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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .............................................................................................................. 3
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 34
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NOSSA HISTÓRIA
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1. INTRODUÇÃO A SONOLOGIA
A relação da música com a ciência e a tecnologia foi sempre estreita e suas raízes
se perdem na história da própria música. Das conclusões de Pitágoras sobre a relações
entre as notas musicais e o cosmos engendradas com a ajuda do monocórdio ao uso de
recursos de informática para o auxílio à composição desenrola-se um novelo em que os
fios da arte estão indissoluvelmente entrelaçados com o conhecimento, as técnicas e as
tecnologias de cada tempo. Boa parte da música que criamos no ocidente só foi possível
em função da existência de uma refinada teia de desenvolvimentos tecnológicos que fez
com tubos, cordas, teclas e chaves permitissem o controle daquela energia efêmera e
intangível que era o som. Por outro lado, pesadores das mais diversas épocas
escreveram sobre música textos que iam além das impressões e do gosto. Tratados,
como aqueles escritos pelo estadista Boethius ou pelo engenheiro de rádio Pierre
Schaeffer, elevaram a música ao status de objeto de reflexão científica, enquanto filósofos
de todas as épocas encontraram na lógica toda particular da música um modo de refletir
sobre aquilo de que o logos verbal não dava conta. Isso possibilitou que se pudesse
conceber música, abstratamente, a partir de relações e ferramentas lógicas, esquecendo
que, antes de tudo, para haver música é preciso que algo soe.
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O mesmo som que podia ser preso no sulco de um disco, era como uma matéria
volátil quando tocado. Não há canto ou dobra dos espaços em que ele não se intrometa,
vazando por cada fresta como um gás que se espalha de maneira desenfreada.
Passamos a compreender o quanto o espaço faz parte da música.
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se por meio de leds coloridos, botões deslizantes e clics do mouse, essa interface que
nos permite fazer de tudo, um pouco. A ordem das coisas vem mudando, pouco a pouco,
então tivemos que mudar também nossa relação com a música. Qual o modelo de análise
para as músicas techno? Como registrar as obras feitas com liveelectronics? Max/MSP e
PD são ambientes de programação, técnicas de composição, ou ideologias? O que
escolher: progressão harmônica ou algoritmo genético? Técnicas de dedilhado ou de
síntese sonora? Análise formal ou estatística? Pentagrama ou sonograma? Ok, temos
novos aparelhos, novos instrumentos, novas técnicas, novos modelos. Mas, e a música, é
outra? Sim e não. Essa expansão de possibilidades científicas e tecnológicas trazidas
para dentro música gera novos modos de escuta, novos processos composicionais, novas
formas artísticas, novas conexões entre linguagens. Por outro lado, conserva-se o ponto-
chave: é preciso tornar musicais essas novas possibilidades e para isso, continuamos a
fazer como de costume, continuamos a transformar sons, gestos, intuições, estruturações
em música. É impressionante a quantidade de aspectos que se grudam ao fazer musical
e que residem além das notas, dos ritmos, das articulações. A força exercida pela musica
para fazer gravitar em torno dela uma tamanha gama de objetos, de tecnologias, de
lógicas. E é deslumbrante poder fazer música e escutar música com todos esses
dispositivos, físicos ou lógicos, formais ou estéticos, sem perder de vista a própria música.
Na academia, onde sempre estamos às voltas com as meta-discursos musicais, muitas
vezes deixamos os objetos se dissolverem por trás das teorias, deixamos que as lógicas,
os modelos, os algoritmos mascarem a própria musica que deveriam desvelar. A mesma
sedução que nos impele em direção à investigação, muitas vezes nos distancia do objeto
que espreitamos. Daí é sempre bom tentar fazer uma volta, fazer a ciência e o
conhecimento ressoarem a partir da música, talvez musicalizar o própria pesquisa
musical.
As novas músicas, feitas com novos instrumentos, observadas com novas teorias
e escutadas com novos ouvidos: esse é o objeto da sonologia. O termo, já utilizado em
outras partes do mundo, sempre esteve conectado uma concepção musical cujas práticas
se avizinhavam das ciências e da tecnologia. Remete a uma música que incorpora as
mídias e os artefatos da era eletrônica, os conhecimentos da acústica e psicoacústica, as
ferramentas lógicas de auxílio à criação aliadas ao artesanato característico dos fazeres
mais tradicionais.
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2. INTRODUÇÃO A ESTÉTICA
2.1 CONCEITUAÇÃO
2.2 Tipos
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Em cada momento da evolução social existe certo nível geral que constitui, naquele
momento histórico, a média da alma humana (necessidades e intenções da sociedade);
as obras que a ultrapassam acusam o talento do artista. A mediocridade consiste em
atingir essa média sem a transpor (sucesso fácil). O artista medíocre, pensando e
sentindo como toda gente, não tem nada que o separe da multidão. Pode ter um conjunto
de processos que lhe são próprios, mas não estilo no sentido exato do termo. A
habilidade não faz o estilo. Na Idade Média, e ainda hoje nas culturas orientais cuja
organização se faz predominantemente de forma coletivista, não há consciência do estilo.
O termo nasce na sociedade individualista (fim da Renascença a meados do séc. XX),
subsistindo apenas no Ocidente. Atualmente, surge a necessidade de transcender o
individualismo, o que não significa nivelar a sociedade, mas, ao contrário, estabelecer um
novo modo de pensar que integre a personalidade do indivíduo a uma perspectiva social
mais ampla.
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parte da geração atual ainda foi educada); é hostil à Metafísica e não admite a dúvida. Em
termos musicais, a análise positivista descreve a materialidade da partitura, excluindo
referências de ordem emocional. Acentua o valor quantitativo dos elementos musicais em
detrimento do qualitativo. Nos dias atuais, surge um novo pensar que integra os dois
opostos: o Relativismo. No entanto, a grande maioria ainda conserva um pensamento
positivista ou materialista (materialismo no sentido filosófico e não popular de apego aos
bens materiais). Relativismo: inicia-se em meados do séc. XIX com Bernhard Riemann
(1826-1866), que, transcendendo o pensamento de Euclides, propõe uma nova
geometria. Em 1905, Albert Einstein escreve a Teoria da Relatividade Restrita, e em 1916
publica a Teoria Geral da Relatividade, mostrando que o espaço e o tempo não existem
em separado, mas formam um continuum, onde matéria e energia são dois aspectos de
um só fenômeno. Planck e Heisenberg, contemporâneos de Einstein, desenvolvem a
Mecânica Quântica, questionam a física mecânica de Isaac Newton e introduzem o
Princípio de Incerteza. A Teoria Quântica estuda e explica as leis físicas dos elementos
do mundo microfísico (átomos, moléculas, elétrons, etc.). As ocorrências no mundo
microfísico acontecem por saltos (quanta). A emissão e absorção da luz por átomos, o
crescendo ou decrescendo de um elétron quando se choca com um átomo, assim como
processos de ionização (íon = átomo ou agrupamento de átomos com excesso ou falta de
carga elétrica negativa) e de cadência nuclear, etc., são saltos quânticos. As leis da teoria
quântica são de ordem estatística. No mundo microfísico as partículas parecem ter a
escolha de vários modos de reagir. O efeito da atuação do elétron sobre o átomo é
imprevisível, livre pela natureza. Só depois de muitas experiências (repetição do mesmo
experimento sob as mesmas condições), por meio de estatísticas, observam-se certos
fenômenos que permitem uma previsão média, ou seja, certas probabilidades (análise,
reação e percepção estatísticas). Ao ser desenvolvida a Teoria Quântica, revela-se o
mundo subatômico, praticamente inacessível ao homem comum. A falta de compreensão
geral desse novo mundo, agravada ainda pela aceleração científica é um dos grandes
problemas de nossa época, pois desenvolvimento acelerado do saber científico nas
ciências e nas artes ocasiona aumento na defasagem entre o homem comum e aparente
progresso. Para que se possa compreender o Relativismo e todas as consequências das
últimas descobertas da área científica, é necessário transcender o pensamento
racionalista por meio de um pensamento integrador ou arracional. Arracionalidade é
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modernos como La Monte Young, Rhys Chatham e Glenn Branca deram muita atenção a
um sistema de afinação chamado apenas entonação.
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4.2 Antigo
Embora o termo não tenha sido usado antes do século XVIII, as pessoas sempre
refletiram sobre seus produtos intelectuais, incluindo a música que criaram. Nos mitos da
antiguidade, a música e seus efeitos freqüentemente desempenham um papel
significativo, como no mito de Orfeu. A música é de particular importância na filosofia dos
pitagóricos: eles consideravam a harmonia e o número como o princípio fundamental dos
seres, a música e suas relações de intervalo como o paradigma dessa ordem abrangente.
Para Platão, a música em seu diálogo “Symposion” como techné (no sentido de
artesanato artístico) é meramente uma estação de trânsito para o conhecimento dos
seres, pois pode evocar o amor do sensualmente belo. Na “Politeia” de Platão (“O
Estado”), a música é vista como um instrumento de educação dos membros da
comunidade, mas, como tal, está sujeita a limitações estreitas de conteúdo e execução.
Em Aristóteles, também, a música é principalmente um meio para influenciar o caráter e a
alma: como o eidos (o arquétipo) da arte está na alma do criador, a mimesis é (a imitação)
de obras de arte relacionadas à alma humana. movimentos e afetos. Portanto, a música
pode influenciar as emoções das pessoas, idealmente para melhor.
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No século XVIII, a música era considerada tão distante do reino da teoria estética
(então concebida em termos visuais) que a música mal era mencionada no tratado The
Analysis of Beauty, de William Hogarth. Ele considerou a dança bela (fechando o tratado
com uma discussão sobre o minueto), mas tratou a música como importante apenas na
medida em que poderia fornecer o acompanhamento adequado para os dançarinos. No
entanto, no final do século, as pessoas começaram a distinguir o tema da música e sua
própria beleza da música como parte de uma mídia mista, como na ópera e na dança.
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Immanuel Kant, cuja Crítica do Juízo é geralmente considerada a obra mais importante e
influente sobre a estética no século XVIII, argumentou que a música instrumental é bela,
mas, em última instância, trivial. Comparado com as outras belas artes, não envolve
suficientemente o entendimento e não tem propósito moral. Para mostrar a combinação
de genialidade e bom gosto que combina idéias e beleza, Kant achava que a música
deveria ser combinada com palavras, como na música e na ópera.
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concorrentes: De um lado são formalistas (por exemplo, Hanslick), que enfatizam que as
recompensas da música são encontradas na apreciação da forma musical ou design,
enquanto do outro lado estão os anti-formalistas, como como Richard Wagner, que via a
forma musical como um meio para outros fins artísticos.
Eduard Hanslick, um grande esteta da música do século XIX, exige uma estética
científica, baseada na obra de arte dada, em vez da transfiguração romântica com seus
sentimentos e reações subjetivas. Hanslick posiciona-se claramente contra a estética do
sentimento que vê a essência da música nas emoções despertadas por ela. Segundo
Hanslick, o objeto da estética musical é apenas o objetivo dado à obra musical: seus tons
e as peculiaridades de sua conexão através da melodia, harmonia e ritmo. Assim,
Hanslick considera o conteúdo e o objeto da música como o resultado individual do
trabalho composicional da mente “no material espiritual” e chama essa parte pura da
música de “formas sonoras móveis”. Somente música instrumental pura pode ser
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considerada como uma arte musical. O feito especial de Hanslick pode ser visto na
síntese da estética de forma e conteúdo, sobretudo na ênfase na importância de uma
análise formal da obra musical por sua estética. Hanslick não nega o processo de
expressão emocional e excitação à música, mas quer mantê-lo fora da análise da música,
porque não há nada para sua consideração estética que está fora da obra de arte em si.
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4.9 Século XX
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criatividade humana e genuína felicidade criativa. Assim, aqueles presos nas falsas
noções de beleza de acordo com um modo de pensar capitalista só podem ouvir a beleza
em termos desonestos (citação necessária). Começando com o trabalho de Peter Kivy
nos anos 70, a filosofia analítica contribuiu extensivamente para a estética da música. A
filosofia analítica presta muito pouca atenção ao tema da beleza musical. Em vez disso,
Kivy inspirou amplo debate sobre a natureza da expressividade emocional na música. Ele
também contribuiu para o debate sobre a natureza das performances autênticas da
música antiga argumentando que muito do debate era incoerente porque não conseguiu
distinguir entre quatro padrões distintos de performance autêntica da música (1995).
4.10 Expressionismo
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4.11 Neoclassicismo
4.12 Atonalidade
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mostrar idéias utópicas em sua linguagem, mas não percebê-las. Bloch reconhece essas
qualidades utópicas da música, sobretudo na técnica de doze tons de Schönberg.
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4.15 Aleatório
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de composição. Devido ao fato de que a música aleatória e sua notação devem abrir
antes da interpretação devido ao seu procedimento aleatório, a independência e a co-
responsabilidade do intérprete são significativamente aumentadas. A interpretação de
obras aleatórias é, portanto, também para ser considerada como uma extensão da
composição, já que a partitura e a interpretação não necessariamente têm que concordar.
No campo da música aleatória, várias práticas composicionais se desenvolveram.
Os métodos aleatóricos de Karlheinz Stockhausen e Pierre Boulez são entendidos como
uma continuação de métodos composicionais em série. Boulez refere-se ao seu
procedimento como uma coincidência controlada. John Cage, por outro lado,
conscientemente dispensa a noção de aleatorismo e a confronta com os conceitos de
coincidência e indeterminação. Em resumo, três tipos de procedimentos aleatórios podem
ser determinados:
Aleatoric como uma composição de subestruturas e momentos individuais na
música. O arranjo, seqüência e completude do processo musical é assim deixado para o
intérprete. Forma, duração, início e fim da composição são assim livres.
O compositor adere a uma estrutura de ligação de toda a composição. Detalhes da
composição podem ter um significado diferente aqui.
A peça como um todo e suas subestruturas são de igual importância. O intérprete recebe
aqui a maior liberdade interpretativa possível.
O termo Música Mínima tem sido usado desde o início dos anos 1970.
Principalmente é usado sinônimo da música de La Monte Young, Terry Riley, Steve Reich
e Philip Glass. Isso contradiz que os compositores de música minimalista representaram
diferentes abordagens composicionais e também desenvolveram seus procedimentos
composicionais.
O termo música minimal inclui dois dos seus princípios mais básicos: a redução
do material musical e a simplicidade da ideia formal. Mas somente através do princípio da
repetição o esquema de redução serve como uma caracterização suficiente da música.
Mas como a repetição sempre envolve mudanças, como até mesmo os músicos
minimalistas perceberam, o padrão repetitivo muda na estrutura musical de uma peça. No
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Música ruim Simon Frith (2004, p. 17-9) argumenta que “‘música ruim’ é um
conceito necessário para o prazer musical, para a estética musical”. Ele distingue dois
tipos comuns de música ruim: o tipo de Worst Records Ever Made, que inclui “Faixas
claramente musicais incompetentes; feitas por cantores que não sabem cantar, jogadores
que não podem tocar, produtores que não podem produzir” e “Faixas envolvendo
confusão de gêneros. Os exemplos mais comuns são atores ou estrelas de TV gravando
no estilo mais recente.” Outro tipo de “música ruim” é “listas críticas de rock”, como
“Faixas que apresentam truques sonoros que sobreviveram a seu charme ou novidade” e
“Faixas que dependem de sentimentos falsos, que caracterizam um excesso de
sentimento moldado em um rádio”. música pop amigável “.
Frith dá três qualidades comuns atribuídas à má música: inautêntica, mau gosto
(veja também: kitsch) e estúpida. Ele argumenta que “A marcação de algumas faixas e
gêneros e artistas como ‘ruim’ é uma parte necessária do prazer da música popular; é
uma forma de estabelecermos nosso lugar em vários mundos musicais. E ‘ruim’ é uma
palavra chave aqui porque sugere que os juízos estéticos e éticos estão unidos aqui: não
gostar de um registro não é apenas uma questão de gosto; é também uma questão de
argumentação e argumento que importa “(p. 28). A análise de Frith da música popular é
baseada na sociologia.
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Theodor Adorno foi um proeminente filósofo que escreveu sobre a estética da música
popular. Um marxista, Adorno era extremamente hostil à música popular. Sua teoria foi
amplamente formulada em resposta à crescente popularidade da música americana na
Europa entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. Como resultado,
Adorno usa frequentemente o “jazz” como seu exemplo do que ele acreditava estar errado
com a música popular; no entanto, para Adorno, esse termo incluía todos, de Louis
Armstrong a Bing Crosby. Ele atacou a música popular alegando que é simplista e
repetitivo, e encoraja uma mentalidade fascista (1973, p. 126).
Por bom ou mau que pareça para o público, ele acreditava que a música só é
genuinamente boa se desafia a sociedade por meio de seu papel de um Outro
inacessível. Esta função é avançada pela estrutura musical, ao invés de letras. Em sua
opinião, embora muitos músicos populares pareçam se opor superficialmente ao status
quo político, o uso de formas familiares e o envolvimento do artista no capitalismo
resultam em música que encoraja o público a aceitar as coisas como elas são – somente
música radicalmente experimental pode encorajar audiências para se tornarem críticas da
sociedade vigente. No entanto, a mídia de massa não consegue lidar com a natureza
conflituosa da boa música e oferece uma dieta constante de música reciclada,
simplificada e politicamente ineficaz.
Além de Adorno, Theodore Gracyk fornece a mais ampla análise filosófica da
música popular. Ele argumenta que categorias conceituais e distinções desenvolvidas em
resposta à música artística são sistematicamente enganosas quando aplicadas à música
popular (1996). Ao mesmo tempo, as dimensões sociais e políticas da música popular não
a privam de valor estético (2007).
Em 2007, o musicólogo e jornalista Craig Schuftan publicou o The Culture Club,
um livro que desenha as directrizes do movimento de modernismo e música popular de
hoje e das décadas passadas e até séculos. Sua história consiste em traçar linhas entre
arte, alta cultura e pop ou baixa cultura. Um estudo mais acadêmico sobre o tema, Entre
Montmartre e o Clube Mudd: Música popular e vanguardista, foi apresentado cinco anos
antes pelo filósofo Bernard Gendron.
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5. ESTÉTICA E SONORIDADE
Debussy abra o caminho para uma música dos sons, que Leigh Landy define como
uma forma de arte onde a unidade de base é o som em vez da nota (LANDY, 2007a, p.
17). Compor com a sonoridade, todavia, não constitui uma preocupação nascida apenas
no século passado. De fato, situaria sua origem em Rameau — no Século XVIII, portanto
—, com uma passagem obbligata, evidentemente, por Berlioz. Rameau nunca se
expressou a respeito, todo absorvido que ele foi pelo desenvolvimento e sobretudo pela
defesa da sua teoria harmônica. Entretanto, é bastante esclarecedor ouvir
comparativamente as obras dos seus grandes predecessores (nominalmente Lully e
Charpentier), e mesmo seu contemporâneo Bach, para medir o quanto, nele, o trabalho
com a sonoridade orquestral adquire uma função formal que nunca teve para os outros,
visto que esta dimensão pode, em alguns casos, descer até a articulação do discurso
nota-a-nota. Berlioz vai retomar e desenvolver de várias maneiras essas experiências, as
quais, no entanto, somente vão encontrar uma descendência muito mais tarde, a partir de
Varèse e Webern.
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Sua linguagem orquestral também demonstra claramente este mesmo objetivo, que
necessita, para se cumprir, ultrapassar os princípios canônicos da orquestração
romântica, suporte de apoio às estruturas prosódicas, melódicas, tonais ou dramáticas.
Neste campo, porém, temos que reconhecer que somente alguns anos depois, com
Varèse, o trabalho com os sons instrumentais em combinação, orientado para a obtenção
de objetos sonoros cuja natureza e cujo comportamento remetam explicitamente ao
domínio físico-acústico, passa a adquirir uma consistência sem precedente histórico
(LALITTE, 2003). Funcionalizar a sonoridade, então, não é tanto descrever sua
configuração isoladamente, quanto captar as modalidades da sua interação com o meio.
Não se trata de determinar se ela é o lugar da inclusão, ou da exclusão, das alturas,
durações e intensidades, quiçá dos timbres; consiste, pelo contrário, em medir em que
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suas qualidades relativas (em relação ao contexto imediato, mediato ou ainda a obra
inteira), poderiam modular, modelar, na posição do tempo em que o compositor a colocou,
a kinesis formal.
Este método, que toma como objeto o timbre real da obra , considera os valores
sensoriais resultando de uma seleção de meios de execução, e de uma certa maneira de
processar os sons com o auxílio do ritmo, da dinâmica, da agógica e da articulação (Idem,
p. 188-189).
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Ele também faz menção do método sensorial de análise desenvolvido por Jozef
M. Chominski numa série de artigos publicados no fim dos anos cinqüenta na União
Soviética. Este método, que toma como objeto o timbre real da obra , considera os
valores sensoriais resultando de uma seleção de meios de execução, e de uma certa
maneira de processar os sons com o auxílio do ritmo, da dinâmica, da agógica e da
articulação (Idem, p. 188-189). Eu não saiba que esses textos tenham penetrado na
esfera ocidental em tradução, o que constitui, sem sombra de dúvidas, uma lastimável
lacuna. Portanto, trata-se provavelmente de uma coincidência se, pouco tempo depois,
Stockhausen proferiu palestra na WDR (transcrita em STOCKHAUSEN, 1963, p. 75-85) 8
, na qual ele chama a atenção sobre o aspecto mais inovador da composição debussysta,
que ele chama de forma-movimento ( Bewegungsform ), onde os processos temporais de
mudança e sua velocidade são decisivos » (Idem, p. 77 et sq.). Ela é analisável a partir de
critérios formais estatísticos essenciais . Estes incluem a densidade ( Dichte ), o registro (
Tonhöhenlage ), a velocidade relativa dos sons (Geschwindigkeit ) , o campo de
amplitude (Lautstärke ) e a cor sonora (Klangfarbe ). Stockhausen esboça, nesta ocasião,
nada menos de que uma teoria analítica revolucionária, pensa a priori para Debussy, que
despreza a organização das notas para se dedicar exclusivamente as modalidade de
estruturação de nível mais alto. Ele a aplica, de forma experimental, a Jeux, para concluir
que essas dimensões são passíveis de se organizar numa ordem contínua de grandezas,
as quais poderiam eventualmente ser tratadas segundos os princípios seriais.Ele afirma
sobretudo que se surgirem los. Isto se deve, essencialmente, ao fato que uma
abordagem analítica da forma musical pela acústica, como a deles e de alguns outros
pesquisadores que adotaram perspectiva semelhante, esbarra na necessidade de dispor
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e sobretudo de manipular enormes bancos de dados que sejam passíveis de cobrir todas
as soluções sonoras possíveis que entram como variáveis instrumentais, o que torna a
empreitada deveras utópica. Eles mesmo admitem e honestamente alertam o leitor sobre
as importantes lacunas e limitações que impedem, de fato, a sua proposta metodológica
de alcançar resultados concretos. Nas suas publicações seguintes, Cogan prefere se
render aos encantos do sonograma, apesar desta representação visual oferecer uma
imagem muito pouco especifica, ou, ao contrário, detalhada demais, cheia de informações
irrelevantes, para que se possa formar uma opinião sobre as interrelações entre som e
forma. Albert S. Bregman, Stephen McAdams, entre outros, constataram com razão que é
um problema real extrair elementos salientes de uma representação de dados que contém
uma quantidade potencialmente esmagadora de informação (BREGMAN, 1994 ;
BREGMAN, 1999; McADAMS et al., 2004). Uma ferramenta computacional como o,
constitui uma abordagem híbrida que já proporcionou bons e bonitos resultados, porém no
campo privilegiado das músicas não escritas . Então, não é provavelmente por acaso que
uma das melhores análises de Cogan a partir de um sonograma (ele utiliza um aplicativo
com finalidade semelhante ao Acousmographe) é a do Poème électronique de Varèse
(COGAN, 1991), pois que o cerne da questão se situa ali. Ao contrário das músicas cujo
suporte gravado é o próprio veículo, o rastro sonoro gravado de uma obra escrita , ou,
para ser mais abrangente e ao mesmo tempo mais específico, de uma obra instrumental
ou vocal, a congela em tão somente um dos seus infinitos possíveis interpretativos, onde
entra em jogo um número literalmente incalculável de variáveis, da mais genérica – o
espaço onde a obra foi gravada – até a mais minuciosa – a palheta que o oboista usou
naquele dia. Essas variáveis podem provocar, em alguns casos, uma repercussão
significativa sobre a imagem espectral resultante no sonograma, e, conseqüentemente,
sobre as deduções que o analista poderá fazer.
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6. REFERÊNCIAS
McADAMS & BIGAND, 1994, p. 11-40. _____. Auditory scene analysis: the
perceptual organization of sound. Cambridge: Mit Press, 1999.
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COGAN, R., & ESCOT, P. Sonic Design. Englewood Clilffs: Prentice-Hall, 1976.
COOK, N. & EVERIST, M. (eds). Rethinking Music. New York: Oxford University
Press, 1999. Synthesis, and Perception of Musical Sounds. New York: Springer, 2007, p.
272-319.
HYPERLINK "https://www.hisour.com/pt/aesthetics-of-music-36104/"
https://www.hisour.com/pt/aesthetics-of-music-36104/ (ACESSO 25/08/2
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