O QUE É RACISMO ESTRUTURAL?

SILVIO ALMEIDA
IDEIA CENTRAL

◼A tese central é a de que o racismo é sempre estrutural, ou seja, de

que ele é um elemento que integra a organização econômica e
política da sociedade
◼O que procuramos demonstrar é que o racismo é a manifestação
normal de uma sociedade, e não um fenômeno patológico ou que
expressa algum tipo de anormalidade.

08/08/2022
 IDEIA CENTRAL
◼ O racismo fornece o sentido, a lógica e a tecnologia para as
formas de desigualdade e violência que moldam a vida social
contemporânea.
◼ As expressões do racismo no cotidiano, nas relações
interpessoais, na dinâmica das instituições são manifestações de
algo mais profundo que se desenvolve nas entranhas políticas e
econômicas da sociedade.

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 RAÇA NA HISTÓRIA

◼ Conceito relacional
◼ A história da raça ou das raças é a história da constituição política
e econômica das sociedades contemporâneas.
◼ Foram as circunstâncias históricas de meados do séc. XVI que
forneceram o sentido específico da ideia de raça. A expansão
econômica mercantilista e a descoberta do Novo Mundo deram a
base material da multiplicidade da existência humana

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 RAÇA NA HISTÓRIA
◼ No séc. XVIII o iluminismo torna-se o fundamento filosófico das grandes
revoluções liberais que, a pretexto de instituir a liberdade e livrar o mundo
das trevas trava guerras contra as instituições absolutistas e o poder
tradicional da nobreza.
◼ As revoluções inglesas, a americana e a francesa foram o ápice de um
processo de reorganização do mundo, de uma longa e brutal transição das
sociedades feudais para a sociedade capitalista em que a composição
filosófica do homem universal, dos direitos universais e da razão universal
mostrou-se fundamental para a vitória da civilização.

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 RAÇA NA HISTÓRIA

◼ Esta mesma civilização que, no século seguinte, seria levada para

outros lugares do mundo, para os povos primitivos, para aqueles que
ainda não conheciam os benefícios de liberdade, de igualdade, do
Estado de Direito e do mercado. E foi esse movimento de levar a
civilização para onde ela ainda não existia que redundou em um
processo de destruição e morte, de espoliação e aviltamenio, feito em
nome da razão e que se denominou de COLONIALISMO

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 RAÇA NA HISTÓRIA

◼ O povo negro haitiano, escravizado por coÍonizadores franceses, fez uma

revolução para que as promessas de liberdade e igualdade universais fundadas
pela Revolução francesa fosse estendida a eles, assim como foram contra um
poder que consideraram tirano, pois negava-lhes a liberdade e não lhes
reconhecia igualdade. O resultado foi que os haitianos tomaram o controle do
pais e proclamaram a independência do Haiti em 1804.

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 RAÇA NA HISTÓRIA
◼ Com a Revolução Haitiana tornou-se evidente que o projeto liberal-iluminista
não tornava todos os homens iguais e sequer faria com que todos os indivíduos
fossem reconhecidos como “seres humanos."

◼ Os mesmos franceses que aplaudiratn a Revolução francesa, viram a Revolção

Haitiana com desconfiança e medo, e impuseram toda a sorte de empecilhos para
a ilha caribenha, que até os dias de hoje Paga o preço pela liberdade que ousou
reivindicar

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 RAÇA NA HISTÓRIA
◼ É nesse contexto que a raça emerge como um conceito central
◼ Assim, a classificação de seres humanos serviria, mais do que para o
conhecimento filosófico, como uma das tecnologias do colonialísmo
europeu para a destruição de povos nas Américas, da Afríca, da Ásia e
da Oceania
◼ o homem passou a ser objeto científico.

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 RAÇA NA HISTÓRIA

◼ A biologia e a fisica serviram como modelos explicativas da

diversidade humana: nasce a ideia de que características biológicas
— determinismo biológico - ou condições climáticas ou ambientais —
determinisino geográfico - seriam capazes de explicar as diferenças
morais, psico- lógicas e intelectuais entre as diferentes raças

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 RAÇA NA HISTÓRIA
Desse modo, pode-se concluir que, por sua conformação histórica, a raça opera a
partir de dois registros básicos que se cruzam e se complementam: "

1. como coracterística biológica, em que a identidade racial será atribuída por

aigum traço físico como a cor da pele,

2. como característica étnico-cultural em que a identidade será associada a origem

geográfica, a religião, à língua ou outros costumes, "a uma certa torma de existir”.

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