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2023/2
Consumidor no mercado
Consideramos agora o caso de cestas de dois bens
perfeitamente divisíveis.
1 X = R2+ .
2 Preferências sobre X representadas por uma função de
utilidade u : R2+ → R:
x ≽ y ⇔ u(x) ≥ u(y ).
max u(x)
x∈R2+
s.a. x ∈ B(p, w ).
Exemplo importante de preferências
Observação
Para o item 1, a utilidade u terá que ser “crescente” em certo
sentido. Para o item 2, a função de utilidade u seria quase-côncava.
uantidade média do bem 2 presentes em ambas as cestas
Exemplo importante de preferências (cont.)
que liga a cesta x à cesta y.
Ideia
Seja x = (x1 , x2 ) uma cesta. Considere a nova cesta x + ∆x
= (x1 + ∆x1 , x2 + ∆x2 ). Supondo que u é diferenciável, quando as
duas cestas são indiferentes temos
u(x+∆x)
z }| {
∂u(x) ∂u(x)
u(x) = u(x) + ∆x1 + ∆x2 + r (∆x),
∂x1 ∂x2 | {z }
resto
de onde
∂u(x)
∆x2 ∂x1
≈ − ∂u(x) .
∆x1
∂x2
Taxa marginal de substituição (cont.)
Definição (TMS)
A taxa marginal de substituição do bem 2 pelo bem 1 é taxa à
qual o consumidor substitui o bem 2 pelo bem 1 de modo a
continuar indiferente à cesta original. Isto é formalizado para fins
práticos pela inclinação da curva de indiferença, que mede tal
substituição:
∂u(x) ∂u(x) −1
TMS1,2 = − .
∂x1 ∂x2
∂u(x)
= utilidade marginal do bem 1
∂x1
∂u(x)
= utilidade marginal do bem 2.
∂x2
Taxa marginal de substituição (cont.)
Interpretação
Se ∆x1 é uma variação do consumo do bem 1, para o consumidor
ficar indiferente entre a nova cesta e a cesta original x o consumo
do bem 2 deve ter variado ∆x2 = TMS · ∆x1 . Ou seja, a TMS é
taxa subjetiva de troca do bem 2 pelo bem 1, pois se
Preferência homotética
Quando as preferências do consumidor admitem uma representação
de utilidade u : RN
+ → R com u sendo uma função homotética,
dizemos que as preferências são homotéticas.
Preferências homotéticas (cont.)
Observação
Uma condição mais básica sobre as preferências que somada a
outras condições fornecem uma utilidade homotética é a hipótese
de que, para todo t > 0,
x ∼ y ⇒ tx ∼ ty .
de onde ∂v∂x(tx)
i
= ∂v∂x(x)
i
. No caso de N = 2, isso implica que a TMS
ao longo de um raio passando pela cesta x:
∂v (tx) ∂v (x)
∂x1 ∂x1
∂v (tx)
= ∂v (x)
.
∂x2 ∂x2
Preferências homotéticas (cont.)
Exemplo (Cobb-Douglas I)
A função u(x1 , x2 ) = x1a x21−a representa uma preferência
homotética.
↑ ↑
x2 x2
0 x1 → 0
(a) Some indifference sets for the prefer- (b) Some indifference sets f
Figura: Osborne e Rubinstein p.46
ence relation in Example 4.1 for v 1 /v 2 = 43 . ence relation in Example 4.2
Exemplos (cont.)
Exemplo (Bem neutro)
Suponha que u(x) = x2 . Curva de indiferença: x2 = ū. O
consumidor não se importa com o bem 1 (neutro).
Chapter 4. Consumer preferences
↑
x2
x1 → 0 x1 →
ference sets for the prefer- (b) Some indifference sets for the prefer-
n Example 4.1 for v 1 /v 2 = 43 .
Figura: Osborne e Rubinstein p.46
ence relation in Example 4.2.
Figure 4.1
Exemplos (cont.)
Exemplo (Cobb-Douglas)
Suponha que u(x) = x1a x2b , com a, b > 0. Curva de indiferença
1/b
calculada a partir de x2 = xūa .
1
x2
0 x1
Exemplos (cont.)
Cobb-Douglas com a + b = 1
Para a função de utilidade Cobb-Douglas, podemos sempre achar
uma utilidade que representa as mesmas preferências mas com
a + b = 1. Isto segue do fato de que, se a + b > 1, podemos
sempre considerar a transformação estritamente crescente
1
ϕ(t) = t a+b
ax a x b
x2 ax2
TMS = − 1 2 =− .
x1 bx1a x2b bx1
Exemplos (cont.)
Exemplo (Função Leontief: complementares perfeitos)
Considere u(x) = min{ax1 , bx2 }, com a, b > 0.
x2
0 x1
Exemplos (cont.)
Observação (Interpretação de a e b)
No caso de substituição perfeita, u = ax1 + bx2 e −a
b reflete a taxa
à qual substitui-se o bem 2 pelo bem 1 para se ficar indiferente. No
caso de complementares perfeitos a interpretação é outra.
b
ax1 > bx2 ⇒ ∆x1 = − x1 − x2
a
x2
0 x1
Saciedade
ÀsExemplos
vezes desejamos(cont.)examinar uma situação que envolva saciedade, na qual há uma
cesta melhor que todas as outras para o consumidor; e, quanto mais perto ele estiver
Exemplo (Saciedade)
dela, melhor ele estará, de acordo com suas preferências. Suponhamos que o
consumidor tenha uma
Utilidades comcesta de bensde(xmáximo
um ponto absoluto em R2+ erepresentam
1, x2) de maior preferência que, quanto mais se
afastar preferências
dela, pior se quesentirá.
sãoNesse
saciadas caso,em diremos que (x1, cesta
determinada x2) é odeponto de saciedade ou
bens.
satisfação. As curvas
Exemplos de indiferença
incluem u(x) = −(xdo1 − 2)2 − (x2 se
consumidor 2 , u(x) =
− xparecem
3 ) com as retratadas na
Figura −|x
3.7.1O−melhor ponto
x̄1 | − |x 2 − x̄é2(x
|, 1e, xo2)gráfico
e os pontos mais afastados do ponto de satisfação
abaixo.
situam-se nas curvas de indiferença “inferiores”.
H. Varian
Microeconomia – uma abordagem moderna
Atlas, 9a ed, 2015.
Capítulos 3, 4.
M. J. Osborne, A. Rubinstein
Models in Microeconomic Theory
Open Book Publishers, 2nd ed, 2023.
Capítulos 1, 4.
H. Varian
Microeconomic Analysis
W.W. Norton, 3rd ed, 1992.
Capítulo 7.