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Unip – Universidade Paulista

Biomedicina

Aline Maria Santana - 0400896

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS


BIOENGENHARIA E BIOTECNOLOGIA APLICADA A BIOMEDICINA

DUTRA
Junho / 2023
Introdução: A biotecnologia tem sido utilizada pela espécie humana desde a antiguidade. Isso
porque, em seu sentido mais amplo, a biotecnologia compreende a aplicação de microrganismos,
plantas e animais, para obtenção de processos e produtos de interesse para a sociedade. Dessa
forma, desde que utilizamos microrganismos para fermentar pães, bebidas e outros alimentos, já
estávamos realizando biotecnologia.

Com o passar do tempo e avanço da ciência, novas ferramentas tecnológicas foram sendo
desenvolvidas e passaram a complementar a biotecnologia que conhecemos hoje. A biotecnologia
é o conjunto de procedimentos envolvendo manipulação de organismos vivos para fabricar ou
modificar produtos. A palavra tem origem grega: “bio” significa vida, “tecnos” remete a técnica e
“logos” quer dizer “conhecimento”.

Desde a civilização babilônica a biotecnologia já era utilizada na fabricação de pães e cervejas a


partir de microrganismos vivos. Essa estratégia ficou conhecida como biotecnologia clássica.

Ao longo do tempo, fomos transformando a biotecnologia, incorporando novas ferramentas e


aplicações. O avanço nos conhecimentos sobre genética, microbiologia, química, fisiologia,
biologia molecular, entre outras, foram decisivos para desenvolvermos o que chamamos hoje de
biotecnologia moderna.

Essas descobertas moleculares resultaram numa revolução tecnológica. A partir da tecnologia do


DNA recombinante, os cientistas, pela primeira vez, conseguiram manipular o DNA. Com essa
técnica, o isolamento e manipulação de genes se tornou uma realidade. A manipulação dos genes
possibilitou a otimização de microrganismos para a produção de substâncias em maior quantidade
e eficiência na área de alimentos. Um exemplo imediatamente aplicado foi o aprimoramento da
catalase e quimosina desenvolvidas por microrganismos para fermentação de queijos.
Aula 1
Roteiro 1
Título: Extração de DNA

Introdução: A genética é uma das áreas mais complexas da Biologia, envolvendo, inclusive,
vários conceitos de Química. DNA é a sigla para ácido desoxirribonucleico (em inglês, ou ADN,
em português), uma molécula simples e grande, construída a partir de quatro diferentes unidades
estruturais básicas e semelhantes entre si, chamadas de nucleotídeos (STOODI, 2019).

Ao analisar o DNA, principalmente por meio de experimentos focados na difração de raios-X, os


cientistas James Watson e Francis Crick perceberam que a estrutura dele é formada por duas fitas
enroladas no formato de uma hélice. Assim, a informação genética encontra-se codificada em uma
sequência de nucleotídeos de compõem os filamentos de DNA, complementares entre si
(STOODI, 2019).

Resumidamente, é possível dizer que o DNA é, então, uma molécula estruturada em duas cadeias
em forma de dupla hélice, sendo constituídas por um açúcar, um grupo fosfato e uma base
nitrogenada — adenina (A), citosina (C), guanina (G) ou timina (T). O fato de o DNA ter uma
forma de dupla hélice é fundamental para sua replicação durante a divisão celular, já que cada
hélice funciona como uma espécie de molde para a outra nova célula (STOODI, 2019).
Figura 1: Extração do DNA do morango.
Fonte: Acervo pessoal.

Figura 2: Extração do DNA da cebola.


Fonte: Acervo pessoal.
Conclusão: A extração de DNA é um processo fundamental em muitos campos da biologia,
permitindo isolar o material genético presente nas células. Neste caso, vamos aprender a extrair o
DNA da cebola seguindo alguns passos simples.

Inicialmente, ralamos a cebola e colocamos o material ralado em um frasco, retirando as sépalas.


Em seguida, preparamos uma solução de lise adicionando 80 mL de água quente, 20 mL de
detergente e uma colher de sopa de sal (NaCl). Misturamos bem essa solução com a cebola ralada
e aguardamos de 5 a 10 minutos.

Após esse tempo, colocamos o frasco com a suspensão da cebola ralada em um banho de gelo, o
que causará o resfriamento da solução. Nesse momento, podemos observar que o líquido começa
a se separar em grumos, indicando a formação do precipitado de DNA.

Quando a suspensão estiver completamente fria, filtramos o líquido utilizando gaze e coletamos o
líquido filtrado em um frasco limpo. Em seguida, inclinamos o frasco e adicionamos
vagarosamente álcool gelado pela parede lateral. O álcool não se misturará prontamente com a
solução filtrada, formando duas fases. Entre as duas fases, é possível observar a formação de um
precipitado com aspecto de "fiapos" esbranquiçados, que correspondem aos ácidos nucleicos, ou
seja, o DNA.

Para recuperar o DNA, utilizamos um bastão ou uma pipeta de vidro para enrolar os ácidos
nucleicos que estão precipitando. Podemos "pescar" o DNA da cebola com essa técnica. Em
seguida, deixamos o DNA secar por alguns minutos ao ar para que o etanol evapore.
Posteriormente, transferimos o DNA da extremidade do bastão para um tubo com 0,5 mL de água
destilada, reidratando a amostra.

Concluindo, a extração de DNA da cebola é um procedimento relativamente simples e nos permite


obter o material genético presente nas células desse vegetal. Essa técnica nos permite estudar e
analisar o DNA em laboratório, podendo realizar testes como eletroforese em gel de agarose. A
extração de DNA é um passo crucial em muitas pesquisas e experimentos, auxiliando no
entendimento da estrutura e função do material genético.

Aula 1
Roteiro 2
Título: Desenho de oligonucletídeos (primers)

Introdução: Oligonucleotídeos são pequenos receptores de nucleicos com grande potencial


biotecnológico para aplicação em diversas áreas da biologia e da medicina. Entre suas principais
aplicações está a identificação genética de patógenos por meio da técnica de PCR e produção de
efeito bioativo ou farmacológico. Nesse contexto, a produção e o desenho de oligonucleotídeos
são pontos críticos para sua aplicação. A técnica mais utilizada para a produção de
oligonucleotídeos de DNA é a síntese química. Apesar de sua eficácia, esta técnica não pode ser
realizada internamente, tornando o usuário totalmente dependente de um fornecedor (UFRN,
2017).
Nessa aula nós a desenvolvemos no laboratório de informática, onde criamos o primer do sars-
cov-2 e logo em seguida o alteramos de acordo com o roteiro estava solicitando, alterando assim
os parâmetros de acordo com as instruções.

Conclusão: Durante a aula de desenho de oligonucleotídeos, utilizaremos recursos online para


explorar a sequência do genoma do SARS-CoV-2 e obter sugestões de primers.

Iniciamos acessando o site do NCBI (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/) e selecionamos a base de


dados "genome". Em seguida, digitamos "sars cov 2" na barra de busca e discutimos com os alunos
as informações apresentadas. Ao clicar no link "RefSeq", podemos visualizar a sequência completa
do DNA em formato FASTA e também observar a organização genômica com a posição dos genes
através dos gráficos.

Copiamos a referência do genoma (NC_045512.2) no NCBI e acessamos o site do Primer-BLAST


(https://www.ncbi.nlm.nih.gov/tools/primer-blast/). Colamos a referência no primeiro campo
("Enter accession, gi, or FASTA sequence") e clicamos em "Get primers" no final da página.

Aguardamos as sugestões de primers fornecidas pelo programa e discutimos com os alunos os


parâmetros apresentados, como tamanho, temperatura de melting, conteúdo GC e
autocomplementariedade. Verificamos os resultados e selecionamos a melhor opção, justificando
nossa escolha.
Para finalizar, desenhamos os novos primers, realizando alterações nos parâmetros conforme
necessário. Podemos discutir sobre a importância desses parâmetros na especificidade e eficiência
dos primers, levando em consideração as características do experimento ou análise em questão.

Em conclusão, o desenho de oligonucleotídeos, ou primers, é uma etapa crucial na pesquisa


genética e na amplificação de sequências específicas de DNA. Utilizando ferramentas online como
o NCBI e o Primer-BLAST, podemos explorar sequências genômicas e obter sugestões de primers
com base em parâmetros específicos. Essa habilidade é fundamental para diversos campos da
biologia molecular e genética, permitindo a realização de experimentos e análises precisas e
confiáveis.

Aula 2
Roteiro 1
Título: Observação de leveduras

Introdução: O pão é consumido diariamente desde os princípios da civilização humana. Apesar


do desenvolvimento de tecnologia, a antiga técnica de fermentação natural é atual tendência de
mercado por produzir melhores pães, sobretudo pelo sabor e vida de prateleira.
A identificação de leveduras para o uso em processos fermentativos tem sido realizada cada vez
nas indústrias alimentícias. Estes microrganismos dependem de fontes de carbono para seu
crescimento, sendo os carboidratos os nutrientes de maior importância. Algumas leveduras
utilizadas em processos industriais, mesmo pertencendo à mesma espécie, apresentam diferenças,
tanto em termos genéticos quanto em sua fisiologia. Apesar do crescente conhecimento sobre as
leveduras associada a produção de etanol, há uma falta da informação a respeito de seus
metabolismo e fisiologia (UFGD, 2011).
As leveduras são microrganismos eucarióticos pertencentes ao Reino Fungi, reconhecidos pela sua
diversidade morfológica e bioquímica. Estes microrganismos unicelulares são as mais antigas
fontes de proteínas unicelulares consumidas pelo homem por meio de produtos naturais, bebidas
e alimentos elaborados por processos fermentativos. Os produtos obtidos via processos
fermentativos a partir de leveduras se destacam em setores industriais importantes, como
biocombustíveis, medicamentos, bebidas, produtos agrícolas e o ambiente (UFGD, 2011).
Conclusão: Em nossa prática nós utilizamos água destilada e fermento biológico seco e fresco,
onde ao unir eles, aplicamos uma pequena amostra na placa de petri, estriando assim o material
com a amostra em sua parte liquida, aguardando assim alguns dias para se ver o resultado.

A panificação utiliza diversos cereais, mas se baseia quase totalmente na farinha de trigo, isto
devido à presença das proteínas gliadina e glutenina, que com a adição de água e a ação mecânica,
desenvolvem uma malha fibrosa - o glúten, responsável pela elasticidade e extensibilidade
característica da massa de pão. A fermentação produz gás carbônico, que fica retido na massa pela
ação do glúten.

Aula 2
Roteiro 2
Título: As proteases nos produtos comerciais

Introdução: O uso de enzimas em produtos de limpeza vem tendo uma crescente utilização no
Brasil e no mundo nos últimos anos. Tal crescimento se deve à busca por uma maior especificidade
e eficácia, aliada a uma menor toxicidade aos consumidores e ao meio ambiente. As substâncias
biológicas que têm a propriedade de promover transformações específicas em outras substâncias
biológicas são chamadas enzimas. O nome de cada enzima está associado ao substrato ou
substância sobre a qual ela age. O uso dessas em produtos de limpeza vem tendo crescente
utilização no Brasil e no mundo nos últimos anos devido ao fato de que esta tem especificidade e
eficácia em remoção de matéria orgânica, levam à um menor custeio as fábricas, pois, economizam
energia e são biodegradáveis, tendo menos toxidade aos consumidores e, por consequência, ao
meio ambiente (UNICEUB, 2003).
Seu poder de catálise é extraordinário, o que as tornam essenciais a todos os processos biológicos.
As enzimas participam de todas as reações químicas que ocorrem nas células, acelerando-as
sobremaneira sem, contudo, sofrer qualquer alteração ou danos. Um bom exemplo é a oxidação
do açúcar que ao simples contato com o ar, sofre alterações mínimas, no entanto, quando dentro
da célula, pela ação catalisadora das enzimas, oxida-se de maneira muito rápida para produzir
energia necessária ao metabolismo (UNICEUB, 2003).
Imagem 3: Teste de proteases em produtos comerciais.

Fonte: Acervo pessoal.

Conclusão: Por tanto, em aula nós realizamos um teste dado pelo relatório, onde tivemos que
adicionar gelatina diluída e o produto, que no nosso caso foram 4 marcas diferentes, onde tivemos
resultados diferentes para cada fórmula.

As enzimas utilizadas nesses produtos são as proteases, as amilases, as lipases e as celulases que
são obtidas a partir da engenharia genética, tendo como matéria-prima as próprias bactérias, fungos
e outros microrganismos. Muita eficácia, biodegradáveis e de baixo custo são os principais fatores
que levaram as indústrias à utilização desse novo tipo de tecnologia.

Aula 3
Roteiro 1
Título: Bioplásticos / plásticos de amido

Introdução: Os plásticos sintéticos são dificilmente substituídos por causa do baixo custo de
produção, associado à versatilidade e à resistência. No entanto, o impacto ambiental do uso desses
materiais tem incitado o desenvolvimento de substitutos biodegradáveis a partir de fontes naturais
renováveis. Embora embalagens de vidro, celulósicas e metálicas sejam bastante empregadas na
indústria de alimentos, o plástico é o que tem apresentado o maior crescimento de produção e de
emprego como embalagem. Desta forma, há um segmento de mercado consolidado e com
perspectivas de crescer, tornando-se um setor lucrativo e aberto a inovações tecnológicas,
principalmente com materiais com menor impacto ambiental (SCIELO, 2020).
A elaboração de bioplásticos, como filmes biodegradáveis, inicia-se com a elaboração de uma
solução filmogênica, elaborada, basicamente, por três elementos: um agente formador de filme
(polissacarídeos, lipídeos e proteínas), um solvente e um plastificante. Cada um desses
componentes é utilizado em diferentes combinações, buscando oferecer características distintas
para o filme. O bioplástico pode ser utilizado como embalagem ou revestimento aplicado na
superfície do alimento e deve apresentar algumas características: propriedades de barreira ao
oxigênio, à água e/ou às gorduras, bem como propriedades mecânicas comparáveis aos plásticos
convencionais; estabilidade microbiológica, físico-química e bioquímica; ausência de
componentes tóxicos ou prejudiciais à saúde, entre outras (SCIELO, 2020).

Imagem 4: Resultado do teste de plástico biodegradável.

Fonte: Acervo pessoal.


Conclusão: Dessa forma, concluo que em nossa aula, nós seguimos instruções do roteiro, onde
era ensinado como fazer o bioplástico, sendo ele a união do amido, água, óleo e corante, onde
conseguimos chegar em um resultado satisfatório.

O amido se mostrou um resíduo agroindustrial adequado à produção de farinha para aplicação no


desenvolvimento de bioplástico. O amido elaborado apresentou uma composição físico-química
com possível potencial para aplicação em bioplásticos, principalmente por causa de seu elevado
conteúdo de fibras totais.

No entanto, novos estudos devem ser realizados para caracterizar outras propriedades mecânicas
e físicas e otimizar a formulação testada, bem como sua aplicabilidade na indústria de embalagens.

Referências:
SCIELO. Desenvolvimento e caracterização de bioplásticos de amido de milho contendo farinha de
subproduto de broto. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/bjft/a/YvfPytKqssxwhbZhYxdwDnR/?lang=pt&format=pdf. Acessado em: 03/05/2023.

STOODI. DNA e RNA: o que é, função e mais. Disponível em: https://blog.stoodi.com.br/blog/biologia/dna-e-rna-


o-que-e/ . Acessado em: 03/05/2023.

UFGD. Leveduras. Disponível em: https://files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/MESTRADO-DOUTORADO-


CIENCIA-TECNOLOGIA-
AMBIENTAL/17.%20%E2%80%9CEstudo%20da%20Fisiologia%20de%20Diferentes%20Leveduras%20Industria
is%20e%20Isoladas%20na%20Regi%C3%A3o%20Centro-Oeste.pdf. Acessado em: 03/05/2023.

UFRN. Oligonucleotídeos: desenho, produção e aplicações. Disponível em:


https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/23160. Acessado em: 03/05/2023.

UNICEUB. Enzimas em produtos de limpeza. Disponível em:


https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/2363/2/20017892.pdf. Acessado em: 03/05/2023.

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