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Introdução à Administração

7
Finanças e a Solução
de Problemas

Juros compostos
Por que será que as pessoas reclamam tanto dos juros cobrados
pelas instituições financeiras? O motivo está no regime de capitalização
acumulada ou regime de juros compostos adotado por tais instituições.
Nele, os juros são incorporados ao capital, passando a render sobre o
novo montante. Não por acaso, esse sistema também é conhecido como
juros sobre juros. Ele é mais usado no sistema financeiro do que o
regime de juros simples por ser mais adequado às práticas econômicas
de pessoas, empresas, instituições e governos.
Como esse é um assunto de bastante relevância no dia a dia, é importante
dominá-lo para ser um bom planejador de finanças pessoais e aprender a
tomar decisões acertadas sobre investimentos, compras e empréstimos.

objetivos do capítulo
Neste capítulo, você irá:
entender os conceitos de capital, principal ou valor presente; juros;
taxa de juros; prazo; montante ou Valor Futuro (VF);
diferenciar juros compostos com taxas de juros constantes e juros
compostos com taxas de juros variáveis;
aprender a decidir entre pagamentos à vista ou a prazo;
interpretar e resolver problemas relacionados a juros compostos;
estabelecer relações entre juros e funções e entre juros e progressões;
compreender e resolver problemas de equivalência de capitais;
aprender a usar tabelas de redução, amortização e acréscimos;
conhecer o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema de
Amortização Francês, ou Crescente, ou Sistema Price (SAF).

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Juros Compostos

/ Sistema financeiro > conjunto de instituições financeiras que fazem


a intermediação de recursos, de credores para devedores, entre os
agentes financeiros (pessoas, empresas, governo).

1
1. Conceitos usados no regime de juros compostos

No sistema de capitalização a juros compostos, os termos utilizados


são os mesmos que no sistema de capitalização a juros simples.

1.1 JUROS COMPOSTOS COM TAXAS DE JUROS CONSTANTES

Imagine um capital C aplicado sob juros compostos, a uma taxa de


juros i, durante n períodos. A Tabela 7.1 mostra o cálculo do montante
nesse regime.

Tabela 7.1: Cálculo do montante no regime de juros compostos

Períodos (n) Montante (M)

1 M1 = C (1 + i)1
2 M2 = M1 (1 + i) = C (1 + i)2
3 M3 = M2 (1 + i) = C (1 + i)3
... ...
... ...
Fonte: Brião (2018).

A tabela continua com esse padrão até o enésimo período. Portanto,


pode-se generalizar o enésimo montante por meio da fórmula:
Mn = C (1 + i)n

ATENÇÃO!
A taxa de juros e o prazo sempre devem estar na mesma uni-
dade de tempo para se aplicar a fórmula.

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Capítulo 7
Veja agora uma aplicação bancária da taxa de juros composta.
Suponha que Daniel vá à financeira Amigos Que Emprestam e contrate um
empréstimo de R$5.000,00, para pagar após oito meses, à taxa de juros
composta de 5% a.m. Quanto ele pagará no final do período? Quanto ele
pagará a mais em relação ao capital inicial? E se ele escolhesse quitar a
dívida antes do oitavo mês, seria vantajoso para ele? Por quê?

Solução:
1o passo: Organizar os dados em
/ Quitar > concluir os pa- uma tabela.
gamentos de uma dívida 2o passo: Calcular o montante que
contraída. Daniel iria pagar se quitasse do
primeiro até o oitavo mês da dívida.

Tabela 7.2: Cálculo do montante a ser pago no período de oito meses

Período Capital inicial Juros no período Montante a ser pago

1o mês C = 5.000,00 (1 + 0,05)1 M1 = 5.000 (1 + 0,05)1 = 5.250,00


2o mês M1 = 5.250,00 (1 + 0,05)2 M2 = 5.000 (1 + 0,05)2 = 5.512,50
3o mês M2 = 5.512,50 (1 + 0,05)3 M3 = 5.000 (1 + 0,05)3 = 5.788,13
o 4
4 mês M3 = 5.788,13 (1 + 0,05) M4 = 5.000 (1 + 0,05)4 = 6.077,53
5o mês M4 = 6.077,53 (1 + 0,05)5 M5 = 5.000 (1 + 0,05)5 = 6.381,41
o 6
6 mês M5 = 6.381,41 (1 + 0,05) M6 = 5.000 (1 + 0,05)6 = 6.700,48
7o mês M6 = 6.700,48 (1 + 0,05)7 M7 = 5.000 (1 + 0,05)7 = 7.035,50
8o mês M7 = 7.035,50 (1 + 0,05)8 M8 = 5.000 (1 + 0,05)8 = 7.387,28

Fonte: Brião (2018).

Analisando os dados da tabela, conclui-se que Daniel pagará no final do


período M8 = R$7.387,28, ou seja, R$2.387,28 a mais em relação ao capital
inicial. Mas se ele quitasse essa dívida no 1o mês pagaria R$5.250,00, isto
é, R$250,00 de juros, um valor bem menor. Portanto, não é vantajoso para
Daniel tomar um empréstimo a um prazo tão longo, pois, a cada mês que
passa, o montante devido sofre um aumento considerável.
Esse exemplo mostra que o ideal mesmo é não contrair dívidas. Mas,
se essa for a única opção para abrir uma empresa, reformar/comprar
uma casa, cursar uma faculdade ou para emergências, é preciso tomar

111
Juros Compostos

cuidado com os juros muito altos, com as taxas variáveis (que ainda serão
estudadas) e com os prazos muito longos, porque você poderá ficar
devendo mais do que o dobro do valor emprestado.

As taxas de juros praticadas podem ser consideradas


altas quando estão muito acima da média praticada
no mercado. A taxa de juros Selic, por ser a taxa básica de juros
da economia brasileira, serve como parâmetro e base para todas
as outras taxas de juros. A taxa Selic é obtida a partir do cálculo
da taxa média ponderada dos juros praticados pelas instituições
financeiras. Quanto maior estiver uma taxa de juros em relação à
taxa Selic, mais ela será considerada uma alta taxa de juros.

1.2 JUROS COMPOSTOS COM TAXAS DE JUROS VARIÁVEIS

Pode ser que em um contrato de financiamento esteja estipulado


que os juros compostos podem variar de acordo com a economia do país
ou que as taxas de rentabilidade de um fundo de investimento podem
ser variáveis mês a mês. Em ambos os casos, calcula-se o montante em
cada mês da seguinte forma:

M1 = C (1 + i1)
M2 = M1 (1 + i2)
...
Mn = Mn-1 (1 + in)

Considere o seguinte exemplo: em janeiro deste ano, um lote de


ações de uma empresa valia R$120,00. A investidora Marta comprou
um lote e vai vendê-lo no final de fevereiro. Sabendo que, nos meses de
janeiro e fevereiro, o lote de ações dessa empresa valorizou 15% e 27%,
respectivamente, qual será o lucro (valor ganho a mais) da investidora na
venda do lote de ações?
112
Capítulo 7
Aplicando a fórmula Mn = Mn-1 (1 + in), tem-se:

• No fim do mês de janeiro: M = 120 (1 + 0,15) ĺ M = 120 · 1,15 ĺ


M = 138
• No fim do mês de fevereiro: M = 138 (1 + 0,27) ĺ M = 138 · 1,27 ĺ
M = 175,26
• Juro (J): R$175,26 - R$120,00 = R$55,26
Logo, a investidora Marta terá um lucro de R$55,26 pela venda de seu
lote de ações.

/ Contrato de financiamento > documento que valida um acordo


financeiro feito entre a parte que financia os bens ou recursos e a
parte que toma o financiamento.
/ Taxas de rentabilidade > são índices ou indicadores usados para
medir a produção de rendimento de investimentos, ou seja, o retorno
deles sobre o capital inicial.
/ Fundo de investimento > tipo de investimento que é feito de maneira
coletiva. São exemplos de fundo de investimento os fundos de renda
fixa, de ações, fundos de investimento imobiliário etc.

1.3 JUROS, FUNÇÕES E PROGRESSÕES

Regime de capitalização é um sistema estabelecido para gerar renda.


Ele pode ser de dois tipos: regime de capitalização a juros compostos
(regime de capitalização acumulada) ou regime de capitalização a juros
simples (regime de capitalização simples). Mas qual é o melhor? A
resposta depende do período ou do tempo em que o capital é investido.
Se o período for pequeno, menor ou igual a um tempo (se o prazo
estipulado for um mês, seria o período equivalente a um mês ou menos),
são usados os juros simples.
Observe a Figura 7.1. O capital aplicado a juros simples é re-
presentado por uma reta, já que o montante M = C (1 + in) é uma
função afim e, portanto, seu crescimento é linear. Já o capital aplicado a juros
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Juros Compostos

compostos é representado por uma curva exponencial porque o montante


Mn= C (1 + i)n é uma função exponencial de base (1 + i) na variável t. Logo,
seu crescimento se dá de forma exponencial. Os juros simples formam uma
Progressão Aritmética (PA) de razão igual a (i.C) e os juros compostos
formam uma Progressão Geométrica (PG) de razão igual a (1 + i).

Figura 7.1: Montante X tempo

Montante
Juros Juros
compostos simples

A
R$ 100,00

Capital inicial

0
-0,5 0 0,5 1 1,5 Tempo (meses)

Fonte: Brião (2018).

Como um capital aplicado a juros compostos cresce exponencialmente,


ele crescerá mais rápido do que o mesmo capital aplicado a juros simples,
a uma mesma taxa de juros. Assim, o montante composto ultrapassará
o montante simples após o primeiro período de tempo. Veja como isso
acontece na Tabela 7.3.

Tabela 7.3: Comparação de rendimento de capital aplicado a juros simples


e a juros compostos

C = 1.000 i = 4% a.m.

Mês Capital aplicado a juros simples Capital aplicado a juros compostos

1 M1 = C (1 + it) = 1.040,00 M1 = C (1 + i)t = 1.040,00


2 1.080,00 1.081,60
3 1.120,00 1.124,86
4 1.160,00 1.169,86

Fonte: Brião (2018).

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Capítulo 7
/ Função exponencial > uma função f de R em R_+^*, da forma
f(x) = a^x, em que a é um número real dado, a > 0 e a ≠ 1.

Agora, analise as duas situações abaixo para verificar em qual delas


uma aplicação de R$2.500,00 terá maior rendimento e calcule o juro (J)
em cada uma delas.

a) No regime de juros simples, à taxa de 4% a.m., durante 3 meses.


b) No regime de juros compostos, à taxa de 3% a.m., durante 4 meses.

Solução:
a) J = C · i · t ĺJ = 2.500 · 0,04 · 3 ĺ J = R$300,00
M = C + J ĺ M = 2.500 + 300 = R$2.800,00
b) M = C (1 + i)n= ĺ M = 2.500 (1+0,03)4 ĺ M = R$2.813,77
J = M - C = 2.813,77 – 2.500,00 = R$313,77

A aplicação terá maior rendimento no regime de juros compostos:


R$13,77 a mais do que no regime de juros simples.

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2
Juros Compostos

2. Tabelas de redução, amortização e acréscimos

2.1 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS

O que será melhor: comprar uma geladeira no valor de R$1.500,00 à


vista com 1% de desconto, em quatro parcelas fixas mensais de R$400,00
sem entrada, à taxa de juros de 1% a.m., ou em oito parcelas fixas
mensais de R$200,00, com a primeira parcela no ato da compra, à taxa
de juros de 2% a.m.?
Esse exemplo depende do tempo. Será melhor quitar um pagamento
hoje, daqui a 4 meses ou daqui a 8 meses?
A fórmula Mn= C (1 + i)n indica que um capital C hoje se tornará, depois
de um período de tempo t, um montante igual a C(1 + i)n, a uma taxa i
no período estipulado. Por causa disso, o capital ou principal também
é chamado de Valor Presente (VP) enquanto o montante é chamado de
Valor Futuro (VF).
Assim, tem-se a fórmula fundamental da equivalência de capitais:

VP = VF VF = VP (1 + i)n
n
(1 + i)

Os cálculos de Valor Presente e Valor Futuro podem ser feitos na


calculadora, no entanto, quando o prazo for muito longo ou a taxa de
juros for alta, leva-se mais tempo para efetuá-los. Para tornar o cálculo
mais fácil, existem as tabelas de acréscimo/redução. Nesta seção será
usada a tabela Fator de acumulação de capital.
Tabela 7.4: Fator de acumulação de capital

n\i 1% 2% 3% 4% 5%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281
6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095
7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100
8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455
9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328
10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894

Fonte: Brião (2018).


116
Capítulo 7
Nesta tabela, há vários valores de taxa de juros (i) e diferentes prazos
(t). Basta encontrar a célula em que a coluna com a taxa de juros (i)
encontra a linha com o prazo (n) para achar o valor de (1 + i)n. Depois, é só
multiplicar pelo Valor Presente para ter o Valor Futuro.
Voltando ao exemplo da compra da geladeira: alguns podem achar
indiferente comprar em 4 parcelas fixas sem entrada de R$400,00 ou em
8 parcelas fixas mensais de R$200,00 com a primeira parcela no ato da
compra. No entanto, fazendo as contas com os juros compostos, se vê
que não é assim. Fixando o preço da geladeira em 30 dias e efetuando os
cálculos, chega-se aos seguintes resultados:

1) À vista: 1.500 · 0,99 = R$1.485


R$15,00 de desconto no valor da geladeira.

2) Em quatro parcelas fixas sem entrada:


VP = 400 +
1
400 + 400 +
2 3
400
(1 + 0,01) (1 + 0,01) (1 + 0,01) (1 + 0,01)4

Usando os dados da primeira coluna da Tabela 7.4 e substituindo-os na


equação, tem-se:

VP = 400 + 400 + 400 + 400


(1,01) (1,0201) (1,030301) (1,040604)
VP = 396,04 + 392,12 + 388,24 + 384,39 = R$1.560,79

Observação: consulta-se o valor de (1 + i)n na tabela. Em seguida,


divide-se o Valor Futuro pelo valor encontrado, e o resultado será o Valor
Presente. Para calcular o Valor Presente de todo o período, é só somar o
Valor Presente de cada mês.

3) Em oito parcelas fixas mensais de R$200,00 com a primeira


parcela no ato da compra:
200
VP = 200 + + 200 + 200 + 200 + 200 + 200 + 200
(1 + 0,02)1 (1 + 0,02)2 (1 + 0,02)3 (1 + 0,02)4 (1 + 0,02)5 (1 + 0,02)6 (1 + 0,02)7

Usando os dados da segunda coluna da Tabela 7.4 e substituindo na


equação, tem-se:
VP = 200 + 200 + 200 + 200 + 200 + 200 + 200 + 200
(1,02) (1,0404) (1,061208) (1,082432) (1,104081) (1,126162) (1,148685)

VP = 200 + 196,08 + 192,23 + 188,46 + 184,77 + 181,15 + 177,59 + 174,11 = R$ 1.494,39

Logo, é melhor comprar a geladeira à vista, pois é a opção mais


barata, e comprar em oito parcelas fixas mensais de R$200,00 com a
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Juros Compostos

primeira parcela no ato da compra é melhor do que comprar em quatro


parcelas fixas sem entrada.

Pense agora na situação seguinte: Ana foi comprar uma mochila que
custava R$150,00 para usar no seu novo emprego. O vendedor apresentou
duas opções de pagamento: uma à vista, com 10% de desconto, e outra
a prazo, em duas prestações de R$75,00 sem desconto, com a primeira
prestação paga no ato da compra. Qual a taxa mensal de juros na compra
feita a prazo?
Trata-se de um problema de equivalência de capitais. Igualando os
valores no tempo 0, veja os esquemas de pagamento equivalentes a seguir.

Prestação 135 75 75

t
0 0 1

135 = 75 + 75 1 ĺ 60 = 75 ĺ 60 + 60i = 75 ĺ 60i = 15 ĺ


(1+i) (1+i)

i = 0,25 ĺ 0,25 · 100 = 25%


A taxa mensal de juros na compra a prazo é de 25%.

2.2 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

Um sistema de amortização é um planejamento para quitar uma dívida


realizada. Existem vários sistemas de amortização de dívidas: o sistema
de pagamento único, sistema de pagamento variável, sistema americano,
sistema de amortização constante (SAC), sistema de amortização
crescente ou francês ou Price (SAF), sistema de amortização misto etc.
Nesta seção, será estudado o sistema de amortização constante, que
de agora em diante será chamado somente por SAC, e o sistema de
amortização crescente ou francês ou Price, que de agora em diante será
chamado apenas por SAF, pois são os mais utilizados.
O SAC é amplamente adotado por bancos para o cálculo das
prestações de financiamentos da casa própria, e o SAF é bastante
usado em financiamentos de bens de consumo pagos em até 60
meses, como veículos.

118
Capítulo 7
No SAC, como o nome sugere, a amortização (A) é constante em
todo o período de pagamento da dívida. Nesse sistema de amortização,
o valor das parcelas diminui com o passar do tempo porque os juros (J)
diminuem, já que seu cálculo é feito sobre o valor atualizado da dívida.
Por esse motivo, muitas pessoas preferem o SAC.
Já no SAF, todas as parcelas são sempre iguais, com os juros já
incluídos. A amortização da dívida ocorre mais lentamente do que no
SAC: as primeiras parcelas são formadas basicamente pelos juros (J),
pois a amortização no início dos pagamentos é pequena. Com o passar
do tempo a amortização (A) cresce e o juro (J) diminui.
Em ambos os sistemas de amortização, conhecendo-se o valor da
taxa de juros, o valor da dívida e o número de prestações, é possível
calcular o valor de cada prestação. Para isso, constroem-se tabelas
de amortização com o número de prestações (n), as prestações (P), as
amortizações (A), os juros (J) e o saldo devedor (SD). Com o uso das
fórmulas dadas a seguir, de uma calculadora ou com a ajuda de uma
planilha no computador, é possível completar a tabela com os valores
exatos de cada prestação.

Fórmulas para a Tabela SAC: A = SD


n P=J+A

SD
Fórmulas para a Tabela SAF: P = J = SD · i SDn = SDn-1 - A
(1 + i)n - 1
(1 + i)n · i

/ Amortização > é o pagamento total ou parcial da dívida.


/ Bens de consumo > são bens usados pelas pessoas. Podem ser
duráveis, semiduráveis e não duráveis. Os bens duráveis são os bens
que duram longos períodos de tempo, como veículos, eletrodomésticos
etc. Os bens semiduráveis são os bens que duram um período razoável
de tempo, como os calçados, roupas etc. E os bens não duráveis são
aqueles de consumo imediato, como alimentos perecíveis.

A análise da diferença entre os dois sistemas de amortização será


feita por meio dos exemplos a seguir.

119
Juros Compostos

Exemplo 1: Joaquim obteve um empréstimo de R$3.000,00 em uma


financeira para pagar em 10 parcelas mensais pelo SAC, à taxa de juros
de 3% a.m. Como ficará a tabela SAC dessa dívida?
Tabela 7.5: Amortização pelo SAC

n P A J Saldo devedor

0 - - - 3.000,00
1 390,00 300,00 90,00 2.700,00
2 381,00 300,00 81,00 2.400,00
3 372,00 300,00 72,00 2.100,00
4 363,00 300,00 63,00 1.800,00
5 354,00 300,00 54,00 1.500,00
6 345,00 300,00 45,00 1.200,00
7 336,00 300,00 36,00 900,00
8 327,00 300,00 27,00 600,00
9 318,00 300,00 18,00 300,00
10 309,00 300,00 9,00 0,00
Total 3.495,00 3.000,00 495,00

Fonte: Brião (2018).

Exemplo 2: Samantha comprará um carro financiado no valor de


R$26.000,00 pelo SAF, à taxa de 4% a.m., pelo prazo de 3 meses. Como
será a tabela desse financiamento?

Tabela 7.6: Amortização no SAF

n P A J Saldo devedor

0 - - - 26.000,00
1 9.369,06 8.329,06 1.040,00 17.670,94
2 9.369,06 8.662,23 706,83 9.008,71
3 9.369,06 9.008,72 360,34 0,00
Total 28.107,18 26.000,00 2.107,18

Fonte: Brião (2018).

A tabela financeira de fator de valor atual de uma série de


pagamentos ajuda na hora de fazer os cálculos do SD para
a amortização no SAF. Existe também a tabela de fator de
acumulação de capital de uma série de pagamentos, usada para calcular
o valor de uma série uniforme de n pagamentos iguais.

120
Capítulo 1
Em resumo...

O regime de capitalização acumu-


Mn = C (1 + i)n e Mn = Mn-1 (1 + in)
lada ou regime de juros compostos é
aquele em que os juros são incorpora-
Os juros compostos podem ter
dos ao capital, passando a render so-
taxas de juros constantes ou taxas de
bre o novo montante.
juros variáveis.

Os juros compostos são repre-


sentados por uma função exponen-
cial, e o montante forma uma pro-
gressão geométrica.

Um sistema de amortização é um
planejamento para quitar uma dívida
adquirida.

No SAC, a amortização é constan-


te em todo o período de pagamen-
to da dívida, e o valor das parcelas
x vai
diminuindo.
No SAF, todas as parcelas são sem-
pre iguais, com os juros já incluídos.

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