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Teste de avaliação Reprodução assexuada

Meiose e reprodução sexuada


Ciclos de vida

Nome ____________________________________ Turma _____ N.o ___ Data ___ /___ /____

Em cada item sem instrução, selecione a opção correta.

GRUPO I

Doença de Chagas – parasita sequestra proteína no núcleo


de célula infetada
Mais de um século após ter sido descrita pelo médico brasileiro Carlos Chagas e com cerca de
7 milhões de pessoas infetadas atualmente no mundo, cientistas conseguem obter resultados
importantes que podem ajudar no controlo da doença de Chagas. A equipa liderada pela
professora Munira, descobriu que o protozoário* causador da doença, Trypanosoma cruzi,
adquire o controlo de uma proteína essencial no núcleo da célula infetada, para assegurar a
continuidade do seu ciclo de vida no hospedeiro.
Os resultados do estudo deixaram evidente que T. cruzi pode alterar funções nucleares comple-
xas, como a transcrição e o processamento do RNA das células do hospedeiro. Os investigado-
res observaram que o parasita sequestra a proteína U2AF35, essencial para o início do proces-
samento do RNA. Este processo envolve uma complexa maquinaria molecular chamada spli-
ceossoma, formada por um conjunto de proteínas responsáveis pelo processamento do RNA.
Ao interromper a formação de spliceossomas, o parasita pode impedir as respostas de defesa da
célula hospedeira.
A descoberta da equipa da USP (Universidade de São Paulo) abre caminho para novos trata-
mentos de uma doença tropical silenciosa e negligenciada. Atualmente, os poucos medica-
mentos que existem causam muitos efeitos colaterais, sendo apenas eficazes na fase inicial
da infeção.
A transmissão de T. cruzi é realizada através de um percevejo hematófago**, que funciona como
vetor da doença e que no Brasil é conhecido como barbeiro***. O ser humano é contaminado a
partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do inseto, por picadas do inseto
ou por contato direto com este e com outros animais infetados. A doença de Chagas também
pode ser congénita, no caso de mães infetadas que transmitam o parasita aos filhos durante a
gravidez. O ciclo de vida de T. cruzi está representado na figura 1.
*
Eucarionte unicelular heterotrófico.
**
Que se alimenta de sangue.
***
Existe mais do que uma espécie que pode propagar a doença.

Adaptado de https://jornal.usp.br/ciencias/parasita-causador-da-doenca-de-chagas-sequestra-proteina-essencial-no-nucleo
-de-celula-infectada/; www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6544315/ (consultados em 20/05/2022)

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Fig. 1 Ciclo de vida de Trypanosoma cruzi.

1. Em Trypanosoma cruzi, as formas proliferativas são _______, enquanto as formas que podem
infetar outros organismos são _______.
(A) tripomastigotas … epimastigotas e amastigotas
(B) epimastigotas e amastigotas … tripomastigotas
(C) tripomastigotas e epimastigotas …. amastigotas
(D) amastigotas … tripomastigotas e epimastigotas

2. Considere as seguintes afirmações, que dizem respeito à doença de Chagas.


I. Nos seres humanos, Trypanosoma cruzi forma clones.
II. T. cruzi condiciona a síntese proteica em células humanas infetadas.
III. A doença de Chagas não é uma doença fatal.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(C) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(D) III é verdadeira; I e II são falsas.

3. A doença de Chagas é endémica em 21 países do continente americano, com destaque para


o Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia e México. No Brasil é a quarta causa de morte entre as
infeções parasitárias. Indique duas medidas que podem reduzir o risco de contrair a doença.
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4. Os estudos que apontam para que a reprodução de T. cruzi seja sobretudo assexuada foram
apoiados por dados que terão revelado
(A) uma grande homogeneidade genética a nível regional.
(B) uma grande variabilidade genética a nível regional.
(C) uma ampla distribuição a nível mundial.
(D) uma estrita distribuição ao continente sul-americano.

5. Apesar de ainda não se terem identificado gâmetas, a comunidade científica acredita que este
protista também se reproduz sexuadamente. Selecione as três afirmações que se referem a
características particulares encontradas em T. cruzi e que apoiam essa ideia.
I. Grandes segmentos genéticos são rearranjados entre os cromossomas.
II. Durante a divisão celular, os cromossomas não estão visíveis ao microscópio ótico.
III. O invólucro nuclear nunca se desagrega.
IV. Tem um cariótipo diploide.
V. Estão presentes genes que codificam proteínas meióticas.

6. T. cruzi multiplica-se por fissão binária no interior de células humanas, o que permite um cres-
cimento _______ do número de indivíduos, pois trata-se de um _______.
(A) linear … ser unicelular
(B) linear … eucarionte
(C) exponencial … ser unicelular
(D) exponencial … eucarionte

7. Faça corresponder a cada uma das descrições de processos de reprodução assexuada, expressas
na coluna A, uma das designações constantes da coluna B.

Coluna A Coluna B

(a) Ocorrem várias mitoses antes de haver citocinese. [ ___ ] (1) Bipartição
(b) Um organismo unicelular origina duas células de (2) Esporulação
diferente tamanho. [ ___ ] (3) Fragmentação
(c) Formam-se células reprodutoras desidratadas (4) Gemulação
que podem permanecer em estado latente. [ ___ ] (5) Fissão múltipla

8. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a F, de modo a reconstituir a sequência


correta de acontecimentos que descreve a forma como a infeção se desenvolve num ser hu-
mano e como T. cruzi se dispersa novamente no meio. Inicie a sequência pela letra A.
A. Tripomastigotas diferenciam-se em amastigotas e ocorre replicação do DNA.
B. Um barbeiro ingere sangue contaminado.
C. Tripomastigotas diferenciam-se em epimastigotas que sofrem divisão celular.
D. Os barbeiros disseminam T. cruzi através dos seus excrementos.
E. Amastigotas sofrem mitose.
F. Tripomastigotas provocam a lise de células onde se diferenciaram e dispersam-se pelos flui-
dos circulatórios do hospedeiro.
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9. Sabendo que muitas proteínas têm função imunológica, explique como é que o parasita
(T. cruzi), ao sequestrar a proteína U2AF35, pode impedir as respostas de defesa das células
hospedeiras onde se multiplicam os amastigotas.
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GRUPO II

Crias de jiboia intrigantes


Um estudo de 2010 reportou um facto desconcertante: uma cobra da espécie Boa constrictor
teve duas ninhadas, uma de 12 crias e outra de 10, sem a intervenção de um macho.
A partenogénese não é incomum em répteis, mas ainda não tinha sido identificada em cobras.
A determinação sexual nestes animais é diferente da dos mamíferos – as células dos machos
possuem dois cromossomas Z (ZZ), enquanto as fêmeas têm um cromossoma Z e um W (ZW).
Nestes casos, a partenogénese resulta da fusão do núcleo do óvulo não fecundado das fêmeas,
após finalizar a meiose II, com o núcleo da outra «célula-filha» resultante da meiose, o segundo
glóbulo polar. As hipóteses teóricas estão representadas na figura 2. Como a combinação cro-
mossómica WW é teoricamente inviável, só se esperaria que nascessem machos por partenogé-
nese, como já tem sido documentado para outras espécies de répteis.
O que torna este caso notável é que as 22 crias geradas por partenogénese são todas fêmeas. A
conclusão óbvia é que afinal a combinação WW é possível e forma fêmeas aparentemente nor-
mais. Mas era necessário explicar por que razão não se formou nenhum macho. Algumas hipó-
teses foram formuladas, sendo uma delas que a progenitora tinha uma anomalia nos cromosso-
mas sexuais, não estando presente o cromossoma Z.
Este estudo permitiu concluir que neste grupo de répteis a reprodução assexuada pode ser mais
comum do que se pensava e que é provável que exitam fêmeas WW na natureza.
Adaptado de http://rsbl.royalsocietypublishing.org/content/early/2010/10/21/rsbl.2010.0793
(consultado em 20/05/2022)

Fig. 2 Situações teóricas para a formação de óvulos e crias partenogénicas numa fêmea de Boa constrictor.
Note-se que, em função dos resultados apresentados, o genótipo da fêmea apresenta uma interrogação.

1. Considerando os dados, indique por que razão, na figura 2A, o genótipo da fêmea progenitora
está com uma interrogação.
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2. Se em Boa constrictor a partenogénese ocorresse por união das duas células-filhas resultantes
da meiose I, os novos indivíduos seriam portadores de
(A) todas as variantes alélicas presentes na progenitora, apesar de recombinadas nos cro-
mossomas homólogos.
(B) todas as variantes alélicas presentes na progenitora, pois ainda não teriam ocorrido fe-
nómenos de recombinação genética.
(C) metade dos genes presentes na progenitora, pois a meiose I é reducional.
(D) metade dos genes presentes na progenitora, pois já teria ocorrido crossing-over.

3. Considere as seguintes afirmações sobre as crias de jiboia geradas por partenogénese.


I. Não resultaram de fecundação.
II. São clones da progenitora.
III. Herdaram apenas cromossomas maternos em que não pôde existir recombinação genética.
(A) I e III são falsas; II é verdadeira.
(B) I e II são falsas; III é verdadeira.
(C) II e III são falsas; I é verdadeira.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.

4. Na meiose I, os microtúbulos do fuso estão ligados


(A) aos pontos de quiasma.
(B) aos cinetocoros dos cromatídeos-irmãos.
(C) aos centrómeros dos cromatídeos-irmãos.
(D) ao anel de constrição.

5. No cariótipo da Boa constrictor existem 8 pares de cromossomas. No final da meiose I existem,


em cada célula,
(A) 16 cromossomas e 16 cromatídeos.
(B) 16 cromossomas e 32 cromatídeos.
(C) 8 cromossomas e 8 cromatídeos.
(D) 8 cromossomas e 16 cromatídeos.

6. Cada célula resultante da meiose I origina duas células-filhas geneticamente


(A) diferentes, pois a segregação independente dos cromossomas homólogos ocorreu pre-
viamente.
(B) diferentes, pois o crossing-over ocorreu previamente.
(C) iguais, pois a segregação independente dos cromossomas homólogos ocorreu previa-
mente.
(D) iguais, pois o crossing-over ocorreu previamente.

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7. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de
acontecimentos na meiose.
A. Separação dos cromossomas homólogos.
B. Troca recíproca de segmentos de cromatídeos.
C. Emparelhamento de cromossomas homólogos.
D. Separação dos cromatídeos-irmãos.
E. Formação de dois núcleos haploides.

8. Faça corresponder cada uma das afirmações da coluna A à respetiva etapa da meiose que leva
à formação de um óvulo de Boa constrictor, que consta da coluna B.

Coluna A Coluna B

(1) Prófase I
(a) Ascensão polar de cromossomas com um só cromatídeo. [ ___ ] (2) Prófase II
(3) Metáfase I
(b) Formação de tétradas cromatídicas. [ ___ ]
(4) Metáfase II
(c) Segregação aleatória dos cromossomas homólogos. [ ___ ] (5) Anáfase I
(6) Anáfase II

9. As crias de Boa constrictor (WW) geradas por partenogénese eventualmente podem reproduzir-
-se sexuadamente, no entanto, dada a sua constituição cromossómica só se espera que formem
fêmeas. Explique a hipótese formulada.
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GRUPO III

A orquídea-de-darwin e tendências evolutivas nas plantas


Darwin ficou surpreendido com uma flor exótica de Madagáscar, Angraecum sesquidale (tam-
bém chamada de orquídea-de-darwin), cujo tubo de néctar é extremamente longo e só tem néc-
tar na base. Darwin previu que deveria existir um inseto com probóscide (apêndice de auxílio à
alimentação) extremamente longo para poder chegar ao néctar. Na altura foi ridicularizado, mas
cerca de 20 anos após a sua morte foi descoberta uma borboleta com um probóscide de 23 cm.
O inseto foi batizado de Xanthopan morganii praedicta, como forma de homenagear a previsão
de Darwin. Estas orquídeas são apenas polinizadas por este inseto (Fig. 3).
As diferentes espécies de orquídeas evoluíram para sofisticadas formas florais que atraem os
insetos utilizando estímulos sexuais (por exemplo, ao assemelhar-se a fêmeas de insetos pou-
sadas sobre uma flor), odoríferos ou nutritivos. Existem mais espécies de orquídeas do que em
qualquer outra família de plantas.

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A evolução das plantas resultou em níveis crescentes de complexidade, desde as algas verdes
suas antecessoras, passando pelas plantas sem tecidos condutores, como as briófitas (musgos e
afins), pelas plantas vasculares sem sementes, como os fetos, até às complexas plantas com flor
da atualidade, como as orquídeas. Nesta evolução é possível identificar algumas tendências
evolutivas, nomeadamente uma independência crescente em relação à água e uma redução pro-
gressiva da geração gametófita.
Baseado em A evolução de Darwin, Catálogo Fundação Calouste Gulbenkian, 2009

Fig. 3 Xanthopan morganii praedicta a ali- Fig. 4 Ciclo de vida simplificado de uma planta, onde 1, 2 e 3
mentar-se do néctar da orquídea-de-darwin representam processos celulares, e n e 2n a ploidia.
e, simultaneamente, a contribuir para a poli-
nização da planta.

1. A alternância de gerações é uma característica do ciclo de vida


(A) dos seres que se reproduzem sexuadamente.
(B) das plantas, porque têm duas entidades multicelulares independentes e com diferente
ploidia.
(C) das plantas, porque só estas apresentam alternância entre a haplófase e a diplófase.
(D) das plantas e dos animais, resultante da ocorrência de meiose e fecundação.

2. O ciclo de vida da orquídea corresponde ao ciclo de vida da figura 4


(A) A, estando a mitose representada pelo número 3.
(B) B, estando a mitose representada pelo número 3.
(C) B, estando a mitose representada pelo número 2.
(D) A, estando a mitose representada pelo número 2.

3. A ocorrência de uma meiose pré-gamética caracteriza os ciclos de vida _______ e corresponderá


ao ciclo de vida _______ da figura 4.
(A) haplodiplontes … A
(B) haplontes … B
(C) diplontes … C
(D) haplodiplontes … B
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4. No ciclo de vida da figura 4, a entidade multicelular X corresponde ao
(A) esporófito, que se originou por mitoses do zigoto.
(B) esporófito, que originará os gâmetas.
(C) gametófito, que se originou por mitoses dos esporos.
(D) gametófito, que originará os gâmetas.

5. As afirmações seguintes dizem respeito ao ciclo de vida das orquídeas.


I. A orquídea é a entidade multicelular haploide do seu ciclo de vida.
II. Nas plantas, os gâmetas femininos são designados oosferas.
III. Na orquídea, a fecundação é independente da água.
(A) II é verdadeira; I e III são falsas. (C) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) II e III são verdadeiras; I é falsa. (D) I e III são verdadeiras; II é falsa.

6. Uma orquídea, após a polinização de Xanthopan morganii praedicta, produz sementes, con-
tendo cada uma um embrião _______ geneticamente _______ à planta-mãe.
(A) diploide … igual (C) diploide … diferente
(B) haploide … igual (D) haploide … diferente

7. A reprodução sexuada permite a dispersão _______ através de _______.


(A) dos fetos … mitósporos (C) dos musgos … zoósporos
(B) da espirogira … zigósporos (D) das plantas … meiósporos

8. Explique como a forma pela qual ocorre a união de gâmetas, tanto em musgos como em fetos,
condiciona a distribuição geográfica destes seres vivos.
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9. A extinção de uma espécie pode acarretar graves consequências para outras espécies. Explique
as possíveis consequências para a orquídea-de-darwin caso se extinga o inseto Xanthopan
morganii praedicta na ilha de Madagáscar.
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Item
Grupo
Cotação (em pontos)
I 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. TOTAL
7 7 4 7 7 7 7 7 10 63
II 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. TOTAL
9 7 7 7 7 7 7 7 10 68
III 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. TOTAL
7 7 7 7 7 7 7 10 10 69
TOTAL 200

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