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Estudos

O Evangelho Segundo o Espiritismo | Honra teu Pai e tua


Mãe | Capitulo XIV
PIEDADE FILIAL - 1 E 3
“Sabes os mandamentos: Não cometas adultério. Não
mates. Não furtes. Não digas falso testemunho. Não
cometas fraudes. Honra a teu pai e a tua mãe”. (Marcos
X: 19; Lucas, XVIII: 20; Mateus, XIX: 19).

“ Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes


longo tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos
dará. (Decálogo: Êxodo, 20:12.)

Allan Kardec inicia seu comentário afirmando que “o


mandamento ‘ Honra a teu pai e a tua mãe’ é uma
conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao
próximo, porque não se pode amar o próximo sem
amar aos pais.”

Aliás, é no seio da família, no aprendizado de amar aos


familiares, que o homem mais se prepara, ou melhor, mais
exercita o sentimento do amor, que o leva a expandi-lo aos
amigos, e aos demais próximos.

Quem não consegue amar seus pais, que lhe deram a


possibilidade de viver na Terra, que cuidaram dele,
enquanto não podia fazê-lo, como pode amar o próximo,
principalmente, o que nada lhe deu?

Embora estejamos distantes do verdadeiro amor ao


próximo, exemplificado por Jesus, amar aos pais, está
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incluído na necessidade de amar-se ao próximo,


independentemente das qualificações morais, do mérito ou
demérito que possam apresentar.

Todavia, continua Kardec, o verbo no imperativo “honra a


teu pai e a tua mãe”, implica em algo mais, em um dever a
mais em relação a eles; o da piedade filial.

Segundo os dicionários, honrar significa: conferir honras a,


dar crédito ou merecimento a, exaltar, levar às alturas,
glorificar, tratar com respeito, reverenciar.

Honra-se, louva-se, respeita-se, alguém que demonstrou,


por determinados atos, qualificações dignas desse
merecimento.

Honrar aos pais implica em reconhecer merecimento da


parte deles. É tão importante honrá-los, que essa
determinação foi incluída nos Dez Mandamentos recebidos
por Moisés, há mais de três mil anos .

Considerando que os Dez Mandamentos se constituem na


base de toda a Justiça, podemos até afirmar e
compreender que honrar aos pais é também uma questão
de justiça.

Que mérito têm os pais para que esse mandamento seja


tão importante?

A resposta é simples : serem pais. Somente por haver


dado a alguém a oportunidade de viver na Terra, já é uma
qualificação importante para serem honrados, tratados
com respeito e consideração.
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Honrar aos pais é reconhecer o bem que fizeram ao pôr o


filho a viver neste mundo.

Todos os pais merecem piedade filial, sentimento inspirado


pelas necessidades, , pelas dores físicas e morais dos
pais, dispondo-se a assisti-los sempre, procurando
amenizá-las ou eliminá-las.

Piedade filial é reverenciar os pais e assisti-los, sempre,


numa demonstração de afeto e gratidão.

Fogem à piedade filial: aqueles que apenas os ajudam na


alimentação, não se apercebendo das demais
necessidades; aqueles que os ajudam, de má vontade,
com exigências de mudanças de hábitos a que não estão
acostumados; aqueles que, os ajudam, dando-lhes o
mínimo, sem nada se privar em benefício deles; aqueles
que os colocam nos piores cômodos da casa, cobrando-
lhes muitas vezes, serviços domésticos, que já não podem
fazer bem; aqueles que, sem motivo justo, para não se
darem ao trabalho, os colocam em asilos, casas de
repouso, privando-os da convivência familiar, ou os que
não tendo maneira de cuidar deles os colocam nesses
lugares, acomodam-se e os visitam muito de vez em
quando, sem nenhuma demonstração de afeto e de
atenção.

Fogem também da piedade filial aqueles que não os


visitam em seus lares, freqüentemente, ou pouco
telefonam, pouco conversam com eles, não lhes fazem
perguntas a respeito do seu viver, enfim, as pequenas
atenções, que lhes mostrem o interesse filial.
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Mas, e os pais que abandonam seu filho? E os que não


são bons pais?

Também devem ser honrados por terem dado a


oportunidade de um novo corpo a um Espírito, de uma
nova existência de inúmeras experiências, de novos
aprendizados, de transformações internas, de
prosseguimento evolutivo.

Só por isso, já se fazem credores de honra, consideração,


respeito, e compreensão aos motivos do abandono ou dos
maus tratos.

A eles, todos os atos indicados pela caridade e pelo amor


ao próximo, tais como: “pagar o mal com o bem, ser
indulgente para com as imperfeições alheias, não
maldizer do próximo, esquecer e perdoar as ofensas, e
amar até mesmo os inimigos, quanto essa obrigação
se faz ainda maior, em relação aos pais!”

Lembra também Kardec que todo ato condenável que se


faz ao próximo, se torna muito mais grave quando é feito
aos pais, uma vez que à falta de caridade, se junta o
sentimento de ingratidão.

Livro:
Os Dois Maiores Amores
Capítulo:
5

-
Médium(uns):
Francisco Cândido Xavier
Espírito(s):
Emmanuel

“HONRARÁS pai e mãe” – a Lei determina. Não te


esquecerás, porém, de que nove meses antes que os
outros te vissem a face, a tua presença na Terra era um
segredo da vida, entre o devotamento e o Mundo
Espiritual.
Na juventude ou na madureza, lembrar-te-ás da mulher
frágil que, sendo moça, envelheceu, de repente, para que
desabrochasses à luz, e, trazendo o ideal da felicidade
como sendo uma taça transbordante de sonhos, preferiu
trocá-los por lágrimas de sofrimento, para que tivesses
segurança no berço.
Agradecerás a todos os benfeitores do caminho, mas
particularmente a ela que transfigurou em força a própria
fraqueza, a fim de preservar-te.
Quando o mundo te aclama a cultura ou o poder, o renome
ou a fortuna, recorda aquela que não apenas te assegurou
o equilíbrio, ensinando-te a caminhar, mas também
atravessou longos meses de vigília, esperando que
viesses a pronunciar as palavras primeiras, para melhor
escravizar-se à execução de teus desejos.
Muitos disseram que ela estava em delírio, cega de amor,
que nada via senão a ti, entretanto, compreenderás que
ela precisava de uma ternura assim sobre-humana, de
modo a esquecer-se e suportar-te as necessidades, até
que lhe pudesses dispensar, de todo, o carinho.
Se motivos humanos a distanciam, hoje de ti, que isso
aconteça tão-só na superfície das circunstâncias, nunca
nos domínios da alma, porque, através dos fios ocultos do
pensamento, sentir-lhe-ás os braços, sustentando-te as
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esperanças e abençoando-te as horas.


Nunca ferirás tua mãe. Ainda quando o discernimento te
coloque em posição diversa, em matéria de opinião.
Porque ela se tenha habituado a interpretação diferente do
mundo, não lhe dilaceres a confiança com apontamentos
intempestivos e espera, com paciência, que o tempo
lhe descortine novos horizontes, relativamente à verdade.
“Honrarás pai e mãe” – a Lei determina.
Não te esquecerás, porém, de que se teu pai é o
companheiro generoso que te descerrou o caminho para a
romagem terrestre, tua mãe é o gênio tutelar que te
acompanha os passos, em toda a vida, a iluminar-te o
coração
por dentro, com a bondade e a perseverança da luz de
uma estrela.

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