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2009
RESÍDUOS LÍTICOS DA GRUTA DO GENTIO II,
UNAÍ-MG
Rio de Janeiro
Julho de 2009
FICHA CATALOGRÁFICA
Costa, Beatriz R. da
Resíduos líticos da Gruta do Gentio II, Unaí-MG. Beatriz Ramos da Costa.
– Rio de Janeiro: UFRJ/MN/MArq, 2009.
xviii, 169f, il.; 31 cm.
Orientadora: Tania Andrade Lima
Dissertação (mestrado): UFRJ/MN/MArq, 2009.
Referências Bibliográficas: f. 78-82
1. Resíduos de lascamento. 2. Análise de distribuição espacial. 3.
Tratamento térmico. 4. Magnetismo
I. Lima, Tania Andrade. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu
Nacional, Mestrado em arqueologia III. Título
RESÍDUOS LÍTICOS DA GRUTA DO GENTIO II,
UNAÍ-MG
Aprovada por:
_________________________________________
Presidente, Prof.ª Drª. Tania Andrade Lima
_________________________________________
Profª. Drª. Sibeli Aparecida Viana
_________________________________________
Profª. Drª. Glaucia Aparecida Malerba Sene
Rio de Janeiro
Julho de 2009
Resumo
The archaeological site Gruta do Gentio II was located in the city of Unaí, MG, during
the Programa de Pesquisas Arqueológicas do Vale do São Francisco no Estado de
Minas Gerais (PROPEVALE), under the coordenation of Professor Ondemar Dias
Junior. The excavations were developed in four stages of field work, between the years
of 1970 and 1980. It was identified four ocupational layers, related to two distinct
horizons, one of hunther-gatherers groups, and the other of horticultural ones. A large
number and variety of archaeological remains was recovered, and are worked since
them by several researchers. In the current work, the debris from 14 of the 32 excavated
sectors were weighted and quantified, and, from this data, statistical analysis of
similarity and spatial distribution was made. In relation to raw material preferences, it
was possible to identify sets of linkage between the different layers. The first is formed
only by the layer VI, the second by the layers II and III, and the third by the layer I. In
relation to the spatial distribution of the debris, it was also possible to identify two
changes in pattern, that matches with those registered for the raw material preferences.
The first register of changing is between the layers IV and III, when it stops to occur
specialized areas. And the second, between the layers II and I, when a more scattered
pattern was established. During the current work, the opportunity of investigating the
origin of magnetic behavior registered in part of the stone flakes raised. Were made
investigative and experimental measurements, the results suggests that the stone flakes
that shows magnetism in the originally external portions were heated at high
temperatures before the flaking happened. This led us to formulate the hypothesis that
the magnetic activity shown in the external faces, striking surfaces and cortex of the
flint debris is the archaeological signature of a heat treatment developed in those rocks.
19
À minha pequena grande família. Lucas e Adriano.
Ao meu querido pai, Dr. Orlando Silvestre da Costa,
e sua esposa, Sandra Carvalhaes,
por todo o apoio e incentivo.
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Agradecimentos
xvi
A todos os professores do curso de mestrado em Arqueologia do Museu do Museu
Nacional.
Ao Profº Marcelo Carvalho, do curso de especialização em Geologia do Quaternário do
MN-UFRJ, pelas pacientes explicações a respeito dos métodos estatísticos e do software
utilizado neste trabalho.
Ao doutorando da COPPE Edson Cardoso, pela aplicação da técnica da difração de
raios X e figuras com os resultados.
À graduanda em geologia Amanda Menezes, pelo auxílio na identificação e
quantificação dos resíduos em dois dos setores analisados.
A todos os colegas, estagiários e pesquisadores do IAB, que acompanharam esta
pesquisa, e que, não raro, colaboraram gentilmente, sempre com bom humor e
entusiasmo, fazendo com que o trabalho se tornasse mais alegre.
Ao geólogo, mestrando e marido Lucas Costa, companheiro em todas as horas, por
ensinar o uso do software Surfer 8, pelo auxílio na quantificação das peças, pelas
explicações geológicas, discussões e muitas outras pequenas contribuições, sem as quais
este trabalho não teria chegado a sua forma final.
A todos aqueles que contribuíram com o desenvolvimento deste trabalho e que, por um
lapso de minha parte não foram aqui citados, meus agradecimentos e sinceras desculpas.
xvii
Sumário
Introdução..........................................................................................................................1
Capítulo 1 – A Gruta do Gentio II.....................................................................................4
1.1. Histórico das pesquisas arqueológicas na Gruta do Gentio II........................4
1.2. Contexto geológico e paleoambiental...........................................................14
Capítulo 2 – Fundamentação teórica...............................................................................21
2.1. As ciências humanas e o cientificismo.........................................................21
2.2. Processo de formação de sítios arqueológicos..............................................22
2.3. Estudos de distribuição espacial intrassítio..................................................25
2.4. Métodos estatísticos......................................................................................26
Capítulo 3 – Os resíduos de lascamento da Gruta do Gentio II......................................27
3.1. Levantamento dos Dados..............................................................................27
3.2. Resultados.....................................................................................................30
3.3. Análise estatística da exploração da matéria prima......................................52
Capítulo 4 – Análise espacial..........................................................................................55
4.1. Distribuição espacial das camadas................................................................55
4.2. Distribuição espacial dos resíduos................................................................56
Capítulo 5 – Estudo da atividade magnética dos resíduos...............................................65
5.1. Medidas investigativas..................................................................................65
5.2. Experimentação com alta temperatura..........................................................68
5.3. Tratamento térmico: uma hipótese...............................................................69
Capítulo 6 – Interpretação dos resultados........................................................................72
Referências bibliográficas...............................................................................................78
Anexos.............................................................................................................................82
xviii
Introdução
1
cristalinas, como opala e calcedônia. Através da quantificação dos resíduos foi possível
identificar algumas tendências em termos de seleção de matéria prima. Contudo,
questionava-se a representatividade dessas tendências no total do sítio
Para o ingresso no curso de mestrado em arqueologia, apresentamos então um
projeto que visava aprofundar o estudo monográfico, registrando a ocorrência e a
variabilidade dos tipos litológicos dos resíduos recuperados em outros setores do sítio
arqueológico gruta do Gentio II. Através desses dados pretendíamos analisar e
interpretar a distribuição espacial desses resíduos, no sentido de identificar diferentes
padrões relacionados a horizontes temporais distintos. No decorrer das análises surgiu a
possibilidade de irmos além das questões previamente levantadas e investigarmos a
origem do comportamento magnético registrado anteriormente em parte deste material.
O desenvolvimento das pesquisas foi muito prazeroso e enriquecedor. Mais de
um caminho foi aberto, e todos se mostraram certamente promissores e atraentes. Esta
dissertação apresenta o que foi produzido ao longo dos anos de curso, no qual
recebemos formação teórica e prática em diversas interfaces da arqueologia.
No primeiro capítulo desta dissertação é apresentado o objeto deste trabalho, o
sítio arqueológico Gruta do Gentio II. Foi revisado sucintamente o histórico das
pesquisas arqueológicas aí realizadas e do contexto geológico e paleoambiental da
região onde ela se localiza, inserindo o sítio no âmbito das recentes discussões acerca do
processo de povoamento da região central do Brasil e do chamado gap do arcaico
(ARAUJO et al. 2005-2006).
O segundo capítulo apresenta as bases teóricas do trabalho. A fundamentação
do pensamento é muito importante para a prática consciente e consequente da pesquisa
arqueológica. Foram apresentados os princípios sobre os quais o trabalho e
interpretações foram construídos. Discutimos a relação entre as ciências humanas e o
cientificismo, as questões acerca dos processos de formação de sítios arqueológicos,
segundo SCHIFFER (1976, 1996). Por fim, foi esclarecida a posição dos estudos de
distribuição espacial intrassítio e da aplicação de métodos estatísticos no contexto da
arqueologia.
O método de levantamento dos dados, os resultados e a definição adotada das
características dos tipos litológicos são apresentados no terceiro capítulo. Com o
objetivo de permitir uma boa compreensão e visualização dos dados, os resultados da
quantificação do material relacionado a cada um dos setores foram expostos em forma
de tabelas e gráficos. Foi feita também uma análise estatística da exploração da matéria-
2
prima, através da observação das associações de tipologia e intensidade de ocorrência
dos resíduos líticos referentes a cada segmento temporal
A distribuição espacial dos resíduos é tratada no capítulo IV. Através da
análise de clusteres e da observação de mapas de contorno construídos com dados
referentes aos tipos litológicos de cada uma das camadas, foi possível identificar
diferentes padrões de distribuição espacial.
Ao longo das análises, foram identificados inúmeros fragmentos de sílex que
apresentavam atividade magnética. A investigação a respeito da razão deste
comportamento é o tema do capítulo V. Sob a coordenação do professor da disciplina de
Física aplicada à Arqueologia, do Mestrado em Arqueologia do Museu Nacional, Dr.
Miguel Novak, foram feitas medidas magnéticas e experimentais no Laboratório de
Baixas Temperaturas no Instituto de Física da UFRJ, do qual ele é professor titular. Os
resultados permitem a formulação de uma hipótese de trabalho que relaciona a
suscetibilidade magnética registrada nos resíduos de lascamento com um possível
tratamento térmico realizado nas rochas antes do lascamento.
No último capítulo são analisados e interpretados os resultados obtidos ao
longo do processo analítico.
3
Capítulo 1 – A Gruta do Gentio II, Unaí, MG
4
cada nível foi documentado através de fichas de setor e/ou enterramento, fotografias e
planos de topo, onde as estruturas e principais vestígios foram plotados.
A estratigrafia do sítio é particularmente complexa e frequentemente interferida
por desmoronamentos das paredes calcárias. Foram decapadas inicialmente sete
camadas, de acordo com a estratigrafia que se apresentava no solo. Posteriormente, com
base na análise do material cultural, as antigas camadas I e II, e III, IV e V foram
associadas entre si, e passaram a ser chamadas, a partir de então, de camada I superior, I
inferior, II superior, II média e II inferior, respectivamente. As camadas III e IV
adotadas neste trabalho correspondem às originais camadas VI e VII.
Foram definidas, portanto, quatro camadas, associadas a dois horizontes
culturais. Um primeiro, que engloba as camadas II, III e IV, se refere a caçadores-
coletores, com datações que variam entre 10.040 e 6.300 anos AP, enquanto o segundo,
que se resume à camada I, é associada a horticultores, com datações entre 3.500 e 400
anos AP.
A definição do perfil estratigráfico se deu através de setores justapostos
escavados até a base (figura 2). As camadas se mostraram bastante irregulares.
Praticamente todas apresentaram desmoronamentos de blocos das paredes calcárias que
por vezes interferiram nas ocupações arqueológicas. Estas interferências foram
localizadas, detalhadamente descritas e contextualmente avaliadas. A modelagem
tridimensional desenvolvida neste trabalho buscou contribuir para um melhor
entendimento da distribuição estratigráfica do sítio.
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A composição estratigráfica foi estruturada da seguinte forma1:
Camada IV: Coloração marrom escura, bastante compacta, com espessura ao
redor de 10cm, foi datada em 10.190 ±120 AP (SI 6837).
Camada III: Coloração avermelhada com intromissões de pequenas lentes
esbranquiçadas e de carvão. Fortemente compactada, está restrita à área mais interna do
sítio, onde logrou atingir 40cm de espessura. Em alguns trechos repousa diretamente
sobre a base rochosa. Cinco datações se inserem entre 9.040±70 AP(BETA 3520 e
8.595±215 AP (SI 5077), sendo as demais intermediárias.
Camada II: Predomina a coloração avermelhada, com lentes espessas de
coloração esbranquiçada nas extremidades superior e inferior. Menos friável que a
camada anterior, com áreas mais compactadas. As lentes mais superficiais
correspondem a níveis de abandono da gruta. Foram obtidas quatro datações, que a
situam entre 8.125 ±120 (SI 2373) e 7.295 ±150 (SI 2372), sendo que as outras duas
apresentaram mais de oito mil anos.
Camada I: Coloração variando do cinzento ao marrom avermelhado próximo à
base, subdivida em superior e inferior. Friável e homogênea. Presente em toda a área
central, atingindo 140 cm junto à boca, adelgaçando-se para o interior. É a mais
abundante em vestígios culturais e para ela foram obtidas oito datações, que a colocam
entre 3.490 ±120 AP (SI 2327) e 410 ±60 AP (SI 2836), sendo seis delas com idade
superior a mil anos.
Segundo BIRD, DIAS JUNIOR E CARVALHO (1991), o sítio apresenta dois
horizontes de povoamento bem definidos cultural e cronologicamente.
O primeiro horizonte compreende as camadas VI. III e II do sítio, e corresponde
às ocupações de caçadores-coletores com predominância de implementos líticos, muitas
fogueiras, restos alimentares e vários enterramentos. O segundo compreende a Camada
I e trata-se de um período mais recente de ocupação. Relaciona-se com uma ocupação
de horticultores ceramistas, vinculada à fase Unaí, cujas características gerais se
enquadram nos padrões da Tradição Una. Apresenta vestígios variados de cestaria,
fiação e tecelagem, utensílios e implementos de materiais variados, como osso, cabaça,
couro e madeira, adornos de plumária, conchas, ossos, líticos, cerâmicas, artefatos de
1
Informações extraídas de BIRD, DIAS JUNIOR E CARVALHO, 1991.
6
pedra, além de um grande número de enterramentos, muitos dos quais parcialmente
mumificados, e muitos coprólitos.
Um período de abandono do sítio foi registrado através da ausência de carvões
para datação e de vestígios de ocupação humana. Este lapso corresponde a 3.500 anos, e
se coaduna com a noção de gap do Arcaico, que será debatida no tópico referente ao
contexto geológico e paleoambiental.
O potencial arqueológico do sítio tem sido explorado em diversos trabalhos, em
diferentes campos do conhecimento. Já foram empreendidos estudos de arte rupestre,
paleobotânica, paleoparasitologia, rituais funerários e material lítico.
A arte rupestre registrada no sítio foi apresentada por Seda e Carvalho no artigo
“Os sítios com sinalações pesquisados pelo IAB: um guia para cadastramento” no
Boletim do Instituto de Arqueologia Brasileira n° 9, em 1982, e debatida por Seda no
artigo “A arte rupestre de Unaí, Minas Gerais”, na publicação Arquivos do Museu de
História Natural2, de 1981/1982. O primeiro artigo é uma compilação de todos os sítios
com sinalações rupestres pesquisados pelo IAB no Brasil até a ocasião, acompanhados
de uma descrição catalográfica das ocorrências, onde se inclui a Gruta do Gentio II. Já
no segundo artigo, Seda apresenta uma descrição mais detalhada das inscrições que
ocorrem nos sítios da região de Unaí e discute suas possíveis filiações às tradições que
até então vinham sendo delineadas para a região.
Dos sítios de Unaí, a Gruta do Gentio II é o único que apresenta gravuras. Estas
são simples, esquemáticas e feitas por polimento, e têm como motivo traços finos
paralelos ou que se entrecruzam. Há pinturas nas cores vermelha, preta e amarela, com
tratamento tanto esquemático quanto realista, e com a presença de três técnicas; linear,
linear-cheia e silhueta, com predominância da última. Estão identificados cervídeos,
felinos, um lagarto, aves de asas abertas em posição de vôo e outros animais não
identificáveis. As figuras geométricas se constituem de círculos concêntricos havendo
também “figuras de forma triangular feitas em pontos, e outras representações de difícil
identificação” (SEDA, 1982, p. 400). Os antropomorfos são quase sempre filiformes e
“possuem o corpo alongado e os braços voltados para o teto” (SEDA, op. cit.), na forma
de um duplo Y.
Segundo Seda, entre os sítios da região “as sinalações estão geralmente muito
espalhadas, havendo muito poucas composições, e os painéis são normalmente
2 UFMG
7
pequenos” (SEDA, op. cit., 402). Na Gruta do Gentio II foram consideradas como cenas
três grupos de sinalações: a representação de uma dupla de veados, correndo lado a
lado, porém não se pode “afirmar que seja um casal ou mesmo uma fêmea e um filhote”
(SEDA, op. cit.); “um zoomorfo junto a um grupo de semicírculos, como se fosse um
túnel, o que pode representar uma armadilha, contudo a cena é bastante
discutível”(SEDA op. cit.); e um antropomorfo que parece portar um propulsor.
O autor ressalta que não havia nenhuma datação ou correlação segura para as
sinalações da região, embora Dias Junior (1993) destaque o fato de haver pingos de tinta
vermelha no solo original da gruta, observados após a retirada de todas as camadas
arqueológicas.
Através da observação das suas características, Seda acredita haver imagens que
pertenceriam ao período cerâmico e outras ao período pré-cerâmico, porém nenhum
grupo de sinalações se enquadraria nas tradições Planalto, São Francisco e Sumidouro,
que vêm sendo propostas para a região.
O material arqueobotânico recolhido na Gruta do Gentio II, por sua vez, foi de
grande volume e diversidade, e foi submetido à análise pelo Dr. Robert Mcklevy Bird,
então membro do Institute for the Study of Plants, Food and Man, graças a um convênio
de cooperação internacional entre o Instituto de Arqueologia Brasileira e o Latin
American Archaeological Funds, da Smithsonian Institution. Seus resultados foram
publicados por Bird, Dias Junior e Carvalho, no artigo “Subsídios para a arqueobotânica
no Brasil: o milho antigo em cavernas de Minas Gerais”, na Revista da Sociedade de
Arqueologia Brasileira, em 1991. Em 1983, Dias Junior já havia publicado “As origens
da horticultura no Brasil” na Revista de Arqueología Americana, do Instituto
Panamericano de Geografía e Historia, uma discussão sobre a domesticação dos
vegetais e início do plantio, onde foram traçadas hipóteses sobre o tema e divulgados
resultados sobre materiais de sítios tanto do interior quanto do litoral, entre eles o
Gentio II.
Para os estudos Paleobotânicos foram analisadas 1.269 amostras, compostas de
14.048 peças arqueobotânicas do Sítio Gruta do Gentio II. Entre elas figuravam:
cabaças (Lagenaria siceraria); cuias (Crecentia cujete L.); gavinhas de cucurbitaceae,
possivelmente de melão de São Caetano (Nomordica charantia) ou de abóbora
(Cucurbita pepo); melancia (provavelmente uma intrusão recente devido a sua
superficialidade, no nível 10/20 cm); sementes, divididas entre 120 especimens; três
tipos de amendoim (Arachis hypogea); inúmeras folhas conservadas de leguminosas e
8
palmáceas; 120 amostras de flores secas; 181 peças de frutos inteiros, fragmentados e
cascas, tendo sido identificados exemplares de tingui (Magonia glabarata), pequi
(Caryocar brasiliensis) e jatobá ou jataí (Hymeneae sp.), guazuma (Sterculiaceae),
localmente conhecido como mutamba ou xixá; cogumelos secos não identificados
especificamente; um tubérculo não identificado; restos de taquara, inclusive sementes
de bambu (Phalaris camariensis); algodão (possivelmente Gossypium barbadense), em
peças, fios trançados e tecidos; nozes de palmácea (coquinhos), agrupados em quatro
tipos, tendo sido dois deles identificados entre buriti (Mauritia vinífera) e guariroba
(Syagrus olerácea); e milho, agrupado em quatro tipos diferentes, sendo o tipo 1
pertencente ao “Amazonian Interlocked Flour” e o tipo 2 ao sub-complexo “Moroti
Camba”, do complexo “Tropical Lowland Flour”. Os outros dois tipos não se
enquadram em nenhuma categoria já definida, e, segundo Dias Junior, são “muito
provavelmente os mais antigos da coleção, de pequenas dimensões, não são conhecidos
nem para essa região, nem para qualquer outra da América”. (DIAS JUNIOR 1991)
As informações arqueobotânicas permitem especulações a respeito da economia
das comunidades que ocuparam as grutas já ser plenamente horticultora, de estarem elas
em estágio de experimentação, ou simplesmente aproveitarem os recursos naturais sem
alterações de caráter cultural.
Deve ser levado em consideração que as datações obtidas para esse possível
processo são notadamente posteriores às propostas para os inícios dos cultivos em
outras partes da América. Porém Dias Junior argumenta que “parte do processo deve ter
sido desenvolvido localmente, sobretudo em função da maior antiguidade dos sítios em
relação a outros exemplos brasileiros, e pelo fato, pelo menos válido até agora, da
existência de evidências de atuações sobre plantas locais.” (DIAS JUNIOR op. cit.)
O argumento de que a comunidade explorava recursos locais pode induzir à
idéia de que se tratasse apenas de um estágio de aperfeiçoamento da coleta, porém a
presença do algodão, do amendoim e especialmente do milho, indicam se tratar de um
estágio de experimentação.
Informações obtidas em sítios mais ou menos próximos parecem confirmar esta
última hipótese. Prous relata a exumação de milho em horizontes pré-cerâmicos em
Santana do Riacho, na Serra do Cipó, e mais recentes no norte de Minas Gerais, no
Peruaçu. Sobre a arte rupestre da região também afirma que “somente em Minas Gerais
e Goiás encontramos representações de plantas provavelmente cultivadas” (PROUS
1991), entre raízes e tubérculos.
9
Figura 3 - Reprodução de painéis de arte rupestre em Minas Gerais com representações de vegetais
(PROUS 1991)
10
observado a presença de ovos de Schistosoma haematobium, um verme causador do
esquistossomose, em tecido renal de múmias egípcias datadas de 1250 a.C. ,
confirmando as referências em papiros à hematúria (presença de sangue na urina).
(MACHADO et al. 1984, p. 19)
Para a análise do material proveniente do Gentio II, os pesquisadores utilizaram
a técnica desenvolvida por Callen e Cameron, que consiste na aplicação de uma solução
de fosfato trissódico para a reidratação do material, que readquire o aspecto e a forma
originais, podendo ser então levados ao microscópio. (CALLEN & CAMERON 1960
apud FERREIRA, ARAÚJO & CONFALONIERI 1982, p. 65)
Um ponto que deve ser observado cuidadosamente é a questão da origem do
material, se humano ou animal. Pesquisas experimentais procuraram definir parâmetros
para essa distinção em relação ao aspecto da solução após a reidratação, porém os
resultados são muito flexíveis e a definição é dada pelos vestígios encontrados no
coprólito, como indicações de alimentação onívora, resíduos de carvão, e parasitos
exclusivos, que comprovariam a origem humana. No caso da Gruta do Gentio II, esta
questão foi minimizada devido à retirada do material diretamente da cavidade
abdominal de um dos corpos mumificados naturalmente, que puderam ser comparados
com os coletados do solo do sítio.
11
Foram analisadas 66 amostras e “os coprólitos em que se verificou a presença de
parasitos ocorreram com maior freqüência no fundo da caverna, na mesma área em que
foram assinalados inúmeros sepultamentos” (MACHADO et al. 1984, p. 21). “Foram
encontradas as larvas de nematódeos, interpretadas como três estágios evolutivos de um
mesmo parasito, e ovos de Ancilostomídeo e Trichuris trichiura.” (op. cit.)
Devido à excepcionalidade da mumificação natural do enterramento n°10, que
preservava o fardo funerário de tecido vegetal trançado, e da necessidade de sua
conservação, foi utilizado um retosigmoidoscópio e uma pinça de biópsia para coleta de
material que se assemelhava a coprólitos.
Este material foi reidratado e observado ao microscópio. Nele foram encontrados
ovos de nematódeos, (Trichuris trichiura - os mesmos encontrados em diversos níveis
da caverna), e ancilostomídeos, o que confirmou a origem humana das amostras
coletadas diretamente do solo.
Os autores analisaram também material proveniente do sítio Boqueirão Soberbo,
em Varzelândia, distante cerca de 300 km de Unaí, com datações entre 4.905 ± 85 a
1.325 ± 60 anos A.P. onde também foram encontrados ovos de Trichuris trichiura e de
ancilostomídeos.
O material ósseo humano exumado do sítio foi objeto de diversos trabalhos
(MACHADO 1981, 1990, 1992, SILVA 1991, e SENE 1998, 2003, 2007). Porém,
devido à grande complexidade da estratigrafia e da diversidade do material
arqueológico ocorrido do sítio, houve dificuldades na interpretação dos contextos
funerários da Gruta. Em sua tese de doutoramento, Sene (2007) apresentou uma nova
análise laboratorial para todo o material ósseo, que obteve resultados distintos dos
propostos anteriormente, com um número menor de indivíduos e diferenças no modo do
tratamento do corpo e distribuição temporal.
Foram registradas, então, a ocorrência de 23 estruturas funerárias, tanto
individuais quanto duplas e coletivas. Todas se limitam ao horizonte horticultor do sítio,
ou seja, são relacionadas à camada I. Foram identificados um total de 47 indivíduos,
sendo 14 do sexo masculino, 11 do sexo feminino, 20 crianças e 2 adolescentes.
Considera-se também que se tratavam de enterramento primários.
Além da reavaliação do material ósseo, Sene (op. cit.) buscou identificar
caracterizações de gênero nos registros esqueletais e funerários, tendo sido identificadas
diferentes atividades para indivíduos dos sexos masculino e feminino. Entre os homens
jovens, há recorrência de precocidade na degeneração das facetas articulares dos arcos
12
neurais, e de vértebras dorsais e lombares, que apresentam sinais de achatamento do
corpo, “reforçando a possibilidade de forte estresse nas costas, vinculado ao
carregamento de peso excessivo”. As mulheres, por sua vez, apresentam “maior estresse
na região do tornozelo (extremidades distais das tíbias e fíbulas, associadas às lesões
articulares nos astrágalos e calcâneos), indicando a recorrência na posição de
hiperflexão ou agachamento, possivelmente relacionadas às atividades cotidianas”
Em relação às diferentes faixas etárias, os acompanhamentos funerários
demonstraram haver registro do “status da idade madura”, principalmente entre as
mulheres, que podem ter passado a desempenhar papeis rituais outrora restritos aos
homens (cf. GILCHRIST 1999 apud SENE 2007). No caso das crianças, o tratamento
funerário dado às crianças até 5 anos de idade indica uma tendência de não apresentar
uma distinção de sexo, sendo que aquelas que ultrapassam essa faixa etária apresentam
algum ítem no aparato funerário que pode potencialmente ser associado a algum dos
sexos quando adultos.
O material lítico recuperado do sítio vem sendo analisado tecnologicamente pela
Dra. Rosangela Menezes e tem previsão de conclusão ao final de 2009. Algumas
informações são acessíveis de modo preliminar na documentação arquivada no Instituto
de Arqueologia Brasileira.
Em nossa monografia apresentada para o curso de especialização em Geologia
do Quaternário (COSTA 2007), apresentamos uma investigação a respeito dos tipos
litológicos que ocorreram no material proveniente do sítio. Também foram registradas
suas intensidades de ocorrência. O universo amostral foi proveniente de apenas um dos
setores escavados do sítio, que foi selecionado por ser considerado representativo do
contexto geral do sítio, conforme aponta a análise tecnológica da Dr. Rosangela
Menezes, ora em desenvolvimento.
O trabalho indica que os tipos litológicos utilizados foram o sílex, de diversas
categorias, o calcário, quartzo hialino, e, em menor quantidade o leitoso, o quartzito e o
arenito. A intensidade de ocorrência de cada um dos tipos e sua combinação apresentou
diferentes valores para cada uma das camadas ocupacionais apresentadas.
A intenção de registrar e melhor compreender esse fenômeno foi a principal
motivação do desenvolvimento do presente trabalho, cuja proposta original foi a
expansão da aplicação da metodologia proposta naquele trabalho aos demais setores do
sítio.
13
1.2. Contexto geológico e paleoambiental
Figura 5 - Mapa das principais bacias hidrográficas do estado de Minas Gerais (fonte:
http://simbolosnacionais.blogspot.com)
14
apresentava um declive que alcançava um metro de profundidade, onde também foi
recuperado material arqueológico.
15
Figura 7 - Mapa geológico do Noroeste de Minas Gerais
16
puros e argilosos; margas, calcários negros e calcários oolíticos e pisolíticos;
intercalados com unidades siliciclásticas pelíticas, como folhelhos, siltitos e argilitos
(COMIG op. cit.). A formação da gruta do Gentio II está, portanto, relacionada à
dissolução das rochas carbonáticas constituintes do bloco de rochas carbonáticas onde
se encontra o sítio.
Internamente, a gruta possui preenchimento sedimentar complexo, intercalando
horizontes deposicionais a blocos de calcário desabados das paredes e do teto. A
pequena espessura dos sedimentos, associada ao longo intervalo de tempo envolvido,
sugere uma taxa de sedimentação extremamente baixa, que confere, entretanto, com o
comportamento sedimentar em grutas.
Pode-se observar que a Gruta do Gentio II apresenta vestígios com datações
desde cerca de 10.000 até aproximadamente 400 anos AP (com um intervalo de
abandono entre 6.300 e 3.500 anos AP), ou seja, a gruta foi ocupada ao longo de grande
parte do Holoceno.
Em escala global, o Holoceno é um período marcado por mudanças
significativas no clima. A partir do final do Pleistoceno, onde predominava um clima
mais frio e seco relacionado ao último máximo glacial, observou-se um aumento
gradual da temperatura global. Também foi registrado um aumento da umidade
relacionado à liberação de grande quantidade de água, anteriormente retida nas geleiras
de regiões extra-tropicais. O aumento da disponibilidade de água nos corpos oceânicos,
associado à elevação da temperatura, proporcionou uma maior taxa de
evapotranspiração, acarretando um acréscimo nos níveis de pluviosidade. Este processo
culminou há cerca de 6.000 anos com o período chamado de “ótimo climático”.
Entretanto, enquanto a curva de temperatura se comporta de uma forma constante,
positiva em direção ao “ótimo climático” a curva de umidade apresenta alternância de
intervalos de climas mais e menos secos ao longo do período.
Tradicionalmente os pesquisadores conheciam e utilizavam o modelo proposto
para as mudanças ocorridas durante o Holoceno em escala global. Este modelo entendia
que os principais agentes de controle climático do continente eram as correntes
oceânicas de Falkland e do Brasil (SCHMITZ 1981) (figura 8 e 9). A primeira, que
banhava quase completamente a costa brasileira até cerca de 9.000 A.P., criaria
condições rigorosas no interior, com aridez e temperatura relativamente fria. Entre
9.000 e 7.000 anos A.P., a umidade teria diminuído ainda mais e a temperatura teria
começado a se elevar devido ao aumento da influência da Corrente do Brasil, vinda das
17
regiões equatoriais. No entanto, conforme Prous já ressaltava, “a sedimentação de grutas
no centro brasileiro contradiz localmente esse esquema, deixando supor variações
regionais importantes” (PROUS 1992, p. 146). Entre 7.000 e 4.000 anos A.P. o clima
teria se tornado notadamente mais úmido, seria o “ótimo climático”. Devido à maior
disponibilidade de água, o nível do mar teria subido alguns metros acima do atual.
Discussões sobre esse tema nas últimas décadas do século XX propõem que esta subida
não se deu de maneira homogênea mundialmente, mas sim acompanhando
características locais.
Figura 8 - Mapa da costa sul americana até Figura 9 - Mapa da costa sul americana após
9.000 anos (fonte: SCHMITZ 1981) 9.000 anos (fonte: SCHMITZ 1981)
18
Nesse período, nas planícies litorâneas e provavelmente em determinados
lugares de terra firme, esta diversidade de recursos pode ter estimulado as populações
humanas à extensão e criação de cultivos. Porém, teria havido outros lugares que eram
bastante ocupados e se tornaram menos adequados ou mesmo inóspitos.
A esse respeito, Schmitz ressaltou que “assim, notamos que diversos abrigos de
intensa utilização se tornam desertos, provavelmente porque a vegetação antes
diversificada se transformou em mata (no sul do Piauí, Pernambuco, Minas Gerais e
Goiás), ou, quem sabe, porque a construção de abrigos perecíveis substituiu o abrigo
natural. Os abrigos, agora abandonados, geralmente vão ser reocupados milênios mais
tarde por grupos cultivadores”. (SCHMITZ op. cit.)
Pode se notar que as contradições entre o modelo do “ótimo climático” e o
registro arqueológico já vinham sendo apontadas, demonstrando a necessidade de uma
melhor compreensão paleoambiental do continente sul americano. Neste sentido Araujo
et al. (2005-2006) apresentou o trabalho “Ocupação Humana e Paleoambientes na
América do Sul: expandindo a noção de um ‘gap do arcaico’”, no qual é tratada a
questão do abandono dos sítios do interior do continente, num período que se entendia
tradicionalmente como de umidade e temperatura mais altas, quando se poderia esperar
maior abundância de ocupações humanas. Através do cotejamento de informações
paleoambientais e arqueológicas de distribuição continental, os autores propuseram um
modelo explicativo para o “gap do Arcaico”.
Segundo Araujo et al. (op. cit.), os principais agentes climáticos responsáveis
pela distribuição das chuvas no Brasil são o Anticiclone do Atlântico Sul, a Zona de
Convergência Inter-Tropical (ITCZ – Inter-Tropical Convergence Zone) e as Frentes
Polares Antárticas. As regiões sul e sudeste do país são mais afetadas atualmente pelo
Anticiclone do Atlântico Sul e pelas Frentes Polares Antárticas, sendo o clima das
regiões norte e nordeste sujeitos às mudanças anuais da ITCZ.
Para a região do centro e sudeste brasileiro, o autor relata que os registros
apontam para um Último Máximo Glacial e Última Glaciação muito secos, seguidos de
um período de aumento de umidade até cerca de 8.500 A.P.. No Holoceno Médio, o
clima se tornou mais árido entre 8.500 A.P. e 4.000 A.P., e a partir de então tendeu para
as condições atuais.
Em especial para a região do sítio Gruta do Gentio II, Araujo et al. (op. cit.)
ressaltam que apesar dos dados arqueológicos apresentarem o gap do Arcaico, os dados
palinológicos disponíveis mostram uma grande diminuição de palinomorfos, sugerindo
19
aridez, no período entre cerca de 21.000 A.P. e 7.200 A.P., seguido por um aumento de
umidade com o auge em cerca de 5.600 A.P. Tais dados são provenientes da localidade
Vereda de Águas Emendadas, a cerca de 150 Km a noroeste do Gentio. (Barbieri, et al.
2000). Por outro lado, em Lagoa Bonita, a 10 km de Águas Emendadas, os dados
sugerem um período de aridez entre 19.000 A.P e 13.000 A.P, seguido por um aumento
de umidade, porém de modo oscilatório (BARBIERI 2001 apud ARAUJO et al. 2005-
2006). Entre cerca de 13.000 A.P e 8.400 A.P., havia na região vegetação de savana e
esse período foi sucedido por outro mais seco, entre 8.400 A.P. e 6.300 A.P.. A partir de
então os dados apresentam uma tendência de aumento da umidade local, com evidência
de um período seco há cerca de 5.300 A.P., o que se encaixa um pouco melhor com o
abandono humano da região central, registrado arqueologicamente. As condições
modernas teriam se estabelecido a partir de 3.200 A.P., ressaltando-se que o período de
ausência de registros arqueológicos do sítio se situa entre 6.300 e 3.500 A.P.
Segundo os autores, a discrepância entre os dados paleoambientais e os
arqueológicos pode se dar por problemas relacionados à interpolação dos dados
palinológicos – devido aos perfis segmentados utilizados para os estudos – , ou por
diferenças microclimáticas induzidas por fatores orográficos, ressaltando-se que os
dados são provenientes de pontos localizados a mais de 150 km do sítio.
Evidencia-se, portanto, a necessidade de uma pesquisa paleoambiental que
caracterize especificamente a área onde se situa a Gruta do Gentio, buscando registrar as
variações paleoclimáticas locais, no sentido de permitir a correta interpretação do
período de abandono da gruta pelas populações humanas.
20
Capítulo 2 – Fundamentação teórica
21
forma mais ampla, o que inclui aspectos comportamentais e simbólicos, classificados
por este antigo modelo como não científicos.
Em meados do séc. XX, a tendência geral dos pesquisadores era a de
compreender que, apesar de dicotômicos, natureza e cultura interagiam, tendo suas
abordagens voltadas para conceitos evolutivos, como adaptação ao meio e seleção
(STEWARD 1951, 1955; WHITE 1959; SAHLINS 1960; COHEN 1968). A partir da
década de 1960, de um modo geral, pode se observar que as ciências sociais começaram
a mudar suas perspectivas a respeito dos conceitos de cultura, natureza, ambiente e
adaptação. Diferentes autores do período têm em comum a definitiva mudança do
paradigma de que a cultura se opõe à natureza de modo excludente. (CROLL &
PARKIN 1972; WAGNER 1975; INGOLD 1972; ELLEN 1996). A cultura passa a ser
vista como uma interação relacional entre os diferentes atores que dela participam,
sendo os seres humanos capazes de interpretar esta interação, e participar dela de modos
distintos e particulares.
A arqueologia processual, também chamada de Nova Arqueologia, ou
arqueologia científica, enfrentou as mudanças de paradigma pelas quais passavam as
ciências sociais de um modo diferente. Em um momento inicial, no início da década de
1960, pesquisadores que se engajaram nessa proposta, nortearam seus trabalhos
colocando uma forte ênfase na busca de padrões gerais e na maneira em que os seres
humanos interagem com os seus nichos ecológicos e a eles se adaptam, também
entendendo a cultura em termos evolutivos (BINFORD 1964). Na sequência, houve um
movimento no sentido de entender a existência de uma relação integrada entre três
fatores básicos para a disciplina: a cultura material, o registro arqueológico e os
indivíduos que viveram e produziram os artefatos e demais vestígios encontrados pelos
pesquisadores atualmente. Sugiram, entre outros, os estudos dos processos de formação
dos sítios, da distribuição espacial, das correlações estatísticas e das análises físico-
químicas, como as presentes neste trabalho.
22
fatores naturais (N-transforms), como a tafonomia, que estariam sendo, naquele
momento, os mais trabalhados pela produção científica e normalmente incorporavam
leis de outras ciências como a Química, Física e Geologia. Os fatores culturais (C-
transforms), por sua vez, não vinham sendo trabalhados satisfatoriamente e geralmente
lidavam apenas com aspectos cronológicos.
Dentro desta proposta de abordagem, a teoria dos processos de formação de
sítios arqueológicos se estabeleceu como uma crítica de Schiffer à chamada “Premissa
de Pompéia”, enfoque pelo qual um sítio arqueológico é compreendido como um
“registro fóssil da verdadeira atuação de uma sociedade extinta”, nas palavras de
BINFORD (1964:425). Foi introduzida a idéia de um ciclo de vida para os elementos
culturais, ou seja, sua permanência dentro de um dado sistema cultural. Procurou levar
em consideração a transição destes elementos para o registro arqueológico, avaliando
também os problemas de armazenamento e transporte, que representam o deslocamento
temporal ou espacial.
Através do estabelecimento dos conceitos de Contexto Sistêmico e Contexto
Arqueológico3, o autor propôs um modelo que explica a transição entre um e outro. Ele
divide os elementos culturais em dois tipos, os duráveis e os consumíveis. No modelo, o
ciclo de vida de um elemento durável é composto de cinco estágios, sendo eles a
aquisição, a manufatura, o uso, a manutenção e o descarte, enquanto o ciclo de vida de
um elemento consumível é composto de apenas quatro, pois seu uso é o consumo, e ele
só ocorre uma vez, não havendo manutenção. Esses caminhos na vida de um elemento
não são unilineares, podendo ser reencaminhados a processos ou estágios pelos quais já
passaram. Pode-se chamar esta situação de reutilização, e ela se divide em dois tipos:
reciclagem e ciclagem lateral. A primeira é quando, ao final do uso, o elemento volta
para o processo de manufatura, para se produzir um elemento igual ou diferente do
original. Ciclagem lateral, por sua vez, é quando, ao final da etapa de uso em um
determinado conjunto de atividades, o elemento é utilizado em outro. Como exemplos,
podem ser citados móveis, vestimentas, ferramentas, que são elementos que circulam
entre unidades sociais, classes e castas.
Estes modelos são simplificações, e situações mais complexas podem surgir
como um caleidoscópio a partir deles. Por exemplo, um elemento pode não passar por
3
O contexto sistêmico diz respeito a condição de um elemento que está participando de um sistema
comportamental. Já o contexto arqueológico dá conta dos materiais que passaram através de um
sistema cultural e que são agora objeto de investigação pelo arqueólogo.
23
todas as etapas, ou, como no caso do comércio, não há manufatura no sistema receptor,
ou ainda, pedras de construção, utilizadas brutas, que não tem manufatura.
Outros conceitos que surgem desta discussão, e são particularmente
interessantes para o presente trabalho, são os de resíduo, refugo e refugo de fato.
Resíduo seria um elemento que não passou pelo processo de uso, assim como uma lasca
não utilizada, enquanto refugo é a condição pós-descarte de um elemento (após o uso), a
condição de não mais participar de um sistema comportamental. Já o refugo de fato
seriam os elementos que alcançariam o contexto arqueológico sem o desempenho de
atividades de descarte. Ao lado desses conceitos são estabelecidos também os de refugo
primário e refugo secundário. O primeiro caso trata do material que foi descartado no
mesmo local em que foi utilizado, enquanto o segundo envolveria o transporte do
material para um local distinto.
Em sítios que são submetidos a abandono diferencial, por exemplo, quando um
grupo passa a utilizar apenas uma parte do sítio, matérias primas e elementos usáveis
podem ser removidos da porção abandonada, e poderíamos esperar encontrar
relativamente menos elementos nos processos pré-descarte, ou seja, menos “refugo de
fato”. Já em sítios abandonados repentinamente, como resultado de alguma catástrofe,
como no caso de Pompéia, serão encontrados números relativamente maiores de
elementos em processos de manufatura, uso e manutenção.
Estes comportamentos citados têm implicações espaciais. Por exemplo, dentro
do contexto sistêmico, pode haver um ou mais locais para o desenvolvimento de cada
um dos processos, sendo que o local pode ser um ponto, um conjunto de pontos ou até
mesmo o sítio inteiro. É preciso ter em mente que cada local dentro de um sítio pode ser
utilizado para e por diferentes elementos, ou ainda que um mesmo artefato pode ser
encontrado em diferentes locais de acordo com o processo pelo qual estivesse passando.
Por outro lado, há elementos que, por sua natureza, são manufaturados, usados e
consertados no mesmo local.
Em relação a estas questões, os estudos de distribuição espacial intrassítio
podem oferecer informações relevantes. Ao trabalhar, por exemplo, com grau de
aleatoriedade da deposição, relação entre elementos presentes em conjuntos ou limites
de áreas de atividade, o pesquisador estará, justamente, inferindo o comportamento
humano que gerou, através de seus gestos, o registro arqueológico.
24
2.3. Estudos de distribuição espacial intrassítio
25
1994) marcam a aplicação dos métodos de análise espacial intrassítio, demonstrando sua
utilização em contextos ceramistas, históricos e sambaquieiros.
26
Capítulo 3 – Resíduos líticos
27
foram divididas de acordo com os tipos litológicos, e o peso de cada grupo foi obtido
por pesagem em uma balança doméstica digital, com capacidade para 2 Kg, graduação
1g e tolerância entre 2 e 5g.
Total:
Obs:
O tratamento dos dados foi feito a partir do software Microsoft Excel, e produziu
planilhas informativas a respeito da ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos em
cada um dos setores analisados. Este software foi utilizado por ser uma ferramenta de
fácil acesso e com bons resultados no cálculo e apresentação dos dados.
Os tipos litológicos foram classificados de acordo com as categorias definidas
previamente e que, no trabalho de 2007, apresentaram ocorrência significativa. Foram
os seguintes: calcário, silexito, quartzo hialino, quartzo leitoso, quartzito, arenito e sílica
amorfa, cripto e microcristalina. Esses tipos são descritos em mais detalhes a seguir.
Calcário – Foram classificadas como calcários as rochas com coloração
acinzentada, textura geralmente maciça, que reagiam com efervescência ao teste com
HCl.
Silexito – Foram classificadas como silexitos as rochas com elevado teor de
quartzo, com textura muito fina a afanítica e fratura conchoidal. Silexito pode ser
definido como uma rocha silicosa de origem química, composta basicamente por
microquartzo e mega quartzo (Folk 1974). O microquartzo abrange as variedades
microcristalina e criptocristalina de quartzo (calcedônia). Megaquartzo consiste no
28
quartzo granular. O material não foi separado entre os diferentes tipos silexitos (a saber:
jaspe, oolítico, bandado, estratificado, etc.) pela dificuldade de caracterização em
amostra de mão (ou seja, sem laminação), por se tratarem de pequenas amostras, e por
apresentarem alterações de deposição e térmica.
Quartzito – Foram classificadas como quartzitos as rochas com elevado teor de
quartzo e granulação de areia fina a média, com fratura conchoidal e coloração
avermelhada. Também foi classificado desta forma o ortoquartzito (PETTIJOHN,
POTTER & SIEVER 1987). Este litotipo consiste em um arenito com alto teor de
quartzo (maior que 95%) com abundante cimentação por sílica, preenchendo
praticamente a totalidade da porosidade e conferindo-lhe uma resistência semelhante
aos quartzitos de origem metamórfica.
Arenito – Foram classificadas como arenito as rochas clásticas compostas
basicamente por quartzo, mas com porosidade significativa e apresentando textura
friável. Diferentemente dos ortoquartzitos, que consistem em quartzo arenitos, a
cimentação destes litotipos não se deu de forma tão avançada, mantendo a porosidade
aberta, e não tornando a rocha tão coesa. Assim, as fraturas nestes arenitos se dão como
rupturas intergranulares, enquanto nos ortoquartzitos são intragranulares
Quartzo – Foram encontradas duas variedades de quartzo: o hialino, que
apresenta aspecto transparente; e o leitoso, que apresenta coloração branca, e opacidade
variando do opaco ao translúcido. Ambos possuem fratura conchoidal bem
desenvolvida.
Sílica microcristalina, criptocristalina ou amorfa – Esta categoria foi criada
para englobar as rochas que tradicionalmente podem ser caracterizadas como opala,
ágata ou calcedônia. Todas as três rochas são compostas por sílica em diferentes estados
de estruturação cristalina, a saber, micro e criptocristalina ou amorfa. Foi estabelecida
apenas uma categoria, por ser de muito difícil distinção entre os tipos através de amostra
de mão, ou seja, sem laminação das peças, mesmo com o recurso da análise
microscópica.
29
3.2. Resultados
Os 14 setores analisados de acordo com a metodologia proposta foram: LB1,
LC0, NA1, NA3, NB0, NB2, NB4, ND4, NC1, NC3, ND2, OA0, OA2 e OB3. (figura
11) Para cada um deles foram produzidos uma planilha e dois gráficos, com os dados
referentes à quantidade e ao peso, respectivamente.
Setor LB1
Este setor, situado na boca da gruta, apresentou vestígios relacionados somente à
camada I Superior, apesar de sua profundidade ter alcançado 110 cm. Nota-se a
ausência de quartzo leitoso e outras formas de sílica, bem como a ocorrência mínima de
quartzo hialino. O registro de sílex foi proporcionalmente menor do que nas outras áreas
do sítio.
30
Tabela 1 - Ocorrência de variabilidade dos tipos litológicos no setor LB1, Gruta do Gentio II-MG
LB1 calcário silexito qz hialino qzo leitoso qtzito arenito SiO2 Outros
30-50 2 70 23 221 2 4 3 469
I Sup
50-110 2 13 16 430 1 62 1 6 2 27
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 12 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor LB1.
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 13 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor LB1.
31
Setor LC0
Localizado próximo à entrada da gruta, o setor LC0 apresentou apenas uma
pequena área de solo passível de ser escavado, pois havia na área um acúmulo de
grandes blocos de calcário. Todos os seus 30 cm de profundidade foram sedimentados
com material relacionado à camada I Superior. Foi registrada uma pequena quantidade
de lascas de silexito e quartzo hialino, bem como dois fragmentos de quartzito.
Tabela 2 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor LC0, Gruta do Gentio II-MG
LB1 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
30-50 2 70 23 221 2 4 3 469
I Sup
50-110 2 13 16 430 1 62 1 6 2 27
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 14 -Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor LC0.
32
Setor LC0 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000 27500 30000 32500 35000 37500 40000 42500 45000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 15 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor LC0.
Setor NA1
O setor NA1 registrou as camadas III, II Média, I Inferior e Superior. Situado na
parte intermediária da gruta, apresentou também uma área perturbada por enterramento
entre os níveis 50 e 80 cm, onde as camadas se encontravam depositadas ligeiramente
inclinadas. Ressalta-se a ausência de quartzo leitoso e arenito em todas as camadas e a
pouca ocorrência de quartzo hialino e outras formas de sílica.
33
Tabela 3 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NA1, Gruta do Gentio II-MG
NA1 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso qtzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
0-10 10 109 118 456 13 21 14 73 1 1 2 19
I Sup 0-20 2 14 42 181 2 2 1 17 3 7
5-20 1 7
5-20 63 328 6 15 5 45 2 10
6-12 3 2
12-20 1 1 7 47 1 1 1 16 1 2
10-20 1 5 43 222 2 4 2 8
10-30 3 124 35 423 2 26 2 35 1 1
20-30 4 136 52 267 7 262 1 4 2 88
I Inf
20-35 1 1 10 80 1 23 1 1
25-45 12 78
30-40 13 51 1 6 1 4
40-50 2 22 65 480 12 34 4 49 1 5 2 1
45-60 1 20 3 138 1 4
60-65 3 30 1 1
II Med 50-60 1 25 41 279 8 14
60-80 6 24 2 1
III
80-100 70 102 1 3
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 16 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor NA1.
34
Setor NA1 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 17 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor NA1.
Setor NA3
Situado no fundo da gruta, o setor NA3 apresentou todas as camadas de
ocupação do sítio em uma estratigrafia relativamente tabular, excetuando-se a camada
IV e a base da camada III, que se mostraram ligeiramente inclinadas. Houve ocorrência
de bastante material como um todo, destacando-se os números do quartzo hialino
referentes à camada III e o registro, ainda que esparso, de quartzo leitoso e outras
formas de sílica.
Tabela 4 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NA3, Gruta do Gentio II-MG
NA3 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso qtzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup 0-10 3 8 55 650 10 18 2 5 3 105
I Inf 10-40 2 22 23 38 2 2 1 1 1 2
25-30 3 6 44 398 2 2 2 67 2 6
II Sup
50-60 10 10 73 281 2 5 5 2 6 20 1 3 1 2
II Med 60-70 16 66 228 769 9 20 15 120 1 20 6 24 6 23
II Inf 70-80 2 12 74 592 1 4 9 387 1 2 3 95
80-90 228 252 11 8 14 14 2 2 3 7
III 90-100 6 27 398 392 30 37 3 8 6 25 1 1 3 2
100-110 28 57 832 1241 126 173 10 37 11 17 13 26
90-100 39 263 1 1 1 3 4 35 1 1
IV
110-120 3 11 31 81 8 14 1 5
35
Setor NA3 - Quantidade (un.)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 18 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setorNA3.
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 19 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor NA3.
Setor NB0
Situado na parte central da entrada da gruta, o setor NB0 apresenta algumas
particularidades. Em seus dois metros de profundidade, registrou as camadas IV, III, II
Superior, I Inferior e Superior, em uma estratigrafia relativamente horizontal. Destaca-
36
se a ocorrência de lascas grandes, demonstradas pela relação entre peso e número de
lascas, principalmente em silexitos, mas também em quartzitos e outras formas de sílica.
Tabela 5 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NB0, Gruta do Gentio II-MG
NB0 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
0-10 119 832 91 300 13 18 2 3 3 60 1 2 1 7 3 29
I Sup
10-20 32 130 179 571 19 35 9 40 2 3 8 106
20-30 1 39 65 222 11 17 2 10 3 79 3 27
20-35 4 5 85 150 8 13 1 1 2 1 1 1 2 7
30-40 83 392 7 8 3 16
40-50 6 134 1 18
I Inf
50-60 36 285 2 3
60-70 5 29 46 410 3 7
80-90 5 258 81 579 4 6 5 44 2 11 1 1
100-110 1 17 68 331 3 7 7 587
110-120 5 52 111 439 8 6 4 24 2 3 1 45
II Sup
120-130 10 143 296 1975 64 98 1 3 10 175 2 7 3 117 2 17
130-140 9 59 92 425 10 20 1 27 1 4
III
160-170 15 17 8 12 1 2 1 4
IV 200 1 31 79 729 14 40 2 25 2 4
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 20 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor NB0.
37
Setor NB0 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 21 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor NB0.
Setor NB2
O setor NB2, localizado na área central da porção intermediária da gruta,
proporcionou apenas 30 cm de solo. Situado em meio à drenagem anteriormente
descrita (Figura 6), sua superfície original estava cerca de 45 cm abaixo do nível
topográfico apontado para os setores do fundo da gruta. Apresentou apenas o registro da
camada I Superior, com índices de ocorrência proporcionais aos demais setores.
Tabela 6 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NB2, Gruta do Gentio II-MG
NB2 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
0-5 8 28 58 222 13 21 3 9 3 19
5-10 15 243 53 240 15 15 4 91
I Sup 10-20 9 250 79 252 18 30 5 45 2 15
20-30 100 385 22 23 4 8 1 5
30-base 2 5 45 287 3 5 3 99 2 14
38
Setor NB2 - Quantidade (un.)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 22 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor NB2.
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 23 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor NB2.
Setor NB4
Localizado no fundo da gruta, este setor apresentou uma grande quantidade de
material, tanto em termos peso, quanto em número de lascas. Apresentou todas as
camadas ocupacionais, sendo possível observar uma tendência ao aumento da
intensidade das ocorrências.
39
Tabela 7 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NB4, Gruta do Gentio II-MG
NB4 calcário silexito qz hialino qzo leitoso qtzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup Sup 4 10 9 79
0-10 62 420 259 1312 76 73 3 5 14 355 7 92
10-20 24 40 73 990 34 22 4 33
20-30 31 104 168 1007 58 60 11 428 2 34 8 20
30-40 18 620 212 806 113 127 7 172 6 6 4 22 14 53
I Inf 40-50 29 163 318 1333 63 92 25 390 5 14
50-60 34 115 197 617 58 62 8 50 3 40 6 87
55-65 13 567 238 697 60 84 3 6 2 50 2 8 8 1
60-70 9 52 124 521 58 28 1 1 7 174 1 5 3 7
70-80 22 126 373 941 57 35 8 12 7 89 12 50
30-40 8 87 79 392 18 19 9 141 1 3
II Sup 50-60 12 88 138 860 9 9 4 130 1 1
60-70 1 1 127 451 11 16 1 1 2 44 4 7
50-60 30 139 1 2 2 49
60-70 2 7 56 139 2 7 7 85 3 13
II Med 80-90 3 9 630 1533 180 229 6 10 5 161 2 44 3 14
90-100 70 87 284 512 41 21 2 1 12 115 1 2 22 14
100-110 229 523 101 119 2 2 4 3 1 3 4 5
60-70 1 1 103 179 6 5 1 11
II Inf
100-110 7 4 59 113 4 10 4 7 1 2
100-115 113 133 59 50 2 1 1 3
110-120 11 426 1030 2777 488 495 22 39 7 32 1 3 7 28 4 3
III
120-130 1 16
130-140 4 82 56 134 18 39 2 1
110-120 21 70 721 1364 120 187 8 22 18 29 5 69 2 2 3 10
140-148 78 63 46 26 2 3
IV
140-160 6 7 33 31 3 3
base 6 1087 6 134
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
40
Setor NB4 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Setor NC1
Localizado na parte intermediária da gruta, no lado leste da área escavada, o
setor NC1 apresentou as camadas III e I Inferior e Superior. Pode ser observada a
ocorrência regular de silexitos e quartzos hialinos, e a pouca quantidade ou ausência de
quartzo leitoso, quartzito, arenito e outras formas de sílica.
Tabela 8 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NC1, Gruta do Gentio II-MG
NC1 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
0-5 1 16 22 324 3 6
I Sup
5-10 93 643 105 417 20 20 1 4
10-20 250 1871 129 419 20 26 2 6 4 60 4 16
20-30 157 1368 108 315 26 45 1 1 8 120 1 18 1 5 7 27
I Inf
30-40 83 1239 106 446 28 66 3 17
40-57 85 222 59 122 12 9 2 7 1 1 4 8
III 57-60 9 112 140 644 20 42 4 57 2 7 4 39
41
Setor NC1 - Quantidade (un.)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 26 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor NC1.
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 27 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor NC1.
Setor NC3
Situado no fundo da gruta, no lado leste da área escavada, o setor NC3 registrou
apenas as camadas I Superior e Inferior, em um metro de profundidade. Destaca-se a
42
ausência resíduos em quartzo leitoso e a pouca ocorrência daquelas em quartzito,
arenito e outras formas de sílica.
Tabela 9 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor NC3, Gruta do Gentio II-MG
NC3 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
0-20 55 662 79 426 10 17 5 70
I Sup 20 16 412 11 63 1 4 2 17
30-35 3 25 62 526 14 30 4 138 1 7 1 8 1 3
20-40 33 201 82 466 10 23 5 155
45-60 2 27 65 621 14 69 4 96
50 14 141 1 7
70 3 38
I Inf 80-95 27 201 10 30
80 1 7 9 99 1 1
85 3 1 1 3
95-105 27 258 5 20
100 1 5
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 28 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor NC3.
43
Setor NC3 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 29 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor NC3.
Setor ND2
Foi escavada apenas a metade sul do setor ND2, que se situa no lado leste da
parte intermediária da gruta. Foram registradas as camadas I Superior e Inferior e II
Superior e Média. Houve pouca ocorrência de material lítico, com ausência de quartzo
leitoso e pouca ocorrência de quartzito, arenito e outras formas de sílica.
Tabela 10 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor ND2, Gruta do Gentio II-MG
ND2 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup 0-5 13 423 68 524 12 30 6 255
5-15 21 276 46 334 5 24 6 133 1 100
20-30 3 22 20 148 3 8 3 28 1 108
I Inf
30-50 1 2 14 188 3 6 1 11 1 1 1 3
40-50 16 116 1 4
II Sup 50-60 10 47
II Med 60-70 4 9 1 1
44
Setor ND2 - Quantidade (un.)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 30 - Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor ND2.
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 31 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor ND2.
Setor OA0
O setor OA0 se localiza no lado oeste da boca da gruta, junto aos blocos
calcáreos que formam a parede da cavidade rochosa. Foram registradas apenas as
camadas I Superior e Inferior, que apresentaram uma quantidade medíocre de material
45
lítico, composto principalmente de silexito e quartzo hialino, tendo sido registrada
pouca quantidade em quartzo leitoso, quartzito, arenito e outras formas de sílica.
Tabela 11 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor OA0, Gruta do Gentio II-MG
OA0 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
0-5 4 79 7 112 3 3 1 36
5-10 7 169 14 114 3 3 1 1 1 10 1 3
I Sup 10-20 3 33 23 175 4 9 3 34 2 14
20-30 6 125 68 976 15 15 2 18 1 1
30-40 3 6
20-30 36 102 69 496 8 21 1 15 3 4
40-50 2 3 30 185 8 5 1 2 1 14
50-60 3 19 61 300 11 8 4 51 3 3
60-70 1 5 17 42 4 1 1 1
I Inf
70-80 7 9 96 356 24 22 5 130 4 5 3 7 6 25
80-90 22 64 10 12 1 2 2 1
90-100 2 12
110-120 3 28 2 10
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 32 -Gráfico da quantidade de lascas e fragmentos líticos no setor OA0.
46
Setor OA0 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Figura 33 - Gráfico do peso do resíduo lítico no setor OA0.
Setor OA2
Localizado na parte oeste da porção intermediária da gruta, o setor OA2 contém
todas as camadas ocupacionais do sítio. Sua superfície original era ligeiramente mais
elevada que na maior parte do restante do sítio, sendo considerado o marco zero
topográfico. Apresentou uma quantidade expressiva de material, destacando-se os
números de quartzo hialino das camadas III e IV, sendo que nesta última o tipo
litológico representa uma significativa porcentagem do total amostral.
Tabela 12 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor OA2, Gruta do Gentio II-MG
OA2 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup 0-10 7 22 306 288 68 24 1 1 7 67 2 2 16 59
10-20 8 28 314 609 58 23 1 1 5 3 1 1 2 9 8 44
I Inf 20-30 17 108 241 746 33 12 8 139 1 11 3 57
30-40 6 33 102 414 21 18 4 9 1 8 5 18
II Sup 40-50 1 9 76 371 30 16 2 4 3 9 1 3
50-60 83 302 12 6 5 13 8 46 3 13 1 2
II Med
60-70 3 6 245 1214 48 51 2 5 6 7 2 3 5 16 10 144
II Inf 70-80 90 172 110 67 5 43 1 1 5 25
80-90 216 443 94 71 1 1 13 91 3 1
90-100 170 321 23 29 15 128 4 8
III 100-110 14 55 979 1290 217 155 1 2 15 87 1 12 3 7 12 20
110-120 8 30 493 1122 257 223 4 6 6 37 2 3 7 9
120-130 46 275 510 956 228 195 3 2 1 2 6 17 18 50
IV 130-140 17 208 305 412 76 114 4 9 7 13 7 8
47
Setor OA2 - Quantidade (un.)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Setor OB3
O Setor OB3 localizado no lado oeste do fundo da gruta foi o que apresentou a
quantidade mais expressiva de material lítico registrado em todas as camadas
48
ocupacionais do sítio. Sua estratigrafia se mostrou um pouco inclinada nas camadas
mais antigas. O topo do setor se encontrava também no nível topográfico zero.
Tabela 13 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor OB3, Gruta do Gentio II-MG
OB3 calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup 0-10 453 2358 174 1058 94 213 17 24 16 184 2 11 6 31 8 79
10-20 11 115 85 426 68 61 9 125 2 6 15 227
15-25 7 45 80 298 23 26 7 367 1 15 2 19 19 152
20-30 93 604 29 74 7 61 2 53 2 10
25-35 27 273 113 537 50 123 1 1 9 180 1 26 3 27 2 46
25-45 56 74 242 2148 62 107 1 2 29 1108 1 3 22 45
35-45 30 287 121 855 9 21 5 134 1 5 1 4
45-55 26 172 241 1217 7 13 20 291 1 91 2 85
I Inf 55-65 16 122 344 2659 29 54 1 1 26 566 7 73
60-70 17 243 79 450 2 7 10 147
65-75 45 280 127 721 16 27 2 6 12 237 3 2
70-80 33 212 218 1450 22 39 1 12 11 207 1 80 5 33
75-85 64 223 640 2476 79 101 28 353 1 4 2 14 21 136
85-95 10 42 13 279 1 2 3 28
90-100 61 281 435 1318 95 171 6 30 2 34 3 2 8 15
100-110 21 178 13 210 5 4
85-95 19 100 458 1781 64 125 1 15 10 41 1 10 7 12 2 7
II Sup
100-105 3 7 42 113 14 8 1 2
95-100 21 204 523 1473 46 97 2 42 3 113 1 1 9 171
II Med
105-110 18 85 34 328 25 37 1 1
100-110 3 42 43 146 8 13 6 19 2 23
II INF
110-120 38 188 270 845 89 145 7 3 1 8 2 6
110-120 13 36 660 2606 90 140 6 11 5 19 8 24 8 31
115-125 15 32 343 673 45 95 1 1 2 14 7 12 2 3
III 120-130 52 461 124 550 17 25 2 5
125-135 1 4 1633 1763 328 309 1 3 8 9 1 1
130-140 2 1
110-120 13 48 3 4 1 24 1 1
135-145 13 48 3 4 1 1
IV
145-155 6 78 123 471 30 40 1 2
170-180 2 70 1 12
49
Setor OB3 - Quantidade (un.)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
Setor ND4
O setor ND4 se situa no lado leste do fundo da gruta, próximo à parede da
cavidade rochosa. Apresentou as camadas I Superior, II Superior, II Média e II Inferior,
50
com ocorrência, principalmente, de silexito e quartzo hialino. Nota-se a ausência de
quartzo leitoso e arenito, e a pouca ocorrência, porém de modo regular, de quartzito e
outras formas de sílica.
Tabela 14 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos no setor ND4, Gruta do Gentio II-MG
ND4 calcário silexito qz hialino qzo leitoso qtzito arenito SiO2 Outros
Cam. Nível Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup 0/10 2 12 115 716 11 25 1 6 1 2
II Sup 20/30 24 676 82 979 8 36 1 2 1 10
30/40 10 96 130 836 15 38 4 52 1 31 1 3
II Med
40/50 50 907 240 1205 18 21 7 343 1 10 2 24
50/60 1 5 153 864 9 19 2 125 1 3
II Inf 60/70 10 105 246 1129 18 35 11 401 1 1 12 465
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
51
Setor ND4 - Peso (gr)
I Sup
I Inf
II Ass
II Sup
Camadas
II Med
II Inf
III
IV
0 2500 5000 7500 10000 12500 15000 17500 20000 22500 25000
calcário silexito qzo hialino qzo leitoso quartzito arenito SiO2 Outros
A partir dos dados adquiridos nos setores foi feita uma tabela com o somatório
dos números referentes a cada camada ocupacional (tabela 15), na qual foram aplicados
diferentes métodos estatísticos. O objetivo desta análise foi entender melhor os modos
de exploração da matéria prima referentes a cada segmento temporal, observando suas
associações de tipologia e intensidade.
Tabela 15 - Ocorrência e variabilidade dos tipos litológicos por camada ocupacional da Gruta do
Gentio II-MG. (Q: unidades. P: gramas.)
Tipos calcário silexito qz hialino qzo leit. qtzito arenito SiO2 Outros
Cam. Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P Q P
I Sup 867 6681 1945 9997 394 595 21 29 103 1872 5 26 16 62 57 671
I Inf 1194 9241 5705 28299 957 1490 15 60 304 6306 19 333 38 353 181 4034
II Sup 75 1003 1192 6384 192 296 9 24 35 336 3 17 16 143 9 86
II Med 119 1389 1528 6415 182 285 9 60 44 682 3 23 17 95 29 367
II Inf 65 365 1229 5560 272 386 7 3 47 1163 8 21 25 616
III 201 1148 6911 12822 1506 1535 20 34 100 523 6 49 45 92 76 200
IV 27 328 579 2026 849 209 1 3 10 69 1 24 9 27 12 19
Total 2548 20155 19089 71503 4352 4796 82 213 643 10951 37 472 149 793 389 5993
52
A tabela foi dividida entre os dados relacionados à quantidade e aqueles
referentes ao peso do material. Os números foram transformados em porcentagem para
que fosse possível avaliar a contribuição de cada tipo litológico no total analisado. Foi
utilizado o pacote estatístico PAST (Paleontological Statistics), com o método Ward’s
para análise de clusteres. O exame bidirecional permite visualizar quais variáveis
influenciaram mais na conformação dos clados.
Na figura 40, que mostra a análise de clusteres dos dados da quantidade de
lascas e fragmentos, podemos observar três conjuntos de associações e uma disparidade.
Podemos notar associações entre as camadas I Superior e Inferior, seguidas de
associações próximas entre os pares de camadas II Superior e II Media, e II Inferior e
III. A camada IV permanece díspar em relação às demais. Esta observação tem relação
com a intensidade de trabalho em cada tipo litológico, pois entende-se que, apesar das
diferenças tecnológicas adotadas para cada matéria prima, mais lascas representam
maior intensidade de trabalho, e as proporções entre os tipos indicam diferentes
estratégias de exploração de matéria prima.
Estes três conjuntos de associações corroboram a tendência dos demais vestígios
recuperados no sítio. Eles subdividem os horizontes de horticultores e caçadores-
coletores, e ainda apontam que a Camada IV, com sua antiguidade datada de 10.400 AP,
apresenta uma estratégia diferente dos demais caçadores-coletores.
A figura 41 mostra a análise de clusteres com base nos dados de peso dos
resíduos líticos, e podemos observar uma grande subdivisão, coincidente com a
separação entre caçadores-coletores e horticultores. O clado que agrupa as camadas do
horizonte caçador-coletor, por sua vez se apresenta hierarquizada em dois grupos, um
englobando as camadas II Inferior e Média e outro com as camadas IV, III e II Superior.
É importante observar que este último conjunto de associações engloba principalmente
o topo das três camadas de caçadores-coletores e a definição dos clusteres levou em
consideração principalmente as proporções de calcário e silexito. Silexito é sem dúvida
o tipo litológico de maior ocorrência, principalmente em termos de peso, devido ao seu
modo de exploração tecnológica, que produz, em algumas etapas, resíduos grandes. Sua
intensidade de ocorrência foi o principal fator de separação do clado principal. Por outro
lado, o calcário recuperado é proveniente principalmente de desmoronamentos do teto e
paredes da gruta, muito provavelmente aumentando suas concentrações nos períodos de
abandono. Este método de análise, além de apontar para distintas funções da gruta nos
53
diferentes períodos, pode ainda mostrar períodos de abandono e iluminar os processos
de transição cultural.
Figura 40 – Análise de clusteres com base nos dados de quantidade de lascas e fragmentos líticos da
Gruta do Gentio II-MG.
Figura 41 - Análise de clusteres com base nos dados de peso dos resíduos líticos da Gruta do Gentio
II-MG.
54
Capítulo 4 – Análise espacial
O que conduziu à analise da distribuição espacial dos resíduos líticos da Gruta
do Gentio II foi o interesse em investigar como as diferenças na ocorrência e
variabilidade registradas em nosso trabalho anterior (COSTA 2007) no setor NB4 se
manifestam nas demais áreas do sítio.
Inicialmente foi observado que algumas camadas não ocorrem em todos os
setores do sítio. Isso pode ser decorrente tanto de fatores deposicionais naturais quanto
culturais, e mais adiante será ressaltado o que os dados apontam em relação a essa
questão.
Posteriormente, a distribuição espacial dos resíduos foi analisada através de
clusteres e de mapas de contorno, com base nos dados de quantidade e peso do material.
Por fim, através da razão entre quantidade e peso, foram observadas áreas com função
específica dentro da gruta.
55
Figura 42 - Ocorrência das camadas ocupacionais na Gruta do Gentio II.
Cada uma das camadas foi examinada através da análise de cluster, com o
objetivo de compreender como se apresentavam as associações entre os tipos litológicos
em cada setor. Foram construídos dois clusteres para cada camada, um com base nos
dados de quantidade de fragmentos e outro no de peso do material.
As associações com base na quantidade de fragmentos apontam a intensidade
de trabalho ou de deposição no caso de descarte. Já aquelas com base nos dados de peso
demonstram o volume de material depositado em cada área. A observação em conjunto
das duas classes de dados permite entender a distribuição espacial dos fragmentos.
Mapas de contorno com base nos mesmos dados foram confeccionados com o
objetivo de melhor definir os limites destas áreas. A produção de tais mapas pode ser
feita à mão, utilizando-se as mesmas técnicas com as quais um topógrafo desenha as
curvas de nível de um terreno, porém esta tarefa foi muito facilitada pelo
desenvolvimento de softwares.
Os mapas deste trabalho foram produzidos no software Surfer 8, que foi
escolhido por ser aquele sobre o qual temos maior domínio. Contudo, praticamente
todos os softwares estatísticos apresentam algumas opções para confecção desse tipo de
gráfico.
56
Foram testados diversos métodos estatísticos para a tarefa, porém não
produziram resultados satisfatórios. Como exemplo, na imagem abaixo vemos um mapa
gerado pelo método Kriging, que supervalorizou os setores analisados (figura 43), não
definindo as áreas de dispersão.
Figura 43 - Teste de mapa de contorno da camada III, utilizando o método estatístico Kriging.
57
Por fim, foram feitos clusteres e mapas de contorno com os dados de
quantidade, peso e massa média, dos tipos litológicos de cada uma das camadas,
permitindo uma avaliação da distribuição espacial dos fragmentos e identificação de
áreas com especializações.
Camada IV
58
A área 2 também apresentou o mesmo padrão, com muitos fragmentos de
massa média baixa, e constituiu o principal ponto de deposição de quartzo hialino entre
os setores analisados desta camada, apresentando um número muito alto de fragmentos
e massa média muito baixa. Em relação ao silexito, apresentou massa média um pouco
maior do que a área 1, e indica vinculação com o setor OA2, que tem grande número de
resíduos e massa média compatível com a área 1. A massa média mais alta está
relacionada com as etapas iniciais e finais do trabalho na matéria prima (lascas de
descorticamento e núcleos).
A área 3, por sua vez, apresenta padrão bastante distinto, com massa média
maior para todos os tipos litológicos. Neste caso, uma análise tecnológica poderá
esclarecer se trata-se de aprovisionamento de matéria prima, ou concentração de
resíduos de alguma etapa específica da cadeia operatória.
De um modo geral, para a camada IV, vemos que o fundo da gruta apresenta
áreas com concentração de resíduos pequenos, enquanto o setor mais à frente da
cavidade exibe resíduos maiores, que possivelmente poderiam ser reaproveitados. Este
padrão indica uma especialização de cada área e, se as partes não escavadas da gruta
apresentarem vestígios relacionados a esse período, possivelmente serão também
especializados. Contudo, só através da associação com os demais vestígios
arqueológicos da camada será possível determinar se as áreas 1 e 2 representam áreas de
trabalho ou descarte.
Camada III
59
representou apenas uma pequena porcentagem do total de resíduos, e uma análise
tecnológica específica poderá informar se são fragmentos de batedores, ou se, de fato, se
tratam de resíduos de lascamento.
Mais uma vez, a combinação entre os tipos e tamanhos dos resíduos sugere
uma atuação cultural, e não uma deposição apenas natural. Um estudo do modelamento
da superfície do solo em cada período poderia contribuir para a confirmação destas
questões, uma vez que indicaria direções preferenciais de escoamento de águas, áreas
mais abrigadas ou mais iluminadas e que pudessem representar áreas resultantes de
alguma preferência cultural.
Em termos de espacialidade (figuras 62 a 73), os dados apontam para uma
divisão entre duas grandes áreas, com os setores do fundo se opondo aos da parte frontal
e central da gruta. Na parte mais interior da cavidade, os setores NB4/NA3 e OB3/OA2
formam uma subdivisão da área, apresentam certa distinção entre si, sendo contudo
muito semelhantes em sua composição e massa média. A região da boca da gruta
apresentou quantidade bem menor de material, tendo ela massa média maior que na
outra área, principalmente no setor NC1. O setor NC1 se localiza no limite sul da área
escavada, sugerindo fortemente que esta ocupação se estende para outras porções da
gruta. Possivelmente os grupos deste período ocuparam com o mesmo padrão outras
porções da gruta, ou seja, o fundo em oposição às partes central e dianteira.
Camadas II Associadas
60
A principal matéria-prima explorada em todos os períodos da Camada II foi o
sílex, secundado pelo quartzo hialino. O quartzito também ocorreu, porém de forma
inexpressiva, e, assim como no caso da camada III, apenas uma análise tecnológica
específica esclarecerá seu modo de exploração.
Os dados espaciais das camadas II associadas (figuras 109 a 120) indicam uma
forma de ocupação que, novamente, opõe a parte central às regiões próximas às paredes
do fundo e lateral da gruta. Neste conjunto, os setores OA2 e NA3 não se apresentam
como periferias dos setores do fundo, porém associados ao setor NB0, o mais central,
que, entretanto, ocorreu somente na camada II superior.
De modo distinto das camadas anteriores, o setor que apresentou a maior massa
média de praticamente todos os tipos litológicos foi o ND4. Esta alternativa pode ter
sido assumida em decorrência de algum impedimento de ocupação neste período do
setor NB0, como, por exemplo, um bloco calcário desprendido do teto. De fato, a área
deixa de apresentar deposição entre o período representado pela camada III e a II
superior.
Observemos as particularidades de cada subdivisão da camada II.
Camada II inferior
61
Isso parece sugerir uma área de especialização nesta matéria prima, incluindo o setor
OB3 como periférico, principalmente, pois o primeiro apresenta massa média baixa
enquanto o segundo tem esse índice um pouco mais alto.
O silexito, por sua vez, apresentou o maior número de lascas no setor ND4, que
também teve um índice de massa média intermediário, sugerindo que ali se depositavam
fragmentos grandes e pequenos, produtos de diferentes etapas da cadeia operatória. Já
no setor OB3 e OA2, houve presença apenas de lascas menores, enquanto no setor NA3
houve uma concentração de fragmentos grandes sugerindo se tratar de um núcleo
secundário em relação ao trabalho com silexito. Este núcleo representaria uma
reprodução em menor escala do padrão fundo/centro, com o setor NA3 atuando como
área central e os setores OB3, OA2 e NB4 atuando como fundo ou periferia.
Camada II média
Camada II superior
62
A camada II superior apresenta variações importantes em relação às
antecedentes (figuras 97 a108). Foram recuperados muito poucos fragmentos em
quartzo hialino, indicando que esta matéria prima não era mais amplamente explorada.
Ocorrem silexitos de massa média intermediária, e poucos fragmentos calcáreos com
massa média bastante elevada, provavelmente associados ao período posterior de
abandono do sítio.
Em termos de distribuição espacial, esta camada não apresenta a oposição
fundo/centro. Na verdade, ela apresenta os setores NB4, OB3 e NB0 com concentrações
maiores de lascas e com massa média compatível. O setor que se destaca por apresentar
massa média alta é o ND4, ao fundo da gruta, no limite norte da área escavada.
Vemos, portanto, uma alteração no padrão de distribuição espacial no período
final do horizonte caçador-coletor. A quantidade de material também diminui, enquanto
a massa média aumenta, indicando possivelmente que os fragmentos fossem trabalhados
apenas expeditamente, e não fossem explorados até a exaustão. A análise tecnológica,
tanto dos próprios resíduos, quanto dos artefatos recuperados poderá lançar luz a
respeito deste período de fortes mudanças, que antecedeu o chamado gap do arcaico.
Camada I inferior
63
Uma terceira área compreende toda a porção central da área escavada, nos
setores NA1, OA0, NB0 e NC1. Eles registram um certo grau de homogeneidade na
distribuição tanto em termos de quantidade quanto de massa média.
A quarta área se localiza nos setores NC3 e ND2, caracterizados por
quantidades menores de fragmentos, porém com massas média ainda maiores do que o
restante da camada. É interessante ressaltar que a massa média dos fragmentos de
silexitos aumentou de cerca de 1,7 gr por fragmento para mais de 5 gr por fragmento.
Mais uma vez, a análise tecnológica poderá iluminar essas mudanças, esclarecendo se
este aumento se deu por resultado de uma tecnologia de lascamento distinta, por se
tratar de aprovisionamento de matéria prima, ou ainda pelo não esgotamento dos
núcleos.
Camada I superior
64
Capítulo 5 – Estudo da atividade magnética dos
resíduos
65
Figura 44 - Preparação da amostra para medidas no SQUID.
66
Figura 45 - Resultado da difração de raios X na amostra de sílex oolítico.
Figura 47 - Silexito arqueológico (amostra 1) sendo medido com a técnica da difração de raios X.
67
Entretanto, apesar de apresentar este tipo de comportamento magnético, foi
observado que, na amostra 1, apenas a parte próxima ao córtex respondia ao ímã
permanente, colocando em dúvida se somente o córtex apresentaria condições para
apresentar atividade magnética.
68
Figura 49 - Gráfico da medida magnética da amostra 1A durante a experimentação com
aquecimento.
69
com peças da mesma origem não aquecidas. O brilho, por sua vez, apresentou mudanças
mais consistentes. As superfícies lascadas após o aquecimento mostraram brilho intenso
e ceroso, sendo facilmente reconhecíveis. Os danos foram registrados principalmente
para o tipo oolítico, que está sujeito a explosões durante o aquecimento devido às
inúmeras inclusões de calcita que se expandem de modo distinto da porção silicosa
quando aquecidas.
A diferença no grau de lascabilidade foi associada às alterações na estrutura
cristalina da rocha durante o aquecimento. Foi registrada uma redução na resistência em
todos os tipos de silexito, sendo que o tipo maciço teve sua lascabilidade melhorada e
equiparada à da obsidiana. “Esta redução é causada pela recristalização dos cristais de
sílica dentro do sílex. O índice de cristalinidade do quartzo nos sílex bandados aumenta
substancialmente, refletindo um aumento no tamanho médio do cristal, e as porções de
fibras entrelaçadas de calcedônia dentro dos sílex maciço e oolítico se tornam mais
granulares após o aquecimento. Fraturas podem se propagar mais facilmente em torno
dos cristais de quartzo maiores e mais equigranulares dos sílex tratados termicamente, a
resistência do material aquecido é reduzida.” (DOMANSKI et al. 2009)
Este processo de recristalização também libera íons que, devido à energia
recebida pelo aquecimento, migram e se aglutinam, formando nano e micro partículas,
funcionando como nano-imãs que geram um campo magnético forte o suficiente para
ser percebido por experimentos de baixa sensibilidade (como atração por um ímã
permanente).
Nas amostras selecionadas para este trabalho foi observado que a resposta
magnética se localizava apenas no córtex e superfícies externas das lascas e estilhas,
principalmente junto ao talão. Entendendo que a recristalização ocorre de forma gradual
e é mais intensa na porção mais aquecida, esta atividade, localizada nas porções
originalmente mais externas, sugere que as rochas foram aquecidas a altas temperaturas
antes do lascamento.
A hipótese formulada é que a atividade magnética apresentada nas faces
externas, talões e córtex das lascas e estilhas de silexito é o registro arqueológico do
tratamento térmico nestas rochas. Esta proposta deve ser analisada sistematicamente em
séries de resíduos, tanto da Gruta do Gentio II quanto de outros sítios cujos resíduos
líticos apresentem a mesma propriedade. A literatura especializada, de um modo geral,
não cita atividade magnética relacionada à silexitos, entretanto, como esta
possivelmente se restringe apenas a uma fração dos resíduos, e estes são comumente
70
tratados com importância secundária nas análises líticas, é possível que o
comportamento já tenha sido detectado, porém sem ter sido ressaltado nas publicações.
71
Capítulo 6 - Interpretação dos resultados
72
porcentagem bem mais alta desta matéria prima na camada IV que nas demais. Os
dados também apontam um alto grau de especialização, pois praticamente não
ocorreram outros tipos litológicos além de sílex e de quartzo hialino.
As demais camadas se associaram de modo a formar dois grupos: um,
exclusivamente com os registros relacionados a caçadores-coletores, e outro com
aqueles de horticultores. É interessante observar que o ordenamento das camadas desta
parte do gráfico de clusteres coincide com a sequência cronológica da estratigrafia. Isto
ocorre pois os dados apresentam tendências de diminuição da proporção de algumas
matérias-primas, como o quartzo hialino e o próprio sílex, e aumento da proporção de
quartzito, e calcário.
Vemos, portanto, que em relação à escolha e utilização da matéria-prima, são
registrados dois momentos de ruptura. O primeiro, entre a camada IV e as seguintes,
datando de cerca de 9.000 A.P., e o segundo, entre as camadas e II e I, marcando o
limite entre os vestígios de caçadores-coletores e horticultores, lembrando que cerca de
3.500 anos separam os dois registros. Outro ponto que deve ser ressaltado a respeito
deste segundo momento é a mudança de função do sítio, pois conforme apontado por
SENE (2008) foi somente entre os horticultores que o espaço da gruta passou a ser
utilizado para fins funerários.
Através da observação da combinação entre os tipos litológicos e tamanhos
dos resíduos foi possível sugerir que fatores culturais são os responsáveis pelo padrão
de distribuição espacial dos vestígios. Entretanto, neste sentido, um estudo do
modelamento da superfície do solo em cada período poderia contribuir para a
confirmação destas questões, uma vez que indicaria direções preferenciais de
escoamento de águas, áreas mais abrigadas ou mais iluminadas e que pudessem
representar áreas resultantes de escolhas culturais. Em relação à distribuição espacial,
foi possível também identificar diferentes padrões para cada camada.
A camada IV apresentou três áreas, duas com fragmentos de pequeno porte,
sendo uma com predominância de silexito, e outra com intensa ocorrência de quartzo
hialino. A terceira área, na parte central da entrada da gruta, apresenta fragmentos de
maior porte, podendo representar aprovisionamento de matéria-prima ou ser o registro
de alguma etapa específica da cadeia operatória. Ressalta-se, entretanto que, sem a
associação com os demais remanescentes arqueológicos, não é possível afirmar se
representam áreas de trabalho ou de descarte.
73
A camada III apresentou uma característica semelhante à da camada anterior, o
padrão de divisão centro/fundo. Fragmentos de maior porte foram recuperados nos
setores centrais e da entrada da gruta, enquanto nos do fundo, localizaram-se fragmentos
de menor porte, porém em maior quantidade. A diferença da camada III para a que a
antecedeu está na falta de especialização de áreas. A região mais ao fundo se apresentou
como uma grande área de dispersão de resíduos, onde pode se distinguir dois pontos de
concentração nos setores OB3 e NB4.
Ao longo das três divisões que compõem a camada II foi possível observar que
elas não apenas apresentam diferenças entre si em relação ao padrão de distribuição
espacial, como essas mudanças demonstram uma tendência cuja forma final se
assemelha ao padrão registrado mais tarde, entre os horticultores da camada I.
A oposição entre fundo e centro foi registrada, mas, ao invés de fundo com
muitos fragmentos pequenos e centro com poucos fragmentos grandes, o que se
observou foi o fundo com muitos fragmentos de todos os tamanhos e centro com pouca
ocorrência de resíduos. O setor NB0 que representou o ponto mais central nas camadas
anteriores, não ocorreu nas camadas II inferior e média, voltando a ser registrado
somente na camada I superior. O papel de área com fragmentos de maior porte foi
cumprido pelo setor ND4, que se não se situa em área central, mas sim próximo à
parede do fundo da gruta. Observa-se também uma tendência à homogeneidade na
distribuição dos resíduos, bem como no tamanho médio dos fragmentos, sendo mais
difícil a identificação de limites de áreas na camada II superior que na II inferior.
O período horticultor foi marcado pelo significativo aumento do tamanho
médio dos resíduos em sílex. A análise tecnológica poderá esclarecer se este aumento de
cerca de 1,7g para mais de 5g em média por fragmento, se deu por resultado de uma
tecnologia de lascamento distinta, por se tratar de aprovisionamento de matéria-prima,
ou ainda pelo não esgotamento dos núcleos. Em termos de distribuição espacial, pode-
se observar mais uma grande dispersão de fragmentos do que áreas de concentração.
Na camada I inferior foi recuperada uma impressionante quantidade de material e os
setores do fundo apresentaram cerca de quatro vezes mais fragmentos do que os
centrais. Entretanto, há muito material por toda a camada. Isso está relacionado ao longo
período representado por ela, cerca de 3.000 anos de uma ocupação provavelmente mais
frequente e mais densa que as anteriores.
Notamos que, também em relação à distribuição espacial, foi possível
identificar dois momentos de mudanças de padrão, que coincidem com aqueles
74
registrados para a escolha da matéria prima. O primeiro registro de mudança ocorre
entre as camadas IV e III, quando deixam de ocorrer áreas especializadas, e o segundo
entre as camadas II e I, quando um padrão mais disperso se estabelece. As datações
disponíveis para o sítio permitem situar o primeiro momento entre cerca de 10.190 ±120
(camada IV) e 9.040±70 AP (camada III), e o segundo entre 7.295 ±150 e 3.490 ±120
AP.
Fenômeno semelhante também foi registrado, em escala regional por Bueno
(2007), ao trabalhar com a região do Lajeado, no médio rio Tocantins. Após prospectar
a região no âmbito do Projeto de Resgate do Patrimônio Arqueológico da Usina
Hidrelétrica do Lajeado – TO, inúmeros sítios foram identificados, trabalhados e
datados. As datações apontam para uma ocupação da região durante praticamente todo o
Holoceno, podendo ser definidos quatro períodos, a saber: horizonte 1 (ca. 10.530 +/-
90 e 8.980 +/-70 AP); horizonte 2 (ca. 5.980 +/-50 e 5.010 +/- 70 AP); horizonte 3,
representada por sítios líticos recentes (ca. 2.450 +/- 40 e 1.440+/- 60 AP); período
cerâmico (ca. 1.530 +/-60 e 510 +/-40 AP). Através da análise tecnológica e artefatual o
Autor concluiu que:
“Segundo essa perspectiva, surge uma hipótese bastante interessante para pensarmos
as modificações identificadas no registro arqueológico de diferentes partes do Brasil
Central, a partir dos 9.000 ou 8.000 anos AP. A desaparição dos artefatos que
caracterizamos como toolkit, associada a modificações na forma de uso e ocupação
do espaço podem indicar uma alteração ou uma fragmentação nas relações sociais dos
diferentes grupos que habitaram essa região no início do Holoceno e que seria
responsável pela homogeneidade tecnológica característica desse período.”
75
ao ser analisado atentamente, teve uma de suas características ressaltadas. Parte dos
fragmentos líticos apresentava atividade magnética, e, no decorrer do presente estudo,
surgiu a oportunidade de investigar a origem deste comportamento.
Com a orientação do Prof. Miguel Novak, e acompanhamento da Profª. Elis
Sinnecker, ambos do Intituto de Física da UFRJ, foram conduzidas medidas
investigativas e experimentais em fragmentos arqueológicos de sílex. Foi observada que
a atividade magnética se apresentava principalmente nas faces originalmente externas,
córtex e talões das lascas analisadas. Esta particularidade foi testada fragmentando-se
uma lasca de modo a separar a porção que não apresentava atividade magnética e a
aquecendo à temperatura de 750º C. Durante o aquecimento, as mudanças na atividade
magnética foram registradas no acessório modelo MS2WFP do medidor de
suscetibilidade magnética Bartington MS2. E, após este experimento, o fragmento
passou a responder ao ímã magnético com bastante intensidade.
Esse resultado sugere que as rochas que apresentam esta atividade localizada
nas porções originalmente mais externas foram aquecidas a altas temperaturas antes do
lascamento. O que permite formular a hipótese de que a atividade magnética
apresentada nas faces externas, talões e córtex das lascas e estilhas de silexito é a
assinatura arqueológica do tratamento térmico nestas rochas.
A literatura especializada tradicionalmente não considera a existência de
tratamento térmico no território brasileiro. Entretanto esta visão está baseada nos casos
registrados em outros continentes, como Oceania e Europa, que utilizam fornos e
cozimentos de longa duração. Por outro lado, o registro de material termicamente
alterado em sítios brasileiros parece ser frequente, e o aquecimento das rochas, mesmo
por um período curto, melhora consideravelmente as propriedades de lascamento
(DOMANSKI 2009). Portanto, não há motivos para se desconsiderar a ocorrência de
tratamento térmico em matérias-primas rochosas na pré-história brasileira.
Por tudo aqui apresentado, defendemos que os resíduos líticos devem ter suas
potencialidades mais exploradas. A chave para algumas respostas há muito buscadas
pode estar em abordagens alternativas a vestígios que, por vezes, têm sua relevância
minimizada nas análises e interpretações culturais no âmbito da arqueologia brasileira.
Esperamos que a pesquisa aqui desenvolvida produza desdobramentos futuros.
O estudo da distribuição espacial é uma ferramenta cada vez mais acessível, porém
ainda pouco aplicada, e sua intensificação é muito desejável. As análises físico-
76
químicas devem ser buscadas através de cooperações interdisciplinares, e, longe de
serem difíceis e intangíveis, são ferramentas práticas e úteis.
Por fim, esperamos ter somado nossa contribuição às muitas já feitas à
arqueologia da Gruta do Gentio II, para conhecermos um pouco mais a respeito dos
diversos grupos que a habitaram em diferentes períodos, e em última instância, um
pouco de nós mesmos, os humanos.
77
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78
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82
Anexos
83
750 9 14 76 169 qzohialino
125 70 79 305 838 silexito
1 2 2 7 3 Outros
2 0 0 7 2 SiO2
1 0 0 0 5 arenito
0 1 0 0 10 qzoleitoso
0 4 2 4 18 quartzito
6 3 1 17 33 calcário
OB3
OA2
NA3
NB0
NB4
Camada IV - Q
Figura 50 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada IV, com base na
quantidade de fragmentos.
OA2
NB4
NB0
NA3
Camada IV - P
Figura 51 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada IV, com base no
peso total do material.
84
OA2
OB3
NB4
NA3
NB0
OB3
OA2
OA2
OB3
NB4
NA3
NB0
NB4
NA3
NB0
0
-3
-25
-400
Similarity
Similarity
Similarity
-6
-50
-800
-9
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
IV - Arenito IV - calcário IV - Outros tipos líticos
OB3
OA2
OB3
OA2
NB4
NA3
NB0
NB4
NB0
NA3
OA2
OB3
NB4
NA3
NB0
-8
-400
-10
-16
Similarity
Similarity
Similarity
-24 -800
-20
-32
-1200
-40 -30
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
IV - Quartzito IV - Qzo Leitoso IV - Silexito
OA2
OB3
OB3
OA2
NB4
NA3
NB0
NB4
NA3
NB0
OB3
OA2
NA3
NB0
NB4
-1000
-250
-8
Similarity
Similarity
Similarity
-2000
-500
-16
-3000
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
IV - SiO2 IV - Total IV - Qzo Hialino
Figura 52 - Clusteres por tipo litológico da camada IV, Gruta do Gentio II.
85
Figura 53 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada IV.
86
Figura 54 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada IV.
87
Figura 55 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada IV.
88
Figura 56 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada IV.
89
Figura 57 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos de sílica na camada IV.
90
Figura 58 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada IV.
91
Figura 59 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada IV.
92
Figura 60 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada IV.
93
Figura 61 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada IV.
94
76 107 140 1458 1200 2368 2762 silexito
2 18 20 167 565 819 480 qzohialino
0 2 0 14 7 14 15 SiO2
0 0 0 3 24 9 8 qzoleitoso
0 2 2 0 1 1 1 arenito
0 0 4 19 6 41 12 Outros
1 0 4 30 8 50 15 quartzito
0 9 9 34 15 68 81 calcário
NC1
OA2
OB3
NA1
NB0
NA3
NB4
Camada III - Q
Figura 62 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada III, com base
na quantidade de fragmentos.
3 0 57 42 76 35 345 quartzito
0 0 39 39 35 4 87 Outros
0 8 0 36 20 28 28 SiO2
0 0 0 15 8 40 11 qzoleitoso
0 29 7 1 0 3 12 arenito
1 32 42 569 218 584 673 qzohialino
0 59 112 533 84 508 360 calcário
126 442 644 5593 1885 3060 4132 silexito
NC1
OB3
OA2
NA1
NB0
NA3
NB4
Camada III - P
Figura 63 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada III, com base
no peso total do material.
95
NC1
OA2
OB3
NA1
NB0
NA3
NB4
NC1
OB3
OA2
NC1
OA2
OB3
NB0
NA1
NA3
NB4
NA1
NB0
NA3
NB4
-2000
-3000
-16
Similarity
Similarity
Similarity
-4000
-6000
-32
-6000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
III - Silexito III - SiO2 III - Total
OA2
OB3
NC1
OA2
NC1
OB3
NB4
NA1
NA3
NB0
NA3
NB4
NA1
NB0
NC1
OA2
OB3
NB0
NA1
NA3
NB4
Similarity
Similarity
OB3
NC1
OA2
OB3
NC1
NA1
NB0
NB4
NA3
NB4
NA3
NA1
NB0
OA2
OB3
NC1
NB4
NA3
NA1
NB0
-100 -400 -16
Similarity
Similarity
Similarity
-32
-200 -800
-48
-300
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
III - Quartzito III - Qzo Hialino III - Qzo Leitoso
Figura 64 - Clusteres por tipo litológico da camada III, Gruta do Gentio II.
96
Figura 65 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexitos na camada III.
97
Figura 66 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada III.
98
Figura 67 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência dequartzo leitoso na camada III.
99
Figura 68 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada III.
100
Figura 69 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outras variedades de sílica
na camada III.
101
Figura 70 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada III.
102
Figura 71 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada III.
103
Figura 72 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada III.
104
Figura 73 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada III.
105
679 313 90 74 162 silexito
62 97 110 1 10 qzohialino
5 0 1 1 0 SiO2
0 0 0 0 0 arenito
0 7 0 0 0 qzoleitoso
20 7 5 9 4 quartzito
12 4 5 3 2 Outros
12 41 0 2 8 calcário
ND4
OB3
OA2
NA3
NB4
Camada II inf - Q
Figura 74 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II inf, com base
na quantidade de fragmentos.
0 0 0 0 0 arenito
22,5
3 0 0 0 0 qzoleitoso
0 15 2 0 1 SiO2
20 158 152 4 15 67 qzohialino
230 113 12 5 0 calcário
27 686 387 7 43 quartzito
17,5
29 465 95 13 25 Outros
991 3524 592 292 172 silexito
15
12,5
10
OB3
ND4
OA2
NA3
NB4
7,5
2,5
Camada II inf - P
Figura 75 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II inf, com base
no peso total do material.
106
OB3
ND4
OA2
ND4
OA2
OB3
ND4
OB3
OA2
NA3
NB4
NA3
NB4
NA3
NB4
-3
-1000
-6 -1600
Similarity
Similarity
Similarity
-9
-2000
-12 -3200
-3000
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
II inf - Silexito II inf - SiO2 II Inf - Total
OA2
ND4
OB3
ND4
OA2
OB3
ND4
OA2
OB3
NA3
NB4
NA3
NB4
NA3
NB4
-100 -200
-160
Similarity
Similarity
Similarity
-200 -400
-320
-300 -600
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
II inf - Calcário II inf - Outros tipos líticos II inf - Quartzito
OA2
ND4
OB3
NA3
NB4
OB3
ND4
OA2
NA3
NB4
-2
-80
Similarity
Similarity
-4
-160
-6
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
II inf - Qzo Hialino II inf - Qzo Leitoso
Figura 76 - Clusteres por tipo litológico da camada II inferior, Gruta do Gentio II.
107
Figura 77 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada II Inferior.
108
Figura 78 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada II Inferior.
109
Figura 79 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada II Inferior.
110
Figura 80 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada II Inferior.
111
Figura 81 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outras variedades de sílica na camada II
Inferior.
112
Figura 82 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada II Inferior.
113
Figura 83 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada II
Inferior.
114
Figura 84 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada II
Inferior.
115
1229 41 4 557 228 370 328 silexito
24 325 8 1 71 9 33 60 qzohialino
7 0 0 1 6 2 8 SiO2
10 0 0 2 0 0 7 qzoleitoso
21 1 0 0 0 1 0 2 arenito
28 0 0 9 6 3 11 Outros
30 0 0 4 15 11 14 quartzito
18 75 1 0 39 16 60 3 calcário
15
12
ND2
OB3
ND4
OA2
NB4
NA1
NA3
Camada II med - Q
Figura 85 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II média, com
base na quantidade de fragmentos.
15
12
ND2
OA2
OB3
ND4
NA3
NA1
NB4
Camada II med - P
Figura 86 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II média, com
base no peso total do material.
116
OB3
OA2
ND2
ND4
ND2
OA2
ND4
OB3
OB3
ND2
OA2
ND4
NB4
NA1
NA3
NA3
NA1
NB4
NA1
NA3
NB4
-1000 -20
-16
Similarity
Similarity
Similarity
-2000 -40
-32
-3000 -60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II med - Qzo Leitoso II med - Silexito II med - SiO2
ND2
OA2
OB3
ND4
OA2
ND2
ND4
OB3
OB3
ND4
ND2
OA2
NA3
NA1
NB4
NA3
NB4
NA1
NA1
NA3
NB4
-300
-1600 -8
Similarity
Similarity
Similarity
-600
-3200 -16
-900
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II med - Total II med - Arenito II med - Calcário
OA2
OB3
ND2
ND4
ND4
OB3
OA2
ND2
ND2
ND4
OA2
OB3
NA1
NB4
NA3
NB4
NA3
NA1
NB4
NA1
NA3
-160 -160
-80
Similarity
Similarity
Similarity
-320 -320
-160
-480 -480
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II med - Outros tipos líticos II med - Quartzito II med - Qzo Hialino
Figura 87 - Clusteres por tipo litológico da camada II média, Gruta do Gentio II.
117
Figura 88 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada II Média.
118
Figura 89 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada II Média.
119
Figura 90 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada II Média.
120
Figura 91 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada II Média.
121
Figura 92 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outras variedades de sílica na camada II
Média.
122
Figura 93 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada II Média.
123
Figura 94 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada II Média.
124
Figura 95 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada II
Média.
125
Figura 96 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada II
Média.
126
500 407 344 10 117 82 76 silexito
78 72 38 0 4 8 30 qzohialino
10 14 15 0 8 0 3 quartzito
7 5 2 0 3 1 0 SiO2
3 3 4 0 1 1 1 Outros
1 2 0 0 0 0 0 arenito
1 1 1 0 5 0 2 qzoleitoso
22 15 21 0 13 24 1 calcário
OB3
ND2
ND4
OA2
NB0
NB4
NA3
Camada II Sup - Q
Figura 97 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II sup, com
base na quantidade de fragmentos.
120 12 4 2 0 9 0 SiO2
62 9 7 10 0 2 3 Outros
7 10 0 0 0 0 0 arenito
3 15 1 0 0 2 4 qzoleitoso
104 133 44 36 0 7 16 qzohialino
199 41 315 0 0 87 9 quartzito
195 107 176 676 0 16 9 calcário
2414 1894 1703 979 47 679 371 silexito
OB3
ND4
ND2
OA2
NB0
NB4
NA3
Camada II Sup - P
Figura 98 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II sup, com
base no peso total do material.
127
ND4
ND2
OA2
OB3
ND2
OA2
ND4
OB3
ND2
ND4
OA2
OB3
NA3
NB0
NB4
NB0
NA3
NB4
NB0
NB4
NA3
-200 -20 -100
Similarity
Similarity
Similarity
-400 -40 -200
ND2
ND4
OA2
OA2
OB3
ND2
ND4
OB3
ND4
OA2
ND2
NB0
NA3
NB4
NB0
NA3
NB4
NB0
NB4
NA3
-50
-5 -1000
Similarity
Similarity
Similarity
-100
-10 -2000
-150
-3000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II sup - Qzo Hialino II sup - Qzo Leitoso II Sup - Silexito
OB3
ND4
ND2
OA2
ND2
OA2
ND4
OB3
OB3
ND2
ND4
OA2
NB0
NA3
NB4
NA3
NB0
NB4
NB0
NA3
NB4
-40 -1000 -4
Similarity
Similarity
Similarity
-80 -2000
-8
-3000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II sup - SiO2 II sup - Total II sup - Arenito
Figura 99 - Clusteres por tipo litológico da camada II superior, Gruta do Gentio II.
128
Figura 100 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada II Superior.
129
Figura 101 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada II Superior.
130
Figura 102 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada II Superior.
131
Figura 103 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada II Superior.
132
Figura 104 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outras variedades de sílica na camada
II Superior.
133
Figura 105 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada II Superior.
134
Figura 106 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada II Superior.
135
Figura 107 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada II
Superior.
136
Figura 108 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada II
Superior.
137
1735 1131 1370 41 14 494 419 407 silexito
373 103 246 8 1 200 14 72 qzohialino
9 8 8 0 0 9 10 5 SiO2
11 0 10 0 0 9 5 1 qzoleitoso
1 0 1 0 0 2 1 2 arenito
49 31 21 0 0 22 32 14 quartzito
104 96 102 1 0 4 31 15 calcário
ND4
OB3
ND2
OA2
NB4
NA1
NA3
NB0
Camada II ass - Q
Figura 109 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II ass, com
base na quantidade de fragmentos.
15
12
ND4
OB3
ND2
OA2
NB4
NA1
NA3
NB0
2 4 6 8 10 12 14 16 18
Camada II ass - P
Figura 110 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada II ass, com
base no peso total do material.
138
OA2
OB3
ND2
ND4
ND4
OB3
ND2
OA2
OB3
ND2
OA2
ND4
NB4
NA3
NA1
NB0
NB4
NA1
NB0
NA3
NB0
NA1
NA3
NB4
-20 -40
-2500
Similarity
Similarity
Similarity
-40
-80
-5000
-60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II ass - Qzo Leitoso II ass - Silexito II ass - SiO2
ND4
OB3
ND2
OA2
ND4
ND2
OA2
OB3
OB3
ND4
ND2
OA2
NB4
NA1
NA3
NB0
NA3
NA1
NB4
NB0
NB0
NB4
NA3
NA1
-4000 -8 -800
Similarity
Similarity
Similarity
-8000 -16 -1600
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II ass - Total II ass - Arenito II ass - Calcário
ND4
OA2
OB3
ND2
ND4
ND2
OA2
OB3
NA1
NA3
NB0
NB4
NA3
NB4
NA1
NB0
ND2
OA2
ND4
OB3
NA1
NA3
NB0
NB4
-160 -200
-400
Similarity
Similarity
Similarity
-320
-400
-800
-480
-600
0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8
II ass - Outros tipos líticos II ass - Quartzito II ass - Qzo Hialino
Figura 111 - Clusteres por tipo litológico das camadas II associadas, Gruta do Gentio II.
139
Figura 112 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada II Associadas.
140
Figura 113 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada II
Associadas.
141
Figura 114 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada II
Associadas.
142
Figura 115 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada II Associadas.
143
Figura 116 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outras variedades de sílica na camada
II Associadas.
144
Figura 117 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada II Associadas.
145
Figura 118 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcáario na camada II Associadas.
146
Figura 119 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada II
Associadas.
147
Figura 120 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada II
Associadas.
148
8 20 1 3 2 0 1 0 4 0 arenito
6 15 3 4 1 0 14 0 0 0 qzoleitoso
18 10 2 1 3 1 2 0 3 6 SiO2
104 51 15 5 16 1 2 0 16 6 Outros
182 85 17 20 17 0 10 9 12 24 quartzito
497 577 86 38 112 2 11 42 65 24 qzohialino
424 242 575 16 31 2 25 36 52 13 calcário
2844 1962 402 470 657 23 96 231 299 309 silexito
OB3
NC1
OA2
ND2
NC3
OA0
NB4
NB0
NA3
NA1
Camada I inf - Q
Figura 121 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada I inf, com base
na quantidade de fragmentos.
204 172 0 445 727 200 151 251 3834 1741 quartzito
51 103 2 92 34 48 119 0 739 274 Outros
146 38 2 84 61 69 53 153 830 583 qzohialino
6 5 1 24 1 7 17 0 290 75 SiO2
18 108 0 0 12 5 12 0 178 90 arenito
7 59 0 0 29 0 1 0 22 24 qzoleitoso
4700 300 22 309 348 166 169 235 2547 2207 calcário
1302 786 38 2146 2503 1465 1769 1830 1,565E04
8224 silexito
OA0
OA2
OB3
NC1
ND2
NA3
NA1
NB0
NC3
NB4
Camada I inf - P
Figura 122 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada I inferior, com
base no peso total do material.
149
OB3
OA2
NC3
OA0
NC1
ND2
OB3
OA2
OA0
NC1
ND2
NC3
OB3
NC3
OA0
NC1
OA2
ND2
NB4
NB0
NA1
NA3
NA1
NB4
NA3
NB0
NB4
NA1
NB0
NA3
-5000 -100
-8000
Similarity
Similarity
Similarity
-1E04
-200
-1,6E04
-1,5E04
-300
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I inf - Silexito I inf - SiO2 I inf - Total
NC3
OA0
OA2
NC1
OB3
ND2
OB3
NC1
ND2
NC3
OA0
OA2
OB3
NC3
OA0
NC1
OA2
ND2
NA1
NA3
NB0
NB4
NB4
NB0
NA1
NA3
NA3
NB0
NA1
NB4
-1600
-30 -250
Similarity
Similarity
Similarity
-3200
-500
-60
-4800
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I inf - Arenito I inf - Calcário I inf - Outros tipos líticos
OB3
OA0
NC1
OA2
ND2
NC3
OB3
NC1
NC3
ND2
OA2
OA0
NB4
NA3
NA1
NB0
NB4
NA3
NA1
NB0
ND2
OA2
OA0
NC3
NC1
OB3
NA1
NA3
NB4
NB0
0 0
-400 -25
-1600
Similarity
Similarity
Similarity
-800 -50
-3200
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I inf - Quartzito I inf - Qzo Hialino I inf - Qzo Leitoso
Figura 123 - Clusteres por tipo litológico da camada I inferior, Gruta do Gentio II.
150
Figura 124 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada I Inferior.
151
Figura 125 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada I Inferior.
152
Figura 126 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada I Inferior.
153
Figura 127 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada I Inferior.
154
Figura 128 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos de silica na camada I
Inferior.
155
Figura 129 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada I Inferior.
156
Figura 130 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada I Inferior.
157
Figura 131 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada I
Inferior.
158
Figura 132 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência do total de tipos litológicos na camada I
Inferior.
159
174 270 335 306 55 68 9 39 29 160 115 115 127 152 silexito
453 151 34 7 3 13 4 4 0 12 2 20 94 74 calcário
16 12 19 7 2 6 0 4 2 16 1 7 0 11 quartzito
8 11 7 16 3 0 0 2 0 5 0 3 1 1 Outros
6 3 1 2 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 SiO2
2 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 arenito
17 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 qzoleitoso
94 32 71 68 10 12 0 2 6 15 11 25 23 25 qzohialino
OB3
OA2
OA0
NB0
NB2
NA3
ND2
NB4
NA1
ND4
NC1
NC3
LB1
LC0
Camada I sup - Q
Figura 133 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada I superior,
com base na quantidade de fragmentos.
OA0
OA2
NB2
ND2
NC1
NB0
NC3
NB4
NA1
NA3
ND4
LC0
LB1
Camada I sup - P
Figura 134 - Análise de cluster dos setores em relação aos resíduos líticos da camada I superior,
com base no peso total do material.
160
OA2
OA0
ND2
NC1
ND4
NC3
OB3
OB3
NC3
NC1
ND2
OA0
OA2
ND4
OB3
OA0
NC3
OA2
NC1
ND2
ND4
NB4
NB2
NA3
NA1
NB0
NB0
NA3
NB4
NB2
NA1
NB0
NB2
NB4
NA1
NA3
LC0
LC0
LC0
LB1
LB1
LB1
-800 -16 -1600
Similarity
Similarity
Similarity
-1600 -32 -3200
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
I sup - Silexito I sup - SiO2 I sup - Total
NC3
OB3
NC1
ND2
ND4
OA0
OA2
OA2
ND2
OA0
OB3
NC3
ND4
NC1
OA0
NC1
NC3
ND2
ND4
OA2
OB3
NB0
NB4
NA1
NA3
NB2
NA1
NA3
NB2
NB4
NB0
NA1
NB4
NB2
NB0
NA3
LC0
LC0
LC0
LB1
LB1
LB1
-5 -1000
-80
Similarity
Similarity
Similarity
-2000
-10
-160
-3000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
I sup - Arenito I sup - Calcário I sup - Outros tipos líticos
ND4
NC1
OA2
OA0
ND2
NC3
OB3
OB3
OA2
ND2
ND4
NC1
OA0
NC3
NA3
NB4
NA1
NB0
NB2
NB2
NB4
NA3
NA1
NB0
OB3
ND2
ND4
OA0
OA2
NC1
NC3
LC0
LC0
NB0
NA1
NA3
NB2
NB4
LB1
LB1
LC0
LB1
Similarity
Similarity
Figura 135 - Clusteres por tipo litológico da camada I superior, Gruta do Gentio II.
161
Figura 136 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de silexito na camada I Superior.
162
Figura 137 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo hialino na camada I Superior.
163
Figura 138 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzo leitoso na camada I Superior.
164
Figura 139 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de quartzito na camada I Superior.
165
Figura 140 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outras variedades de sílica na camada I
Superior.
166
Figura 141 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de arenito na camada I Superior.
167
Figura 142 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de calcário na camada I Superior.
168
Figura 143 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência de outros tipos litológicos na camada I
Superior.
169
Figura 144 - Tabela e gráficos de contorno da ocorrência total de tipos litológicos na camada I
Superior.
170