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ESCOLA ESTADUAL NILZA LUZIA DE SOUZA BUTTA

AV. GETÚLIO VARGAS, Nº 1115, CARAVELAS, IPATINGA-MG


TEL.: (031) 3827-0374 – EMAIL: eenilzaluziabutta@hotmail.com
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL, ENSINO MÉDIO e EJA

COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA - 3° ano PROFESSORA: Luciene Schwenck

O QUE SÃO MINORIAS? Logo de início, temos de esclarecer um ponto de confusão: uma minoria não está sempre
em menor número na sociedade. Como assim? Então por que é chamada de minoria?
Porque a palavra “minoria”, nesse caso, não se refere a um número menor de pessoas, à sua quantidade, mas sim
a uma situação de desvantagem social. Ou seja, apesar de muitas vezes coincidir de um grupo minoritário ser
realmente a menor parte da população, não é o fator numérico o essencial para que uma população possa ser
considerada uma minoria. São as relações de dominação entre os diferentes subgrupos na sociedade e o que os
grupos dominantes determinam como padrão que delineiam o que se entende por minoria em cada lugar.
Comportamentos discriminatórios e preconceituosos também costumam afetar os grupos minoritários.
É importante frisar que não há consenso absoluto quanto ao conceito de minorias. Alguns teóricos estreitam a
definição, ao reduzir os tipos de características que podem definir uma minoria, por exemplo. Outros afirmam que o
termo não possui uma definição única e que sua intenção sempre dependerá do autor que o está utilizando. Neste
conteúdo, abordaremos o conceito de minorias mais amplo, conforme a definição abaixo, do sociólogo Mendes
Chaves: “A palavra minoria se refere a] um grupo de pessoas que de algum modo e em algum setor das relações
sociais se encontra numa situação de dependência ou desvantagem em relação a um outro grupo, “maioritário”,
ambos integrando uma sociedade mais ampla. As minorias recebem quase sempre um tratamento discriminatório
por parte da maioria.”
COMO RECONHECER UMA MINORIA? As características podem variar para cada grupo minoritário, mas alguns
elementos costumam ser comuns às minorias, como:
Vulnerabilidade: os grupos minoritários, em geral, não encontram amparo suficiente na legislação vigente, ou, se
o amparo legal existe, não é implementado de modo eficaz. Por isso, é comum a luta desses grupos por terem sua
voz mais escutada nos meios institucionais. Exemplo: transgêneros-é uma pessoa que nasceu com determinado
sexo biológico, e não se identifica com o seu corpo.
Identidade em formação: mesmo que exista há muito tempo e que tenha tradições sólidas e estabelecidas, a
minoria vive em um estado de ânimo de constante recomeço de sua identificação social, por ter de se afirmar a todo
momento perante a sociedade e suas instituições, reivindicando seus direitos. Exemplo: negros;
Luta contra privilégios de grupos dominantes: Por serem grupos não-dominantes e, muitas vezes, discriminados,
as minorias lutam contra o padrão vigente estabelecido. Essa luta, na atualidade, tem como grande marca a
utilização das mídias, para expor a situação dessas minorias e levar conhecimento para a população em geral.
Exemplo: mulheres;
Estratégias discursivas: As minorias organizadas, em geral, realizam ações públicas e estratégias de discurso
para aumentar a consciência coletiva quanto a seu estado de vulnerabilidade na sociedade. Além das mídias já
citadas, passeatas e manifestos também podem ser frequentemente utilizados. Exemplo: movimento LGBTQIA.
Exemplos de grupos minoritários- As minorias podem ser discriminadas por diversos motivos. Alguns exemplos
são: étnicos, religiosos, de gênero, de sexualidade, linguísticos, físicos e culturais. Em cada país ou região,
diferentes populações podem ser consideradas minoritárias, a depender dos grupos que dominam as instituições
do local, sendo que um mesmo grupo pode ser dominante em um lugar e minoritário em outro. Os judeus, por
exemplo, são o grupo hegemônico em Israel, mas podem ser considerados minoritários em outros países, como
nos que há predominância católica. No Brasil, podemos citar como exemplos de minorias mais conhecidas as
populações negra, LGBTQIA (representa as pessoas que de alguma forma não se identificam com a heterossexualidade
ou com o conceito de que só existem dois gêneros masculino e feminino), de mulheres, indígenas e de deficientes. Os
direitos humanos, como direitos fundamentais, devem ser considerados pela legislação de uma nação e garantidos
a todos os indivíduos. No caso das minorias, tal consideração é especialmente importante, posto que se tratam de
grupos já discriminados e tratados de modo desigual pela parte majoritária. Assim, é imprescindível que a
democracia não considere somente o princípio da maioria, mas também princípios de justiça social, concedendo
espaços de fala para as minorias e realizando leis e políticas públicas que atendam aos seus interesses e
necessidades, mesmo que estes não correspondam aos desejos da maior parte da população. Ao agir desse modo,
o Estado colabora para a diminuição da discriminação contra esses grupos minoritários e garante que toda sua
população seja contemplada com direitos fundamentais, como estabelecido na Constituição Brasileira.

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