E MAIS: MITOLOGIA NÓRDICA, CELTA, INCA, ASTECA, MAIA ETUPI-GUARANI

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Como essas fantásticas narrativas conseguiram consolidar-se
através dos séculos e influenciar ~iferentes civilizações
TeKto: Tamirys Seno Design: Diego Dias

significa palavra. De acordo com o livro

.. / ·o iferente da forma coloquial Convite à Filosofia, de Marilena Chauí, úm .
que ado~amos ao longo dos
mito é uma natratjv~ sobre a origem de
.. ,. séculos, a palavra mito não e alguma coisa (origem dos astros, da ~erra, (
) uma referência a uma hi.s tória
dos homens, das plantas, dos animais, do
~ falsa. Seu real significado ~nvolve uma. fogo, da água, dos ventos, do bem e do ·
· .' \ ·: ·mistura de folclore, narrativa, humanidade mal, da saúde e da doença, da morte, dos
,. . e possui um sentido muito mais.amplo do
instrumentos de trabalho, das raças, das ·
que podemos imaginar. Normalmente, os
guerras, do poder, etc.). Dessa forrrl;a,· a
mitos são histórias baseadas em tradições
mitologia acaba gerando uma narrativa'·
e fenômenos naturais para explicar a cria- associada a história desses deu.ses e heróis. (.!.g .
ção do universo e as civilizações, e quase
Mas como o mito narra a origem do
sempre envolvem forças e acontecimentos
mundo? Marilena Chauí explica que isso é
sobrenaturais ou divindades. feito de três maneiras: encontrando o "pài"
"A palavra mitologia significa um conjunto
e a "mãe" das coisas e dos seres; utilizando
de narrativas que são chamadas de mitos a
a rivalidade entre deuses; e encontrando o
·:" :_ respeito de seres fantásticos, deuses, heróis
castigo ou recompénsas que os deuses dão
e suas façanhas. O mito nos reporta a esses
àqueles que os desobedecem.
seres, deuses e heróis. Mitologia é a narrati-
A origem a respeito do surgimento da
va envolvendo ess!!s personagens", explica
mitologia é algo amplo e complexo, mas a
Cristina Rodrigues Franciscato, doutora em
filosofia propõe algumas teorias acerca desse '!
··.··-, .,Literatura Grega Antiga pela USP.
·. , : O próprio termo "mythos", em grego,
tema. A primeira é a Teoria da Escritura,' 'ª
. ·., \,; - , ...
 .,d,, .
•:. .:•
, a qual ·afirma que as lendas mitológicas
provêm das esérituras sagradas (a Bíblia).
Outra teoria é a Histórica, que diz que os
personagens da mitologia são inspirados
em pessoas comuns, mas que sofreram
exageros e embelezamentos na ·c riação
da narrativa. Já a Teoria Alegórica afiima
que as histórias mitológicas possuem uma
verdade religiosa, filosófica ou moral. Por
fim, a Teoria Física cÍ:_ê que as divindades
da mitologia são a personificação das forças
da natureza.

ANÚBIS
Um dos deuses
mais famosos da
mitologia egípcia

• i,..,'

... . . ./·- ~.··
..: :,. .
Vertentes mitológiéas · ··
No total, existem mais de 50 segmentos · façaR):i.as, ter um destino diferenciado
.
:.•,.
de mitologias diferentes e documentados.
Entretanto, algumas se tornaram mais
populares ao longo dos séculos, como as
mitologias grega, egípcia, romana, celta,
nórdica, asteca e inca.
Cristina Franciscato explica que mes-
mo as diferentes mitologias possuem
traços em comum, como é o caso do
herói, presente em diversas histórias
mitológicas. "Se pegarmos o exemplo
de Hércules, que é grego, ou um
indiano, um celta ou egípcio, vamos
observar que mesmo sendo de
culturas distintas, eles vão.pos- · . da Ilíada e A Odisséia, obras literárias que
suir um denominador comun'._!.
Podem ter um nascimento
em similar, descepder
de deuses, realizar
POSEIDON
Irmão de Zeus,
o senhor das águas
é visto como um deus
furioso, porém, justo
:.,.:.:;'.a,_.h istoriadora Cristina.
..·'~li:·-
. .. ,:=::-:~;·t ··.
·;~;~-~t1é1CJl=JC315:Al#J•
após amorte, etc", explica a especialista.
A mitologia traz duas marcas: um
aspecto arquetípico e um aspecto espe-
cífico, como um local ou a época que
aquela narrativa foi construída. "Alguns
temas míticos se repetem nas diferentes
m·itologias porque são temas arquetípicos.
Ou seja, são temas constitutivos da alma
humana. Então, eles vão necessariamente
se repetir", conclui Cristina.
Entretanto, uma das maiores influências
na cultura ocidental vem da mitologia
grega. Isso se dá graças a Homero, autor
·narravam histórias de deuses e heróis.
Durante a Idade do Bronze (entre 2.300
e l.llO a.C.), já existia uma espécie de
escrita na região da Grécia. Após a queda
da civilização da época, a escrita ressurge
apenas no ·século 8. Durante esse período
de transição, as histórias foram passadas
de geração em geração oralmente. "Dessa
forma, pode-se afirmar que os mitos não
possuem uma origem escrita, mas sim oral
Homero apen~s reuniu tudo isso eín um
conjunto de histórias e narrativas'', conta
' .
~· ..
,
 Religíão e mitologia
De certa forma, a construção de crenças
religiosas tem fortes raízes na mitologia.
Hoje chamamos as histórias dos deuses
gregos de mitologia, enquanto na época
em que foram criadas, eram consideradas
como religião pelos helênicos.
Durante os séculos, os rituais se perde-
ram após conquistas de diferentes povos na
região, que impuseram sua religião oficial
aos nativos conquistados. Por outro lado, a O vale.nte deus
literatura relativa à religião grega se manteve nórdico do trovão
firme. "Todo o universo enquanto religião se possuía uma força
perdeu. O que chegou até nós foi a literatura descomunal
grega e seus diversos gêneros. Os vários gê-
neros literários são a nossa fonte atual para
esses mitos", explica Cristina Franciscato.
.A estudiosa ainda lembra sobre os cultos
a Zeus, Ártemis, Apolo, entre outros deu-
ses que estão registrados historicamente.
Poderíamos, inclusive, lembrar dos papéis
intrínsecos nas religiões ocidentais, como
o cristianismo. "Jesus também n~o nasceu
de uma virgem? Jesus não é filho de Deus A mitologia está mais presen-
e vai ter um caminho heroico? ];:sses são te no mundo moderno do que
os dogmas da nossa atual religião cristã imaginamos e foi responsável
ocidental que também possuem seu papel pela influência em diversas áreas,
mítico", conta Cristina. tanto nas artes e literatura, como
O papel da mitologia se estendeu até os na construção das crenças de
dias atuais, ganhando o status de "mitologia civilizações do mundo todo.
moderna", a qual está presente em diversos Segundo Joseph Campbell, es-
livros, filmes e séries. Personagens e roteiros tudioso do tema e autor de O Poder
de jogos de videogame são itens fortemente do Mito, a mitologia não nos ensJna
influenciados pela mitologia, como Final só· o que está por trás da literatµra
Fantasy, The Legend ofZelda, Ragnarok e e das artes,.mas também sobre a
Age ofEmpires. Alérri disso, animes e mangás nossa própria vida. "A mitologia
também passaram·a explorar as influências tem muito a ver com os estági9S da
míticas em seus enredos, como é o caso de vida, as cerimônias de iniciação,
Cavaleiros do Zodíaco, que narra a história quandovocêpassadainfânciapara
de guerreiros e suas lutas contra os deuses as responsabilidades do adulto,
que se opuserem a Atena (deusa grega da da condição de solteiro para a
sabedoria). de casado. Todos esses rituais
O.mito do-herói também pode ser visto são mitológicos: Todos têm a ver
~.m obrâs infanto-juvenjs co.m o Harry Potter com o novo papel _que você passa.
... . ~ ..é fer.cy Jackson: ~m ~os~ra a mitologia de a desempenhar, com o processo
, ·\ · -urra maneira Ínais ai_npla, enquanto o outro · de atirar fora o que é velho para
·. '.• ' ;.. ·..·. :,s~{JJ\'a em deuses,~p.:Ç?limpo de forma atual. voltar:com o p.ovo'.';explica .
.-<> ::_.~.(~tf ·:·.·-> · :.-:/ ~'~·:. . . .
 ito d
Entenda por que essa cultura ·
ainda influencia tanto o mundo ocidental
Texto: David Cintra, Érica Aguiar/colaboradora, Karina Alonso/colaboradora e Tamirys Seno
Design: Jamile Cury Gandara
;
comum ouvir a palavra "mi-
E tologia" e pensar, automatica-
mente, na grega. Talvez essa
comparação se deva ao fato
de que ela foi uma das culturas mais
difundidas pelo mundo, principalmente
no Ocidente. Para os gregos, a mitologia
era uma forma de explicar a criação do
mundo e organizar a vida cotidiana.
Sua importância era tanta que chegava
a ser usada na legitimação do poder de
algumas famílias. Alguns de seus frutos
podem ser vistos nas disciplinas escola-
res, (como quando estudamos filosofia
ou matemática), ou no cotidiano (como
na ética, na política e na democracia).
Segundo o professor de Ciências
Humanas, Lucas Paris, os ancestrais da
Grécia antiga, além de seus principais
vizinhos, tiveram ascendência oriental
e foram de extrema importância para
o surgimento da rica cultura grega.
ti?ií 1 ~ i
8IDeuses da Mitologia ..
Surgimento dô universo
Lucas Paris explica que, diferentemente
de religiões monoteístas, como o judaísmo
e o cristianismo, que acreditam na criação
do universo a partir de uma divindade, os
gregos não tinham essa visão endeusada.
A versão mais conhecida sobre o mito
grego da Criação está na Teogonia, poema
composto por Hesíodo. Em suà" obra, ele
explica que antes da Terra existir, havia •
uma matéria desordenada e disforme,
chamada Caos. Não se sabe exatamente
como, mas dela surgiram as cinco divin-
dades primordiais: Gaia, Tártaro, Érebo,
Nix e Eros, que se uniram para organizar
e dar forma ao mundo.
Prometeu e Epimeteu:
os "pais" dos humanos
A história mais popular sobre o surgi-
mento dos mortais fala sobre dois irmãos
titãs, Prometeu e Epimeteu, que foram
 encarregados de criar.todas as criaturas da
Terra. O primeiro usou como Ill:atéria-prima
o barro e o segundo deu-lhes qualidades,
talentos e meios de sobreviver, como cara-
paça para as tartarugas e garras aos leões.
Entretanto, Epimeteu foi desatento e usou
todo o seu estoque de dádivas antes que
seu irmão criasse o ser humano.
Prometeu, a fim de compensar a falta
de qualidades dos homens, ofereceu o
controle do fogo, que até então era um
segredo exclusivo dos deuses.
Mais do que uma história como apa-
renta, o mito de Prometeu representa a
capacidade do homem de realizar faça-
nhas tão grandes quanto as dos deuses.
É a descoberta pelo homem de que ele
iE pode dominar o conhecimento, explicar
:;; o mundo e enfrentar os perigos sem a
j ajuda dos deuses. Prometeu zomba das
~o forças divinas, desafia o poderoso Zeus
~ mesmo acorrentado e torturado e, no fim,
consegue sua liberdade. É a inversão de
poderes, colocando a humanidade em
primeiro lugar. Este é um dos pilares
que levaram ao conhecimento científico,
em desenvolvimento até os dias atuais.
E os romanos?
A linha que sepàra as mitologias grega
e romana é tão tênue que, em alguns
casos, fica confusa. Lucas Paris explica
que a situação se dá por dois fatores.
Primeiro porque a cultura grega era
considerada um exemplo de bom-gosto
e refinamento. Em seguida vem o fato de
qu.e, por conta do caráter expansionista
e cosmopolita de Roma, sua cultura se
apropriou de grande parte das divinda-
des estrangeiras. "Enquanto os romanos
conquistaram militarmente a Grécia,
os gregos transformaram-se em uma
referência cultural para a civilização
romana", explica o professor.
Deuses da Mitologia 1 9
 f.
MAPA DA
Tártaro
CAOS
"Antes do mar, da terra e do céu que tudo cobre, a natureza Eros
Representa os infernos, 1!!l1 - -- --1..i1 tinha, em todo o orbe, um só rosto a que chamaram Caos, É o princípio da
região abismal abaixo massa rude e indigesta; nada havia, a não ser o peso inerte atração universal,
da Terra e díspares sementes mal dispostas de coisas sem nexo." o amor puro
(Ovídio, em As Metamorfoses)

·-
{~'
Érebo
As trevas que
cobriam os
infernos
A noite, a
escuridão que
cobria a Terra
Gaia
A mãe Terra, o "eterno
e inabalável sustentáculo
de todas as coisas"
Ponto
O mar, as águas salgadas

Nereo Ceto Fórcis

Deus marinho dotado Criatura marinha Irmão e esposo
de sabedoria profética feminina de Ceto

Hemera Éter
O dia, a luz A luz que Urano
que ilumina ilumina Personifica o céu Greias
Nereidas Gôrgonas
os mortais os deuses estrelado. Desposou Gaia, As 50 filhas de Três monstros com Nascidas já velhas,
sua própria mãe Nereu com Dóris, filha serpentes no lugar dividiam um olho e
do titã Ocean dos cabelos um único dente

Cíclopes Hecatônquiros Titãs Erínias Gigantes

Eram três Três seres Personificação das forças da Divindades Seres enormes,
gigantes com poderosos e natureza, eram 12, sendo seis machos nascidas das brutais e bem
um único olho dotados de (Oceano, Céos, Crio, Hipérion, gotas de sangue armados
e grande cem braços e Jápeto e Cronos) e seis fêmeas, caídas depois _
habilidade cinquenta cabeças chamadas Titânides (Teia, Reia, Témis, da castração
manual Mnemósine, Febe e Tétis) de Urano

CRONOS + REIA
i.
1
Héstia Hera Deméter Zeus Hades Poseidon
Divindade A deusa Adeusa da O mais importante dos deuses gregos. Soberano do · O senhor de
1 dos lares protetora agricultura Amante insaciável, povoou a Terra e os céus mundo dos todos os mares
das com uma numerosa prole de deuses e semideuses. mortos
mulheres Abaixo, uma pequena lista dos principais filhos
de seus incontáveis relacionamentos.

Anfíon Carno Héracles Meliteu Perséfone

Apolo Cástor (Hércules) Minos Radamanto
Ares Ceróessa Hermes Mirmidão Sabácio
Argo Córito Horas Moiras Sarpédon
Ártemis Dioniso (Eunomia, Diqué e Irene) (Cloto, Láquesis e Átropo) Trias
Astreia Éaco lasion Musas Zagreu
Atena Épafo llítia (Clio, Euterpe, Zeto
Cárites Hefesio Lacedêmon Talia, Melpômene,
(Agiaia, Tália e Helena Locro Terpsícore, Érato, Polímnia,
Eufrósina) Macedon Urânia e Calíope)

Esquema baseado no livro Teogonia - A Origem dos Deuses, de Hesíodo, o mais antigo poeta grego conhecido.
ATeogonia é um poema composto de' 1022 versos e foi escrita por volta do ano 700 a.e.
1OIDeuses da Mitologia
 Afrodite e Ares. Nesta versão
da história, Eros era um joveqi
peryersq e "traquina" qt;1e
possuía asas e um arco com
o qual atirava flechàs que
despertavam uma paixão
arrebatadora em deuses

haveria dois Eros: um nascido do Caos

e símbolo do amor puro, outro, filho
da deusa do ;imor e do deus da guerra,
personificação das paixões arrebatadoras,
,;~~
!~

do amor carnal, do qual deriva a palavra 'ifil

erótico atual.

Tártaro - Tápmpoç
111
til
Mais um conceito do que um deus fil
propriamente dito, Tártaro desprendeu-se ru
do Caos e foi habitar n~s regiões infinitas Jffii
abaixo de Gaia, Representa as profundezas 1~
sombrias e distantes, as trevas profundas rfil
e eternas ou, simplesmente, os infernos. 1~
Seu papel na mitologia grega é dos mais ffi
I
importantes, uma vez que era no Tártaro l ifil
que os deuses confinavam seus desa- hfil

~:~:~t:~:o n~e:a::~~~i;~!::a::i~~
uma guerra empreendida pelo deus dos
ili~
. l Eros - "Epwç
Conhecido como o mais belo dentre os
deuses imortais, Eros representa o amor
, deuses contra seu próprio pai, o terrível
Cronos, e os demais Titãs.
Muito tempo depois da criação de todas
as coisas, Tártaro se uniu a Gaia e dessa
relação nasceu Tífon, um mostro de cem .
mí
1~
~

ffiJ
universal. Seu poder irresistível incitou cabeças, alado, capaz de lançar chamas @
as divindades primordiais a se unirem
e iniciar uma descendência. Foi por sua
pela boca e pelos olhos e tinha o corpo
cingido por serpentes. Poderoso, quase
1~
re]
influência que Gaia se encheu de amor e derrotou Zeus, que o teria encarcerado jmil
autofecundou-se para gerar Ponto e Urano. sob o monte Etna, local que se transfor- rg!
Uma outra tradição, o orfismo, confere mou em um vulcão e expele até hoje as !@
uma origem diferente para Eros, que teria chamas geradas pelo gigante. Antes de J@~ill
sido gerado pela uniã_o do Caos com o Éter. tudo isso, porém, Tífon teria gerado com ral
Seria, portanto, o primeiro ser vivente - Equidna criaturas terríveis como Cérbero, ~.
masculino e feminino ao mesmo tempo - e Quimera e as Hidras. mJ
~iliêlfilf (@l
1 : Deuses da Mitologia·1 11
 Érebo e Nix - WEpt:~o~ e Nú(
Ambos emergiram do-Caos, são deuses
primordiais e representam a escuridão. No
entanto, Érebo está relacionado às trevas in-
fernais e profundas, forma~ no momento da
criação, enquanto Nix representa a ausência
de luz sobre Gaia, ou seja, a noite.
E o que acontece quando deÜses apa-
rentemente negativos '(para . .
bs gregos}
da
antiguidade, tal conceito, assim corno o de
positivo, de bem ou ma(era muito diferente)
resolvem se unir? Se VQ/~l pensou em alguma
monstruosidade; errou: Érebo e Nix geraram
Éter (a luz pura capaz de iluminar o univer-
so, inclusive nas esferas divinas) e Hemera
(a efêmera luz do dia, essencial para a vida
terrestre e dos pobres mortais).
Depois de tal evento, Nixautofecundou-se e
gerou filhos sombrios como ela mesma, entre
eles: as Moiras (as três fiandeiras do destino de
cada um), Hipno (o sono), Tânato (a morte),
Éris (a discórdia), Oizus (a miséria), Momo
(a zombaria), Geras (a velhice); entre outros.
Érebo, por sua vez, muito depois, tomou
partido dos Titãs na guerra contra Zeus e
acabou confinado no Tártaro.

Gaia / Geia - r~ia

Trata-se da mãe terra, entidade primordial
desprendida do Caos. É a personificação do
nosso planeta. Gaia viveu por muito tempo .
sem nada gerar, porém, sob influência de
Eros gerou de forma espontânea Urano,
Ponto e Ureia, ou o céu estrelado, os mares
e as altas montanhas, respectivamente.
Assim, Gaia estava pronta par~ _gerar mais
filhos, de certa forma incestuosamente. De
seu amor com Ponto, nasceram Nereu, Ceto,
Fórcis, Taumas e Crio. Mas foi com Urano
que realmente Gaia viveu uma longa história
e com ele gerou seis filhos e seis filhas, que
seriam conhecidos por Titãs e Titânides.
Depois, nasceram três ciclopes, gigantes de
um olho só, e três hecatônquiros, criaturas
monstruosas de cem braços e cinquenta
cabeças. Gaia ainda gerou filhos indiretos
de Urano, a partir do sangue que escorreu , j
quando Cronos o mutilou. Dessa estranha !
fecundação nasceram as Erínias, os Gigantes J
e as Melíades. _ .... J
9 ;ffll1ªfêffJ.~êm!Jf11ªJf.lJeirdfêfü!J~rFrd!ME....clJêfLlêfrdirdlJfrfil~~ j
12 IÓeuses da Mitologia
 Ponto - Ilóv-roç
Mais calmo que seu irmão Urano, Ponto
é a representação divinst dos mares ou das
águas salgadas. Antes mesmo do irmão,
uniu-se à mãe e gerou Nereu, também
conhecido como o '.'Velho do Mar", um
deus sábio, capaz de 'se transformar em
criaturas marinhas e conhecedor de todos
os segredos do universo. De sua união com
a titânide Dóris, nasceram 50 belas filhas,
chamadas Nereides. Depois que Cronos
derrotou Urano, Ponto voltou a ter filhos
com Gaia e dessa união nasceram Taumas,
Fórcis, Ceto e Euríbia, em cuja descendência
incluem-se a bela Íris (mensageira dos deuses
e personificação do arco-íris), as Hárpias
(que com suas poderosas garras arranca-
vam as almas dos mortos e as mandavam
para o Tártaro), as Górgonas (Medusa era
a mais famosa delas), as Gréias (nascidas
velhas e que tinham de dividir entre si um
olho e um dente, mas eram as únicas que
sabiam como derrotar as Górgonas) e, por
fim, a impiedosa Equidna (metade mulher,
m~_tade serpente).
...f r J J f J J ê f r d f f i ! J t J ~ f ê m r 8 f ê ! i l l f r 2 f ü l @ : , f ' f . l ~ 1
mfil~
L Urano - Oupavóç
O primogênito de Gaia, Urano, se
mostrou um amante insaciável e dominador.
Devido ao medo de perder sua primazia,
mostrou-se um pai desnaturado e odiava
suas crias. Assim que nasciam, atirava-as de
volta às entranhas da Terra, não permitindo
sequer que vissem a luz do dia. Mas Gaia
cansou-se do vigor infindável de Urano e
vendo que seus filhos nada podiam fazer
contra ele; iniciou a primeira conspiração
pelo poder no universo: criou em suas
entranhas o aço mais resistente e com
ele forjou uma foice e incitou seus filhos
a atacarem o pai. O destemido Cronos
se encarregou de executar a perigosa
missão. Escondido pela mãe, ficou de
tocaia e quando Urano surgiu coberto
pela escuridão da noite, cheio de desejo,
atacou-o de surpresa e decepou seu órgão.
Irremediavelmente ferido, Urano continuou
a cobrir Gaia, porém, sem tocá-la. Assim
a mitologia explica a separação da Terra e
do céu, que permitiu, enfim, a proliferação
da vida através dos Titãs, agora livres.
, . Deuses da MitologiaT 13

Erínias - 'Eptvút:ç
Divindades nascidas das gotas de sangue
caídas após a castração de Urano. Embora
pudessem ser em maior número, apenas três
são conhecidas: Alecto, Megera e Tisífone.
Habitantes da escuridão, tinham como missão
manter a ordem atormentando aqueles que
cometessem crimes, especialmente assassi-
natos. Eram aladas e possuíam serpentes
no lugar de fios de cabelo.
Hecatônquiros - 'EKaTóYXt:tpt:ç
Gigantes de 100 braços e cinquenta cabe-
ças, violentos o bastante para fazer tremer
toda a Terra quando estavam aprisionados
em seu interior por obra de Urano, seu pai.
- Gigantes - fíyavnç
Também eram três: Coto, Bríareu e Gigues.
Lutaram a favor de Zeus na Titanomaquia e,
como recompensa, tornaram-se guardiões
do Tártaro. •
Afrodite - Ãq>poc5hriç
Da união da espuma das ondas com o
esperma que ainda restava no órgão dece-
pado de Urano,M1asce'u uma· bela d, usa.
Essa é a origem fantástica de Afrodite, cuja
beleza encantou os dêuses assim que ela
' J
se apresentou no Oij!_llpo. Com o tempo,
Afrodite assumiu o· papel de despertar
o desejo, tanto entre os mortais como
entre os olimpianos. Assim, a deusa está
na gênese de inúmeras sagas amorosas,
muitas delas bem trágicas, como a Guerra
de Tróia. Casou-se com Hefesto, o deus do
fogo, depois que es.se aprisionou sua mãe
Hera em um trono encantado, só aceitando
libertá-la se pudesse desposara mais bela das
mulheres do universo. Afrodite, entretanto,
não pensava duas vezes em -t rai-lo e teve
pelo menos dois amantes. O primeiro foi
Anquises, de quem gerou Enéias (herói da
guerra de Tróia). Com o segundo, Ares, o
deus da guerra, teve quatro crianças: Eros (o
desejo), Fobos (o 111edo), Deimos (o pavor)
e a belíssima Harmonia.
Ciclopes - KÚKÀW7lEÇ
A primeira geração desses gigantes de
um só olho, resultou de uma das muitas
uniões incestuosas de Urano e Gaia. Eram
Brontes, Estéropes e Arges que, apesar da
aparência assustadora, eram habilidosos
artesãos e forjaram armas poderosas para
os deuses, como o raio de Zeus e o tridente
de Poseidon. Na mitologia há outros cíclo-
pes, como os que habitavam a Sicília. Um
deles, Polifemo, foi derrotado por Ulisses,
na Odisseia.
Nascidos do sangue derramado de Urano
sobre Gaia, eram seres de tamanho desco-
munal, monstruosos e violentos . Assim
como os Titãs, foram derrotados em uma
 m
,{ · ,~ vezes €Ill qu€ Gaia Atleas, Epitemeu e Prometeu, este, segundo a maioria das
i's~nr4mifr~
e l!J,ran~ se<ámaram, nas<>ef~m .,,. -,versões tardias da mitologia grega, teria sido o criad~r do
};Seis fiJHõse seis filha~, os Titãs _, gênero hum~n@.
. e ·ás' Tit~des. Cáracterizados
como pe,rsonjficaçgêl de várias forças da Febe - <1>oi~11
natureza, depois dé serem-libertados por Tem papel iinportante'na mitologia como mãe de As-
CronÕs ·(o mais jovem deles e que derrotou t~ria e Letó, frutos de sua união com Ceos, o segundo Titã
Urano), relacionaram-se entre si e foram gerado por Gaia e Urano. Letó teve um caso com Zeus e
fundamentais para o povoamento de Gaia dessa aventura nasceram os olimpianos Apolo e Artemis.
e tudo o mais que se seguiria na mitologia Astéria, por sua vez, gerou Hécate, mais tarde associada à
grega. No entanto, o d9mínio de Cronos' e invenção da magia e da feitiçaria.
~ seus irmãos chegou ao fim quando Zeus o
gi, destronou, como ele mesmo fizera com seu Témis - 0tµtç
~ próprio pai. Mas os Titãs do sexo masculino A deusa da justiçã tornou-se consorte de Zeus, de quem
rn
rc.i
(menos Oceano, o mais velho deles) não se gerou as Horas, divindades relacionadas às estações do
~ entregaram sem luta e declararam guerra ano. É a criadora dos oráculos e dos ritos religiosos, além
~t a Zeus. Derrotados, foram condenados a
(f: viver eternamente nas profundezas escuras
de ter poderes proféticos comparáveis a Gaia.

1 Mnemósine - Mv11µo<JÚv11
@ doÉrebo.
@ Personificação da memória, também se relaciopou
Os principais Titãs e Titânides com Zeus, união que trouxe à luz as Musas, as nove deu-
(§jl
1 Oceano - 'ílKt:avóç
Para os gregos, o mundo era um imenso
disco cercado pelas águas de um grande
sas da música, da dança, da inspiração poética e do
conhecimento científico.

oceano. Essas águas que rodeavam a Terra Cronos - Kpóvoç - - - - -- -- -

eram personificadas pelo mais velho dos
Titãs. Era reverenciado como um deus sábio
e bondoso, tornou-se um grande aliado de
Zeus em suas batalhas. Com sua irmã Tétis,
gerou três mil filhos e três mil filhas, os rios
e as Oceânides, ninfas que representam as
fontes de águas profundas.
Hipérion - 'Y1tt:plwv
Entidade sideral, cujo nome significa
ªaquele que caminha no alto". Do casamento
com sua irmã Teia, nasceram Selene (a Lua),
Éos (a Aurora) e Hélios (o Sol).
Jápeto - la1tnóç
De sua união com Climene, sua sobri-
nh~, filha de Oceano, nasceram Menécio,
~ ~ . " f d r c : & ; _ ~ [ . : : , ~ ~ J f : ! J e J ê J f F r F r d f i l l E .__
Ao aceitar e cumprir com êxito
a missão de destituir o poderoso
Urano, CrÕnos tornou-se o senhor do
universo. No entanto, mostrou-se tão
ou mais cruel que seu pai e devorava
seus filhos assim que nasciam. Casou-se
com sua irmã Reia, união que resultou
no nascimento de três divindades femi-
ninas (Héstia, Deméter e Hera) e três
masculinas (Hades, Poseidon e Zeus).
Em uma repetição da história, Cronos
foi deposto por seu filho mais novo,
Zeus. Em seu reinado, a humanidade,
recém criada, teria vivido uma
idade do ouro, que se estendeu
em uma terra distante para onde
foi exilado após a derrota para Zeus.
Deusesdo Mitologia·1 1S
 Prometeu - Ilpoµq6ttí<;
Nascido da união do Titã Jápeto
e sua sobrinha Clímene, Prometeu
é uma das divindades mais im-
portantes para a humanidade. Na
Teogonia de Hesíodo, seu papel,
embora fundamental, é apenas o
de benfeitor dos seres humanos, aos
quais se afeiçoou e ensinou inúme-
ros segredos até então reservados
apenas aos deuses. Mas, em geral,
os gregos creditam a ele a criação
do homem, a partir do baºrro. Entre
seus favores à humanidade também está o
roubo do fogo, que Zeus havia proibido de
ser apresentado aos homens. No entanto,
Zeus, ofendido pelos atos de Prometeu,
acorrentou-o a uma pedra e todos os dias
uma águia lhe devorava o fígado que se
regenerava paras ser novamente comido.
Depois de anos nessa situação, foi libertado
por Hércules, a mando do próprio Zeus,
uma vez que Prometeu seria o único que
sabia quem poderia destitui-lo. Casou-se
com sua sobrinha, Celeno, com quem teve
muitos filhos, inclusive Deucalião, consi-
derado um correspondente ao Noé bíblico.
7-1.Jt-lf~X..mill\Ediê.r~ · 21::... - &.Jfr;=. . . - ~~ ']jfüjr .ff&.-!J.::-;.
16 IDeuses da Mitologia
l Hélios - 'ln.o,
Representação do Sol, Hélios podia ver
tudo o que os mortais faziam, do alto de
sua carruagem, com a qual atravessava o
céu todos os dias._Nascido da união titâ-
nica entre Hipérion e Teia, teve diversos
casos e também gerou outras divindades.
Tomou sua prima Perseide como esposa e .
com ela teve quatro crianças: Circe (que
teve importante papel na Odisseia, de
Homero), Pasífae, Eetes e Perses. Já com a
ninfa Rodo, gerou as Helíades (que seriam
três divindades pastorais). De seu amor
com a oceânide Clímene, nasceu o belo
e arrogante_Faetonte, que por pouco n;io
provocou um desastre cósmico ao tentar
dirigir o carro de seu pai, o Sol. Hélios
ainda é tido como progenitor de Augias,
rei da Élida, entre outros personagens
mitológicos. Bastante venerado pelos
gregos, em sua homenagem foi construído
o famoso colosso de Rodes, uma estátua
de mais de 30 metros de altura, conside-
rada uma das sete maravilhas do mundo
antigo, que levou mais de dez anos para
ser construída e acabou no fundo do mar
após um terremoto.
::;;-~.1t.JrJmfêff:!IêJf.l...Ifilfü
 Poseidon - Iloow5<i>v
Conhecida, c0mo o senhor dos mares,
Poseidon (Rqsídori, em algumas versões) era
um dos filhos dé Cronos e"Reia. Devorado
pelo pai ao nasc~r, foi salvo por seu irmão
Zeus, ao qual se tornou çternamente grato e
ajudou em suas guerras. Após a maior delas,
a Titanomaquia, dividiu com Zeus e Hades o
dom,ínio de toda.s às cqisas. A parte que lhe
coute fot ô rÇtino (\as águas:. Além do mar,
regia as ágQas corrêmtes e.os grandes lagos. ~
Os gre"{os a1jl igos aJJ:il;iuíam' a ele a culpa
as
pelos maremotos e 'g rand·es tempestades
márinh~s, uma vez q~e era de temperam~nto
forte e tinha constantes ataques de.fúria. O
poder de Poseidon ia além das águas e podia
causar terremo_tos também. Casou-se·com
a bela Anfitrite, uma das Nereides, com
quem gerou Tritão, metade homém e metade
peixe. Mas sua descendência é vasta, uma
vez que, assim como Zeus, era um amante
insaciável e aventureiro. Nem a horripilante
Medusa escapou a seu assédio e gerou dele
o cavalo Pégaso. Teve também mais de um
caso incestuoso: com sua avó, Gaia, gerou o
gigante Anteu e, com a irmã Deméter, deu
origem a Aríon e a uma misteriosa divin -
dade conhecida apena~ como A Senhora.
Poseidon é peça fundamental para inúmeras
1 genealogias dos deuses olimpianos.

Jfu' · Hades - '.í\.ôqç

O mundo governado por Hades é o que
no Ocidente cristão ficou conhecido como
inferno, embora para os gregos e romanos
(para os quais era Plutão) simbolizasse o reino
dos mortos. Seu domínio era um local sinistro
e sombrio, cheio de perigos e seres assusta-
dores, guardado por um portão monumental
e para onde iam as almas criminosas. Mas
Hades, gerado de Cronos e Reia, também
governa as riquezas e tesouros do subsolo.
Raptou sua sobrinha Core, filha de Zeus e
Deméter, a deusa da agricultura, e entrou em
conflito com a mãe da jovem. A solução foi
casar-se com ela e transformá-la em rainha,
 Héstia -'Ecnfa __J
É a primeira filha gerada por Gaia e
Urano e tem mais de uma atribuição. Além
de representar o fogo sagrado, é consi-
derada a personificação da paz famUiar,
da inviolabilidade e segurança dos lares.
Assediada constantemente por Poseidon e
Apolo, conseguiu aprovação de Zeus para
seu voto de castidade. Após a vitória de seu
poderoso-irmão na Titanomaquia, recebeu
a honraria de ser cultuada em todas as
casas e em todos os templos, mesmo nos
de outros deuses.
Hera -"Hpa
A ela coube o trono de rainha do Olim-
po, mas também o ingrato papel de ser
esposa do infiel Zeus. Ciumenta, castigou
o quanto pôde aquelas que se deitaram
com seu esposo, bem como as crias de tais
aventuras. No início até que foram felizes,
mas as seguidas traições de Zeus a torna-
ram uma rainha ciumenta e vingativa. A
lenda diz que gerou Hefesto sem qualquer
=':-':~.lfdJefü!Iefefe.!rill~r.,,!leJãlêlêfêrel.JerrFrJm@fü!ff.JJE!JWêffdfrlfil!lã.temmmrrJ.lifilê.lfiliefülJê.~~
18 IÓeusesdo Mitologia
participação masculina. Com Zeus teve
Ares, llitia e Heb~. Vaidosa, banhava-se
com regularidade na fonte da juvéntude e
cativou muitos corações, porém~sua fide-
lidade exemplar afastava os mais ousados,
que também sofriam com os castigos de
Zeus. De outro lado, perseguiu o jovem I@
Páris que ignorou sua beleza.
~
Deméter - A11µ~·nu> f~
É a mais importante das divindades !,;]
gregas ligadas à fecundidade. Conhecida \.. ~
também como a Mãe-Terra, é considerada il
uma deusa de pura bondade. Despertou i..,
a paixão de seu irmão Poseidon, do qual 1
tentou fugir transformando-se em uma
égua, mas ele fez o mesmo e a engravidou,
gerando Aríon, um cavalo falante. Zeus
também caiu de amores por Deméter e
metamorfoseado em touro a violou. Dessa
união nasceu a bela Core (Perséfone), pela
qual Deméter interferiu junto a Zeus e
mudou seu triste destino como esposa do
infernal Hades. _
 Zeus - Zd".;
O grande pai; dos deuses e
dos homens era certamente a
mais poderosa divindade greg~.
Destinado a ser aquele que des-
tronaria seu próprio pai, Cronos,
só conseguiu sobrevjver graças a
um plano ardiloso arquitetado por
sua avó, Gaia:, e sua.mãe, Reia. Dado •
que 'Ci:onos devora,va
~ .,,.
todos os. filhos
assim que: nasdam, quando Zeus
nasceíl, Reia·embntll,wu,,. uma pedra em
um p~ô e o,..rai d~~riaturati~ a -engoliu
achando que fosse a criança. As esconqidas
e sempre protegido por aliados ele Reia e Gaja,
Zeus cresceu e seu ódio pelo pai só aum.e ntava. Com
a ajuda de Métis, a deusa da sabedoria, que fabricou
uma bebida para fazer Cronos vomitar os filhos,
Zeus fez seus irmãos renascerem e conseguiu então
destronar o tirano.
Mas era só·o início de uma longa história de gue.r-
ras e luta pelo poder, devidamente enriquecida com
traições e todo o tipo de crueldade.
A primeira das guerras de Zeus foi contra os Titãs,
que governavam o mundo ao lado do destronado
Cronos e fizeram de tudo para seguirem como man-
datários da natureza. Em função dessa guerra, Zeus
mudou-se com sua co_rte para o ·monte Olimpo de
onde passou a governar. Assim, os deuses da terceira
geração passaram a ser conhecidos como olímpicos.
IL,. Mas quando tu.d o parecia em paz, incomodada com .
@ o fato de seus'fi1lios, os Titãs gerrotados, terem sido
@1 condenados à escuridão, Gaia incitou uma revolta
gJ
II contra Zeus, usando para isso o poder dos Gigantes,
~
1
que acabariam derrotados depois de muitas peripécias.
!g• A habilidade estratégica e a capacidade de mobilizar
1'il: as diversas forças divinas em seu favor foram funda-
rf mentais para a vitória de Zeus.
L!:

~. Outro aspecto indissociável do mito de Zeus é sua

ig. vitalidade sexual, que o levou a ter uma numerosa
@ (e poderosa) descendência. Apesar de ter tido uma
@! · única esposa oficial, Hera, são incontáveis os casos
fili extraconjugais do mais poderoso dos deuses. Deusas,
i' semideusas, mortais ou divindades menores, não

,
ÍL.' importava: se a beleza lhe agradasse, armava planos
@ mirabolantes, como transmutar-se em formas animais,
@; para possuir a desejada. Mas Zeus era também um

1
governante justo e sábio, por isso, tomava sempre as
decisões mais acertadas e teve participação decisiva
na_evolução da humanidade.

Deuses da Mitologia· 19
1
 l. Artemis - '11.pnµ,,
A irmã-gêmea de Apolo era diretamente
ligada à caça e à vida selvagem, sempre. ves-
tida com uma túnica branca, calçada de um
coturno ou sandálias, com a aljava de flechas
nas costas e um arco na mão. Também é co-
mum vê-la ·acompanhada de um cão ou um
. veado. Na mitologia grega, era apaixonada
por Órion, mas seu irmão Apolo era muito
ciumento e decidiu colocar um fim na paixão
da irmã. Em uma praia, desafiou Ártemis a
----ll!::.~~
acertar um alvo no mar, muito distante,
apenas caracterizado como um pequeno
ponto· preto entre as águas. Ártemis
topou o desafio e acertou o alvo em
cheio, pintando a água de vermelho
para descobrir em seguida que acabara
de atingir Órion, sua grande paixão, que
nadava fugindo de um imenso escorpião
criado por Apolo. Depois disso, Ártemis
pediu a Zeus que transformasse o amado
em uma constelação, a qual é conhecida
até os dias atuais.
' - Ares - 'Apqç
O deus da guerra e da violência era
filho de Zeus e Hera, e se tornou muito
popular entre o povo de Esparta (uma
.
~:;emmm1emmrrm~mmmmmmmrr1mm!mfü!mmmmrmmremwmmmwmm1ê1e~mr@1e.lêfüllilleJFJ[
- ~
20 Deuses do Mitologia
das mais importantes cidades-estados da
Grécia Antiga). Caracterizado pela sua
armadura, era comum ser representado
segurando uma lança ou uma espada.
Assim como sua meia-irmã Atena, Ares
era unia divindaqe relacionada à guerra,
mas diferente da deusa (que defendia uma
postura mais estratégica), o deus ficou
famoso por sua sede de sangue e violência
em suas batalhas. Na mitologia moderna
é um dos deuses mais representados em
histórias em quadrinhos, filmes e animes.
Apolo - i\rróUwv
Filho de Zeus e Leto, Apolo era irmão- 1.::
-gêmeo de Ártemis e, depois de seu pai, foi
um dos deuses mais cultuados na Antigui-
dade Clássica. Líder das Musas, Apolo era _,
constantemen te caracterizado como um
homem jovem e belo com uma coroa de
louros na cabeça, arco e flechas ou uma
lira nas mãos. Ficou famoso como o deus
da luz, da juventude e das profecias, por
conta do Oráculo de Delfos, o qual era
responsável. Além disso·, Apolo tinha o
papel de purificação dos homens, fazendo
as pessoas tornarem-se conscientes de seus
próprios pecados. .,

~
1
1
1
~
~l
~, ~~:~:e-~!~:~étis, Atena fol engo-
lida pelo pai, por medo de que lhe ti,rasse
rg. o trono. O artifício não resolveu e ela
~ _ saiu da cabeça de Zeus, adulta e armada,
[ 1...I pronta para assumir o papel de deusa da
tL sabedoria, das artes e da prudêncía. Ao
participar da luta contra os Titãs, a deusa
se destacou por sua estratégia militar e
habilidade, matando Palas e Encélado.
O maior templo em sua homenagem, o
Partenon, foi construído na cidade que a
representa, Atenas, e é um dos símbolos dó
esplendor da arquitetura da Grécia Antiga.
Castor - Ká<1iwp
Nascido de uma relação entre Leda e
Zeus, disfarçado de cisne, Castor ficou
:amoso como cavaleiro e domador de
;::2xalos. Junto com seu irmão gêmeo,
?ôlux, tirou a irmã, Helena, das m,ãos
c:e Teseu, enquanto o herói participava
êe uma aventura para ajudar o amigo
Pirítoo. Quando Castor morreu, Pólux
~ _ .i
f
ficou desesperado e pediu para que Zeus
não os separasse. o deus decidiu que eles
passariam seis meses no Olimpo e seis
meses no inferno, até que os transformou
na constelação de Gêmeos.
Dioniso - Atóvuoo<; _ __ __ ___,
O deus do vinho foi o único ser divino
gerado por uma mortal. Sua mãe, Sêmele,
morreu quando Hera se vingou de mais
uma traição de Zeus. A divindade tirou
Dioniso da barriga da mãe e terminou de
gerá-lo em sua coxa, para protegê-lo de
Hera. Quando n asceu, o bebê foi dado
para a tia e criado com a ajuda de Dríades,
Horas e Ninfas.
Mais tarde, Sileno transmitiu a Dioniso
a arte de produzir o vinho, semear a vi-
nha, cortar os galhos e colher as uvas. O
deus é conhecido também por amansar e
domesticar animais selvagens, além de ser
associado às festas e atividades relacionadas
ao prazer material.
rn~.c:.::~~
Deuses do Mitologia-1 21
 L Europa - Ehp<l•~
Filha de Agenor (rei da Ferúcia) e Telefassa,
Europa despertou o interesse de Zeus. A
divindade ficou tão apaixonada que, para
conquistar a amada e não despertar o ciúme
de sua esposa, Hera, se transformou em
um belo touro branco. Os dois viajaram
até Creta, onde tiveram três filhos: Minos,
que depois se tornaria rei, Radamanto·e
Sarpedão. Como presente, Zeus ofereceu
o gigante Talo, que protegeria a cidade de
qualquer hostilidade, um cão de caça que
nunca deixaria a presa escapar e uma arma
de caça infalível. Quando Europa morreu,
o deus a transformou em uma constelação.
Hefesto - "Hcpaunoç
Gerado sem participação masculina por
Hera, o deus do fogo e da metalurgia foi
jogado do Olimpo quando ainda era peque-
no por ser muito feio. Duas ninfas, Tétis e
Eurínome, o-acolheram e o apresentaram
para a arte da forja. Seu talento era tanto que
~ ========---
r:'r'dJt1'êffil:1êffJmF'def2Irdimem.rer2Jiillelr1fêfê.i'fJIFdlfdfü!.fü.l~'FdfilJt2i.umtêJ'~IDifJ.fü!!fü~
22 : óeuses da Mitologia
fez um ·s untuoso tx:ono de ouro para dar de
presente à mãe. Quando a deusa se sentou,
não conseguiu se levantar e nenhuma outra
divindade poderia reverter o encanto. Para
soltá-la, Hefesto exigiu que se casasse com
a deusa do amor, Afrodite, com quem teve
um relacionamento conturbado, já que a
bela era conhecida por ser infiel.
Helena - 'Htvq
Conhecida por ser a mulher mais bela
do mundo, a filha de Zeus e Leda viveu
cercada por pretendentes. A jovem se casou
com Menelau, que depois se tornou rei de
Esparta, mas seu coração bateu mais forte
pelo jovem Páris. O guerreiro a conheceu
durante uma viagem para Esparta e propôs
que os dois fugissem juntos quando Menelau
saísse da cidade para participar dos rituais
fúnebres de seu avô, Catreu. O que eles
não sabiam era que essa aventura renderia
uma das histórias gregas mais conhecidas:
a Guerra de Troia.
 ~ .
fi,,
~l
1
1
tb:1
f , Hermes - 'Epµijç
fi-1 Filho de Zeus e da çleusa Maià, ficou
~ conhecido por ser o principal mensageiro
1
lL:i dos deuses. Sua principal caracterização
é o par de asas em suas sandálias (ou nos
próprios tornozelos do deus) e o bastão
em uma das mãos. Hermes é considerado
o deus da fertilidade, das estradas, das
viagens, e também é patrono da ginástica,
dos diplomatas, dos comerciantes e da
astronomia. Após o domínio de Roma na
Grécia, Hermes foi assimilado a Mercúrio,
um deus romano mensageiro e patrono da
venda, do lucro e do comércio.
Minas - Mivwç
O rei da famosa ilha de Creta também
era filho de Zeus, mas com uma mãe di-
ferente, a princesa Europa. Minas reinou
em Creta durante quase 200 anos, graças
2 uma promessa deste para Poseidon,
qc_e o ajudou a cumprir uma profecia de
qce o verdadeiro merecedor do trono de
Creta teria um touro branco emergido
:;rJfü!ffill~JêfrJffillfilfü!fêJEJ~e@erfüreif!l"P~@J~I~
dos mares, o qual deveria ser sacrificado
em nome de Poseidon.
Entretanto, Minos ficou com pena de
sacrificar tão belo animal, e guardou o touro .
como reprodutor. Como castigo, Poseidon fez
a esposa de Minos apaixonar-se pelo touro,
gerando como fruto desta infidelidade o
Minotauro (com corpo de homem e cabeça
de touro).
Hércules - 'HpaKÀijç
Uma das figuras mais famosas da mitologia
grega, Hércules é constantemente retratado
em séries, filmes e livros. Filho de Zeus e
da mortal Alcmena, o semi-deus também é
conhecido por Héracles, seu nome original,
mas posteriormente recebeu o nome latino
de Hércules no Ocidente. O filho de Zeus
reunia extrema força física com uma persona-
lidade perspicaz, se tornando um símbolo de
masculinidade através dos séculos. Hércules
ficou famoso graças a obra Doze Trabalhos de
Hércules, em que o herói derrotava monstros
e outras criaturas fantásticas.
Deuses da Mitologi;·I 23
 - -- - -- - -- - ~- - Moiras - Moipm
As Moiras ·são três-fiandeira,s: Cloto
é' a responsável,.. por fabricar o ·fio da
existência,.Láquesis é en.carregada de
desenrolar este fio e Átropos de cortá-
lo. Elas são submetidas ao controle de
Zeus, mas são observadas pelas keres,
as cadelas de Hades, que esperam pela
última hora de um morta{ As moiras
. .., \• ' '
representava~ o d1stino e erf1m tidas
'
como responsáveis, pelas mudanças
súbitas quê ocorr~ na\'ida do§~gregos
antigos. · ·

Musas- Moiío'm
Fi'lhas de Zeus e Mnemósine, as
Musas eram deusas do canto e da me-
mória. Após a vitória sobre os Titãs,
Zeus desejava distrair os Olímpicos
com jovens beldades que os recordas-
sem de suas ações corajosas. Ele então
passou nove noites com Mnemósine,
que gerou as nove Musas, cada qual
encarregada sobre um ramo da lite-
ratura, da ciência e das artes. Tália
era a musa da comédia; Urânia, da
astronomia; Polínia, da poesia sacra;
Erafo, da poes_ia erótica; Terpsícore,
da dança e do canto; Melpômene, da
tragédia; Euterpe, da poesia lírica; Clio,
da história; e Calíope da poesia épica.

Orfeu - 'Opq>túç
A glória de Orfeu não surgiu de
seu vigor físico, mas dos seus dons de
poeta e músico. Filho de Apolo com a
musa Calíope, ele recebeu umalira de
seu pai. Aprendeu a tocá-la com per-
feição e nada resistia ao encanto de sua
música, até as árvores e rochedos eram
sensíveis ao seu dom. Orfeu desposou
a ninfa Eurídice, porém ela morreu ao
fugir de Aristeu (filho de A.polo), que
tentou violá-la. O deus então desceu
ao inferno para procurar sua esposa e
a encontrou. Hades e Perséfone então
impuseram que ele saísse de lá sem
que voltasse para trás, mas ele não
. cumpriu com a sua palavra e Eurídice
desapareceu para sempre.
~ ~~
24 I Deuses da Mitologia
 Perséfone - ITEpat:<póvfl
Deusa das er-v~s, flores, frutos e
perfium~s, Perséfone é 'filha de Zeus
e Deméter (deusa da a:gri't ultura, ca-
s,unento' e feminfüdaa~)- Criada no
Olimpo, J>erséfone foi sequestrada -
devido a sua beleza - poJ seu ti? Hades,
"que. a despo,sou
di;v,jndade
: . ;,
.
pàss ou
.
e foz dela sua, rainha. A
. '
~a morar metade do
,,;, li,. ' )
anO'n0 Olimpo
1-
(~rante
-..e;,
a primavera
e o ve,rãq) !e à.-~l;l.tJà mr tade no mun- ,.
t(.,, I' "'· • ,~ ., ~
do do§m·oFtos (no R:,Utóno e inverno).
P,erséfone interferi? nas ·decisões de
.Hades e intercedia' à favqr dos heróis e_
m9rt~is. A deusa era riv~l de Afr9dite
por ambas terem se encantado por um
belo rapaz chamado Adônis.

Pã - Iláv - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Como os outros deuses que habita-
vam as florestas, Pã era temido pelas
pessoas que eram obrigadas a atravessar
as matas durante a noite, pois achavam

~·
i;
que as trevas reinavam ali. Tal cenário
fgf os deixava predispostos a sustos, que
ir,, eram atribuídos a Pã, dando origem a
@_JI palavra pânico. Pã divertia-se dançando
~ com as ninfas (pois er<! um amante da
§1 música) e·era considerado o deus dos

@: rébanhos e dos pastores. Representado

~,
w com orelhas, chifres e pernas de bode,

~
:j ele sempre traz consigo uma flauta.

Teseu - 0 11 at:úç
.:
Filho de Egeu, rei de Atenas e de
_ ..::,
Etra, filha do rei de Trézen, Teseu foi
i~ um grande herói (também considerado
semi-deus) da mitologia grega. Seu maior
feito foi matar o Minotauro, que habitava
o labirinto na ilha de Creta. Teseu foi
criado por seu avô materno, que tam-
bém o ensinou a caçar. Quando Egeu
deixou seu filho com o avô, escondeu
sua espada e suas sandálias embaixo
de uma pedra e avisou para que o filho
só procurasse os objetos quando fosse
forte o suficiente para levantar a tal
pedra. Aos dezesseis anos, o menino
conseguiu realizar o feito e pode ir ao
ençontro de seu pai.
-::.~~r.illãltl~elêfrMi:1füfifilíilli.9filfüfêJêrrlfüJ.le.fü!IelrMillêfrdffJiêNFr;,;IT.ê]j
Deuses da Mitologia·1 2S
 Entenda como um poeta misterioso
influenciou a civilização ocidental
Texto: Karina Alonso/colaboradora Design: Jamile Cury Gandara
ouco se sab e sobre Hom ero.
P Biograficamente, não é p ossí-
vel nem afirm ar sua existência.
Porém, é inegável que os dois
grandes poemas a ele atribuídos, a Ilíada e
a Odisseia, foram de extrema importância
para a transmissão de informações sobre
o comportamento, a cultura, a religião
e a sociedade da Grécia Antiga. Com
suas obras, o grande poeta grego criou
um modelo de epopeia que continuaria
sendo seguido, m esmo 28 séculos depois.
Sua influência foi decisiva também nas
manifestações artísticas da civilização
ocidental.
Ilíada
Este é considerado o poema mais antigo
da literatura ocidental. Em mais de 15
mil versos, o autor conta como a famosa
Guerra de Troia começou e apresenta guer-
reiros conhecidos até hoje, como Aquiles
e Ulisses. A famosa expressão "presente
de grego" surgiu nessa história, quando
Ulisses tem a ideia de dar para os troianos
um cavalo de madeira com soldados gregos
escondidos em seu inter ior e conquistou
a vitória para o seu povo.
Odisseia
Homero narra, através de 24 cantos, a
viagem de volta de Ulisses e as aventuras
de seu filho, Telêmaco, que viaja à pro-
cura do pai, e como o herói conseguiu
reconquistar o governo de seu reino, na
ilha !taca. O papel de Penélope, esposa de
Ulisses, também é de extrema importância,
ao procurar, com astúcia, um meio para
manter o poder do marido.
O ideal de guerreiro não é mais atribu-
ído apenas a Aquiles. O autor desconstrói
a ideia ao mostrar como Ulisses, com sua
inteligência e a ajuda da deusa Atena,
conseguiu lutar contra os traidores de seu
reino, aniquilar os inimigos e voltar para
o palácio, junto com sua família.
Deuses da Mitologia 1 27
 anos
Descubra por que a crença deste povo não era
só baseada em deuses gregos
Texto: Karina Alonso/colaboradora Design: Jamile Cury Gané!ara

D
urante s~cuios, os ~o-
manos nao se apropna-
ram só dos te.rritórios
vizinhos, mas também
de algumas de suas características
culturais e religiosas. A mitologia
que mais influenciou 'O povo romano
foi a grega e sua presença é hotável
em vários deuses, que pratiçamente
só mudaram de nome, como Hades,
que passou a ser chamado de Plutão,
e,Ares, chamado Marte.
O povo romano acreditava que os
homens e os deuses deveriam viver
em harmonia e, para mantê-la, era
necessário praticar rituais e cultos
às divindades para agradá-los. Ao
copp;ário dos gregos, eles não es-
' 'Ji'm sobre a origem de seus
,:,~ ~

és}a'penas confiavam que eles

triu:;iam prosperidade, sucesso nas
g:ue.q:!s, proteção do Estado, entre
 lemseu nome asso-
ciado a portas, tfan..,,; ,
sições e inícios, além
de decisões e escolhas. Ê
geralmente representado comQ um homem
com duas faces, sendo uma virada para
frente e outra para trás, simbolizando o
passado e o futuro. Seu templo ficava na
entrada do fórum e suas portas só ficavam
abertas durante tempos de gi,i.erra.
Esse deus não só inventou a guirlanda,
o bote e o navio, como foi o primeiro a
cunhar moedas de bronze. Por isso, em
algumas cidades da Grécia, da Itália e da
Sicília, as moedas tinham em um lado um
rosto com duas faces e, no outro, a imagem
de um,a de suas invenções,
Pales
Dependendo do historiador, Pales pode
ser considerada uma divindade feminina ou
masculina, mas os poetas romanos Ovídio
e Virgílio a descreviam como uma deusa
protetora dos rebanhos e dos pastores.
Em sua homenagem era feito um festival
chamado Parilia, em que pastores faziam
fogueiras de sobras de madeira e espinhos,
sobre os quais saltavam e pediam perdão
por animais terem entrado em locais que
eram considerados sagrados.
Conso
O deus protetor dos silos de grãos é
considerado uma divindade ctônia, nome
dado para deuses e espíritos do mundo
subterrâneo. Seu altar era localizado no
.subsolo, perto do Circus Maximus, em
Roma, e, em sua homenagem, mulas e
cavalos de corrida eram coroados com
guirlandas de flores e proibidos de trabalhar.
Conso costuma ser associado também
f a reuniões secr~tas, mas esse fato se deve a
prõfe !:! álé,m '
de ser protetora Ba>
gravidez, do Jílasci-
mento e das parteiras. Carmenta recebeu
' de Febo Apolo (respectivo ao deus Apolo,
da Gi;éaia) o dom da profecia e assim po-
deria predizer o futuro do recém nascido.
A divindade era adorada principalmente
por mulheres 4e status e em seu santuário
era proibido entrar com roupas e acessó-
rios de couro, porque lembravam a morte
de animais, Os artistas a representavam
com uma coroa de favas sobre os cabelos
enrolados e segurando uma harpa, símbolo
de suas capacidades proféticas.
Pomona
A deusa da abundância, dos pomares e
dos frutos é comumente confundida com a
divindade grega da agricultura, Deméter.
Porém, Pomona é particularmente asso-
ciada ao florescimento das árvores, Os
artistas costumavam representá-la como
uma ninfa segurando, em uma das mãos,
uma cornucópia, símbolo da abundância,
ou uma bandeja de frutas e na outra mão
uma tesoura de poda.
.. .' . . is deuses gregos
J0\ pnnc1pa mitologia roman~
l presentes na
f, • Zeus = Jup1ter
,. • Apolo = febo Apolo
• Ares = Marte .J
•Hera= Juno
• Artemis = Diana
• Poseidon = Netuno
• Atena = Minerva
• oeméter = Ceres
• Dionísio = Baco
• Hades = Plutão
• Hermes = Mercúrio

~ uma interpretação errada de seu nome, por • Atrodite = Vênus .

i ser uma palavra parecida com "consilium",
{ local on de o conselho se reunia.
:
 ma ',,

Descubra erço de uma das mitologfas mais antigas

as raízes da
,

mitologia de
.um.a civilização
B e inspiradoras do mundo, a civilização
egípcia conta com diversas fontes de estudos
e, consequentemente, diferentes formas
de compreender o cosmos utilizando seus mitos .
As principais correntes de estudo desta mitolo-
, . que desperta à gia consistem em três obras: o Livto das Pirâmi-
curio$idade da des, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.
humanidade Segundo Fabricio Possebon, professor de mitologia
egípcia da Universidade Federal da Paraíba, é difícil
até hoje definir um único livro sagrado para essa dvilizaf;ãO.
"Cabe antes de tudo dizer que não há, na história do
" Egito, um livro canônico que represente para todos
·Texto:
Tamirys Seno os egípcios o pensamento mítico-religioso, como
Design; temos, por exemplo, para Q cristianismo, o Novo
Tainara Ricafde,s
Testamento. Deste modo, ao se falar do Egito,.devemos
ter clareza que se trata de pelo menos 5000 anos de
história, com infinitas tradições concorrentes, em
lugares diversos, com etnias também diversas", conta.
Uma das principais crenças egípcias da origem do
universo está documentada no Livro das Pirâmides, o
qual descreve a existência de um oce~no,primordial,
de onde surgiu Atum-Rá (também cóhhecido como
Ré, Rá ou Khepara), o primeiro deus egípcio. Ele foi
o criador de tudo o que viria a seguir, incluindo os
homens (a partir de suas lágrimas). De acordo com
o texto sagrado, Atum tossiu e expeliu Shu (deus do
ar) e Tefnut (deusa da umidade). Deste casal nasce-
ram Geb (deus da terra) e Nut (deusa do céu), dando
origem ao universo completo.
,
\
do
1
O Uvro dos Mortos
A morte é encarada de uma forma diferente dentro da mitologia
egípcia. De acordo com capítulo 125 do Livro dos Mortos, a alma do
corpo falecido se apresenta perante Anúbis (o deus da morte), o qual
irá pesar seu coração em uma balança que contém a pena da deusa da
Justiça. Se o coração pesar de modo desfavorável à justiça, sua ahna será
devorada pelo monstro Ammit. "O julgamento é acompanhado pelo deus
Thot que anota o veredicto e pelo panteão dos deuses. Há, todavia, em
outras fontes, concepções do tipo reencarnacionista", explica Fabricio.
No Egito antigo, cada deus tinha sua área de atuação, assim como na maio-
ria das mitologias universais. A crença egípcia baseava-se nos chamados
"Nove Elementos", um grupo de divindades mais importantes dentro da
mitologia. Atum-Rá era o deus sol, enquanto Shu era o deus da luz. Maat
é conhecida como a deusa da justiça, Tefnu da umidade, Seb (ou Geb) é
o deus da terra e Nut é o deus que representa o céu. Além desses, ainda
temos Osíris como divindade agrícola é dos mundo dos mortos e Ísis
como deusa celeste da magia.
A cultura e mitologia egípcia influenciaram diretamente o mundo mo-
derno. Na antiguidade, o Egito era considerado uma terra mística, onde os
estudiosos iam em busca de conhecimentos secretos e da sabedoria de um dos
povos mais antigos da Terra. "As viagens de Heródoto e Platão, pensadores
T
gregos, ao Egito ficaram muito conhecidas. De uma maneira ou de outra,
o saber egípcio passou para os povos do Mediterr âneo, como os fenícios,
gregos, árabes, latinos e destes para a modernidade", conta o especialista.
Fabrício também explica que atualmente, o conhecimento pela magia
1
do Egito já não é tão comum. Entretanto, ainda desperta a curiosidade
em torno de construções que desafiam a engenharia moderna. "Ao
lado de um interesse histórico por uma cultura antiga, há certamente
um interesse por este aspecto misterioso, não compreensível", explica.
Conheça um pouco mais sobre os deuses egípcios e suas lendas.

,r,
~-
'~ ) '

'
 Nun
Considerado como uma das primeiras
divindades egípcias, Nun é um ser subjetivo
que personifica o líquido cósmico que deu
origem ao universo. Geralmente é represen-
tado com uma fisionomia masculina de pele
azul ou verde, em alusão a água. É chamado
de "pai dos deuses" e ao transformar-se no
ser objetivo, deu vida à Atum.
Atum-Rá
Conhecido popularmente como Rá,
Atum-Rá é um dos deuses mais importantes
da mitologia egípcia, responsável pela cria-
ção dos corpos celestes do universo. Após
criar.o astro-rei, tomou a forma de Rá, o
deus do Sol, caracterizado por um homem
com cabeça de falcão. Já a representação de
Atum é de um homem de pele escura. Os
filhos deste deus são Shu e Tefnut.
Shu
Adorado como deus do ar, casou-se com
sua irmã gêmea Tefnut (de acordo com um
famoso costume da cultura egípcia), dando
origem a Geb e Nut. Este deus é responsável
pela separação do céu e da terra, e pela
criação das estrelas. É constantemente
representado com uma grande pluma de
avestruz na cabeça.
Tefnut
Também chamada de Tefnet, é conhecida
como a deusa da umidade. A generosidade
é sua principal virtude e tinha como dever '
afastar a sede dos mortos (enquanto Shu
afastava a fome). É representada por uma
imponente mulher com cabeça de leoa.
Geb
Conhecido como o deus egíps io da terra, ,
é um dos filhos de Shu e Tehmt. Normal-
mente representado por um homem deitado
de costas, Geb simboliza a fertilidade e a
vegetação, sendo o responsável pelas boas
colheitas. No Egito Antigo, acreditava-se
que a risada deste deus era materializada
pelos terremotos na terra.
 Nut ser assassinado e esquartejado pelo irmão
Irmã de Geb, é denominada adeusa do Seth. Ísis reuniu os pedaços do corpo do
céu graças à seu pai, Shu, que a separou do marido que haviam sido espalhados por
irmão, criando assim o céu (representado diferentes regiões, e utilizou seus poderes
por Nut) e a terra (representada por Geb). mágicos para trazer Osíris de volta a vida.
Nut é caracterizada como uma mulher Sua importância na mitologia egípcia foi
nua, apoiada em suas mãos e pés no chão,
com a pele azul escura coberta por estrelas
brancas. Também pode ser representada por
uma vaca, em alusão a uma metamorfose
que a deusa teria passado.

Osíris
Filho mais velho do casal Geb e Nut, '"
Osíris é um dos deuses mais conhecidos
do Egito Antigo. A lenda conta que Osíris,
casado com sua irmã Ísis, governou o Egito
e ensinou aos homens a domesticaçãó dos
animais e os conhecimentos de plantio.
Entretanto, Osíris foi morto por Seth,
seu próprio irmão. Com a ajuda de Ísis,
ressuscita e passa a governar o mundo dos
mortos, o que lhe rendeu o título de deus
do além. É representado por um homem
de barba mumificado, de braços cruzados
segurando um cajado (hekat) e um açoite
(nekhakha).

Ísis
Conhecida como a deusa da mater-
nidade e da magia, Ísis é uma das filhas
de Geb e Nut. Foi cultuada como deusa
e modelo de mãe e esposa ideal, além de
ser considerada protetora da natureza e •',,1
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símbolo da fertilidade. Famosa por sua \1 :
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simplicidade, Ísis era amiga de escravos, O>
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artesãos e pescadores, além de ser a res- -tí

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ponsável pela ressurreição de Osíris, após ;,
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V\ !

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 tão grande que chegou a ser cultuada por outros
povos, incluindo o mundo greco-romano. Prova
disso, são templos desti_nados à deusa em diferentes
locais, como Grécia e Roma.

Seth
A mitologia egípcia possui as mais d.iversas
divindades, incluindo Seth, o deus da violência e
da desordem, filho de Geb e Nut. Ele representa
o conjunto de diversos sentimentos considera-
dos malignos na maioria das mitologias, como a
inveja, o ciúme e a traição, além de simbolizar a
guerra, as serpentes (considerado um ícone ma-
léfico universal) e o deserto. De acordo com os
mitos do Egito antigo, Seth teria rasgado o ventre
de sua mãe com suas próprias garras para nascer
e é o responsável pelo assassinato de seu irmão,
Osíris. Sua aparência é constantemente associada
a diferentes animais, como cachorro, crocodilo
ou escorpião, mas sua cabeça é representada pelo
formato do oricteropo, um mamífero africapo.

• Néftis
Segundo os hieróglifos do antigo Egito, o nome
Néftis poderia ser literalmente traduzido como
"senhora da casa". Constantemente confundida
com sua irmã 1sis, Néftis é considerada a deusa da
felicidade plena. Mesmo casada com Seth, a deusa
não teve a mesma fama ruim de seu marido, ficando
ao lado de fsis durante a morte de Osíris. Além disso,
também é conhecida como a guardiã dos mortos
e pode ser considerada uma deusa da n.atureza.

Hórus
Filho de fsis e Osíris, Hórus foi concebido após
a morte do pai. De acordo com a lenda, sua mãe
pousou na forma de um pássaro sobre o corpo
mumificado de Osíris e conseguiu engravidar do
falecido marido. É caracterizado como um homem

- -- - - - - --- - - - -
 .....

com cabeça de falcão e olhos que representam o

sol e a lua. Segundo a mitologia egípcia, Hórus
assassinou Seth em busca da vingança pela morte
de seu pai, Osíris, e pela conquista dp povo do
Egito, tornando-se o rei,da civilização egípcia
após a luta. Alguns aspectos da história do mito
de Hórus são constantemente comparados a
episódios vividos por Jesus Cristo.

Bastet
Divindade protetora das mulheres, deusa da
fertilidade, do amor e da música, Bastet ficou
muito conhecida na mitologia egípcia durante a
segunda dinastia (2.890 a.C.). Representada com
um rosto de gato, segurava em uma das mãos
um sistro, uma espécie de chocalho sagrado.
Sua personalidade é conhecida por duas faces:
uma dócil e outra agressiva, muito similar ao
comportamento dos gatos.

Anúbis
Anúbis é constantemente retratado como
um homem com cabeça de chacal. Conhecido
como um dos deuses mais antigos e famosos
d a m itologia egípcia, Anúbis é considerado
juiz dos mortos e deus da mumificação. Após
ter sido assassinado e esquartejado por Seth, o
corpo de Osíris foi embalsamado por Anúbis,
que como recompensa por seu trabalho, foi
nomeado juiz do mundo dos mortos.
Segundo a mitologia egípcia, depois da mu-
mificação, o coração do falecido era entregue
a Anúbis, que pesava-o em uma balança com
a Pena da Verdade. Se o coração fosse mais
pesado do que a pena, o monstro Ammit co-
meria a alma do sujeito, do contrário, Anúbis
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levaria a alma do corpo mumificado para perto §
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de Osíris, onde poderia desfrutar dos prazeres
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cuidar dos iempfos;fafe.h{divh1hações e

,,CordUh,ej11à dqs,A11des, pçlo :Pe.r:,u, Bolí- - divulgar os.m;itosefüst<)rias de se(i'povo.
Os incas aoredifa~am re.encarnàç'ão: na
... , ocup,a-iam a,. Gµatéµ1ala , lionduras e os queõbeçleciâm ào dito:a~tí.,suq) a.ma
_pa:rte do térrftõ~io méxícâno. Õs Astecas llulla~ama chella.(ftãÔ rqub'e1 ,;;, ,,, não mintâ t e
' - habítav,_am a_região do México e foram , não seja preguiçoso), gúango f;'l!e,çesS'e_q:i,
,« 'rt;!sponsáveis,poi fun._d~i:, no século XIV, iriam vi;er jrinto ao djÍõr.do sol,.errquan(o
, a cidade,,d e Ti~Ôchtitlá9,,; atual Cidade os que não- o respçitàsse, pas.:s~r,jl ni'~êps
.... ' ~-·\ >',;.~ "

do Mé:ic.ico: ,. ? ··d.ias na terra.fria .., *-t } /'. ·· :7 .~

i*' ~ Os,,tnaias tinhàm o ~ostlime qe of; recer
_it,~Jo iJ e
M 9 religiã~
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\ aos seus deuses bebidas:,feitàs de E:a,j:ia-
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Os tsrfs :po;vos ,fam,J?olit~ sta;'s.ê_.pos- · :~ •de~açú'éar, milho·ou c.:asc,a·de,árvores
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~> .:,·· ~ .., !,

suíç.m ritµais ~éligfosós parecidos-. 0~ ' · qae ~onsideravàm ,s.agra_das. :~}dtt;av:am

4. . : *· ' .. . '· . . . -. . •-;~. ~

· · ' ast~cas, po~ ~~~Rló, ço~tq~ av.a.m,faz,~t de-qs~sJigados' à ~htiv~ e a 1errá/J l6m de
, rituais,de
• . ~
saêôfiçioshumáno§e
• \~(: •.•
Ô<lanimais·J
••
ácteditatem
..: :
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que sem,coniér
·- .: . .. '
cari:ie.hu- ,;, ~ '.,

para agragar seus dçtises, que tinham man'fl e.be,ber Õ sangae .~os }16nwJ.1s, os
,.. . J forte li~ç~p <lli>Ih t s forças, da n!it.u re-
. .., -~ :"'. . \\ ·> :)~ ,
deuses não sobi:~viveri.ain :e.~ ór4em _do
• za/ C?i:n·u.,pia relfgi&o .essenctalmente , universo seriá d:estni-ída, ....,. p;~vocanâo ' ' , '
o
, a$ttaJ,. Qs ritu~ij astecas. mais comuns 0
fím da civilização maia. Assim,-saçrirícios
envôlvia'
J
m. o SQL ~
hvmaii9s ~r~m cor.nu~ _en!¾e elei'. , _
",~ j " , ,e

38 IJeuses da Mitologia
 Ínli
' o deus sól, {/ nte de luz, calor, fartura
·Era
: tp.rot~~,r d~s J>ê~s~as. Inti era o deus mais
· , 1mportante do.;império inca. Ele era visto
c6:rnp o progenitoi; de todos os imperadores
e seu culto erã organizado por sacerdotes
; hamados Huillca-Humu, tidos como
posstiidores de poderes sobrenatu rais.
t "f J,.
'~-·.,
-~ Tlaloc
Deus asteca da chuva, Tlaloc deti;ajla o\
poder de produzir os relâmpagos~ trovões:
Os astecas acreditavam que ele maptmha
água em um jarro de barro'· e' qµ~ndo o
quebrava,causavaasc4uvas. Tialoet,imbém ,. ltzamna .
era muito temido, pojs quando-se irritava : " . "* Inventor da esçrita, do ·calendário e
poderia causar doenças nos ser~s humanos -cl:iado:ç ·d os rjtuais religiosos, o deus maia
e pragas nas lavouras. ~ , ) · .,,, I(zampa éra _representado por um velho
~. / fv:.~sem'
,:'1•·
dentes
,.
e com b·' nariz torto. 'Ele e.ra o
· ., deus'dos céusf0po diaj da noite e auxiliava
a humanidade.útilízando seus poderes de
curar doenças.
1 .•

... Quetzalcóatl ·
e, Conhecida como uma
~
.' "' serpente emplumada, o ·
·~ 'M ' ,•
E
:;;; Quetzalcóati era o principal qeus
-~ -~ i J,

da :religião asteca: Ele representava.

~'<~ i~ > 1,,c~
,"'. ;.~ .., ,. a vjda, ã vegetação, os alimentos ..
~- ~ e~a força espiritual existente nos ,
f .· ' Senhor da criação e deus primordial
~ .....,, ' ~,
h,.Ômens. O Quetzalcóatl.tatribéni
i :.,inea,.Vir;'!éocha nasceu de uma virgem e
' ..:. . ~/2:l~':i'
era cultuado'pelos maias c..órrf:' · -~
•µ ·i.,/ ' ',era usuª lm~nte representa4o com caracte- o nome ae Kukulcán. ' . .">;% ::,
;,. ~
•• ·llli rísticas' solares.'Os inéas açreditavam que os ~· ~ ,. ' ,)' · , :>t?-1t;·
"'~ ~
,: ~ _!· homens que não llie prestassem homenagem ..

.) 1.. ~eriam déi ri:~idos pel~ água og ,pelo fog-0.

· ~~ ) Po: \ odo~os lugares que pa,ssoa; ele ensinou
;'l ~ :. os'. s~gredos da arquitetura,_agricultura e
·1

it
gf,;,.!, '.t -
' asl'ronomja aos homens.
'
~
-~')1 l J '

za. Frederico Cesarino, professor mestre
em sociologia, explica que o conjunto de
crenças dos povos que habitavam o Brasil
antes da colonização é chamado de mi-
tologia tupi-guarani e ainda fazem parte
da nossa cultura, em forma de folclore.
Os índios tupi perceberam que algumas
atividades como caça, pesca e agricultura
poderiam sofrer mudanças de acordo com
a época do ano. Para controlar melhor o
fenômeno, esse povo criou uma astronomia
própria, que servia para definir o tempo
para a colheita, o calendário, a chegada
das chuvas e a duração das marés.
O sol era de extrema importância,
porque além de regular a vida na Terra,
tinha significado religioso e determinava
até o cotidiano dos índios, que sempre
buscavam a força espiritual dele. A lua
também tinha destaque, sendo usada para
identificar a melhor época para a caça,
o plantio e o corte de madeira. Como
amantes da natureza, os indígenas deram
~ .nomes para as espécies que faziam parte
] da flora e da fauna local e definiram um
Í espírito protetor para cada um deles.
! Durante a colonização do Brasil, a ca-
j tequese tentou eliminar as crenças indíge-
] nas, mas não surtiu efeito. Frederico Ce-
·; sarino explica que o povo português é co-
~ nhecido por se miscigenar facilmente com
J outros povos. "No Brasil, isso se refletiu
1l
Q.
em um sincretismo entre o cristianismo e
~ as religiões indígenas e africanas. Muitas
_g crenças católicas foram adaptadas para
i as tupi-guarani e vice-versa", conclui o
j professor. Conheça agora as principais
2
divindades da rica mitologia dos indíge-
~ nas brasileiros.
Tupã
É responsável pela criação, pelo trovão
e pela tempestade, além de morar no sol.
Segundo Frederico, "os deuses do trovão
costumam ser o deus principal nas mitolo-
gias de diferentes povos, como Zeus para
os gregos e Júpiter para os romanos". Os
índios acreditavam que a voz desse deus
poderia ser ouvida durante as tempesta-
des, dando o nome de "Tupã-cinunga" ao
trovão e "Tupãberaba" ao raio.
Guaraci
Conhecido também como Coaraci, o
deus sol era considerado como o criador
de todos os seres vivos, dada a grande
importância do astro para os processos
biológicos da natureza. Pode ser compa-
rado a deuses de outras culturas, como o
Brahma hindu e o Hélios grego.
Jaci
A formosa deusa da lua era considerada
também a rainha da noite e dos homens.
Seu encanto era tão forte que nem Tupã
resistiu e acabou se casando com ela. Pode
ser comparada a Vishnu da mitologia hindu.
Caipora
O protetor dos animais da floresta anda
nu, montado em um porco selvagem e
domina os animais. Sua história é uma
das mais conhecidas do folclore brasileiro.
Se um caçador não cumpre os acordos de
caça feitos com o Caipora, será atacado.
Iara
A deusa das águas é também chamada
de "Uiara" ou "mãe d 'água". Sua história
é semelhante ao mito das sereias, que
cantam para atrair os homens e os levar
para o fundo do rio. Os índios tinham
tanto medo dela que evitavam os lagos
após o entardecer.
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:·A',::~·:·-; -
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A
.
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· · . trolls e
.· :fadas
Conheçà as diferenças entre as mitologias nórdica e celta," seus.
principais seres, crenças e influências no mundq moderno
Texto: Érica Aguiar/colaboradora Design: Jamile Cury G~ndara

A
mitologia nórdica - criada pelos como viking, embora nenhum· nórdico
povos antigos que habitaram a se denominasse dessa forma. Oe acordo
Suéc~a, Üinamarca, Finlândia, com o professor de história, Marlon Mal-
Noruega e Islândia - é a respon- tauro, "este termo passou a ser utilizado
_s ável pela criação de figuras cqmo Odin e para representar todos os habitantes da
,- ,Thor. Já a cultura celta, foi difundida pela Esc.a ndinávia a partir do século_XVIII.
}rlanda, Grã-Bretanha, França, Holanda e . Cronologicamente, os nórdicos q':le re-
Espa_n ha. Segundo Marina Holderbaum, ceberam esta alcunha viveram entre 793
organizadqra do grupo Fine Na Dairbre a 1066 d.C.". De acordo com o professor
Protogrove, "chama-se de celtas uma série Johnni Langer da Universidade Federal
de povos que compartilham de uma cultura da Paraíba (UFPB), a religião, as crenças
material e linguísticâ em comum", _que e as lendas nórdicas foram transmitidas
foi dissemin<ld~. pela Europa atravé$ da ·'.'pela·via oral, por imagens de esculturas
imigração e. çlo.~omércio. "Descobertas . e roéhas.pin!ad~s".
arqueológicas mai!, recentes indicam que a ·
civili2;ação 'e staria ~malgumas regiões dà Crenças diferentes
E~ropa desde p finál ~~ Idãde do Bronze; Para a mitologia nórdica, no iriício, havia
isto é, entre 900 e 700 a.' C.", diz Andréa somente dois mundos: Niflheim (das névoas)
' . '
Guimarães, tepfesentante do grupo dru- e Musphelhein (do fogo). Entre eles, estava
ídico Caer Tabebuy.a. Ginnungagap, o grande vazio. :t;rele, o fogo
·; O povo nórdico também ficou conhecido e à névoa se encontraram e formaram um

41 ' Oeuses da Mitologia

:. ·, :: ,:. ,:, '.~~.~ rme bloco'de gelo, que foi derretendo
' .') : . :JeVi,<,io ao fogo. Do gelo derretido surgiu
· ',/,',; ô gigante primordial, Yµi.ir. ·
O 'suor de,YrtÍir.deu origem ~os pri-
meiros gigantes e, dq '·gelo,' :surgiu a. ;·.
vaca Auduin):,l~. () Jeite'qi.iejçmãva::de . ·'
AÚdúmbia for~á:'â q~afrõ,_gtá~<les:·.·
rios que'alim,én~.iyam·y mir: 'J:í vaca :
lapibià 0 ge_ lo -~.;tssim, libertou o.:;,_'.
deus Buro, pai dé Bor - que por sua.
..;.ez, foi pai de Odin, Vili e Ve. Os
filhos de ~or destroçaram o corpo .
de Ymi,r e; a partir disso, criaram
a i;-erra. As nuvens surgiram· do
céi;ebro do gigante, seus ossos e ·.
de_n tes deram origem às rochas e
montanhas e os rios e· oceanos sur-
giram do seu sangue. Odin, Vili e'Ve, .
tam~ém foram responsáveis por criar
os homens (esculpidos da madeira) e
defini~ a passagem do~ dias. ' .
Já para os celtas, a única lendá que se
aproxima de um mito "da ·criação" é a ché,
gada dds Ttiatha Dé Danánn à Irlanda, que
é, basicarrÍe;te,·uma batalha pel? ter~itório.
Para. Cláudio Qu1niino, pesquisador d.as
ciµturàs celta e irlandesa, a falta de llln mito: ,- · .·
de criàção ·"reflete uma d~s mais béIÚ é : :'.-
irrip~rtant~s lições do pep.samento celtá: . b _povo celta
a çerteza de que ó mundo não 'foi' criado, .. cos(umáva cultu-
. inas vem sendo criado di~riaínehte não p~r ; .. 's eús deuses em ~eio···... ãr
uma ou vá.rias.deida4,es, !tias pela intér~ç~o · aos bosques. · Seguqdo Marina
de todas as sua~·criaturas". . . . m :ilder~m.1.m , -« ~ beip m:ais precioso 'q ue .•
· ..._,:_ ; :. únh,a in er~ o .gàdo, port_à-iltô;{sa~rificar O Univers9 f:: .:
Fenômenos -naturais , · . 1: : um a,nim,a:i era n ,alµienJe um:grande , o universo nórdko·era:,.
Os nórdicos acre-ditávam que o~'{enô-·: '. ;prejúízo 'p ari a sotiedad~, te~qo em ví;ita organizado e~noJitmftiâos:
menos .naturais e,stavâi:n ·ligados 'a vái:ios .. · ;,q:Ue eléi poderiátp.-,fi~a~,.,s em co~ida no · Midgard. (reJno dos ho~i~s),': '"'>
aspectosdainitol9gia: ó:ventó, porexenJ,pl<i{ ' inverno". "Os.relateis de gfego·s·e rórrianos · Asgard.(relnp"dofdeµs,e;),
· provii:iha d~ ba;tér.de ·;~ásd~ u1?- gig~nte . ) ~o un,~.~i1:1if em ~~z~-~ q:1f para ( elt~.s Alfheiin.(;~irici d~s,iJfosJ/ : • "1x ôf
ei,nfor1:1a de'ág?ia,.cliàrnacl~ de H;aésv.~lg. \' .;fi.ão~{at .if ;$~ntid;o. erguei: t ~mplos,,p<lr,a, os . ·Helheim.(reino dos mortos); : < ,
·. · No
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ca.so dos,éeltá~,'
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existe·llm
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i.tõ> :: aêuses 'se Ós'deuses
~ , .. ,~ '1'-; : .;:.,. .... , . . . . . . . · "· •
estavam
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. .• • • ,,..,
a'.';. · . Niflnefru' (rei~~:pr1mo~di~li a ' : ~;\
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'. çh~~ac!o J?j:fds~i:.z~~~s:c9~ y~ti?s m~_o,s;:;J·, ~t~_Gla~p.i?~Q~i11ti9~. · · ", ;# , .: :... névoa}, !_,1 4spJislh'eirtyei1J,o", '/
qµé, ?escreveÍJ.). coinp l!J;girés -~spe,cífic'~s ·:t:; .,
s>:~cti:fíçio dé ,an,itnai:s,cotjlq: ~fy~1os, . primor'd~IdÕ'J,ógo);;~idªvellir • ·
surgiram pela, àçâo-0d 1ma·di.vind_a'd e1iú~,Ç; poi:éos· ~ bois fãlém do·sacritfd.0 .h umano, (reino dqs,.s.',.,
~an·cy~:,,
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~ pers011ag~m'IéndJrio, ,Qs ci.çlos'"'. ánuaJ_s . ~7ff,o{prátk.q,'do :peJ.ôs. escandfaav.o.r ''Por (te'irio,do,~ '.gigajit~?) e:YanRheim
~ ~ ·~~'1:{'· !';~·.,.:. ~
.f també~ eram..iriuitÔ inipor.tánté~,p.a_t~· ~-".: iµei9 .de~Sfs/ b;b'scavag,i:;pi:'~sent,ti,iu,.e-se (mundo.dos-Varres).. El~S"sf·~
Q) • • •. , .. ' •• • ,, '"":· •,#, "':• .. ' (> .... ,, .. "•, ~· .- .. - ,, ""~·:·,'! . --'.·

t eles, já que dep~ndiam da ~~ric~l,t~{ t'::.;c~n,í~niq~r,çpp:i'.se~s deusesi fim<;{~"tece- ,... º!9ilni~a~~~ ~-ni J6rrid'~a árvore
~ para sobreviver. Se eles 'não cÓnheçesse,n{ •.' '.~erepi•~Jíd~vãi :corno a vit,qrJá-.~ ~gperr~~,: 't;X9.9'dr~~!,\ ~as ~ã~:~êspbe ao
~.s O ambiente em ,
que viviam: nã<j-"sêriani': ,' â f~rtilidãde' da!i terras/ d0s>~nia.les e'·de; '~
!_. '!> ~ yy . .., ' A I,:~,
êifrt~h e1 alg~ns"
'...' t.,J,;"",.-
' '
êstavam acima
' .,.~ :~ '\;S.»•__. ~· -'o-~ ~..,. • ' ;. .. .

;f capazes de caçar, plantar e·colher. ;-y, ·tt:1:·,..~úJs, i;rrulhere(,.fiii ~~p.'~r L~'tJe:, r:nês,t~~ _,.j~ou àl?aixo·~~la.
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,i~·' '\:-.'
 Floresta mágica ,
A floresta de Dark Hedges, na
Irlanda, onde até hoje se acredita
que vivam fadas e duendes

Influência cristã
Os r:nitos nórdi~os ganharam uma
versão escrita apenas quando a
Escandinávia já estava totalmente
convertida ao cristianismo.
"-Pesquisadores indicam uma
possível interferência cristã
principalmente no mito de
ressurreição do deus Baldr e
· ·no confronto apocalíptico do
,Ragnarê:ik", diz Ma~lon Máltauro.
Em co[ltrapartjda, o cristianismo
adótou àlguns conceitos _
dós
m_itos nórdicos com o objetivo
de facilitar a conversão dos
pag~os. Os cristãos também
se apropriaram do uso de
runestones, pedras posicionadas
acima de locais onde os mortos
eram enterrados e demarcavam o
' " nom'e e a 'quali~ade' do falecido.
em História pela Pontifícia Universidade
. Católica de São Paulo. Algumas fontes
literárias, como.a descrição feita por Adam
de Bremen, por volta de 1070, fala sobre o
templo de Uppsala que era coberto de ouro
e continha estátuas de Thor, Odin e Frey.
Vestígios deixados
O apreço pela vida bem aproveitada, o
amor pela terra e pela natureza são parte
da tradição deixada pelos celtas. De acordo
corri. Marina Holderbaum, "na Irlanda,
por exemplo, algumas árvores isoladas em
locais elevados são chamadas de Árvores
das Fadas, acredita-se que são moradas
desses seres". Também existe muito folclore
a respeito de seres que vivem em lagos e
poços, as Bapshees, que são tipos de "fa-
das·" que protege1_11 famílias e habitam os
Montes de Fadas.
A festa do Halloween, por exemplo,
vem de um festivál celta, o Samhain, que
acontecia em homenagem aos mortos, no
atual dia de Finados. "Como os romanos
(responsáveis pelo desmembramento da
civilização celta e quase extinção dos drui-
das) não chegaram até a Irlanda, este foi o
país que mais preservou a cultura celta e
a transmitiu aos Estados Unidos devido a
forte migração irlandesa para essas terras
- por isso o Halloween se iniciou lá", diz
Andréa Guimarães.
Já os ensinamentos da mitologia nórdica,
· em sua maioria, estão contidos no poema
Hávamál, cheio de conselhos e repreé~sões,
ensinando educação e respeito. Obras
literárias como O Senhor dos Anéis ou O
Poderoso Thor (história em quadrinhos) e
seriados como Game of Thrones são exem-
plos de vestígios da cultura nórdica. Outra
grande contribuição desse povo foram
os traços deixados nas línguas de origem
germânica, já que alguns dias da semana
aludem aos deuses. Tuesday (terça-feira, _
em inglês) significaria o ·dia do deus Tyr, _
Wednesday (quarta) seria o dia de Odin, "
Thursday (quinta) o dia de Thor e Friday ~
(sexta) o dia da deusa Frigg. I

44 IDeusesda Mitologia
 'I )éuses
, e seres
•
nor ..,..lCOS : .-' ;: ' • 1 •· '. ,; • / .::-
. ..
--~'"'..;'.-.."'

·. .
ara a mitologia viking, o panteão nórdico,er'a dividido em
! 1.:. - -

P duas raças distintas de deuses: os A~es (ligados a9 ef~pecto .

bélico) e os Vanes (relacionados com a fertilidade). O principal
conflito na mitologia nórdica era entre deu~es e gigantes: os.
deuses representando a ordem e os gigantes representando o caos.
1
i

Thor
O deus mais cultuado pelos nórdicos e o maior.herói dos Ases,
Thor era considerado a deidade do poder1 da força, dos juramenfos e .
também era relacionapo ao controle dos fenômenos meteorológicos.
Filho de-Odin com Jord (Terra), Thor era casado com a d~usà'~if,
tinha dois fiÍhos.(Módi e Magni) e vivia em seu castJo Bilsl,f ümir.
Thor portava um cinturão mágico que dupli~à força, um ·p ar
de luvas de ferro, o martelo Mjõllnir e viajava e·~ uma carruagem. .

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I 111
Lodin Frigg
Principal deus nórdico, Odin era pai Deusa da fertilidade, do amor e da
de Thor, Tyr, ~~ldr, Bali, Hõrd e Vali. ··união, Frigg era esposa de Odin e ma-
Ele era considerado o deus da guerra, ç.lrasta de. Thor. Os filhos de Frigg são
da magia e dos mortos. Odin morava no ' apenas Baldr e Hõrd. Além de Odin, ela
palácio Valhalla., em-Asgard. Do alto de era a única a quem era permitido sentar
seu trono, observavat~do o que acontecia ' no trono Hlidskialf e olhar o que acon-
no universo. Odin também cavalgava em tecia no universo. Acreditava-se que ela
um cavalo de ~íto patas, denominado era detentora de uma enorme sabedoria,
Sleipnir, e portava.uma .lança mágica conhecendo o destino dos hom_ens, mas
chamada Gungnir. sem nunca revelá-lo.

46 IOeuses da Mitologia
 <Ziffltr

.·ealdr Tyr
· ·Rev.erenciado como um deus bondoso e Os guerreiros costumavam gravar eÍn s{ias
· .... radian~é, Baldr era o·mais querido entre as armas a runa (antiga forma de éscrita das língúas
deidades. Devido a um pressentimento de germânicas) com o símbolo de Tyr,. pois ele 'era .
sua morte, a deusa Frigg fez com que todas · invocado para conferir a justiça nas·batalhas.·Ele
as criaturas jurassem não ferir Baldr, -xnas também é considerado o mais bravo dos deuses ·
não cobrou o juramento de um vi~co, por e teve sua mão direita devorada pelo lobo Fenrir
considerá-lo uma planta muito pequena . . (filhq de Loki).
Em uma festa, todos os deuses se divertiam . ·~

Deuses da Mitologia 1 47
 Deus
Bàrdos
Os bàrdos eram especializados
em absorver e transmitir o
conhecimento druídico através dos
mitos, lendas, poemas e canções.
Eles eram qs zetàdores da tradição
e dâ memória das tribos. Por
~ seremJnúsicós, os bardos também
!s fora~ respo'nsáveis por originar
. uma harpa que fazia com que as estações
.f a música tradicionéll irlandesa e
;;: costumavám útilizar um alaúde
'!' para tocar suas canções.
·Deusa do fogo, da cura, do lar, da fer-
~~"---
s
ara os celtas, os deuses e deusas
P estão presentes na paisagem à sua
volta, assim, cada tribo cultuava
suas próprias deidades. Mesmo
assim, existem deuses em comum em dife-
rentes lócalidades como Gália, Portugal e
Irlanda. As divindades mais conhecidas são
dos Tuatha Dé Dánnan, responsáveis pela
conquista da Irlanda. Ainda na mitologia
celta, há a presença de heróis dotados de
grande força e astúcia.
Dadga .
Também chamado de "O Bom Deus", é
considerado o mestre de todos os ofícios e
senhor de tódos os conhecimentos. Ele teve
vários filhos, entre eles Brighid, Angus,
Midir, Finnbarr e Bodb. Dadga tinha
mudassem, além de um casal de porcos
mágicos que· podiam ser comidos várias
· vezes e sempre reviviam. A divindade
também possuía um pomar que dava
fi;utos o ano todo.
Lugh
Um dos grandes heróis da mitologia
irlandesa, Lugh (Lludd ou Lugus) era co-
nhecido como o deus dos ferreiros, cujo
domínio incluía magia, artes e ofícios em
geral. Ele era guardião da espada mágica e
da lança invencível, um dos quatro tesou-
ros dos Tuatha Dé Danann, ramo ao qual
Lugh pertencia pelo lado do pai Cian. Sua
mãe Ethniu, por suá vez, vinha da tribo
dos Fomorianos.
Brighid
tilidade, da poesia e da arte, Brighid
era reverenciada pelos bardos (tanto
na Irlanda como na antiga Bretanha)
e associada às águas doces de poços
ou fontes, que ficavam próximos às
colinas. No cristianismo, equivale a
Santa Brígida de Kildare, na Irlanda.
Nuada
Irmão de Dadga e Dian Cecht, Nuada
era reverenciado como rei e grande líder
dos Tuatha Dé Danann. Na primeira
batalha de Magh Turedh, perdeu o braço
(que foi restituído) e o trono. Por conta
disso, ficou conhecido como "Nuada,
Braço de Prata". Era o deus da justiça,
da cura, do renascime~to e póssuía
uma espada invencível.
Morrighan
A grande rainha 'Mor Rioghain',
da tribo dos Tuatha Dé Danann, era
senhora da guerra, podia prever o futuro
e mudar de forma Ela reinava sobre
os campos de batalha junto com suas
irmãs: Badb e Macha, sendo conhecidas
como as Três Morrighan. Nos mitos
celtas, ela se relacionou com Dadga e se
apaixonou pelo herói CuChulainn, que
a rejeitou, despertando toda sua fúria.
Druidas e vates
· Os druidas erain sacerdotes, conse-
lheiros e magos, exclusivamente celtas,
que antecederam a era cristã. Havia
ainda os vates, responsáveis pela cura e
por prever eventos, através da interpre-
tação do voo das aves ou conversando
com os deuses.
Dicas • Texto: Érica Aguiar/colaboradora ·
Design: Nathália ôliveira1colab9radora
e Tainara'Ricaldes

rec1osas
Filmes, séries e livros para conhecer mais sobre diferentes mitologias

O Livro de Ouro da Mitologia - Histórias de Deuses e Heróis

(livro}
Autor: Thomas Bulfinch / Editora: Ediouro

As religiões da Grécia e Roma antiga, assim como a mitologia oriental e a

nórdica desapareceram, mas as suas influências ainda persistem no nosso dia a
dia. Bulfinch descreveu histórias encantadoras nesse livro, que trazem ao leitor
informações essenciais para compreender seu próprio mundo.

>
G·HHWfl AN J.\(,Q

O Mundo Mágico do Antigo Egito (livro}

Autor: Christian Jacq / Editora: Bertrand Brasil

Jacq investigou, em Luxor (cidade do sul do Egito),

uma família de magos que praticava a caça de serpentes
e escorpiões. A partir da tradição oral, das pinturas
e de textos hieróglifos, ele revelou como a magia era
utilizada para curar doenças, trazer for tuna e garantir
uma passagem tranquila da vida para a morte.

Deuses e Mitos do Norte da Europa (livro}

Autora: Hilda R. Ellis Davi / Editora: Madras

O livro da britânica Hilda Davidson é visto como um clássico para quem estuda a
mitologia escandinava. Na obra, ela apresenta os deuses mais importantes da guerra,
do céu, do mar, da fertilidade e da morte, e ainda desvenda figuras como Odin e Loki.
 ~ -------------------------------------«(!!~
Uma Luz Sobre Avalon (livro)
Autora: Maria Nazareth Alvim de Barros/ Editora: Mercuryo
Uma viagem pelas origens históricas do universo celta até o desenvolvimento do drui-
dismo. Uma Luz Sobre Avalon não exige nenhum conhecimento prévio para ser lido
e contribui muito na explicação do caráter simbólico dos mitos celtas, traçando um
perfil da vida social, política, cultural e religiosa dessa civilização.
Mitos nórdicos (livr9)
Autor: Raymond Ian Page / Editora: Centauro
Ilustrado com fontes primárias da Era Viking, a obra conta com lendas nórdicas, mos-
trando as tradições dos escandinavos. O livro ainda traz os mitos que relatam como
este povo imaginava a criação dos homens e o fim do mundo.
Fatos e Mitos do Egito Antigo (livro)
Autora: Margareth Marchiori Bakos / Editora: EdiPUCRS
Através de fatos e mitos, Margareth Bakos tentou levar ao leitor a cultura dos egípcios
antigos, suas tradições e como eles influenciaram a criação do "milagre grego" e do
mundo judaico-cristão. Além disso, a autora também apresenta símbolos e legados
deixados pela civilização egípcia que usamos até hoje.
A Odisseia (filme)
Diretor: Andrey Konchalovsky / Ano: 1997
Este longa-metragem retrata as aventuras vividas por Ulisses (também conhecido
como Odisseu) narradas por Homero. O filme mostra o herói Ulisses enfrentando
criaturas mitológicas, deuses e outros inimigos. O longa é baseado no poema épico, o
qual o personagem principal almeja voltar para casa e encontrar sua amada Penélope.
A Múmia (filme)
Diretor: Stephen Sommers / Ano: 1999
Uma refilmagem do filme de 1932, A Múmia conta a história de arqueologistas que
descobrem a tumba de Imhotep, o sacerdote do Faraó Seti, que foi mumificado vivo e
amaldiçoado por ter dormido com a amante do soberano. O sacerdote volta à vida e
destrói tudo o que cruza seu caminho, trazendo com ele as dez pragas do Egito.
O Poder do Mito (série de TV - 1988)
" Uma série de entrevistas com Joseph Campbell, o famoso mitólogo norte-americano,
-_J autor do livro O Herói de Mil Faces. Dividida em seis temas, a série mostra as conexões
entre as diversas religiões, tenta entender o motivo da existência de tantos mitos e os
padrões que se repetem em culturas diferentes.
50 Jeuses do Mitologia
DEUSES DA
MITOLOGIA
DEUSES DA MITOLOGIA · ANO 1, N• 1•2014
Edttor>-Che!! M,~n~ Rett
EtitoraliiantdtlUCffllito
~OavidClntra.TamrysSeno
Deslgn Jamile wry Gandara, laínara Rlaldei
fstagijria, &ia Aguíare KarinaAlooso(r,da(loJ;
NatháliaOOv,;ra(, rt,J
DtsigndacapahinaraRialde,
lmpre»ão EDIGAÃflCAGmia
Di<1libui\ã0Dinap
F"KDp,oíbidoa,.,,,..i,,fÕopa,<iol .. 11,tolk...,.,..,
tuto ou imag,m dtitt prodato s,m autotÍlOIÔO ,miado>
ruponsávds pela publicafão.
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,,,woMmenro), Júlia Dantas !E,iit«a allisteJrteJ, Luca, Siva {Arte).<,-
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°'5<1M>mmento de Produto Ot.l'llo Matti.wo Neto(Coonlenaçlc
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ran, Elisange~ eau,ra , Th~go l'opp Contatos Danl,~ Gonç,iv.....
lliitnundo. Mlrtio Costa e Váni, Soou a.i,....tantes (BAJ Aura o&
(71)3345-5(,00 ~boNa.aiml>túioSilwn.(CE}Fl
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br MiriamLin,, {RJ) PWS RfPRESENTA(ÃO (11) 2240-9273 joao.,,-
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(48) 333&- 9493 --ite(.a,m.lw 1ooi Costa, (RS) l!IC"
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