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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

FÍSICA II

FLAVIANE DA ROCHA PEREIRA


GUSTAVO OLIVEIRA BARBOSA
LUIZA CAMPOS MARTINS
MARCO ANTÔNIO DOS ANJOS CRUZ
MARCOS ANTÔNIO ALVES VIEIRA

RESUMO
CORRENTE E RESISTÊNCIA

CURVELO
2022
CORRENTE ELÉTRICA

Uma corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elétricas. Um circuito


condutor isolado, está todo a um mesmo potencial e E = 0 no seu interior. Nenhuma força
elétrica resultante atua sobre os elétrons de condução disponíveis, logo não há nenhuma
corrente elétrica.

A inserção de uma bateria no circuito gera um campo elétrico dentro do condutor.


Este campo faz com que as cargas elétricas se movam ordenadamente, constituindo assim
uma corrente elétrica.

Uma corrente elétrica i em um circuito é definida pela equação;

em que dq é a carga positiva que passa por um ponto do circuito em um intervalo de


tempo dt. Por convenção, o sentido da corrente elétrica é aquele no qual cargas positivas
se moveriam, embora, na maioria dos casos, a corrente se deva a elétrons de condução,
que têm carga negativa.

A carga que atravessa uma secção do fio em um intervalo de tempo pode ser
determinada através de;

A unidade de corrente do SI é o coulomb por segundo, ou ampère, representado


pelo símbolo A:

1 ampère = 1 A = 1 coulomb por segundo = 1 C/s.

Uma corrente estacionária i tem a mesma


intensidade através das secções aa’, bb’ e cc’.

CORRENTE ELÉTRICA E CONSERVAÇÃO DE CARGA

a) Correntes, apesar de serem representadas por setas, são escalares.


b) Em consequência da conservação da carga, temos
c) O sentido convencional da corrente é o sentido no qual se moveriam os portadores
de carga positiva, mesmo que os verdadeiros portadores de carga sejam negativos.

DENSIDADE DA CORRENTE

A corrente i (uma grandeza escalar) está relacionada à densidade de corrente (uma


grandeza vetorial) pela equação

em que é um vetor perpendicular a um elemento de superfície de área dA, e a integral é


calculada para uma seção reta do condutor. A densidade de corrente tem o mesmo sentido
que a velocidade dos portadores de corrente, se os portadores de corrente são positivos, e
o sentido oposto, se os portadores de corrente são negativos.

Velocidade de Deriva;
Quando um condutor não está sendo percorrido por corrente, os elétrons de
condução se movem aleatoriamente, sem que haja uma direção preferencial. Quando
existe uma corrente, os elétrons continuam a se mover aleatoriamente, mas tendem a
derivar com uma velocidade de deriva vd no sentido oposto ao do campo elétrico que
produziu a corrente. A velocidade de deriva é muito pequena em relação à velocidade
com a qual os elétrons se movem aleatoriamente, conhecida como velocidade térmica vt,
por estar associada ao conceito de temperatura. Assim, por exemplo, nos condutores de
cobre da fiação elétrica residencial, a velocidade de deriva dos elétrons é da ordem de
10^−7 m/s, enquanto a velocidade térmica é da ordem de 10^6 m/s.
O sentido positivo da corrente é o do movimento de cargas positivas sob o efeito
de um campo elétrico:

Tendo como objetivo o cálculo da mesma corrente que atravessa a sessão dada
abaixo, podemos adotar o seguinte esquema:

Observa-se que é normal a corrente ser maior no segundo caso, dado maior
número de portador, estando mais próxima do extremo.
Segue, agora, um exemplo ilustrativo acerca de velocidade à deriva:
Dado um fio composto por um pedaço de alumínio e, em seguida, um pedaço de
cobre (como ilustrado a seguir), no qual sobre este fio, passa-se uma corrente i
equivalente a 3,0 A. Temos ainda, que o diâmetro do alumínio é igual a 3,0mm, o
diâmetro do cobre é igual a 2,0mm. Determine:
a) As Densidades de corrente no alumínio e no cobre?

b) A velocidade de deriva dos portadores neste fio de cobre.

Observação: Agora, suponhamos o caso de alguém acendendo a luz de um interruptor,


cujo fio seja 5m. É importante mencionar que não se pode confundir esta velocidade
com a velocidade que um campo elétrico aciona um outro elétron no interruptor.
Quando se bate no interruptor, é estabelecida uma configuração de campo elétrico que
irá excitar os elétrons perto da lâmpada, cuja velocidade de transmissão desse sinal é
próxima da velocidade da luz.
Ao obter materiais diferentes, e estabelecer uma diferença de potencial entre os
extremos deles poderemos notar correntes i diferentes. Podemos então afirmar que
resistência é a propriedade que um material tem de resistir à passagem da corrente.
Abaixo, algumas definições:

Exemplo: Suponhamos um condutor com diferença de potencial Vb Va estabelecidas;


dada uma corrente i, área A e comprimento l. Calcule R.
RESISTÊNCIA

𝑙 𝑑𝑙
Com a relação encontrada anteriormente entre 𝑅 e : 𝑅 = 𝜌 𝐴 = 𝑑𝑅 = 𝜌 𝐴 ,
sabemos que o quanto mais longo o condutor, maior será sua resistência e quanto maior
sua sessão reta, menor será sua resistência, mas quanto maior o tamanho mais facilidade
terá os condutores para se locomoverem.
𝑉, 𝑅 𝑒 𝐼 → grandezas macroscópicas (extensivas), elas dependem do tamanho e
do estado do condutor.

𝐸⃗ , 𝜌 𝑒 𝐽 → grandezas microscópicas, dependem do material e do ponto.


𝑑𝑙
A relação entre essas duas grandezas é a 𝑉 = ∫ 𝐸⃗ ∙ 𝑑 𝑒, 𝐼 = ∫ 𝐽 ∙ 𝑛̂𝑑𝑎 e 𝑅 = 𝜌 ∫ 𝐴 .

A resistividade de um material varia com a temperatura, em casos mais comuns


ela irá aumentar com a temperatura.
Para os metais em geral a variação da resistividade com a temperatura é linear
numa faixa ampla de temperaturas: 𝜌 − 𝜌0 = 𝜌0 𝛼(𝑇 − 𝑇0 ). Nesta equação, 𝑇0 é uma
temperatura de referência selecionada e 𝜌0 é a resistividade nesta temperatura.
Normalmente 𝑇0 = 293𝑘 para a qual 𝜌0 = 1,69 × 10−8 𝑚, no caso do cobre. A
constante  é chamada de coeficiente de resistividade de temperatura.
A lei de ohm estabelece que a corrente através de um “dispositivo” em função da
diferença de potencial é linear, ou seja, R independe do valor e da polaridade de V.
Quando isto diz-se que o “dispositivo” é um condutor ôhmico. Caso contrário, o condutor
não segue a lei de ohm.
𝑉
Pela definição de resistência: 𝑅 = = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. A lei de ohm implica que 𝑅 ≠
𝑖
𝑅(𝑉). Para sabermos como devemos usar, submetemos uma parte de algum condutor com
uma polaridade, logo aplica-se a diferença de potencial 𝑉 e em seguida mede-se o 𝑖
resultante. Em exemplo utilizamos um material: 𝑉 = 𝑅𝑖 (com 𝑅 constante) será definida
uma lei de ohm, portanto ele não depende nem do valor e nem da polaridade do potencial
aplicado, caso contrário o material não será ôhmico.
Também existe a visão microscópica da lei de ohm. Um elétron de massa 𝑚𝑒
𝐹 𝑒𝐸
colocado num campo 𝐸⃗ sofre uma aceleração 𝑎 = 𝑚 = 𝑚 . A velocidade de deriva pode
𝑒 𝑒
𝑒𝐸
ser escrita como: 𝑣𝑑 = 𝑎𝜏 = 𝑚 𝜏; onde  é o tempo médio entre colisões. Portanto, 𝐽 =
𝑒
𝑛𝑒 2 𝜏 𝑛𝜏𝑒 2 𝑚
𝑛𝑒𝑣𝑑 = 𝐸; de acordo com este modelo clássico, 𝜎 = ou 𝜌 = 𝑛𝜏𝑒𝑒2 eles dependem
𝑚𝑒 𝑚𝑒
de propriedades que são função apenas da substância ou do material, sendo relações
lineares, mas não dependem de 𝐸, que é a característica de um condutor ôhmico.
COMPARAÇÃO ENTRE UM BOM CONDUTOR E UM BOM ISOLANTE.
Como um bom condutor, podemos citar a prata (Ag) e o cobre (Cu) e como um
bom isolante, podemos citar como exemplo o vidro.
Para esta comparação, iremos utilizar um paralelepípedo feito deste material, cujo
comprimento seja igual a 𝑙 = 1𝑚, e cuja seção seja 10−2 𝑚 (10 𝑐𝑚).

Figura 1.
Para isto, vamos utilizar um elemento, que hora vamos supor condutor e hora
vamos supor isolante e vamos fazer uma comparação em termos de resistências e
correntes.
Para um bom condutor, temos que:
𝜎 = 108 , 𝜌 = 10−8 (𝑆𝐼)
Então temos que a resistência de um bom condutor será dada por:
𝑙
𝑅=𝜌
𝐴
Pela figura 1, sabemos que a área deste elemento equivale a: 𝐴 = 10−4 𝑚.
Então, temos que:
1
𝑅 = 10−8
10−4
−4
𝑅 = 10 Ω
Para um bom isolante, temos que:
𝜎 = (10−10 𝑎 10−14 ), 𝜌 = (1010 𝑎 1014 )(𝑆𝐼)
Se pegamos um 𝜌 = 1012 , temos que:
1
𝑅 = 1012
10−4
16
𝑅 = 10 Ω
Então dessa forma podemos perceber que tem um intervalo de 1020 esta relação
entre as duas resistências.
E podemos perceber também que a resistência do material isolante é
extremamente alta.
Se estabelecermos uma diferença de 1 volt entre os dois, obtemos que a corrente
no condutor é: 𝑖𝑐𝑜𝑛𝑑 = 104 𝐴.
E que a corrente no isolante é: 𝑖𝑖𝑠𝑜𝑙 = 10−16 𝐴
Isso nos dá uma ideia da gama de variações que existem entre essas grandezas
para um condutor e para um isolante.

COLAPSO DA LEI DE OHM


A Lei de Ohm enquanto relação (𝑉 = 𝑅. 𝑖) pode colapsar.
Temos que (𝜎) depende da temperatura, e se a temperatura cresce, o tempo entre
duas colisões (𝜏) consecutivas diminui. Por agitação térmica os elétrons ficam mais
velozes e esse tempo diminui. Como o (𝜌) é inversamente proporcional a (𝜏), isso
significa que o (𝜌) aumenta.
Ou seja, quando se aquece uma substância, a resistência (𝑅) aumenta.
Então teríamos que 𝑉 = 𝑖. 𝑅(𝑇);
Mas, como a própria temperatura é função da corrente, quanto maior a corrente
mais esquenta o material.
Então a sua relação:
𝑉
= 𝑅(𝑇) = 𝑓(𝑖)
𝑖
Que é uma função da própria corrente, e isso contradiz a Lei de Ohm porque a sua
resistência deixou de ser constante.

POTÊNCIA EM CIRCUITOS ELÉTRICOS


Energia potencial transformada no trecho cd.
Em um tempo dt, um elemento de carga dq passa pela caixa.

Figura 2.
Se a carga passa de um potencial maior por um potencial menor, esse elemento de
carga “perdeu” uma energia;
𝑑𝑈 = 𝑉. 𝑑𝑞
Esta energia transformou-se dentro da caixa em outra energia, e a potência desta
transformação por definição é a energia transformada pelo tempo em que ela se
transformou.
𝑑𝑈 𝑑𝑞
𝑃= =𝑉 = 𝑉. 𝑖
𝑑𝑞 𝑑𝑡
Transformação geral:
P = V. i
Aplica-se à transformação de energia elétrica em todos os outros tipos de energia.
Resistor:
𝑉 = 𝑅. 𝑖
Portanto:
𝑃 = 𝑅. 𝑖 2 ∶. 𝐸𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜 𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒
Aplica-se à transformação de energia potencial elétrica em energia térmica num
dispositivo com resistência.

REFERÊNCIAS:
1) https://www.youtube.com/watch?v=kQb6T5MiRLM&list=PLxI8Can9yAHdG8t
w2QofrU02IuAEVyGlL&index=11&ab_channel=UNIVESP

2) https://www.youtube.com/watch?v=8uH2NGL3NHc&list=PLxI8Can9yAHdG8t
w2QofrU02IuAEVyGlL&index=12&ab_channel=UNIVESP

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