Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CIDADE: CUIABÁ/MT
ANO: 2023
1. REFERÊNCIA:
Heber Campos Jr. É bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano JMC.
Mestre em História da Igreja pelo CPAJ – Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper e Doutor em Teologia Histórica pelo Calvin Theological Seminary.
Os professores falam sobre como entender a igreja reformada de um jeito novo e mais
aprofundado. Em vez de só olhar para as ideias de cada pessoa ou o que é popular hoje
em dia, ele sugere estudar os documentos antigos da igreja, como as confissões e os
credos que muitas igrejas seguem juntas. O curso destaca que a igreja não é só um grupo
de pessoas ou uma organização com regras e estruturas. É mais do que isso: é uma
comunidade espiritual, onde todos estão conectados pela fé e pela partilha de crenças e
experiências. Isso é chamado de "comunhão dos santos", que significa que todos os que
acreditam estão unidos de uma maneira especial, mesmo que não se vejam ou se
conheçam pessoalmente.
Perspectivas Desenvolvidas:
Natureza da Igreja na Tradição Reformada: A igreja é vista não apenas como uma
instituição organizada, mas também como um organismo vivo, caracterizado pela
comunhão dos santos.
Fé Calvinista e Vida Cristã Prática: Enfatiza-se que ser reformado implica uma fé vivida
ativamente, alicerçada na Palavra de Deus e visando a glória de Deus.
O Reformado como um Novo Tipo de Homem: Conclui-se que Calvino contribuiu para a
criação de um novo tipo de homem, o "reformado".
Retorno à Essência:
O maior desafio para qualquer crente é, sem dúvidas, ser um bom receptor. Na
comunicação social, estudamos que toda comunicação é um processo composto por, pelo
menos, três partes: emissor, meio e receptor. Quantas vezes somos mal compreendidos e
julgados por falhas no nosso processo de comunicação. Nossa inteligência, cosmovisão,
criatividade e todas as características que contribuem para um bom processo de
comunicação, infelizmente, são como Isaías escreveu: "Mas todos nós somos como o
imundo, e todas as nossas justiças como trapo de imundícia; e todos nós murchamos como
a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam." (Isaías 64:6). Ou seja, até
nossa boa intenção de nos comunicar ou de construir um bom processo de comunicação
são como “trapo de imundícia”. Deus esmagou e continua esmagando a sabedoria dos
cultos e entendidos, dando conhecimento aos fracos e desprezados. Isto reforça o fato de
que não é um desafio fácil ser um bom receptor da mensagem do Evangelho, porque nossa
sabedoria primeiro precisa ser humilhada.
Se fosse um processo fácil, o Senhor Jesus não teria nos enviado Seu Espírito para
testemunhar, revelar, iluminar, nos dar sabedoria e ser nosso ajudador (João 14:26), e o
Espírito não usaria a tribulação enfraquecer nossa confiança em nosso próprio
entendimento e, com isto, nos aperfeiçoar. Bastariam homens cultos escrevendo com
clareza e nosso cérebro captaria imediatamente a mensagem na essência, ou seja, sem
qualquer tipo de interpretação errada. O meio definido por Deus foram homens fracos,
cheios de dilemas, mas inspirados pelo Seu Espírito falando primeiro pelos pais, depois
pelos profetas, até que nos últimos tempos falou pelo Filho. O Filho falou com seus
apóstolos, que, cheios do Espírito e inspirados por Ele, repassaram o Evangelho como
receberam (Hebreus 1:1-2). Os emissores foram homens transformados, o meio foram os
textos sagrados, os destinatários o povo de Deus. Não é tão difícil entender o processo, a
dificuldade está em entender o conteúdo. Não porque seja confuso ou falacioso, mas
porque a verdadeira questão é a nossa interpretação, como destinatários.
Nosso problema é que nossa alma governa nossa mente e nosso coração; na verdade,
essas coisas são indissociáveis. O que quero dizer é que nossa alma se esconde atrás de
um complexo, denso e inexplicável labirinto, com muitas camadas, com o objetivo único de
proteger nossa própria escuridão da luz. Desde que escolhemos andar segundo nosso
próprio entendimento e comemos da fruta que o Senhor disse para não comermos,
trocamos o governo de Deus pela nossa própria capacidade de julgar as coisas. Nesse
sentido, nossa alma está em densas trevas, tão densas que são palpáveis. Jesus disse
que o problema dos fariseus não era a falta de conhecimento ou inteligência, mas que eles
preferiam andar nas trevas porque suas obras eram más (João 3:19-20).
Preferimos andar nas trevas porque é justamente isso que conhecemos quando comemos
da árvore do conhecimento do bem e do mal. Portanto, nosso conhecimento, por maior ou
menor que seja, é como esterco e deve ser, antes de tudo, reputado como perda diante do
tesouro de conhecer a Cristo (Filipenses 3:7-8), se quisermos ser bons intérpretes das
Escrituras. Somos como tesouros escondidos para o louvor da glória de Deus, não porque
haja em nós algum valor, mas porque, mesmo sem valor algum, como vasos ruins, Deus
depositou em nós um tesouro valioso, mais valioso que qualquer outra coisa (2 Coríntios
4:7). Contudo, nossos labirintos mentais e emocionais colocam a Palavra do Senhor numa
teia de percepções pessoais com o objetivo de matar nossa fome de pão, não de vida
eterna.
Sem que, primeiro, o Pai dê seus eleitos ao Filho, não teríamos condições de desejar
palavras de vida eterna, porque nossas almas amam as trevas. Aqui destaco o ponto que
comecei meu texto e quero tentar amarrar com o curso: o problema no processo de
comunicação não é a mensagem, não é o conteúdo da Palavra de Deus, o problema
também não é o emissor; o problema é e sempre será quem a recebe, os destinatários
geralmente querem comer pão e viver os prazeres do mundo, para isso, não medirão
esforços físicos, emocionais ou intelectuais. Sendo assim, construirão para si doutrinas
fruto de uma mente cauterizada, como Paulo diz a Timóteo (1 Timóteo 1:4-5). Nosso
coração puro, nossa consciência limpa e a fé não fingida só acontecem se entendermos a
Palavra de Deus com a clareza que ela requer, sem adulterá-la para dar conforto ao nosso
pecado. Isso só é possível se o Espírito Santo nos iluminar; caso contrário, teremos uma
infinidade de homens inteligentes e eruditos substituindo o conhecimento de Deus pelo seu
próprio esterco, e muitos outros ajuntarão para si tais mestres, que ensinam o que querem
ouvir, sentindo coceira nos ouvidos ao ouvir a sã doutrina.
Essa análise é assustadora sem a fé de que aquele que começou a boa obra vai completá-
la (Filipenses 1:6). O Senhor Deus está completando sua obra através de servos que o
amam e não resistem ao Espírito Santo, homens que dedicam suas vidas para dar
argumentos que nos ajudam a “estar sempre preparados para responder a qualquer que
lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pedro 3:15). Homens como João
Calvino e outros reformadores importantes, inclusive estudiosos modernos como Heber ou
Hermisten, são membros do corpo de Cristo que ajudam outros membros doentes a serem
destinatários melhores, não andando em tropeço.
Nesse contexto, os estudos sobre os teólogos reformados e as confissões da fé reformada
se mostram essenciais. Ao se aprofundarem na "comunhão dos santos" e nos atributos
essenciais da igreja, adquirimos uma compreensão completa da natureza da igreja, tanto
em seu aspecto espiritual quanto organizacional. Esse conhecimento enriquece tanto o
entendimento teológico quanto prático, fornecendo ferramentas necessárias para
interpretar e aplicar a Palavra de Deus de forma eficaz em nossas vidas e ministérios. Aulas,
livros, vídeos e todo o ensino produzido por tais homens são para nós como o “clube de
esgrima” onde os “mestres das armas” nos treinam para sermos obreiros que manejam
bem a Palavra.