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FICHAMENTO TEXTUAL

Aluno(a): Francielle Santos de Melo


Data: 26/05/2020
Curso: Odontologia – 1º Período
Disciplina: Comunicação Oral e Escrita
Professora: Islania Carla Borges
Trabalho: Fichamento do livro Coesão e coerência de Leonor Lopes Fávero

APRESENTAÇÃO

Leonor Lopes Fávero foi professora titular de Linguística da Faculdade de Filosofia,


Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e é professora titular
de Língua Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística.
Desenvolve pesquisas nas áreas de Linguística Textual, História das Ideias
Linguísticas e Estudos de Língua Falada. É conhecida principalmente por seus
trabalhos no livro Coesão e coerência textuais, publicado pela editora Ática localizada
em São Paulo, tendo sua versão digital disponibilizada.

CONTEÚDO

Título: Coesão e coerência textuais Capítulo: 4 Páginas: 18 a 25


Referência: FÁVERO, Leonor L. Coesão e coerência textuais. 10.ed. São Paulo: Ática,
2004.

Para evitar a repetição de palavras/fenômenos em um texto, a autora detalha como


estabelecer a coesão referencial. Nela, há a utilização de certos elementos na língua que
tem a função de referenciar um termo pré ou pós-existente. Segundo a autora, a coesão
referencial pode ser projetada por substituição e reiteração. A substituição é feita através
de proformas, que realiza a retomada anafórica ou sucessão catafórica de um termo. Em
suas observações ao citar Postal a autora discorda, de certo modo, de seu conceito de
“ilha anafórica”. Segundo Fávero, apesar de sintaticamente não ser correto uma proforma
substituir um elemento não superficial em sua estrutura, cognitivamente tal elemento por
estar subentendido, permite a utilização dos substitutos textuais. Relata ainda, que não é
possível referenciar entidades negadas e que as proformas verbais se limitam aos verbos
“ser” e “fazer”. A coesão por reiteração é colocada pela autora como uma substituição de
expressões no texto. Sendo através de, sinônimos onde segundo Fávero (2009, p.23)
“Não existe sinonímia verdadeira, já que todos os elementos léxicos são, de algum modo,
diferenciados e a língua não é um espelhamento simétrico do mundo.”; hiperônimos e
hipônimos e expressões nominais definidas.

“[...] há certos itens na língua que têm a função de estabelecer referência, isto é, não são
interpretados semanticamente por seu sentido próprio, mas fazem referência a alguma
coisa necessária à sua interpretação.” (Fávero, 2004, p.18)

Exemplo: Pelé foi um grande jogador. Sempre será recordado como o rei do futebol!
Pelé, Rei do futebol: Elementos referenciais
“A substituição se dá quando um componente é retomado ou precedido por
uma pro-forma (elemento gramatical representante de uma categoria como,
por exemplo, o nome; caracteriza-se por baixa densidade sêmica: traz as
marcas do que substitui).” (Fávero, 2004, p.19)

Exemplo: Pedro não irá a festa conosco. Ele está doente.


Ele: proforma pronominal

“A reiteração (do latim reiterare = repetir) é a repetição de expressões no texto (os elementos
repetidos têm a mesma referência).” (Fávero, 2004, p.23)

Exemplo: O gato caiu do segundo andar. Ainda assim, o felino passa bem.
Felino: sinônimo de gato

É notório como se pode fazer uso de vários itens para evitar a repetição de um mesmo
elemento presente no texto. Nesse capítulo temos a ajuda excepcional para conseguir
uma coesão referencial, que pode se dar por substituições clássicas através de
pronomes, ou reiterações com palavras diferentes, e referência comum. O fato de ter
observações é uma opção importante para o leitor, pois alertam aos possíveis erros que
se possa cometer.

Título: Coesão e coerência textuais Capítulo: 5 Páginas: 26 a 32


Referência: FÁVERO, Leonor L. Coesão e coerência textuais. 10.ed. São Paulo:
Ática, 2004.

Dentro da organização estrutural se tem a coesão recorrencial. Como nesse tipo de


coesão há a repetição de uma estrutura semelhante, é fácil confundi-la com reiterações.
Porém a autora deixa claro ao leitor que, o foco da recorrência é a progressão da
informação, enquanto a das reiterações é de situar uma informação já dada. A recorrência
de elementos pode ser feita através de diversos modos. Temos a recorrência de termos,
que enfatiza e intensifica o que está sendo dito; paralelismo, que reutiliza estruturas com
conteúdos diferentes; paráfrase, que repete um conteúdo com formas/palavras
diferentes; e recursos fonológicos, que se divide em segmentais e suprassegmentais.
Uma crítica levantada pela autora, é o fato de ser pouco estudado na linguística a função
dos recursos fonológicos na coesão. Dada a essa circunstância, Fávero cita casos de
coesão obtida com esses recursos. Através do ritmo, citando as várias funções do
silêncio, que pode passar inúmeras interpretações do leitor, e funções da entoação que
dá uma visão diferente do que está sendo dito. Também é colocado os recursos de
motivação sonora, sendo destacada pela autora as aliterações e ressonâncias em
exemplos, demonstrando a fluidez e sensações reproduzidas em palavras nos versos.

“A coesão recorrencial se dá quando, apesar de haver retomada de estruturas, itens ou


sentenças, o fluxo informacional caminha, progride; tem, então, por função levar adiante o
discurso.” (Fávero, 2004, p.26)

Exemplo: Ela corria, corria e corria... Não cansava de correr!


Repetição de termos
“A paráfrase é uma atividade efetiva de reformulação [...]” (Fávero, 2004, p.28)

Exemplo: Quando Joana estava caminhando pelo cruzamento, avistou sua antiga colega
da faculdade e contou-lhe as novidades pós formatura. / Joana contou as novidades
para sua antiga colega de faculdade ao reconhecê-la em um cruzamento.
Com o uso da paráfrase é contado o mesmo caso de forma diferenciada.

No capítulo 5, a autora explica sobre como conseguir um texto coeso pelas recorrências.
Resolve possíveis confusões que se pode haver ao relacionar com o capítulo anterior.
Expões inúmeros exemplos explicativos junto com citações que confirma e da
continuidade ao seu pensamento. Porém ao falar sobre recursos fonológicos não torna
explícito quais são as segmentais e quais as suprassegmentais. Em resumo, passa
conhecimento suficiente para o entendimento do leitor sobre a coesão recorrencial e
permite, também, verificar que a recorrência de termos funciona como mecanismo de
coesão textual.

Título: Coesão e coerência textuais Capítulo: 6 Páginas: 33 a 40


Referência: FÁVERO, Leonor L. Coesão e coerência textuais. 10.ed. São Paulo:
Ática, 2004.

A coesão sequencial tem o mesmo papel da coesão de recorrência, que é a de


progressão da informação no texto. A diferença entre as duas se da pelo fato de não
haver a repetição de estruturas na sequencial, como há na segunda. A coesão sequencial
dá sentido ao texto ligando uma frase à outra, e pode estar sendo feita de duas maneiras,
por temporal e conexão. A primeira pode ser obtida, segundo a autora, por ordenação
linear dos elementos, que exprime uma ordem de acontecimentos; expressões que marca
a ordem das sequências, como “primeiro” e “segundo”, “antes” e “depois”; partículas
temporais; e correlação dos tempos verbais. A segunda se dá por conectivos, e é divido
pela autora em operadores do tipo lógico, operadores discursivos e pausas. Os do tipo
lógico pode proporcionar relações de disjunção, condicionalidade, causalidade,
mediação, complementação e restrição. Os do tipo discursivos podem ser de conjunção,
disjunção, contra junção, explicação, conclusão e comparação. Por fim as pausas, podem
assinalar relações do tipo de condicionalidade, contra junção, causalidade e conclusão,
através de pontuações. Fávero ao citar cada divisão faz uso de exemplos, o que torna
mais compreensível o entendimento do leitor.

“Embora todo texto coeso tenha uma sequenciação temporal (já que a coesão é linear) uso o
termo em sentido estrito: para indicar o tempo do “mundo real” [...]” (Fávero, 2004, p.33)

Exemplo: Ontem estudei biologia. Hoje estou estudando história. Amanhã estudarei
português.
Ontem, hoje, amanhã: Sequenciação temporal por partículas temporais

“Os operadores do tipo lógico têm por função o tipo de relação lógica que o
escritor/locutor estabelece entre duas proposições [...]” (Fávero, 2004, p.35)
Exemplo: Julia não arrumou o quarto. Portanto não irá à festa.
Sequenciação por conexão – Causalidade
“Indicadas, na escrita, por dois-pontos, vírgula, ponto- e-vírgula ou ponto final etc., substituem
os conectores frásicos, podendo assinalar relações diferentes facilmente explicitadas.” (Fávero,
2004, p.40)
Exemplo: Não corra; irá cair.
Ponto e vírgula: Pausa, substitui o conector

É possível ter conhecimento total sobre a coesão sequencial. A autora além de tirar
possíveis dúvidas, estrutura de forma explícita cada subdivisão do assunto. Faz-se uso
de citações e exemplos bem aplicados, como no restante do livro. É um capítulo
completo, se acha muito mais do que quando procurado o assunto em sites da internet.
O fato de a autora expor opiniões sobre algum determinado ponto, só enriquece, traçando
uma conexão com o leitor.

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