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Professor responsável:
Prof. Antonio Vargas de Oliveira Figueira
Piracicaba
2023
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Fonte: IBGE
Figura 1: Valor da produção da cana-de-açúcar em cada estado brasileiro.
Fonte: IBGE
5. “Qual gene de interesse foi adicionado e/ou modificado? Discorra se foi mais de um
gene.”
Os dois genes inseridos nesse evento desenvolvido pela CTC são originários de duas
diferentes bactérias. O gene cry1Ac foi retirado da bactéria Bacillus thuringiensis, uma
bactéria de solo que expressa proteínas com efeito inseticida, as proteínas cristal e que estão
presentes em seu plasmídeo. O segundo gene, que codifica a proteína NptII, foi retirado do
transposon Tn5 de Escherichia coli e confere resistência a antibióticos, o que será melhor
abordado na questão seguinte.
7. “Qual marca de seleção (gene) foi utilizada para a construção do OGM? O mesmo está
presente no produto comercial?”
A presença desse gene foi mantida no produto comercial. Vale ressaltar que a proteína
é segura para o consumo humano pois há completa degradação no sistema digestório.
A Clonagem de DNA pode ser vista como uma técnica utilizada com o fito de gerar
várias cópias, idênticas, de um fragmento de DNA (1 passo: Um gene alvo é inserido em uma
fragmento circular de DNA, denominado plasmídeo; 2 passo: Esse plasmídeo é
exposto/introduzido em bactérias, que são posteriormente selecionadas via antibiótico
“transformação”; 3 passo: As bactérias que contém o plasmídeo correto são utilizadas para
sintetizar mais DNA do plasmídeo e proteínas.
O DNA recombinante é evidenciado pela molécula de DNA que contém partes de seu
DNA derivados de duas ou mais fontes (espécies diferentes). Essa tecnologia é conhecida
como clonagem molecular e possui algumas etapas para ser feita, dentre as quais podem ser
destacadas: 1) Isolar um fragmento de DNA que contém o gene de interesse; 2) Esse gene de
interesse é submetido a um meio que contém DNA circular bacteriano, as enzimas de
restrição e o plasmídeo; 3) O plasmídeo insere o DNA externo ao seu próprio genoma; 4) As
enzimas de restrição vão atuar cortando uma determinada região do plasmídeo; 5) o
fragmento de DNA isolado, através das enzimas de ligação (ligases), vai unir-se com o DNA
bacteriano; 6) Origina-se o DNA recombinante.
A classificação de risco desse OGM foi a classe de risco 1, fazendo com que este
OGM seja de baixo risco na alimentação humana e animal.
Para que esta conclusão tenha sido feita, foram feitos inúmeros estudos sobre os
efeitos da proteína Cry1Ac no corpo humano e animal. Primeiramente, foi feita uma análise
que determinava a expressão das proteínas Cry1Ac e nptII em folhas, colmos e raízes, onde se
concluiu que a expressão da proteína Cry1Ac foi maior em folhas e menor em colmo e raízes,
e que a média da expressão de nptII foi baixa em todos os tecidos. Assim, a exposição e
possível contaminação humana via consumo de caldo ou produtos derivados, por conta de
virem majoritariamente do colmo da cana-de-açúcar, seria mínima.
Após isso, foram feitos estudos toxicológicos por meio de administração oral das
proteínas Cry1Ac e nptII, incluindo a alimentação de ratos com formas purificadas dessas
proteínas por 90 dias, resultando em valores NOAEL (Nível Sem Efeitos Adversos
Observáveis) muito altos (aproximadamente 5000 mg/kg) e sem efeitos adversos observáveis
nos sujeitos. Com isso, concluiu-se que as proteínas não são tóxicas.
Por fim, foi calculada a quantidade de cana-de-açúcar provinda do OGM que o ser
humano precisaria consumir (tanto in natura como derivados) para alcançar os valores
NOAEL de cada proteína, resultando em um consumo necessário de aproximadamente 56,6 e
3.750 toneladas de cana-de-açúcar.
Fuchs RL, Ream JE, Hammond BG, Naylor MW, Leimgruber RM, Berberich SA. Safety
assessment of the neomycin phosphotransferase II (NPTII) protein. Biotechnology (N Y).
1993 Dec;11(13):1543-7. doi: 10.1038/nbt1293-1543. PMID: 7764244.