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Conforme Liporini (2014 e 2019), o valor das benfeitorias deve ser determinado
mediante critérios técnicos estabelecidos pelas normas vigentes associadas à pesquisa de
edificações existentes no município, podendo ser obtido por meio do método comparativo de
dados de mercado ou por meio de orçamento qualitativos ou quantitativos da benfeitoria
avalianda, podendo ainda, em nível de rigor inferior, serem usados custos, tabelas, registros e
índices de entidades e publicações técnicas especializadas.
Para o caso de Planta de Valores de Benfeitorias, utiliza-se o método comparativo,
fazendo-se uma pesquisa de mercado no município, avaliando e determinando o valor unitário
para as classificações das benfeitorias utilizadas no cadastro imobiliário.
O estabelecimento de padrões construtivos numa avaliação em massa deve além de
atender as normas ABNT e do IBAPE, constituir-se também de uma pesquisa de mercado
realizada para fundamentar e analisar estatisticamente os padrões, materiais e tecnologias
aplicadas na construção das edificações, realizando-se estudos para identificação do real valor
de mercado da construção.
O valor de cada edificação, correspondente ao valor predial de cada imóvel, é definido
pelo produto entre o valor unitário genérico para a tipologia e padrão construtivo observado,
multiplicada pela área dos imóveis e sua respectiva depreciação.
Com base na metodologia de classificação das benfeitorias por tipologias adotada por
Möller (1995) e também adotada para valores de edificações de imóveis urbanos em unidades
isoladas e padronizadas para São Paulo (IBAPE-SP, 2019), a classificação das edificações
estabelecida na NBR 12721 e usada para definição dos valores do CUB pelo Sinduscon-RS, foi
feito um estudo para o caso específico de Santa Maria.
Para definição do valor unitário, as benfeitorias de Santa Maria foram analisadas e
classificadas conforme enquadramento por tipo e padrão construtivo, sendo descrito a seguir
e resumido no Quadro 1.
1. Casa
1.1. Rústico (R1-R):
Construídas sem preocupação com o projeto, aparentemente sem uso de mão de obra
e acompanhamento especializado. Associadas à autoconstrução, com pé-direto aquém dos
usuais, com deficiências construtivas. Áreas externas com pisos em terra batida ou
cimentado rústico. Uso apenas de materiais edificantes, de instalações e de acabamentos
indispensáveis. Paredes sem revestimentos internos ou externos e pintura a cal.
Não há definição deste padrão na NBR 12721, não sendo possível o seu cálculo a partir
da aplicação direta do valor da tabela publicada pelo Sinduscon-RS. Neste caso, será
necessário um orçamento genérico para o CUB que represente esta tipologia e seu
respectivo padrão.
1.2 Popular (RP1Q)
Construídas com materiais básicos, acabamentos de qualidade inferior, satisfazendo
distribuição interna básica, podendo ser geminadas.
Conforme NBR 12721, para representar esta tipologia no cálculo do CUB foi usada uma
residência de um pavimento, com dois dormitórios, sala, banheiro e cozinha.
9. Galpão/Pavilhão
9.1. Baixo (GP-B)
Com um pavimento ou mais, normalmente com vãos de até 10 metros e pé-direito de até
6 metros. Uso de acabamentos essenciais, de baixa qualidade.
Não há definição deste padrão na NBR 12721, não sendo possível o seu cálculo a partir da
aplicação direta do valor da tabela publicada pelo Sinduscon-RS. Neste caso, será necessário
um orçamento genérico para o CUB que represente esta tipologia e seu respectivo padrão.
9.2. Normal (GP-N)
Com um pavimento ou mais, com área administrativa e, em geral, com vão superior a dez
metros e pé-direito de seis a oito metros. Fachadas com materiais construtivos e acabamentos
de boa qualidade.
Não há definição deste padrão na NBR 12721, não sendo possível o seu cálculo a partir da
aplicação direta do valor da tabela publicada pelo Sinduscon-RS. Neste caso, será necessário
um orçamento genérico para o CUB que represente esta tipologia e seu respectivo padrão.
10. Telheiro/Cobertura
10.1. Baixo (TC-B)
Coberturas precárias de telha de barro, metálicas ou fibrocimento, apoiadas em pilares
metálicos, madeira ou concreto, em pequenos vãos, sem forro.
Não há definição deste padrão na NBR 12721, não sendo possível o seu cálculo a partir da
aplicação direta do valor da tabela publicada pelo Sinduscon-RS. Neste caso, será necessário
um orçamento genérico para o CUB que represente esta tipologia e seu respectivo padrão.
B – ÁREA
Conforme Liporini (2014), a área edificada do imóvel avaliando deve ser obtida por
meio do banco de dados do cadastro técnico municipal.
C – DEPRECIAÇÃO
Conforme cartilhas do IBAPE-SP (2019), a depreciação das edificações pode ser
calculada pelo critério de Ross-Heidecke, que leva em conta o obsoletismo, o tipo de
construção e respectivos padrões de acabamento, bem como o estado de conservação. O
Fator de Adequação ao Obsoletismo e ao Estado de Conservação é determinado pela
expressão:
Foc = R + K x (1 – R)
Onde:
Foc – Fator de Adequação ao Obsoletismo e ao Estado de Conservação.
R – Valor residual corresponde ao padrão da edificação, expresso em percentagem do
valor de reprodução, conforme Tabela 1.
K – coeficiente de Ross-Heidecke.
K = ( 1 – Ec ) x { 1 – [ Ie / Ir + ( Ie / Ir ) ² ] / 2 }
Onde:
K – coeficiente de Ross-Heideck.
Ec – Depreciação decorrente do estado de conservação, expresso em percentagem,
conforme Tabela 2.
Ie – Idade da edificação na época de sua avaliação, definida em anos.
Ir – Vida referencial da edificação, definida em anos e que depende de sua tipologia,
conforme Tabela 1 seguinte.
O valor da benfeitoria é dado pela expressão:
Vb = CUB-RS x Ac x Foc
Onde:
Vb – Valor da benfeitoria
CUB-RS – Custo Unitário Básico da Construção Civil no estado do Rio Grande do Sul,
calculado e divulgado mensalmente pelo SINDISCON-RS.
Ac – Área construída da benfeitoria
Foc – Fator de Adequação ao Obsoletismo e ao Estado de Conservação.
A vida referencial (Ir) e o valor residual (R) estimados para os padrões especificados neste
estudo são definidos na Tabela 1.
NBR 14653-2 – Avaliação de Bens – Parte 2: Imóveis Urbanos da ABNT – Associação Brasileira
de Normas Técnicas.