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A INDÚSTRIA FONOGRÁFICA
CONTEMPORÂNEA E A INSERÇÃO DA
PRODUÇÃO INDEPENDENTE
Piracicaba, SP
Dezembro/2017
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A INDÚSTRIA FONOGRÁFICA
CONTEMPORÂNEA E A INSERÇÃO DA
PRODUÇÃO INDEPENDENTE
Piracicaba, SP
Dezembro/2017
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BANCA EXAMINADORA
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44
9
INTRODUÇÃO
1
Majors = grandes multinacionais que dominam o mercado industrial fonográfico.
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Jukebox = aparelho provido de toca-discos acionado pela introdução de dinheiro, fichas ou moedas,
que executa a gravação escolhida pelo usuário.
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3
Walkman = reprodutor móvel de fitas magnéticas
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Long-Play = discos de vinil que prometiam “longa duração”, com maior capacidade de
armazenamento e qualidade de som estéreo.
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que utilizam a rede p2p. Alguns desses programas foram e ainda são perseguidos
judicialmente pela Recording Industry Association of America (RIAA), órgão
responsável por promover vitalidade financeira e criativa das gravadoras, por se
tratarem de distribuição ilegal.
Mais recentemente, a internet ganha ainda mais um aliado na sua
disponibilidade tecnológica: o Wireless6, tecnologia que exclui os cabos dos
dispositivos (como o computador) de redes ligadas ao modem. As empresas de
telefonia então promovem um consumo ilimitado de dados via internet, porém com
velocidade de download7 controlada.
Cruz (2016) ainda comenta que a sociedade está cada vez mais transferindo
as simples atividades cotidianas para a internet, que se torna espaço de compra,
comunicação e trabalho. Dentro desse espaço, podemos encontrar amigos,
pesquisar preços, falar sobre o cotidiano e principalmente acessar conteúdos
culturais. O autor ainda relata que a sociedade está, de forma extensiva e
exaustivamente, transferindo a própria subjetividade para as redes cibernéticas.
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USB = “Universal Serie Bus” – tipo de conexão de dispositivos periféricos.
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Wireless = comunicação sem fio de transferências de dados e informações.
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Download = fluxo de dados de um dispositivo para outro.
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1.2.2 Streaming
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Streaming = transmissão de mídia distribuído através da internet.
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Selos = tipo de marca ou “etiqueta” de identificação da gravadora.
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Catálogos = lista de artistas pertencentes a tal produtora.
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Pode-se observar que as taxas aduaneiras que incidem sobre esses produtos
influenciam diretamente na configuração da indústria fonográfica brasileira no que
diz respeito à produção e consumo, além de inferiorizar o estímulo do crescimento
cultural interno. É fato que alguns países possuem certa vantagem em questões de
acessibilidade na construção de produtos culturais como a música, colocando-os
como principais exportadores de conteúdo e principalmente tecnologia.
Para Dias (2008), a evolução da tecnológia traz consigo uma série de
transformações consideráveis nas dinâmicas das relações de troca, onde para
indústria fonográfica surgem novas oportunidades de negócios e uma grande
necessidade de reestruturação das estratégias mercadológicas.
Paixão (2013) comenta que grande parte do desenvolvimento dos
equipamentos de gravação do som ocorre em território norte-americano, da mesma
forma o mercado de música gravada. O autor ainda explica que, desde a década de
1990, vários produtos culturais industrializados norte-americanos atingiram
consumidores de diversos países, fazendo com que se crie uma configuração de
mercado que facilita o fluxo de produtos relacionados às tecnologias e difusão da
cultura em âmbito mundial.
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Playlists = listas de músicas selecionadas para reprodução.
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música. No ano de 2001, chegou a ser fechado por um processo jurídico de direitos
autorais. Atualmente, o Napster uniu-se à empresa de streaming Rhapsody
tornando-se a marca da empresa na América Latina e na Europa, contando com
com 2,5 milhões de assinantes.
Já o YouTube, plataforma de vídeo da empresa Google, é o mais importante
serviço de música online justamente por não ser projetado para esse fim. Todas as
gravadoras possuem um canal próprio na plataforma, disponibilizando clipes,
entrevistas e partes de shows em vídeo, dando a elas autonomia de geração de
receitas, diretamente com a publicidade ou indiretamente com a promoção de
visibilidade de seus produtos. Além disso, o canal Vevo foi um dos que revitalizaram
a arrecadação dos artistas após o período de desverticalização da indústria. O
YouTube representa 40% da audição de música em geral e 4% das receitas globais
de música.
Para Passos (2015), é fato que os ouvintes estão sendo bem servidos pelas
plataformas digitais, mas aos olhos dos artistas, existe ainda a questão da
compensação. Ainda que a forma de acesso a música tenha se tornado fácil, a
maneira que os verdadeiros criadores são pagos ainda não mudou. As gravadoras
descobriram uma nova forma de sobrevivência no mundo digital, mas em pleno
século XXI os contratos e discussões sobre os direitos autorais ainda possuem o
mofo do século XIX.
A autora ainda traz exemplos de formas alternativas utilizadas por artistas,
como o do vocalista Thom Yorke da banda Radiohead. Visando lucrarem mais com
seus álbuns, a banda realizou um lançamento online através das redes p2p em que
o usuário tinha a opção de baixar o álbum gratuitamente ou fazer uma “doação” para
a banda com o preço que achasse justo. No fim das contas, o álbum “In Rainbows”
acabou por gerar mais lucro do que todos os outros álbuns banda juntos. Várias são
as variáveis que podem ter incidido sobre esse evento, mas vale frizar que isso
ocorreu devido a esse lançamento ter sido prioritariamente independente. Assim, o
capital não passou por nenhum intermediário, uma vez que a própria internet
cumpriu o papel da distribuição de forma muito mais eficiente sem cobrar nada por
isso.
Como ressalta Tomioka (2009), algumas empresas arrecadam muito dinheiro
vendendo a música em si, fazendo com que o seu modelo de negócios além
remunerem os artistas, beneficie também os seus acionistas. Já algumas outras,
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Passos (2015) comenta em sua obra que desde que a música popular se
tornou mundial, cada vez mais as inúmeras manifestações socioculturais estimulam
possibilidades de uma indústria fonográfica globalizada, pois as grandes
transformações sofridas pela indústria musical sempre foram relacionadas com a
tecnologia e não com a música em si. Para a autora, a distribuição de música
através da internet trouxe mudanças impactantes para o mercado musical, dando
origem às mais diversas plataformas de música. Como exemplo o Baidu, uma das
maiores empresas de pesquisa online da China, assinou em 2011 um acordo com
gravadoras para licenciamento de música para download quanto para streaming.
Segundo dados do Global Music Report (GPR) feitos pela International
Federation of Phonographic Industry (IFPI), o mercado global de música cresce a
cada ano em todos os continentes, potencializados pela música digital. O Gráfico 3
apresenta o crescimento na receita do streaming no período de 2012 a 2016.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O intuito deste trabalho foi realizar um estudo sobre a indústria fonográfica global,
buscando campos de atuação para produção independente dentro da
reconfiguração do cenário musical dado após a desverticalização da indústria e
surgimento da música digital, considerado como indústria fonográfica
contemporânea.
Desde o surgimento, a indústria fonográfica baseou-se em seguir o caminho
traçado pelas novas tecnologias, independente da cultura em que está atrelada. É
fato que os adventos econômicos internacionais influenciam diretamente na
evolução da indústria, além das novas práticas sociais estabelecidas a partir do
surgimento da internet, que migraram o mercado da música traçando um novo
campo de atuação para a própria tecnologia, produtores, artistas e principalmente
para o consumidor.
O produto música de modo geral, conta com a distribuição digital que hoje quebra
o paradigma da logística de importação e exportação física do produto final (como
discos e CD’s), possibilitando assim um consumo global muito mais amplo, acessível
e unificado, que por sua vez evidencia diferentes tipos culturais muitas vezes
invisíveis à escala global, estimulando também a miscigenação do consumo e a
formação de nichos de mercados internacionais.
Considera-se a hipótese do trabalho como verdadeira, pois é possível concluir
que a indústria fonográfica contemporânea nunca esteve tão aberta à produção
independente: que assume uma postura de agente desse mercado, transformando-
se muitas vezes em fornecedor de produtos inacabados para as grandes, uma vez
que explora novos gêneros. Além disso, contando com as novas tecnologias vindas
com a reconfiguração da indústria, a produção independente tem acesso a
equipamentos mais desenvolvidos e adaptados que permitem a criação de músicas
com qualidade digital, colocando às majors novos desafios em conciliá-las a novas
receitas. Além disso, a dinâmica exercida dentro das redes sociais possibilitou novas
práticas de interação social dentro da internet, influindo na distribuição musical das
mais diversas formas, como também na formação e configuração de novos
mercados internacionais como o e-commerce.
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REFERÊNCIAS
FINK, M. Inside The Music Industry - Creativity, Process And Business, Nova York:
Schirmer Books, 1996.
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IFPI, Global Music Report 2016. Online. Disponível em: <www.ifpi.com> Acesso
em: 07 mar 2017.
IFPI, Global Music Report 2017. Online. Disponível em: <www.ifpi.com> Acesso
em: 03 nov 2017.
<https://www.anpec.org.br/encontro/2012/inscricao/files_I/i8-
5a13bc99423a4470e9d19a498e2986c3.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2017.