O Poder Transformador do Ensino de Jesus

Introdução

Como todos já sabem na nossa EBD nesse semestre estamos

estudando o panorama bíblico, nas nossas primeiras aulas vimos que o relato
da criação bíblico quebra diretamente com todos os outros relatos criacionais
antigos, nos quais o universo era criado a partir da disputa entre deuses, mas
em Gênesis 1.1 lemos “No princípio criou Deus os céus e a terra”, vemos o
Deus Verdadeiro criando todas as coisas pelo poder da sua palavra e
“chamando as coisas que não existem à existência como se já existissem” Rm
4.17

Esse mesmo Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, homem

e mulher os criou. E os colocou no jardim das delícias, o Jardim do Éden, lugar
no qual Deus ia ter com Adão e Eva na viração do dia, e naquele lugar tão bom
vemos que algo tão triste ocorreu: os nossos primeiros pais enganados pela
astúcia da serpente e desejando tomar o lugar de Deus caem, comendo do
único fruto do qual foi-lhes vedado comer do qual Deus havia dito “No dia que
dele comerdes certamente morrerás” e são expulsos do Jardim, e naquele
momento vemos que o pecado e a morte entraram no mundo, e aquele homem
bom criado por Deus, tornou-se totalmente depravado.

Mas em um momento que aparentemente só haviam trevas vemos o

prenúncio da luz, Deus havia prometido o descendente da mulher que
esmagaria a cabeça da serpente. E na última aula vimos que passados séculos
a promessa tornou-se carne, O Verbo de Deus se humilhou e veio até nós, e
lemos que “O povo que vivia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na
região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz”.

Na aula de hoje nós, pela graça de Deus, aprenderemos juntos a

respeito do poder transformador do evangelho de Jesus.

(Oração aqui)

Quando nós lemos os evangelhos vemos que desde o princípio as pessoas

se maravilhavam com o ensino de Jesus, pois ele ensinava com autoridade e
não como os mestres da lei e que as multidões afluíam e se ajuntavam para
ouvir o ensino de Jesus. Mas vemos que muitas transformações genuínas não
foram em meio às multidões e sim em encontros particulares com Jesus.
Lemos em João 2 que Jesus estava na festa da páscoa em Jerusalém e
realizava muitos milagres e que a multidão se maravilhava com os prodígios
que Jesus efetuava e criam em Jesus, mas apesar disso Jesus não se confiava
a essas pessoas, pois conhecia o coração delas. E nesse contexto um fariseu
vai de encontro a Jesus à noite para falar com Ele:

 Nicodemos (3.1-10; 14-18)

Quem era Nicodemos?

O texto nos diz que Nicodemos era um fariseu, existiam três ramificações
no judaísmo nos tempos de Jesus: os saduceus, os essênios e os fariseus. O
farisaísmo de longe era a seita mais rigorosa no cumprimento externo da torá,
desde às regras alimentares às vestimentas um fariseu era classificado pelo
cumprimento da tradição judaica. Então Nicodemos era alguém extremamente
religiosos e moral. Mas o texto não para por aí, também nos é dito que
Nicodemos era “um dos principais dentre os judeus”, em outras palavras,
Nicodemos era um integrante do Sinédrio, que era um conselho formado por
um grupo muito seleto de fariseus e saduceus que tinham o dever de garantir a
integridade religiosa de Israel, eram líderes religiosos da mais alta importância
para o judaísmo, ou seja, Nicodemos não apenas era alguém extremamente
religioso como também um líder espiritual, alguém responsável por ensinar a
outros, por ser um discipulador da religião judaica.

E não apenas Nicodemos era alguém extremamente religioso e um líder

espiritual, mas vejam a fala dele para Jesus (ler o verso 2), primeiro ele fala
que Jesus é Mestre, vindo da parte de Deus, reconheceu que os milagres que
Jesus realizava eram prova de que Deus estava com Ele. Vejam a teologia de
Nicodemos estava corretíssima, tudo que ele falou a respeito de Jesus é
plenamente verdade, mas vocês podem pensar que Nicodemos poderia estar
sendo hipócrita, querendo apenhar Jesus em algum deslize como os demais
fariseus faziam que também chamavam por vezes Jesus de “Mestre”, todavia
vejam algo muito importante que o texto nos relata “Este, de noite, foi até
Jesus”, todos os fariseus quando queriam apanhar Jesus em alguma fala
faziam perguntas e se dirigiam a Jesus em pleno público, mas Nicodemos vai
até Jesus em particular, isso nos indica que Nicodemos estava com um
interesse sincero em falar com Jesus.

Então vemos que Nicodemos era um homem religioso, seguia à risca a

lei, tinha uma boa teologia a respeito de Jesus, oque faltava mais nesse
homem? Parece estar tudo certo com ele, parece que ele está no caminho
certo, não é mesmo?

Mas olhem a resposta de Jesus: “Em verdade, em verdade lhe digo que, se
alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus”.

Que resposta! Jesus não faz rodeio, Ele vai direto na raiz, Ele vai para além
do externo e chega até o coração. O que Jesus está dizendo para Nicodemos
em outras palavras é: “Nicodemos você pode ser religioso, pode ter um cargo
de liderança espiritual, pode até ter uma boa teologia sobre mim, mas se você
não tiver a nova vida implantada no seu coração, isso tudo não vale de NADA,
você não verá o reino de Deus”, Nicodemos tinha todos os itens da religião
externa, mas não tinha nova vida interna, no coração, alguém tão religioso,
mas sem uma mudança radical da natureza. Jesus estava dizendo “Nicodemos
te falta o poder de Deus, te falta a verdadeira vida”. E aqui queridos uma
aplicação ao nosso coração: muitos dentro da igreja são bons religiosos, são
pessoas morais, até ocupam cargos e tem uma boa teologia a respeito de
Jesus, mas nunca experimentaram a operação interna do Espírito Santo em
seus corações.

Nicodemos fica chocado com o que Jesus disse, pois aquilo demonstrava
toda a religiosidade na qual ele tinha baseado a sua vida até então, leiamos os
versos (14-18).

Que conforto! Jesus não apenas apresentou a Nicodemos o estado dele

“você está morto, te falta a verdadeira vida” como também apontou para a
solução: “aquele que crê em mim tem a vida eterna”. A solução para
religiosidade morta encontra-se na verdadeira vida eterna que está em Jesus e
é o próprio Jesus.
 Esse mesmo Nicodemos vemos que no final do relato do evangelho de
João, torna-se um discípulo de Jesus, pois ele é aquele que junto com José de
Arimateia, toma o corpo de Jesus o enfaixa e sepulta.

 A mulher samaritana

Vamos ver mais uma vida impactada por Jesus, virem a página de suas
Bíblias e vamos para o capítulo 4, vamos ler dos versos 1 ao 18.

Jesus tem de sair da Judeia e tem de voltar novamente para a Galileia, por
conta que os fariseus sabiam que Jesus estava fazendo muitos discípulos,
nisso Jesus decide passar pela região da Samaria, Jesus cansado da viagem
se assenta à beira de um poço na cidade de Sicar, e em pleno meio-dia uma
mulher vai buscar água no poço, sabem o calor que faz na região da palestina
ao meio-dia? 45-50º, naquele tempo as mulheres iam recolher água bem cedo
quando o Sol ainda estava raiando pelas temperaturas serem mais amenas,
entretanto essa foi buscar no momento mais fustigante do dia, logicamente
essa mulher não queria encontrar com ninguém no poço, mas ela não contava
que Jesus estaria ali aguardando por vê-la.

Jesus pede por água e a mulher retruca, “como você pede água a mim que
sou mulher samaritana?”, ela era mulher alguém desvalorizada e ainda
samaritana e dentro do convívio social com outras samaritanas ela era alguém
excluída. Jesus disse “Se você conhecesse o dom de Deus e quem é que está
lhe pedindo água, você que teria me pedido água, e eu te daria água viva”, mas
a mulher não entende o que Jesus estava dizendo a ela e continua falando
como se Jesus estivesse tratando da água do poço, quando Jesus novamente
fala a ela “Quem beber dessa água terá sede novamente, mas aquele que
beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede”, e aquela mulher fica
empolgada e diz “Senhor me dê dessa água para que não tenha mais sede”, a
mulher queria apenas se livrar da situação de ter que ir buscar água no poço,
pois era para ela uma situação de humilhação e exclusão do convívio das
outras mulheres.

Mas novamente Jesus vai até a raiz, quando Ele diz: “Chame o seu marido
e volte aqui”, a mulher responde que não tinha marido e Jesus disse: “Você
tem razão ao dizer que não tem marido. Porque você já teve cinco, e esse que
agora tem não é o seu marido”.

Jesus o tempo todo quer mostrar para aquela mulher que ela era alguém
sedenta de alma, Jesus queria mostrar o poço no qual ela estava buscando
saciar a sede da alma dela. Aquela mulher teve um marido, não deu certo,
buscou outro, não deu certo, buscou outro, e assim foi até o quinto, que
também não deu certo, e agora ela havia decidido sair de uma relação de
casamento e se relacionar com um homem sem o compromisso matrimonial.
Seis relacionamentos, um coração sedento insaciável, agora podemos
entender o que Jesus estava dizendo quando afirmou “Quem beber dessa
água terá sede outra vez”. (leiamos Jr 2.13). Amados assim é o nosso coração
quantas vezes damos às costas a Jesus a fonte de águas vivas e vamos
buscar saciar a sede da nossa alma no poço do pecado. Mas tudo nesse
mundo é como a água do mar quanto mais bebemos mais sede teremos, mas
como Jesus disse: “aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará uma fonte de água a
jorrar para a vida eterna”. Apenas Cristo pode saciar a sede de nossa alma.

E aquela mulher entendeu isso, largou o cântaro, foi à cidade e

testemunhou de Jesus, e muitos creram por intermédio do testemunho dela, ela
foi saciada e também tornou-se um instrumento para anunciara outros sobre a
fonte de águas vivas.

 Zaqueu

E por fim, mais uma vida mudada por Jesus, Zaqueu o publicano leiamos
(Lucas 19:1-10).

Alguém sabe o que era um publicano?

Um coletor de impostos, isso mesmo. Os publicanos eram odiados pelos

seus compatriotas judeus, por serem vistos como traidores da nação por
recolher impostos para Roma, todavia não apenas isso mas os publicanos
eram conhecidos por sobretaxar os impostos romanos, ou seja, eles cobravam
muito a mais do que Roma cobrava e ficavam com a diferença para si mesmos,
enriquecendo de maneira ilícita, e Zaqueu não era apenas um publicano, mas o
chefe dos publicanos que era o líder de todo o esquema de recolhimento de
impostos de determinada região. Então se um publicano superfaturava os
impostos o que dizer do chefe deles, e se um publicano normal era odiado
pelos judeus o que dizer de Zaqueu que coordenava todo o processo?

Mas aquele homem vai até Jesus, para vê-lo, e Jesus não faz um longo
sermão nesse caso, ele olha com compaixão para Zaqueu e diz “hoje me
importa estar na tua casa”.

Jesus vai até a casa de Zaqueu e vemos uma transformação radical

naquela vida. Um homem que antes estava extremamente apegado aos bens
materiais agora tinha deixado tudo isso de lado, pois havia encontrado o
verdadeiro tesouro. Alguém lê para mim Mt 13.45-46.

Os tesouros dessa terra perecem queridos, viver para eles não vale de
nada, “que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a alma?”, aqui
ladrões roubam e a traça corrói somente Jesus o verdadeiro tesouro traz a
riqueza eterna.

Conclusão

Por fim irmãos vejamos cada um desses casos, cada um deles se dirigiu
a Jesus, Nicodemos à noite, a mulher em direção ao poço no qual Jesus
estava, Zaqueu que subiu em uma árvore para ver Jesus. Cada um deles foi
radicalmente transformado pelo Senhor.

Ao religioso morto, Jesus mostrou que Ele é a vida eterna. À mulher de

alma sedenta, Jesus se apresentou como a fonte de águas vivas. Ao homem
que amava os bens desse mundo, Jesus mostrou que Ele é o verdadeiro
tesouro.

Esse é o nosso Senhor, para aqueles que se encontram inquietos de

coração seguindo uma vida de religiosidade morta, ou uma vida entregue às
paixões, ou ainda perseguindo apenas os bens materiais, que estão cansados
disso o convite de Jesus é: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e
sobrecarregados e eu vos darei descanso, tomai sobre si o meu jugo e
aprendei de mim que sou manso de coração e achareis descanso para a vossa
alma, pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”, e Ele promete “se o Filho
vos libertar verdadeiramente sereis livres”, e “todo Aquele que vier a mim
jamais lançarei fora”. Para aqueles de nós que já experimentamos esse poder
transformador nos regozijemos e convidemos outros para conhecer o nosso
Senhor! Amém!