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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

MBA CONTROLADORIA, AUDITÓRIA E COMPLIANCE

CAROLINE DE SOUZA CAGNOTTO

FABIANA NASCIMENTO DA SILVA

PATRICIA CRISTINA DE ALVARENGA

VANESSA SILVA DE OLIVEIRA

UMA ANÁLISE A PARTIR DOS FILMES:

ERON – OS MAIS ESPERTOS DA SALA
O MAGO DAS MENTIRAS

São Paulo

2021
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RESUMO

O presente trabalho configura-se como uma análise dos filmes Enron - Os mais
espertos da sala e O mago das mentiras. Ambos os filmes são baseados em fatos
reais que ocorreram entre os anos de 2001 e 2008 e trouxeram a tona os
esquemas fraudulentos utilizados pelas empresas norte-americanas. As fraudes
identificadas nos dois casos se caracterizam por erros de omissão de
informaçãoes, desatenção e má interpretação dos fatos nas demonstrações
contábeis. Nesse sentido, fomos levados a refletir sobre os mecanismos utilizados
pelas empresas para alavancar os lucros e demonstrar bons resultados.
Para alcançar o objetivo proposto, foram realizadas pesquisas sobre o tema em
referenicas teóricas publicadas em revistas, livros, web-sites e vídeos.

Palavras-chave: Fraude. Sarbanes-Oxley. Ética Empresarial. Governança

Corporativa.
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ABSTRACT

The present work is configured as an analysis of the films Enron - The smartest in
the room and The magician of lies. Both movies are based on real events that took
place between the years 2001 and 2008 and brought to all the fraudulent schemes
used by American companies. The frauds identified in both cases are
characterized by errors in omitting information, inattention and misinterpretation of
the facts in the accounting accounts. In this sense, led to reflect on the instruments
used by companies to leverage profits and demonstrate good results.
To achieve the proposed objective, research was carried out on the subject in
theoretical references published in magazines, books, websites and videos.

Keywords: Fraud. Sarbanes-Oxley. Business ethics. Corporate governance.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5
2. DILEMAS ÉTICOS E RELAÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL ............................ 7
3. OBJETIVOS DO COMPLIANCE ........................................................................ 8
4. RELAÇÃO SHAREHOLDERS E STAKEHOLDERS .......................................... 9
5. LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO EVENTO ........................................... 10
6. INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS ........................................................................ 11
7. IMPACTO DAS DECISÕES INDIVIDUAIS NO EVENTO ................................. 12
8. A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA .................................................................. 12
9. POSSÍVEIS MECANISMOS DE CONTROLE E FERRAMENTAS DE
COMPLIANCE, GOVERNANÇA CORPORATIVA E RISCO QUE PODERIAM
INFLUENCIAR NO EVENTO ............................................................................... 14
10. QUAIS TIPOS DE RISCOS DEVERIAM TER SIDO MONITORADOS PARA
EVITAR O EVENTO? ........................................................................................... 14
11. COMO DEVERIA TER SIDO A ATUAÇÃO DO COMPLIANCE? QUE TIPO DE
INTERVENÇÃO VOCÊ SUGERIA SE FOSSE O RESPONSÁVEL PELO
COMPLIANCE?.................................................................................................... 15
12. CONCLUSÃO................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 17
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1. INTRODUÇÃO

Os casos de fraudes mais famosos se tratam dos escândalos finaceiros

das empresas norte-americana Enron Corporation e Bernard L. Madoff Investment
Securities.
A Enron era uma companhia norte-americana que possuía como principal
atividade a exploração de gás natural e a produção de energia de diversos outros
tipos. Com o decorrer do tempo, começou a investir também em diversos outros
seguimentos do mercado, e com um crescimento assombroso, chegou a ser
considerada a sétima maior empresa norte-americana.
No filme “O Magos das Mentiras”, relata-se o caso de Bernie Madoff, um
consultor e investidor financeiro, que foi responsável pelo maior esquema de
pirâmide financeiro da história, Madoff fundou sua empresa “Bernard L.
Investiment Securities” em 1960, empresa do ramo de investimentos e com o
passar do tempo considerou um sistema inovador de computadores para competir
com a bolsa de Nova York, mas por trás de tudo existia um esquema onde Madoff
declarava aos seus investidores que utilizava estratégias para investir o dinheiro,
mas na verdade Madoff fazia o chamado esquema Ponzi, ou seja, não existia
nenhuma transação real/legal no mercado financeiro.
Através de manobras nas demonstrações financeiras e contábeis, os
executivos inflaram, e até mesmo fraudavam os balanços das empresa para
assim atrair mais investidores e valorizar as suas ações. Porém, quando o
mercado começou a sofrer perdas na bolsa de valores, nos ano de 2001, e no
ano de 2008 as empresas passaram por dificuldades e foram descobertas as
fraudes realizadas por ambas empresas. Vale ressaltar que todos os
procedimentos ilícitos realizados pela Enron foram acobertados por sua empresa
de auditoria, Arthur Andersen.
A Enron basicamente inflava seus resultados com a operação “mark to
market” essa operação permitiu que a Enron registrasse receitas que nunca
haviam sido recebidas com o objetivo de aumentar o lucro financeiro da empresa
e aumentar o preço das ações. Outra operação realizada pela Enron foi a criação
de empresas de propósitos específicos (specific purpose enterprise - SPE), onde
os executivos da Enron eram os acionistas principais, na qual a própria Enron
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detinha participações mínimas, pois isso descaracterizava a necessidade de

consolidação dos resultados das empresas nas demonstrações financeiras de
Enron.

Essas empresas tinham como objetivos:

• Proteção dos investimentos
• Transferência de Ativos
• Disfarce de empréstimos
O esquema ponzi utilizado por Madoff, consistia em honrar os pagamentos
dos primeiros clientes que colocavam dinheiro na estrutura com os recursos dos
últimos membros que ingrassaram, ou seja, Madoff atraía os investidores
oferecendo níveis de rentabilidade que chegavam a 1% ao mês, isto é, mais de
10% de retorno no investimento por ano. Ele, então, utilizava o dinheiro desses
novos investidores para pagar clientes antigos, que queriam resgatar os recursos
aplicados. Madoff apenas depositava o dinheiro dos investidores em uma conta
corrente no banco em nome de sua equipe, enviando extratos mensais aos
investidores que demonstravam a existência de ganhos muito bons no ano, porém
estes eram todos falsos, os funcionários da corretora não tinham conhecimento
da fraude, quando algum investidor se sentia desconfortável, Madoff devolvia
100% do valor investido e para isso utilizava o dinheiro que havia sido depositado
na conta corrente do banco JP Morgan, com isso ele pagava um investidor
utilizando o dinheiro do próprio investidor e de outro investidor. Com o esquema
de ponzi executado por Madoff ao longo dos anos ele fraudou cerca de 65
milhões de dólares.
Após uma intensa auditoria realizada pela entidade que regula o mercado
de capitais nos Estados Unidos, a SEC, foi descoberto que a Enron divulgava
lucros muito maiores do que os reais da entidade. Como consequência de tudo
isso, as ações da entidade que valiam 86 dólares passaram a valer somente 30
centavos e o chefe de operações financeiras e o presidente da Enron foram
julgados e condenados à prisão.
Todo o esquema de ponzi foi idealizado e realizado por Madoff sem que
sua família soubesse. Sua esposa, Ruth, e seus filhos, Andrew e Mark, não
sabiam daquelas contravenções, e foram os filhos, inclusive, que entregaram o
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pai à justiça, ao descobrirem o esquema aplicado. Bernard Madoff se declarou

culpado e foi condenado a 150 anos pelos crimes de fraude bancaria, fiscal e de
investimento, lavagem de dinheiro, formação de esquema piramede, estelionato e
desvio de dinheiro.

2. DILEMAS ÉTICOS E RELAÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL

O código de ética da Enron existia, porém era utilizado com várias

exceções e não-conformidades. A incoerência repassada aos públicos externos e
as práticas internas vendiam a imagem ética focada em boas ações sociais e,
internamente, todos sabiam que o único tema relevante era o resultado financeiro.
Um exemplo, foi o Presidente-executivo (Jeffrey Skilling) ter mantido alguns
funcionários após terem desviados recursos, sob a condição de que
“continuassem a ganhar dinheiro”. Sobre os executivos da Enron havia muita
soberba, cobiça, corrupção e incompetência, além disso, havia muita rivalidade
interna e era um ambiente extremamente agressivo, que acabava por minar
qualquer esforço cooperativo.
As decisões eram realizadas sem aprovações de todas as instancias de
controles internos. O Comitê da Administração aprovava situações de conflitos de
interesses, atividades obscuras fora do balanço e remuneração excessiva dos
executivos. Outra coincidência é que alguns membros do comitê de administração
da Enron venderam suas ações entre o início dos rumores e o estouro do
escândalo. Essas ações estavam avaliadas em 1,1 bilhões de dólares. Após os
rumores um dos membros do conselho cometeu suicídio. E o fundo de pensão foi
a falência deixando vários funcionários desamparados. Os funcionários eram
incentivados a adquirir os fundos de pensões, que eram bem atrativos pelo
constante crescimento da empresa.
Além disso, os advogados, analistas de mercados e auditores
independente tinham posicionamentos antiéticos.
Sobre os advogados eles participavam da estruturação das operações
mesmo sabendo que beiravam os limites éticos. Os analistas de investimento,
mesmo com todo o caso de escândalo ocorrendo, ainda indicavam a compra de
ações da Enron. Muitos desses analistas eram funcionários das dos bancos de
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investimentos e a maioria possuía operações financeiras com a Enron. A Auditoria

independe cobrava preços elevados que eram reflexo dos privilégios que a Enron
tinha. Um dado importante é que no ano do escândalo a Arthur Andersen, havia
recebido 52 milhões por serviços prestados. E 27 milhões era referente a
consultoria. Em resumo, provavelmente a Auditoria participava ativamente da
estruturação das atividades antiéticas. Além disso a auditoria da Arthur Andersen
assim que os rumores começaram a surgir, destruiu toda documentação que
pudesse comprometer a Enron ou a si própria, está é a mais declarada atitude
antiética.
Tratando-se de Bernard Madoff é notável, que o conflito de interesses fez
com que Madoff fosse negligente com as normas e a ética profissional. O tipo de
conduta de Madoff o levou a uma verdadeira derrocada financeira e de escândalo
fraudulento envolvendo sua família que era parte ativa na empresa, decisões
foram tomadas de forma tendenciosa, ocultação de informações e cunho
passional, uma vez que ao revelar o seu esquema a família, nenhum deles sabia
sobre o que se passava, justamente para que diante de um processo judicial por
fraude, eles não fossem responsabilizados. Diante do dilema de seguir com o
esquema e proteger sua familia, Madoff foi capaz de passar por cima de toda
ética empresarial.
Neste sentido, dá-se ênfase à (má) conduta dos indivíduos, uma vez que “a
existência de um código de ética impresso não é suficiente, organizações
necessitam infundir a ética e a integridade em sua cultura e em sua definição de
sucesso” (BERENBEIM, 2002, p. 1)

3. OBJETIVOS DO COMPLIANCE

O termo compliance significa “estar em conformidade com”, comprometer-

se com a integridade. Pode-se dizer também que Compliance consite em um
sistema de gestão interno que visa manter a integridade de uma organização. O
principal objetivo do compliance é contribuir e garantir para que as ações da
empresa estejam de acordo com as normas vigentes, ou seja, sejam elas leis ou
regulamentos internos.
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É estratégico dizer que o compliance pode ser utilizado como ferramenta

para alcançar seus objetivos de mercado e a sua missão. Isto vai além da simples
observância do cumprimento de leis e regulamentos, compreendendo a busca
pela preservação do respeito às normas de conduta, aos valores e princípios da
organização.
Por sua vez, nota-se que as organizações não possuem qualquer tipo de
ferramenta de compliance demonstram maior tolerância para conviver com
pessoas desonestas, sendo possível perceber que comportamentos individuais
pautados por princípios éticos são fundamentais, mas podem não resistir a
sistemas e valores gerais motivados a fraude e corrupção; ou seja, ferramentas
de compliance não previne problemas com fraudes, mas sua inexistência
fortalece esse fenômeno.

4. RELAÇÃO SHAREHOLDERS E STAKEHOLDERS

O conflito de interesses de Bernard Madoff e o Conselho de administração

da Enron Corporation foram ineficazes e executaram baixos padrões de
governança corporativa, sendo apontado em ambos os casos, pelo Congresso
norte-americano como um dos responsáveis pelos episódios ocorridos.
Se analisarmos independentemente os quatro princípios básicos de
governança corporativa, podemos concluir que o esses princípios foram
descartados.
Em ambos os casos não houve “transparência”, negligenciando a real
situação financeira da empresa para as partes interessadas (stakeholders), pelo
contrário, ele foi cúmplice das práticas contábeis impróprias e de alto risco que a
operação vinha sendo executando. O Conselho de Administração da Enron não
assegurou os interesses dos acionistas, pois ignorou por anos sinais de práticas
impróprias e perigosas para o negócio por parte dos executivos.
Não foi aplicado o conceito de “equidade”, pois não foi passado de maneira
justa a situação a todas as partes interessadas, acobertando aspectos financeiros
e éticos que vieram a prejudicar diversos stakeholders.
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O principio de “accountability” (prestação de contas), foi ignorado, ao

negligenciar resultados financeiro maqueados, fraudando e omitindo a real
situação das organizações.
Não tiveram “responsabilidade corporativa”, uma vez que não foi zelado a
continuadade da Enron Corporation e Bernard L. Madoff Investment Securities.

5. LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO EVENTO

A regulamentação no mercado de ações nos Estados Unidos esta baseada

nos pontos abaixo:
 A Lei de Valores Mobiliários de 1933 (The Security Act of 1933), que
visando proteger os investidores, estabeleceu uma maior
transparência nas demonstrações financeiras de modo a permitir
aos investidores decidir sobre seus investimentos com base em
informações das empresas e punições contra declarações falsas e
fraudes no mercado de ações.
 A Lei da Bolsa de Valores de 1934 (The Security Exchange Act of
1934 ou SEA), que definiu o funcionamento do mercado secundário
nas bolsas, com maior transparência, precisão financeira e menor
possibilidade de fraude ou manipulação, além de autorizar a criação
da Comissão de Valores Mobiliários americana (a SEC, Securities
and Exchange Comission) como autoridade reguladora e
supervisora dos mercados mobiliário e financeiro.
 A regulamentação da SEC e das bolsas de valores para as
transações de mercado primário e secundário envolvendo ações,
títulos e valores mobiliários de balcão, incluindo o monitoramento
das publicações periódicas de relatórios financeiros das empresas
de capital aberto e das atividades e conduta de corretores,
revendedores e consultores de investimentos.
 A Lei A Lei Sarbanes-Oxley de 2002 (The Sarbanes-Oxley Act ou
SOx), que, após escândalos financeiros corporativos como o que
envolveu a Enron e a empresa de auditoria Arthur Andersen,
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estabeleceu regras mais rígidas de governança, auditoria e

segurança nas empresas, incluindo a criação de comitês
encarregados de supervisionar suas atividades e operações.
 A Lei de Reforma e Defesa do Consumidor de Dodd-Frank Wall
Street (The Dodd-Frank Act), que, após a Crise Financeira de 2007-
2008, reformulou as regras e estabeleceu maior responsabilidade e
transparência no sistema financeiro de modo a proteger o
contribuinte americano e os consumidores de práticas abusivas de
serviços financeiros.

De acordo com as normas contábeis americanas (GAAP- General

Accepted Accounting Principles), o uso de SPE´s, no caso da Enron, é autêntico e
sua consolidação não é regra. A FASB (Financial Accounting Standards Board)
exige consolidação de uma SPE apenas no balanço de sua controladora. A Enron
utilizou participações cruzadas e minoritários para diluir sua participação e com
isso desenquadrar suas SPE´s da obrigatoriedade da consolidação. Ou seja, ela
era a controladora indiretamente. Na realidade, a Enron utilizou a legislação para
camuflar seu resultado. Houve manobras contábeis e falta de transparência.

6. INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

As instituições envolvidas no escândalo da Enron, são as empresas de

auditoria Arthur Andersen, os bancos envolvidos no processo da são: Merrill
Lynch, Deutsche Bank, JP Morgan Chase, Credit Suisse First Boston, Citigroup,
Barclays Bank. Serão acusados ainda os escritórios de advocacia Vinson & Elkins
e Kirkland & Ellis, que prestavam serviços para a Enron.
As instituições envolvidas no escândalo da Bernard L. Madoff Investment
Securities são: Securities Investor Protection Corporation (SIPC), Securities and
Exchange Commission (SEC), Federal Reserve Banco Central Americano, Wall
Street e o Banco JP Morgan.
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7. IMPACTO DAS DECISÕES INDIVIDUAIS NO EVENTO

Foi um enorme impacto de desconfiança no poder dos mercados de ações,

que por sua vez, tem afetou aos poucos com a credibilidade da contabilidade, e
as informações por ela fornecidas passaram a não ter tanta importância. Mais de
quatro mil empregados da Enron perderam o emprego. Junto com os empregos,
muitas poupanças de vidas inteiras dos funcionários da companhia, foram
perdidas, quando a falência foi decretada em dezembro de 2001. Além disso,
muitos investidores perderam bilhões.
Vale ressaltar que após o escando do caso Enron a Lei Sarbanes-oxley -
SOX, foi aprovada, que reescreve as regras governança corporativa, controles
internos, papel da auditoria da emissão de parecer e demonstrações financeiras
PCAOB que trata das independências das firmas de auditoria.
O fato de que toda a operação ter sido idealizada por Madoff sem o
envolvimento de outras pessoas, fez com que ele se afundasse cada vez mais
dentro do sistema criado por ele, suas decisões foram tomadas sem o
consentimento e conhecimento das pessoas envolvidas e o fator família envolvido
tornou parte do processo passional. De acordo com o The Wall Street Journal, os
investidores com maiores foram afetados com o esquema de Madoff as perdas
incluíam:
- Fairfield Greenwich Advisors, 7,5 bilhões de dólares;
- Tremont Capital Management, 3,3 bilhões de dólares;
- Banco Santander, 2,87 bilhões de dólares;
- Bank Medici, 2,1 bilhões de dólares;
- Ascot Partners, 1,8 bilhão de dólares;
- Access International Advisors,1,4 bilhão de dólares;
- Fortis, 1,35 bilhão de dólares;
- Union Bancaire Privée, 1 bilhão de dólares;
- HSBC, 1 bilhão de dólares.

8. A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA
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A Nova Economia do período introduziu um novo paradigma: os ativos

mais importantes das empresas de alta tecnologia não são as fábricas ou as
máquinas declaradas como patrimônio em suas demonstrações contábeis, mas
sim os ativos intangíveis constituídos pelas marcas, clientes ou tecnologias que
desenvolveram. Com isso a Enron se desfazia de seus ativos fixos, compostos
por usinas e gasodutos, para se concentrar na compra e venda de contratos de
fornecimento e com o crescimento da indústria de comunicação à distância a
Enron começo a comprar empresas de telecomunicação e de transmissão de
dados por banda larga.
Com essas ações a empresa, na prática, atuava mais como um banco de
investimentos do que uma produtora de gás e energia, com a vantagem de não
estar sujeita aos rigorosos regulamentos do setor bancário.
Podemos listar as principais áreas de atuação pela Enron Corporarion
abaixo:
a) "Enron Transportation Services": condução interestadual de gás natural,
construção,administração e operação de gasodutos; investimento em atividades
de transporte de óleo cru;
b) "Enron Energy Services": compra, comercialização e financiamento de
gás natural, óleo cru e eletricidade; administração de risco de contratos de longo
prazo de commodity; gasodutos estaduais de gás natural; desenvolvimento,
aquisição e construção de centrais de energia de gás natural; extração de gás
natural líquido;
c) "Enron Wholesale Services": negócios globais da "Enron", incluindo a
negociação e entrega de commodities físicas e financeiras e serviços de
gerenciamento de risco;
d) "Enron Broadband Services": atividade implementada no ano 2000, que
provê aos clientes uma fonte de serviços de telecomunicações;
e) "Corporate and Others": provê serviços relacionados a abastecimento de
água.
Com a ajuda da tecnologia foi possível que o Madoff fraudasse
documentos, criasse toda a operação de modo que seus clientes não pudessem
desacreditar, fazendo com que ele se tornasse pioneiro no segmento de
transações eletrônicas.
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9. POSSÍVEIS MECANISMOS DE CONTROLE E FERRAMENTAS DE

COMPLIANCE, GOVERNANÇA CORPORATIVA E RISCO QUE PODERIAM
INFLUENCIAR NO EVENTO

As ferramentas de compliance que poderiam ter auxiliados nos processos

são: Avaliação de riscos, controle de qualidade, mapeamento de contingências,
teste de integridade e código de ética e conduta.
Os riscos da ocorrência de fraudes deve ser considerado por toda
organização em suas atividades. A gestão de risco tem sido crucial para
identificar, e analisar tratar as ocorrências ou mitigas os impactos.
Alguns mecanismos de controle que a Enron Corporation e a Bernard L.
Madoff Investment Securities podeira ter aplicado para evitar fraudes:
- Desenvolvimento de matriz de risco;
- Implementaçao e revisão periódica de controles internos;
- Treinamento e gerenciamento de equipes;
- Equipe de auditoria interna;
- Revisão da qualidade de ambiente de negocio;
- Programa e desenvolvivmento de sistemas antifraude.
Para evitar possíveis fraudes, algumas ações importantes podem ser
tomadas, tais como: a partir da contratação dos empregados, conferencia dos
registros contábeis, auditoria interna e externa, controles de sistemas de folhas de
pagamento e contas a pagar e a receber.

10. QUAIS TIPOS DE RISCOS DEVERIAM TER SIDO MONITORADOS PARA

EVITAR O EVENTO?

A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos

responsáveis pela governança da entidade e da sua administração. Isso envolve
um compromisso de criar uma cultura de honestidade e comportamento ético, que
pode ser reforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança.
Sendo assim o que podemos entender sobre riscos nos dois casos abordados é
que a fraude é o maior deles, uma vez que houve manipulação de números e
resultados para demonstrações inexistentes de operações financeiras, apenas
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para mostrar a investidores e acionistas que a empresa era confiável e que seu
dinheiros estava seguro e bem aplicado. Partindo do principio que a fraude foi
cometida por administradores e responsáveis diretos das instituições considera-se
um risco interno, contudo a auditoria no caso Enron por exemplo teve sua parcela
de culpa ao perceber falhas nos registros contábeis e ainda assim ignora-los.

11. COMO DEVERIA TER SIDO A ATUAÇÃO DO COMPLIANCE? QUE TIPO

DE INTERVENÇÃO VOCÊ SUGERIA SE FOSSE O RESPONSÁVEL PELO
COMPLIANCE?
A atuação do compliance deveria ter sido muito mais ativa. Em ambos os
casos parece demonstrar que na realidade nem existia um politica clara e correta
de controle ou mecanismos de segurança contra fraudes e outros riscos que
poderiam surgir. Como sugestão podemos destacar alguns mecanismos que são
de responsabilidade do compliance que colocados em pratica em tese auxiliariam
na mitigação dos riscos em ambos casos são eles: Implementar um bom
programa de controle, cumprir a lei, prezar pelos princípios éticos de norma e
conduta, trabalhar pela manutenção dessas normas e condutas, fazer
treinamentos de prevenção para lavagem de dinheiro, mensurar e avaliar riscos
entre outras ações, que contribuiriam eficazmente para um resultado de controle a
fraude.

12. CONCLUSÃO
Ficou nítido a falha de controle, regulação e fiscalização eficaz em ambos
os casos aqui destacados, tanto da administração quanto da auditoria externa,
embora como já mencionado a responsabilidade em monitorar seja da
administração. Concluiu-se que em uma instituição que preza pelo interesse geral
de suas partes e concretiza seus negócios na observância de suas normas e
condutas buscando a transparência e idoneidade de seus negócios,
encontraríamos um cenário bem diferente do exposto no conteúdo aqui
apresentado, ou seja, não veríamos uma empresa gigante da energia como a
Enron ruir da forma que foi e prejudicando tantos investidores ou ainda uma
empresa de consultoria que o seu fundador não se importou em entrar num
esquema fraudulento de pirâmides destruindo patrimônios de varias outras
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corporações ou até mesmo de investidores menores. O que realmente veríamos

seriam empresas consideradas saudáveis financeiramente, cujo patrimônio fora
construído de forma solida em que todas as partes interessadas obtenham êxito,
empresas em que o investidor tem confiança e recebe informações claras e
transparentes através de relatórios e documentos tornando o negocio seja ele
qual for seguro. E para tanto precisamos contar com profissionais qualificados e
preparados que se importam com suas carreiras que não sejam corrompidos pelo
poder e pelo dinheiro, agregando as corporações valores diferentes de patrimônio
e bens, como algo imensurável como a moral e a ética.
Por fim, para evitar que fatos como Enron e Madoff voltem a ocorrer,
algumas medidas devem ser tomadas, como a prestação de serviços de
consultoria e auditoria prestados por empresas diferentes, visto que os interesses,
muitas vezes, são contrários. Agir de acordo com a legislação para que estejam
dentro das conformidades de fiscalização das autoridades. É difícil indicar
culpados nos casos Enron e Madoff, ocorreram muitos erros e atitudes
negligentes, suas ações tiveram total influência no mercado de capitais, que se
trata de um mercado sensível e volúvel guiado por expectativas quanto ao
desempenho das empresas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5 ferramentas de compliance importantes para o seu negócio. Disponivel em:

https://site.irko.com.br/blog/5-ferramentas-de-compliance-importantes-para-o-seu-
negocio/?lang=en . Acesso em: 18 de agosto de 2021.