Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas
(FACE) Departamento de Economia Disciplina: Introdução à Administração – 1/2023 Professor: Ricardo Favaretto Garbin Aluno: Matheus Donito De Oliveira Carrijo Matrícula: 221018307
As cinco forças de Porter são suficientes para uma análise setorial?
Segundo Porter, professor e teórico de negócios da Harvard Business School, no
artigo “As cinco forças competitivas que moldam a estratégia” o autor discorre sobre uma análise estrutural do ambiente de negócios que ajuda a compreender as forças que moldam a competição em um setor específico. As forças podem ser divididas em poderes, ameaças e intensidade de competição. Os poderes são de barganha dos compradores e fornecedores, o primeiro se refere ao poder dos clientes de influenciar os preços e a qualidade dos produtos, ou seja, se os compradores são poderosos têm muitas opções ou compram em grandes volumes, eles podem exercer pressão sobre as empresas para causar uma redução nos preços. O poder de barganha dos fornecedores trata-se do controle e influência que os fornecedores têm sobre os preços, qualidade e disponibilidade de insumos essenciais, caso os fornecedores forem poderosos, podem impor condições desfavoráveis às empresas restringindo seu lucro. As ameaças são de novos entrantes e bens substitutos, referente a novos concorrentes temos a dificuldade que enfrentam para entrarem no mercado e competirem com sucesso, assim como, barreiras à entrada, economias de escala, necessidade de capital e regulações governamentais, podem dificultar esta entrada. A ameaça de bens substitutos é a disponibilidade de alternativas que possam satisfazer as mesmas necessidades dos clientes, isto é, se existem substitutos próximos ou mais baratos, isso pode reduzir a demanda pelos produtos ou serviços de uma empresa. Por fim, a quinta força seria a intensidade de competição entre as empresas do setor. A quantidade de concorrentes, diferenciação de produtos, custos de mudança, crescimento setorial lento, barreiras de saída altas e a capacidade de reação afetam essa rivalidade. O autor conclui o artigo informando passos fundamentais para a análise setorial e as armadilhas comuns a serem evitadas na mesma. Em seu artigo “O que é estratégia”, Michael explora a importância de uma estratégia clara e diferenciada para obter vantagem competitiva em um mercado. Ele argumenta que a estratégia envolve a escolha deliberada de um posicionamento único no mercado, que permita à empresa se destacar e oferecer um valor superior aos clientes ou gerar valor comparável a um custo mais baixo, ou ambos. Além disso, o autor elucida a definição de competição estratégica como o processo de conceber novos posicionamento, cativando clientes já atendidos por posicionamentos tradicionais ou atraindo novos clientes para o mercado. Geralmente, os posicionamentos estratégicos não são óbvios e sua descoberta exige criatividade e insight. Ademais, em sua obra são tratadas estratégias genéricas que são comumente utilizadas no mercado, como, a liderança de custos, diferenciação e enfoque – para representar as alternativas de posicionamento estratégico em determinado setor. Por exemplo, a Samsung é um exemplo de liderança de custos, pois foca em volume de vendas tendo assim a maior quota de mercado do setor de smartphone. Enfim, o transcurso do tempo e as pressões do crescimento induzem a incongruências nas estratégias definidas pela empresa. Diante disso, Porter formula cinco passos para reconectar-se com a estratégia: quais os nossos produtos ou serviços mais diferenciados; produtos ou serviços mais rentáveis; nossos clientes mais satisfeitos; clientes, canais ou ocasiões mais rentáveis; e atividades da cadeia de valor mais diferenciadas e eficazes. Embora, a análise das cinco forças seja uma excelente maneira tem suas falhas sendo uma delas a falta de uma abordagem sobre mudanças tecnológicas e disruptivas. A evolução tecnológica pode alterar drasticamente o cenário competitivo, criando novos entrantes e substitutos de produtos que podem impactar a indústria de forma significativa. Diante disso, há outros métodos de análise setorial com diferentes abordagens, como o PESTEL, é uma sigla que significa fatores políticos, econômicos, sociais, tecnológicos, ambientais, legais e ético, que podem somar as deficiências do modelo de Porter. De acordo com o segundo artigo supracitado, o autor sugere a busca por uma posição única e valiosa no mercado, mas não aborda a importância da inovação. Existem vários cases que exemplificam o problema disto, um deles é a Blockbuster uma grande locadora dos que oferecia serviços de aluguel de filmes e videogames faliu por falta de adaptação ao novo comportamento do consumidor (streaming de vídeos).