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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DE GRADUAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM CIENCIAS NATURAIS-QUÍMICA
CENTRO DE CIÊCIAS DE SÃO BERNARDO-CCSB
DISCIPLINA: Tecnologia da Informação e Comunicação no Ensino
DOCENTE: Ma. Tina Charlie Bezerra Santos
DISCENTE: Joana Carolina De Oliveira Sales Ribeiro

ATIVIDADE DE FICHAMENTO SOBRE O CAPÍTULO: O SOM DA


CIBERCULTURA

SÃO BERNARDO, 15 DE NOVEMBRO DE 2023


REFERÊNCIA: LÉVY, Pierre. Cibercultura, O som da Cibercultura. Tradução de
Carlos Irineu da Costa. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2000. 260p. (Coleção Trans). ISBN-
7326-126-9.

Nome: Joana Carolina de O. S. Ribeiro


Email: carolsalesribeiro131504@gmail.com

O Som da Cibercultura

“Os gêneros próprios da cibercultura são bastante diversas: composições automáticas de


partituras ou de textos, músicas “tecnos” resultante de um trabalho recursivo de
amostragem e arranjos de músicas já existentes, fez temas de vida artificial ou de robôs
autônomos, mundos virtuais, sites com uma proposta de intervenção estética, ou cultural,
hipermídia, eventos federados pela rede ou envolvendo os participantes por meio de
dispositivos digitais, hibridações diversas do real e do virtual”.

“A ciberarte Requer novos critérios de apreciação e de conservação, que entram muitas


vezes em contradição com Os hábitos atuais do mercado da arte, como a formação dos
críticos e as práticas dos museus. Essa arte que reencontra a tradição do jogo e do ritual,
requer também a invenção de novas formas de colaboração entre os artistas, os
engenheiros e os mecenas, tanto públicos como privados. A música popular de hoje é ao
mesmo tempo, mundial, eclética, imutável, sem sistema unificador. Nela podemos.
Reconhecer imediatamente alguns traços característicos do universal sem totalidade. Na
escala histórica, esse estado é bastante recente”.

“A difusão das gravações provocou na música popular fenômenos de padronização


comparáveis aos que a impressão teve sobre as línguas. De fato, no século XV em países
como a França, a Inglaterra e a Itália havia tantos dialetos quanto eram as microrregiões
rurais. O fato de que a música seja, independentemente das línguas evidentemente,
facilitou esse fenômeno de rompimento do isolamento. Se a escrita descontextualiza a
música, A sua gravação e reprodução cria um progressivamente, um contexto sonoro
mundial...e os Ouvidos que lhe correspondem. Poderíamos imaginar que a globalização
da música traria uma homogeneização definitiva, Pão aqui. Uma espécie de entropia
musical na qual os estilos, as tradições e as diferenças acabariam fundindo-se em uma
única, massa uniforme. A música mundial continua alimentando-se dessas ilhas
imperceptíveis, mais muito vivas de antigas tradições locais, assim como de uma
criatividade poética musical inesgotável e amplamente distribuída”.

Na sociedade cultural, a música é recebida por audição direta, difundida por imitação e
evolui por reinvenção de temas e de gêneros e memoriais. A maior parte das melodias não
possui autor identificado pertencendo a tradição. A escrita da música permite uma nova
forma de Transmissão. Não mais de corpo a corpo de ouvido, à boca e de mão ao ouvido,
mas por meio do texto. Se a interpretação, ou seja, a atualização sonora continua sendo
objeto de uma iniciação de e uma imitação e reinvenção contínuas, a parte escrita da
música, sua composição a partir de agora, encontra-se fixada separada por contextos da
recepção. A escrita levou a música de tradição oral para outro ciclo cultural. Da mesma
forma, a gravação fixou os estilos de interpretação da música escrita ao mesmo tempo
que regulou sua evolução. De fato, já não é mais a pena a estrutura abstrata de uma peça
que pode ser transmitida e descontextualizada, mas também sua atualização sonora”.

“Cada vez mais frequente que os músicos produzam sua música a partir de amostragem
e da reordenação de sons. Algumas vezes, trechos inteiros previamente obtidos no estoque
das gravações disponíveis. Essas músicas feitas a partir de amostragens, podem, por sua
vez, ser também objeto de novas amostragens, mixagens e transformações diversas por
parte de outros músicos e assim por diante. A música techno inventou uma nova
modalidade da tradição, ou seja, uma forma original de ter seu laço cultural. Não é mais
como na tradição oral ou de gravação, uma repetição ou uma inspiração a partir de uma
audição. também não é mais como na tradição escrita, a relação de interpretação que se
cria entre a partitura e sua execução, nem a relação de referência, progressão e invenção
competitiva que que tem lugar entre compositores”.

“A gravação Deixou de ser o principal fim ou referência musical. Não é mais do que o
traço, F mero de um ato Particular no seio de um processo seletivo. A cibercultura é
fractal. Cada um de seus subconjuntos deixa aparecer uma forma semelhante à de sua
configuração global. Podemos encontrar na música tecno os três Princípios do movimento
social da cibercultura, que foram desprendidos. Esse processo de inteligência coletiva
musical estende se constantemente e íntegra progressivamente o conjunto do património
musical gravado”.

“A música, cuja matéria-prima é digital, ilustram a figura singular do universal sem


totalidade. É certo que a universalidade resulta na compatibilidade técnica e na facilidade
de circulação dos sons no ciberespaço. Mas a universalidade da música digital prolonga
também a globalização musical, favorecida pela indústria do disco e das rádios FM. Todos
os tipos de música étnicas, religiosas, clássicas ou outras são amplamente arrancadas de
seu contexto original, mixadas, transformadas e, finalmente, oferecidas a uma escuta
envolvida em uma aprendizagem permanente. Esse fluxo é igualmente universal, na
medida em que, dando prosseguimento ao avanço da digitalização, alimenta-se do todo
aberto da música de mais Moderna, a mais arcaica. Esse universal dispensa, de fato a
totalização, já que não repousa sobre qualquer cidade, criou de combinatória dos sons. Os
dois principais modos de fechamento da música, que são a composição e a gravação
certamente não desapareceram, mas surgem como nitidamente secundários’.

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