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O gênio do crime
Capítulo 1
Era um mês de outubro em São Paulo, tempo de flores e dias nem muito
quentes nem muito frios, e a criançada só falava no concurso das figurinhas
de futebol.
(...) Quem enchia o álbum ganhava prêmios bons e jogava-se abafa pela
cidade: São Paulo estava de cócoras batendo e virando. (...)
Na Escola Primária Três Bandeiras o sino anunciou o recreio e o Edmundo
saiu voando da classe para encontrar o Pituca no pátio. (...) Edmundo estava
aflito; há dois meses só faltava o Rivelino para encher o álbum e poder ir lá na
fábrica receber o prêmio. Comprara toneladas de envelopinhos e o Rivelino
não saía; virou a cidade nos abafas de Vila Matilde ao Tucuruvi e num dia foi a
um treino do Corinthians falar com o próprio Rivelino, inutilmente, porque o
jogador também colecionava e não conseguia encontrar a figura dele mesmo.
Finalmente o Pituca veio com a novidade: disseram que no Largo de São
Cópia autorizada.
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O gordo (...) pediu uma explicação para a secretária e, quando a mulher vi-
rou as costas, ele mergulhou o dedão no vidro. Edmundo deu uma gargalhada,
passou as costas da figurinha no dedo do gordo e colou no álbum. (...) O álbum
estava cheio. Agora só faltava ir na fábrica buscar o prêmio: uma bola número
três e um completo jogo de camisas tamanho infantil do time que escolhesse.
Glossário
Abafa: é um jogo que consiste em bater com a mão em concha nas
figurinhas, para virá-las de um lado para o outro.
Cambista: pessoa que vende ingressos por um valor maior do que o normal,
fora das bilheterias de estádios, teatros etc. No texto, o cambista negocia
figurinhas.
Cócoras: agachado.
Rivelino: nome de um ex-jogador de futebol da seleção brasileira e campeão
do mundo na Copa de 1970.
Cópia autorizada.
( ) a secretária da escola.
( ) Edmundo.
( ) pituca.
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4. Qual das personagens estava mais ansiosa? Por quê?
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8. Que personagem ajudou Edmundo por interesse? Por quê?
Cópia autorizada.
b) O que estavam “batendo e virando”?
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Leia mais este capítulo e responda às questões de 10 a 13.
O gênio do crime
Capítulo 2
(...)
Era um prédio velho, de dois andares, com jardim na frente e um portão de
ferro. O jardim estava um ajuntamento de crianças, para mais de cem, e pa-
reciam desiludidas. Edmundo puxou conversa numa rodinha e ficou sabendo
que a fábrica interrompera a entrega dos prêmios. (...)
A raiva estava no ponto de estourar, e estourou na hora que o descabelado
pegou uma pedra e atirou na vidraça do prédio; foi uma corrida que parecia
formigueiro cutucado, a molecada se espalhou elétrica no jardim procurando
por pedras (...).
No porão havia uma porção de pilhas de papel, desses de imprimir figuri-
nhas, jogaram querosene em cima e iam botar fogo. Foi nisso que Edmundo
subiu a pequena escada da varanda e falou:
– Acho tolice fazer incêndio; de que adianta? O melhor é ir na polícia de-
nunciar esse homem. É capaz da polícia obrigá-lo a dar os prêmios.
(...)
– Ele está certo! Meu pai é advogado. Vamos lá que ele resolve.
Cópia autorizada.
(...)
Em cinco dias todos receberam uma cartinha marcando hora para se reu-
nirem no escritório.
(...)
João Carlos Marinho. O gênio do crime. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
( ) Edmundo não consegue ir até a fábrica, pois seu tio havia morrido.
( ) Bolacha consegue a cola na secretaria da escola.
( ) Os meninos revoltados querem incendiar a fábrica.
Cópia autorizada.
Agora leia o capítulo 3 da história e responda às questões 14 e 15.
O gênio do crime
Capítulo 3
– Edmundo, desça aqui que tem visita para você.
Era a voz do pai. Edmundo fechou o caderno de Português, trocou o chine-
lo pelo sapato e desceu.
– Boas noites, meu bom menino.
Quem cumprimentou foi um senhor baixo, gordo, careca, sentado no sofá
e que fumava um charuto comprido. Edmundo não o conhecia.
– Sou o seu Tomé, dono da Fábrica de Figurinhas Escanteio. Descobri seu
endereço pela relação do advogado.
– Muito prazer.
– Assisti àquela bagunça da janela do segundo andar; se não fosse você
incendiavam minha fábrica.
Seu Tomé contou o reboliço para seu Cláudio e dona Elvira e elogiou muito
a coragem do Edmundo (...).
– Os senhores não imaginam o que está acontecendo comigo. (...) Existe
por aí uma fábrica clandestina falsificando minhas figurinhas difíceis. Fazem
exatamente iguais às minhas e vendem para a criançada.
(...)
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– No meu, como em qualquer concurso, o número de prêmios deve ser
limitado; não poderia entregar um jogo de camisas a cada colecionador. Por
isso as figurinhas difíceis são produzidas em menor quantidade. Mas agora,
com esse derrame de figurinhas falsas, o número de álbuns cheios ficou maior
que a minha capacidade de comprar prêmios.
(...)
João Carlos Marinho. O gênio do crime. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
a) o enigma.
b) as vítimas.
Cópia autorizada.
c) o culpado.
d) uma pista.
15. Assinale com um X os elementos que podem identificar o texto que você leu
como uma história de enigma.