3.

Corrente elétrica e Lei de Ohm

3.1. Corrente elétrica
3.2. Resistência elétrica de um condutor ohmico
3.3. Resistência elétrica de um semi-conductor
3.4. Isoladores
3.5.Aplicação fotocopiadora, impressora à Laser e
Scanner

170
 interruptor
fio condutor
3.1. Corrente Elétrica
• Há uma corrente elétrica sempre que houver um
movimento de cargas do mesmo sinal numa certa
corrente
direção ou de sinais diferentes em sentidos opostos.
electrões

• Suponhamos que as cargas se movam

perpendicularmente a uma superfície de área A.

x
A corrente é igual à taxa de passagem
da carga através dessa superfície. q A

vd.t

• Se Q for a quantidade de carga que passa através desta Q

I med 
área, no intervalo de tempo t  a corrente média é: t
171
• Se a taxa de passagem varia com o tempo  a corrente varia com o tempo
 define-se a corrente instantânea:

dq limite diferencial da
I
dt expressão anterior

• Unidade SI  ampere (A)

1C
1A 
1s

• Por convenção escolhe-se o sentido da corrente como o sentido do

movimento das cargas positivas.

Num condutor (como o cobre) a corrente é provocada pelo movimento de

eletrões  o sentido da corrente é oposto ao sentido do movimento dos
eletrões.

172
 3.2. Resistência elétrica de um condutor ohmico

Metais só tem 1,2 ou 3 eletrões na órbita exterior. Estes tem fraca ligação ao núcleo e são
partilhados de entre os átomos de uma estrutura cristalina: ligação metálica. Estes
eletrões são responsáveis para a condução elétrica.

173
 sem corrente
•Representação esquemática do movimento
em ziguezague de um portador de carga
num condutor, neste caso um eletrão. As
mudanças de direção devem-se às colisões
com átomos do material do condutor.
sentido da corrente
• Na presença de um campo elétrico, o
movimento resultante dos eletrões está na
direção oposta à do campo elétrico.

•A energia transferida dos eletrões para os átomos do material condutor provoca

um aumento da energia de vibração dos átomos e daí um aquecimento no
condutor.

•O campo elétrico efetua um trabalho sobre os eletrões que é maior do que a

energia média perdida durante as colisões, assim gerando uma corrente elétrica.

174
  
• Muitas vezes J (densidade de corrente) é proporcional ao E no condutor.
 
J  E 1

• A constante de proporcionalidade
 é a condutividade do condutor.
 Os materiais que obedecem a
eq. 1 seguem a Lei de Ohm.

V  R*I
A Lei de Ohm afirma que, em muitos materiais (entre os quais, a maior parte
 
dos metais), a razão entre J e E é uma constante, , que é independente

de E que provoca a corrente I.

V  R*I R = resistência elétrica

• Os materiais que obedecem à Lei de Ohm denominam-se materiais ohmicos. 175

A resistência eléctrica R de um dispositivo está relacionada com a
resistividade ρ de um material por:

l
R  
A
em que:
ρ é a resistividade eléctrica (em ohm metros, Ωm);
R é a resistência eléctrica de um espécime uniforme do material (em ohms,
Ω);
l é o comprimento do espécime (medido em metros);
A é a área da secção do espécime (em metros quadrados, m²) .
Temperatura:
A resistividade dos materiais depende da
temperatura. Para a maioria dos materiais a
resistividade aumenta com um aumento da
temperatura devido as oscilações da rede
cristalina.
  o 1  aT  To 
176
Resistividade o (20oC), coeficiente de temperatura a de alguns materiais

material o a
Prata 1.59×10−8 .0038
Cobre 1.72×10−8 .0039
Ouro 2.44×10−8 .0034
Alumínio 2.82×10−8 .0039
Latão 0.8×10−7 .0015
Ferro 1.0×10−7 .005
Constantan 4.9×10−7 0.00001
Nicromo[ 1.10×10−6 .0004
Carbono 3.5×10−5 -.0005
Germânio 4.6×10−1 -.048
Silício 6.40×102 -.075
Vidro 1010 a 1014 ?

Parafina 1017 ?

PET 1020 ?

Teflon 1022 a 1024 ? 177

3.3. Resistência elétrica de um semi-condutor

Os eletrões encontram-se em órbitas a volta dos núcleos com níveis energéticos muito
bem definidos. Ao formar uma rede cristalina, estes níveis energéticos, especialmente
dos eletrões exteriores, alargam e formam “bandas” energéticas. Existe uma “banda”
para os eletrões exteriores (de valência) e uma banda onde se encontram os eletrões
“livres”: banda de condução. Nos metais estes duas bandas tem energia semelhante, há
uma sobreposição destes bandas.

178
Nos semicondutores existe uma
pequena diferença de energia entre
a banda de condução e banda de
valência. Pequenos efeitos,
temperatura, radiação (luz) podem
fornecer energia suficiente aos
eletrões para levantar os eletrões
para a banda de condução. Assim,
existem eletrões na banda de
condução e o material torna-se
condutor.

179
 Semi-condutor e foto-condutor
A ocupação das bandas

Nível do vácuo Nível do vácuo

Banda de
condução activa se alguns e- forem
#6 excitados para o seu interior

#5
EF
Banda de activa se alguns buracos forem
valência excitados para o seu interior
#5
Banda
electricamente
activa #4
EF #4
Bandas
electricamente
#3 inertes #3
Bandas
electricamente
#2 #2 inertes

#1 #1

Metais Semicondutores a 0 K
e Isoladores
180
 Foto condutor
Foto condução é o aumento da condutividade eléctrica de um material exposto a luz
(radiação electromagnética). Materiais foto condutores cristalinos são os semi-
condutores Si, Ge, CdS, PBS, o semi-metal Se, mas também alguns materiais
orgânicos.
Os fotocondutores são normalmente fracos condutores no escuro, mas com luz
incidente, alguns electrões são levados da banda de valência para a banda de
condução.
Entre estes duas bandas existe o band-gap (hiato). Em CdS o hiato é de 2.42 eV o
que corresponde a uma energia de um fotão de 512 nm, em a-SiH na ordem de 1.85
eV (670 nm).

181
182
 3.4. Isoladores elétricos
Isoladores tem alta resistividade elétrica a temperatura ambiente. Mesmo assim, campos
elétricos muito intensos podem danificar o isolador e causar uma condução de uma corrente
elétrica.
A rigidez dielétrica de um certo material é um valor limite de campo elétrico aplicado sobre
a espessura do material (kV/mm), sendo que, a partir deste valor, os átomos que compõem o
material ficam ionizados e o material dielétrico deixa de funcionar como um isolante.
O valor da rigidez dielétrica depende de diversos fatores como:
•Temperatura.
•Espessura do dielétrico.
•Tempo de aplicação da d.d.p.
•Taxa de crescimento da tensão.
•Para um gás, a pressãoé fator importante.

A tabela abaixo apresenta uma comparação da ordem de grandeza da rigidez dielétrica de

alguns materiais isolantes:

Material Rigidez dielétrica (kV/cm)

1 Ar 30[1]

2 Mica 600

3 Vidros 75 a 300
183
Descarga elétrica
A descarga elétrica ocorrre num gás (ou num
sólido) quando a rigidez dielétrica é ultrapassada
pelo campo elétrico E.
Iões sãio acelerados e coldem e ionizamas outras
moléculas. O ar (ou o sólido) torna-se localmente
um condutor. Assim um faisca é produzido que
pode propagar.

ESD Electrostatic discharge

Pequenas descargas elétricas podem ser
provocadas por uma acumulação de cargas num
material isolante. Este efeito é particulamente
perigoso na vizinhas de componentes
electrónicos sensíveis como MEMS ou outros
elementos de memória num chip no interior de
um produto com caixa plástica como um
telemóvel etc.

184
3.5. Aplicação fotocopiadora, impressora à Laser e Scanner

Fotocopiadora
1. O elemento central de uma fotocopiador
analógica é o tambor em Al, revestido por uma
material foto condutor, hoje em dia
frequentemente a-Si. Um fio em W na
proximidade do tambor, comum d.d.p > 5 kV
relativamente ao tambor, produz uma descarga
elétrica e carrega a superfície do tambor (-).
2. A pagina a copiar é iluminada por um feixe de
luz intenso. As áreas brancas refletem a luz que
incide sobre o tambor. Como a superfície é foto
condutor, esta torna-se condutor nas regiões
onde a luz incide (correspondendo as áreas
brancas do original e a carga elétrica
desaparece.
3. O toner (um pó preto, carregado) é aplicado
sobre o tambor e adere nas zonas em que o
tambor esta carregado.
4. O papel, carregado (-), passa por cima do
tambor e o pó preto e agora transferido sobre o
papel. Num passo subsequente o papel é
aquecido e o pó preto é fixado sobre o papel.
http://en.wikipedia.org/wiki/Photocopier 185
Scanner
Num scanner a original é iluminado
linha por linha por um feixe de luz e a
luz reflectida é transformada atraves
de uma câmara CCD num sinal
eléctrico. Este sinal é guardado ponto
por ponto (pixel por pixel) num
ficheiro RIM.
A caroção de uma câmara CCD
(Charge coupled device) é um
semicondutor fotossensível.
O numero de pixeis é tipicamente na
ordem de 5000…20000 ppi.

http://en.wikipedia.org/wiki/Image_scanner
186
 Impressora e fotocopiadora Laser
Uma fotocopiadora Laser consiste
basicamente num scanner que cria um
imagem em forma digital (RIP) e uma
impressora Laser, que transforma a
imagem digital RIP numa imagem
real.
Um impressora Laser recebe o RIP de
um processador electrónico.

Na impressora Laser, o feixe do Laser

é modulado conforme com o RIP. O
feixe é dirigido através de um espelho
em rotação (para criar linhas) sobre
um tambor semelhante ao tambor de
uma fotocopiadora analógica. Nos
pontos em que o Laser incide, a
superfície do tambor torna-se
condutor e a carga electrostática
desaparece. Nos passos seguintes,
aplica-se o pó (toner), transfere-se o
toner para o papel e o toner é fixado
por aquecimento.
http://en.wikipedia.org/wiki/Laser_printer 187
 Fundamentos de Eletromagnetismo e Ótica LEGSI - Problemas 25.10.2012

3.1. a) Calcular a resistência, por unidade de comprimento, de um fio de nicrome, calibre 22, com raio de 0.321 mm. Resistividade do nicrome: 1.510-
6 m.

b) Mantendo-se uma diferença de potencial de 10 V entre as extremidades num metro desse fio de nicrome, que corrente passará pelo fio?
c) Qual a resistência de 6 m de um fio de nicrome, calibre 22? Que corrente conduzirá quando ligado a uma fonte de 120 V?
d) Calcular a densidade de corrente e o campo elétrico no fio, admitindo que a corrente conduzida seja de 2.2 A.

3.2. Um condensador de placas paralelas tem como dimensões 2 cm  3 cm. As placas estão separadas por uma folha de papel de 1 mm de espessura (
= 3.7 para o papel).
a) Achar a capacidade desse dispositivo.
b) Qual é a carga máxima que pode ser colocada no condensador.
c) Qual é a energia máxima que pode ser armazenada no condensador.

3.3 Pó (toner) é segurada numa impressora inicialmente numa folha de papel de área 20 cm2 por forças eléctrostáticas. Comnsiderando uma grão do
pó caregado (+1.6e.19 C) e uma folha de papel com carga Q = 70 nC . A distância entre a folha de papel e o tambor é de 50 mm. Qual o tamnho
maximo do grão de pó (densidade 2 g/cm3) para não cair .

3.4. Imagine fabricar um fio condutor uniforme de 1.00 g de cobre. Ao utilizar toda a cbre e com a condição que o fio deve ter uma resistência R =
0.500  ,qual o comprimento e qual o diâmetro do fio?

3.5 O condutor de secção 3 mm2 da fig. é feito de 2 materiais um de resistividade  =4.00 * 10-3  m com comprimento 25.0 cm long, e o outro de
resistividade 6.00 * 10-3  m e comprimento 40.0 cm. Qual a resistência elétrica do condutor?

1st mat 2nd mat

3.6. Como funciona um fotocopiadora ?

188