º do art. 212:

Art. 212, § 5º Para fins de retenção do imposto incidente sobre os serviços descritos
nos subitens 7.02, 7.04, 7.05, 7.15 e 7.19 da lista do “caput” do artigo 202, o prestador de
serviços deverá informar ao tomador o valor das deduções da base de cálculo do imposto,
na conformidade da legislação, para fins de apuração da receita tributável, consoante
dispuser o regulamento.

Ou seja, sempre que a legislação paulistana autorizar a dedução da base de cálculo do ISS e
houver a aplicação de qualquer regra de responsabilidade, para que o tomador realize a retenção sobre
o valor líquido, descontadas as deduções legais, deverá o prestador informar no documento fiscal as
parcelas dedutíveis. Vejamos:

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14) A sociedade empresária Construcão, estabelecida em Campinas/SP, prestou serviços de


construção civil (descritos pelo subitem 7.02) para a sociedade empresária Delta,
estabelecida em São Paulo/SP, sendo a obra executada no Município de São Paulo. O
preço cobrado pelo serviço prestado foi de R$ 100.000,00.

Destaque-se que o documento fiscal, emitido pela Construcão, indicava a incorporação de


R$ 50.000,00 de materiais à obra, expressando como base tributável o montante de
R$ 50.000,00.

Nessa situação, deverá o ISS ser retido pela Delta considerando a base de cálculo de R$
50.000,00.

Observação: caso as informações NÃO sejam fornecidas pelo prestador de serviços, o ISS
incidirá sobre o preço do serviço. Ou seja, se o prestador não informar no documento fiscal as
deduções aplicáveis, deverá o tomador realizar a retenção sobre o valor “cheio” (no caso do nosso
exemplo, R$ 100.000,00).

No entanto, conforme dissemos anteriormente, há uma situação prevista na legislação


paulistana em que, ainda que aplicável hipótese de responsabilidade, poderá o ISS ser exigido do
prestador do serviço. Vejamos:

Art. 212, § 6º Quando as informações a que se refere o § 5º forem prestadas em


desacordo com a legislação municipal, NÃO será eximida a responsabilidade do prestador
de serviços pelo pagamento do imposto apurado sobre o valor das deduções indevidas.

Imaginemos a seguinte situação, tomando como parâmetro o exemplo anterior:

15) Embora a Construcão tenha indicado no documento fiscal o fornecimento de


R$ 50.000,00 em materiais, no curso de procedimento fiscal constatou-se que houve a
incorporação efetiva de apenas R$ 20.000,00.

Assim, a base sobre a qual deveria ter sido retido e recolhido o ISS seria R$ 80.000,00, e não os
R$ 50.000,00 utilizados pela Delta.

Logo, poderá o Fisco exigir o ISS relativo à diferença do próprio prestador, tendo em vista a
emissão do documento fiscal em desacordo com a legislação municipal, isto é, apresentando
como dedução parcelas não dedutíveis.

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Antes de passarmos as regras de responsabilidade, vejamos um último dispositivo:

Art. 212, § 8º Os responsáveis de que trata este artigo NÃO poderão utilizar qualquer
tipo de incentivo fiscal previsto na legislação municipal para recolhimento do Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza – ISS relativo aos serviços tomados ou intermediados.

Eventuais incentivos fiscais, regra geral, são concedidos no âmbito dos serviços próprios, e não
dos serviços tomados. Logo, se determinado tomador de serviço, eleito responsável legal pela
retenção e recolhimento do ISS, for beneficiário de incentivo fiscal, tal circunstância não afasta seu
dever de cumprir com a obrigação legal.

Isto posto, passemos às regras de responsabilidade propriamente ditas:

Art. 212. São responsáveis pelo pagamento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza – ISS, desde que estabelecidos no Município de São Paulo, devendo reter na
fonte o seu valor:

Fiquem muito atentos às hipóteses que passaremos a relacionar a partir de agora, pois cada
uma delas apresenta peculiaridades extretamente importantes para fins de prova.

I. os tomadores ou intermediários de serviços provenientes do exterior do País ou cuja


prestação se tenha iniciado no exterior do País

Na importação de serviços, diferentemente da exportação de serviços (cuja incidência


dependerá do local em que se materializar o resultado), sempre haverá a incidência do ISS. Cabe
ressaltar que a hipótese de responsabilidade em comento aplica-se tanto às pessoas jurídicas quanto
às pessoas físicas.

Nessa situação, em razão de não ser possível cobrar o imposto do prestador, localizado fora do
país, atribui a legislação a obrigatoriedade de recolher o ISS ao tomador ou intermediário, sempre que
estiver estabelecido ou domiciliado em São Paulo.

Importou Pagou ISS

Agora, passemos a analisar algumas situações cuja responsabilidade dependerá do


cumprimento de algumas condições.

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Vamos lá:

II. as pessoas jurídicas, ainda que imunes ou isentas, e os condomínios edilícios


residenciais ou comerciais, quando tomarem ou intermediarem os serviços:

Perceba, assim, que as regras de responsabilidade que vamos analisar aplicam-se,


exclusivamente, às pessoas jurídicas e aos condomínios edilícios, não cabendo se falar em
obrigatoriedade de retenção e recolhimento do ISS às pessoas naturais tomadoras dos serviços
abaixo relacionados.

Vamos lá:

3.04 – Cessão de andaimes, palcos, coberturas e


outras estruturas de uso temporário
7.09 – Varrição, coleta, remoção, incineração,
tratamento, reciclagem, separação e destinação
final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer
7.10 – Limpeza, manutenção e conservação de
vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés,
a) descritos nos seguintes subitens,
piscinas, parques, jardins e congêneres
a eles prestados DENTRO do
7.12 – Controle e tratamento de efluentes de
território do Município de São
qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e
Paulo, EXCETO na hipótese dos
biológicos
serviços do subitem 11.05:
7.14 – Florestamento, reflorestamento,
semeadura, adubação e congêneres
11.02 – Vigilância, segurança ou monitoramento
de bens e pessoas
17.05 – Fornecimento de mão-de-obra, mesmo
em caráter temporário, inclusive de empregados
ou trabalhadores, avulsos ou temporários,
contratados pelo prestador de serviço

Algumas informações importantíssimas sobre as hipóteses de responsabilidade acima:

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Hipóteses da alínea “a”:

As hipóteses de responsabilidade somente se materializarão caso haja a


prestação dos serviços relacionados acima, o tomador seja estabelecido em São
Paulo E os serviços sejam prestados DENTRO do Município de São Paulo.

O prestador poderá estar estabelecido em São Paulo OU em outro


município.

A exceção (relativa ao subitem 11.05) é apenas reprodução da LC 116/03,


não fazendo o menor sentido do ponto de vista prático (já que, nesse caso, o ISS observa a regra
geral).

Percebam que todos os serviços relacionados na tabela acima se constituem como exceções
à regra geral de tributação, de maneira que, efetivamente, só é possível se falar em aplicação da
responsabilidade caso o serviço seja prestado em São Paulo (já que, do contrário – serviço prestado
FORA – o ISS sequer seria devido ao município).

Vejamos dois exemplos:

16) A sociedade empresária Needs, estabelecida em Osasco/SP, prestou serviços de limpeza


(descrito pelo subitem 7.10) para a Klaus Ltda, estabelecida em São Paulo.

Sendo a execução do serviço realizada em São Paulo, deverá a Klaus promover a retenção e
recolhimento do ISS ao Município de São Paulo.

Observação: perceba que há o atendimento de todos os requisitos para que nasça a


responsabilidade, ou seja, serviço relacionado na lista, prestado DENTRO no Município de São
Paulo a tomador estabelecido no município.

17) Em março de 2023, a sociedade empresária Gama, estabelecida em Guarulhos/SP,


prestou serviços de cessão de palcos (descrito pelo subitem 3.04) para a Delta,
estabelecida em São Paulo.

Embora a contratante esteja estabelecida em São Paulo, o serviço foi prestado em Mauá/SP, em

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uma das filiais da Delta.

Nesse caso, não há que se falar em aplicação da regra de responsabilidade, já que o ISS é devido
ao Município de Mauá/SP.

18) O Condomínio Selva de Pedra, localizado em Moema, contratou serviço de fornecimento


de mão-de-obra (descrito pelo subitem 17.05) da Recruta Ltda, estabelecida em
Campinas/SP.

Tendo em vista o serviço ter sido prestado no Condomínio Selva de Pedra, será o ISS devido ao
Município de São Paulo, devendo o tomador promover a retenção e recolhimento do imposto.

Perfeito?

7.02 – Execução de obras de construção civil


7.04 – Demolição
7.05 – Reforma
b) descritos nos seguintes subitens, 7.11 – Decoração e jardinagem, inclusive corte e
a eles prestados DENTRO do poda de árvores
território do Município de São 7.15 – Escoramento, contenção de encostas e
Paulo por prestadores de serviços congêneres
serviços estabelecidos FORA do 7.17 – Acompanhamento e fiscalização de obras
Município de São Paulo: 16.01 e 16.02 – Serviços de transporte de
natureza municipal
17.09 – Planejamento, organização e
administração de feiras, exposições, congressos e
congêneres

Hipóteses da alínea “b”:

As hipóteses de responsabilidade somente se materializarão caso haja a


prestação dos serviços relacionados acima, o tomador seja estabelecido em São
Paulo E os serviços sejam prestados DENTRO do Município de São Paulo.

O prestador DEVERÁ estar estabelecido FORA do Município de São Paulo.

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Ou seja, nas situações relacionadas acima, somente a obrigatoriedade de retenção do tomador


caso o prestador esteja estabelecido FORA de São Paulo e o serviço seja prestado DENTRO do
Município de São Paulo (já que todos os serviços relacionados são exceções à regra geral de
tributação).

Vejamos alguns exemplos:

19) A Capa Ltda, estabelecida em São Paulo, contratou a Construcão Ltda, também
estabelecida no Município, para realizar a ampliação de sua sede administrativo, sendo o
seviço contratado descrito pelo subitem 7.02 da lista de serviços.

Sendo a obra executada em São Paulo, o ISS será devido a esse município, cabendo o
recolhimento ao prestador do serviço.

Observação: perceba que na situação acima não se aplica a regra de responsabilidade, já que
é condição à retenção o fato de estar o prestador estabelecido FORA do Município de São Paulo.

20) O Condomínio Plácido, localizado na região central de São Paulo, contratou serviço de
decoração e jardinagem (descrito pelo subitem 7.11) da Grama Ltda, estabelecida em
Campinas/SP.

O serviço foi prestado no Condomínio Plácido, nascendo, portanto, a obrigatoriedade de


promover a retenção e recolhimento do ISS ao Município de São Paulo.

Observação: estando o prestador estabelecido FORA do município e o ISS sendo devido a São
Paulo, nasce a responsabilidade do tomador.

Frise-se que há algumas hipóteses que se constituem como exceção à regra geral de tributação
e que não ensejam a aplicação das regras de responsabilidade tributátia.

Vejamos:

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Exceções à regra geral que não ensejam responsabilidade:

7.16 – Limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos, lagoas,


represas, açudes e congêneres.

11.04 – Armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda de


bens de qualquer espécie.

12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres.

20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários e


metroviários.

Há, ainda, mais uma hipótese de responsabilidade prevista no inciso II do art. 212, que, na
prática, não é aplicável (mas pode ser cobrada em prova):

1.01 a 1.08 – Serviços de informática


14.05 - Restauração, recondicionamento,
acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia,
c) descritos nos seguintes subitens, anodização, corte, recorte, polimento,
a elas prestados DENTRO do plastificação e congêneres, de objetos quaisquer
território do Município de São 17.01 – Assessoria ou consultoria de qualquer
Paulo por prestadores de natureza, não contida em outros itens desta lista;
serviços estabelecidos no análise, exame, pesquisa, coleta, compilação e
Município de São Paulo, fornecimento de dados e informações de qualquer
conforme cronograma a ser natureza, inclusive cadastro e similares
estabelecido pela Secretaria 17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive
Municipal de Finanças e promoção de vendas, planejamento de
Desenvolvimento Econômico: campanhas ou sistemas de publicidade,
elaboração de desenhos, textos e demais
materiais publicitários
17.15 – Auditoria
17.19 – Consultoria e assessoria econômica ou
financeira

Efetivamente, não há a aplicação prática dos dispositivos acima tendo em vista que o
cronograma jamais foi editado.

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Ademais, perceba que todos os serviços acima descritos observam a regra geral de tributação,
de modo que somente seria aplicável a responsabilidade caso o serviço tivesse sido prestado por
prestador estabelecido no Município de São Paulo.

O § 9º do art. 212, delega ao regulamento a possibilidade de ampliar o rol de serviços previstos


acima, o que, a rigor, fere o princípio da legalidade tributária, já que a matéria está reservada à lei em
caráter formal.

Vejamos mais algumas hipóteses de responsabilidade:

III. os órgãos da administração pública direta da União, dos Estados e do Município de


São Paulo, bem como suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, pelos Estados ou pelo Município, quando tomarem ou intermediarem os
serviços de:

Veja que as situações que serão elencadas abaixo somente geram responsabilidade caso o
tomador seja uma das pessoas listadas acima (órgãos da administração pública direta da União, dos
Estados e do Município de São Paulo, bem como suas autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista):

a) limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías,


lagos, lagoas, represas, açudes e congêneres, a eles
prestados dentro do território do Município de São
Os órgãos da Adm. Pública Direta Paulo
da União, Estados, Município de São b) coleta, remessa ou entrega de
Paulo, bem como suas autarquias, correspondências, documentos, objetos, bens ou
fundações, empresas públicas, valores, a eles prestados por prestadores de
sociedades de economia mista e serviços estabelecidos no Município de São Paulo
demais entidades controladas direta c) decoração e jardinagem, inclusive corte e poda
ou indiretamente pela União, pelos de árvores, a eles prestados dentro do território do
Estados ou pelo Município, serão Município de São Paulo por prestadores de
responsáveis quando tomarem ou serviços estabelecidos dentro do Município de
intermediarem os seguintes São Paulo
serviços: d) transporte de natureza municipal, a eles
prestados dentro do território do Município de São
Paulo por prestadores de serviços estabelecidos
dentro do Município de São Paulo

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Devemos ter extrema atenção aos itens “c” e “d” do dispositivo acima, cuja interpretação deverá
ser realizada de forma conjunta com o seguinte dispositivo:

Art. 212, § 2º O disposto no inciso II também se aplica aos órgãos da administração


pública direta da União, dos Estados e do Município de São Paulo, bem como suas
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
concessionárias e permissionárias de serviços públicos e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, pelos Estados ou pelo Município de São Paulo.

Ou seja, perceba que os serviços de decoração e jardinagem e de transporte de natureza


municipal (descritos, respectivamente, pelos subitens 11.02, 16.01 e 16.02) estão também previstos
nas alíneas “a” e “b” do inciso II do art. 212, que possibilitam a atribuição de responsabilidade caso o
prestador esteja, também, estabelecido FORA do Município de São Paulo.

Nesse sentido, realizando uma interpretação harmônica dos dispositivos, devemos afirmar o
seguinte:

 Serviços de decoração e jardinagem E transporte municipal: caso o tomador seja um


órgão público da União, dos Estados e do Município de São Paulo, bem como suas
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, ensejará a
responsabilidade caso o prestador esteja DENTRO ou FORA do Município de São Paulo.

 O serviço deve ser executado DENTRO do Município de São Paulo.

Com relação aos outros dois serviço, devemos também ficar atentos a alguns detalhes.

No que diz respeito aos serviços de limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos,
lagoas, represas, açudes e congêneres, descritos pelo subitem 7.16, perceba que somente haverá
atribuição de responsabilidade caso o serviço seja prestado dentro do território do Município de São
Paulo para um órgão público da União, dos Estados e do Município de São Paulo, bem como suas
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista.

Sendo o serviço prestado a uma pessoa jurídica ou condomínio edilício, não há que se falar em
aplicação das regras de responsabilidade. Perfeito?

Já no que diz respeito aos serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências,


documentos, objetos, bens ou valores, que ensejaram responsabilidade quando o tomador for uma
das pessoas acima listadas e o serviço for prestado por prestador estabelecido no Município de São
Paulo, há que se destacar que tal regra se impõe pois a atividade em comento observa a regra geral
de tributação.

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Assim, imagine-se o seguinte exemplo:

21) A sociedade empresária Rapi10, prestadora de serviços de coleta, remessa e entrega de


correspondências (serviço descrito pelo subitem 26.01) estabelecida em Campinas/SP,
prestou serviços, em maio de 2023, para a Secretaria de Transportes do Município de São
Paulo/SP.

Nesse caso, não será aplicada a regra de responsabilidade, que somente se materializa caso o
prestador esteja estabelecido em São Paulo.

Observação: perceba que o serviço descrito pelo subitem 26.01 observa a regra geral de
tributação, somente se aplicando a regra de responsabilidade caso o prestador esteja
estabelecido em São Paulo (o que faz com que o ISS seja devido ao Município).

Agora, vejamos algumas hipóteses de responsabilidade em razão da natureza do tomador do


serviço. Conforme será apresentado, vocês vão perceber que se tratam de grandes corporações,
visando tal regra de substituição racionalizar a atividade de fiscalização, que se concentra em poucos
tomadores, cuja capacidade contributiva é elevada.

Natureza do Prestador Serviços que ensejam responsabilidade:

26.01 – Coleta, remessa ou entrega de correspondências,


1. Instituição financeira: documentos, objetos, bens ou valores, a elas prestados por
estabelecimento localizado no Município de São Paulo

10.01 – Comissões pagas a seus agentes, corretores ou


intermediários estabelecidos no Município de São Paulo, pelos
agenciamentos, corretagens ou intermediações de seguro
2. Sociedades seguradoras:
14.01 – Conserto e restauração de bens sinistrados por elas
segurados, realizados por prestadores de serviços
estabelecidos no Município de São Paulo

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18.01 – Regulação de sinistros vinculados a contratos de


seguros, de inspeção e avaliação de riscos para cobertura de
contratos de seguros e de prevenção e gerência de riscos
seguráveis, realizados por prestadores de serviços
estabelecidos no Município de São Paulo

10.02 – Comissões pagas a seus agentes, corretores ou


intermediários estabelecidos no Município de São Paulo, pelos
3. Sociedades de capitalização: agenciamentos, corretagens ou intermediações de planos e
títulos de capitalização.

17.21 – Cobrança, recebimento ou


pagamento em geral, de títulos
quaisquer, de contas ou carnês, de
tributos e por conta de terceiros,
Comissões pagas à inclusive os serviços correlatos à
Rede de Casas cobrança, recebimento ou
4. Caixa Econômica Federal e Banco Lotéricas e de Venda de pagamento
Nossa Caixa: Bilhetes estabelecidas
no Município de São 19.01 – Distribuição e venda de
Paulo: bilhetes e demais produtos de
loteria, bingos, cartões, pules ou
cupons de apostas, sorteios,
prêmios, inclusive os decorrentes de
títulos de capitalização e congêneres

20.02 – Serviços aeroportuários, utilização de aeroporto,


movimentação de passageiros, armazenagem de qualquer
natureza, capatazia, movimentação de aeronaves, serviços de
5. Empresas de aviação: apoio aeroportuários, serviços acessórios, movimentação de
mercadorias, logística e congêneres, a elas prestados dentro do
território do Município de São Paulo

4 – Serviços de hospitais, clínicas, laboratórios de análises, de


patologia, de eletricidade médica, ambulatórios, pronto-
socorros, casas de saúde e de recuperação, bancos de sangue,
6. Empresas de planos de saúde ou
de pele, de olhos, de sêmen e congêneres, a elas prestados por
de assistência médica, de seguros
prestadores de serviços estabelecidos no Município de São
através de planos de medicina de
Paulo
grupos ou convênios:

10.01 – Comissões pagas a seus agentes, corretores ou


intermediários estabelecidos no Município de São Paulo, pelos

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agenciamentos, corretagens ou intermediações de planos,


seguros ou convênios

7. Empresas administradoras de 26.01 – Coleta, remessa ou entrega de correspondências,


aeroportos e de terminais documentos, objetos, bens ou valores, a elas prestados por
rodoviários: estabelecimento localizado no Município de São Paulo

14.10 – Tinturaria e lavanderia, a eles prestados por


estabelecimento localizado no Município de São Paulo

8. Hospitais e prontos-socorros: 26.01 – Coleta, remessa ou entrega de correspondências,


documentos, objetos, bens ou valores, a eles prestados por
estabelecimento localizado no Município de São Paulo

9. Empresa Brasileira de Correios e 10.05 – Comissões pagas às agências franqueadas


Telégrafos: estabelecidas no Município de São Paulo

10. Hotéis e mótis, quando tomarem


ou intermediarem os serviços de
tinturaria e lavanderia, a eles 14.10 – Tinturaria e lavanderia
prestados por prestadores
estabelecidos no Município de São
Paulo:

Observação: as regras previstas na tabela acima não afastam a aplicação das demais
hipóteses previstas no inciso II do art. 212 do Decreto 62.137/22.

Vejamos alguns exemplos das situações acima descritas, combinadas com aquelas já vistas
anteriormente:

22) O Banco Morgan Freeman, estabelecido em São Paulo, contratou empresa de remessa e
coleta de correspondências (descrito pelo subitem 26.01) de empresa estabelecida em
Niterói.

Nesse caso, não será aplicada a regra de responsabilidade, que somente se materializa caso o
prestador esteja estabelecido em São Paulo.

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Observação: perceba que o serviço descrito pelo subitem 26.01 observa a regra geral de
tributação, somente se aplicando a regra de responsabilidade caso o prestador esteja
estabelecido em São Paulo (o que faz com que o ISS seja devido ao Município).

23) José sofreu um acidente e acionou a sua seguradora, a Porto Inseguro, estabelecida em
São Paulo.

Sendo autorizada o conserto de seu veículo pela Porto Inseguro, realizado em oficina mecânica
estabelecida em Osasco/SP, não será aplicada a regra de responsabilidade do tomador, tendo
em vista não ser o ISS devido ao Município de São Paulo.

Observação: aplicamos, nesse ponto, a mesma lógica do exemplo acima, de modo que a
responsabilidade somente se materializa caso o prestador esteja no Município de São Paulo,
sendo o imposto devido, portanto, ao município.

24) A Roxo Linhas Aéreas, estabelecida no Município de São Paulo, contratou serviços
aeroportuários (descritos pelo subitem 20.02), realizados no Aeroporto de Congonhas em
São Paulo.

Nesse caso, sendo o serviço prestado dentro do Município de São Paulo, caberá à Roxo realizar
a retenção e recolhimento do ISS ao município.

Observação: perceba que os serviços aeroportuários, descritos pelo subitem 20.02, somente
ensejarão responsabilidade caso o tomador seja uma empresa de aviação.

25) Em março de 2023 o Plano de Saúde Plurimed, estabelecido em São Paulo, realizou o
repasse ao Hospital Santa Cruz, também estabelecido em São Paulo, de R$ 100.000,00,
relativos aos serviços prestados pelo hospital aos usuários do plano.

Assim, no ato do repasse, deverá realizar a retenção do ISS incidente sobre os serviços prestados
pelo hospital participante de sua rede credenciada.

26) A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) realizou, em março de 2023, o


pagamento de comissões a uma de suas agências franqueadas no Município de São
Paulo, em razão de serviços por ela prestados, descritos pelo subitem 10.05 da lista de

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serviços.

Nesse caso, estando a agência franqueada em São Paulo, deverá a ECT, no ato do pagamento,
promover a retenção do valor relativo ao ISS devido pela agência franqueada.

27) O Hotel Só Amor, estabelecido em São Paulo, contratou serviços de lavanderia (descritos
pelo subitem 14.10) da sociedade Lavou Tá Novo, estabelecida em Guarulhos/SP.

Assim, não há que se falar em aplicação de qualquer regra de responsabilidade tributária, em


razão de ser o ISS devido, no que diz respeito ao serviço de lavanderia, ao Município de
Guarulhos, local do estabelecimento prestador.

Perceba, assim, a importância de se conhecer, de forma adicional, o aspecto espacial de


incidência do ISS, tendo em vista que as regras de responsabilidade acima estudadas somente se
aplicarão quando o imposto for devido ao Município de São Paulo.

Sigamos no estudo do Decreto paulistana!

Art. 213. O prestador de serviços que emitir nota fiscal ou outro documento fiscal
equivalente autorizado por outro município ou pelo Distrito Federal, para tomador
estabelecido no Município de São Paulo, PODERÁ proceder à sua inscrição em cadastro
da Secretaria Municipal da Fazenda, conforme dispuser o regulamento.

Até há pouco, havia no âmbito do Município de São Paulo o “CEPOM”, Cadastro de


Prestadores de Serviços de outros Municípios, que tinha como objetivo evitar a nociva prática de
simulação de estabelecimentos.

Assim, estabelecia o CEPOM que sempre que um prestador de fora do Município de São Paulo
prestava serviço a um tomador estabelecido no município (notadamente nos casos em que a
prestação envolvia serviço que observava a regra geral de incidência), deveria o prestador fazer a sua
inscrição no CEPOM, sob pena de ter o ISS retido na fonte.

No entanto, tal sistemática foi declarada inconstitucional pelo STF no bojo do RE 1167509/SP,
cuja tese restou assim fixada:

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É incompatível com a Constituição Federal


disposição normativa a prever a obrigatoriedade
de cadastro, em órgão da Administração
municipal, de prestador de serviços não
estabelecido no território do Município e
imposição ao tomador da retenção do Imposto
Sobre Serviços – ISS quando descumprida a
obrigação acessória.

(STF, RE 1167509/SP, repercussão geral, 2021)

Nesse sentido, perceba que, atualmente, o cadastro no CEPOM é facultativo, não ensejando a
obrigatoriedade de retenção pelo tomador caso inexistente a inscrição ou essa seja indeferida.

No entanto, ainda prevê o Decreto 62.137/22:

Art. 213, Parágrafo único. A Secretaria Municipal da Fazenda poderá permitir que os
tomadores de serviços procedam à inscrição dos prestadores de serviços referidos no
“caput”.

Art. 214. A inscrição no cadastro de que trata o artigo anterior NÃO será objeto de
qualquer ônus, especialmente taxas e preços públicos.

§ 1º O indeferimento do pedido de inscrição, qualquer que seja o seu fundamento,


poderá ser objeto de recurso, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da data de
publicação.

§ 2º Considerar-se-á liminarmente inscrito no cadastro o sujeito passivo, quando,


passados 30 (trinta) dias desde a data em que for requerida a inscrição, NÃO houver
decisão definitiva a respeito da matéria.

Esse dispositivo pode cair em prova, embora, na prática, o efeito do indeferimento ou inscrição
do CEPOM seja nulo, já que não gera para o tomador a obrigatoriedade de se promover a retenção do
ISS, em linha com o entendimento fixado pelo STF em sede de repercussão geral.

Agora, vejamos algumas situações importantíssimas, em que, ainda que existente alguma
regra de responsabilidade do tomador, essa será afastada em razão da característica do prestador do
serviço. Vejamos:

Art. 215. Sem prejuízo do disposto no artigo 210 os responsáveis tributários ficam
desobrigados da retenção e do pagamento do imposto, em relação aos serviços tomados
ou intermediados, quando o prestador de serviços:

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1. for profissional autônomo estabelecido no Município de São Paulo

2. for sociedade de profissionais constituída constituídas sob o manto


Ficam os da legislação paulistana
responsáveis
3. gozar de isenção, desde que estabelecido no Município de São
desobrigados de reter
Paulo
o ISS quando o
prestador: 4. gozar de imunidade
(art. 215 do Decreto
62.137/22) 5. for Microempreendedor Individual (MEI), optante pelo Sistema de
Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos abrangidos
pelo Simples Nacional (SIMEI)

 Perceba que o afastamento da responsabilidade, no caso dos itens 1 a 3, somente


se aplicará caso os prestadores estejam estabelecidos no Município de São Paulo.

 Para que se materialize a não obrigatoriedade de retenção, o responsável tributário


deverá exigir que o prestador de serviços comprove seu enquadramento em uma das
condições previstas nos itens acima.

Nesse sentido, eventual prestador, estabelecido no Município de São Paulo, que alegue ser
isento de ISS, deverá apresentar comprovante, reconhecido pelo Fisco, de seu benefício, sob pena de
ser o tomador obrigado a reter o imposto.

Ademais, vejamos uma regra que vai em linha do que dissemos anteriormente:

Art. 215, § 2º O prestador de serviços responde pelo recolhimento do imposto


integral, multa e demais acréscimos legais, na conformidade da legislação, no período
compreendido entre a data em que deixar de se enquadrar em qualquer das condições
previstas nos incisos II a V do “caput” deste artigo e a data da notificação do
desenquadramento, ou quando a comprovação a que se refere o § 1º for prestada em
desacordo com a legislação municipal.

Vimos que, como regra, as hipóteses em que aplicáveis as regras de responsabilidade eximem
o prestador da obrigatoriedade de recolher o ISS (ainda que o tomador não cumpra com seu dever
legal).

Dissemos, também, que há uma situação em que tal regra é afastada: nas situações em que o
prestador emitir documento fiscal em desacordo com a legislação (como no caso apresentado, em
que apontada dedução irregular).

A lógica aqui é semelhante. Vejamos o seguinte exemplo:

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28) O Condomínio Mauá, localizado na região central de São Paulo, contratou empresa
também estabelecida no município, prestadora de serviços de remoção, incineração,
tratamento, reciclagem, separação e destinação final de lixo (descritos pelo subitem 7.09).

O serviço já vinha sendo prestado habitual e mensalmente ao condomínio, desde janeiro de 2021,
momento em que o prestador apresentou comprovante de isenção, reconhecido pelo Município
de São Paulo, hipótese que afastou a obrigatoriedade de retenção pelo tomador.

No entanto, em janeiro de 2022, houve o cancelamento da isenção, em razão do


descumprimento de alguns requisitos pelo prestador. Frise-se que, inobstante o cancelamento
do benefício, o prestador somente informou ao tomador, que continuava não retendo o ISS, que
o benefício havia sido cancelado em maio de 2023.

Nesse caso, da data do cancelamento do benefício (janeiro de 2022) até o momento em que o
tomador foi comunicado (maio de 2023), poderá ser o prestador obrigado ao recolhimento do
ISS.

Compreendido?

Art. 208. Por ocasião da prestação de cada serviço deverá ser emitida Nota Fiscal
de Serviços Eletrônica, Cupom Fiscal Eletrônico, Cupom de Estacionamento ou outro
documento exigido pela Administração, cuja utilização esteja prevista em regulamento ou
autorizada por regime especial.

Na prática, atualmente, há apenas a utilização da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e),


que deverá ser emitida no ato da prestação (e não no momento do pagamento, como feito por alguns
prestadores).

Ainda veremos outro documento que poderá ser emitido para posterior conversão em NFS-e:
o RPS.

Ademais, vejamos outro documento que também funciona como documento fiscal no
Município de São Paulo:

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Art. 209. Os bilhetes, ingressos ou entradas utilizados pelos contribuintes do


imposto para permitir o acesso do público ao local do evento, inclusive os gratuitos, de
emissão obrigatória pelos prestadores de serviços de diversões públicas, são considerados
documentos fiscais para os efeitos da legislação tributária do Município, e somente
poderão ser comercializados ou distribuídos se autorizados previamente pela Secretaria
Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, conforme dispuser o regulamento.

Assim, o organizador do evento deverá ingressar com pedido de autorização prévia para
comercializar os ingressos, sob pena destes não possuírem valor de documento fiscal, conforme
apresenta o parágrafo primeiro do mesmo dispositivo:

Art. 210, Parágrafo único. A comercialização ou distribuição de bilhetes, ingressos


ou entradas, sem a prévia autorização, equivale à não emissão de documentos fiscais,
sujeitando o infrator às disposições sobre infrações e penalidades previstas na legislação
tributária do Município.

Nessa situação, destaque-se, poderá o prestador, inclusive, ser autuado pelo não cumprimento
de obrigação acessória, relativamente à prestação de serviços desacobertados do competente
documento fiscal.

Cabe ressaltar que o afastamento da responsabilidade, conforme expõe o art. 215, também
deverá atender os seguintes requisitos:

Art. 210. O tomador do serviço deverá exigir Nota Fiscal de Serviços Eletrônica,
Cupom Fiscal Eletrônico ou outro documento exigido pela Administração, cuja utilização
esteja prevista em regulamento ou autorizada por regime especial.

§ 1º O tomador do serviço é responsável pelo Imposto Sobre Serviços de Qualquer


Natureza – ISS e deve reter e recolher o seu montante quando o prestador:

01 obrigado à emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica, Cupom Fiscal


Eletrônico ou outro documento exigido pela Administração, não o fizer

02 desobrigado da emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica, Cupom Fiscal


Eletrônico ou outro documento exigido pela Administração, não fornecer
recibo de que conste, no mínimo, o nome do contribuinte, o número de sua
inscrição no Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM), seu endereço, a
descrição do serviço prestado, o nome e número de inscrição no Cadastro de
Pessoa Física (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do
tomador e o valor do serviço

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Vejamos o seguinte exemplo:

29) O Supermercado Pague Mais, estabelecido em São Paulo, contratou serviços de Paulo,
advogado autônomo estabelecido em São Paulo.

Embora inscrito no CCM, Paulo deixou de apresentar o RPA para acobertar sua prestação.

Nessa situação, deverá o Supermercado Pague Mais efetuar a retenção e recolhimento do ISS,
aplicando-se sobre o preço do serviço prestado a alíquota relativa à prestação de serviços
advocatícios.

Observação: destaque-se que o responsável, ao efetuar a retenção do imposto, deverá


fornecer comprovante ao prestador do serviço.

Passemos a analisar, por fim, hipóteses de responsabilidade solidária, ou seja, em que o Fisco
poderá exigir o imposto tanto do prestador quanto do tomador dos serviços, sem benefício de ordem:

É responsável solidário pelo pagamento do ISS:

01 o detentor da propriedade, 7.02: Serviços de execução de obras de construção


domínio útil ou posse do civil
bem imóvel onde se
realizou a obra, em relação 7.04: Demolição
aos serviços constantes
dos seguintes subitens,
quando os serviços forem 7.05: Serviços de reforma
prestados SEM a
documentação fiscal
7.15: Escoramento, contenção de encostas e
correspondente ou SEM a
serviços congêneres
prova do pagamento do
imposto pelo prestador

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02 a empresa administradora de sorteios na modalidade bingo, quando contratada


para executar as atividades correspondentes aos sorteios e exploração da casa
de bingo

03 o detentor da propriedade, domínio útil ou posse do bem imóvel onde se realizou


o evento de diversão pública, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos
serviços descritos nos subitens do item 12, EXCETO o 12.13 da lista de serviços,
quando os serviços forem executados por prestador de serviço estabelecido
FORA do Município de São Paulo

12.13 – Produção, mediante ou sem encomenda prévia, de eventos, espetáculos,


entrevistas, shows, ballet, danças, desfiles, bailes, teatros, óperas, concertos,
recitais, festivais e congêneres

Imaginemos dois exemplos:

30) José, proprietário de um imóvel urbano em São Paulo, contratou a constutora Só Negação
para realizar a ampliação de sua casa, sendo o serviço prestado descrito pelo subitem
7.02.

Embora concluída a prestação do serviço, ao verificar a conclusão da obra, o Fisco percebeu que
não havia sido emitido nenhum documento fiscal para acobertar a prestação dos serviços da Só
Negação.

Nessa situação, ficará José, proprietário do imóvel, responsável pelo ISS devido, que será
apurado por intermédio de Pauta Fiscal.

31) Marcos é proprietário de uma cada de eventos no Município de São Paulo, sendo lá
realizado, em maio de 2023, o show da banda Calcinha Preta, organizado pela própria
banda.

Em regular processo de fiscalização, a autoridade fiscal do Município de São Paulo verificou que
não houve a autorização e, tampouco, o recolhimento do ISS relativo ao serviço realizado

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prestado pela banda, descrito pelo subitem 12.07 da lista de serviços.

Assim, poderá o Fisco exigir o ISS devido em razão da prestação dos serviços de diversões
públicas da casa de eventos, de propriedade de Marcos.

Por derradeiro, vejamos o seguinte dispositivo:

Art. 216. A legitimidade para requerer a restituição do indébito, na hipótese de


retenção indevida ou maior que a devida de imposto na fonte recolhido à Fazenda
Municipal, pertence ao responsável tributário.

Nesse caso, em linha com o que prevê o art. 166 do CTN, deverá se comprovar que houve a
transferência do encargo econômico financeiro. Pefeito?

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