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Semana do Edital | 40º Exame de Ordem

Direito Tributário na OAB

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Queridos alunos,

Cada material da Semana do Edital foi preparado com


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Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

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1ª FASE OAB | 40° EXAME

Direito Tributário

Sumário

1. Aula dia 06/01/2024 – Princípios .........................................................................5


1.1. Princípio da legalidade................................................................................5
1.2. Princípio do não confisco ............................................................................5
1.3. Princípio da irretroatividade ........................................................................5
1.4. Princípio da anterioridade ...........................................................................6
2. Aula dia 09/01/2024 – Treino de questões ..........................................................8

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1. Aula dia 06/01/2024 – Princípios

1.1. Princípio da legalidade


A criação, majoração, redução ou extinção de tributo deverá ser feita através de lei.
Mitigações/exceções:

Alterar alíquotas II, IE, IPI, IOF


Poder Executivo:
decreto ou portaria
Atualizar base de
Qualquer tributo
cálculo

STF: alterar prazo de pagamento também poderá ser feito por ato do poder executivo.

1.2. Princípio do não confisco


O valor cobrado de tributo não pode ter significativa quantia que impeça a propriedade.
Exemplo: o valor do IPVA ser maior que o do veículo.
Segundo decisões do Supremo: o princípio do não confisco também será estendido
para as multas tributárias.

1.3. Princípio da irretroatividade


A norma tributária não poderá retroagir, ou seja, não poderá atingir fatos geradores que
ocorreram antes de sua vigência. Sendo assim, aplica-se a lei vigente, alíquota e base de cálculo
que estiverem em vigor quando da ocorrência do fato gerador.
Logo, conclui-se: a norma tributária, via de regra, não poderá retroagir justamente para
preservar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a proporcionar para todos uma segurança
jurídica.
Entretanto, o CTN leciona algumas exceções à irretroatividade:

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


II - Tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;

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b) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo
da suaprática.

A norma nova que venha deixar de tratar ato como infração (extinguir multa) ou reduzir
a infração (reduzir o percentual da multa), poderá retroagir para fatos geradores já ocorridos,
desdeque não exista coisa julgada.
Vale ressaltar: trata-se de retroatividade mais benéfica somente e tão exclusivamente no
campo das infrações (jamais no tocante às alíquotas ou base de cálculo).

1.4. Princípio da anterioridade


Tal princípio irá limitar a possibilidade e atividade dos entes competentes de cobrarem
os tributos por eles respectivamente criados ou majorados. Logo, este princípio servirá para
“programar” o contribuinte quando ele deverá e poderá ser exigido dos respectivos tributos,
uma vez realizados os fatos geradores dispostos na norma tributária.
Mas, desde já, lembre-se: como se trata de limitação ao exercício da competência
tributária, ele será observado apenas quando da criação ou majoração de tributo, visto que,
quando se tratar de medida desonerativa (mais favorável) ao contribuinte, tal norma terá
aplicação imediata.
O princípio da anterioridade, com razão precípua da necessidade de evitar a surpresa
aos contribuintes, é compreendido, conforme o texto constitucional, pela anterioridade do
exercício e pela anterioridade nonagesimal.
Reza o art. 150, III, b, da CF/1988 que será vedado aos entes exigir tributo criado ou
majorado no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.
Já o art. 150, III, c, da CF/1988 estabeleceu que será vedado aos entes exigir tributo
criado ou majorado antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que tenha sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b.
Diante disso, na forma do art. 150, III, b, da CF/1988, todo tributo criado ou majorado
somente poderá ser exigido no primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, uma vez publicado,
por exemplo, no ano de 2017, somente poderá ser exigido no primeiro dia do ano de 2018.
E com a finalidade de evitar a surpresa, houve uma alteração no texto constitucional, que
criou o princípio da anterioridade nonagesimal. Assim, na forma do art. 150, III, c, da CF/1988,
todo tributo criado ou majorado, somente poderá ser exigido após 90 (noventa) dias da

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publicação.
Assim, em geral, todos os tributos criados ou majorados deverão aguardar as duas
anterioridades (requisitos cumulativos), ou seja, somente poderão ser exigidos no exercício
seguinte ao de sua publicação, somado a 90 (noventa) dias, igualmente, da publicação.
Por favor, preste atenção: os 90 (noventa) dias não têm o seu cômputo inicial do dia
primeiro de janeiro do ano seguinte da publicação, mas, sim, terá seu início exatamente na data
da publicação.
Entretanto, compreendeu por bem o constituinte reservar a alguns tributos uma
possibilidade de exigência mitigada, justamente para enfrentar o mercado econômico (política
econômica e social) ou a necessidade premente/urgente da exigência do tributo. Assim, na
forma do art. 150, § 1º, da CF/1988, existirão determinados tributos que não precisarão
aguardar as anterioridades, mesmo que criados ou majorados. Assim, a vedação do inc. III, b,
não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV, V, e 154, II, da CF/1988 e a
vedação do inc. III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III, V, e 154,
II, da CF/1988, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e
156, I, da CF/1988.
Logo, conforme positivado no parágrafo supraindicado, assim compreendeu o
constituinte:
• Terão exigência imediata, ou seja, mesmo que majorados ou criados, poderão ser
exigidos tão logo publicados: Imposto de Importação, Imposto de Exportação,
Imposto sobre Operações Financeiras, Empréstimo Compulsório de Guerra
Externa ou sua Iminência, Empréstimo Compulsório de Calamidade e Imposto
Extraordinário de Guerra;
• Outrossim, terão exigência, respeitando apenas a anterioridade nonagesimal, ou
seja, 90 (noventa) dias após a sua publicação, sendo, portanto, possível a sua
exigência no mesmo ano de sua publicação: Imposto sobre Produtos
Industrializados, Contribuições Sociais e CIDE/ICMS Combustível;
• E terão exigência, respeitando apenas a anterioridade do exercício, ou seja,
podendo ser majorados em 28 de dezembro, publicados em 29 e já exigidos no
dia 1º de janeiro: Imposto de Renda (alíquotas, base de cálculo) e Base de Cálculo
(apenas) de IPVA e IPTU.

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Por fim, outra questão de grande valia sobre o princípio da anterioridade é a de que a
modificação de prazo para pagamento, mesmo que venha a antecipar a
arrecadação/pagamento, não estará sujeita à anterioridade, na forma da Súm. Vinc. nº 50 do
STF. Logo, a norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se
sujeita ao princípio da anterioridade.

2. Aula dia 09/01/2024 – Treino de questões

1) FGV - 2022 - OAB – 36º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A Secretaria da Receita Federal do Brasil lavrou, em 2022, auto de infração de um milhão de reais em
face da sociedade empresária Maçã Ltda. por não ter recolhido o Imposto de Importação (II) e a
Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) referentes ao ano de 2021, incidentes sobre a
comercialização de livros eletrônicos (e-books) por ela importados e comercializados no país.
O departamento jurídico da sociedade autuada contrata você, como advogado(a), para emitir parecer
para fundamentar sua defesa.
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.

A) O II e a CSLL são indevidos, pois os livros eletrônicos (e-books) se enquadram na imunidade tributária
dos livros.
B) Apenas o II é indevido, pois os livros eletrônicos (e-books) se enquadram na imunidade tributária dos
livros.
C) Apenas a CSLL é indevida, pois os livros eletrônicos (e-books) se enquadram na imunidade tributária
dos livros.
D) O II e a CSLL são devidos, pois os livros eletrônicos (e-books) não se enquadram na imunidade
tributária dos livros.

2) FGV - 2022 - OAB – 36º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Em 10 de maio de 2020, a sociedade empresária ABC Ltda. sofre fiscalização federal e, ao final, é
autuada em R$ 100.000,00, além de multa e respectivos encargos, a título de Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) devido referente ao exercício de 2019, por omissão do envio mensal das
informações fiscais em DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais -, bem como por
falta de pagamento daquele imposto. Em 20 de junho de 2020, a empresa recebe notificação de
pagamento no prazo de 30 dias.
Você, como advogado(a) da sociedade empresária, é chamado(a) para defender os interesses da
empresa nesse processo no mesmo dia da notificação, pretendendo adotar providências logo no dia
seguinte e refletindo sobre a possibilidade de adotar o mecanismo da denúncia espontânea prevista no
Código Tributário Nacional (CTN).
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.

A) Poderá ser adotado o mecanismo de denúncia espontânea, já que ainda não foi ajuizada a ação de
execução fiscal.
B) Poderá ser adotado o mecanismo de denúncia espontânea, já que ainda se está dentro do prazo de
pagamento.
C) Não poderá mais ser adotado o mecanismo de denúncia espontânea após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração.

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D) Não poderá mais ser adotado o mecanismo de denúncia espontânea, pois o limite legal para adoção
deste benefício é de 40 salários mínimos.

3) FGV - 2022 - OAB – 35º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A sociedade empresária ABC Ltda. foi criada em janeiro de 2020 e estabelecida no município Alfa. É
especializada em recauchutagem de pneus, atividade na qual o cliente entrega os pneus do seu
automóvel ao estabelecimento para que esses passem por um complexo processo de recuperação da
borracha e de sua forma (raspagem, colagem, vulcanização etc.), transformando o pneu velho
e desgastado em um pneu novo para uso do respectivo cliente em seu automóvel.
Antes de iniciar suas atividades, ainda na fase de regularização fiscal, você é chamado(a) para emitir
parecer sobre qual imposto incidirá naquela operação.
Diante desse cenário, incidirá

A) o Imposto sobre Serviços (ISS), uma vez que a atividade da sociedade empresária é realizada por
encomenda do proprietário do automóvel, dono dos pneus.
B) o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), uma vez que, na operação descrita,
os pneus são considerados mercadorias.
C) o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), uma vez que, na operação descrita, há um processo
de industrialização na recauchutagem dos pneus, na espécie transformação.
D) o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), uma vez que, nessa operação, os
pneus são considerados mercadorias, acrescido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), uma
vez que há um processo de industrialização na operação.

4) FGV - 2022 - OAB – 34º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Pequenos produtores rurais do interior do Estado Alfa vendem sua produção de leite para uma indústria
de laticínios localizada no Município Beta, no mesmo Estado. Por determinação em lei do Estado Alfa,
fica atribuída a tal indústria a responsabilidade tributária pelo pagamento do ICMS vinculado ao fato
gerador da etapa de circulação da mercadoria dos pequenos produtores rurais para a indústria
(excluindo-se a responsabilidade dos contribuintes produtores rurais). Diante desse cenário, assinale a
afirmativa correta.

A) A indústria é substituta tributária no âmbito de uma substituição tributária regressiva (substituição


“para trás”).
B) A indústria é substituta tributária no âmbito de uma substituição tributária progressiva (substituição
“para frente”).
C) A indústria realiza um fato gerador presumido.
D) A indústria realiza um fato gerador fictício.

5) FGV - 2021 - OAB – 33º Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Em 10/11/2020, foi publicada lei ordinária federal que majorava a alíquota de contribuição previdenciária
a ser cobrada do empregador, incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício.
Diante desse cenário, a nova alíquota poderá ser aplicada

A) a partir da data da publicação da lei.


B) noventa dias a contar da data da publicação da lei.
C) a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte.
D) a partir de noventa dias contados do primeiro dia do exercício financeiro seguinte.

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Gabaritos das questões:

1–B 2–C 3–A 4–A 5–B

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