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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE LETRAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA E LITERATURA

CPF Nº 07696880470

Área de concentração – Linguística

Linha de pesquisa – Discurso: Sujeito, História e Ideologia

Maceió, AL
2022
DISCURSO E MÍDIA: CONTRADIÇÕES E SILENCIAMENTOS NO DISCURSO
MIDIÁTICO SOBRE A GUERRA NA UCRÂNIA

CPF Nº 07696880470

Projeto de Tese apresentado no processo


seletivo para Doutorado no Programa de
Pós-Graduação em Linguística e Literatura
da Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Alagoas (PPGLL, FALE/UFAL),
com área de concentração em Linguística,
na linha de pesquisa Discurso, Sujeito,
História e Ideologia.

Maceió, AL
2022

SUMÁRIO
1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................ 3

2 BASE TEÓRICA E CONCEITUAL ....................................................... 5

3 OBJETIVOS ............................................................................................... 7

3.1 GERAL ........................................................................................................ 7

3.2 ESPECÍFICOS .............................................................................................. 7

4 METODOLOGIA........................................................................................ 8

5 CRONOGRAMA......................................................................................... 11

REFERÊNCIAS........................................................................................... 12

1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
Este projeto de tese tem como objeto de estudo o discurso de mídia tomando como
base o conflito entre Rússia e Ucrânia que teve início em 24 de fevereiro de 2022 através da
análise discursiva das matérias de três grandes portais midiáticos brasileiros: Uol Notícias,
Folha de São Paulo e O Globo, suas repercussões, as materialidades e formações discursivas,
o impacto das notícias e as características do conflito sobre essa ótica.

O conflito estudado neste projeto possuí raízes histórico-sociais muito anteriores ao


ano de 2022, mas por tratar de países da antiga união soviética suas rivalidades e as forças
envolvidas no conflito parecem ter sido de pouca relevância para a mídia hegemônica do Basil.
Para este projeto é relevante ressaltar a importância das duas principais alianças militares em
conflito durante os meados séc. XX: OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) bloco
militar com o objetivo de fortalecer o mundo ocidental contra a União Soviética (Estado
Socialista localizado na parte norte da Eurásia). Tais potências também simbolizavam os
principais regimes econômicos da época, Capitalismo e Comunismo, respectivamente.

Enquanto a OTAN e a União Soviética firmaram suas bases e travaram seus conflitos,
o Brasil estava imerso em uma ditadura amplamente apoiada pelos Estados Unidos (país que
lidera a OTAN até a atualidade), tal ideal de pensamento capitalista e o chamado medo
vermelho influenciaram na criação dos veículos da mídia hegemônica no Brasil.
Consequentemente todos os veículos da época basearam suas notícias no apoio aos militares
e no combate de quaisquer ideias que tivessem algum vínculo com a União Soviética. Aqui se
forma uma mídia que objetiva servir ao capital e seus ideais perpetuando suas ideologias em
uma “guerra ideológica” nesse entendimento Michel Pêcheux (2011, p. 73) afirma:

o termo guerra ideológica apareceu recentemente,


pretendendo caracterizar as diversas operações
midiáticas de massa desenvolvidas (em média de
maneira eficaz) pela grande burguesia
multinacional contra tudo o que resiste a sua
política.

Os principais veículos de mídia do Brasil aderem a um pensamento comumente


contrário a Rússia que, por ter liderado os países durante a existência da União Soviética,
acaba representando o antagonismo ao capital. A consequência dessa dicotomia maniqueísta
acabou gerando uma mídia hegemônica que constantemente defende o capital e ataca ideias
que se opõem aos seus interesses. Seguindo esse pensamento determinar categoricamente
um regime bom e um dito como mau fez florescer e consolidar o poder do discurso midiático
através do apagamento da ideologia contra-hegemônica. Esse mecanismo de apagamento
acaba por transformar as ideologias consolidando-as com o objetivo de serem interpretadas
como verdades imutáveis (ORLANDI, 1999 p 46).

Analisando as posturas discursivas desses veículos pretendemos ressaltar como suas


formações discursivas estão intimamente entranhadas com o capital e investigar as
repercussões dessa disputa ideológica travada no período da guerra fria e suas ligações com o
discurso dos veículos da mídia hegemônica brasileira. Ressaltando, também, as motivações
que geram a necessidade de suas reportagens possuírem um aspecto maniqueísta
tendenciando para um polo negativo a Rússia e toda a memória das filosofias e pensamentos
vinculados aos regimes socialistas do século XX.

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL
Contribuir para um posicionamento crítico acerca do discurso nos veículos de
mídia brasileiros em relação a guerra na Ucrânia, suas contradições, seus silenciamentos
e a Formação Ideológica que lhes dá sustentação.

3.2 ESPECÍFICOS

Analisar os efeitos de sentidos produzidos nos artigos dos grandes veículos midiáticos;

Avaliar o caráter das manchetes e artigos veiculados nas mídias (internet, Jornais,
revestias);

Examinar a memória discursiva contida nas Formações Discursivas presentes nos


veículos midiáticos;

Identificar as condições de produção presentes nos discursos midiáticos.

REFERÊCIA
PÊCHEUX, Michel. Foi “Propaganda” Mesmo que Você Disse?. In: Análise
de Discurso: Michel Pêcheux Textos selecionados: Eni Puccinelli Orlandi 2ª
Edição Campinas, SP: Pontes Editores, 2011. p 73.
ORLANDI, Eni P. Análise de discurso: princípios e procedimentos.
Campinas: Pontes Editores, 1999.

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