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ANO/SÉRIE 2º ano VALOR 12,0 NOTA

MATÉRIA Sociologia – FGB – G1 PROF. Bruno DATA: 30/06/2023

1. Q. ap. M40 Q5. O capitalismo tornou-se hegemônico na última década do século XX. No curso do seu
desenvolvimento, esse sistema socioeconômico sofreu muitas transformações. Entre elas, cabe destacar,
na esfera das relações de produção, a transição do padrão de estruturação técnica e organizacional fordista
pelo padrão toyotista – que alguns, de modo abrangente, denominam “acumulação flexível”. Nessa
transição, uma série de mudanças políticas, jurídicas e culturais ocorreram de modo entrelaçado, seja
respondendo àquelas transformações ou, então, antecipando-se a elas. De acordo com o sociólogo
brasileiro Ricardo Antunes, na década de 1980,o toyotismo penetra, mescla ou mesmo substitui o padrão
fordista dominante em várias partes do mundo globalizado. Vivem-se formas transitórias de produção, cujos
desdobramentos são também agudos, no que diz respeito aos direitos do trabalho.

ANTUNES, R. Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995. p. 16.

Com base nessa contextualização e nos conhecimentos científicos sobre o tema, explique os motivos pelos
quais a recente reestruturação técnica e organizacional do modo de produção capitalista repercutiu sobre a
legislação trabalhista e intensificou os conflitos sindicais e políticos no Brasil atual.

Acerca dos padrões produtivos denominados fordismo e toyotismo, indique:

2. duas diferenças relevantes entre esses padrões.

3. o principal traço de continuidade entre ambos.

4. Q. Ap. M41 Q17. No debate sobre as cotas para o ingresso dos negros nas universidades públicas,
reapareceram, de forma recorrente, argumentos favoráveis e contrários à adoção dessa política afirmativa.
Os trechos reproduzidos a seguir constituem exemplos desses argumentos.

Em um país onde a maioria do povo se vê misturada, como combater as desigualdades com base em uma
interpretação do Brasil dividido em “negros” e “brancos”? Depois de divididos, poderão então lutar entre si
por cotas, não pelos direitos universais, mas por migalhas que sobraram do banquete que continuará sendo
servido à elite. Assim sendo, o foco na renda parece atender mais à questão racial e não introduzir injustiça
horizontal, ou seja, tratamento diferenciado de iguais.

Yvonne Maggie (Antropóloga da UFRJ). In: O Estado de S. Paulo. 7 mar. 2010. Adaptado. Este artigo de Yvonne Maggie serviu de
base para o seu pronunciamento lido por George Zarur na audiência pública sobre ações afirmativas convocada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) em março de 2010.

Desde 1996 me posicionei a favor de ações afirmativas para negros na sociedade brasileira. Vieram as
cotas e as apoiei, como continuo fazendo, porque acho que vão na direção certa – incluir socialmente os
setores menos competitivos – embora saiba que o problema é muito maior e mais amplo. Tenho apoiado
todas as medidas que diminuam a pobreza ou favoreçam a mobilidade social e todas as que combatam
diretamente as discriminações raciais e a propagação dos preconceitos raciais. Em curto prazo, funcionam
as políticas de ação afirmativa; em longo prazo, funcionam políticas que efetivamente universalizem o
acesso a bens e serviços.

Antônio Sérgio Guimarães (sociólogo da USP). Entrevista concedida à Ação Educativa

A divergência dessas duas posições reproduz, atualmente, o antagonismo existente no debate sobre a
questão racial na sociologia brasileira, exemplificado pela oposição entre os pensamentos de Gilberto Freyre
e Florestan Fernandes. Identifique, nos trechos reproduzidos, os argumentos favoráveis e desfavoráveis à
política de cotas para negros em universidades.

5. Q. Ap. M41 Q A partir das últimas décadas do século XX, as ações afirmativas têm sido um dos
instrumentos para minimizar desigualdades sociais. Sobre ações afirmativas, assinale como Verdadeiro
ou Falso.

( ). A efetividade das ações afirmativas reside em sua perenidade, ou seja, em sua


permanência em definitivo.

( ). Ações afirmativas consistem em um conjunto de ações públicas ou privadas


destinadas a minimizar desigualdades oriundas de estruturas sociais excludentes.

( ). Um dos objetivos das ações afirmativas é reparar ou mesmo eliminar as


desigualdades de gênero.

( ). Um dos objetivos das ações afirmativas é a compensação de perdas causadas


pela discriminação e pela marginalização advindas de motivos étnicos, religiosos, de gênero.

( ). Ações afirmativas são medidas especiais e temporárias.


6. Q. Ap. M40 Q10. Os estudos de David Harvey sobre a condição pós-moderna oferecem uma análise do
fenômeno da compressão espaço-temporal, ilustrada pelo autor com a imagem a seguir.

A respeito da compressão espaço-temporal, com base na imagem, marque as afirmativas a seguir com
Verdadeiro ou Falso.

( ) I. Essa compressão é característica do período posterior às crises europeias de


1848 e passou por dois momentos de aceleração: em 1910, com a afirmação do taylorismo e do fordismo,
e após a crise de 1973, com a passagem pós-moderna para um sistema de acumulação flexível.

( ) II. A história do capitalismo venceu progressivamente as barreiras espaciais, de


modo que o espaço foi reduzido à “aldeia global” das telecomunicações e à “astronave terra”,
caracterizadas pela interdependência econômica e ecológica.

( ) III. A relação entre espaço geográfico, tempos econômicos e capital é o objeto da


reflexão do autor, para quem a compressão espaço-temporal resulta de fenômenos psicológicos e
subjetivos, que determinam a representação pós-moderna do mundo.
Gabarito

1. No horizonte da globalização, intensifica-se a natureza internacional do capitalismo, reduzindo-se a


capacidade de os Estados Nacionais construírem políticas econômicas autônomas. Essas mudanças afetam
diretamente o universo do trabalho e as condições de vida dos trabalhadores. Ao longo do século XX, foi
comum a atuação estatal na regulamentação e mediação das relações entre empresas e trabalhadores
assalariados, o que resultou, em muitos países, na construção de legislações trabalhistas que visavam
proporcionar direitos sociais aos trabalhadores. Na atualidade, nota-se a tendência à diminuição da interferência
direta do Estado nas relações de trabalho, modificação que se processa sob o discurso da necessidade de se
modernizar legalmente as condições do mercado de trabalho em sintonia com a realidade do capitalismo
internacional.

2. O fordismo é caracterizado especialmente pela presença da esteira na linha de produção e no trabalho


manual, repetitivo e particionado. Em contrapartida, podemos citar do toyotismo a mecanização flexível, a
personalização dos produtos, a mecanização e robotização da produção e a introdução da mão de obra
multifuncional.

3. O principal traço de continuidade entre ambos é o interesse em aumentar a produção, diminuir os custos e
aumentar o lucro da atividade produtiva industrial. Nesse sentido, ambos são padrões produtivos típicos da
expansão do capitalismo.

4. O primeiro texto apresenta uma visão contrária às cotas por entender ser difícil considerar as “leis
afirmativas” para os negros em um país marcado pela mestiçagem, não cabendo, assim, o critério “brancos” x
“negros” para entendimento da sociedade brasileira e de suas desigualdades. Já o segundo defende as cotas
para o ingresso de negros na universidade por entender que, embora mestiça, a sociedade brasileira herdou
concepções de discriminação racial que impediram o acesso dos afrodescendentes a determinados espaços
considerados “brancos”, como é o caso do acesso à universidade.

5. F – V – V – V - V

6. V – V - F.

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