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CADERNO DE QUESTÕES

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CADERNO QUESTÕES

POLICIA PENAL-MG 2022


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Sumário
PORTUGUÊS ......................................................................................................................................................3
Emprego das classes de palavras ........................................................................... 48
Redação (domínio da expressão escrita) - Variação linguística: modalidades do
uso da língua e adequação linguística.................................................................................. 85
Ortografia, acentuação e pontuação .................................................................................. 94
Uso e colocação do pronome ............................................................................................... 135
Sintaxe de concordância e de regência ........................................................................... 171
Uso dos tempos e modos verbais....................................................................................... 200
Estrutura do período e da oração ..................................................................................... 231
Processo de formação de palavras. ................................................................................... 248
Tópicos de língua portuguesa padrão ............................................................................... 257
Adequação conceitual ............................................................................................................ 271

Raciocínio lógico: resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos,


porcentagens, sequencias (com números, com figuras, de palavras).
...............................................................................................................................31
9
Remédios Constitucionais ......................................................................................335
Organização Político-Administrativa .......................................................................341
Ordem Social .........................................................................................................348
Administração Pública..................................................................... 354
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ............................................... 366
Direitos Sociais ........................................................................................................... 371
Direitos de Nacionalidade.......................................................................................375
Declaração Universal dos Direitos Humanos..........................................................378
Classificação das Normas Constitucionais .............................................................381
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e
alterações posteriores;
...............................................................................................................................38
3
Lei Federal n.º 9.455 de 07 de abril de 1.997 (Lei da Tortura) e alterações posteriores; 423
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ............................................................................................ 434
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Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores - Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais;
...............................................................................................................................43
4

Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas de Execução


Penal);
..................................................................................................................................................... 44
4
DIREITO PENAL .......................................................................................................446
Crimes Contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário
público contra administração em geral;
...............................................................................................................................44
6

PORTUGUÊS

Questão 01
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)

A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quantos camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
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A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
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muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
O texto de Rubem Alves é uma crônica. Ao compará-lo com as características desse
gênero, só NÃO é correto afirmar:
a) O texto assume um caráter narrativo em função, inclusive dos personagens.

b) O texto assume um caráter poético, simplesmente, em função da referência que faz ao


camelo e ao beija-flor.

c) A pergunta retórica ―Qual é a diferença?‖ (5º§) funciona como um convite à reflexão do


leitor.

d) Embora apresente uma linguagem mais subjetiva, pode-se apreender, com clareza, a defesa
de um posicionamento.

e) Em ―A história nos leva para o tempo‖ (8º§), a presença da primeira pessoa do plural no
pronome funciona como estratégia de aproximação com o leitor.
QUEstão 02
Ao confrontar “estórias” e “histórias”, o texto estabelece pares antitéticos com palavras ou
expressões. Assinale a opção em que, respectivamente, essa oposição NÃO se evidencia.
a) ―beija-flores‖ / ―camelos‖.

b) ―coisas que não aconteceram nunca‖ / ―coisas que aconteceram de verdade‖.

c) ―tempo do nunca mais‖ / ―era uma vez, há muito tempo‖.

d) ―tempo da ressurreição‖/ ―tempo da morte‖.

e) ―mito de Narciso‖ / ―referência a Guimarães Rosa e ao Tutameia‖.

QUEstão 03
No último período, ocorre um jogo de palavras entre os advérbios explicitando a seguinte
fgura de linguagem
a) ironia.
b) eufemismo.
c) paradoxo.
d) personificação.
e) antítese.

Questão 04
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O humor do texto orienta-se pela relação entre os elementos verbais e não-verbais. Quanto
aos primeiros, destaca-se a ambiguidade, ou seja, a possibilidade de mais de uma
interpretação do seguinte termo:
a) ―claro‖.
b) ―chefe‖.
c) ―fiz‖.
d) ―retirada‖.
e) ―sustentável‖.

Questão 05

Texto I

Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição


linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que
posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem
simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade,
por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o
que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com
os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista:
sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento,
política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e
que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais
aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata
de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e,
paradoxalmente, ―desarrumado‖, contribui para deixar muito claro que uma língua
funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto
requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente
cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por
razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no
mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.
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(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30,
n.176, out. 2001)
Em relação ao texto, é correto afirmar que:
a) emprega a pessoalidade gramatical uma vez que não pretende explicitar um posicionamento.
b) ao se preocupar com a dimensão social das piadas, o autor deixa de lado os aspectos
lingüísticos.
c) aborda, através de um recorte específico e também linguístico, um tema bastante corriqueiro
em sociedades de diferentes épocas.
d) aponta a necessidade de estudar as piadas fora dos contextos sociais em que são produzidas.
e) a diversidade de temas que compõe as piadas dificulta a apreensão dos sentidos que ela
produz.

QUEstão 06

em “Há algum tempo, venho estudando as piadas”(1º§) revela que, semanticamente, as


duas formas em destaque indicam, nessa ordem, as noções de:
a) passado e continuidade.
b) presente e projeto futuro.
c) simultaneidade e presente.
d) ordem e suposição.
e) futuro e constatação.

QUEstão 07
Considere o fragmento abaixo para responder a questão.
―A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho.‖ (3º§)

Ao aproximar, semanticamente, a língua de um espelho, o autor emprega a seguinte


figura de linguagem:

a) Hipérbole.
b) Metáfora.
c) Eufemismo.
d) Símile.
e) Prosopopéia.

QUEstão 08
No início do último parágrafo, o autor faz referência a uma conclusão e, por meio da
construção verbal “nos ensinaram”, assume uma estratégia de:
a) alheamento.
b) distanciamento.
c) generalização.
d) imparcialidade.
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e) descontração.

QUEstão 09

A observação dos elementos não-verbais do texto é responsável pelo entendimento do


humor sugerido. Nesse sentido, a evolução do homem e do computador, através de tais
elementos, deve ser entendida como:
a) complementar.
b) semelhante.
c) conflitante.
d) antitética
e) idealizada.

QUEstão 10

Texto I

Os outros

Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que
anteontem, quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita
Consciência da Alteridade.
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo
pela calçada. Foi então que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica.
Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro: via o mundo por
seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre seus ombros, tinha
antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida
dele.
O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que
ele agora estava no quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por
sua pele, tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas
verdades as mais difíceis de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe,
racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: você acredita mesmo que isso
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seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e,
convenhamos, isso não faz o menor sentido.
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência
elas têm, é de que não são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário
ontem de noite. Diante de um riacho, as saúvas africanas se metiam na água e formavam
uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras passassem. Morriam afogadas,
para que o formigueiro sobrevivesse.
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma
solidariedade pela formiga desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que
senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o pedestre estava fazendo naquela hora.
Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a mulher do próximo?
Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos
por aí, crentes que, se Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses.
Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas
digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a esperança quase
tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra,
agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não
é estranhíssimo?
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo:
Editora 34, 2010. p17-18)
A partir da leitura atenta do texto e de uma análise a respeito do emprego da Língua, é
CORRETO afirmar que:
a) a pergunta inicial do texto é um recurso do autor para apresentar suas questões sem que haja
nela qualquer traço de interlocução.
b) a situação proposta no primeiro período do segundo parágrafo do texto corresponde a um
fato específico que não poderia ser vivenciado pelo leitor.
c) ao iniciar e encerrar o texto com frases interrogativas, o autor inibe a reflexão do leitor e o
desvia da ideia apresentada no texto.
d) a referência às formigas, no 5º parágrafo, é uma representação simbólica comparativa que
perde sua eficácia argumentativa em função da distinção entre os elementos aproximados.
e) O texto emprega a narrativa de alguns episódios não para priorizá-los, mas para apresentar,
de modo leve, a tese a ser defendida.
QUESTÃo 11
Assinale a alternativa em que se faz um comentário INCORRETO acerca dos mecanismos
coesivos empregados nas seguintes passagens do texto.
a) ―quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita Consciência da
Alteridade.‖(1º§) - o pronome antecipa, de modo geral, o seu referente.
b) ―Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro:‖(2º§) – o pronome
cumpre papel referencial, substituindo um termo já citado.
c) ―tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.‖ (3º§) – os termos
destacados relacionamse entre si e estabelecem valor comparativo.
d) ―As formigas não são assim. Elas não sabem que existem.‖(5º§) – além do mecanismo de
pronominalização, percebe-se ainda um zeugma nesse fragmento.
e) ―Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele
momento, nenhuma solidariedade pela formiga desconhecida.‖(6º§) – a repetição, nesse caso, é
expressiva e cumpre papel enfático.
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QUEstão 12
que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e, convenhamos, isso não faz o
menor sentido.” (4º§), o autor faz uso da figura de linguagem:
a) Prosopopéia.
b) Metáfora.
c) Ironia.
d) Metonímia.
e) Comparação.

QUEStão 13
A oração destacada em “Morriam afogadas, para que o formigueiro
sobrevivesse.”(5º§) encontra-se na forma desenvolvida. Ela poderia ser reescrita, na
forma reduzida, sem alteração de valor semântico, da seguinte forma:
a) sobrevivendo o formigueiro.
b) para que o formigueiro sobreviva.
c) a fim de que sobreviva o formigueiro.
d) para o formigueiro sobreviver.
e) tendo sobrevivido o formigueiro.
QUEstão 14
Na passagem “e a esperança quase tangível de que, mês que vem, ganharemos na
loteria.”(6º§), o vocábulo destacado cumpre papel qualifcador e deve ser entendido como:
a) palpável
b) improvável.
c) descrente.
d) distante.
e) tranquila.

QUEstão 15
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A crítica proposta pelo texto II é reforçada, principalmente, por um elemento não-verbal


associado à pergunta reproduzida em discurso direto. Trata-se:
a) da chuva.
b) do guarda-chuva.
c) do fone de ouvido.
d) do microfone.
e) dos rostos de perfil.

QUEstão 16
Notícia de jornal
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem
socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante setenta
e duas horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância
do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar
auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que
o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em
homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal
sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre
de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um
bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem seu
destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao
lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até
mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome,
sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer
de fome.
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E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu


de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de
fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer
senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse,
para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que
morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro mais
movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome.
Morreu de fome.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. A repetição de que o homem morreu de fome expressa a indignação do cronista com o


fato.

II. De acordo com o cronista, a fatalidade aconteceu apesar das atitudes corretas dos
comerciantes e dos que passaram ao lado do homem.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) Nenhuma.

QUEstão 17

Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade.

O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não
conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
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Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. O cronista narra a disputa pelo espaço particular, o jardim de um edifício, invadido por jovens
baderneiros.
II. A resolução do conflito recuperou o espaço para seus usuários originais e legítimos.
a) Nenhuma afirmativa é correta.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) As afirmativas I e II são corretas.

QUEstão 18
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
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I. O cronista sugere que, no período noturno, casais aproveitavam a falta de iluminação


frequente para namorar.
II. ―Mormente‖ é um advérbio e pode ser substituído, no texto, por ―especialmente‖.
a) As afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

QUEstão 19

Para a questão, considere o texto a seguir, escrito por Clarice Lispector, com o
pseudônimo de Tereza Quadros, no jornal Comício, em 1952.

Lar, engenharia de mulher


Tereza Quadros

A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o


que é um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a
fotografia já vem revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais
pra baixo do que pra alto, menos magro do que gordo, mas necessitado de um
preparado à base de petróleo do que uma boa escova de nylon, para cabelo. É assim
que a gente imagina os homens de bom coração e devia ter um de manteiga o que
passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina e falou com bondade:
- Que pena vocês não terem um lar.
- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a
menina, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um
apertadíssimo quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo
barbado. E sem saber a felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa
maravilhosa, que vai desaparecendo nesta época ultracivilizada de discos voadores
corvejando por cima da cabeça dos homens. Dá até pra desconfiar que são os homens
que não têm lar, que inventam essas geringonças complicadas. Porque o lar é tão
gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita vontade de andar atolado em
ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas matemáticas numa
fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos, já que a
maioria não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata de
biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é
difícil, mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia:
o funcionário público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a
esperança de cair nas graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar
mesmo, só com muita sorte. Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se
sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e,
algumas, também refeito. É uma coisa parecida com eletricidade; não se entende a sua
origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o mundo sabe que está no escuro. Então
lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu com tanta força e que nós
todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando houve desarranjo sério
nas turbinas ou simples curto circuito num fusível qualquer.
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Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em


conserva; num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como
estas, servido às visitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro
que tem, como o palmito fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que
ficou estabelecido, nos princípios da criação, que o homem faria a casa, para dar um
lar à mulher. E que a mulher construiria o lar, para dar casa e lar ao homem. Sim,
porque o homem tinha que levar vantagem, não podia ser por menos. Pois então é isso:
casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e complexa, evidente e
misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil, fluídica,
envolvente é simplesmente engenharia da mulher.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir.

I. A crônica estabelece uma oposição semântica entre casa e lar, dissociando os dois termos,
muitas vezes, tomados como sinônimos no dia a dia.
II. De acordo com a crônica, existem pessoas que possuem uma casa, mas não têm um lar.

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.

QUEstão 20
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir.

I. A cronista é contra a participação das mulheres no mercado de trabalho, pois elas devem se
dedicar ao lar.
II. Segundo a autora, as mulheres são incapazes de compreender os fenômenos elétricos e
científicos, por isso elas devem se dedicar a uma atividade em que predomina a intuição,
característica tipicamente feminina.

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II.
d) nenhuma das duas afirmativas.

QUEstão 21

Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
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O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de
reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)

De acordo com o texto, ser considerada uma relativa novidade a declaração de morte
cerebral ocorre em função de:
a) o cérebro coordenar muitas funções necessárias à atividade humana.
b) o cérebro possibilitar que se fale, pense, além de organizar as ideias.
c) seu diagnóstico envolver o preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais.
d) muitos indivíduos receberem medicação nas 24h que antecedia a morte cerebral.
e) até pouco tempo, acreditar-se que o indivíduo morria quando seu coração parava.

QUEstão 22
O caráter informativo do texto em análise deve-se, sobretudo:
a) à linguagem essencialmente técnica empregada na sua redação.
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b) à inclusão do autor e do leitor por meio do uso da primeira pessoa.


c) à exposição da visão pessoal do autor em detrimento dos fatos.
d) ao emprego excessivo de exemplos na argumentação proposta.
e) a uma mensagem centrada no assunto em questão.

QUEstão 23
De acordo com o texto, a necessidade de conceituação formal do diagnóstico de morte
cerebral deveu-se:
a) ao início da era dos transplantes de órgãos.
b) à necessidade de desmitificar ―o poder do coração‖.
c) a uma primeira ocorrência datada de morte cerebral.
d) à capacitação de neurologistas para a observação clínica.
e) à diversidade de definições de morte cerebral em países distintos.

QUEstão 24
O seguinte fragmento “ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc,” (5º§)
aponta ações que são empregadas, no texto, a fim de:
a) orientar os leitores em geral para que estejam aptos ao diagnóstico.
b) sugerir a popularização desses procedimentos para vários profissionais.
c) indicar a complexidade de uma prática clínica e especializada.
d) divulgar a especificação de um protocolo médico adotado.
e) explicar ações que não são compreendidas por um leitor comum.

QUEstão 25
Em linguagem técnica adequada ao público leitor, ao final do texto, foi empregada a
expressão “medidas de suporte de vida” que, no contexto, deve ser entendida como:
a) encaminhamento de órgãos para transplante.
b) apoio psicológico a pacientes terminais.
c) manutenção da vida por meio de aparelhos ou afins.
d) exigências de diferentes laudos em busca de um consenso.
e) emprego de analgésicos e outros inibidores de dor.

QUEstão 26
O deslocamento da expressão destacada, em “Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter
algumas características clínicas,”, provocaria estranhamento no sentido e na estruturação
do enunciado apenas na seguinte reescritura:
a) O indivíduo, em primeiro lugar, deve ter algumas características clínicas,
b) O indivíduo deve, em primeiro lugar, ter algumas características clínicas,
c) O indivíduo deve ter, em primeiro lugar, algumas características clínicas,
d) O indivíduo deve ter algumas características clínicas em primeiro lugar,
e) O indivíduo deve ter algumas, em primeiro lugar, características clínicas
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QUEstão 27

Afinal: o que é a “morte cerebral”?

A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o


preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais.

O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos, falemos e organiza,
de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro, todos os órgãos são relevantes,
e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira adequada. Mas a verdade é que, do ponto
de vista evolutivo, todos os órgãos desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais
exigente e complexo. Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção,
entre outros, para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções deixam de ser
necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater. Hoje sabemos
que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito tempo, também achávamos
que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado diagnóstico são
tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de conceituar formalmente a
―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso quando se iniciou a era dos transplantes de
órgãos, e tornou-se necessário protocolizar seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral
poderiam então ser considerados possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a definição de morte cerebral em diferentes países, mas muitos
aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas características clínicas, que
são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de reação à dor, falta de movimentação,
ausência de respiração, pupilas dilatadas e não responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter
recebido nenhuma medicação nas 24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos
foi regulamentado: ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a
avaliação pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez definida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus órgãos doados
(caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente poderá ajudar a salvar várias
vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de vida são, em tese, desnecessárias.

(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-cerebral/ Acesso


em:
07/02/17)

Texto II
ORDEM DE SERVIÇO 608 - INSS
Perícia Médica
PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL POR EXPOSIÇÃO CONTINUADA A
NÍVEIS ELEVADOS DE PRESSÃO SONORA DE ORIGEM OCUPACIONAL
NORMA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE
PARA FINS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
APRESENTAÇÃO
A presente atualização da Norma Técnica sobre Perda Auditiva Induzida por Ruído –
PAIR, objetiva simplificar, uniformizar e adequar o trabalho do médico perito ao atual
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nível de conhecimento desta nosologia. A evolução da Medicina do Trabalho, da


Medicina Assistencial e Preventiva, dos meios diagnósticos, bem como a nova realidade
social, motivou, sobremaneira, esta revisão, tornando-a mais completa e eficaz. Dessa
concepção surgiram dois momentos que passaram a constituir os módulos do presente
trabalho: a Atualização Clínica da Patologia e a Avaliação da Incapacidade Laborativa.
Este estudo resultou de iniciativa da Divisão de Perícias Médicas do INSS, que buscou
parceria com diversos segmentos da sociedade, num debate aberto, visando abordar
todos os aspectos relevantes sobre o assunto, no período compreendido entre junho de
1996 e junho de 1997, com a efetiva participação de representantes das Perícias
Médicas, Reabilitação Profissional, Núcleo de Referência em Doenças Ocupacionais da
Previdência Social – NUSAT/SRMG e Procuradoria Estadual do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS; Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho - Fundacentro/MTb; Associação Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT;
Centro de Referência de Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo - Cerest;
Confederação Nacional das Indústrias - CNI; Confederação Nacional do Comércio -
CNC; Central Única dos Trabalhadores - CUT; e especialistas de renome. [...]

Disponível em: www.cofp.com.br/legislacao/download/19/Acesso em 07/02/2017)

A partir de uma leitura atenta, nota-se que o autor utilizou como estratégia de construção
do seu texto:
a) a caracterização do cérebro para, em seguida, falar sobre morte cerebral.
b) uma argumentação que distinga o cérebro humano do dos demais animais.
c) as alterações em torno do conceito de morte cerebral ao passar dos anos.
d) apresentação de posicionamentos de profssionais distintos sobre a morte cerebral.
e) o exemplo de um caso particular que permitiu uma orientação mais geral.

QUEstão 28
Ao comparar os dois textos que compõem a sua prova, pode-se concluir, em relação à
adequação, que:
a) Ambos exploram temas relacionados à medicina em linguagem técnica.
b) Os dois textos são voltados a um mesmo público, portanto há equivalência linguística.
c) Embora os dois textos explorem a linguagem formal, a do segundo é mais técnica.
d) A diferença entre os textos deve-se, sobretudo, ao conhecimento dos seus autores.
e) Os dois textos apresentam temáticas semelhantes e objetivas específcos idênticos.

QUEstão 29
Texto II

ORDEM DE SERVIÇO 608 - INSS

Perícia Médica
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PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL POR EXPOSIÇÃO CONTINUADA A NÍVEIS


ELEVADOS DE

PRESSÃO SONORA DE ORIGEM OCUPACIONAL

NORMA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE

PARA FINS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

APRESENTAÇÃO
A presente atualização da Norma Técnica sobre Perda Auditiva Induzida por Ruído – PAIR, objetiva
simplificar, uniformizar e adequar o trabalho do médico perito ao atual nível de conhecimento desta
nosologia.
A evolução da Medicina do Trabalho, da Medicina Assistencial e Preventiva, dos meios
diagnósticos, bem como a nova realidade social, motivou, sobremaneira, esta revisão, tornando-a
mais completa e eficaz.
Dessa concepção surgiram dois momentos que passaram a constituir os módulos do presente
trabalho: a Atualização Clínica da Patologia e a Avaliação da Incapacidade Laborativa. Este estudo
resultou de iniciativa da Divisão de Perícias Médicas do INSS, que buscou parceria com diversos
segmentos da sociedade, num debate aberto, visando abordar todos os aspectos relevantes sobre o
assunto, no período compreendido entre junho de 1996 e junho de 1997, com a efetiva participação
de representantes das Perícias Médicas, Reabilitação Profissional, Núcleo de Referência em Doenças
Ocupacionais da Previdência Social – NUSAT/SRMG e Procuradoria Estadual do Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS; Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -
Fundacentro/MTb; Associação Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT; Centro de Referência
de Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo - Cerest; Confederação Nacional das Indústrias -
CNI; Confederação Nacional do Comércio - CNC; Central Única dos Trabalhadores - CUT; e
especialistas de renome. [...]

Disponível em: www.cofp.com.br/legislacao/download/19/Acesso em 07/02/2017)

O texto II é um fragmento da parte intitulada “apresentação” em uma Ordem Serviço.


Assim, os dois primeiros parágrafos, em relação à atualização proposta pelo texto,
cumprem a função de apresentar respectivamente:
a) finalidade e consequências.
b) descrição do problema e solução.
c) objetivos e motivação.
d) motivação e críticas.
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e) críticas e objetivos.

QUEStão 30

Texto I

O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons


Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o
cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse
enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma
mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor
não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia,
Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê
gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo
hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria.
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a
morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o
acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que
Marsh narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e
neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh
afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a médicos que
fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um
pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por ―pensamentos, emoções, memórias, sonhos e
reflexões‖, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-
afrmar-que-os-medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)
O texto acima apresenta um caráter mais objetivo e sugere ter como finalidade central:
a) desvalorizar o trabalho dos médicos diante dos pacientes.
b) explicar que existem cirurgias mais simples do que outras.
c) apresentar aos leitores o livro escrito pelo neurocirurgião.
d) descrever a rotina diária de um médico em seu trabalho.
e) mostrar como os pacientes podem ser ingratos.

QUEstão 31
Em adequação à ideia apresentada no título, nota-se que o primeiro parágrafo do texto
apresenta duas histórias que são contrastadas, sobretudo, em função:
a) das idades das mulheres serem tão diferentes.
b) dos históricos de vida das duas pacientes.
c) de o neurocirurgião ser um profissional experiente.
d) da reação das famílias com o resultado das cirurgias.
e) do nível de complexidade de cada cirurgia.
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QUEstão 32
Embora o texto seja marcado pela impessoalidade, percebe-se a presença de uma avaliação, um
juízo de valor, por parte do enunciador do texto, na seguinte passagem:
a) ―Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias.‖ (1º§).
b) ―Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.‖ (1º§).
c) ―O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre.‖ (1º§).
d) ―É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh
narra em seu livro‖ (2º§).
e) ―Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais,‖ (2º§).
QUEstão 33
Considere o período abaixo para responder à questão.
“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A complexidade da estrutura do período em análise deve-se:

a) ao predomínio de orações subordinadas.


b) ao uso expressivo de frases nominais.
c) à forte ausência de sinais de pontuação.
d) à presença exclusiva do mecanismo de coordenação.
e) à repetição de conectivos de mesmo valor semântico.

QUEstão 34

Texto II
Base do crânio explodiu, descreve legista
A autópsia no corpo de Ayrton Senna começou a ser feita ontem às 10h locais (5h
de Brasília) pelos legistas Michele Romanelli e Pierludovico Ricci, do Instituto Médico
Legal de Bolonha. O laudo oficial tem 60 dias para ser preparado. A Folha conversou
com uma médica do IML que viu o corpo de Senna na segunda-feira de manhã e ontem
– antes e depois da autópsia. Segundo sua descrição, no dia seguinte ao acidente o rosto
do piloto estava desfigurado. A médica pediu para que seu nome não fosse revelado.
Muito inchada, a cabeça quase se juntava aos ombros. Os médicos concluíram, após
a autópsia, que Senna teve morte instantânea na batida a 290 km/h na curva Tamburello.
Teve também parada cardíaca naquele momento e circulação praticamente
interrompida.
Quando os médicos o reanimaram – ativando os batimentos cardíacos e a circulação
artificialmente –, o piloto já havia morrido. A atividade cerebral era inexistente. Não há
possibilidade de sobrevivência nesses casos. [...]
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/ esporte/9.html. Acesso
em: 01/02/17)
O texto acima é uma notícia cujo objetivo é informar. Contudo, uma análise atenta do
título revela seu caráter:
a) técnico.
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b) formal.
c) sensacionalista.
d) critico.
e) sofisticado.

QUEstão 35
O português contemporâneo já registra a característica proclítica da língua. Contudo, a
gramática tradicional aponta que a oração “Quando os médicos o reanimaram” (3º§)
deveria ser redigida da seguinte forma:
a) Quando os médicos reanimaram a ele.
b) Quando os médicos reanimaram-lhe.
c) Quando os médicos reanimaram ele.
d) Quando os médicos reanimaram-no.
e) Quando os médicos lhe reanimaram.

QUEstão 36

Texto I
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o
cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse
enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma
mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor
não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia,
Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê
gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo
hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria.
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a
morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o
acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que
Marsh narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e
neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh
afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a médicos que
fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um
pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por ―pensamentos, emoções, memórias, sonhos e
reflexões‖, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-
afrmar-que-os-medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17

Texto III
CADERNO DE QUESTÕES
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Ofício Circular CAOSAÚDE nº 07/2015.


Goiânia, 24 de abril de
2015.
Senhor (a) Promotor (a),
A par de cumprimentá-lo (a), servimo-nos do presente para encaminhar a V. Exa
informações sobre a campanha estadual de combate à dengue e o papel do Ministério
Público nas ações de (1) prevenção, (2) bloqueio das áreas de transmissão e (3) manejo
clínico dos pacientes.
[...]
Ao confrontar a estrutura dos textos I e III de sua prova, assinale a alternativa que
apresenta uma afirmação correta.
a) Os dois textos apresentam os interlocutores de modo explícito.
b) O título do texto I antecipa a ideia a ser desenvolvida.
c) Os dois textos apresentam, exatamente, o mesmo nível de formalidade.
d) A indicação de número e ano, no topo do texto III, é dispensável.
e) Os dois textos empregaram a mesma pessoa do discurso para o emissor.

QUEstão 37

O texto abaixo é parte de um gênero técnico denominado ofício. Sobre ele,


responda à questão.
Texto III
Ofício Circular CAOSAÚDE nº 07/2015.
Goiânia, 24 de abril de
2015.
Senhor (a) Promotor (a),
A par de cumprimentá-lo (a), servimo-nos do presente para encaminhar a V. Exa
informações sobre a campanha estadual de combate à dengue e o papel do Ministério
Público nas ações de (1) prevenção, (2) bloqueio das áreas de transmissão e (3) manejo
clínico dos pacientes.
[...]
Sendo o texto III o primeiro parágrafo de um ofício, conclui-se que ele tem como principal
função de:
a) apresentar a finalidade pela qual o texto foi escrito.
b) descrever o perfl do emissor da mensagem.
c) demonstrar uma postura elogiosa ao interlocutor.
d) estabelecer um histórico detalhado para o problema.
e) apresentar uma visão crítica sobre a questão proposta.

QUEstão 38

Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
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Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça:
―Será que vou conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando
necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar
durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto.
Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer
prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um
problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o
adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a
escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo
raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado
crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua
saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos
ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de
planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos
desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade,
conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
Embora o título do texto seja “Paternidade responsável”, pode-se concluir que, em seu
desenvolvimento, o autor dá ênfase à seguinte questão:
a) à falta de escolaridade dos pais.
b) o abandono de recém-nascido.
c) à qualidade do sistema educacional.
d) à gravidez na adolescência.

QUEstão 39
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: ―Será que vou
conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a
gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de
eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já
que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar
a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre,
então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições
de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
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Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar
que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais
têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
A pergunta que inicia o texto emprega um pronome “você” que faz referência:
a) ao autor.
b) às adolescentes.
c) ao leitor em geral.
d) aos especialistas.

QUEstão 40
Na visão de especialistas, no quarto parágrafo, dois problemas são apontados para indicar o
perigo de uma gravidez na adolescência. Um refere-se à saúde e outro é, na verdade, uma
questão:

a) econômica.
b) moral.
c) emocional.
d) educacional.

QUEstão 41

Texto II

Família
(Titãs, fragmento)

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
No sétimo verso, a palavra “ganha-pão” pertence a uma modalidade mais informal da língua e
deve ser entendida como sinônimo de:
a) refeição.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) educação.
c) trabalho.
d) diversão.

QUEstão 42
Assinale a opção que traz uma afirmação verdadeira a partir da visão apresentada no texto II.

a) Não há problemas na família descrita.


b) Acredita-se que as filhas devem se casar.
c) A mania de comer junto diariamente é passageira.
d) Os filhos é que controlam a parte financeira da casa.

QUEstão 43

Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
A partir da leitura atenta do texto, pode-se concluir que a observação da fotografia deixou
um dos personagens:
a) revoltado.
b) emocionado.
c) sorridente.
d) preocupado.

QUEstão 44
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
O pronome pessoal destacado no trecho faz referência à seguinte palavra:
a) homem.
b) banquinho.
c) balcão.
d) botequim.
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QUEstão 45
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
No fragmento em análise, o narrador busca dar destaque à caracterização:
a) de um possível cliente.
b) do botequim.
c) do funcionário do botequim.
d) dos velhos em geral.
QUEstão 46
Assinale a opção em que se indica um par de palavras sinônimas empregadas no texto.
a) ―camisa‖ e ―jaqueta‖.
b) ―retrato‖ e ―fotografia‖.
c) ―máscara‖ e ―trágico‖
d) ―balcão‖ e ―botequim‖.

QUEstão 47
Ao afirmar que o homem olhou a fotografia “tanto e tão fixamente”, o narrador descreve,
por parte do personagem, uma atitude de:
a) desprezo.
b) desgosto.
c) atenção.
d) relaxamento.
QUEstão 48
As últimas ações descritas no texto, “guardou a foto, saiu do botequim e despareceu”
reforçam, em relação à descrição do homem que sentou-se no banquinho, um clima de:
a) humor.
b) terror.
c) mistério.
d) romance.
QUEstão 49
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
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pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:

1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2
funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes

Considerando seu entendimento do texto, nota-se que o final pode ser considerado, de fato,
surpreendente uma vez que o leitor descobre que:
a) o narrador morava em um apartamento.
b) o narrador frequentava bancos para pagar suas contas.
c) as gentilezas retratadas eram da imaginação do narrador.
d) o narrador atravessa avenidas arriscando sua vida.
QUEstão 50
No início do texto, o narrador atribui a ausência de gentilezas:
a) à falta de tempo das pessoas.
b) à falta de educação das pessoas.
c) à ruindade das pessoas.
d) ao egoísmo das pessoas.

QUEstão 51
As frases interrogativas que formam o quinto parágrafo indicam questionamentos:
a) das pessoas em geral.
b) do narrador.
c) do leitor
d) do vizinho do narrador.
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QUEstão 52
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder a questão seguinte.
“O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.“ (4º§)

A afirmação feita sobre os vizinhos de cima permite ao leitor concluir que eles:
a) não gostavam do narrador.
b) compravam coisas caras.
c) eram barulhentos antes.
d) não gostavam de jornais.

QUEstão 53
No último parágrafo, o motivo que leva o narrador a descer pelas escadas é:
a) alguém ―segurar‖ o elevador.
b) gostar de fazer atividades físicas.
c) ter medo de elevadores.
d) estar com muita pressa.

QUEstão 54

Texto I
Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu
ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele
não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete,
o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em
1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o
som pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o
Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o mass media, o
Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a OEA, e a ONU. Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a
diagramação, o ideologema, idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a
guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how. Barbeador
elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís.
Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo
geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os
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dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
Uma leitura atenta do texto permite ao leitor inferir, quanto ao potencial nomeador das
palavras, que:
a) as expressões de uso técnico não podem ser entendidas por um falante comum.
b) as tecnologias inventadas são consideradas inovações em qualquer época.
c) uma vez construído um sentido para a palavra, ela não pode ter outros.
d) as coisas sempre existiram, faltava ao homem apenas nomeá-las.
e) as classificações econômicas foram culturalmente construídas.
QUEstão 55
Com o objetivo de aproximar-se do leitor do texto, o autor faz uso de vários mecanismos
linguísticos. Assinale, dentre os listados abaixo, o único que não seria uma ferramenta de
interlocução.
a) O emprego do pronome de tratamento ―Você‖ (2º§).
b) O uso de formas verbais de imperativo como em ―Ponha‖ (3º§).
c) A pergunta retórica ―Só?‖ presente no quarto parágrafo.
d) O advérbio de negação ―Não‖ no início do último parágrafo.
e) A presença do advérbio ―aí ‖ no terceiro parágrafo.

QUEstão 56
Assinale a alternativa correta. A opção de Drummond pelo modo como escolheu organizar seu
texto cumpre papel expressivo e essa escolha é melhor representada pela seguinte passagem do
texto:
a) ―A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta anos‖ (1º§).
b) ―Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo‖ (3º§).
c) ―A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer.‖ (6º§).
d) ―Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás,‖ (6º).
e) ―Olhe aí na fila – quem?‖ (5º§).

QUEstão 57

Em “Entre palavras circulamos, vivemos, morremos,” (6º§), ocorre uma enumeração de:
a) frases.
b) períodos.
c) orações adjetivas.
d) orações coordenadas.
e) orações substantivas.
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QUEstão 58

Ressalva

Este livro foi escrito


por uma mulher
que no tarde da Vida
recria e poetiza sua própria
Vida.

Este livro
Foi escrito por uma mulher
Que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando fores.

Este livro:
Versos ... Não
Poesia ... Não.
um modo diferente de contar velhas estórias.
Assinale a alternativa correta. O texto II é o poema de abertura do livro Poemas dos Becos de
Goiás e Estórias Mais, da escritora Cora Coralina. Esse poema apresenta uma aparente
contradição na caracterização do livro à medida que se afirma:
a) que o livro foi escrito por uma mulher e a autora chama-se Cora Coralina.
b) na 1ª estrofe, que a autora poetiza a vida e, na última, que o livro não é de poesia.
c) que a escrita do livro seria um modo diferente de contar velhas estórias.
d) ter a autora recriado a sua própria vida por meio da escritura do livro em questão.
e) tratar-se de três livros distintos, o que se percebe pela divisão do poema em três estrofes.

QUEstão 59
Atentando para as construções dos sentidos apreendidos, ao longo do poema, nota-se que todas
as opções abaixo ilustram linguagem figurada, EXCETO:
a) ―Este livro foi escrito / por uma mulher‖ (v. 1,2).
b) ―que no tarde da Vida‖ (v.3).
c) ―Que fez a escalada da/ Montanha da Vida‖ (v. 8, 9).
d) ―removendo pedras ― (v. 10).
e) ―e plantando flores‖ (v. 11).

QUEstão 60
Assinale a alternativa correta. Quanto à tipologia textual predominante no texto II, nota-se
que ela está corretamente indicada e justificada na seguinte opção:
a) dissertativa, em função da defesa de um ponto de vista por meio de argumentos.
b) narrativa, pois nota-se a presença de uma sequência progressiva de ações.
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c) dissertativa, sobretudo em função da linguagem impessoal adotada.


d) narrativa, em função da delimitação clara das noções de espaço e tempo.
e) descritiva, já que se destaca a caracterização de um objeto e de uma pessoa.

QUEstão 61

Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via
a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida,
chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio,
para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era
exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer
lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do vôo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o
lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que
algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável:
a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente
porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas,
seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo
outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a
classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade,
ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora:
―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão.
Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E
sem óbitos durante o voo.
A partir de uma leitura global do texto, assinale a alternativa correta.
a) a tripulação do avião resolveu colocar a passageira morta na primeira classe porque sabia que esse
seria o desejo dela.
b) embora tenha ocorrido um óbito durante o voo, a narrativa privilegia o desejo de voar na primeira
classe do personagem principal.
c) o negócio importante fechado pelo personagem principal em Nova Délhi só foi possível porque
ele viajaria de primeira classe.
d) no voo em questão, tanto a primeira classe quanto a econômica possuíam inúmeros lugares
vazios.
e) a gratidão dos parentes foi justa porque o personagem principal foi o responsável pela colocação,
na primeira classe, da mulher morta.
QUEstão 62
Com a frase “Ou pelo menos estava no começo do voo.”, que introduz o terceiro parágrafo, o
autor sugere ao leitor que a situação descrita anteriormente:
a) seria alterada.
b) era muito comum.
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c) fora preservada.
d) não agradava.
e) era merecida.
QUEstão 63
Embora não sejam originariamente vocábulos da Língua Portuguesa, as palavras “upgrade” e
“downgrade”, presentes no quarto parágrafo, têm seus sentidos apreendidos, mantendo uma
relação entre si. Assim, pelo contexto, devem ser entendidas como termos:
a) equivalentes.
b) complementares.
c) polivalentes.
d) opostos.
e) pejorativos.

QUEstão 64
terceiro parágrafo, a oração “A tripulação optara por colocá-la na primeira classe” pode ser
reescrita de várias outras formas sem grandes alterações de sentido. Assinale a opção em que,
ao reescrever, comete-se um erro no emprego dos pronomes.
a) Ela foi colocada na primeira classe pela tripulação.
b) Os membros da tripulação colocaram-na na primeira classe.
c) A tripulação colocou-a na primeira classe.
d) A tripulação colocá-la-ia na primeira classe.
e) A tripulação optou por colocar ela na primeira classe.

QUEstão 65
No último parágrafo, o trecho “Que tem seu lugar garantido no céu” ilustra uma figura de
linguagem conhecida como:
a) hipérbole.
b) personificação.
c) metonímia.
d) eufemismo.
e) comparação.

QUEstão 66

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar
ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
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- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]


Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel
de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras,
sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Ao representar os irmãos, o texto estabelece uma oposição básica entre dois
comportamentos que os caracterizam. Assinale a alternativa em que se transcrevem dois
fragmentos que evidenciem esse contraste.
a) ―Chutar tampinhas que encontro no caminho‖ (2º§)/ ―-Bom rapaz. Bom rapaz.‖ (6º§).
b) ―Meu irmão, tino sério, responsabilidades‖(3º§)/ ―Faço serão, fico até tarde.‖ (8º§).
c) ―Você é um largado.‖ (4º§)/ ―Como se estivesse me interessando‖ (7º§).
d) ―Meio burguês, metido a sensato.‖ (3º§)/ ―Aluado, farrista‖ (5º§).
e) ―Cá no bairro minha fama andava péssima.‖ (5º§)/ ―Onde se viu essa, agora!‖ (4º§).

QUEstão 67
O narrador emprega, no primeiro parágrafo, a construção “Nos começos chutava tudo o
que achava.” que evidencia uma construção incomum marcada por uma atípica flexão de
número. Esse emprego expressivo sugere que:
a) o personagem não pode delimitar quando a mania começou.
b) é impossível precisar o local em que ocorreu o primeiro chute.
c) não se trata de uma atitude exclusiva do personagem narrador.
d) não houve um início, de fato, para a prática dessa mania.
e) foram várias situações em que se chutava tudo que achava.
QUEstão 68
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Ao longo do texto a visão que o narrador tem de si é alternada com o modo pelo qual os
outros o veem. Assim, percebe-se que o rótulo de “Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§) deve-se
ao fato de o narrador:
a) dedicar-se ao chute de tampinhas.
b) ler o livro de um autor famoso.
c) ter uma péssima fama no bairro.
d) passar a cumprimentar as senhoras.
e) conseguir um emprego noturno.

QUEstão 69
No terceiro parágrafo, no trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso
coesivo que confere expressividade ao texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
e) sinonímia.

QUEstão 70
No nono parágrafo, ao referir-se à moça que sentou a seu lado no lotação, o narrador
revela uma visão:
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.

QUEstão 71

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
A partir da leitura atenta do texto, percebe-se um posicionamento sobre o tema e é
possível concluir que:
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a) há uma valorização da experiência adulta em detrimento da infância inocente.


b) se revela o quanto as crianças são enganadas por não conhecerem tudo.
c) ocorre a indicação de que o aprendizado infantil é sempre muito útil ao adulto.
d) se privilegia mais a experiência da infância do que a racionalidade dos adultos.
e) ignora-se completamente o aprendizado da infância para inserir-se no mundo adulto.

QUEstão 72

Utilize o Texto II para responder a questão.


Texto II
Maria chorando ao telefone
O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por
mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz:
é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois
a voz era claramente de choro contido. ―Porque você escreveu dizendo que não ia mais
escrever romances.‖ ―Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou
três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?― ―Quase tudo, só falta A
cidade sitiada e A legião estrangeira.‖ ―Não chore, venha buscar aqui os dois livros.‖
―Não vou não, vou comprar.‖ ‖Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois
livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.‖ [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
No trecho “e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala,”,
percebe-se uma clara intenção da narradora que corresponde:
a) ao desejo de não mais escrever seus romances.
b) à intenção de mudar seu estilo de vida e ser como a irmã.
c) à tentativa de irritar a pessoa que havia ligado.
d) à vontade de não conversar com quem estava ao telefone.
e) ao hábito de promover a divulgação de suas obras.

QUEstão 73
Na fala “Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira”, o vocábulo em
destaque denota um sentido de:
a) retificação.
b) explicação.
c) exclusão.
d) adição.
e) anulação.

QUEstão 74
Em função do contexto em que os fatos são contados, a percepção sensorial é explorada.
Desse modo, um dos sentidos ganha potencial expressividade. Trata-se:
a) da audição.
b) do olfato.
c) do tato.
d) do paladar.
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e) da visão.

QUEstão 75

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)

Utilize o Texto I para responder a questão.


A partir da leitura atenta do texto, percebe-se um posicionamento sobre o tema e é
possível concluir que:
a) há uma valorização da experiência adulta em detrimento da infância inocente.
b) se revela o quanto as crianças são enganadas por não conhecerem tudo.
c) ocorre a indicação de que o aprendizado infantil é sempre muito útil ao adulto.
d) se privilegia mais a experiência da infância do que a racionalidade dos adultos.
e) ignora-se completamente o aprendizado da infância para inserir-se no mundo adulto.

QUEstão 76

Utilize o Texto II para responder a questão.

Texto II
Maria chorando ao telefone

O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por
mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz:
é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois
a voz era claramente de choro contido. ―Porque você escreveu dizendo que não ia mais
escrever romances.‖ ―Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou
três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?― ―Quase tudo, só falta A
cidade sitiada e A legião estrangeira.‖ ―Não chore, venha buscar aqui os dois livros.‖
―Não vou não, vou comprar.‖ ‖Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois
livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.‖ [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
No trecho “e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala,”,
percebe-se uma clara intenção da narradora que corresponde:
a) ao desejo de não mais escrever seus romances.
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b) à intenção de mudar seu estilo de vida e ser como a irmã.


c) à tentativa de irritar a pessoa que havia ligado.
d) à vontade de não conversar com quem estava ao telefone.
e) ao hábito de promover a divulgação de suas obras.
QUEstão 77
Na fala “Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira”, o vocábulo em
destaque denota um sentido de:
a) retificação.
b) explicação.
c) exclusão.
d) adição.
e) anulação.
QUEstão 78
Em função do contexto em que os fatos são contados, a percepção sensorial é explorada.
Desse modo, um dos sentidos ganha potencial expressividade. Trata-se:
a) da audição.
b) do olfato.
c) do tato.
d) do paladar.
e) da visão.

QUEstão 79
No trecho “Você está bobeando”, percebe-se que, com o emprego do pronome de
tratamento, a autora consegue
a) dirigir-se aos leitores de modo geral.
b) fazer referência a um interlocutor específico.
c) criar uma intervenção formal no diálogo.
d) afastar-se de um projeto de leitor ideal.
e) mostrar que não tem intimidade com quem fala.

QUEstão 80

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
CADERNO DE QUESTÕES
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Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.

(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)

Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros
de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.

QUEstão 81
Ao representar os irmãos, o texto estabelece uma oposição básica entre dois
comportamentos que os caracterizam. Assinale a alternativa em que se transcrevem dois
fragmentos que evidenciem esse contraste.
a) ―Chutar tampinhas que encontro no caminho‖ (2º§)/ ―-Bom rapaz. Bom rapaz.‖ (6º§).
b) ―Meu irmão, tino sério, responsabilidades‖(3º§)/ ―Faço serão, fico até tarde.‖ (8º§).
c) ―Você é um largado.‖ (4º§)/ ―Como se estivesse me interessando‖ (7º§).
d) ―Meio burguês, metido a sensato.‖ (3º§)/ ―Aluado, farrista‖ (5º§).
e) ―Cá no bairro minha fama andava péssima.‖ (5º§)/ ―Onde se viu essa, agora!‖ (4º§).

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
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Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.

(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)

Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros
de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
O narrador emprega, no primeiro parágrafo, a construção “Nos começos chutava tudo o
que achava.” que evidencia uma construção incomum marcada por uma atípica flexão de
número. Esse emprego expressivo sugere que:
a) o personagem não pode delimitar quando a mania começou.
b) é impossível precisar o local em que ocorreu o primeiro chute.
c) não se trata de uma atitude exclusiva do personagem narrador.
d) não houve um início, de fato, para a prática dessa mania.
e) foram várias situações em que se chutava tudo que achava.

QUEstão 82
Ao longo do texto a visão que o narrador tem de si é alternada com o modo pelo qual os
outros o veem. Assim, percebe-se que o rótulo de “Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§) deve-se
ao fato de o narrador:
a) dedicar-se ao chute de tampinhas.
b) ler o livro de um autor famoso.
c) ter uma péssima fama no bairro.
d) passar a cumprimentar as senhoras.
e) conseguir um emprego noturno.

QUEstão 83
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trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso coesivo que confere
expressividade ao texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
e) sinonímia.

QUEstão 84
No nono parágrafo, ao referir-se à moça que sentou a seu lado no lotação, o narrador
revela uma visão:
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.

QUEstão 85

Texto

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...] Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um
enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho
às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
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(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Ao representar os irmãos, o texto estabelece uma oposição básica entre dois
comportamentos que os caracterizam. Assinale a alternativa em que se transcrevem dois
fragmentos que evidenciem esse contraste.
a) ―Chutar tampinhas que encontro no caminho‖ (2º§)/ ―-Bom rapaz. Bom rapaz.‖ (6º§).
b) ―Meu irmão, tino sério, responsabilidades‖(3º§)/ ―Faço serão, fico até tarde.‖ (8º§).
c) ―Você é um largado.‖ (4º§)/ ―Como se estivesse me interessando‖ (7º§).
d) ―Meio burguês, metido a sensato.‖ (3º§)/ ―Aluado, farrista‖ (5º§).
e) ―Cá no bairro minha fama andava péssima.‖ (5º§)/ ―Onde se viu essa, agora!‖ (4º§).

QUEstão 86
O narrador emprega, no primeiro parágrafo, a construção “Nos começos chutava tudo o
que achava.” que evidencia uma construção incomum marcada por uma atípica flexão de
número. Esse emprego expressivo sugere que:
a) o personagem não pode delimitar quando a mania começou.
b) é impossível precisar o local em que ocorreu o primeiro chute.
c) não se trata de uma atitude exclusiva do personagem narrador.
d) não houve um início, de fato, para a prática dessa mania.
e) foram várias situações em que se chutava tudo que achava.

QUEstão 87
Ao longo do texto a visão que o narrador tem de si é alternada com o modo pelo qual os
outros o veem. Assim, percebe-se que o rótulo de “Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§) deve-se
ao fato de o narrador:
a) dedicar-se ao chute de tampinhas.
b) ler o livro de um autor famoso.
c) ter uma péssima fama no bairro.
d) passar a cumprimentar as senhoras.
e) conseguir um emprego noturno.

QUEstão 88
No terceiro parágrafo, no trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso
coesivo que confere expressividade ao texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
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e) sinonímia.

QUEstão 89
No nono parágrafo, ao referir-se à moça que sentou a seu lado no lotação, o narrador
revela uma visão:
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.

QUEstão 90

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
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Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
O texto começa a estabelecer uma lógica sobre a ideia de maturidade que, ao final, é
desconstruída. Isso fica marcado, de modo descontraído, principalmente porque:
a) há um questionamento sobre a felicidade dos imaturos.
b) é feito um apelo a Deus pela maturidades dos maduros.
c) o maduro começa a escovar os dentes cada vez mais depressa.
d) os imaturos sentem inveja da vida dos maduros.
e) os maduros revelam uma certeza em relação ao futuro.

QUEstão 91
Em “O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.” (19º§), para provocar
expressividade, foi empregada uma figura de estilo que se caracteriza, sobretudo:
a) pela comparação implícita entre objetos concretos.
b) por uma associação lógica de uma parte que remete ao todo.
c) pela tentativa de suavização de uma ideia considerada ilógica.
d) pelo emprego de palavras que apontam para sentidos contrários.
e) pela atribuição de características humanas a seres inanimados.

QUEstão 92
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:

“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)

A presença do verbo “começando” permite ao leitor inferir a seguinte postura do maduro.


a) sempre sentiu inveja dos imaturos.
b) acha que a vida dos imaturos é pior.
c) nunca desejou a vida dos imaturos.
d) espera que sua vida madura melhore.
e) acreditava antes que sua vida era melhor.

QUEstão 93
A ideia de plural proposta pelo pronome do título não concorda com o termo
“maturidade”, mas com as ideias do subtítulo. A “prudência” é uma delas. Seria um
exemplo dessa característica a seguinte atitude descrita no texto:
a) ―Mas já é capaz de assistir à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.‖ (4º§)
b) ―É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.‖ (5º§)
c) ―Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão, finalmente,
acabando.‖(8º§)
d) ―Se pega pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.‖
(15º§)
e) ―O homem maduro faz palavras cruzadas!‖ (13º§)
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QUEstão 94
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.

QUEstão 95
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina:
―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
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Regougar – soltar a voz


O texto estabelece uma relação entre elementos da natureza e os sentimentos do narrador.
Isso porque:
a) o narrador tem medo das histórias trazidas pelo vento Sudoeste.
b) a natureza sempre provoca, no narrador, lembranças tristes.
c) as tristezas trazidas pelo vento ressuscitam as perdas do narrador.
d) o vento Sudoeste foi responsável por mortes na família do narrador
e) o vento do Nordeste leva consigo lembranças do vento do Sudoeste.

QUEstão 96
Considere o fragmento abaixo para responder a questão seguinte.
“as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam
indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes.”(1º§)

O termo em destaque é uma locução adjetiva que se relaciona, por dependência sintática,
com o seguinte vocábulo:
a) ―rigidez‖.
b) ―imobilizam‖.
c) ―morta‖.
d) ―indolentes‖.
e) ―reta‖.
QUEstão 97
Na passagem “diz ele com a sua voz agourenta.“ (2º§), o pronome destacado tem como
referente:
a) narrador.
b) mar
c) leitor.
d) vento.
e) casuarina.

QUEstão 98

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
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Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O texto começa a estabelecer uma lógica sobre a ideia de maturidade que, ao final, é
desconstruída. Isso fica marcado, de modo descontraído, principalmente porque:
a) há um questionamento sobre a felicidade dos imaturos.
b) é feito um apelo a Deus pela maturidades dos maduros.
c) o maduro começa a escovar os dentes cada vez mais depressa.
d) os imaturos sentem inveja da vida dos maduros.
e) os maduros revelam uma certeza em relação ao futuro.

QUEstão 99
maduro é de uma imaturidade a toda prova.” (19º§), para provocar expressividade, foi
empregada uma figura de estilo que se caracteriza, sobretudo:
a) pela comparação implícita entre objetos concretos.
b) por uma associação lógica de uma parte que remete ao todo.
c) pela tentativa de suavização de uma ideia considerada ilógica.
d) pelo emprego de palavras que apontam para sentidos contrários.
e) pela atribuição de características humanas a seres inanimados.
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QUEstão 100
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
A presença do verbo “começando” permite ao leitor inferir a seguinte postura do maduro.
a) sempre sentiu inveja dos imaturos.
b) acha que a vida dos imaturos é pior.
c) nunca desejou a vida dos imaturos.
d) espera que sua vida madura melhore.
e) acreditava antes que sua vida era melhor.

QUEstão 01

Emprego das classes de palavras

Texto I

Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição


linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que
posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem
simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade,
por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o
que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com
os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista:
sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento,
política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e
que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais
aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata
de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e,
paradoxalmente, ―desarrumado‖, contribui para deixar muito claro que uma língua
funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto
requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente
cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por
razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no
mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.
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(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30,
n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu
emprego justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.

QUEstão 02
Notícia de jornal
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem
socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante setenta
e duas horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância
do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar
auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que
o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em
homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal
sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre
de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um
bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem seu
destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao
lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até
mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome,
sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer
de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu
de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de
fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer
senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse,
para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que
morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro mais
movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome.
Morreu de fome.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. ―Presumíveis‖ é adjetivo e indica que não se tem certeza da idade do homem que morreu.
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II. ―Escarmento‖ é substantivo concreto e pode ser substituído no texto por ―indignação‖.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II.
b) I, apenas.
c) II, apenas
d) Nenhuma.

QUEstão 03
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. O cronista considera que o homem era um vagabundo, um mendigo, um bicho e, por isso, seu
destino era previsível.
II. Ao atribuir o adjetivo ―pleno‖ a ―centro‖ e ―rua‖, o cronista destaca o descaso das pessoas.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) Nenhuma.

QUEstão 04

Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade.

O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não
conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
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mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I. O sufixo ―inho‖ marca o grau diminutivo do substantivo ―muro‖ e tem, no texto, um efeito
semântico pejorativo.
II. ―Consternação‖ é um substantivo concreto e pode, no texto, ser substituído por ―raiva‖.
a) As afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

QUEstão 05
Texto I
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
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Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o


cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse
enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma
mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor
não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia,
Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê
gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo
hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria.
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a
morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o
acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que
Marsh narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e
neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh
afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a médicos que
fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um
pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por ―pensamentos, emoções, memórias, sonhos e
reflexões‖, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-
afrmar-que-os-medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)
Considere o período abaixo para responder à questão.
“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o
valor semântico de:
a) concessão.
b) finalidade.
c) adversidade.
d) explicação.
e) consequência.

QUEstão 06

Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça:
―Será que vou conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando
necessários.
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Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar
durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto.
Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer
prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um
problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o
adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a
escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo
raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado
crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua
saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos
ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de
planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos
desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade,
conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
A palavra “Desesperadas”, no início do quinto parágrafo, refere-se ao substantivo
“jovens” e deve ser classificada morfologicamente como:
a) advérbio.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) verbo.

QUEstão 07

Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
Dentre as palavras abaixo, presentes no trecho em análise, assinale a única que NÃO pode
ser classificada como adjetivo.
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a) grisalha.
b) xadrez.
c) azuis.
d) jeans.

QUEstão 08

O plural do substantivo “balcão” é balcões. Assinale a alternativa em que se indica,


corretamente, o plural do substantivo.
a) irmão – irmões.
b) pão – pães.
c) mão – mões.
d) limão – limãos.

QUEstão 09

Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:
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1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2
funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3
carros muito velozes

QUEstão 10
No título do texto, são empregadas duas palavras que devem ser classificadas, pela ordem em
que aparecem como:
a) substantivo e adjetivo.
b) advérbio e substantivo.
c) substantivo e advérbio.
d) adjetivo e substantivo.

Considere o fragmento transcrito abaixo para responder a questão seguinte.


“O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou.
Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.“ (4º§)

O sufixo “-eiro”, presente em “jornaleiro” tem um significado. Assinale a alternativa em que


esse sufixo tenha um valor DIFERENTE do que se observa em “jornaleiro”.
a) pedreiro.
b) açougueiro.
c) engenheiro.
d) formigueiro.

QUEstão 11

Texto I
Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu
ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele
não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete,
o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em
1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o
som pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o
Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o mass media, o
Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a OEA, e a ONU. Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a
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diagramação, o ideologema, idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a


guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how. Barbeador
elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís.
Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo
geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os
dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
No segundo parágrafo, o vocábulo destacado, em “Você que me lê, preste atenção”, cumpre
papel coesivo e é classificado, morfologicamente, como:
a) pronome relativo.
b) conjunção integrante.
c) pronome interrogativo.
d) conjunção coordenativa.
e) pronome demonstrativo.

QUEstão 12

Texto II
Ressalva

Este livro foi escrito


por uma mulher
que no tarde da Vida
recria e poetiza sua própria
Vida.

Este livro
Foi escrito por uma mulher
Que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando fores.

Este livro:
Versos ... Não
Poesia ... Não.
um modo diferente de contar velhas estórias.
No último verso, considerando-se o contexto, o adjetivo “velhas” poderia ser adequadamente
substituído por:
a) raras.
b) antigas.
c) pobres.
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d) idosas.
e) tristes.

QUEstão 13

Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via
a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida,
chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio,
para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era
exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer
lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o
lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que
algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável:
a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente
porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas,
seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo
outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a
classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade,
ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora:
―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão.
Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E
sem óbitos durante o vôo

QUEstão 14
Considere as palavras destacadas na frase abaixo e assinale a alternativa em que se indica,
respectivamente e de modo correto, sua classificação morfológica.
“Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe.” (1º§)
a) numeral e numeral.
b) numeral e pronome.
c) artigo e numeral.
d) pronome e numeral.
e) artigo e pronome.

Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte.


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Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada
mais serve.(5º§)
As palavras ganham sentido no contexto em que estão inseridas. Desse modo, pode-se concluir
que o advérbio “Ali” é uma expressão locativa que faz referência:
a) à primeira classe.
b) ao avião.
c) à classe econômica.
d) a Nova Délhi.
e) ao aeroporto.

QUEstão 15
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve.(5º§)
A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.

QUEstão 16
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar
ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
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Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel
de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras,
sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.

QUEstão 17
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução
conjuntiva que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.

QUEstão 18

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
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Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso
de uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor
semântico de:
a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.

QUEstão 19

Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.


―Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos.‖ (2º§)
Os dois termos destacados cumprem papel sintático adverbial e expressam os seguintes
valores semânticos respectivamente:
a) causa e meio.
b) modo e meio.
c) meio e lugar.
d) lugar e modo.
e) modo e lugar.

QUEstão 20

Utilize o Texto II para responder a questão.


Texto II
Maria chorando ao telefone
O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por
mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz:
é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois
a voz era claramente de choro contido. ―Porque você escreveu dizendo que não ia mais
escrever romances.‖ ―Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou
três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?― ―Quase tudo, só falta A
cidade sitiada e A legião estrangeira.‖ ―Não chore, venha buscar aqui os dois livros.‖
―Não vou não, vou comprar.‖ ‖Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois
livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.‖ [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
Na fala “Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira”, o vocábulo em
destaque denota um sentido de:
a) retificação.
b) explicação.
c) exclusão.
d) adição.
e) anulação.
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QUEstão 21

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.

(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)

Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros
de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.

QUEstão 22
CADERNO DE QUESTÕES
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A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução
conjuntiva que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.

QUEstão 23

Texto

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...] Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um
enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho
às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
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a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.

QUEstão 24
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução
conjuntiva que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.

QUEstão 25

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
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A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
No terceiro parágrafo, o vocábulo destacado em “E o amarrar do sapato pode ser mais
tranquilo,” deve ser classificado morfologicamente como:
a) verbo.
b) adjetivo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) pronome.

QUEstão 26

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
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Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.


A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
No terceiro parágrafo, o vocábulo destacado em “E o amarrar do sapato pode ser mais
tranquilo,” deve ser classificado morfologicamente como:
a) verbo.
b) adjetivo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) pronome.
QUEstão 27 Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. Homem maduro não bebe, vai à
praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. A maturidade faz com que
ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
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Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
No terceiro parágrafo, o vocábulo destacado em “E o amarrar do sapato pode ser mais
tranquilo,” deve ser classificado morfologicamente como:
a)
verbo.
b) adjetivo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) pronome.

QUEstão 28
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
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Grumete – graduação mais inferior da Marinha


Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
Considere o fragmento abaixo para responder a questão seguinte.

“as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam


indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes.”(1º§)

O termo em destaque é uma locução adjetiva que se relaciona, por dependência sintática,
com o seguinte vocábulo:
a) ―rigidez‖.
b) ―imobilizam‖.
c) ―morta‖.
d) ―indolentes‖.
e) ―reta‖.

QUEstão 29
O emprego dos artigos, no título do texto, cumpre papel expressivo à medida que
representam um sentido de:
a) especificação.
b) equivalência.
c) suavização.
d) relativização.
e) generalização.

QUEstão 30
Texto
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
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Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas


viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam
indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes.”(1º§)
O termo em destaque é uma locução adjetiva que se relaciona, por dependência sintática,
com o seguinte vocábulo:
a) ―rigidez‖.
b) ―imobilizam‖.
c) ―morta‖.
d) ―indolentes‖.
e) ―reta‖.

QUEstão 31

Texto
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
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morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
O emprego dos artigos, no título do texto, cumpre papel expressivo à medida que
representam um sentido de:
a) especificação.
b) equivalência.
c) suavização.
d) relativização.
e) generalização.

QUEstão 32
O vocábulo “também”, que introduz o terceiro parágrafo, contribui para a progressão das
ideias estabelecendo um sentido de:
a) retificação.
b) conclusão.
c) adição.
d) oposição.
e) explicação.

QUEstão 33

Texto I
Aquilo por que vivi
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio
de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade.
Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso
instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.
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Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase - um êxtase tão grande que, não
raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria.
Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão - essa solidão terrível
através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse
abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa
miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam.
Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para vida humana, foi
isso que - afinal - encontrei.
Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos
homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força
pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um
pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
Amor e conhecimento, até o ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo
ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam
em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos
desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e
sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por
aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.
Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom
grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.)
Em “Com paixão igual, busquei o conhecimento.” (3°§), a expressão destacada cumpre, na
oração em que se encontra, papel:
a) adjetivo
b) adverbial
c) substantivo
d) verbal
QUEstão 34

Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
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O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode


poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
A partir do vocábulo “aberto”, formou-se “entreaberto” (5º§) pelo seguinte processo de
formação:
a) sufixação
b) justaposição
c) aglutinação
d) prefixação

QUEstão 35
Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
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Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando
estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
O emprego da construção destacada em “Mas naquele instante, diante da amiga amada”
(1º§), permite ao leitor concluir que se trata de:
a) um momento posterior ao da enunciação.
b) uma referência ao passado
c) uma ação simultânea à enunciação.
d) uma ação descrita como possibilidade.

QUEstão 36
Assinale a opção em que NÃO se destaca um exemplo de locução adverbial.
a) ―Com atenção não seria difícil descobrir‖ (1º§)
b) ―Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas‖ (4º§)
c) ―para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar.‖ (5º§)
d) ―é o prêmio dos que muito souberam amar.‖ (5º§)

QUEstão 37

Texto II
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Ao ser indagado a respeito de si, o personagem descreve-se empregando todos os recursos


linguísticos apontados abaixo, EXCETO:
a) verbo de ligação
b) adjetivo
c) pronomes oblíquos
d) verbos de ação

QUEstão 38
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a
boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que
devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado.
O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o
paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja
feio, bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo
repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o
guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o
táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a
corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à
parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
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Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a
farmácia é no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma
peixaria. Enxame de moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e
bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria,
sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus
bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de
nascença. O endereço na carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as
calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no
corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na
mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando
no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario
levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que
alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no
peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem
morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns
moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver.
Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão.
A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se
às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
No primeiro parágrafo, a oração “Dario vem apressado. guarda-chuva no braço
esquerdo.” revela, por meio do adjetivo em destaque, uma característica:
a) típica de Dario ao longo do texto
b) comum a todos os demais passantes
c) exclusiva de pessoas que passam mal
d) circunstancial, momentânea de Dario

QUEstão 39

Texto I
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
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determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
O conectivo que introduz o segundo parágrafo expressa uma oposição entre:
a) a casa da gente e a casa dos outros.
b) os que não têm casa e os que a possuem.
c) o mundo interior e o mundo exterior.
d) o nosso jeito de ser e o jeito de morar.
QUEstão 40
Considerado a estrutura das palavras abaixo, percebe-se que em todas elas os prefixos
aproximam-se quanto ao valor semântico, EXCETO em uma. Assinale-a.
a) ―impróprias‖
b) ―desníveis‖
c) ―coabitamos‖
d) ―irregulares‖

QUEstão 41
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A classe gramatical da palavra “meio”, presente na tira acima é:


a) numeral
b) adjetivo
c) substantivo
d) advérbio

QUEstão 42

Texto I
A Angústia
Quem não sabe como vencer o estado de angústia, dê uma olhada para o desespero
alheio.
Aos ouvidos das lebres chega, de repente, um violento estrépito1. Elas então pensam
ter chegado a hora de pôrtermo à vida porque não sabiam como livrar-se de tanto temor.
Assim, (apavoradas), chegam à beira de uma lagoa com o intento de lançaram-se na
água e afogarem-se.
À chegada daquele batalhão de lebres, as rãs fogem aterrorizadas. Então uma das
lebres fala: ―Há gente com medo de nós. Vamos prosseguir vivendo como todos os
outros fazem.‖
Refeitas do susto, as lebres retomaram a sua vida de rotina saltitante.
1
barulho
(Fedro, Fábulas. São Paulo: Editora Escala, 2008 )
Em todas as alternativas abaixo, encontram-se destacados exemplos de
adjetivos, EXCETO:
a) ―um violento estrépito‖ (2°§)
b) ―Assim, (apavoradas),‖
c) ―as rãs fogem aterrorizadas‖
d) ―de rotina saltitante‖
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QUEstão 43
No texto, o substantivo que, no singular, expressa a ideia de conjunto é:
a) ―estado‖ (1°§)
b) ―batalhão‖ (4°§)
c) ―rãs‖ (4°§)
d) ―vida‖ (5°§

QUEstão 44

Texto

Facebook deixa você depressivo

Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria – mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.

(Disponível em: http://superabril.com.br. Acesso em 18/05/16)


“A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no face book.”(3°§)

Dentre as opções abaixo, assinale aquela cuja palavra possua a mesma classe gramatical
da que se encontra destacada acima.
a) ―Ninguém‖
b) ―posta‖
c) ―fotos‖
d) ―tristes‖
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QUEstão 45

Leia o Texto abaixo e responda à pergunta:


Investir na Segurança: Despesa ou Receita
Em se falando de Segurança no Trabalho, nos deparamos com a palavra ACIDENTE.
Numa definição abrangente e genérica, podemos afirmar que ACIDENTE é um evento
indesejável e inesperado que produz desconforto, ferimentos, danos, perdas humanas e
ou materiais. Um acidente pode mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa,
modificar sua razão de viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e nem
da falta de sorte. Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e
pesquisas visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir
seus efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos
conglomerados industriais.
Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual
ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos
países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns
destes países a legislação apresenta certos absurdos como compensação monetária pela
exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e
empregadores concentrem suas atenções no ―custo‖ da exposição e não na eliminação
da mesma.
(...)
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/investir_seg.html - acesso em
25/04/2016
Leia a afirmativa abaixo, retirada do texto, e assinale a resposta correta:
“Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual ou
coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos países
em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas.”
a) O trecho apresenta erro de colocação de plural em ― cidadão‖
b) O trecho apresenta erro de pontuação em ―(...) cidadãos, ao passo (...)‖.
c) A palavra ―países‖ não deve ser acentuada neste caso.
d) O trecho apresenta erro de pontuação em ―(...) individual ou coletivo, são aplicadas (...)‖.

QUEstão 46
Leia o trecho da obra A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa, e identifique a
qual circunstância as palavras destacadas estão se referindo respectivamente:
“Minha irmã se casou; nossa mãe não quis festa. A gente imaginava nele, quando se comia
uma comida mais gostosa; assim como, no gasalhado da noite, no desamparo dessas noites
de muita chuva, fria, forte, nosso pai só com a mão e uma cabaça para ir esvaziando a
canoa da água do temporal. As vezes. algum conhecido nosso achava que eu ia ficando
mais parecido com nosso pai.”
a) Modo - tempo - comparação
b) Comparação - modo - tempo
c) Tempo - comparação - tempo
d) Comparação - tempo – comparação
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QUEstão 47

Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas:


Todos os candidatos ao processo seletivo sabem é importante estudar muito,
são poucas vagas e a concorrência é grande.
a) logo - pois
b) que - pois
c) pois - que
d) pois – logo
QUEstão 48
Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Os estudantes de medicina fazem os exercícios com dedicação e empenho;
II. A maioria dos estudantes de engenharia estavam na sala de aula.
III. As estudantes estão meio tristes com a mudança de professora.
IV. Há uma hora e meio o curso se encerrou.
a) I e II estão corretas
b) Somente IV está correta
c) I e III estão corretas
d) Somente II está correta.
QUEstão 49

O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados


pela escola latino-americana
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de
comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos
em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da
comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos
passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste
período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de
(in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias
na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos
meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas
tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tomam-se cada
vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução
industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de
comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos
meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta
forma, estudaras mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É
necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo
resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir
algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes
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colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste


mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão
contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.
http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista6/artiao%206-3.htm - acesso em
03/05/2016.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
O termo destacado abaixo indica a seguinte classe gramatical:
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução
industrial.
a) Substantivo
b) Advérbio
c) Sujeito
d) Adjetivo

QUEstão 50

COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO


(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou
outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no
sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Leia a alternativa abaixo e assinale a alternativa que indica a classe da palavra destacada:
Portanto, o conceito de sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
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a) Adjetivo;
b) Substantivo;
c) Artigo;
d) Advérbio
.
QUEstão 51

Leia a citação abaixo e assinale a alternativa que identifica a palavra destacada.


Essa diferenciação conceitual vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho.
a) Substantivo
b) Adjetivo
c) Advérbio
d) Verbo
QUEstão 52
Assinale a alternativa correta. A palavra insensatez é composta por:
a) Sufixo;
b) Prefixo;
c) Sufixo e prefixo;
d) Afixo e infixo

QUEstão 53
Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa que indica o correto plural do
substantivo beija flor.
a) Beijas flores
b) Beijas flor
c) Beijas flores
d) Beija flores

QUEstão 54

Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma
- como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos
inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma,
medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
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que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não
ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações
semânticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda
mulher nem um homem poderoso.” (4°§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa

QUEstão 55
No primeiro parágrafo do texto, a autora lista uma série de “medos”. Todos os termos
indicados abaixo estão regidos por esse substantivo, EXCETO:
a) ―de não estar bem enquadrados,‖
b) ―de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos‖
c) ―de não ter feito a viagem certa‖
d) ―de um clube mais chique,‖
e) ―de não ser livres.‖

QUEstão 56

Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
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na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações
semânticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda
mulher nem um homem poderoso.” (4°§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa

QUEstão 57

Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
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profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
No trecho “Barba é importante. Sempre foi.” (2°§), o autor apresenta duas afirmações que
assumem um sentido generalizante, podendo ser entendidas como verdades absolutas.
Contribuíram para esse valor os seguintes recursos linguísticos:
a) O substantivo ―Barba‖, na primeira oração e sua omissão na segunda.
b) O emprego do adjetivo ―importante‖ e as frases curtas.
c) O uso do presente do indicativo e do advérbio ―sempre‖.
d) A omissão do sujeito e do predicativo na segunda oração.
e) A construção de períodos simples e a omissão de um dos sujeitos.

QUEstão 58
Aprendendo a pensar
(Frei Beto)

Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,
distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
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Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de


cérebro sadio. Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música,
computação etc. São pessoas felizes, com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um
professor que adotou o método dele, foi recebido por uma orquestra de crianças; todas
tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender
um instrumento musical ou se autoalfabetizar sem curso específico de alfabetização.
Isso foi testado na minha família e deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado
através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e, em seguida, fazia fichas de
palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a escola.
[...]

(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.


Dhp?artld=5069. Acesso em 27/12/15, adaptado)
Considerando o contexto em que se encontra, assinale a única opção em que o vocábulo
destacado NÃO corresponde a um exemplo de substantivo.
a) ―Nosso olhar está impregnado de preconceitos‖ (1°§)
b) ―Uma das miopias que carregamos é considerar criança ignorante".(1°§)
c) ―Nascemos com 86 bilhões de neurônios em nosso cérebro.‖ (4°§)
d) ―Hoje são adultos que falam diversos idiomas” (5°§)
QUEstão 58
Há, entre as duas orações do período, uma relação semântica. Desse modo, sem prejuízo
de sentido, no lugar do ponto e vírgula que as separam poderia ser empregado o seguinte
conectivo:
Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem."
a) desde que
b) contudo
c) visto que
d) como

QUEstão 59
O vocábulo “a” que está presente no título possui a mesma classificação morfológica do
que se encontra destacado em:
a) ―Ocorre que a educação não investe‖ (4°§)
b) ―A mais velha tinha quatro anos...― (5°§)
c) ―A mãe lia para ele histórias infantis‖ (6°§)
d) ―o menino começou a ler antes‖ (6°§)

Redação (domínio da expressão escrita) - Variação linguística:


modalidades do uso da língua e adequação linguística.

QUEstão 01
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Texto II

Ao analisar o nível de linguagem empregado na charge, é correto afirmar que se trata de


um emprego:
a) informal
b) rebuscado
c) figurado
d) técnico

QUEstão 02

Leia o Texto abaixo e responda à pergunta:


Investir na Segurança: Despesa ou Receita
Em se falando de Segurança no Trabalho, nos deparamos com a palavra ACIDENTE.
Numa definição abrangente e genérica, podemos afirmar que ACIDENTE é um evento
indesejável e inesperado que produz desconforto, ferimentos, danos, perdas humanas e
ou materiais. Um acidente pode mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa,
modificar sua razão de viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e nem
da falta de sorte. Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e
pesquisas visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir
seus efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos
conglomerados industriais.
Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual
ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos
países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns
destes países a legislação apresenta certos absurdos como compensação monetária pela
exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e
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empregadores concentrem suas atenções no ―custo‖ da exposição e não na eliminação


da mesma.
(...)
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/investir_seg.html - acesso em
25/04/2016
Assinale a alternativa correta. Pensando nas variantes linguísticas, podemos dizer que este
texto apresenta:
a) Linguagem regional
b) Linguagem formal
c) Linguagem conotativa
d) Linguagem figurativa

QUEstão 03

Que é Segurança do Trabalho?


Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança,
Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas,
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação,
Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência
de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes
profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da empresa
constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares,
como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização
Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016
Hoje em dia, muito se fala sobre as variantes linguísticas e a valorização de todos os
falares, levando em consideração a situação da fala. Com base nesta teoria, assinale a
alternativa que completa corretamente a lacuna:
O texto acima apresentado foi escrito em uma linguagem , levando ao leitor
informações sobre Segurança do trabalho.
a) Formal
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b) Regional
c) Científica
d) Literária

QUEstão 04
COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO
(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou
outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no
sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa que indica a variante linguística
presente.
a) Regional
b) Vulgar
c) Culta
d) Literária
QUEstão 05
Sonhos

Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
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você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.

(Luís Fernando Veríssimo, fragmento)


No fragmento “Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se apagando,”, o
emprego dos pronomes oblíquos em destaque:
a) retrata a variante coloquial
b) ilustra o padrão culto da língua.
c) aponta para uma preferência regional.
d) representa uma exigência da linguagem escrita.

QUEstão 06

O direito à privacidade como elo da cidadania


Quando o STF vier a julgar a ação de inconstitucionalidade movida pela Associação
Nacional dos Editores de Livros contra o artigo do Código Civil que prevê a autorização
para biografias comercializadas, os juízes estarão, mais uma vez, diante do dilema da
Justiça, dos dois pratos da balança e qual deles fazer pesar mais com sua força. A
liberdade de expressão de um lado e o direito à privacidade do outro, e cada juiz,
ainda uma vez, diante do ato de decidir pela garantia de ambos estabelecida na Carta
Magna.
Ora, se preferirem dar ganho de causa à Adin dos editores, fortemente apoiada pelos
meios de comunicação (TVs em especial), estarão contrariando os que, do outro
lado, clamam pela garantia do seu direito à privacidade. Se a estes contemplarem com
seu voto, estarão contrariando os primeiros, os grandes interessados em que vidas
pessoais sejam livremente retratadas, transformadas em ativos comerciais de grande
valor para a montagem do espetáculo midiático que está, hoje em dia, para muito além
do interesse público na circulação da informação, o jornalismo.
Independentemente do que venha a decidir o STF em relação à questão, nós da
associação Procure Saber, no âmbito do nosso pequeno foro e em que pesem as tantas
dúvidas e posições entre nós, resolvemos exercer o nosso direito democrático de
associação, de opinião e de manifestação, levando a público o nosso propósito de
defender o direito à privacidade como elo importante da cadeia da cidadania soberana,
chamando a atenção de toda a sociedade para a necessidade de amplo e profundo debate
em torno desse tema, da delicada situação em que se encontra esse prato da balança do
direito civil em nosso tempo, a privacidade, o que ela significa, o que ainda é possível
fazer para que ela tenha sentido, para que os que ainda nela creem e confiam possam
encontrar nas regras, nas normas e nas leis alguma garantia. O debate afinal toma corpo,
podendo contribuir para posicionamentos mais conscientes, mais maduros e
mais equilibrados sobre que tipo de vida queremos e podemos viver, se os indivíduos
nos confins de suas vidas privadas ainda devem ser levados em conta, ainda
reconhecidos e respeitados em seus direitos ou se já não importam mais.
Temos tido sempre justificado apreço pelos que, ao longo da História, se mostram
capazes de compreender os dilemas e contradições da vida em sociedade e que, apesar
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da dor e do sofrimento dessa condição trágica, estão dispostos a reconhecer de que lado
estão. Como disse Francisco Bosco referindo-se ao dilema entre o interesse público e o
privado, em seu escrito neste jornal, semana passada, é o princípio da soberania
decisória sobre a vida privada que deve prevalecer. É a mesma, nossa opinião.
(Gilberto Gil, O Globo, 15/10/2013)
Quanto à observação das diversas modalidades de uso da língua, percebe-se que o texto de
Gil apresenta:
a) predomínio de registro informal em uma tentativa de aproximar o leitor do posicionamento
defendido.
b) uma linguagem simbólica, comumente explorada em suas canções, com o objetivo de revelar
a subjetividade de seu discurso.
c) a opção por um vocabulário predominantemente técnico em acordo com a temática jurídica
explorada.
d) um registro coloquial, que lança mão de gírias e traços típicos de sua região de origem.
e) predominantemente, a variante formal da língua em adequação ao tipo de texto que produz e
ao veículo em que é publicado.
QUEstão 07
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Em relação ao predomínio da modalidade de uso da Língua empregada no texto, é correto


afirmar que:
a) se trata de um registro informal voltado para um público leitor bem amplo.
b) corresponde a um registro formal com a presença, inclusive de termos técnicos.
c) corresponde a um registro coloquial com o uso de termos técnicos que difcultam a
compreensão.
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d) se trata de um registro informal marcado por inúmeros marcadores de oralidade.


QUEstão 08

Vaca Estrela e Boi Fubá

Seu dotô me dê licença


Pra minha história contar
Hoje eu tô nu‘a terra estranha
E é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
E todo dia aboiava
Na porteira do currá

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Eu sou fio do nordeste


Não nego o meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha meu gadinho
Num é bão nem alembrar
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava aboiar

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Aquela seca medonha


Fez tudo se atrapaiar
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentar
O sertão se esturricou
Fez os açude secar
Morreu minha vaca Estrela
Se acabou meu boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha
Nunca mais pude aboiar

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Hoje nas terra do sul


Longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente
Uma boiada passar
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As água corre dos óio


Começo logo a chorar
Lembro minha vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiar

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Assinale abaixo a alternativa que não apresenta um problema gramatical da mesma natureza
daquele que ocorre no verso “Com sodade do nordeste”:
a) Eu adoro pão com mortandela.
b) Dei uma esmola ao mendingo.
c) Ela nunca tira a sobrancelha.
d) Pegue a bandeija e sirva os convidados.

QUEstão 09

Para responder à questão, leia o texto abaixo, de autoria de Patativa do Assaré:


Vaca Estrela e Boi Fubá
Seu dotô me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô nu‘a terra estranha
E é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
E todo dia aboiava
Na porteira do currá
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Eu sou fio do nordeste
Não nego o meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha meu gadinho
Num é bão nem alembrar
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapaiar
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentar
O sertão se esturricou
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Fez os açude secar


Morreu minha vaca Estrela
Se acabou meu boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha
Nunca mais pude aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Hoje nas terra do sul
Longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente
Uma boiada passar
As água corre dos óio
Começo logo a chorar
Lembro minha vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Assinale abaixo a alternativa que não apresenta um problema gramatical da mesma
natureza daquele que ocorre no verso “Com sodade do nordeste”:
a) Eu adoro pão com mortandela.
b) Dei uma esmola ao mendingo.
c) Ela nunca tira a sobrancelha.
d) Pegue a bandeija e sirva os convidados.

Ortografia, acentuação e pontuação

QUEstão 01

Texto

Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)

A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
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Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A


estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
Em “Quando escrevo „estória‟ eu quero dizer „estória‟. Quando escrevo „história‟ eu
quero dizer „história‟.” (2º§), ocorrem dois períodos. Quanto ao correto emprego da
pontuação, de acordo com a Norma, faz-se um comentário adequado em:
a) O primeiro ponto final deveria ser substituído por uma vírgula.
b) Deveria haver uma vírgula antes de cada uma das duas ocorrências do pronome ―eu‖.
c) Seria obrigatório o emprego de um ponto e vírgula no lugar do primeiro ponto final.
d) Depois de cada uma das duas ocorrências do verbo ―dizer‖ deveria ser empregada uma
vírgula.
e) Caso o primeiro ponto fosse suprimido, não haveria prejuízo para a estrutura sintática do
período.

QUEstão 02

Considere o período e as afirmativas a seguir.


A cerimônia que compareci, foi bem planejada pelos organizadores, onde todos os
elementos estavam harmoniosos

I. A vírgula depois do verbo ―compareci‖ está incorreta, pois separa o sujeito do predicado.
II. Há um problema de regência: o correto seria ―a cerimônia à que compareci‖.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) Nenhuma.
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QUEstão 03
Assinale a alternativa em que as duas palavras devem ser obrigatoriamente acentuadas.
a) Critica – sofa.
b) Violencia – reporter.
c) Enfase – vivencia.
d) Especifica – lamentavel.

QUEstão 04
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
a) Os candidatos que se atrasarem, estarão automaticamente desclassificados.
b) Ele pediu um sorvete e eu uma fatia de pudim.
c) Os livros que foram indicados no edital estão esgotados nas livrarias.
d) Minha mãe disse: -Filha seja mais responsável!

QUEstão 05
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
a) As pessoas que desejarem se inscrever devem acessar o site até dia 15.
b) Pedi a meu amigo José, que me envie seu currículo.
c) O rapaz chegou a tempo porém, não embarcou no trem.
d) Assustado o garoto negou à professora, sua travessura.

QUEstão 06

Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
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Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de
reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)
Dentre as palavras abaixo, presentes no texto, assinale a opção cujo vocábulo é acentuado
por uma regra diferente da que justifica a acentuação dos demais.
a) cérebro.
b) indivíduo.
c) únicos.
d) achávamos.
e) diagnóstico.

QUEstão 07
Texto II
Família
(Titãs, fragmento)

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
Nos três primeiros versos, as vírgulas foram usadas para:
a) indicar uma sequência infinita de termos.
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b) separar elementos de uma enumeração.


c) marcar uma pausa longa entre as palavras.
d) enumerar termos de classes gramaticais distintas.

QUEstão 08
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:

1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes

Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque foi escrita com letra maiúscula por se
tratar de:
a) um erro de grafia.
b) um destaque do autor
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c) um substantivo próprio.
d) um substantivo coletivo.

QUEstão 09

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
O emprego das reticências no título, sugere:
a) a incapacidade do autor em completar a ideia.
b) a caracterização de uma enumeração infinita.
c) um convite para que o leitor reflita sobre o tema.
d) a sinalização de um questionamento do leitor.
e) a representação de uma ideia polêmica.

QUEstão 10

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)

Utilize o Texto I para responder a questão.


O emprego das reticências no título, sugere:
a) a incapacidade do autor em completar a ideia.
b) a caracterização de uma enumeração infinita.
c) um convite para que o leitor reflita sobre o tema.
d) a sinalização de um questionamento do leitor.
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e) a representação de uma ideia polêmica.

QUEstão 11

Texto
Minhas
Maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
O emprego da vírgula justifca-se por:
a) isolar uma oração subordinada adverbial.
b) marcar a presença de um aposto explicativo.
c) separar orações coordenadas assindéticas.
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d) indicar a presença de um vocativo.


e) acompanhar um termo deslocado da ordem direta.

QUEstão 12

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:

“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
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O emprego da vírgula justifica-se por:


a) isolar uma oração subordinada adverbial.
b) marcar a presença de um aposto explicativo.
c) separar orações coordenadas assindéticas.
d) indicar a presença de um vocativo.
e) acompanhar um termo deslocado da ordem direta.

QUEstão 13 Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. Homem maduro não bebe, vai à
praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. A maturidade faz com que
ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
Considere o fragmento abaixo para responder a questão:
―Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.‖ (17º§)
O emprego da vírgula justifica-se por:
a) isolar uma oração subordinada adverbial.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) marcar a presença de um aposto explicativo.


c) separar orações coordenadas assindéticas.
d) indicar a presença de um vocativo.
e) acompanhar um termo deslocado da ordem direta.

QUEstão 14

Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo
na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou,
em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em
18/09/16)
A pontuação empregada em “Das pessoas. Da própria família. Dos amigos.” (3º§) cumpre
um papel expressivo ao gerar o seguinte efeito:
a) ritmo mais rápido do que com o emprego das vírgulas
b) ênfase a cada um dos termos da enumeração
c) hierarquização de valor aos termos da enumeração
d) ressignificação do sentido dos termos empregados
e) atribuição e valor imperativo aos termos enumerados
QUEstão 15

Texto
Setenta anos, por que não?
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Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na
poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em
horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a
“beleza” ” (3º§) permitem a leitura de uma crítica à ideia de que:
a) cada idade tem sua beleza própria
b) a beleza só está associada à juventude
c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior
d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo
e) trabalhando a mente, o corpo fica belo

QUEstão 16
A pontuação empregada em “Das pessoas. Da própria família. Dos amigos.” (3º§) cumpre
um papel expressivo ao gerar o seguinte efeito:
a) ritmo mais rápido do que com o emprego das vírgulas
b) ênfase a cada um dos termos da enumeração
c) hierarquização de valor aos termos da enumeração
d) ressignificação do sentido dos termos empregados
e) atribuição e valor imperativo aos termos enumerados

QUEstão 17
Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada.
a) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu
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b) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um barulho estranho


c) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja
d) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia

QUEstão 18
Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego
do acento circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo conjugado no passado) para diferenciá-la de
'pode' (o verbo conjugado no presente).
( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá a mesma grafia de 'por' (preposição),
diferenciando-se pelo contexto de uso.
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos crer, dar, ler, ter, vir e seus derivados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V F F
b) F V F
c) F F V
d) F VV
QUEstão 19

Assinale a locução que não deve ser grafada com hífen de acordo com o Novo Acordo
Ortográfico.
a) cor-de-rosa
b) pingue-pongue
c) mato-grossense
d) manda-chuva

QUEstão 20

Texto I
A Angústia
Quem não sabe como vencer o estado de angústia, dê uma olhada para o desespero
alheio.
Aos ouvidos das lebres chega, de repente, um violento estrépito1. Elas então pensam
ter chegado a hora de pôrtermo à vida porque não sabiam como livrar-se de tanto temor.
Assim, (apavoradas), chegam à beira de uma lagoa com o intento de lançaram-se na
água e afogarem-se.
À chegada daquele batalhão de lebres, as rãs fogem aterrorizadas. Então uma das
lebres fala: ―Há gente com medo de nós. Vamos prosseguir vivendo como todos os
outros fazem.‖
Refeitas do susto, as lebres retomaram a sua vida de rotina saltitante.
1
barulho
(Fedro, Fábulas. São Paulo: Editora Escala, 2008 )
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A palavra “angústia” (1°§) recebe acento agudo em função da seguinte regra de


acentuação:
a) paroxítona terminada em ditongo crescente
b) acentuam-se todas as proparoxítonas
c) paroxítona terminada em vogal
d) oxítona termina em ―ia‖

QUEstão 21
Minhas maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
Mario Prata
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
(...)
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
(...)
Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? Muda muito de opinião.
Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
(...)
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda,
2001, pág. 99.
Analise a afirmativa abaixo e assinale a alternativa que apresenta erro de língua
portuguesa.
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“E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.”
a) o amarrar
b) menos incômoda
c) do sapato
d) mais tranqüilo

QUEstão 22

Leia o Texto abaixo e responda à pergunta:


Investir na Segurança: Despesa ou Receita
Em se falando de Segurança no Trabalho, nos deparamos com a palavra ACIDENTE.
Numa definição abrangente e genérica, podemos afirmar que ACIDENTE é um evento
indesejável e inesperado que produz desconforto, ferimentos, danos, perdas humanas e
ou materiais. Um acidente pode mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa,
modificar sua razão de viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e nem
da falta de sorte. Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e
pesquisas visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir
seus efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos
conglomerados industriais.
Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual
ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos
países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns
destes países a legislação apresenta certos absurdos como compensação monetária pela
exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e
empregadores concentrem suas atenções no ―custo‖ da exposição e não na eliminação
da mesma.
(...)
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/investir_seg.html - acesso em
25/04/2016
Com relação às novas regras de acentuação ortográfica, analise a afirmativas abaixo e dê
valores Verdadeiro (V) ou Falso (F)
( ) a palavra ―prevêntivas‖ passa a ter acento circunflexo
( ) a palavra ―indesejável‖ mantém o acento agudo
( ) a palavra ―caráter‖ mantém o acento agudo
( ) a palavra ―negócios‖ perde o acento agudo
a) F- V - V - F
b) V - F -V - F
c) F- F- F- V
d) V - V - V – F

QUEstão 23
Leia a afirmativa abaixo, retirada do texto, e assinale a resposta correta:
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“Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual ou


coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos países
em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas.”
a) O trecho apresenta erro de colocação de plural em ― cidadão‖
b) O trecho apresenta erro de pontuação em ―(...) cidadãos, ao passo (...)‖.
c) A palavra ―países‖ não deve ser acentuada neste caso.
d) O trecho apresenta erro de pontuação em ―(...) individual ou coletivo, são aplicadas (...)‖.

QUEstão 24
Abaixo se apresenta um trecho da obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, com
várias opções de pontuação. Assinale a alternativa em que todas as vírgulas estão
colocadas corretamente.
a) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, mantinham em tensão os
carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.
b) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, mantinham em tensão os
carros, avançando recuando como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.
c) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal, da embraiagem, mantinham em tensão os
carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos, que sentissem vir no ar a chibata.
d) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem mantinham em tensão, os
carros avançando recuando, como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.

QUEstão 25
Que é Segurança do Trabalho?
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança,
Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas,
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação,
Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência
de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes
profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da empresa
constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares,
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como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização


Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
http://www.areasea.com/sea/ - acesso em 24/04/2016
Em textos em Língua Portuguesa sabe-se que a alteração de pontuação pode prejudicar a
organização do texto e, muitas vezes, mudar o sentido da frase. Leia a sentença abaixo e
indique a alternativa em que a alteração da pontuação mantém o texto correto:
“O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.”
a) O quadro de Segurança do Trabalho, de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.
b) O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa, compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.
c) O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por: Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.
d) O quadro de, Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se, de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.

QUEstão 26
O novo acordo ortográfico nos apresentou algumas alterações de acentuação de palavras
em Língua Portuguesa. Leia as alternativas abaixo e assinale a que apresenta somente
palavras acentuadas corretamente.
a) Seqüência, idéia, caráter, bóia, saúde.
b) Sequência, idéia, carater, bóia, saúde
c) Sequência, ideia, caráter, boia, saúde.
d) Seqüência, ideia, caráter, bóia, saude.

QUEstão 27

O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos


ensejados pela escola latino-americana
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de
comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos
em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da
comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos
passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste
período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de
(in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias
na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos
meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas
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tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tomam-se cada


vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução
industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de
comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos
meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta
forma, estudaras mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É
necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo
resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir
algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes
colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste
mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão
contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.
http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista6/artiao%206-3.htm - acesso em
03/05/2016.
Leia a citação abaixo e assinale a alternativa em que a alteração de pontuação não deixa a
frase incorreta.
Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional
tornam-se cada vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
a) Com as novas tecnologias a velocidade da informação e o processo comunicacional, tornam-
se cada vez mais complexos e, conseqüentemente de mais difícil compreensão.
b) Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tornam-
se cada vez mais complexos e, conseqüentemente, de mais difícil compreensão.
c) Com as novas tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tornam-
se cada vez mais complexos e, conseqüentemente de mais difícil compreensão.
d) Com as novas tecnologias, a velocidade da informação, e o processo comunicacional tornam-
se cada vez mais complexos e conseqüentemente, de mais difícil compreensão.

QUEstão 28
Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não apresenta erro ortográfico.
a) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
b) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
c) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
d) Procrastinar – idiossincrasisia-abduzir

QUEstão 29

COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO


(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou
outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no
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sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Leia a frase abaixo e assinale a alternativa correta. Por meio dos autores reunidos por
Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade remete ao sentimento de vida em
comum fundado nas relações de parentesco e vizinhança, baseado na reciprocidade,
norteado por laços afetivos que ligam indivíduos que convivem em um mesmo espaço
físico e nele adquirem os recursos básicos para a sua subsistência.
a) A palavra ―ideia‖ apresenta erro de acentuação gráfica;
b) A virgula após a palavra ―vizinhança‖ deve deixar de existir, pois apresenta erro de
pontuação;
c) A palavra ―indivíduos‖ está escrita errada por não existir mais o acento, segundo a nova
reforma ortográfica;
d) Segundo o novo acordo ortográfico as palavras estão acentuadas corretamente.
QUEstão 30
Assinale a alternativa que não indica problema de pontuação.
a) A comunicação, é muito importante para a convivência em comunidade.
b) A comunicação é muito importante para a convivência em comunidade.
c) A comunicação é muito importante, para a convivência em comunidade.
d) A comunicação, é muito importante, para a convivência em comunidade.

QUEstão 31
Aprendendo a pensar
(Frei Beto)

Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
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As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,


distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de
cérebro sadio. Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música,
computação etc. São pessoas felizes, com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um
professor que adotou o método dele, foi recebido por uma orquestra de crianças; todas
tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender
um instrumento musical ou se autoalfabetizar sem curso específico de alfabetização.
Isso foi testado na minha família e deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado
através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e, em seguida, fazia fichas de
palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a escola.
[...]

(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.


Dhp?artld=5069. Acesso em 27/12/15, adaptado)
Há, entre as duas orações do período, uma relação semântica. Desse modo, sem prejuízo
de sentido, no lugar do ponto e vírgula que as separam poderia ser empregado o seguinte
conectivo:
Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem."
a) desde que
b) contudo
c) visto que
d) como
QUEstão 32
Todas as palavras listadas abaixo são acentuadas em função da mesma regra, EXCETO:
a) ―cérebro‖ (4°§)
b) ―esqueléticas‖ (5°§)
c) ―método‖ (5°§)
d) ―incorrigíveis‖ (5°§)

QUEstão 33
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz
levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do
corpo. Mas como anda a dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que
me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando
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pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta.
Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A
informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a
gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da
cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma
estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o
litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos
gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas,
abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao
encontro de tudo que não tem regra, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que
ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é
surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir,
sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não
conhece. Olhe para a sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um
turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço
diante de uma vida que, se eu me descuido, se torna repetitiva, monótona, entediante.
Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no
cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos meus dias é tão intenso que às
vezes a gente se esquece de se alimentar direito.
Considerando o contexto, percebe-se que, em todas as alternativas abaixo, a vírgula foi
empregada pela mesma razão, EXCETO em:
a) ―estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas‖ (2º§)
b) ―Revista, jornal, internet‖ (3º§)
c) ―abrace forte, sorria, permita que o cacem também.‖ (5º§)
d) ―Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa.‖ (3º§)
e) ―Arroz, feijão, bife, ovo.‖ (7º§)

QUEstão 34

Texto

Bem-vindo. E parabéns. Estou encantado com seu sucesso. Chegar aqui não foi fácil,
eu sei. Na verdade, suspeito que foi um pouco mais difícil do que você imagina.
Para início de conversa, para você estar aqui agora, trilhões de átomos agitados
tiveram de se reunir de uma maneira, intricada e intrigantemente providencial a fim de
criá-lo. É uma organização tão especializada e particular que nunca antes foi tentada e
só existirá desta vez. Nos próximos anos (esperamos), essas partículas minúsculas se
dedicarão totalmente aos bilhões de esforços jeitosos e cooperativos necessários para
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mantê-lo intacto e deixá-lo experimentar o estado agradabilíssimo, mas ao qual não


damos o devido valor, conhecido como existência.
Por que os átomos se dão esse trabalho é um enigma. Ser você não é uma experiência
gratificante no nível atômico. Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na
verdade nem ligam para você - eles nem sequer sabem que você existe. Não sabem nem
que eles existem. São partículas insensíveis, afinal, e nem estão vivas. (A ideia de que
se você se desintegrasse, arrancando com uma pinça um átomo de cada vez, produziria
um montículo de poeira atômica fina, sem nenhum sinal de vida, mas que constituiria
você, é meio sinistra.) No entanto, durante sua existência, eles responderão a um só
impulso dominante: fazer com que você seja você.
(BRYSON, Bill. Breve história de quase tudo. Trad. de Ivo Korytowski. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005. p. 11)
No trecho “Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade nem ligam para
você" (3°§), a pontuação não está de acordo com o que prescreve a norma padrão da
Língua. Nesse sentido, assinale a reescritura que corrija o problema de pontuação.
a) ―Apesar de toda a atenção dedicada seus átomos, na verdade, nem ligam para você"
b) ―Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade nem ligam, para você"
c) "Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade, nem ligam, para você"
d) ―Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos, na verdade, nem ligam para você"

QUEstão 35

Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
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médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando
Veríssimo)
Em “Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos.” (5°§), a pontuação
confere um sentido expressivo ao texto, ilustrando, por parte do narrador, uma
linguagem:
a) pessimista
b) esperançosa
c) insegura
d) objetiva

QUEstão 36
Plataforma

O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o
tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se
transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que
acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que
pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se
diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora,
quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas
semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente
demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto
mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma".
"Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao
pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de
Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização
do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem
o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido.
Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da
Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares
de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que
desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor
importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de
menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que
escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio
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recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar
uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os
moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas
bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de
atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura
que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal
deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com
que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se
paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão
poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do
contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito
organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o
minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

(Artur Xexéo. Revista O Globo,


dezembro de 2011)
Ao longo do texto, faz-se a utilização intensa das aspas. Assinale a alternativa que justifica
corretamente o emprego desse sinal de pontuação nos trechos em destaque abaixo:

I. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba―Plataforma"


II. A escola ―inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto.
III. ―Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde
se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?"

a) Nos três casos as aspas marcam a citação do discurso alheio.


b) No primeiro e no segundo casos, temos exemplo de ironia, ao passo que, no terceiro, as aspas
marcam a fala literal de um morador insatisfeito.
c) No primeiro trecho, as aspas ocorrem porque o autor está citando seu próprio texto; na
seq ência, temos uma ironia e uma reflexão pessoal do autor.
d) No primeiro e no terceiro casos, temos a citação do discurso alheio, e no segundo destaca-se,
positivamente, a atitude da escola.
e) Respectivamente, temos: o nome de uma obra, o questionamento de uma atitude e o discurso
direto.
QUEstão 37

Texto

O amor acaba

(Paulo Mendes Campos)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
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elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos


soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

A pontuação, no texto, cumpre um papel expressivo e delimita sua estrutura sintática. Nesse
sentido, é correto afirmar que o texto apresenta:
a) apenas duas orações absolutas.
b) dois períodos compostos.
c) apenas uma frase nominal.
d) um período simples e um composto.
e) mais de dois períodos simples.

QUEstão 38
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Texto

O amor acaba
(Paulo Mendes Campos)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles momos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
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A pontuação, no texto, cumpre um papel expressivo e delimita sua estrutura sintática.


Nesse sentido, é correto afirmar que o texto apresenta:
a) apenas duas orações absolutas.
b) dois períodos compostos.
c) apenas uma frase nominal.
d) um período simples e um composto.
e) mais de dois períodos simples.

QUEstão 39

Texto

Férias – cuidados com crianças

O verão começou no dia 21 de dezembro e a estação é sinônimo de férias escolares


para crianças. Mas elas precisam de cuidados redobrados para curtir o sol, praia,
piscinas e parques com segurança. Por isso, os pais devem se informar para evitarem
doenças e acidentes comuns nesta época do ano.
Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que
significa que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário. Quando
se fala em crianças, o assunto fica ainda mais sério. Como as crianças são mais
sensíveis que adultos, é preciso atenção para exposição a raios solares e a adoção de
cuidados especiais.
[...]

Roupas adequadas

Devido ao calor e ao aumento da sudorese (suor), as roupas devem ser de algodão,


finas e folgadas de modo a
permitir uma maior ventilação, facilitando a evaporação do suor. Roupas íntimas
também devem ser de algodão, evitando- se tecidos sintéticos.
Na praia, sungas e biquínis são os trajes ideais, porém deve-se tomar cuidado com o
hábito de ficar com a roupa
molhada após sair da praia, isso favorece o surgimento de micoses da pele.
As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta. Para a
prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com
frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma
boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas
pode levar a problemas de pele.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-


saude/4535/-1/os- cuidados-para-curtir-o-verao-com-as-criancas.html. Acesso em:
08/01/2015,
adaptado)
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Observe que a palavras “exposição” escreve-se com “-X”. Desse modo, assinale a opção em
que se ERRA na escrita da palavra ao empregar essa letra.
a) exame
b) axei
c) táxi
d) deixei

QUEstão 40
As palavras terminadas em “-ão” podem trazer dúvidas quanto à flexão de número. Por
exemplo, “estação” tem como plural, “estações”. Assinale a opção em que ERRA na
indicação do plural.
a) balão – balãos
b) alemão – alemães
c) opinião – opiniões
d) cristão – cristãos

QUEstão 41

Texto I

O que é filosofia?

Querida Sofia,

Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
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outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.

(GAARDER, Jostein. O mundo


de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.24-25)

―Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que
todo mundo precise?‖ (6º §)

A pontuação cumpre papel essencial na delimitação das ideias apresentadas em um texto.


Desse modo, pode-se afirmar que o conteúdo entre vírgulas expressa, em relação ao
restante do fragmento, um sentido de:
a) tempo
b) causa
c) modo
d) concessão

QUEstão 42
Notícia de Jornal
(Fernando Sabino)
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em
pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para
finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do
Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio
ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que
o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em
homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem
ser identificado. Nada se sabe dele,senão que morreu de fome.
Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem
caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um
pária,um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa - não é um homem. E os outros
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homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas
horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo,
desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem
continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e
sem perdão.
Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer
de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu
de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de
fome,pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer
senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento
dos outros homens.Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no
centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um
homem morreu de fome.

(Disponível
em http://www.fotolog.com.br/spokesman_/70276847/: Acesso em 10/09/14)

Assinale a alternativa que melhor explica a função do travessão no fragmento transcrito a


seguir:

“Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma


coisa - não é um homem.” (5º §)
a) Separar a opinião do jornal da opinião do narrador, contrastando-as;
b) Destacar a opinião do jornal, confirmando o vínculo com as notícias;
c) Evidenciar uma postura crítica dividindo-a em duas partes: as críticas feitas sobre o homem e
a negação de sua humanidade em função delas.
d) Mostrar a opinião do narrador, que se influenciou pelo julgamento desumano dos passantes.
e) Ratificar a opinião pública, na qual se incluem sociedade e autoridades, e com a qual o autor
comunga.

QUEstão 43
Sobre o fragmento a seguir, considerando as afirmativas abaixo, assinale a alternativa correta:

“O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da
Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome” (3º §)

I. Os comentários entre parênteses simbolizam o pensamento do comissário, que também ficou


consternado com a morte do homem.
II. Nas duas ocorrências, o ―que‖ não serve, exatamente, aos mesmos propósitos sintáticos.
III. A vírgula poderia ser suprimida, não havendo infração a nenhuma regra nem qualquer
alteração de sentido.
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IV. Essa passagem ilustra um caso de discurso direto, caracterizado pela presença de
verbo dicendi ou de elocução e da conjunção integrante.
a) Somente a afirmativa IV está correta.
b) As afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Somente a afirmativa II está correta.
e) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.

QUEstão 44

Texto III

Corrida contra o ebola

Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África Ocidental despertou a atenção
da comunidade internacional, mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes.
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições
sanitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a
Organização Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente
expressivo de profissionais para atuar nessas localidades afetadas.
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas
financeiros. Só 20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos
países-membros – o restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6
bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais
ênfase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e
diabetes.O departamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e
integrado a outros. Muitos profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade
da situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de
Genebra, cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central
na África Ocidental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo
Estados Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa
e Guiné, respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo
perdido conta a favor da doença.
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(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-


corrida-contra-o-ebola.shtml: Acesso em: 08/09/2014)

Os fragmentos ―somente no ano de 2013‖(5º§) e ―cidade suíça sede da OMS‖ (8º§) estão
marcados por vírgula pois:
a) são adjuntos adverbiais empregados na ordem inversa.
b) o primeiro é um adjunto adverbial deslocado e o segundo, um aposto.
c) são exemplos de apostos com caráter explicativo.
d) o primeiro é um aposto e o segundo adjunto adverbial deslocado.
e) ambos são exemplos de adjuntos adnominais deslocados.

QUEstão 45

Eficiência militar
(Historieta Chinesa)

LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, Império da China, Celeste Império, Império do


Meio, nome que lhe vai a calhar, notava que o seu exército provincial não apresentava
nem garbo marcial, nem tampouco, nas últimas manobras, tinha demonstrado grandes
aptidões guerreiras.

Como toda a gente sabe, o vice-rei da província de Cantão, na China, tem atribuições
quase soberanas. Ele governa a província como reino seu que houvesse herdado de seus
pais, tendo unicamente por lei a sua vontade.

Convém não esquecer que isto se passou, durante o antigo regime chinês, na vigência
do qual, esse vice-rei tinha todos os poderes de monarca absoluto, obrigando-se
unicamente a contribuir com um avultado tributo anual, para o Erário do Filho do Céu,
que vivia refestelado em Pequim, na misteriosa cidade imperial, invisível para o grosso
do seu povo e cercado por dezenas de mulheres e centenas de concubinas. Bem.

Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô começou a
meditar nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força
armada maior rendimento militar. Mandou dobrar a ração de arroz e carne de cachorro,
que os soldados venciam. Isto, entretanto, aumentou em muito a despesa feita com a
força militar do vice-reinado; e, no intuito de fazer face a esse aumento, ele se lembrou,
ou alguém lhe lembrou, o simples alvitre de duplicar os impostos que pagavam os
pescadores, os fabricantes de porcelana e os carregadores de adubo humano - tipo dos
mais característicos daquela babilônica cidade de Cantão.

Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia
aplicado nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.

Determinou que se realizassem manobras gerais, na próxima primavera, por ocasião de


florirem as cerejeiras, e elas tivessem lugar na planície de Chu-Wei-Hu - o que quer
dizer na nossa língua: ―planície dos dias felizes‖. As suas ordens foram obedecidas e
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cerca de cinqüenta mil chineses, soldados das três armas, acamparam em Chu-Wei-Hu,
debaixo de barracas de seda. Na China, seda é como metim aqui.

Comandava em chefe esse portentoso exército, o general Fu-Shi-Tô que tinha começado
a sua carreira militar como puxador de tílburi* em Hong-Kong. Fizera-se tão destro
nesse mister que o governador inglês o tomara para o seu serviço exclusivo.

Este fato deu-lhe um excepcional prestígio entre os seus patrícios, porque, embora os
chineses detestem os estrangeiros, em geral, sobretudo os ingleses, não deixam,
entretanto, de ter um respeito temeroso por eles, de sentir o prestígio sobre humano dos
―diabos vermelhos‖, como os chinas chamam os europeus e os de raça europeia.

Deixando a famulagem do governador britânico de Hong- Kong,Fu-Shi-Tô não podia


ter outro cargo, na sua própria pátria, senão o de general no exército do vice-rei de
Cantão. E assim foi ele feito, mostrando-se desde logo um inovador, introduzindo
melhoramentos na tropa e no material bélico, merecendo por isso ser condecorado, com
o dragão imperial de ouro maciço. Foi ele quem substituiu, na força armada cantonesa,
os canhões de papelão, pelos do Krupp; e, com isto, ganhou de comissão alguns bilhões
de taels* que repartiu com o vice-rei. Os franceses do Canet queriam lhe dar um pouco
menos, por isso ele julgou mais perfeitos os canhões do Krupp, em comparação com os
do Canet. Entendia, a fundo, de artilharia, o ex-fâmulo do governador de Hong-Kong.

O exército de Li-Huang-Pô estava acampado havia um mês, nas ―planícies dos dias
felizes‖, quando ele se resolveu a ir assistir-lhe as manobras, antes de passar-lhe a
revista final.

O vice-rei, acompanhado do seu séquito, do qual fazia parte o seu exímio cabeleireiro
Pi-Nu, lá foi para a linda planície, esperando assistir a manobras de um verdadeiro
exército germânico. Antegozava isso como uma vítima sua e, também, como
constituindo o penhor de sua eternidade no lugar rendoso de quase rei da rica província
de Cantão. Com um forte exército à mão, ninguém se atreveria a demiti-lo dele. Foi.

Assistiu às evoluções com curiosidade e atenção. A seu lado, Fu-Shi-Pô explicava os


temas e os detalhes do respectivo desenvolvimento, com a abundância e o saber de
quem havia estudado Arte da Guerra entre os varais de um cabriolet*.

O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa,
rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos
comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser
uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de
vice-rei de Cantão. Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:

- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima, Graciosíssima,


Altíssima e Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de remediar.
- Como? perguntou o vice-rei.
- É simples. O uniforme atual muito se parece com o alemão: mudemo-lo para uma
imitação do francês e tudo estará sanado.
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Li-Huang-Pô pôs-se a pensar, recordando a sua estadia em Berlim, as festas que os


grandes dignatários da corte de Potsdam lhe fizeram, o acolhimento do Kaiser e,
sobretudo, os taels que recebeu de sociedade com o seu general Fu-ShiPô... Seria uma
ingratidão; mas... Pensou ainda um pouco; e, por fim, num repente, disse
peremptoriamente:
- Mudemos o uniforme; e já!

(Lima Barreto)

*tael:unidade monetária e de peso da China;


*cabriolet:tipo de carruagem;
*tílburi: carro de duas rodas e dois assentos comandados por um animal.
*famulagem:grupo de criados

Sobre a utilização das reticências, no penúltimo parágrafo, e o contexto em que elas aparecem
pode-se afirmar que:
a) sugerem que o vice-rei está decidido quanto à proposta do general visto que precisa manter
seu privilégios.
b) evidenciam hesitação por parte do vice-rei, que se relembra dos benefícios obtidos com a
proximidade alemã.
c) demonstram surpresa com a proposta do general, já que ambos foram amplamente
beneficiados com a proximidade dos alemães.
d) ratificam a afinidade ideológica com o exército francês, de quem pretendem copiar os
uniformes e as táticas de guerra.

QUEstão 46

Texto 1

Ética e moral: que significam?


(Leonardo Boff)

Face à crise generalizada de ética e de moral, importa resgatar o sentido originário


das palavras. Ética e moral é a mesma coisa? É e não é.

1. O significado de ética

Ética é um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações que valem


para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade. Que significa agir
humanamente?
O primeiro princípio do agir humano, chamado por isso de regra de ouro, é esse:
―não faças ao outro o que não queres que te façam a ti". Ou positivamente: ―faça ao
outro o que queres que te façam a ti". Esse princípio áureo pode ser traduzido também
pela expressão de Jesus, testemunhada em todas as religiões: ―ama o próximo como a ti
mesmo". É o princípio do amor universal e incondicional. Quem não quer ser amado?
Quem não quer amar? Alguém quer ser odiado ou ser tratado com fria indiferença?
Ninguém.
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Outro princípio da humanidade essencial, é o cuidado. Toda vida precisa de


cuidado. Um recém-nascido deixado à sua própria sorte morre poucas horas após. O
cuidado é tão essencial que, se bem observarmos, tudo o que fazemos vem
acompanhado de cuidado ou falta de cuidado. Se fazemos com
cuidado, tudo pode dar certo e dura mais. Tudo o que amamos também cuidamos.
A ética do cuidado hoje é fundamental: se não cuidarmos do planeta Terra, ele
poderá sofrer um colapso e destruir as condições que permitem o projeto planetário
humano. A própria política é o cuidado para com o bem do povo.
Outro princípio reside da solidariedade universal. Se nossos pais não fossem
solidários conosco quando nascemos e nos tivessem rejeitado, não estaríamos aqui para
falar de tudo isso. Se na sociedade não respeitamos as normas coletivas em
solidariedade para com todos, a vida seria
impossível. A solidariedade para existir de fato precisa sempre ser solidariedade a partir
de baixo, dos últimos e dos que mais sofrem. A solidariedade se manifesta então como
com-paixão. Com-paixão quer dizer ter a mesma paixão que o outro, alegrar- se com o
outro, sofrer com o outro para que nunca se sinta só em seu sofrimento, construir junto
algo bom para todos.
Pertence também à humanidade essencial a capacidade e a vontade de perdoar.
Todos somos falíveis, podemos errar involuntariamente e prejudicar o outro
conscientemente. Como gostaríamos de ser perdoados, devemos também nós perdoar.
Perdoar significa não deixar que o erro e o ódio tenham a última palavra. Perdoar é
conceder uma chance ao outro para que possa refazer as relações boas.
Tais princípios e inspirações formam a ética. Sempre que surge o outro diante de
mim, ai surge o imperativo ético de tratá-lo humanamente. Sem tais valores a vida se
torna impossível.
Por isso, ethos, donde vem ética, significava para os gregos, a casa. Na casa cada
coisa tem seu lugar e os que nela habitam devem ordenar seus comportamentos para
que todos possam se sentir bem. Hoje a casa não é apenas a casa individual de cada
pessoa, é também a cidade, o estado e o planeta Terra como casa comum. Eis, pois, o
que é a ética. Vejamos agora o que é moral.

2. O significado de moral

A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre
diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do seu jeito o amor, o
cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente chamamos de moral. Ética
existe uma só para todos. Moral existem muitas,
consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida. Vamos dar
um exemplo. Importante é ter uma casa(ética). O estilo e a maneira de construí-la pode
variar (moral). Pode ser simples, rústica, moderna, colonial, gótica, contanto que seja
casa habitável. Assim é com a ética e a
moral.
Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam caber
inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso mínimo no qual
todos se possam encontrar. E ao mesmo tempo, respeitar as maneiras diferentes como
os povos organizam a ética, dando origem
às várias morais, vale dizer, os vários modos de organizar a família, de cuidar das
pessoas e da natureza, de estabelecer os laços de solidariedade entre todos, os estilos de
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manifestar o perdão.
A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana e à preservação da
Casa Comum, a única que temos que é o Planeta Terra.

(Disponível em: http://www.leonardoboff.com/site/vista/outros/etic...


Acesso em:07/10/2014)
Para resolver a questão, considere o primeiro parágrafo do texto como o trecho “Ética é um
conjunto...”.

Assinale a opção em que se percebe um erro pela presença da vírgula.


a) ―Outro princípio da humanidade essencial, é o cuidado. ―(3°§)
b) ―se não cuidarmos do planeta Terra, ele poderá sofrer um colapso‖ (4°§)
c) ―A solidariedade para existir de fato precisa sempre ser solidariedade a partir de baixo, dos
últimos‖ (5°§)
d) ―Eis, pois, o que é a ética.‖ (7°§)

QUEstão 47

Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa

Tá vendo aquele edifício, moço?


Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto


Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
―Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?‖

Meu domingo tá perdido


Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?


Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
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Fiz a massa, pus cimento


Ajudei a rebocar

Minha filha inocente


Vem pra mim toda contente
―Pai, vou me matricular‖
Mas me diz um cidadão
―Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar‖

Essa dor doeu mais forte


Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?


Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena


Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
―Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar‖
As aspas, na segunda estrofe, foram utilizadas para:
a) dar ênfase ao que se diz.
b) introduzir um discurso que não é do enunciador.
c) indicar que os termos estão empregados em sentido figurado.
d) marcar uma conotação irônica.

QUEstão 48
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Texto

Gente-casa

Existe gente-casa e gente-apartamento. Não tem nada a ver com tamanho: há pessoas pequenas
que você sabe, só de olhar, que dentro têm dois pisos e escadaria, e pessoas grandes com um interior
apertado, sala e quitinete. Também não tem nada a ver com caráter. Gente-casa não é
necessariamente melhor do que gente-apartamento. A casa que alguns têm por dentro pode estar
abandonada, a pessoa pode ser apenas uma fachada para uma armadilha ou um bordel. Já uma
pessoa- apartamento pode ter um interior simples mas bem ajeitado e agradável. É muito melhor
conviver com um dois quartos, sala, cozinha e dependências do que com um labirinto.
Algumas pessoas não são apenas casas. São mansões. Com sótão e porão e tudo que eles,
comportam, inclusive baús antigos, fantasmas e alguns ratos. É fascinante quando alguém que você
não imaginava ser mais do que um apartamento com, vá lá, uma suíte, de repente se revela um
sobrado com pátio interno, adega e solário. É sempre arriscado prejulgar: você pode começar um
relacionamento com alguém pensando que é um quarto-e-sala conjugado e se descobrir perdido em
corredores escuros, e quando abre a porta, dá no quarto de uma tia louca. Pensando bem, todo
mundo tem uma casa por dentro, ou no mínimo, bem lá no fundo, um porão. Ninguém é simples.
Tudo, afinal, é só a ponta de um iceberg (salvo ponta de iceberg, que pode ser outra coisa) e muitas
vezes quem aparenta ser apenas uma cobertura funcional com qrt. sal. avab. e coz. só está
escondendo suas masmorras.

(VERlSSIMO, Luís Fernando.O Melhor das Comédias da Vida Privada. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2004)

Na construção do termo “gente-casa”, o autor explora possibilidades de arranjos


morfológicos e o potencial de formação de palavras na Língua. Observe as afirmações
abaixo:

I. ―gente‖ é o termo determinado do composto.


II. ―casa‖ é o termo determinante do composto.
III. O hífen foi utilizado para marcar uma unidade morfológica e semântica.
IV. O processo que originou tal construção foi a derivação.

São corretas as seguintes afirmações:


a) I e II apenas.
b) II e IV apenas.
c) I, II e III apenas.
d) III e IV apenas.

QUEstão 49

Prazeres mútuos
(Danuza Leão)
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É normal, quando você vê uma criança bonita, dizer ―mas que linda‖, ―que olhos
lindos‖, ou coisas no gênero. Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente quando
se trata de uma criança ou até de um cachorrinho, dificilmente fazemos a um adulto.
Isso me ocorreu quando outro dia conheci, no meio de várias pessoas, uma moça que
tinha cabelos lindos. Apesar da minha admiração, fiquei calada, mas percebi minha
dificuldade, que aliás não é só minha, acho que é geral. Por que eu não conseguia
elogiar seus cabelos?
Fiquei remoendo meus pensamentos (e minha dificuldade), fiz um esforço (que
não foi pequeno) e consegui dizer: ―que cabelos lindos você tem‖. Ela, que estava séria,
abriu um grande sorriso, toda feliz, e sem dúvida passou a gostar um pouquinho de mim
naquele minuto, mesmo que nunca mais nos vejamos.
Fiquei pensando: é preciso se exercitar e dizer coisas boas às pessoas, homens e
mulheres, quando elas existem. Não sei a quem faz mais bem, se a quem ouve ou a
quem diz; mas por que, por que, essa dificuldade? Será falta de generosidade? Inveja?
Inibição? Há quanto tempo ninguém diz que você está linda ou que tem olhos lindos,
como ouvia quando criança? Nem mesmo quando um homem está paquerando uma
mulher ele costuma fazer um elogio, só alguns, mais tarde, num momento de intimidade
e quando é uma bobagem, como ―você tem um pezinho lindo‖. Mas sentar numa mesa
para jantar pela primeira vez, só os dois, e dizer, com naturalidade, ―que olhos lindos
você tem‖, é difícil de acontecer.
Notar alguma coisa de errado é fácil; não se diz a ninguém que ele tem o nariz
torto, mas, se for alguém que estiver em outra mesa, o comentário é espontâneo e
inevitável. Podemos ouvir que a alça do sutiã está aparecendo ou que o rímel escorreu,
mas há quanto tempo você não ouve de um homem que tem braços lindos? A não ser
que você seja modelo ou miss - e aí é uma obrigação elogiar todas as partes do seu
corpo-, os homens não elogiam mais as mulheres, aliás, ninguém elogia ninguém.
E é tão bom receber um elogio; o da amiga que diz que você está um arraso já é
ótimo, mas, de uma pessoa que você acabou de conhecer e que talvez não veja nunca
mais, aquele elogio espontâneo e sincero, é das melhores coisas da vida.
Fique atenta; quando chegar a um lugar e conhecer pessoas novas, alguma coisa
de alguma delas vai chamar a sua atenção e sua tendência será, como sempre, ficar
calada. Pois não fique. Faça um pequeno esforço e diga alguma coisa que você notou e
gostou; o quanto a achou simpática, como parece tranquila, como seu anel é lindo,
qualquer coisa. Todas as pessoas do mundo têm alguma coisa de bom e bonito, nem que
seja a expressão do olhar, e ouvir isso, sobretudo de alguém que nunca se viu, é sempre
muito bom.
Existe gente que faz disso uma profissão, e passa a vida elogiando os outros, mas
não é delas que estamos falando. Só vale se for de verdade, e se você começar a se
exercitar nesse jogo e, com sinceridade, elogiar o que merece ser elogiado, irá
espalhando alegrias e prazeres por onde passar, que fatalmente reverterão para você
mesma, porque a vida costuma ser assim.
Apesar de a vida ter me mostrado que nem sempre é assim, continuo acreditando
no que aprendi na infância, e isso me faz muito bem.

(disponível
em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0611200502.htm)
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Sobre os comentários entre parênteses, no segundo parágrafo, só não é possível afirmar o


seguinte:
a) Apresentam informações acessórias.
b) Reforçam o tom informal do texto.
c) São marcados pela subjetividade.
d) São essenciais à coerência do texto.

QUEstão 50
No penúltimo parágrafo do texto, ocorre a expressão “com sinceridade”. Sobre ela,
só não é correto afirmar que:
a) exerce a função sintática de adjunto adverbial.
b) possui certa mobilidade na oração em que está inserida.
c) se relaciona, semanticamente, com o verbo ―elogiar‖.
d) não tem obrigatoriedade de estar entre vírgulas.

QUEstão 52
Assinale a alternativa que apresenta a grafia correta de todas as palavras na frase.
a) A gente vamos fazer a prova com muita atenção.
b)A tirania dos coroneus do cacau deixo a gente confusos
c) Pensei que ninguém havia notado o desaparecimento dos documentos.
d) Quando ver ele, diga-lhe que mandei lembranças.

QUEstão 53
Leia as sentenças abaixo
I. O menino, feliz chutou a bola.
II. O menino, feliz, chutou a bola.
III. O menino feliz, chutou a bola.

As afirmativas que apresentam erro quanto à pontuação são:


a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.

QUEstão 53
Assinale abaixo a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, uma proparoxítona, uma
paroxítona e uma oxítona.
a) ávaro/bênção/amá-lo.
b) ávaro/amá-lo/bênção.
c) rúbrica/bênção/interim.
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d) ínterim/rubrica/amá-lo.

QUEstão 54
Leia as sentenças:

Foi ao quarto dela de seduzi-la.


―Por que bonita, se ?" (Machado de Assis)
A polícia protege ou oprime o s mais baixos da sociedade?

Assinale abaixo a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.


a) afim/cocha/extratos.
b) a fim/cocha/estratos.
c) a fim/coxa/estratos.
d) afim/coxa/extratos.

QUEstão 55
Nas frases ―A luz do sol irá te cegar" e ―É chegada a época de segar o trigo", ambas as palavras
destacadas são:
a) parônimas.
b) homônimas.
c) sinônimas
d) antônimas.

QUEstão 56

Fé - Esperança - Caridade
(Sérgio Milliet)

É preciso ter fé nesse Brasil


nesse pau-brasil
nessas matas despovoadas
nessas praias sem pescadores
É preciso ter fé
Nesse norte de secas
e de literatura
A esperança vem do sul
Vem de mansinho
contagiosa e sutil
vem no café que produzimos
vem nas indústrias que criamos
A esperança vem do sul
do coração calmo de São Paulo
É preciso ter caridade
e ter carinho
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perdoar o ódio que nos cerca


que nos veste
e trabalhar para os irmãos pobres...
(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)

As reticências empregadas, no último verso, cumprem a seguinte função:

a) indicar uma noção enumerativa, de continuidade, como se além dos irmãos pobres houvesse
outros.
b) indicar que parte do poema foi suprimida.
c) revelar uma incerteza por parte do eu-lírico.
d) mostrar que se trata de uma opinião compartilhada por muitos.
e) suspender a ideia promovendo uma reflexão no leitor.

QUEstão 57
Assinale a alternativa em que a palavra deve ser, obrigatoriamente, acentuada.
a) Pratica.
b) Negocio.
c) Traido.
d) Critica.
e) Capitulo.

Assinale abaixo a alternativa cujas palavras são acentuadas pela mesma regra de ―abóbora‖,
―bobó‖ e ―míssil‖, respectivamente.
a) música/cipó/terrível
b) cérebro/mó/difícil.
c) necrotério/ebó/pênsil.
d) titânico/pó/fácil
QUEstão 59
Assinale abaixo a alternativa cujas palavras são acentuadas pela mesma regra de
“abóbora”, “bobó” e “míssil”, respectivamente.
a) música/cipó/terrível.
b) cérebro/mó/difícil.
c) necrotério/ebó/pênsil.
d) titânico/pó/fácil.

QUEstão 60
Leia abaixo o excerto de um conto do famoso escritor argentino Julio Cortázar.

Continuidade dos parques

Primeiro entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, a cara ferida pela
chicotada de um galho. Admiravelmente ela estancava o sangue com seus beijos, mas
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ele recusava as carícias, não havia vindo para repetir as cerimônias de uma paixão
secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos. O punhal ficava
momo contra seu peito, e debaixo pulsava a liberdade escondida. Um diálogo ardente
corria pelas páginas como um riacho de serpentes, e sentia-se que tudo estava decidido
desde sempre. Até essas carícias que envolviam o corpo do amante, como querendo
retê-lo e dissuadi-lo, desenhavam abominavelmente a figura de outro corpo que era
necessário destruir. Nada havia sido esquecido: desculpas, azares, possíveis erros. A
partir dessa hora cada instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O
impiedoso duplo reexame se interrompia apenas para que uma mão acariciasse uma
face. Começava a anoitecer.

Assinale a alternativa em que a palavra deve ser, obrigatoriamente, acentuada.


a) Especifica
b) Denuncia
c) Policia
d) Incrivel
e) Secretaria

Uso e colocação do pronome

QUEstão 01
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)

A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
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ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
O emprego do pronome demonstrativo em „Ele começa o Tutameia com esta afirmação:”
(4º§) está correto uma vez que:
a) é catafórico e antecipa a informação que será apresentada.
b) faz referência temporal e reporta a um tempo específico.
c) é anafórico e resgata um referente anteriormente citado.
d) cumpre função espacial indicando a proximidade do emissor.
e) indica uma referência textual genérica sem necessidade de especificação.

QUEstão 02

Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de
reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
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24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)
No quarto parágrafo, em „Apesar disto parecer “bom senso”‟, considerando o contexto,
nota-se que o pronome destacado faz referência à seguinte ideia:
a) Crer que alguém morre quando seu coração para.
b) Acreditar que sensações emanavam do coração.
c) Saber que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre.
d) Associar o amor a um sentimento provocado pelo coração.
e) As funções ficam descoordenadas sem a atuação do coração.

QUEstão 03

O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons


Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o
cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse
enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma
mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor
não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia,
Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê
gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo
hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria.
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a
morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o
acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que
Marsh narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e
neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh
afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a médicos que
fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um
pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por ―pensamentos, emoções, memórias, sonhos e
reflexões‖, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-
afrmar-que-os-medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)
O pronome relativo destacado em “as operações cerebrais, nas quais seus instrumentos
cirúrgicos deslizam” (2º§) poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido e adequando-se
à norma, por:
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a) o qual.
b) das quais.
c) que.
d) as quais.
e) em que.

QUEstão 04

Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
O pronome pessoal destacado no trecho faz referência à seguinte palavra:
a) homem.
b) banquinho.
c) balcão.
d) botequim.

QUEstão 05

Texto

Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar
ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
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Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel
de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras,
sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.

QUEstão 06
Utilize o Texto II para responder a questão.
Texto II
Maria chorando ao telefone
O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por
mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz:
é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois
a voz era claramente de choro contido. ―Porque você escreveu dizendo que não ia mais
escrever romances.‖ ―Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou
três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?― ―Quase tudo, só falta A
cidade sitiada e A legião estrangeira.‖ ―Não chore, venha buscar aqui os dois livros.‖
―Não vou não, vou comprar.‖ ‖Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois
livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.‖ [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
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No trecho “Você está bobeando”, percebe-se que, com o emprego do pronome de


tratamento, a autora consegue:
a) dirigir-se aos leitores de modo geral.
b) fazer referência a um interlocutor específico.
c) criar uma intervenção formal no diálogo.
d) afastar-se de um projeto de leitor ideal.
e) mostrar que não tem intimidade com quem fala.

QUEstão 07

O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina:
―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
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Na passagem “diz ele com a sua voz agourenta.“ (2º§), o pronome destacado tem como
referente:
a) narrador.
b) mar
c) leitor.
d) vento.
e) casuarina.

QUEstão 08
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
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No quarto parágrafo, o pronome destacado em “Mas já é capaz de assistir à sessão da


tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.” cumpre um papel coesivo à medida que retoma
a seguinte ideia:
a) desviar.
b) maduro.
c) culpa.
d) capaz.
e) sessão.
QUEstão 09
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. Homem maduro não bebe, vai à
praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. A maturidade faz com que
ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
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No quarto parágrafo, o pronome destacado em “Mas já é capaz de assistir à sessão da


tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.” cumpre um papel coesivo à medida que retoma
a seguinte ideia:
a) desviar.
b) maduro.
c) culpa.
d) capaz.
e) sessão.

QUEstão 10

Texto I
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração
exercendo a função sintática de:
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
d) objeto indireto
e) adjunto adnominal

QUEstão 11
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
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O último verso do texto emprega o pronome “essa” como recurso coesivo. Seu uso pode
ser explicado uma vez que:
a) antecipa uma ideia que será apresentada
b) faz referência a algo próximo ao leitor
c) sinaliza uma referência temporal
d) resume elementos de uma enumeração
e) retoma um termo citado anteriormente

QUEstão 12

Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na
poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em
horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
Considerando o emprego do pronome “se” em:
―A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos.‖ (3º§),
Nota-se uma ambiguidade oriunda do emprego incomum da forma passiva sintética. Desse
modo,NÃO entendendo a construção como passiva, o leitor compreenderia a passagem da
seguinte forma:
a) A alma tem suas dores, e para que cure a si mesma necessita de projetos e afetos
b) A alma tem suas dores, e para que seja curada necessita de projetos e afetos
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c) A alma tem suas dores, e para que se sinta curada necessita de projetos e afetos
d) A alma tem suas dores, e para que a curem necessita de projetos e afetos
e) A alma tem suas dores, e para que busque a cura necessita de projetos e afetos

QUEstão 13

Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
No quarto parágrafo, o autor emprega dois pronomes indefinidos em “tudo é possível e
nada é passível de ciúme” e, por meio deles:
a) constrói uma ambiguidade.
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b) indica a construção de um paradoxo.


c) aponta ideias que não são excludentes.
d) sinaliza uma incoerência nos relacionamentos.

QUEstão 14
Considerando a Norma Padrão, em “não se pode dizer que existe uma porta aberta”
(4º§), o emprego, em próclise, do pronome oblíquo deve-se:
a) a um uso facultativo desse registro.
b) à presença de uma palavra atrativa.
c) a uma exigência do tempo verbal.
d) a uma reprodução do discurso oral.
Ano: 2016
Banca: IBFC
QUEstão 15

Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando
estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
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amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
Considere as ocorrências de pronomes oblíquos átonos nos seguintes fragmentos retirados
do 5º parágrafo do texto. Em seguida, assinale a alternativa que faz um comentário
correto quanto à adequação da colocação desses pronomes em relação à Norma Padrão.
I. O grupo moveu-se para tomar lugar‖
II. ―recusou o convite gentil, sentia-se quase um estranho‖
III. ―Despediu-se.‖
IV. ―uma certeza de que nem tudo se perde‖
a) Apenas I e III estão corretas.
b) Todas estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas a III está correta.

QUEstão 16

Ao ser indagado a respeito de si, o personagem descreve-se empregando todos os recursos


linguísticos apontados abaixo, EXCETO:
a) verbo de ligação
b) adjetivo
c) pronomes oblíquos
d) verbos de ação

QUEstão 17

Texto
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Facebook deixa você depressivo

Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.

(Disponível em: http://superabril.com.br. Acesso em 18/05/16)


Ao empregar o pronome “você”, no título do texto, o autor está se referindo:
a) aos sociólogos citados
b) aos usuários do Facebook
c) aos leitores em geral
d apenas a si próprio

QUEstão 18
Das opções abaixo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome.
a) Esqueci de te contar que vi ele na rua.
b) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se
c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais.
d) Precisa-se de bons funcionários.

QUEstão 19
Assinale a alternativa que apresenta a correta colocação do pronome.
a) O aluno tinha-o deixado na escola.
b) Nunca esqueça-se de mim.
c) Naquela escola em que formei passei-me bons momentos.
d) Você nos emocionou com suas palavras
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QUEstão 20

COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO


(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou
outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no
sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Com base na leitura do texto, especificamente do trecho citado, indique a alternativa que
somente apresenta pronomes. Assinale a alternativa correta.
Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou outro dos
atributos.
a) Cada, dos, a
b) Cada, outro
c) Cada, outro, das
d) Cada, dos

QUEstão 21

Assinale a alternativa que indica a colocação correta do pronome.


a) Estas atividades são para mim fazer.
b) Estes trabalhos chegaram para eu.
c) Para eu, a prova estava muito difícil.
d) Para mim, a lição deverá demorar um pouco mais.
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QUEstão 22

Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma
- como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos
inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma,
medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não
ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2°§), ao observar a posição do pronome oblíquo
em destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo ―tanto‖.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio ―nunca‖.

QUEstão 23
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Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2°§), ao observar a posição do pronome oblíquo
em destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo ―tanto‖.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio ―nunca‖.

QUEstão 24
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Observando o padrão culto da língua, assinale a alternativa cujo fragmento transcrito do


texto represente um emprego INCORRETO de colocação pronominal:
a) ―Me conquistou.‖ (1°§)
b) ―E já estão me confundindo com Artur da Távola?‖ (2 °§)
c) ―Disse que me lia sempre (...) (3°§)
d) ―(...)sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro (...)‖
(4 °§)
e) ―(...)nunca escrevi às sextas, mas ela me interrompeu (...)‖ (4 °§)

QUEstão 25 O PADEIRO

Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo
café vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o
pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os
moradores, avisava gritando:

- Não é ninguém, é o padeiro!

Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é
ninguém?

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou
outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e
ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não senhora, é o
padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.

(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)

Assinale a alternativa que apresenta o comentário CORRETO sobre o trecho abaixo:

―Assim ficara sabendo que não era ninguém..." (4°§)


a) ―Ninguém" é um advérbio de negação.
b) O verbo ―ficara" está flexionado no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo.
c) Seria possível substituir ―ninguém" por ―alguém" sem mudança de sentido.
d) Os dois verbos destacados estão flexionados na primeira pessoa do singular.

QUEstão 26
Não quer ajudar, não atrapalha
(Gregório Duvivier)

É sempre a mesma coisa. Primeiro todo o mundo põe um filtro arco-íris no avatar.
Depois vem uma onda de gente criticando quem trocou o avatar. Depois vem a onda
criticando quem criticou. Em seguida começam a criticar quem criticou os que
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criticaram. Nesse momento já começaram as ofensas pessoais e já se esqueceu o porquê


de ter trocado o avatar, ou trocado o nome para guarani kayowá, ou abraçado qualquer
outra causa.
Toda batalha pode ser ridicularizada. Você é contra a homofobia: essa bandeira é
fácil, quero ver levantar bandeira contra a transfobia. Você é contra a transfobia:
estatisticamente a transfobia afeta muito pouca gente se comparada ao machismo. Você
é contra o machismo: mas a mulher está muito mais incluída na sociedade do que os
negros. E por aí vai. Você é de esquerda, mas não doa pros pobres? Hipócrita. Ah, você
doa pros pobres? Populista. Culpado. Assistencialista.
Cintia Suzuki resumiu bem: ―Você coloca um avatar coloridinho, aí não pode porque
tem gente passando fome. Aí o governo faz um programa pras pessoas não passarem
mais fome, e aí não pode porque é sustentar vagabundo (...). Moral da história: deixa os
outros ajudarem quem bem entenderem, já que você não vai ajudar ninguém".
Todo vegetariano diz que a parte difícil de não comer carne não é não comer carne.
Chato mesmo é aguentar a reação dos carnívoros: ―De onde você tira a proteína? Você
tem pena de bicho? Mas de rúcula você não tem pena? E das pessoas que colhem a
rúcula, você não tem pena? E dos peruanos que não podem mais comprar quinoa e estão
morrendo de fome?"
O estranho é que, independentemente da sua orientação em relação à carne, não há
quem não concorde que o vegetarianismo seria melhor para o mundo, seja do ponto de
vista dos animais, ou do meio ambiente, ou da saúde, ou de tudo junto. O problema é
exatamente esse: alguém fazendo alguma coisa lembra a gente de que a gente não está
fazendo nada. Quando o vizinho separa o lixo, você se sente mal por não separar. A
solução? Xingar o vizinho, esse hipócrita que separa o lixo, mas fuma cigarro. Assim é
fácil, vizinho.
Quem não faz nada pra mudar o mundo está sempre muito empenhado em provar que
a pessoa que faz alguma coisa está errada — melhor seria se usasse essa energia para
tentar mudar, de fato, alguma coisa. Como diria minha avó: não quer ajudar, não
atrapalha.

(Disponível em: http://www1 .folha.uol.com.br/colunas/


areaorioduvivier/2015/07/1654941-nao-auer-aiudar-nao-atrapalha.shtml. Acessoem:
10/09/15)
Sobre o emprego do pronome “você", no segundo parágrafo, assinale a única
opção INCORRETA:
a) revela um tratamento informal.
b) tem apenas o autor como interlocutor.
c) está seguido de um verbo flexionado em 3ª pessoa.
d) faz referência à segunda pessoa do discurso.

QUEstão 27

Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
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tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando
Veríssimo)
No trecho “Teve uma melhora surpreendente, que os médicos não souberam explicar”
(6°§), o pronome em destaque, no contexto em que se encontra, tem como referente:
a) Dr. Ariosto
b) melhora surpreendente
c) médicos
d) Dona Quiléia

QUEstão 28

Náufragos da modernidade líquida

(Frei Beto)

Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o
advento do mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações
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marítimas e a conquista do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução


gráfica de Gutenberg.
Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos
séculos XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na
primeira metade do século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda,
Los Angeles, com o Vale do Silício. Qual será o próximo?
Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas
perdem mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida.
Caminhamos para um mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.
A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é
mercantilizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação,
saúde, segurança e lazer.
Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida
urbana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta
predominantemente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.
Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas
de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá
computadores cada vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.
O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens
insubstituíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo
de energia, o tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.
O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e
mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado
não se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.
Os produtos postos no mercado são ―cronófagos‖, isto é, devoram o tempo das
pessoas. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez
mais ele se impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa
atenção, até mesmo a nossa devoção.
Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma
ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras
agradece tão veloz retorno...
Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à
subjetividade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por
todos os lados, ou ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas
horas à meditação, à oração, ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que
decidir!

(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso


em: 02/07/2015)
No 6º parágrafo, tem-se a forma verbal “Multiplicar-se- ão”, na qual o pronome oblíquo
encontra-se em posição mesoclítica. Assinale a opção em que se ERRA, de acordo com a
norma padrão, na colocação pronominal.
a) ―A agricultura se industrializa‖(4°§)
b) ―Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo‖ (5°§)
c) ―Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes‖ (6°§)
d) ―de outro, produzem-se tecnologias ― (7°§)
e) ―Objeto de multiuso, cada vez mais ele se impõe como sujeito‖ (9°§)
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QUEstão 29

O direito à privacidade como elo da cidadania


Quando o STF vier a julgar a ação de inconstitucionalidade movida pela Associação
Nacional dos Editores de Livros contra o artigo do Código Civil que prevê a autorização
para biografias comercializadas, os juízes estarão, mais uma vez, diante do dilema da
Justiça, dos dois pratos da balança e qual deles fazer pesar mais com sua força. A
liberdade de expressão de um lado e o direito à privacidade do outro, e cada juiz,
ainda uma vez, diante do ato de decidir pela garantia de ambos estabelecida na Carta
Magna.
Ora, se preferirem dar ganho de causa à Adin dos editores, fortemente apoiada pelos
meios de comunicação (TVs em especial), estarão contrariando os que, do outro
lado, clamam pela garantia do seu direito à privacidade. Se a estes contemplarem com
seu voto, estarão contrariando os primeiros, os grandes interessados em que vidas
pessoais sejam livremente retratadas, transformadas em ativos comerciais de grande
valor para a montagem do espetáculo midiático que está, hoje em dia, para muito além
do interesse público na circulação da informação, o jornalismo.
Independentemente do que venha a decidir o STF em relação à questão, nós da
associação Procure Saber, no âmbito do nosso pequeno foro e em que pesem as tantas
dúvidas e posições entre nós, resolvemos exercer o nosso direito democrático de
associação, de opinião e de manifestação, levando a público o nosso propósito de
defender o direito à privacidade como elo importante da cadeia da cidadania soberana,
chamando a atenção de toda a sociedade para a necessidade de amplo e profundo debate
em torno desse tema, da delicada situação em que se encontra esse prato da balança do
direito civil em nosso tempo, a privacidade, o que ela significa, o que ainda é possível
fazer para que ela tenha sentido, para que os que ainda nela creem e confiam possam
encontrar nas regras, nas normas e nas leis alguma garantia. O debate afinal toma corpo,
podendo contribuir para posicionamentos mais conscientes, mais maduros e
mais equilibrados sobre que tipo de vida queremos e podemos viver, se os indivíduos
nos confins de suas vidas privadas ainda devem ser levados em conta, ainda
reconhecidos e respeitados em seus direitos ou se já não importam mais.
Temos tido sempre justificado apreço pelos que, ao longo da História, se mostram
capazes de compreender os dilemas e contradições da vida em sociedade e que, apesar
da dor e do sofrimento dessa condição trágica, estão dispostos a reconhecer de que lado
estão. Como disse Francisco Bosco referindo-se ao dilema entre o interesse público e o
privado, em seu escrito neste jornal, semana passada, é o princípio da soberania
decisória sobre a vida privada que deve prevalecer. É a mesma, nossa opinião.
(Gilberto Gil, O Globo, 15/10/2013)
Leia o trecho a seguir e, sobre ele, responda à questão:
“Se a estes contemplarem com seu voto, estarão contrariando os primeiros, os grandes
interessados em que vidas pessoais sejam livremente retratadas, transformadas em ativos
comerciais de grande valor para a montagem do espetáculo midiático que está, hoje em dia,
para muito além do interesse público na circulação da informação, o jornalismo. ” (2°§)
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Respectivamente, a alternativa cujos referentes das palavras em destaque estão


corretamente indicados é:
a) os que clamam pela garantia do direito à privacidade; espetáculo midiático.
b) Adin dos editores; o jornalismo.
c) os que clamam pela garantia do direito à privacidade; a Adin dos editores.
d) as Tv‘s em especial; o espetáculo midiático.
e) meios de comunicação; jornalismo.

QUEstão 30
Leia o trecho a seguir e, sobre ele, responda à questão:
“Se a estes contemplarem com seu voto, estarão contrariando os primeiros, os grandes
interessados em que vidas pessoais sejam livremente retratadas, transformadas em ativos
comerciais de grande valor para a montagem do espetáculo midiático que está, hoje em dia,
para muito além do interesse público na circulação da informação, o jornalismo. ” (2°§)

A respeito da classe gramatical das palavras em destaque, a alternativa que as classifica


corretamente, na ordem em que se encontram no trecho, é:
a) pronome demonstrativo e conjunção
b) pronome indefinido, e pronome relativo
c) pronome demonstrativo e pronome relativo
d) pronome indefinido e conjunção
e) pronome pessoal e conjunção

QUEstão 31

Texto

O amor acaba

(Paulo Mendes Campos)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
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províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

―depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das
mãos no cinema,como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos
de solidão;''

Observando as possibilidades de recursos coesivos da língua, analise as afirmativas abaixo e,


em seguida, assinale a opção correta.

I. A primeira ocorrência da conjunção ―e" contribui para a progressão do texto apresentando


valor semântico de alternância.

II. A segunda ocorrência da conjunção ―e" também contribui para a progressão do texto, mas
apresenta valor semântico de oposição, podendo ser substituída por ―mas" sem prejuízo de
sentido.
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III. Tanto o pronome ―elas" quanto o ―se" apontam para um mesmo referente que é o vocábulo
―mãos"

a) Todas as afirmativas estão corretas.


b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas a I está correta.
d) Apenas II e III estão corretas
e) Apenas a III está correta.

QUEstão 32

Texto I

Não canse quem te quer bem


(Martha Medeiros)

Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo
sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: ―Não canse quem te quer
bem‖. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a
fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle
nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite
na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior:
contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu
falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não
conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então,
cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar
com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e
confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações,
dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você
é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem.
Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha
uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos
que você vai experimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a
relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela
explicar de onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme
toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar
constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do
autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é
realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só
mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes
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artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas
visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com
quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo,
será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega
atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, ―quando
é que tu vai cortar esse cabelo, garoto?‖ será a pergunta que faremos de segunda a
domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam
se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja
mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te
dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta
que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de
você.‖

Marta Medeiros é colunista de um jornal de grande circulação. Nesse sentido, seus textos
apresentam características que buscam uma maior aproximação com o leitor. Assinale a opção
cujo recurso apontado NÃOrepresente um comentário correto no cumprimento desse papel.
a) O emprego do modo imperativo marcando interlocução como em ―escolha uma pizza e fm‖
(4º§ )
b) O uso da primeira pessoa do plural como em ―conseguíssemos‖ (2º§ ) implicando certa
equivalência entre enunciador e interlocutor.
c) A demarcação gramatical de um interlocutor ao longo do texto por meio dos pronomes ―te‖ e
―você‖.
d) A opção pelo gênero crônica que solicita o emprego de vocábulos mais formais como
―lamúrias‖ (3º§ ), por exemplo.

QUEstão 33
Texto I

Ler devia ser proibido

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.


Afinal de contas, ler faz muito mal as pessoas: acorda os homens para realidades
impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que
vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que Ihe fora
destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e
Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais
existiram meteu- se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de
ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary,
tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e
amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso,
inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra
forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem
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excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o
encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria
ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o
sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos
casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que
dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para
caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode
estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que Ihe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam
a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos
fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há
algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das
nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo
que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-
los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem
um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de
progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência.
Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres
que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus
direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção
sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se
todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem
suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de
conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões
utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos,
manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização
contemporânea. Bastaria urn livro para que todos se vissem magicamente transportados
para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de
pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há
cortes, prisões tampouco. O que é mais subversive do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir
deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem
trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova... Ler
deve se coisa rara, não para qualquer um. Afinal
de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silencio é a linguagem da submissão. Para
executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros
sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público,
o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua
história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro.
Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
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(Guiomar
de Grammon)

―Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro. coitado,
de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-
se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre
Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovarv. tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados,
perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos." (2°§)

Os segmentos em destaque no trecho acima funcionam como elementos coesivos de função


referencial. Se quiséssemos substituí-los por formas pronominais demonstrativas
usaríamos, respectivamente:
a) Aquele e esta
b) Ele e ela
c) Este e Aquela
d) Esse e Essa

QUEstão 34

Férias – cuidados com crianças

O verão começou no dia 21 de dezembro e a estação é sinônimo de férias escolares


para crianças. Mas elas precisam de cuidados redobrados para curtir o sol, praia,
piscinas e parques com segurança. Por isso, os pais devem se informar para evitarem
doenças e acidentes comuns nesta época do ano.
Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que
significa que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário. Quando
se fala em crianças, o assunto fica ainda mais sério. Como as crianças são mais
sensíveis que adultos, é preciso atenção para exposição a raios solares e a adoção de
cuidados especiais.
[...]

Roupas adequadas

Devido ao calor e ao aumento da sudorese (suor), as roupas devem ser de algodão,


finas e folgadas de modo a
permitir uma maior ventilação, facilitando a evaporação do suor. Roupas íntimas
também devem ser de algodão, evitando- se tecidos sintéticos.
Na praia, sungas e biquínis são os trajes ideais, porém deve-se tomar cuidado com o
hábito de ficar com a roupa
molhada após sair da praia, isso favorece o surgimento de micoses da pele.
As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta. Para a
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prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com
frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma
boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas
pode levar a problemas de pele.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-


saude/4535/-1/os- cuidados-para-curtir-o-verao-com-as-criancas.html. Acesso em:
08/01/2015,
adaptado)

Na frase “As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta.”, o
termo em destaque pode ser substituído pelo seguinte pronome pessoal:
a) mim
b) lhe
c) ela
d) nós

QUEstão 35

Texto I

O que é filosofia?

Querida Sofia,

Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
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outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.

(GAARDER, Jostein. O mundo


de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.24-25)

Observe que a estratégia de coesão empregada pelo autor no trecho abaixo é marcada pelo
uso de pronomes.

―Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos, outras
gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre a uma
determinada modalidade de esporte.‖ (1º §)

Assinale a alternativa que indica a correta classificação do tipo de pronome que cumpriu esse
papel.
a) demonstrativos
b) pessoais
c) indefnidos
d) relativos

QUEstão 36
Eficiência militar
(Historieta Chinesa)

LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, Império da China, Celeste Império, Império do


Meio, nome que lhe vai a calhar, notava que o seu exército provincial não apresentava
nem garbo marcial, nem tampouco, nas últimas manobras, tinha demonstrado grandes
aptidões guerreiras.

Como toda a gente sabe, o vice-rei da província de Cantão, na China, tem atribuições
quase soberanas. Ele governa a província como reino seu que houvesse herdado de seus
pais, tendo unicamente por lei a sua vontade.

Convém não esquecer que isto se passou, durante o antigo regime chinês, na vigência
do qual, esse vice-rei tinha todos os poderes de monarca absoluto, obrigando-se
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unicamente a contribuir com um avultado tributo anual, para o Erário do Filho do Céu,
que vivia refestelado em Pequim, na misteriosa cidade imperial, invisível para o grosso
do seu povo e cercado por dezenas de mulheres e centenas de concubinas. Bem.

Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô começou a
meditar nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força
armada maior rendimento militar. Mandou dobrar a ração de arroz e carne de cachorro,
que os soldados venciam. Isto, entretanto, aumentou em muito a despesa feita com a
força militar do vice-reinado; e, no intuito de fazer face a esse aumento, ele se lembrou,
ou alguém lhe lembrou, o simples alvitre de duplicar os impostos que pagavam os
pescadores, os fabricantes de porcelana e os carregadores de adubo humano - tipo dos
mais característicos daquela babilônica cidade de Cantão.

Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia
aplicado nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.

Determinou que se realizassem manobras gerais, na próxima primavera, por ocasião de


florirem as cerejeiras, e elas tivessem lugar na planície de Chu-Wei-Hu - o que quer
dizer na nossa língua: ―planície dos dias felizes‖. As suas ordens foram obedecidas e
cerca de cinqüenta mil chineses, soldados das três armas, acamparam em Chu-Wei-Hu,
debaixo de barracas de seda. Na China, seda é como metim aqui.

Comandava em chefe esse portentoso exército, o general Fu-Shi-Tô que tinha começado
a sua carreira militar como puxador de tílburi* em Hong-Kong. Fizera-se tão destro
nesse mister que o governador inglês o tomara para o seu serviço exclusivo.

Este fato deu-lhe um excepcional prestígio entre os seus patrícios, porque, embora os
chineses detestem os estrangeiros, em geral, sobretudo os ingleses, não deixam,
entretanto, de ter um respeito temeroso por eles, de sentir o prestígio sobre humano dos
―diabos vermelhos‖, como os chinas chamam os europeus e os de raça europeia.

Deixando a famulagem do governador britânico de Hong- Kong,Fu-Shi-Tô não podia


ter outro cargo, na sua própria pátria, senão o de general no exército do vice-rei de
Cantão. E assim foi ele feito, mostrando-se desde logo um inovador, introduzindo
melhoramentos na tropa e no material bélico, merecendo por isso ser condecorado, com
o dragão imperial de ouro maciço. Foi ele quem substituiu, na força armada cantonesa,
os canhões de papelão, pelos do Krupp; e, com isto, ganhou de comissão alguns bilhões
de taels* que repartiu com o vice-rei. Os franceses do Canet queriam lhe dar um pouco
menos, por isso ele julgou mais perfeitos os canhões do Krupp, em comparação com os
do Canet. Entendia, a fundo, de artilharia, o ex-fâmulo do governador de Hong-Kong.

O exército de Li-Huang-Pô estava acampado havia um mês, nas ―planícies dos dias
felizes‖, quando ele se resolveu a ir assistir-lhe as manobras, antes de passar-lhe a
revista final.

O vice-rei, acompanhado do seu séquito, do qual fazia parte o seu exímio cabeleireiro
Pi-Nu, lá foi para a linda planície, esperando assistir a manobras de um verdadeiro
exército germânico. Antegozava isso como uma vítima sua e, também, como
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constituindo o penhor de sua eternidade no lugar rendoso de quase rei da rica província
de Cantão. Com um forte exército à mão, ninguém se atreveria a demiti-lo dele. Foi.

Assistiu às evoluções com curiosidade e atenção. A seu lado, Fu-Shi-Pô explicava os


temas e os detalhes do respectivo desenvolvimento, com a abundância e o saber de
quem havia estudado Arte da Guerra entre os varais de um cabriolet*.

O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa,
rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos
comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser
uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de
vice-rei de Cantão. Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:

- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima, Graciosíssima,


Altíssima e Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de remediar.
- Como? perguntou o vice-rei.
- É simples. O uniforme atual muito se parece com o alemão: mudemo-lo para uma
imitação do francês e tudo estará sanado.

Li-Huang-Pô pôs-se a pensar, recordando a sua estadia em Berlim, as festas que os


grandes dignatários da corte de Potsdam lhe fizeram, o acolhimento do Kaiser e,
sobretudo, os taels que recebeu de sociedade com o seu general Fu-ShiPô... Seria uma
ingratidão; mas... Pensou ainda um pouco; e, por fim, num repente, disse
peremptoriamente:
- Mudemos o uniforme; e já!

(Lima Barreto)

*tael:unidade monetária e de peso da China;


*cabriolet:tipo de carruagem;
*tílburi: carro de duas rodas e dois assentos comandados por um animal.
*famulagem:grupo de criados

Observe os termos em destaque nos trechos a seguir e sobre eles assinale a única
alternativa INCORRETA. levando em consideração aspectos morfológicos e sintáticos:

I. “Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice-rei Li-Huang-Pô começou a meditar
nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força armada maior
rendimento militar” (4o §)

II. “Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia aplicado
nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.” (5o §)
a) A diferença quanto ao número justifica-se pelos distintos referentes: ―exército‖ e ―fiéis
soldados‖, respectivamente.
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b) Em ambas as ocorrências, o ―lhe‖ é classificado como pronome pessoal do caso oblíquo,


atuando como um pronome substantivo
c) Sintaticamente, o pronome ―lhe‖ exerce as funções de adjunto adnominal e objeto indireto,
respectivamente.
d) Sem prejuízo do sentido e sem cometer infrações gramaticais, ambos os pronomes poderiam
ser substituídos por ―Io‖ e ―los‖, respectivamente.
QUEstão 37
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Em ―Quem nunca usou essas expressões para traduzir uma emoção?―, o pronome em destaque
cumpre papel coesivo no texto uma vez que:
a) faz referência a uma ideia já apresentada.
b) antecipa uma informação ainda não mencionada.
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c) estabelece uma comparação entre informações distintas.


d) aponta para algo que está próximo ao enunciador.

QUEstão 38
No segundo parágrafo, o fragmento ―[região do cérebro que a processa]‖ corresponde a um
comentário acessório no qual o pronome ―a‖ resgata o seguinte termo:
a) ―afeta‖
b) ―emoção‖
c) ―sistema límbico‖
d) ―região

QUEstão 39
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa

Tá vendo aquele edifício, moço?


Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto


Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
―Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?‖

Meu domingo tá perdido


Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?


Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente


Vem pra mim toda contente
―Pai, vou me matricular‖
Mas me diz um cidadão
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―Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar‖

Essa dor doeu mais forte


Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?


Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena


Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
―Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar‖

Ao observar a concordância verbal em ―Fui eu quem criou a terra‖, conclui-se que:


a) o pronome relativo ―quem‖ é sujeito do verbo ―criou‖.
b) os dois verbos estão fexionados na mesma pessoa gramatical.
c) se fosse usado ―que‖ no lugar de ―quem‖, não haveria alteração na concordância.
d) o pronome ―eu‖ é sujeito das duas orações.

QUEstão 40
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Por mais que explore o registro informal da Língua, em várias partes do texto, percebe-se a
adequação em relação à Norma Padrão. Considerando a colocação pronominal, assinale a opção
que não caracteriza um desvio no emprego do pronome átono.
a) ―Viagens aéreas não me incham as pernas‖
b) ―me incham o cérebro‖
c) ―pela janela do carro me faz perder toda a fé‖
d) ―acessos de estupidez me embrulha o estômago‖

Sintaxe de concordância e de regência

QUEstão 01

Texto I
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Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição


linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que
posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem
simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade,
por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o
que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com
os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista:
sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento,
política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e
que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais
aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata
de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e,
paradoxalmente, ―desarrumado‖, contribui para deixar muito claro que uma língua
funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto
requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente
cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por
razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no
mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30,
n.176, out. 2001)
No trecho “Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,
uma coleção de piadas fornecerá excelente pista:”, a preposição em destaque ocorre em
função de uma exigência de regência. Dentre as frases abaixo, assinale aquela em se
verifica um ERRO no emprego do termo regido em destaque.
a) O supervisor chamou todos os funcionários.
b) O adiamento do evento implicará em corte de verbas.
c) Eles não se esqueceram da data da audiência.
d) Os candidatos visavam a um resultado eficiente.
e) Perdoaram aos agressores.

QUEstão 02
Assinale a alternativa em que a concordância está correta.
a) Não foi adequado a postura dela na cerimônia.
b) Ele deixou bem claro, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto.
c) A maioria dos estudantes que prestaram o concurso apresentou dificuldades em matemática.
d) Deve existir outras soluções para este problema!
QUEstão 03
Considere o período e as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
O crescimento assustador de casos de febre amarela trata-se de um sério problema e
fizeram com que muitas pessoas procurassem os postos de saúde.
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I. O verbo ―trata-se‖ está empregado incorretamente, pois o uso do ―se‖ é incompatível com a
presença do sujeito simples.
II. Há um problema de concordância verbal: o verbo ―fazer‖ deveria estar na terceira pessoa do
singular.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) Nenhuma.

QUEstão 04
Assinale a alternativa que não apresenta problema de concordância.
a) O porteiro deixou claro, ao abordar os jovens, os incômodos que eles estavam causando.
b) Houve moradores que não se importaram com o grupo de jovens.
c) Ergueu-se altas grades no muro.
d) Fazem dias que os jovens não se reúnem na frente do edifício.

QUEstão 05
Assinale a alternativa em que não há problema de regência.
a) A atitude dos jovens implicou na medida de colocar grades no muro.
b) A chegada dos jovens na área do prédio causou alvoroço.
c) O filme que assistimos é muito longo.
d) A medida à qual o cronista se referiu foi autoritária.

QUEstão 06
Assinale a alternativa que está correta de acordo com a norma culta.
a) Não se resolveram os problemas da empresa.
b) A redução da maioridade penal trata-se de um assunto polêmico.
c) Ouviu-se as testemunhas do caso e nada foi comprovado.
d) Não se precisam de justificativas para essa atitude.

QUEstão 07
Assinale a alternativa sem problemas de regência.
a) O viaduto que passo todos os dias está em reforma.
b) O filme que assistimos é muito bom.
c) A cidade aonde ele nasceu é muito pequena.
d) A obra a que o professor se referiu não é muito divulgada.

QUEstão 08
Considere os períodos a seguir e assinale a alternativa correta.
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I. O não comprimento das normas implicará em advertência.


II. Não me lembrei do aniversário dele há dois dias.
a) Somente o período I está de acordo com a norma culta.
b) Somente o período II está de acordo com a norma culta.
c) Os dois períodos estão de acordo com a norma culta.
d) Nenhum dos dois períodos está de acordo com a norma culta.

QUEstão 09
Considere o período a seguir e assinale a alternativa incorreta.

O diretor considerou inadequado, as ideias expostas pelo funcionário na reunião, mas


houve colegas que apoiaram ele.
a) O adjetivo ―inadequado‖ deveria estar no feminino e no plural.
b) O pronome pessoal do caso reto ―ele‖ deveria ser substituído pelo pronome oblíquo: o
correto seria ―que o apoiaram‖.
c) O verbo ―haver‖ deveria concordar com ―colegas‖: o correto seria ―houveram‖.
d) A vírgula depois de ―inadequado‖ está empregada incorretamente.

QUEstão 10

Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
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características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de


reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)
Em “Aprimoram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção” (1º§), o
verbo destacado está flexionado no plural concordando com:
a) o sujeito ―eles‖ que se encontra oculto.
b) o núcleo do sujeito simples ―mecanismos‖.
c) o sujeito composto ―de defesa, de alimentação, de locomoção‖.
d) o pronome ―se‖ que o acompanha indicando sujeito indeterminado.
e) os complementos verbais ―de defesa, de alimentação, de locomoção‖.

QUEstão 11
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No terceiro parágrafo do texto, percebe-se um desvio de regência em relação à Norma


Padrão, na seguinte passagem:
a) ―com a efetiva participação de representantes das Perícias Médicas‖.
b) ―Este estudo resultou de iniciativa da Divisão de Perícias Médicas do INSS‖.
c) ―que buscou parceria com diversos segmentos da sociedade‖.
d) ―visando abordar todos os aspectos relevantes sobre o assunto‖.
e) ―no período compreendido entre junho de 1996 e junho de 1997,‖.

QUEstão 12

Texto I
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
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Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o


cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse
enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma
mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor
não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia,
Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê
gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo
hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria.
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a
morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o
acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que
Marsh narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e
neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh
afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a médicos que
fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um
pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por ―pensamentos, emoções, memórias, sonhos e
reflexões‖, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-
afrmar-que-os-medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)
O pronome relativo destacado em “as operações cerebrais, nas quais seus instrumentos
cirúrgicos deslizam” (2º§) poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido e adequando-se
à norma, por:
a) o qual.
b) das quais.
c) que.
d) as quais.
e) em que.

QUEstão 13
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça:
―Será que vou conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando
necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar
durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto.
Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer
prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um
problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o
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adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a
escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo
raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado
crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua
saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos
ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de
planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos
desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade,
conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do
verbo em destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa
correta em relação ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.

QUEstão 14

Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: ―Será que vou
conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a
gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de
eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já
que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar
a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre,
então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições
de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar
que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais
têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
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c) As pessoas tem muitos planos.


d) A mentira tem perna curta.

QUEstão 15

Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia
e pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte
palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.

QUEstão 16
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
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sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:

1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes

Na oração “Estão acontecendo coisas estranhas.” (1º§), em função da concordância verbal,


pode-se concluir que “coisas estranhas” exerce a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.

QUEstão 17
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
―E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que
aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.‖ (1º§)
A preposição destacada acima tem seu emprego justificado por uma relação de regência
cujo termo regente é:
a) eu
b) tinha
c) certeza
d) aquele
e) som
QUEstão 18
Texto II
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que acabasse com o
Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão. [...] Nós éramos todas
meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna. Sonhávamos com os cinco dias mais
prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e só terminava terça quando as estrelas iam muito
altas. Havia o cheiro das bombinhas que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se
misturava com o pó do baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o
cantor esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os bombos
saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do inverno no calor do
Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético. E
que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio,
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com os carros de bois a chiar pelas ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos,
mulheres vestidas de bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o
mundo estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-porcasa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)

Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.

―E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a


certeza de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.‖ (1º§)
A preposição destacada acima tem seu emprego justificado por uma relação de regência
cujo termo regente é:
a) eu
b) tinha
c) certeza
d) aquele
e) som

QUEstão 19
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que
acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.
[...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna.
Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e
só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas
que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do
baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor
esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os
bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do
inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia
parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas
estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas
ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de
bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo
estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-por-
casa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
―E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que
aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.‖ (1º§)
A preposição destacada acima tem seu emprego justificado por uma relação de regência
cujo termo regente é:
a) eu
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b) tinha
c) certeza
d) aquele
e) som

QUEstão 20

Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas, obedecendo às


regras do concordância verbal. Os candidatos à espera dos resultados que
em breve.
a) detêem-se – viriam
b) detêm-se – virão
c) detém-se – vêem
d) detiveram-se – vêem

QUEstão 21

Texto I
Aquilo por que vivi
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio
de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade.
Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso
instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.
Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase - um êxtase tão grande que, não
raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria.
Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão - essa solidão terrível
através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse
abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa
miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam.
Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para vida humana, foi
isso que - afinal - encontrei.
Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos
homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força
pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um
pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
Amor e conhecimento, até o ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo
ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam
em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos
desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e
sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por
aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.
Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom
grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.)
O título do texto, “Aquilo por que vivi”, apresenta a preposição “por” em função de uma
exigência. Trata-se de uma exigência de:
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a) concordância
b) colocação pronominal
c) regência
d) estilística

QUEstão 22

Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando
estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
Em “E quando estendeu a mão àquela que tanto amara” (5º§), há uma ocorrência de crase
sobre a qual faz-se o seguinte comentário corretamente:
a) Trata-se de um caso facultativo em função do pronome demonstrativo.
b) Não deveria ocorrer em função da falta da preposição ―a‖ explícita.
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c) O acento grave deveria ser deslocado para o ―a‖ que precede o termo ―mão‖.
d) Ocorre devido à regência do verbo estender e sua relação com o termo regido.

QUEstão 23
Texto I
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
No sexto parágrafo, tem-se “há casas com lareira que se mantêm frias.”. Nesse fragmento,
percebe-se que o acento da forma verbal em destaque deve-se à concordância com a
seguinte palavra:
a) ―há‖
b) ―casas‖
c) ―lareira‖
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d) ―frias‖

QUEstão 24
Texto
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu
o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada,
ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu
os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz
de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho,
a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgiram no
canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que
Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede.
Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da
esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam
chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o
alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é no
fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de
moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo,
gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e
alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na
carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas:
era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario,
pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na mão
esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A
polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas
horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de
um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não
consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se
espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar
os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há
muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça
agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da
chuva, que volta a cair.
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Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.


“Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)

Em função da necessidade de concordância do verbo com o sujeito a que se refere, pode-se


afirmar o seguinte sobre o sujeito da forma “espalha” é:
a) composto tendo ―homem‖ e ―multidão‖ como núcleos.
b) indeterminado e sem referência gramatical explícita.
c) simples e representado pela construção ―a multidão‖.
d) desinencial marcado pela terceira pessoa.

QUEstão 25

Texto

Facebook deixa você depressivo

Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.

(Disponível em: http://superabril.com.br. Acesso em 18/05/16)


No segundo parágrafo, o trecho “muitos dos meus amigos têm uma vida melhor que a
minha” possui um verbo destacado que recebe acento gráfico devido à concordância com:
a) ―dos‖
b) ―amigos‖
c) ―vida‖
d) ―minha
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QUEstão 26‖

Leia as alternativas abaixo e assinale a que não apresenta erro de concordância:


a) O médico e o Engenheiro assistiriam todos os funcionários da empresa.
b) O médico e o Engenheiro assistiriam a todos os funcionários da empresa.
c) Os funcionários da empresa assistiram todos os vídeos, a fim de aprender mais sobre o
assunto.
d) Os funcionários da empresa assistiram os vídeos, a fim de aprender mais sobre o assunto.

QUEstão 27
Assinale a alternativa que completa a lacuna.
A maioria dos funcionários feliz com a indicação do novo gerente, (estar)
a) Está
b) Estão
c) São
d) Estavam

QUEstão 28

Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à


questão
“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era
publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo
com Artur da Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã
dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o
talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando
alcançar o seu estilo. ”
Assinale a opção cuja concordância verbal seja equivalente a que aparece em “Faz oito
meses que parei”:
a) Ao longo da vida, fazemos muitas coisas de que nos arrependemos.
b) Todos haviam chegado cedo.
c) Havia pessoas demais na festa.
d) Todos se fizeram presentes na festa.
e) A mãe faz tudo o que ela quer.

QUEstão 29
regras de regência verbal e preocupando-se em manter o sentido original, a reescritura da
frase “Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo.” estaria correta apenas em:
a) Prefiro não ter o talento do mestre do que continuar vivo.
b) Prefiro não ter o talento do mestre a continuar vivo.
c) Prefiro continuar vivo a ter o talento do mestre.
d) Prefiro continuar vivo do que ter o talento do mestre.
e) Prefiro ter o talento do mestre do que continuar vivo.
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QUEstão 30

Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
Na frase “Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou
pra trás.”, a concordância do verbo em destaque justifica-se pela mesma regra aplicada
em:
a) Ninguém chegou.
b) Qual de nós nunca errou?
c) A maioria das pessoas chegaram tarde.
d) Houve muitos problemas.
e) Mais de um carro se chocaram.

QUEstão 31

Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
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Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
Na frase “Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou
pra trás.”, a concordância do verbo em destaque justifica-se pela mesma regra aplicada
em:
a) Ninguém chegou.
b) Qual de nós nunca errou?
c) A maioria das pessoas chegaram tarde.
d) Houve muitos problemas.
e) Mais de um carro se chocaram.

QUEstão 32

Texto
Crise de Identidade
Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe?
—, o Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-
fronteiras. Sou sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de
turista, admirado com suas madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua
Dias Ferreira e, principalmente, com a crença da quase totalidade de seus moradores de
que o pão e o presunto foram inventados no Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon
por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei de assunto e estou perdendo o
fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No Leblon. la ao dentista.
Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra esquina, uma
senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se
aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia
uma fã. Correspondi, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: ―Artur da Távola!‖
Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era
publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo
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com Artur da Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos
textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do
mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o
seu estilo.
Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é
tempo bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça?
Outro dia mesmo, dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de
produtos hortifrutigranjeiros, outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela
não se deu conta de que eu não estava escrevendo), que se identificava com as minhas
histórias, e que minha coluna era a primeira coisa que buscava no jornal às sextas-feiras.
Bem que eu tentei dizer que nunca escrevi às sextas, mas ela me interrompeu e
acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela gostava mesmo
de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o ídolo.
Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora
imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos
hortifrutigranjeiros.
Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses
23 anos, por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido
com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com
a Cora. E olha que eu também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu
nunca tenha conseguido criar, nos meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a
me identificar nas ruas.
Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um
táxi e, logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: ―O
senhor é o Cony, não é? Ouço o senhor todo dia na CBN‖. Eu confirmo e vou em frente.
Ainda não desisti do plano de andar com uns livros do Cony na mochila para dar
edições autografadas aos motoristas da cidade. Só não decidi ainda se eu mesmo
autografo ou peço pro Cony autografar.
As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me
cercam. É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. ―Não
deixo de ver o senhor no programa da Andréa Beltrão.‖ Ou ―o senhor não está mais no
programa da Maria Padilha?‖ Adianta eu dizer que o programa é da Maria Beltrão?
Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta
coluna, agora só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que
eu sou eu. É fácil. Não falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em
Ipanema da minha janela, não analiso a conjuntura política, nunca escrevi um livro de
mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele que fala de amenidades, pega no pé do
prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a eleição da Mala do Ano, já fez o
concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o Caetano. Ainda não
lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele que tem
muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson
Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos
colunistas talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo
confunde com os outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de
voltar a se encontrar semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu
escrever. Tem que ter você aí do outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo.
Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho?
(Artur Xexéo)
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Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão.


“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada
três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da
Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola.
Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar
vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo."

Assinale a opção cuja concordância verbal seja equivalente a que aparece em “Faz oito
meses que parei”:
a) Ao longo da vida, fazemos muitas coisas de que nos arrependemos.
b) Todos haviam chegado cedo.
c) Havia pessoas demais na festa.
d) Todos se fizeram presentes na festa.
e) A mãe faz tudo o que ela quer.
QUEstão 33
Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão.
“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada
três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da
Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola.
Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar
vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo."

Atentando-se às regras de regência verbal e preocupando-se em manter o sentido original,


a reescritura da frase “Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo.” estaria
correta apenas em:
a) Prefiro não ter o talento do mestre do que continuar vivo.
b) Prefiro não ter o talento do mestre a continuar vivo.
c) Prefiro continuar vivo a ter o talento do mestre.
d) Prefiro continuar vivo do que ter o talento do mestre.
e) Prefiro ter o talento do mestre do que continuar vivo.

QUEstão 34
Sonhos

Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.

(Luís Fernando Veríssimo, fragmento)


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A regência do verbo “ir” em “Sonhar é como ir ao cinema”, segue a exigência da norma


padrão da língua. Assinale a opção em que essa exigência NÃO está sendo respeitada,
ilustrando uma transgressão à norma.
a) Preferimos televisão a cinema.
b) Esse comportamento implicará advertência.
c) Nós lembramos de tudo que aconteceu.
d) O candidato aspirava a um bom resultado.

QUEstão 35

Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
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(Luis Fernando
Veríssimo)
No fragmento “Precisava contar uma coisa à mulher” (3°§), a crase ocorre, basicamente,
devido:
a) à regência do verbo precisar e ao complemento feminino.
b) à construção de uma locução adverbial com vocábulo feminino.
c) ao ―a‖ inicial de uma locução prepositiva com vocábulo feminino.
d) à regência do verbo ―contar‖ e ao complemento feminino.

QUEstão 36

Texto

Férias – cuidados com crianças

O verão começou no dia 21 de dezembro e a estação é sinônimo de férias escolares


para crianças. Mas elas precisam de cuidados redobrados para curtir o sol, praia,
piscinas e parques com segurança. Por isso, os pais devem se informar para evitarem
doenças e acidentes comuns nesta época do ano.
Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que
significa que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário. Quando
se fala em crianças, o assunto fica ainda mais sério. Como as crianças são mais
sensíveis que adultos, é preciso atenção para exposição a raios solares e a adoção de
cuidados especiais.
[...]

Roupas adequadas

Devido ao calor e ao aumento da sudorese (suor), as roupas devem ser de algodão,


finas e folgadas de modo a
permitir uma maior ventilação, facilitando a evaporação do suor. Roupas íntimas
também devem ser de algodão, evitando- se tecidos sintéticos.
Na praia, sungas e biquínis são os trajes ideais, porém deve-se tomar cuidado com o
hábito de ficar com a roupa
molhada após sair da praia, isso favorece o surgimento de micoses da pele.
As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta. Para a
prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com
frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma
boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas
pode levar a problemas de pele.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-


saude/4535/-1/os- cuidados-para-curtir-o-verao-com-as-criancas.html. Acesso em:
08/01/2015,
adaptado)
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Considere a frase abaixo para responder à questão seguinte.

―Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que significa
que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário.‖ (2º parágrafo)

O adjetivo “frequentes” está no plural por concordar com a seguinte palavra:


a) ―piscinas‖
b) ―parques‖
c) ―passeios‖
d) ―alimentação‖

QUEstão 37

Texto I

O que é filosofia?

Querida Sofia,

Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
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necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.


Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.

(GAARDER, Jostein. O mundo


de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.24-25)

―Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que
todo mundo precise?‖ (6º §)

Assinale a alternativa em que se faz um comentário sintático INCORRETO sobre o trecho


em análise.
a) Existe apenas uma oração subordinada introduzida pela conjunção integrante ―que‖.
b) ―alguma coisa‖ cumpre a função sintática de sujeito simples do verbo ―resta‖.
c) O adjetivo ―satisfeitas‖ exerce, no contexto, a função sintática de predicativo.
d) O emprego da preposição ―de‖ após o substantivo ―coisa‖ obedece à regência desse nome.

QUEstão 38

Texto III

Corrida contra o ebola

Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África Ocidental despertou a atenção
da comunidade internacional, mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes.
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições
sanitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a
Organização Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente
expressivo de profissionais para atuar nessas localidades afetadas.
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas
financeiros. Só 20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos
países-membros – o restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6
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bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais
ênfase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e
diabetes.O departamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e
integrado a outros. Muitos profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade
da situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de
Genebra, cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central
na África Ocidental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo
Estados Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa
e Guiné, respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo
perdido conta a favor da doença.

(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-


corrida-contra-o-ebola.shtml: Acesso em: 08/09/2014)

A concordância empregada, na primeira oração do texto ―Já faz seis meses‖, ocorre em função
de uma característica linguística do verbo. Essa mesma característica pode ser observada na
seguinte opção:
a) Organizaram-se reuniões periódicas na empresa.
b) Há muitas questões pendentes ainda.
c) O encontro ocorreu sem transtorno algum.
d) Falhou o projeto e a experiência.
e) Espera-se a ajuda do grupo.

QUEstão 39

Texto 1

Ética e moral: que significam?


(Leonardo Boff)

Face à crise generalizada de ética e de moral, importa resgatar o sentido originário


das palavras. Ética e moral é a mesma coisa? É e não é.

1. O significado de ética

Ética é um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações que valem


para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade. Que significa agir
humanamente?
O primeiro princípio do agir humano, chamado por isso de regra de ouro, é esse:
―não faças ao outro o que não queres que te façam a ti". Ou positivamente: ―faça ao
outro o que queres que te façam a ti". Esse princípio áureo pode ser traduzido também
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pela expressão de Jesus, testemunhada em todas as religiões: ―ama o próximo como a ti


mesmo". É o princípio do amor universal e incondicional. Quem não quer ser amado?
Quem não quer amar? Alguém quer ser odiado ou ser tratado com fria indiferença?
Ninguém.
Outro princípio da humanidade essencial, é o cuidado. Toda vida precisa de
cuidado. Um recém-nascido deixado à sua própria sorte morre poucas horas após. O
cuidado é tão essencial que, se bem observarmos, tudo o que fazemos vem
acompanhado de cuidado ou falta de cuidado. Se fazemos com
cuidado, tudo pode dar certo e dura mais. Tudo o que amamos também cuidamos.
A ética do cuidado hoje é fundamental: se não cuidarmos do planeta Terra, ele
poderá sofrer um colapso e destruir as condições que permitem o projeto planetário
humano. A própria política é o cuidado para com o bem do povo.
Outro princípio reside da solidariedade universal. Se nossos pais não fossem
solidários conosco quando nascemos e nos tivessem rejeitado, não estaríamos aqui para
falar de tudo isso. Se na sociedade não respeitamos as normas coletivas em
solidariedade para com todos, a vida seria
impossível. A solidariedade para existir de fato precisa sempre ser solidariedade a partir
de baixo, dos últimos e dos que mais sofrem. A solidariedade se manifesta então como
com-paixão. Com-paixão quer dizer ter a mesma paixão que o outro, alegrar- se com o
outro, sofrer com o outro para que nunca se sinta só em seu sofrimento, construir junto
algo bom para todos.
Pertence também à humanidade essencial a capacidade e a vontade de perdoar.
Todos somos falíveis, podemos errar involuntariamente e prejudicar o outro
conscientemente. Como gostaríamos de ser perdoados, devemos também nós perdoar.
Perdoar significa não deixar que o erro e o ódio tenham a última palavra. Perdoar é
conceder uma chance ao outro para que possa refazer as relações boas.
Tais princípios e inspirações formam a ética. Sempre que surge o outro diante de
mim, ai surge o imperativo ético de tratá-lo humanamente. Sem tais valores a vida se
torna impossível.
Por isso, ethos, donde vem ética, significava para os gregos, a casa. Na casa cada
coisa tem seu lugar e os que nela habitam devem ordenar seus comportamentos para
que todos possam se sentir bem. Hoje a casa não é apenas a casa individual de cada
pessoa, é também a cidade, o estado e o planeta Terra como casa comum. Eis, pois, o
que é a ética. Vejamos agora o que é moral.

2. O significado de moral

A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre
diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do seu jeito o amor, o
cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente chamamos de moral. Ética
existe uma só para todos. Moral existem muitas,
consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida. Vamos dar
um exemplo. Importante é ter uma casa(ética). O estilo e a maneira de construí-la pode
variar (moral). Pode ser simples, rústica, moderna, colonial, gótica, contanto que seja
casa habitável. Assim é com a ética e a
moral.
Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam caber
inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso mínimo no qual
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todos se possam encontrar. E ao mesmo tempo, respeitar as maneiras diferentes como


os povos organizam a ética, dando origem
às várias morais, vale dizer, os vários modos de organizar a família, de cuidar das
pessoas e da natureza, de estabelecer os laços de solidariedade entre todos, os estilos de
manifestar o perdão.
A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana e à preservação da
Casa Comum, a única que temos que é o Planeta Terra.

(Disponível em: http://www.leonardoboff.com/site/vista/outros/etic...


Acesso em:07/10/2014)
Para resolver a questão, considere o primeiro parágrafo do texto como o trecho “Ética é um
conjunto...”.

No fragmento ―Tudo o que amamos também cuidamos‖ (3°§), ocorre um desvio de regência
provocado:
a) pelo emprego do verbo ―amamos‖ sem complemento explícito.
b) pelo uso do vocábulo ―também‖ relacionando dois verbos.
c) pelo uso de complementos distintos para verbos equivalentes.
d) pelo uso de um mesmo tipo de complemento para verbos de regências distintas.

QUEstão 40
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Em ―Assim, emoções ligadas à excitação, como raiva e felicidade, ―, ocorre a contração da


preposição ―a‖ com o artigo ―a‖. A ocorrência da preposição deve-se a uma relação de regência,
na qual o termo regente é:
a) ―assim‖
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b) ―excitação‖
c) ―emoções‖
d) ―ligadas‖

Uso dos tempos e modos verbais

QUEstão 01

Texto

Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)

A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
―A resposta que lhe daria seria: “Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...”(5º§)
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O emprego do futuro do pretérito do indicativo cumpre um papel expressivo no trecho.


Isso porque, no contexto, sinaliza ações:
a) passadas ocorridas em um momento específico.
b) do presente que se relacionam com o passado.
c) presentes apontando para o futuro.
d) do passado que continuam até o presente.
e) futuras que não serão realizadas.

QUEstão 02

Texto I

Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição


linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que
posso garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem
simultaneamente um dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade,
por um lado, e uma coleção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o
que é e como funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com
os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista:
sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja, escola, casamento,
política), morte, tudo isso está sempre presente nas piadas que circulam anonimamente e
que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o mundo.[...]
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais
aprofundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata
de um corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e,
paradoxalmente, ―desarrumado‖, contribui para deixar muito claro que uma língua
funciona sempre em relação a um contexto culturalmente relevante e que cada texto
requer uma relação com outros textos. [...]
A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente
cada segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por
razões variadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no
mínimo, nós as ouvimos muitas vezes.
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30,
n.176, out. 2001)
A análise do emprego dos tempos verbais em “Há algum tempo, venho estudando as
piadas”(1º§) revela que, semanticamente, as duas formas em destaque indicam, nessa
ordem, as noções de:
a) passado e continuidade.
b) presente e projeto futuro.
c) simultaneidade e presente.
d) ordem e suposição.
e) futuro e constatação.

QUEstão 03
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Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: ―Será que vou
conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a
gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de
eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já
que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar
a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre,
então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições
de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar
que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais
têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
A forma verbal “gostaria”, presente no primeiro parágrafo, está flexionada no seguinte tempo
verbal:
a) futuro do pretérito.
b) pretérito perfeito.
c) pretérito imperfeito.
d) futuro do presente.

QUEstão 04

Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
Na oração „O homem disse “nada não, obrigado”‟, o verbo encontra-se flexionado no
pretérito perfeito do modo Indicativo. Assinale a opção em que se reescreve a oração com
o verbo no tempo presente do Indicativo.
a) O homem diz ―nada não, obrigado.
b) O homem diria ―nada não, obrigado.
c) O homem dirá ―nada não, obrigado.
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d) O homem dizia ―nada não, obrigado.

QUEstão 05
Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via
a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida,
chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio,
para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era
exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer
lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o
lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que
algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável:
a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente
porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas,
seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo
outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a
classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade,
ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora:
―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão.
Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E
sem óbitos durante o voo.
A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares, pode causar confusão. O verbo “quis”,
presente em “Minha mãe sempre quis viajar” (5º§) é um exemplo típico. Nesse sentido, assinale
a alternativa em que se indica INCORRETAMENTE a sua flexão.
a) queres – Presente do Indicativo.
b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
d) queira – Presente do Subjuntivo.
e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

QUEstão 06

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
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Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e


assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
Os verbos “sabia” e “Duvido”, no início do texto, apontam para dois momentos distintos
na vida do narrador. Tais verbos estão flexionados, respectivamente, no:
a) pretérito perfeito e presente.
b) pretérito mais-que-perfeito e pretérito perfeito.
c) pretérito perfeito e futuro do pretérito.
d) pretérito imperfeito e futuro do pretérito.
e) pretérito imperfeito e presente.

QUEstão 07

Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)

Utilize o Texto I para responder a questão.


Os verbos “sabia” e “Duvido”, no início do texto, apontam para dois momentos distintos
na vida do narrador. Tais verbos estão flexionados, respectivamente, no:
a) pretérito perfeito e presente.
b) pretérito mais-que-perfeito e pretérito perfeito.
c) pretérito perfeito e futuro do pretérito.
d) pretérito imperfeito e futuro do pretérito.
e) pretérito imperfeito e presente.

QUEstão 08

O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
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lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele


chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina:
―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
No primeiro parágrafo, o emprego recorrente do presente do indicativo sugere:
a) uma ação do momento da enunciação.
b) uma ideia que ainda ocorrerá.
c) uma ação que se limita ao passado.
d) um caráter atemporal.
e) um sentido de possibilidade.

QUEstão 09
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
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Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
No primeiro parágrafo, o emprego recorrente do presente do indicativo sugere:
a) uma ação do momento da enunciação.
b) uma ideia que ainda ocorrerá.
c) uma ação que se limita ao passado.
d) um caráter atemporal.
e) um sentido de possibilidade.

QUEstão 10

Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
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aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
Em “Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos” (3º§), o modo pelo qual o
verbo em destaque está conjugado sugere tratar-se de uma flexão do:
a) Presente do Indicativo
b) Imperativo afirmativo
c) Futuro do Presente do Indicativo
d) Presente do Subjuntivo

QUEstão 11

Texto I
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
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Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
Em “Li esta frase outro dia e achei perfeito.” (1°§), os verbos destacados expressam uma
noção de tempo:
a) presente
b) passado
c) futuro
d) hipotético

QUEstão 12
O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados
pela escola latino-americana
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de
comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos
em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da
comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos
passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste
período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de
(in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias
na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos
meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas
tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tomam-se cada
vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução
industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de
comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos
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meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta


forma, estudaras mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É
necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo
resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir
algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes
colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste
mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão
contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.
http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista6/artiao%206-3.htm - acesso em
03/05/2016.
Leia as opções abaixo e indique a que altera a conjugação para o tempo futuro de maneira
correta.
É necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado.
a) Será necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado.
b) Serão necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado.
c) Há a necessidade de investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado.
d) Seria necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
atender os interesses da sociedade no mundo globalizado.

QUEstão 13

COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO


(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou
outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no
sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
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internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Assinale a alternativa que conjuga o verbo destacado no tempo futuro.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais.
a) Ser
b) Foi
c) Era
d) Será

QUEstão 14
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma
- como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos
inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma,
medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não
ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
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conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres reais,
curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. "(4°§)

No trecho em análise, a incerteza introduzida pelo advérbio “Talvez” é reforçada pela


forma verbal “possa”, cuja correta classificação da flexão é:
a) Presente do Subjuntivo
b) Futuro do Presente do Indicativo
c) Presente do Indicativo
d) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
e) Futuro do Subjuntivo

QUEstão 15
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
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como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em


crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
―Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres reais,
curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. "(4°§)
No trecho em análise, a incerteza introduzida pelo advérbio “Talvez” é reforçada pela
forma verbal “possa”, cuja correta classificação da flexão é:
a) Presente do Subjuntivo
b) Futuro do Presente do Indicativo
c) Presente do Indicativo
d) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
e) Futuro do Subjuntivo

QUEstão 16

Sonhos

Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.

(Luís Fernando Veríssimo, fragmento)


Em “Só que, mesmo que você não saiba”, o verbo em destaque, em função do modo em
que se encontra flexionado, apresenta um sentido de:
a) ordem
b) possibilidade
c) certeza
d) sugestão

QUEstão 17 O PADEIRO

Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo
café vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o
pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os
moradores, avisava gritando:
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- Não é ninguém, é o padeiro!

Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é
ninguém?

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou
outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e
ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não senhora, é o
padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.

(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)

Assinale a alternativa que apresenta o comentário CORRETO sobre o trecho abaixo:

―Assim ficara sabendo que não era ninguém..." (4°§)


a) ―Ninguém" é um advérbio de negação.
b) O verbo ―ficara" está flexionado no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo.
c) Seria possível substituir ―ninguém" por ―alguém" sem mudança de sentido.
d) Os dois verbos destacados estão flexionados na primeira pessoa do singular.

QUEstão 18

Texto

O amor acaba

(Paulo Mendes Campos)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
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na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de


gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

A opção do autor por enunciar, no título do texto, o verbo ―acabar‖ no presente do Indicativo
cumpre o seguinte papel semântico:
a) revela uma ação que ocorre no momento em que é enunciada.
b) indica uma ação presente com valor de passado.
c) aponta para uma ideia que assume sentido de futuro, uma previsão.
d) ilustra uma ação que se repete com ―status‖ de verdade absoluta.
e) denota uma possibilidade relacionada ao presente da enunciação.

QUEstão 19
Texto

O amor acaba
(Paulo Mendes Campos)

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
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unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles momos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
A opção do autor por enunciar, no título do texto, o verbo “acabar" no presente do
Indicativo cumpre o seguinte papel semântico:
a) revela uma ação que ocorre no momento em que é enunciada.
b) indica uma ação presente com valor de passado.
c) aponta para uma ideia que assume sentido de futuro, uma previsão.
d) ilustra uma ação que se repete com ―status" de verdade absoluta.
e) denota uma possibilidade relacionada ao presente da enunciação.

QUEstão 20
Texto I
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Também tem de ser verde


(Jennifer ann Thomas)

A onda sustentável que tomou o planeta nas últimas décadas levantou


considerações em torno da fabricação de baterias. A busca pelo aumento da eficiência
passou a rivalizar com a batalha por tornar esses dispositivos mais verdes. O caminho
seguro é a substituição gradual de fontes sujas de energia, a exemplo do petróleo, pelas
renováveis. A energia solar, em especial, foi alavancada ao status de possível solução
definitiva para os dois problemas que rondam as baterias: a eficiência e a
sustentabilidade. Se toda a radiação que atinge a Terra em um dia, vinda do sol, virasse
eletricidade, seria possível sustentara humanidade por 27 anos. Na prática, o que falta
hoje para a adoção ampla da alternativa solar é apenas vontade, da indústria e de
consumidores, para implantá-la. A startup alemã Changers achou uma boa forma de
incentivo.
A Changers vende os modelos abastecidos por radiação solar. Seus
carregadores, finos e maleáveis, podem ser acoplados a mochilas ou levados dentro de
uma bolsa. Após quatro horas carregando no sol, uma dessas baterias absorve energia
suficiente para produzir 16 watts-hora, o suficiente para recarregara bateria de
um smartphone duas vezes no dia.
Um aplicativo, normalmente entregue junto com as baterias da Changers, motiva
clientes a ser sustentáveis - e, no processo, mostra as vantagens de adotar essa postura
(mesmo que para isso seja preciso pagar um pouco mais caro pelo produto alimentado
pelo sol, em comparação com as baterias carregadas com fontes sujas). [...] A fundadora
da Changers, Daniela Schiefer, afirma: ―Todos adoram falar da necessidade de cuidar da
Terra, mas poucos se mexem para isso. Queremos dar um empurrão, dizer ‗vamos
começar de algum lugar‘ e mostrar quanto é fácil adotar posturas mais conscientes‖.

(Revista Veja, de 15/04/15 - adaptado)

Considere o fragmento abaixo para responder à questão.

―Se toda a radiação que atinge a Terra em um dia, vinda do


sol, virasse eletricidade, seria possível sustentar a humanidade por 27 anos. ‖ (1°§)

A partir da análise dos verbos destacados e do sentido que eles introduzem na frase em
questão, assinale a opção em que se faz um comentário correto.
a) O verbo ―atinge‖, flexionado no Presente do Indicativo, sugere algo que deve ser entendido
como verdade.
b) Aflexão de ―virasse‖ no Modo Subjuntivo indica a certeza de concretização da ação indicada
por esse verbo.
c) O verbo ―seria‖, flexionando no Modo Subjuntivo, revela uma ideia de possibilidade quanto
ao resultado de uma ação.
d) Caso os três verbos estivessem flexionados no mesmo tempo verbal, não haveria qualquer
alteração no sentido da frase.
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QUEstão 21

Férias – cuidados com crianças

O verão começou no dia 21 de dezembro e a estação é sinônimo de férias escolares


para crianças. Mas elas precisam de cuidados redobrados para curtir o sol, praia,
piscinas e parques com segurança. Por isso, os pais devem se informar para evitarem
doenças e acidentes comuns nesta época do ano.
Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que
significa que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário. Quando
se fala em crianças, o assunto fica ainda mais sério. Como as crianças são mais
sensíveis que adultos, é preciso atenção para exposição a raios solares e a adoção de
cuidados especiais.
[...]

Roupas adequadas

Devido ao calor e ao aumento da sudorese (suor), as roupas devem ser de algodão,


finas e folgadas de modo a
permitir uma maior ventilação, facilitando a evaporação do suor. Roupas íntimas
também devem ser de algodão, evitando- se tecidos sintéticos.
Na praia, sungas e biquínis são os trajes ideais, porém deve-se tomar cuidado com o
hábito de ficar com a roupa
molhada após sair da praia, isso favorece o surgimento de micoses da pele.
As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta. Para a
prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com
frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma
boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas
pode levar a problemas de pele.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-


saude/4535/-1/os- cuidados-para-curtir-o-verao-com-as-criancas.html. Acesso em:
08/01/2015,
adaptado)

Em “O verão começou no dia 21 de dezembro”, o verbo em destaque indica um valor de:


a) passado
b) ordem
c) presente
d) futuro
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QUEstão 22

O Bicho
(Manuel Bandeira)

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

(Disponível em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/bicho.htm, acesso em


10/09/2014)

A respeito do emprego do pretérito imperfeito, na segunda estrofe do texto II, pode afirmar o
seguinte:
a) Revela uma ação passada relacionada com um fato futuro.
b) Indica uma ação que se repetia no passado.
c) Aponta para um evento que ocorre no momento da enunciação.
d) Sinaliza uma ação pontual realizada uma única vez no passado.
e) Representa uma ação que ocorreu no passado e se estende até o presente.

QUEstão 23
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O uso do Presente do Indicativo em ―A sabedoria popular já sabe que emoções causam


alterações físicas.‖ é, semanticamente, melhor justificado por:
a) expressar uma ação que era habitual no passado.
b) fazer referência a um fato passado de modo mais dinâmico.
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c) apontar para uma ação que ocorre no momento em que se lê.


d) expressar uma ação de caráter ―atemporal‖.

QUEstão 24
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa

Tá vendo aquele edifício, moço?


Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto


Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
―Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?‖

Meu domingo tá perdido


Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?


Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente


Vem pra mim toda contente
―Pai, vou me matricular‖
Mas me diz um cidadão
―Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar‖

Essa dor doeu mais forte


Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
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Tá vendo aquela igreja, moço?


Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena


Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
―Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar‖
Ao observar a concordância verbal em ―Fui eu quem criou a terra‖, conclui-se que:
a) o pronome relativo ―quem‖ é sujeito do verbo ―criou‖.
b) os dois verbos estão fexionados na mesma pessoa gramatical.
c) se fosse usado ―que‖ no lugar de ―quem‖, não haveria alteração na concordância.
d) o pronome ―eu‖ é sujeito das duas orações.

QUEstão 25
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No primeiro parágrafo do texto, todos os verbos indicados abaixo se encontram no Modo


Indicativo, exceto:
a) ―foi‖
b) ―acho‖
c) ―tome‖
d) ―tem‖

QUEstão 26 Prazeres mútuos


(Danuza Leão)

É normal, quando você vê uma criança bonita, dizer ―mas que linda‖, ―que olhos
lindos‖, ou coisas no gênero. Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente quando
se trata de uma criança ou até de um cachorrinho, dificilmente fazemos a um adulto.
Isso me ocorreu quando outro dia conheci, no meio de várias pessoas, uma moça que
tinha cabelos lindos. Apesar da minha admiração, fiquei calada, mas percebi minha
dificuldade, que aliás não é só minha, acho que é geral. Por que eu não conseguia
elogiar seus cabelos?
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Fiquei remoendo meus pensamentos (e minha dificuldade), fiz um esforço (que


não foi pequeno) e consegui dizer: ―que cabelos lindos você tem‖. Ela, que estava séria,
abriu um grande sorriso, toda feliz, e sem dúvida passou a gostar um pouquinho de mim
naquele minuto, mesmo que nunca mais nos vejamos.
Fiquei pensando: é preciso se exercitar e dizer coisas boas às pessoas, homens e
mulheres, quando elas existem. Não sei a quem faz mais bem, se a quem ouve ou a
quem diz; mas por que, por que, essa dificuldade? Será falta de generosidade? Inveja?
Inibição? Há quanto tempo ninguém diz que você está linda ou que tem olhos lindos,
como ouvia quando criança? Nem mesmo quando um homem está paquerando uma
mulher ele costuma fazer um elogio, só alguns, mais tarde, num momento de intimidade
e quando é uma bobagem, como ―você tem um pezinho lindo‖. Mas sentar numa mesa
para jantar pela primeira vez, só os dois, e dizer, com naturalidade, ―que olhos lindos
você tem‖, é difícil de acontecer.
Notar alguma coisa de errado é fácil; não se diz a ninguém que ele tem o nariz
torto, mas, se for alguém que estiver em outra mesa, o comentário é espontâneo e
inevitável. Podemos ouvir que a alça do sutiã está aparecendo ou que o rímel escorreu,
mas há quanto tempo você não ouve de um homem que tem braços lindos? A não ser
que você seja modelo ou miss - e aí é uma obrigação elogiar todas as partes do seu
corpo-, os homens não elogiam mais as mulheres, aliás, ninguém elogia ninguém.
E é tão bom receber um elogio; o da amiga que diz que você está um arraso já é
ótimo, mas, de uma pessoa que você acabou de conhecer e que talvez não veja nunca
mais, aquele elogio espontâneo e sincero, é das melhores coisas da vida.
Fique atenta; quando chegar a um lugar e conhecer pessoas novas, alguma coisa
de alguma delas vai chamar a sua atenção e sua tendência será, como sempre, ficar
calada. Pois não fique. Faça um pequeno esforço e diga alguma coisa que você notou e
gostou; o quanto a achou simpática, como parece tranquila, como seu anel é lindo,
qualquer coisa. Todas as pessoas do mundo têm alguma coisa de bom e bonito, nem que
seja a expressão do olhar, e ouvir isso, sobretudo de alguém que nunca se viu, é sempre
muito bom.
Existe gente que faz disso uma profissão, e passa a vida elogiando os outros, mas
não é delas que estamos falando. Só vale se for de verdade, e se você começar a se
exercitar nesse jogo e, com sinceridade, elogiar o que merece ser elogiado, irá
espalhando alegrias e prazeres por onde passar, que fatalmente reverterão para você
mesma, porque a vida costuma ser assim.
Apesar de a vida ter me mostrado que nem sempre é assim, continuo acreditando
no que aprendi na infância, e isso me faz muito bem.

(disponível
em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0611200502.htm)

O modo subjuntivo pode transportar o leitor para uma realidade hipotética. Assinale a
opção que apresenta um trecho em que a autora faça uso desse modo verbal.
a) ―Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente‖ (1º parágrafo)
b) ―Fiquei remoendo meus pensamentos‖ (2º parágrafo)
c) ―se for alguém que estiver em outra mesa,‖ (4º parágrafo)
d) ―Fique atenta‖ (6º parágrafo)
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QUEstão 27

O texto que segue é o trecho de um artigo de Ricardo B. de Araújo.

(Araújo, R.B. Força Estranha. Ciência Hoje, ano I, v.1, jul./ago. 1982).

A torcida possui a propriedade de reunir, ―na mesma massa‖, pessoas situadas em


posições sociais diversas, homogeneizando, em torno de clubes, as suas diferenças.
Nesse processo, um mecanismo extremamente importante é o uniforme de cada clube:
ao mesmo tempo em que separa e distingue cada uma das torcidas, ele ―despe‖ cada
torcedor da sua identidade civil, e o integra em um novo contexto, profundamente
indiferenciado

Nesse contexto de massa que é a torcida, inexistem desigualdades, pelo menos em


princípio. Todos estão ali reunidos pela paixão, para torcer por um dos clubes e,
portanto, cada torcedor tem, nesse momento, os mesmos direitos que qualquer outro

Este último ponto é de grande importância, pois nos leva, de certa forma, da igualdade à
liberdade. Com efeito, se todos os torcedores são considerados moralmente iguais, abre-
se, então, a possibilidade para que cada um deles possa, com toda a legitimidade, ter
uma visão inteiramente pessoal do andamento da partida, da escalação dos times, enfim,
de qualquer aspecto relacionado ao mundo do futebol.

Qualquer torcedor pode, inclusive, discordar das ―autoridades‖ em futebol, os técnicos,


dirigentes ou comentaristas, sem que sua interpretação seja considerada insolente ou
descabida. Este é um contexto em que, de alguma forma, todo mundo tem opinião, e
todos têm o direito de exprimi-la, ou seja, são livres para explicitá-la sem sofrer
qualquer constrangimento. É exatamente por isso que as discussões sobre o futebol são
consideradas ― intermináveis‖ . Na verdade, esta impressão é causada pela própria
dificuldade de se chegar a algum consenso num ambiente tão pluralista e democrático.

Existe, portanto, no futebol, uma área de decisão privada, na qual cada torcedor tem
liberdade para julgar e escolher segundo suas próprias inclinações, sem ter que sofrer
qualquer interferência. Lembremo-nos de que a própria opção por se torcer por
determinado clube, de trocá-lo por outro, ou mesmo de se desinteressar do futebol, são
resoluções de ―foro íntimo‖, que não interessam a ninguém, e que devem, assim, ser
tomadas com toda a independência.

Leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta, em relação ao tempo verbal do texto.

I. Em todo o percurso do texto, o tempo presente do verbo não indica eventos ou processos que
estão ocorrendo no momento em que o redator escreve, mas são ocorrências de extensão
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universal, válidas para todos os momentos.

II. O presente total é o tempo verbal típico dos textos dissertativos, já que esses discutem traços
permanentes do tema posto em questão e não propriedades restritas a um momento em
particular.

III. O tempo verbal predominante no texto é o Pretérito mais que Perfeito.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas
c) II e III, apenas.
d) III, apenas.

QUEstão 28

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

Se você amanhã, realizar o exame.

a) vim – poderá
b) vier – poderá
c) viesse – pode
d) vir – pode

QUEstão 28

As raízes do racismo
Drauzio Varella

Somos seres tribais que dividem o mundo em dois grupos: o "nosso" e o "deles".
Esse é o início de um artigo sobre racismo publicado na revista "Science", como parte
de uma seção sobre conflitos humanos, leitura que recomendo a todos.
Tensões e suspeições intergrupais são responsáveis pela violência entre muçulmanos
e hindus, católicos e protestantes, palestinos e judeus, brancos e negros, heterossexuais
e homossexuais, corintianos e palmeirenses.
Num experimento clássico dos anos 1950, psicólogos americanos levaram para um
acampamento adolescentes que não se conheciam.
Ao descer do ônibus, cada participante recebeu aleatoriamente uma camiseta de cor azul
ou vermelha. A partir desse momento, azuis e vermelhos faziam refeições em
horários diferentes, dormiam em alojamentos separados e formavam equipes adversárias
em todas as brincadeiras e práticas esportivas.
A observação precisou ser interrompida antes da data prevista, por causa da violência
na disputa de jogos e das brigas que irrompiam entre azuis e vermelhos. Nos anos
que se seguiram, diversas experiências semelhantes, organizadas com
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desconhecidos reunidos de forma arbitrária, demonstraram que consideramos os


membros de nosso grupo mais espertos, justos, inteligentes e honestos do que os
"outros".
Parte desse prejulgamento que fazemos "deles" é inconsciente. Você se assusta
quando um adolescente negro se aproxima da janela do carro, antes de tomar
consciência de que ele é jovem e tem pele escura, porque o preconceito contra homens
negros tem raízes profundas.
Nos últimos 40 anos, surgiu vasta literatura científica para explicar por que razão
somos tão tribais. Que fatores em nosso passado evolutivo condicionaram a necessidade
de armar coligações que não encontram justificativa na civilização moderna? Por que
tanta violência religiosa? Qual o sentido de corintianos se amarem e odiarem
palmeirenses?
Seres humanos são capazes de colaborar uns com os outros numa escala
desconhecida no reino animal, porque viver em grupo foi essencial à adaptação de nossa
espécie. Agruparse foi a necessidade mais premente para escapar de predadores, obter
alimentos e construir abrigos seguros para criar os filhos.
A própria complexidade do cérebro humano evoluiu, pelo menos em parte, em
resposta às solicitações da vida comunitária.
Pertencer a um agrupamento social, no entanto, muitas vezes significou destruir
outros. Quando grupos antagônicos competem por território e bens materiais, a
habilidade para formar coalizões confere vantagens logísticas capazes de assegurar
maior probabilidade de sobrevivência aos descendentes dos vencedores.
A contrapartida do altruísmo em relação aos "nossos" é a crueldade dirigida contra
os "outros".
Na violência intergrupal do passado remoto estão fincadas as raízes dos
preconceitos atuais. As interações negativas entre nossos antepassados deram origem
aos comportamentos preconceituosos de hoje, porque no tempo deles o contato com
outros povos era tormentoso e limitado.
Foi com as navegações e a descoberta das Américas que indivíduos de etnias
diversificadas foram obrigados a conviver, embora de forma nem sempre pacífica.
Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por
exemplo, povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
Preconceito racial não é questão restrita ao racismo, faz parte de um fenômeno
muito mais abrangente que varia de uma cultura para outra e que se modifica com o
passar do tempo. Em apenas uma geração, o apartheid norte-americano foi combatido a
ponto de um negro chegar à Presidência do país.
O preconceito contra "eles" cai mais pesado sobre os homens, porque eram do sexo
masculino os guerreiros que atacavam nossos ancestrais. Na literatura, essa constatação
recebeu o nome de hipótese do guerreiro masculino.
A evolução moldou nosso medo de homens que pertencem a outros grupos. Para nos
defendermos deles, criamos fronteiras que agrupam alguns e separam outros em
obediência a critérios de cor da pele, religião, nacionalidade, convicções políticas,
dialetos e até times de futebol.
Demarcada a linha divisória entre "nós" e "eles", discriminamos os que estão do lado
de lá. Às vezes com violência.
Considere o período e as afirmações abaixo.

Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo,
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povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.

I. O uso do futuro do pretérito do verbo ―estar‖ indica falta de certeza quanto à origem do
preconceito contra outros povos.

II. O adjetivo ―idiossincrasias‖ pode ser substituído, sem alteração de sentido, por agressões.

Está correto o que se afirma em

a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
30Q339683
Português Interpretação de Textos
Ano: 2013
Banca: IBFC
Órgão: PC-RJ
Prova: Perito Criminal - Ciências Contábeis
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QUEstão 31

Observe o emprego dos verbos em:

“As percepções serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão
novas opiniões e multiplicarão comentários.”
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A opção por esse tempo verbal revela por parte do autor:

a) uma incerteza em relação a um fato presente.


b) certeza em relação a uma consequência futura.
c) um desejo em relação a um fato passado que repercute no futuro.
d) certeza de uma ação futura que não ocorrerá em função de um fato passado.
e) incerteza de uma ação futura que parte de um fato concreto do passado.

As raízes do racismo
Drauzio Varella
Somos seres tribais que dividem o mundo em dois grupos: o "nosso" e o "deles". Esse é
o início de um artigo sobre racismo publicado na revista "Science", como parte de uma
seção sobre conflitos humanos, leitura que recomendo a todos.
Tensões e suspeições intergrupais são responsáveis pela violência entre muçulmanos e
hindus, católicos e protestantes, palestinos e judeus, brancos e negros, heterossexuais e
homossexuais, corintianos e palmeirenses.
Num experimento clássico dos anos 1950, psicólogos americanos levaram para um
acampamento adolescentes que não se conheciam.
Ao descer do ônibus, cada participante recebeu aleatoriamente uma camiseta de cor azul
ou vermelha. A partir desse momento, azuis e vermelhos faziam refeições em horários
diferentes, dormiam em alojamentos separados e formavam equipes adversárias em
todas as brincadeiras e práticas esportivas.
A observação precisou ser interrompida antes da data prevista, por causa da violência na
disputa de jogos e das brigas que irrompiam entre azuis e vermelhos.
Nos anos que se seguiram, diversas experiências semelhantes, organizadas com
desconhecidos reunidos de forma arbitrária, demonstraram que consideramos os
membros de nosso grupo mais espertos, justos, inteligentes e honestos do que os
"outros".
Parte desse prejulgamento que fazemos "deles" é inconsciente. Você se assusta quando
um adolescente negro se aproxima da janela do carro, antes de tomar consciência de que
ele é jovem e tem pele escura, porque o preconceito contra homens negros tem raízes
profundas.
Nos últimos 40 anos, surgiu vasta literatura científica para explicar por que razão somos
tão tribais. Que fatores em nosso passado evolutivo condicionaram a necessidade de
armar coligações que não encontram justificativa na civilização moderna? Por que tanta
violência religiosa? Qual o sentido de corintianos se amarem e odiarem palmeirenses?
Seres humanos são capazes de colaborar uns com os outros numa escala desconhecida
no reino animal, porque viver em grupo foi essencial à adaptação de nossa espécie.
Agruparse foi a necessidade mais premente para escapar de predadores, obter alimentos
e construir abrigos seguros para criar os filhos.
A própria complexidade do cérebro humano evoluiu, pelo menos em parte, em resposta
às solicitações da vida comunitária.
Pertencer a um agrupamento social, no entanto, muitas vezes significou destruir outros.
Quando grupos antagônicos competem por território e bens materiais, a habilidade para
formar coalizões confere vantagens logísticas capazes de assegurar maior probabilidade
de sobrevivência aos descendentes dos vencedores.
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A contrapartida do altruísmo em relação aos "nossos" é a crueldade dirigida contra os


"outros".
Na violência intergrupal do passado remoto estão fincadas as raízes dos preconceitos
atuais. As interações negativas entre nossos antepassados deram origem aos
comportamentos preconceituosos de hoje, porque no tempo deles o contato com outros
povos era tormentoso e limitado.
Foi com as navegações e a descoberta das Américas que indivíduos de etnias
diversificadas foram obrigados a conviver, embora de forma nem sempre pacífica.
Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por
exemplo, povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
Preconceito racial não é questão restrita ao racismo, faz parte de um fenômeno muito
mais abrangente que varia de uma cultura para outra e que se modifica com o passar do
tempo. Em apenas uma geração, o apartheid norte-americano foi combatido a ponto de
um negro chegar à Presidência do país.
O preconceito contra "eles" cai mais pesado sobre os homens, porque eram do sexo
masculino os guerreiros que atacavam nossos ancestrais. Na literatura, essa constatação
recebeu o nome de hipótese do guerreiro masculino.
A evolução moldou nosso medo de homens que pertencem a outros grupos. Para nos
defendermos deles, criamos fronteiras que agrupam alguns e separam outros em
obediência a critérios de cor da pele, religião, nacionalidade, convicções políticas,
dialetos e até times de futebol.
Demarcada a linha divisória entre "nós" e "eles", discriminamos os que estão do lado de
lá. Às vezes com violência
Considere o período e as afirmações abaixo.
Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo,
povos fisicamente diferentes dos colonizadores brancos.
I. O uso do futuro do pretérito do verbo ―estar‖ indica falta de certeza quanto à origem do
preconceito contra outros povos.
II. O adjetivo ―idiossincrasias‖ pode ser substituído, sem alteração de sentido, por agressões.
Está correto o que se afirma em
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

QUEstão 32
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Se ele um novo trabalho, .
a) propuser – aceitarei.
b) propuser – aceitaria.
c) propor – aceitarei.
d) propor – aceitaria.

QUEstão 33
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Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

I. Se ele uma boa nota na prova, será aprovado.


II. Se ele amanhã, finalizaremos o projeto.

a) obter – vim.
b) obter – vier.
c) obtiver – vier.
d) obtiver – vim.

QUEstão 34
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

I. Se algum problema, ligue para mim.


II. Se você aquela blusa, sentirá frio
a) haver – pôr
b) houver – pôr
c) haver – puser
d) houver – puser

Estrutura do período e da oração


QUEstão 01
Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade.

O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não
conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
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mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Na oração “mas impõe-se a descrição sumária do território”, o sujeito é:
a) oculto.
b) composto.
c) simples.
d) indeterminado.

QUEstão 02

Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.


“Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme
o posicionamento das mãos.” (2º§)
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Os dois termos destacados cumprem papel sintático adverbial e expressam os seguintes


valores semânticos respectivamente:
a) causa e meio.
b) modo e meio.
c) meio e lugar.
d) lugar e modo.
e) modo e lugar.

QUEstão 03

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
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Em “Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.”, o termo em
destaque exerce a função sintática de:
a) adjunto adnominal.
b) predicativo do sujeito.
c) adjunto adverbial.
d) objeto direto.
e) complemento nominal.

QUEstão 04
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
Em “Ao que responde, enfastiada, a Casuarina” (2º§), o adjetivo em destaque exerce a
função sintática de:
a) sujeito.
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b) objeto direto.
c) adjunto adverbial.
d) predicativo.
e) adjunto adnominal.

QUEstão 05

Texto I
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração
exercendo a função sintática de:
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
d) objeto indireto
e) adjunto adnominal

QUEstão 06
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração
exercendo a função sintática de:
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
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d) objeto indireto
e) adjunto adnomina

QUEstão 07

Uma Vela para Dario


(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a
boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que
devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado.
O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o
paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja
feio, bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo
repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o
guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o
táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a
corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à
parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a
farmácia é no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma
peixaria. Enxame de moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e
bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria,
sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus
bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de
nascença. O endereço na carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as
calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no
corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na
mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando
no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario
levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que
alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no
peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem
morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns
moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
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Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver.
Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão.
A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se
às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
“Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)
Em função da necessidade de concordância do verbo com o sujeito a que se refere, pode-se
afirmar o seguinte sobre o sujeito da forma “espalha” é:
a) composto tendo ―homem‖ e ―multidão‖ como núcleos
b) indeterminado e sem referência gramatical explícita.
c) simples e representado pela construção ―a multidão‖
d) desinencial marcado pela terceira pessoa.

QUEstão 08
Texto
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu
o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada,
ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu
os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz
de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho,
a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgiram no
canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que
Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede.
Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da
esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam
chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o
alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é no
fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de
moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo,
gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e
alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na
carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas:
era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario,
pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na mão
esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A
polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas
horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de
um defunto.
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Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não
consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se
espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar
os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há
muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça
agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da
chuva, que volta a cair.
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)

Em função da necessidade de concordância do verbo com o sujeito a que se refere, pode-se


afirmar o seguinte sobre o sujeito da forma “espalha” é:
a) composto tendo ―homem‖ e ―multidão‖ como núcleos.
b) indeterminado e sem referência gramatical explícita.
c) simples e representado pela construção ―a multidão‖.
d) desinencial marcado pela terceira pessoa.

QUEstão 09
Minhas maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
Mario Prata
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
(...)
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
(...)
Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? Muda muito de opinião.
Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
(...)
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
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A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda,
2001, pág. 99.
Leia a citação abaixo e assinale a alternativa que classifica adequadamente o sujeito do
período.
“Muda muito de opinião.”
a) Simples
b) Oculto
c) Inexistente
d) Composto

QUEstão 10
Assinale a alternativa correta. Na última frase do texto a expressão “Meu Deus” se
classifica como:
a) Advérbio
b) Sujeito
c) Vocativo
d) Aposto

QUEstão 11
Leia a citação abaixo e assinale a alternativa que indica a correta classificação do sujeito.
Hoje os estudantes se preocuparam muito com a confecção do trabalho.
a) Simples
b) Composto
c) Pleonástico
d) Inexistente

QUEstão 12
Analise as alternativas abaixo e assinale a alternativa que apresenta sujeito composto:
a) Há de existir alunos de férias.
b) Os alunos estão de férias
c) O aluno está de férias.
d) Os alunos e os professores estão de férias.

QUEstã 13

Texto
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A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
No primeiro parágrafo do texto, a autora lista uma série de “medos”. Todos os termos
indicados abaixo estão regidos por esse substantivo, EXCETO:
a) ―de não estar bem enquadrados,‖
b) ―de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos‖
c) ―de não ter feito a viagem certa‖
d) ―de um clube mais chique,‖
e) ―de não ser livres.‖

QUEstão 14

Texto I
Rito de Passagem
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Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
No trecho “Barba é importante. Sempre foi.” (2°§), o autor apresenta duas afirmações que
assumem um sentido generalizante, podendo ser entendidas como verdades absolutas.
Contribuíram para esse valor os seguintes recursos linguísticos:
a) O substantivo ―Barba‖, na primeira oração e sua omissão na segunda.
b) O emprego do adjetivo ―importante‖ e as frases curtas.
c) O uso do presente do indicativo e do advérbio ―sempre‖.
d) A omissão do sujeito e do predicativo na segunda oração.
e) A construção de períodos simples e a omissão de um dos sujeitos.

QUEstão 15 Aprendendo a pensar


(Frei Beto)

Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,
distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
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Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de
cérebro sadio. Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música,
computação etc. São pessoas felizes, com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um
professor que adotou o método dele, foi recebido por uma orquestra de crianças; todas
tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender
um instrumento musical ou se autoalfabetizar sem curso específico de alfabetização.
Isso foi testado na minha família e deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado
através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e, em seguida, fazia fichas de
palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a escola.
[...]

(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.


Dhp?artld=5069. Acesso em 27/12/15, adaptado)
Em “As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira acelerada nos primeiros anos da
vida.” (4°§), encontra-se destacada uma função sintática . Trata-se do:
a) complemento nominal
b) vocativo
c) predicativo do sujeito
d) aposto

QUEstão 16
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz
levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do
corpo. Mas como anda a dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que
me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando
pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta.
Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A
informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a
gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da
cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma
estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o
litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos
gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas,
abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
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Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao


encontro de tudo que não tem regra, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que
ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é
surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir,
sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não
conhece. Olhe para a sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um
turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço
diante de uma vida que, se eu me descuido, se torna repetitiva, monótona, entediante.
Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no
cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos meus dias é tão intenso que às
vezes a gente se esquece de se alimentar direito.
Considerando a estrutura do período “Quero engordar no lugar certo.” (7º§), pode-se
afirmar, sobre o verbo em destaque que:
a) não apresenta complemento
b) está flexionado no futuro do presente
c) seu sujeito é inexistente
d) constitui uma oração
e) expressa a ideia de possibilidade

QUEstão 17
Plataforma

O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o
tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se
transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que
acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que
pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se
diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora,
quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas
semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente
demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto
mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma".
"Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao
pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de
Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização
do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem
o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido.
Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da
Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares
de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que
desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor
importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de
menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que
escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio
recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar
uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os
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moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas


bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de
atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura
que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal
deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com
que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se
paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão
poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do
contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito
organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o
minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.

(Artur Xexéo. Revista O Globo,


dezembro de 2011)
Sobre o trecho indicado a seguir, assinale o único comentário INCORRETO:

"Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas."

a) O sujeito da segunda oração é "Rio", termo recuperável na frase anterior.


b) Ao dizer "não vai longe o tempo", o cronista afirma "fazer pouco tempo".
c) Nesse contexto, "folia" é sinônimo de carnaval.
d) "Em que" traduz um valor semântico temporal.
e) O sujeito da forma verbal "vai" é indeterminado.

QUEstão 18

Texto I

Ler devia ser proibido

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.


Afinal de contas, ler faz muito mal as pessoas: acorda os homens para realidades
impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que
vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que Ihe fora
destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e
Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais
existiram meteu- se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de
ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary,
tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e
amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso,
inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra
forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem
excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o
encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria
ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
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Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o
sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos
casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que
dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para
caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode
estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que Ihe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam
a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos
fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há
algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das
nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo
que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-
los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem
um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de
progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência.
Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres
que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus
direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção
sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se
todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem
suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de
conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões
utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos,
manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização
contemporânea. Bastaria urn livro para que todos se vissem magicamente transportados
para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de
pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há
cortes, prisões tampouco. O que é mais subversive do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir
deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem
trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova... Ler
deve se coisa rara, não para qualquer um. Afinal
de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silencio é a linguagem da submissão. Para
executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros
sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público,
o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua
história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro.
Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

(Guiomar
de Grammon)
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―Ler pode tornar o homem perigosamente humano.‖

Sobre a palavra “perigosamente”, identifique a opção em que se faz, corretamente, uma


análise morfossintática e semântics, respectivamente:
a) Adjetivo/Adjunto adnominal - caracterizar o leitor.
b) Advérbio/Objeto direto - identificar as circunstâncias específicas da prática leitora.
c) Substantivo/Predicativo do sujeito - individualizar os seres humanos.
d) Advérbio/Adjunto adverbial - destacar implicações da leitura para o homem.

QUEstão 19

Texto I

O que é filosofia?

Querida Sofia,

Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
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que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.

(GAARDER, Jostein. O mundo


de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.24-25)

―Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que
todo mundo precise?‖ (6º §)

Assinale a alternativa em que se faz um comentário sintático INCORRETO sobre o trecho


em análise.
a) Existe apenas uma oração subordinada introduzida pela conjunção integrante ―que‖.
b) ―alguma coisa‖ cumpre a função sintática de sujeito simples do verbo ―resta‖.
c) O adjetivo ―satisfeitas‖ exerce, no contexto, a função sintática de predicativo.
d) O emprego da preposição ―de‖ após o substantivo ―coisa‖ obedece à regência desse nome.

QUEstão 20

O Bicho
(Manuel Bandeira)

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,


Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

(Disponível em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/bicho.htm, acesso em


10/09/2014)

Releia a terceira estrofe do poema de Bandeira:

―O bicho não era um cão,


Não era um gato,
Não era um rato.‖
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O correto comentário sobre a classificação do sujeito das formas verbais em destaque está
expresso em:
a) Sujeito desinencial, com referente textual claramente expresso no poema.
b) Sujeito simples, representado pela palavra ―não‖.
c) Oração sem sujeito, já que o verbo ―ser‖ é impessoal.
d) Sujeito indeterminado, caracterizado pela utilização do infinitivo fexionado.
e) Sujeito oracional, representado pelo primeiro verso da estrofe em destaque.

Processo de formação de palavras.

QUEstão 01

Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
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Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
A partir do vocábulo “aberto”, formou-se “entreaberto” (5º§) pelo seguinte processo de
formação:
a) sufixação
b) justaposição
c) aglutinação
d) prefixação

QUEstão 02

Texto I

Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
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Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando
Veríssimo)

Assinale a opção que apresente uma palavra formada por processo de derivação.
a) palestra
b) novos
c) comentarista
d) bom

QUEstão 03
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa

Tá vendo aquele edifício, moço?


Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto


Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
―Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?‖

Meu domingo tá perdido


Vou pra casa entristecido
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Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?


Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente


Vem pra mim toda contente
―Pai, vou me matricular‖
Mas me diz um cidadão
―Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar‖

Essa dor doeu mais forte


Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?


Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena


Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
―Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
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E na maioria das casas


Eu também não posso entrar‖
O vocábulo ―entristecido‖, presente na terceira estrofe, é um exemplo de:
a) palavra composta
b) palavra primitiva
c) palavra derivada
d) neologismo

QUEstão 04

Gente-casa

Existe gente-casa e gente-apartamento. Não tem nada a ver com tamanho: há pessoas pequenas
que você sabe, só de olhar, que dentro têm dois pisos e escadaria, e pessoas grandes com um interior
apertado, sala e quitinete. Também não tem nada a ver com caráter. Gente-casa não é
necessariamente melhor do que gente-apartamento. A casa que alguns têm por dentro pode estar
abandonada, a pessoa pode ser apenas uma fachada para uma armadilha ou um bordel. Já uma
pessoa- apartamento pode ter um interior simples mas bem ajeitado e agradável. É muito melhor
conviver com um dois quartos, sala, cozinha e dependências do que com um labirinto.
Algumas pessoas não são apenas casas. São mansões. Com sótão e porão e tudo que eles,
comportam, inclusive baús antigos, fantasmas e alguns ratos. É fascinante quando alguém que você
não imaginava ser mais do que um apartamento com, vá lá, uma suíte, de repente se revela um
sobrado com pátio interno, adega e solário. É sempre arriscado prejulgar: você pode começar um
relacionamento com alguém pensando que é um quarto-e-sala conjugado e se descobrir perdido em
corredores escuros, e quando abre a porta, dá no quarto de uma tia louca. Pensando bem, todo
mundo tem uma casa por dentro, ou no mínimo, bem lá no fundo, um porão. Ninguém é simples.
Tudo, afinal, é só a ponta de um iceberg (salvo ponta de iceberg, que pode ser outra coisa) e muitas
vezes quem aparenta ser apenas uma cobertura funcional com qrt. sal. avab. e coz. só está
escondendo suas masmorras.

(VERlSSIMO, Luís Fernando.O Melhor das Comédias da Vida Privada. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2004)

Na construção do termo “gente-casa”, o autor explora possibilidades de arranjos


morfológicos e o potencial de formação de palavras na Língua. Observe as afirmações
abaixo:

I. ―gente‖ é o termo determinado do composto.


II. ―casa‖ é o termo determinante do composto.
III. O hífen foi utilizado para marcar uma unidade morfológica e semântica.
IV. O processo que originou tal construção foi a derivação.

São corretas as seguintes afirmações:


a) I e II apenas.
b) II e IV apenas.
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c) I, II e III apenas.
d) III e IV apenas.

QUEstão 05
Leia a primeira estrofe de Póetica, de Vinicius de Moraes, para responder às questões de 33 a
35:

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

Assinale abaixo a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, o processo de formação


das palavras destacadas no primeiro e no terceiro versos.
a) Derivação sufixai e derivação parassintética.
b) Derivação parassintética e derivação sufixai
c) Derivação regressiva e derivação imprópria.
d) Derivação sufixai e derivação regressiva.

QUEstão 06

Considere as afirmações abaixo.


CADERNO DE QUESTÕES
PP-MG 2022/
DIGITAL CONCURSOS

I. A partir dos substantivos xenofobia e consenso, formamos os adjetivos xenofóbico e


consensual.

II. A partir do adjetivo relevante, formamos o substantivo relevação.

Está correto o que se afirma em:


CADERNO DE QUESTÕES
PP-MG 2022/
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a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma

QUEstão 07
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

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CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

A palavra ―imaturas‖ é formada por:

a) justaposição
b) aglutinação
c) derivação
d) abreviação

Tópicos de língua portuguesa padrão


QUEstão 01

Texto I

Os outros

Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que
anteontem, quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita
Consciência da Alteridade.
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo
pela calçada. Foi então que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica.
Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro: via o mundo por
seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre seus ombros, tinha
antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida
dele.
O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que
ele agora estava no quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por
sua pele, tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas
verdades as mais difíceis de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe,
racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: você acredita mesmo que isso
seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e,
convenhamos, isso não faz o menor sentido.
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência
elas têm, é de que não são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário
ontem de noite. Diante de um riacho, as saúvas africanas se metiam na água e formavam
uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras passassem. Morriam afogadas,
para que o formigueiro sobrevivesse.
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma
solidariedade pela formiga desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que
senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o pedestre estava fazendo naquela hora.
Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a mulher do próximo?
Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos
por aí, crentes que, se Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses.
Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas
digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a esperança quase
tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra,
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não
é estranhíssimo?
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo:
Editora 34, 2010. p17-18)
No trecho “Até a rainha da Inglaterra, agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela,
em inglês, por debaixo da coroa. Não é estranhíssimo?“ (6º§), ocorrem vários exemplos do
registro informal da língua. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que se
diferencia das demais por NÃO ilustrar tal informalidade e ser exemplo do padrão culto.
a) ―agorinha mesmo‖.
b) ―tá lá‖.
c) ―minhocando‖.
d) ―coisas‖.
e) ―estranhíssimo‖.

QUEstão 02
Assinale a alternativa que não apresenta desvio da norma padrão.
a) Ele está chateado porque brigou com o pai?
b) Não entendo porque tantas pessoas cultivam o ódio nas redes sociais.
c) Não o vejo a dois dias.
d) A posição dele não tem nada haver com a minha.

QUEstão 03
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

A da Câmara dos Deputados durou mais de 10 horas. Foi aprovada a


da área aos índios.
a) sessão - seção.
b) seção - sessão.
c) sessão - cessão.
d) seção - cessão.

QUEstão 04

Texto II
Base do crânio explodiu, descreve legista
A autópsia no corpo de Ayrton Senna começou a ser feita ontem às 10h locais (5h
de Brasília) pelos legistas Michele Romanelli e Pierludovico Ricci, do Instituto Médico
Legal de Bolonha. O laudo oficial tem 60 dias para ser preparado. A Folha conversou
com uma médica do IML que viu o corpo de Senna na segunda-feira de manhã e ontem
– antes e depois da autópsia. Segundo sua descrição, no dia seguinte ao acidente o rosto
do piloto estava desfigurado. A médica pediu para que seu nome não fosse revelado.
Muito inchada, a cabeça quase se juntava aos ombros. Os médicos concluíram, após
a autópsia, que Senna teve morte instantânea na batida a 290 km/h na curva Tamburello.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Teve também parada cardíaca naquele momento e circulação praticamente


interrompida.
Quando os médicos o reanimaram – ativando os batimentos cardíacos e a circulação
artificialmente –, o piloto já havia morrido. A atividade cerebral era inexistente. Não há
possibilidade de sobrevivência nesses casos. [...]
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/ esporte/9.html. Acesso
em: 01/02/17)
O português contemporâneo já registra a característica proclítica da língua. Contudo, a
gramática tradicional aponta que a oração “Quando os médicos o reanimaram” (3º§)
deveria ser redigida da seguinte forma:
a) Quando os médicos reanimaram a ele.
b) Quando os médicos reanimaram-lhe.
c) Quando os médicos reanimaram ele.
d) Quando os médicos reanimaram-no.
e) Quando os médicos lhe reanimaram.

QUEstão 05
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
CADERNO DE QUESTÕES
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e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
Ao longo do sexto parágrafo, a autora emprega diversas vezes a forma “Há” em orações
sem sujeito. Assinale a opção em que o emprego dessa forma verbal está INCORRETO.
a) Há muitas respostas possíveis.
b) A reunião ocorreu há duas semanas.
c) Daqui há dois dias nos veremos.
d) Há de ocorrer uma nova festa.

QUEstão 06

Texto I
Os bolsos do morto
(Luis Fernando
Veríssimo)
O morto não é exatamente um amigo. Mais um conhecido, mas daqueles que você
não pode deixar de ir ao velório. E lá está ele, estendido dentro do caixão forrado de
cetim, de terno azul-marinho e gravata grená, esperando para ser enterrado.
Se fosse um amigo você ficaria em silêncio, compungido, lembrando o morto em
vida e lamentando sua perda. Como é apenas um conhecido, você comenta com o
homem ao seu lado - que também não parece ser íntimo do morto:
- Poderiam ter escolhido outra gravata...
- É. Essa está brava.
- Já pensou ele chegando lá com essa gravata?
- ―Lá‖ onde?
- Não sei. Onde a gente vai depois de morto. Onde vai a nossa alma.
- Eu acho que a alma não vai de gravata.
- Será que não? E de fatiota?
- Também não.
- Bom. Pelo menos esse vexame ele não vai passar.
- Você é da família?
- Não. Apenas um conhecido.
Você examina o morto. Engraçado: ele vai partir para a viagem mais importante, e
mais distante, da sua vida, mas não precisa carregar nada. Identidade, passaporte, nada.
Nem dinheiro, o que dirá cheques de viagem ou cartões de crédito. Nem carteira!
Você diz para o outro:
- A coisa mais triste de um defunto são os bolsos. O outro estranha.
- Como assim?
- Os bolsos existem para carregar coisas. Coisas importantes, que definem sua vida.
CPF, licença para dirigir, bloco de notas, caneta, talão de cheques, remédio para
pressão...
- Pepsamar...
- Pepsamar, cartão perfurado da Sena, recortes de artigos sobre a situação
econômica, fio dental... Isso sem falar em coisas com importância apenas sentimental.
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Por exemplo: um desenho rabiscado por uma possível neta que parece, vagamente, um
gato, e que ele achou genial e guardou. Entende?
- Sei.
- E aí está ele. Com os bolsos vazios. Despido da vida e de tudo que levava nos seus
bolsos, e que o definia. O homem é o homem e o que ele leva nos bolsos. Poderiam ter
deixado, sei lá, pelo menos um chaveiro.
- Você acha?
- Claro. As chaves da casa. As chaves do carro. Qualquer coisa pessoal, que pelo
menos fizesse barulho num bolso da fatiota, pô!
Você se dá conta de que está gritando. As pessoas se viram para reprová-lo. ―Mais
respeito‖ dizem as caras viradas. Você faz um gesto, pedindo perdão. Sou apenas um
conhecido, desculpem. Mas continua, falando mais baixo:
- A morte é um assaltante. Nos mata e nos esvazia os bolsos.
- Sem piedade.
- Nenhuma.
Vocabulário:
Fatiota - roupa de melhor qualidade, usada em situações mais formais
Pepsamar - tipo de medicamento
No fragmento “Mais um conhecido, mas daqueles que você não pode deixar de ir ao
velório.”(1°§), estão destacadas duas palavras que se aproximam quanto à pronúncia,
contudo diferenciam-se quanto à classificação morfológica. Assinale a opção que indica,
respectivamente, o valor semântico que elas introduzem.
a) intensidade e oposição
b) adição e explicação
c) oposição e conclusão
d) retificação e intensidade

QUEstão 07
Texto

Férias – cuidados com crianças

O verão começou no dia 21 de dezembro e a estação é sinônimo de férias escolares


para crianças. Mas elas precisam de cuidados redobrados para curtir o sol, praia,
piscinas e parques com segurança. Por isso, os pais devem se informar para evitarem
doenças e acidentes comuns nesta época do ano.
Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que
significa que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário. Quando
se fala em crianças, o assunto fica ainda mais sério. Como as crianças são mais
sensíveis que adultos, é preciso atenção para exposição a raios solares e a adoção de
cuidados especiais.
[...]

Roupas adequadas

Devido ao calor e ao aumento da sudorese (suor), as roupas devem ser de algodão,


CADERNO DE QUESTÕES
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finas e folgadas de modo a


permitir uma maior ventilação, facilitando a evaporação do suor. Roupas íntimas
também devem ser de algodão, evitando- se tecidos sintéticos.
Na praia, sungas e biquínis são os trajes ideais, porém deve-se tomar cuidado com o
hábito de ficar com a roupa
molhada após sair da praia, isso favorece o surgimento de micoses da pele.
As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta. Para a
prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com
frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma
boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas
pode levar a problemas de pele.

(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-


saude/4535/-1/os- cuidados-para-curtir-o-verao-com-as-criancas.html. Acesso em:
08/01/2015,
adaptado)

As palavras terminadas em “-ão” podem trazer dúvidas quanto à flexão de número. Por
exemplo, “estação” tem como plural, “estações”. Assinale a opção em que ERRA na
indicação do plural.
a) balão – balãos
b) alemão – alemães
c) opinião – opiniões
d) cristão – cristãos

QUEstão 08
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

O rapaz foi embora da festa foi tratado pelos colegas?


a) porque - mal
b) porque - mau
c) por que - mal
d) por que - mau
e) por quê – mal

QUEstão 09
Quanto à colocação pronominal, assinale abaixo a alternativa que apresenta erro, de acordo com
a norma culta da língua portuguesa.
a) Matá-lo-ei ou não terei paz novamente.
b) Matá-lo eu irei ou não terei paz novamente.
c) Eu o matarei ou não terei paz novamente.
d) Matarei-o ou não terei paz novamente
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QUEstão 10
Leia abaixo o excerto de um conto do famoso escritor argentino Julio Cortázar.

Continuidade dos parques

Primeiro entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, a cara ferida pela
chicotada de um galho. Admiravelmente ela estancava o sangue com seus beijos, mas
ele recusava as carícias, não havia vindo para repetir as cerimônias de uma paixão
secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos. O punhal ficava
momo contra seu peito, e debaixo pulsava a liberdade escondida. Um diálogo ardente
corria pelas páginas como um riacho de serpentes, e sentia-se que tudo estava decidido
desde sempre. Até essas carícias que envolviam o corpo do amante, como querendo
retê-lo e dissuadi-lo, desenhavam abominavelmente a figura de outro corpo que era
necessário destruir. Nada havia sido esquecido: desculpas, azares, possíveis erros. A
partir dessa hora cada instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O
impiedoso duplo reexame se interrompia apenas para que uma mão acariciasse uma
face. Começava a anoitecer.

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

A moça foi embora já estava esperando muito tempo?


a) porque - há
b) por que - há
c) porque - a
d) por que - a
e) por quê – há

QUEstão 11
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

Não entendi ele reagiu tão quando contaram a notícia.


a) porque - mau - o
b) porque - mal - lhe
c) por que-mal-o
d) por que - mau - lhe
e) por que - mal – lhe

QUEstão 12
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

Não entendi ele reagiu tão quando contaram a notícia.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) porque - mau - o
b) porque - mal - lhe
c) por que - mal - o
d) por que - mau - lhe
e) por que - mal – lhe

QUEstão 13

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

I. O médico atende cinco anos naquela clínica.

II. Devemos obedecer regras do hospital.

a) a - as
b) a - às
c) há - às
d) há - as

QUEstão 14

Vaca Estrela e Boi Fubá

Seu dotô me dê licença


Pra minha história contar
Hoje eu tô nu‘a terra estranha
E é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
E todo dia aboiava
Na porteira do currá

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Eu sou fio do nordeste


Não nego o meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha meu gadinho
Num é bão nem alembrar
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava aboiar
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Aquela seca medonha


Fez tudo se atrapaiar
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentar
O sertão se esturricou
Fez os açude secar
Morreu minha vaca Estrela
Se acabou meu boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha
Nunca mais pude aboiar

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Hoje nas terra do sul


Longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente
Uma boiada passar
As água corre dos óio
Começo logo a chorar
Lembro minha vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiar

Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!

Ainda com base no texto, assinale abaixo a alternativa que apresenta uma palavra grafada de
acordo com a norma culta da língua portuguesa:
a) Bão.
b) Esturricou.
c) Tardinha.
d) Alembrar.

QUEstão 15
Chapeuzinho Vermelho foi seguida pelo lobo . O Apocalipse será a batalha entre o Bem
eo . Assinale abaixo a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) Mau/Mau.
b) Mau/Mal.
c) Mal/Mau.
d) Mal/Mal.

QUEstão 16

Para responder à questão, leia o texto abaixo, de autoria de Patativa do Assaré:


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Vaca Estrela e Boi Fubá

Seu dotô me dê licença


Pra minha história contar
Hoje eu tô nu‘a terra estranha
E é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
E todo dia aboiava
Na porteira do currá
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Eu sou fio do nordeste
Não nego o meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha meu gadinho
Num é bão nem alembrar
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapaiar
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentar
O sertão se esturricou
Fez os açude secar
Morreu minha vaca Estrela
Se acabou meu boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha
Nunca mais pude aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Hoje nas terra do sul
Longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente
Uma boiada passar
As água corre dos óio
Começo logo a chorar
Lembro minha vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Ainda com base no texto, assinale abaixo a alternativa que apresenta uma palavra grafada
de acordo com a norma culta da língua portuguesa:
a) Bão.
b) Esturricou.
c) Tardinha.
d) Alembrar.

QUEstão 17
muitas pessoas no bar quando cheguei, mas não mesas para todos.
Assinale abaixo a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) Havia/existiam.
b) Haviam/existia.
c) Havia/existia.
d) Haviam/existiam.

QUEstão 18
Chapeuzinho Vermelho foi seguida pelo lobo .
O Apocalipse será a batalha entre o Bem e o .
Assinale abaixo a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) Mau/Mau.
b) Mau/Mal.
c) Mal/Mau.
d) Mal/Mal.

QUEstão 19

I. Nesta semana, eu já tinha chegado tarde ao escritório.


II. Ele deixou claro a sua opinião.

De acordo com a norma culta,


a) somente I está correta.
b) somente II está correta.
c) I e II estão corretas.
d) nenhuma está correta.

QUEstão 20

Para responder a questão, considere a tirinha abaixo.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Considere as afirmações abaixo.

I. No último quadrinho, a palavra ―porque" está escrita de forma incorreta.


II. No primeiro quadrinho, a vírgula antes de ―Miguelito" está colocada incorretamente.

Está correto que se afirma em


a) somente I.
b) somente II.
c) I e II.
d) nenhuma.

QUEstão 21

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.


I. Não quero vê-lo, ouvir sua voz.
II. Nunca vi interesse por um assunto.
a) tampouco – tampouco
b) tampouco – tão pouco
c) tão pouco – tão pouco
d) tão pouco – tampouco

QUEstão 22
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Não sei estou me sentindo tão .
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) porque – mau.
b) porque – mal.
c) por que – mal.
d) por que – mau.

QUEstão 23
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

Ele não foi festa estava chateado?


a) à - porque.
b) à - por que.
c) a - porque.
d) a - por que.

QUEstão 24

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.


É descobrir houve a falha na produção.

a) imprescindível – por que


b) imprescindível - porque
c) imprecindível – porque
d) imprecindível – por que
e) imprescindível – por quê

QUEstão 25

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna:

Você acha que ele está chateado eu não o convidei para o espetáculo?

a) por que
b) porque
c) por quê
d) porquê

QUEstão 26

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

Enviamos ela o livro que tempos procurava.

a) à – há
b) à – a
c) a – há
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) a – a

QUEstão 27
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas:

I. Não entendemos ele agiu de forma tão agressiva.

II. É bonito o ideal você luta.


a) por que - por que
b) por que - porque
c) porque - por que
d) porque – porque

QUEstão 28
Considere os períodos:

I. Se ele intervisse na discussão, tudo estaria resolvido.

II. Quando ele reaver os bens, ficará em boa situação.

De acordo com a norma culta:


a) somente I está correto
b) somente II está correto
c) I e II estão corretos
d) Nenhum está correto

QUEstão 29
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

Não sei estou me sentindo tão .


a) porque – mau.
b) porque – mal.
c) por que – mal.
d) por que – mau.

QUEstão 30
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.

I. Isso não é coisa para fazer!


II. Não quero ir shopping
a) mim – ao
CADERNO DE QUESTÕES
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b) eu – ao
c) mim – no
d) eu – no

QUEstão 31
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Não sei disse ela aquelas palavras horríveis.
a) por que – à
b) porque – à
c) porque – a
d) por que – a

QUEstão 31
Considere os períodos abaixo e assinale a alternativa correta.

I. Quando o gerente propor um novo projeto, pediremos um aumento de salário.


II. O guarda interveio na discussão entre o motorista do carro e o ciclista.

De acordo com a norma culta,


a) somente I está correto
b) somente II está correto
c) I e II estão corretos
d) nenhum está correto.

Adequação conceitual

QUEstão 01

Texto

Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)

A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,


obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
Ao confrontar “estórias” e “histórias”, o texto estabelece pares antitéticos com palavras ou
expressões. Assinale a opção em que, respectivamente, essa oposição NÃO se evidencia.
a) ―beija-flores‖ / ―camelos‖.
b) ―coisas que não aconteceram nunca‖ / ―coisas que aconteceram de verdade‖.
c) ―tempo do nunca mais‖ / ―era uma vez, há muito tempo‖.
d) ―tempo da ressurreição‖/ ―tempo da morte‖.
e) ―mito de Narciso‖ / ―referência a Guimarães Rosa e ao Tutameia‖.

QUEstão 02

Texto I

Os outros

Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que
anteontem, quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita
Consciência da Alteridade.
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo
pela calçada. Foi então que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica.
Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro: via o mundo por
seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre seus ombros, tinha
antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida
dele.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que
ele agora estava no quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por
sua pele, tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas
verdades as mais difíceis de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe,
racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: você acredita mesmo que isso
seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e,
convenhamos, isso não faz o menor sentido.
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência
elas têm, é de que não são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário
ontem de noite. Diante de um riacho, as saúvas africanas se metiam na água e formavam
uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras passassem. Morriam afogadas,
para que o formigueiro sobrevivesse.
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma
solidariedade pela formiga desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que
senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o pedestre estava fazendo naquela hora.
Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a mulher do próximo?
Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos
por aí, crentes que, se Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses.
Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas
digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a esperança quase
tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra,
agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não
é estranhíssimo?
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo:
Editora 34, 2010. p17-18)
Na passagem “e a esperança quase tangível de que, mês que vem, ganharemos na
loteria.”(6º§), o vocábulo destacado cumpre papel qualifcador e deve ser entendido como:
a) palpável
b) improvável.
c) descrente.
d) distante.
e) tranquila.

QUEstão 03

Para a questão, leia a crônica de Carlos Drummond de Andrade.

O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não


conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
CADERNO DE QUESTÕES
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I. O cronista sugere que, no período noturno, casais aproveitavam a falta de iluminação


frequente para namorar.
II. ―Mormente‖ é um advérbio e pode ser substituído, no texto, por ―especialmente‖.
a) As afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.

QUEstão 04

Texto II
Família
(Titãs, fragmento)

Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
No sétimo verso, a palavra “ganha-pão” pertence a uma modalidade mais informal da língua e
deve ser entendida como sinônimo de:
a) refeição.
b) educação.
c) trabalho.
d) diversão.

QUEstão 05
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Assinale a opção em que se indica um par de palavras sinônimas empregadas no texto.


a) ―camisa‖ e ―jaqueta‖.
b) ―retrato‖ e ―fotografia‖.
c) ―máscara‖ e ―trágico‖
d) ―balcão‖ e ―botequim‖.

QUEstão 06
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.

QUEstão 07

Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.

QUEstão 08

Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. Homem maduro não bebe, vai à
praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. A maturidade faz com que
ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
a) precaução.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.

QUEstão 09

Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo
na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou,
em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em
18/09/16)
Em “Não precisamos ser tão incrivelmente sérios” (3º§), o vocábulo destacado poderia ser
substituído, sem prejuízo de sentido, por:
a) perigosamente
b) possivelmente
c) controladamente
d) exageradamente
e) impulsivamente

QUEstão 10
Texto I
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em um texto, as palavras cumprem papel expressivo na construção de sentidos. Assim,
indique o par de palavras que, no poema, funcionam como sinônimos.
a) ―fina‖ (v.2)/ ―luxo‖ (v.10)
b) ―estudo‖ (v.1)/ ―serviço‖ (v.7)
c) ―pão‖(v.8)/ ―café‖ (v.8)
d) ―tacho‖ (v.8)/ ―água‖ (v.8)
e) ―dia‖ (v.5)/ ―noite‖ (v.5)

QUEstão 11

Texto II
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que
acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.
[...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna.
Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e
só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas
que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do
baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor
esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os
bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do
inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia
parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas
estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas
ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de
bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo
estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-porcasa/?autor=40. Acesso em
set. 2016.)
A expressão “O outro”, presente no último parágrafo encerra uma oposição que deve ser
entendida como:
a) juventude e velhice
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) televisão e paixão
c) organização e desordem
d) realidade e fantasia
e) rapidez e eternidade

QUEstão 12
O texto expõe memórias coletivas através do olhar de um narrador. Assinale a opção em
que se destaca um vocábulo que evidencie essa ideia de coletividade.
a) ―Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés‖
b) ―Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.‖
c) ―A folia começava sexta-feira e só terminava terça‖
d) ―Que se ressentiam vermelhos de dor.‖
e) ―E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas‖

QUEstão 13

Texto I
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em um texto, as palavras cumprem papel expressivo na construção de sentidos. Assim,
indique o par de palavras que, no poema, funcionam como sinônimos.
a) ―fina‖ (v.2)/ ―luxo‖ (v.10)
b) ―estudo‖ (v.1)/ ―serviço‖ (v.7)
c) ―pão‖(v.8)/ ―café‖ (v.8)
d) ―tacho‖ (v.8)/ ―água‖ (v.8)
e) ―dia‖ (v.5)/ ―noite‖ (v.5)

QUEstão 14

Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

ela falou comigo:


―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em um texto, as palavras cumprem papel expressivo na construção de sentidos. Assim,
indique o par de palavras que, no poema, funcionam como sinônimos.
a) ―fina‖ (v.2)/ ―luxo‖ (v.10)
b) ―estudo‖ (v.1)/ ―serviço‖ (v.7)
c) ―pão‖(v.8)/ ―café‖ (v.8)
d) ―tacho‖ (v.8)/ ―água‖ (v.8)
e) ―dia‖ (v.5)/ ―noite‖ (v.5)

QUEstão 15
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que
acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.
[...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna.
Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e
só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas
que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do
baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor
esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os
bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do
inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia
parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas
estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas
ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de
bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo
estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-por-
casa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)
O texto expõe memórias coletivas através do olhar de um narrador. Assinale a opção em
que se destaca um vocábulo que evidencie essa ideia de coletividade.
a) ―Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés‖
b) ―Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.‖
c) ―A folia começava sexta-feira e só terminava terça‖
d) ―Que se ressentiam vermelhos de dor.‖
e) ―E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas‖

QUEstão 16

Texto
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Setenta anos, por que não?


Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na
poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em
horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
Em “Não precisamos ser tão incrivelmente sérios” (3º§), o vocábulo destacado poderia ser
substituído, sem prejuízo de sentido, por:
a) perigosamente
b) possivelmente
c) controladamente
d) exageradamente
e) impulsivamente

QUEstão 17
TEXTO II
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

A charge emprega duas situações distintas e, nas falas, faz uso de um paralelismo de
construções. A distinção, nessas falas, é marcada pelo emprego de duas palavras que,
contextualmente, são:
a) antagônicas
b) polivalentes
c) equivalentes
d) complementares

QUEstão 18
Texto I
Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a
partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar
social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem,
em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que
esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é um coautor. Porque cada um lê e relê com os olhos
que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita.
(Leonardo Boff. A águia e a galinha. 5. ed. Petrópolis: Vozes,
1997. p9-10)
CADERNO DE QUESTÕES
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O texto II explora a questão proposta pelo texto I através de uma situação concreta.
Considerando essa relação entre textos, é correto afirmar que:
a) a neve, enquanto fenômeno natural, não deveria propiciar percepções distintas, mas gerar um
só resultado.
b) a mesma experiência produz reações diferentes em função da realidade de quem a vivência.
c) a variação de opiniões é algo tipicamente humano e sempre independe da observação da
realidade experimentada.
d) a diferença de experiência retratada pela charge é resultado da pluralidade de visões do
leitor.
QUEstão 19

A charge emprega duas situações distintas e, nas falas, faz uso de um paralelismo de
construções. A distinção, nessas falas, é marcada pelo emprego de duas palavras que,
contextualmente, são:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) antagônicas
b) polivalentes
c) equivalentes
d) complementares

QUEstão 20
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
No quarto parágrafo, o autor emprega dois pronomes indefinidos em “tudo é possível e
nada é passível de ciúme” e, por meio deles:
a) constrói uma ambiguidade.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) indica a construção de um paradoxo.


c) aponta ideias que não são excludentes.
d) sinaliza uma incoerência nos relacionamentos.

QUEstão 21

Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
No último parágrafo, o autor emprega a palavra “Crocs” que pode ser entendida como
sandálias de plástico com furinhos. Apreendendo-se o sentido mais amplo que ele confere
CADERNO DE QUESTÕES
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a esse termo, poderiam apresentar valor semântico equivalente todas as palavras


abaixo, EXCETO:
a) ―CD‖
b) ―ostras‖
c) "ombreiras‖
d) ―pochete‖

QUEstão 22
O emprego do termo “Aliás”, ao final do segundo parágrafo, introduz um sentido de:
a) conclusão
b) interrogação
c) confirmação
d) retificação

QUEstão 23

Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
CADERNO DE QUESTÕES
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convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando


estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
O emprego da construção destacada em “Mas naquele instante, diante da amiga amada”
(1º§), permite ao leitor concluir que se trata de:
a) um momento posterior ao da enunciação.
b) uma referência ao passado
c) uma ação simultânea à enunciação.
d) uma ação descrita como possibilidade.

QUEstão 24
O sentido de algumas palavras pode ser inferido pelo contexto. Assim, em “E mesmo
no talhe do corpo” (2º§), o vocábulo em destaque deve ser entendido como:
a) charme
b) ânimo
c) porte
d) cuidado

QUEstão 25
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a
boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que
devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado.
O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o
paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja
feio, bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo
repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o
guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o
táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a
corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à
parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a
farmácia é no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma
peixaria. Enxame de moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
CADERNO DE QUESTÕES
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Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e
bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria,
sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus
bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de
nascença. O endereço na carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as
calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no
corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na
mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando
no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario
levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que
alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no
peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem
morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns
moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver.
Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão.
A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se
às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)

O emprego do vocábulo “Apenas” sugere, em relação ao homem morto:


a) irrelevância
b) remorso
c) piedade
d) revolta
QUEstão 26
Minhas maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
Mario Prata
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
(...)
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
CADERNO DE QUESTÕES
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Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
(...)
Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? Muda muito de opinião.
Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
(...)
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda,
2001, pág. 99.
Analise a citação abaixo e assinale a alternativa que apresenta idéias opostas.
“Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.”
a) Pensa - imaturo
b) tranqüilo - pressa
c) Sorri - imaturo
d) tranqüilo - imaturidade

QUEstão 27
Leia a frase abaixo e assinale a alternativa que substitui adequadamente a palavra em
destaque, sem alterar o sentido do texto.
“Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz”.
a) Expressa
b) Esconde
c) Transforma
d) Corrige

QUEstão 28
Analise as opções abaixo e assinale a principal característica do subtítulo do texto.
“Circunspecção, siso, prudência.”
a) Sinônimo
b) Antônimo
c) Exemplo
d) Metáfora
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QUEstão 29

Facebook deixa você depressivo

Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.

(Disponível em: http://superabril.com.br. Acesso em 18/05/16)


Considerando o contexto, em “Você vai fuçar na vida alheia” (1°§), a palavra em destaque
tem como sinônimo:
a) bagunçar
b) interferir
c) procurar
d) participar

QUEstão 30

Leia o Texto abaixo e responda à pergunta:


Investir na Segurança: Despesa ou Receita
Em se falando de Segurança no Trabalho, nos deparamos com a palavra ACIDENTE.
Numa definição abrangente e genérica, podemos afirmar que ACIDENTE é um evento
indesejável e inesperado que produz desconforto, ferimentos, danos, perdas humanas e
ou materiais. Um acidente pode mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa,
modificar sua razão de viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do acaso e nem
da falta de sorte. Denomina-se SEGURANÇA, a disciplina que congrega estudos e
pesquisas visando eliminar os fatores perigosos que conduzem ao acidente ou reduzir
CADERNO DE QUESTÕES
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seus efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos
conglomerados industriais.
Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual
ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos
países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns
destes países a legislação apresenta certos absurdos como compensação monetária pela
exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e
empregadores concentrem suas atenções no ―custo‖ da exposição e não na eliminação
da mesma.
(...)
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/investir_seg.html - acesso em
25/04/2016
Tendo como base o texto acima, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa
correta:
I. Para haver uma melhora na segurança do trabalhado, é necessário exclusivamente a redução
do número de acidentes de trabalho, fruto de uma situação incontrolável.
II. A palavra acidente, aplicada no texto, também pode ser sinônimo de casualidade, imprevisto.
III. O autor se mostra indignado com a cobrança por acidentes de trabalho existente em alguns
países.
a) Somente I está correta.
b) Somente II está correta.
c) II e III estão corretas.
d) Somente III está correta

QUEstão 31

O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados


pela escola latino-americana
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de
comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos
em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da
comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos
passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste
período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de
(in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias
na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos
meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas
tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tomam-se cada
vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução
industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de
comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos
meios de comunicação social e sua influência na complexa sociedade globalizada. Desta
forma, estudaras mídias passou a ser uma prioridade no campo das interações sociais. É
necessário investigar, compreender e formular teorias de comunicação que possam
CADERNO DE QUESTÕES
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atender os interesses da sociedade no mundo globalizado. Em busca desse objetivo


resolvemos fazer algumas reflexões sobre os paradigmas existentes e tentar abrir
algumas brechas que possam contribuir na formatação de novos ingredientes
colaboradores do processo de interpretação e explicação da realidade atual. É neste
mundo globalizado que o homem vive atualmente e dele retira as informações que irão
contribuir para ampliação dos seus conhecimentos e das suas experiências.
http://www2.metodista.br/unesco/PCLA/revista6/artiao%206-3.htm - acesso em
03/05/2016.
O texto trata do rompimento de paradigma. Assinale a alternativa que indica um
sinônimo para o termo citado.
a) Regra
b) Opção
c) Falha
d) Construção

QUEstão 32

Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.


A minha opinião vai de encontro a sua.
Para substituir, sem alteração de sentido, a expressão destacada na frase acima podemos
selecionar por:
a) Concorda com
b) Discorda da
c) Aceita a
d) Encontra a

QUEstão 33

Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
CADERNO DE QUESTÕES
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Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
Em “E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão,
a emoção do pai será inevitável.” (1°§), o fragmento em destaque sugere uma relação de
sentido com a oração que encerra o período. Desse modo, tal fragmento introduz um
sentido de:
a) ratificação
b) conclusão
c) comparação
d) exclusão
e) indefinição

QUEstão 34
No texto, o vocábulo “expiramos” poderia ser substituído por:
a) Morremos
b) Renascemos
c) Respiramos
d) Refletimos
e) Compreendemos

QUEstão 35

Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
CADERNO DE QUESTÕES
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e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de


satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
No texto, o vocábulo “expiramos” podería ser substituído por:
a) Morremos
b) Renascemos
c) Respiramos
d) Refletimos
e) Compreendemos

QUEstão 36

Aprendendo a pensar
(Frei Beto)

Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,
distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de
cérebro sadio. Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música,
computação etc. São pessoas felizes, com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um
professor que adotou o método dele, foi recebido por uma orquestra de crianças; todas
tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender
um instrumento musical ou se autoalfabetizar sem curso específico de alfabetização.
Isso foi testado na minha família e deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado
através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e, em seguida, fazia fichas de
palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a escola.
[...]

(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Dhp?artld=5069. Acesso em 27/12/15, adaptado)


“Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.” (1°§)
Ao empregar o vocábulo “adultos” entre vírgulas no trecho acima, o autor pretende:
a) provocar uma ambiguidade intencional.
b) excluir-se do processo enunciativo.
c) delimitar o grupo a que faz referência.
d) referir-se a uma fase imprecisa da vida.

QUEstão 37
Há, entre as duas orações do período, uma relação semântica. Desse modo, sem prejuízo
de sentido, no lugar do ponto e vírgula que as separam poderia ser empregado o seguinte
conectivo:
Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem."
a) desde que
b) contudo
c) visto que
d) como

QUEstão 38
Ao fazer uso do vocábulo “miopias”, no primeiro parágrafo, o autor emprega esse termo
no sentido:
a) irônico
b) cômico
c) metafórico
d) científico

QUEstão 39 Sonhos

Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.

(Luís Fernando Veríssimo, fragmento)


Em “Só que, mesmo que você não saiba”, o verbo em destaque, em função do modo em
que se encontra flexionado, apresenta um sentido de:
a) ordem
b) possibilidade
c) certeza
d) sugestão
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 40
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz
levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do
corpo. Mas como anda a dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que
me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando
pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta.
Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A
informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a
gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da
cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma
estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o
litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos
gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas,
abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao
encontro de tudo que não tem regra, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que
ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é
surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir,
sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não
conhece. Olhe para a sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um
turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço
diante de uma vida que, se eu me descuido, se torna repetitiva, monótona, entediante.
Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no
cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos meus dias é tão intenso que às
vezes a gente se esquece de se alimentar direito.
Ao empregar a referência “Outro dia, no meio da tarde” (2º), a autora confere à sua
experiência relatada um caráter que é MELHOR entendido como:
a) casual
b) didático
c) cerimonioso
d) factual
e) atemporal
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Racíocinio Lógico
proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos

QUEstão 01
A negação da frase: “O cachorro late e o sapo não voa” é:
a) O cachorro não late e o sapo voa
b) O cachorro não late ou o sapo não voa
c) O cachorro não late ou o sapo voa
d) O cachorro late ou o sapo não voa

QUEstão 02
A negação da frase “O Sol é uma estrela e a Lua é um satélite” de acordo com a equivalência
lógica proposicional, é dada por:
a) O Sol não é uma estrela e a Lua não é um satélite
b) O Sol não é uma estrela e a Lua é um satélite
c) O Sol não é uma estrela ou a Lua é um satélite
d) O Sol é uma estrela ou a Lua não é um satélite
e) O Sol não é uma estrela ou a Lua não é um satélite

QUEstão 03
Assinale a alternativa correta. De acordo com a lógica proposicional, a negação da frase: “O
jogo terminou empatado e o time A foi campeão” é equivalente à frase:
a) O jogo não terminou empatado e o time A não foi campeão
b) O jogo terminou empatado ou o time A não foi campeão
c) O jogo não terminou empatado ou o time A foi campeão
d) O jogo não terminou empatado ou o time A não foi campeão
e) O jogo terminou empatado se, e somente se, o time A foi campeão

QUEstão 04
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é falso
se:
a) os valores lógicos das duas proposições forem falsos
b) o valor lógico de cada uma das proposições for verdade
c) o valor lógico da primeira proposição for falso
d) o valor lógico da segunda proposição for falso
e) somente uma das proposições tiver valor lógico falso

QUEstão 05
Considerando a frase “João comprou um notebook e não comprou um celular”, a negação
da mesma, de acordo com o raciocínio lógico proposicional é:
a) João não comprou um notebook e comprou um celular
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) João não comprou um notebook ou comprou um celular


c) João comprou um notebook ou comprou um celular
d) João não comprou um notebook e não comprou um celular
e) Se João não comprou um notebook, então não comprou um celular

QUEstão 06
Sabe-se que p, q e r são proposições compostas e o valor lógico das proposições p e q são
falsos. Nessas condições, o valor lógico da proposição r na proposição composta {[q v (q ^
~p)] v r} cujo valor lógico é verdade, é:
a) falso
b) inconclusivo
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p
e) verdade
QUEstão 07
Assinale a alternativa incorreta com relação aos conectivos lógicos:
a) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a conjunção entre elas têm
valor lógico falso
b) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a disjunção entre elas têm
valor lógico falso
c) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o condicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro
d) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico falso
e) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro

QUEstão 08
De acordo com a equivalência lógica, a negação da frase “Ana é dentista ou não fez
universidade” é:
a) Ana não é dentista ou fez universidade
b) Ana não é dentista e não fez universidade
c) Ana não é dentista e fez universidade
d)Ana é dentista ou fez universidade
e) Se Ana é dentista, então não fez universidade
QUEstão 09
Assinale a alternativa incorreta com relação aos conectivos lógicos:
a) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a conjunção entre elas têm
valor lógico falso
b) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a disjunção entre elas têm
valor lógico falso
c) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o condicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico falso
e) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro

QUEstão 10
Sabe-se que p, q e r são proposições compostas e o valor lógico das proposições p e q são
falsos. Nessas condições, o valor lógico da proposição r na proposição composta {[q v (q ^
~p)] v r} cujo valor lógico é verdade, é:
a) falso
b) inconclusivo
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p
e) verdade

QUEstão 11
Considerando a frase “João comprou um notebook e não comprou um celular”, a negação
da mesma, de acordo com o raciocínio lógico proposicional é:
a) João não comprou um notebook e comprou um celular
b) João não comprou um notebook ou comprou um celular
c) João comprou um notebook ou comprou um celular
d) João não comprou um notebook e não comprou um celular
e) Se João não comprou um notebook, então não comprou um celular

QUEstão 12
Sabe-se que p, q e r são proposições compostas e o valor lógico das proposições p e q são
falsos. Nessas condições, o valor lógico da proposição r na proposição composta {[q v (q ^
~p)] v r} cujo valor lógico é verdade, é:
a) falso
b) inconclusivo
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p
e) verdade
QUEstão 13
Seja a proposição P: 20% de 40% = 8% e a proposição Q: Se ¾ do salário de João é R$
720,00, então o salário de João é maior que R$ 1000,00. Considerando os valores lógicos
das proposições P e Q, podemos afirmar que:
a) o valor lógico da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) o valor lógico da disjunção entre as duas proposições e falso
c) o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições é verdade
d) o valor lógico do condicional, P então Q, é falso
e) o valor lógico do condicional, Q então P, é falso
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 14
A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica
proposicional é equivalente à frase:
a) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada
b) Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada
c) Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
d) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
e) Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida

QUEstão 15
A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica
proposicional é equivalente à frase:
a) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada
b) Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada
c) Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
d) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
e) Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida

QUEstão 16
Seja a proposição P: 20% de 40% = 8% e a proposição Q: Se ¾ do salário de João é R$
720,00, então o salário de João é maior que R$ 1000,00. Considerando os valores lógicos
das proposições P e Q, podemos afirmar que:
a) o valor lógico da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) o valor lógico da disjunção entre as duas proposições e falso
c) o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições é verdade
d) o valor lógico do condicional, P então Q, é falso
e) o valor lógico do condicional, Q então P, é falso
QUEstão 17
A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica
proposicional é equivalente à frase:
a) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada
b) Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada
c) Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
d) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
e) Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida

QUEstão 18
Uma proposição tem valor lógico falso e outra proposição tem valor lógico verdade. Nessas
condições é correto afirmar que o valor lógico:
a) da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) da disjunção entre as duas proposições é verdade
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) do condicional entre as duas proposições é falso


d) do bicondicional entre as duas proposições é verdade
e) da negação da conjunção entre as duas proposições é falso

QUEstão 19
A negação da frase “O Sol é uma estrela e a Lua não é um planeta”, de acordo com a
equivalência lógica, a frase é:
a) O Sol não é uma estrela e a Lua é um planeta
b) O Sol não é uma estrela ou a Lua não é um planeta
c) O Sol é uma estrela ou a Lua é um planeta
d) O Sol é uma estrela ou a Lua não é um planeta
e) O Sol não é uma estrela ou a Lua é um planeta

QUEstão 20
Uma proposição tem valor lógico falso e outra proposição tem valor lógico verdade. Nessas
condições é correto afirmar que o valor lógico:
a) da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) da disjunção entre as duas proposições é verdade
c) do condicional entre as duas proposições é falso
d) do bicondicional entre as duas proposições é verdade
e) da negação da conjunção entre as duas proposições é falso

QUEstão 21
A negação da frase “O Sol é uma estrela e a Lua não é um planeta”, de acordo com a
equivalência lógica, a frase é:
a) O Sol não é uma estrela e a Lua é um planeta
b) O Sol não é uma estrela ou a Lua não é um planeta
c) O Sol é uma estrela ou a Lua é um planeta
d) O Sol é uma estrela ou a Lua não é um planeta
e) O Sol não é uma estrela ou a Lua é um planeta

QUEstão 22
A negação da frase “Carlos foi à escola e foi bem na prova” de acordo com o raciocínio
lógico proposicional é:
a) Carlos não foi à escola e não foi bem na prova
b) Carlos não foi à escola e foi bem na prova
c) Carlos não foi à escola ou não foi bem na prova
d) Carlos foi à escola ou não foi bem na prova
e) Carlos foi à escola se, e somente se, foi bem na prova
QUEstão 23
De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou,
então foi aprovado” é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) Marcos não estudou e foi aprovado


b) Marcos não estudou e não foi aprovado
c) Marcos estudou ou não foi aprovado
d) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado
e) Marcos não estudou ou foi aprovado

QUEstão 24
A conjunção entre duas proposições compostas é verdadeira se:
a) os valores lógicos de ambas as proposições forem falsos
b) se o valor lógico de somente uma das proposições for verdade
c) se ambas as proposições tiverem valores lógicos verdadeiros
d) se o valor lógico de somente uma das proposições for falso
e) se o valor lógico da primeira proposição for verdade e o valor lógico da segunda proposição
for falso.

QUEstão 25
De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou,
então foi aprovado” é:
a) Marcos não estudou e foi aprovado
b) Marcos não estudou e não foi aprovado
c) Marcos estudou ou não foi aprovado
d) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado
e) Marcos não estudou ou foi aprovado

QUEstão 26
A conjunção entre duas proposições compostas é verdadeira se:
a) os valores lógicos de ambas as proposições forem falsos
b) se o valor lógico de somente uma das proposições for verdade
c) se ambas as proposições tiverem valores lógicos verdadeiros
d) se o valor lógico de somente uma das proposições for falso
e) se o valor lógico da primeira proposição for verdade e o valor lógico da segunda proposição
for falso.
QUEstão 27

De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou,
então foi aprovado” é:
a) Marcos não estudou e foi aprovado
b) Marcos não estudou e não foi aprovado
c) Marcos estudou ou não foi aprovado
d) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado
e) Marcos não estudou ou foi aprovado

QUEstão 28
A conjunção entre duas proposições compostas é verdadeira se:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) os valores lógicos de ambas as proposições forem falsos


b) se o valor lógico de somente uma das proposições for verdade
c) se ambas as proposições tiverem valores lógicos verdadeiros
d) se o valor lógico de somente uma das proposições for falso
e) se o valor lógico da primeira proposição for verdade e o valor lógico da segunda proposição
for falso.
QUEstão 29
A negação da frase “Carlos foi à escola e foi bem na prova” de acordo com o raciocínio
lógico proposicional é:
a) Carlos não foi à escola e não foi bem na prova
b) Carlos não foi à escola e foi bem na prova
c) Carlos não foi à escola ou não foi bem na prova
d) Carlos foi à escola ou não foi bem na prova
e) Carlos foi à escola se, e somente se, foi bem na prova

QUEstão 30
Dentre as alternativas, a única incorreta é:
a) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então a conjunção entre elas, nessa ordem, é falso
b) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então a disjunção entre elas, nessa ordem, tem valor lógico verdadeiro
c) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então o bicondicional entre elas, nessa ordem, tem valor lógico falso
d) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então o condicional entre elas, nessa ordem, tem valor lógico verdadeiro
e) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico verdadeiro, então a conjunção entre elas tem valor lógico verdadeiro

QUEstão 31
De acordo com a lógica de proposições a negação da frase “Os carros são velozes e as
bicicletas não são de três rodas” é:
a) Os carros não são velozes e as bicicletas são de três rodas.
b) Os carros são velozes ou as bicicletas não são de três rodas
c) Os carros não são velozes ou as bicicletas não são de três rodas.
d) Os carros não são velozes ou as bicicletas são de três rodas.

QUEstão 32
A frase “Se a ave voa, então o sapo pula” é equivalente a frase:
a) A ave não voa ou o sapo pula.
b) O sapo não pula ou a ave voa.
c) Se o sapo pula, então a ave não voa.
d) O sapo pula se, e somente se, a ave voa.
e) A ave não voa e o sapo não pula.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 33
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico de:
a) p conjunção q é verdade.
b) p disjunção q é falso.
c) p condicional q é falso.
d) p bicondicional q é verdade.
e) q condicional p é falso.
QUEstão 34
Um argumento válido para: “Se João estudou, então Paulo foi aprovado no concurso. Se
Paulo foi aprovado no concurso, então Ana não é dentista”, é:
a) Se João estudou, então Ana é dentista.
b) Se João não estudou, então Ana não é dentista.
c) Se João não estudou, então Ana é dentista.
d) Se João estudou, então Ana não é dentista.
e) Se João não estudou, então Paulo não foi aprovado no concurso.

QUEstão 35
A frase “Se a ave voa, então o sapo pula” é equivalente a frase:
a) A ave não voa ou o sapo pula.
b) O sapo não pula ou a ave voa.
c) Se o sapo pula, então a ave não voa.
d) O sapo pula se, e somente se, a ave voa.
e) A ave não voa e o sapo não pula.

QUEstão 36
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico de:
a) p conjunção q é verdade.
b) p disjunção q é falso.
c) p condicional q é falso.
d) p bicondicional q é verdade.
e) q condicional p é falso.

QUEstão 37
Um argumento válido para: “Se João estudou, então Paulo foi aprovado no concurso. Se
Paulo foi aprovado no concurso, então Ana não é dentista”, é:
a) Se João estudou, então Ana é dentista.
b) Se João não estudou, então Ana não é dentista.
c) Se João não estudou, então Ana é dentista.
d) Se João estudou, então Ana não é dentista.
e) Se João não estudou, então Paulo não foi aprovado no concurso.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 38
A frase “Se a ave voa, então o sapo pula” é equivalente a frase:
a) A ave não voa ou o sapo pula.
b) O sapo não pula ou a ave voa.
c) Se o sapo pula, então a ave não voa.
d) O sapo pula se, e somente se, a ave voa.
e) A ave não voa e o sapo não pula.

QUEstão 39
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico de:
a) p conjunção q é verdade.
b) p disjunção q é falso.
c) p condicional q é falso.
d) p bicondicional q é verdade.
e) q condicional p é falso.

QUEstão 40
Um argumento válido para: “Se João estudou, então Paulo foi aprovado no concurso. Se
Paulo foi aprovado no concurso, então Ana não é dentista”, é:
a) Se João estudou, então Ana é dentista.
b) Se João não estudou, então Ana não é dentista.
c) Se João não estudou, então Ana é dentista.
d) Se João estudou, então Ana não é dentista.
e) Se João não estudou, então Paulo não foi aprovado no concurso.

QUEstão 41
Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que:
a) O condicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
b) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
c) A disjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
d) O bicondicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
falso.
e) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são verdadeiros tem valor lógico
falso.
QUEstão 42
De acordo com a equivalência lógica a negação da frase “O mato é verde e o céu é azul” é
a frase:
a) O mato não é verde e o céu não é azul.
b) O mato não é verde ou o céu não é azul.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) O mato não é verde e o céu é azul


d) O mato é verde e o céu não é azul.
e) O mato não é verde ou o céu é azul.

QUEstão 43
Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que:
a) O condicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
b) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
c) A disjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
d) O bicondicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
falso.
e) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são verdadeiros tem valor lógico
falso.

QUEstão 44
De acordo com a equivalência lógica a negação da frase “O mato é verde e o céu é azul” é
a frase:
a) O mato não é verde e o céu não é azul.
b) O mato não é verde ou o céu não é azul.
c) O mato não é verde e o céu é azul
d) O mato é verde e o céu não é azul.
e) O mato não é verde ou o céu é azul.

QUEstão 45
A negação da frase “O cachorro late ou a vaca não grunhe" é:
a) O cachorro não late e a vaca grunhe.
b) O cachorro não late ou a vaca não grunhe.
c) O cachorro late se, e somente se, a vaca não grunhe.
d) Se o cachorro não late, então a vaca grunhe.

QUEstão 46
Se o valor lógico de uma proposição “P” é verdade e o valor lógico de uma proposição “Q”
é falso, então o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições é:
a) Falso
b) Verdade
c) Inconclusivo
d) Falso ou verdade

QUEstão 47
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

De acordo com o raciocínio lógico proposicional, a negação da frase “O carro é novo e a


moto é seminova”, é:
a) O carro não é novo e a moto não é seminova.
b) O carro não é novo e a moto é seminova.
c) O carro não é novo ou a moto é seminova.
d) O carro não é novo ou a moto não é seminova.

QUEstão 48
Dentre as alternativas, a única correta é:
a) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das duas
proposições forem falsos.
b) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das
duas proposições forem falsos.
c) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das duas
proposições forem falsos.
d) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falso se os valores lógicos das duas
proposições forem falsos.

QUEstão 49
Diz-se que uma proposição composta é equivalente a outra:
a) Se o condicional entre as duas proposições for contingência.
b) Se o bicondicional entre as duas proposições for tautologia.
c) Se o bicondicional entre as duas proposições for contradição.
d) Se o condicional entre as duas proposições for contradição.

QUEstão 50
O valor lógico da proposição composta ( 2/5 de 40 = 16) ou (30% de 150 = 60) é:
a) Verdade
b) Falso
c) Inconclusivo
d) Falso ou verdade
QUEstão 51
A frase “Se o time jogou bem, então foi campeão” é equivalente a:
a) O time jogou bem e foi campeão.
b) O time não jogou bem ou não foi campeão.
c) O time não jogou bem ou foi campeão.
d) Se o time não jogou bem, então não foi campeão.
e) O time jogou bem se, e somente se, foi campeão.

QUEstão 52
De acordo com a equivalência lógica, a negação da frase “Se Paulo compra um carro,
então não paga à vista” é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) Paulo não compra um carro ou não paga à vista.


b) Paulo não compra um carro ou paga à vista.
c) Paulo compra um carro e não paga à vista.
d) Paulo não compra um carro e paga à vista.
e) Paulo compra um carro e paga à vista.
QUEstão 53
Dentre as afirmações:
I. Se duas proposições são falsas, então a conjunção
entre elas é verdadeira.
II. Se duas proposições são verdadeiras, então a disjunção entre elas é verdadeira.
III. Se duas proposições são falsas, então o bicondicional entre elas é verdadeiro.
IV. Se duas proposições são falsas, então o condicional entre elas é verdadeiro.
Pode-se afirmar que são corretas:
a) Somente uma delas.
b) Somente duas delas.
c) Somente três delas.
d) Todas.
e) Nenhuma.

QUEstão 54
A Frase “A Lua é um satélite ou Saturno não é o maior planeta” é equivalente a frase:
a) ―A Lua é um satélite e Saturno não é o maior planeta‖
b) ―A Lua não é um satélite e Saturno é o maior planeta‖
c) ―Se a Lua não é um satélite, então Saturno não é o maior planeta‖
d) ―A Lua é um satélite se, e somente se, Saturno não é o maior planeta‖
e) ―Se a Lua é um satélite, então Saturno não é o maior planeta‖
QUEstão 55
Se o valor de lógico de uma proposição “p" é verdade e o valor lógico de uma proposição
“q" é falso, então o valor lógico da proposição composta [(q → r)+p] é:
a) Falso.
b) Inconclusivo.
c) Valor lógico da proposição r.
d) Negação do valor lógico da proposição r.
e) Verdade.
QUEstão 56
Dentre as alternativas, a única correta, em relação aos conectivos lógicos, é:
a) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma
das proposições for falso.
b) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é verdade se, o valor lógico de somente
uma das proposições for verdade.
c) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falsa se o valor lógico das duas
proposições for falso.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente
uma das proposições for falso.
e) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma
das proposições for falso.
QUEstão 57
A frase ―Carlos não passou no vestibular, então vai estudar numa faculdade particular‖,
eq ivale, logicamente, à frase:
a) Carlos não passou no vestibular e vai estudar numa faculdade particular.
b) Carlos passou no vestibular ou vai estudar numa faculdade particular.
c) Se Carlos passou no vestibular, então não vai estudar numa faculdade particular.
d) Carlos passou no vestibular e não vai estudar numa faculdade particular.
e) Carlos não passou no vestibular ou vai estudar numa faculdade particular.

QUEstão 58
A frase ―Se a Terra é um planeta, então não emite luz‖ é equivalente a frase:
a) A Terra é um planeta e não emite luz.
b) A Terra não é um planeta ou não emite luz.
c) A Terra é um planeta ou não emite luz.
d) A Terra não é um planeta e não emite luz.
e) A Terra é um planeta ou emite luz.

QUEstão 59
A frase “Se a Terra é um planeta, então não emite luz" é equivalente a frase:
a) A Terra é um planeta e não emite luz.
b) A Terra não é um planeta ou não emite luz.
c) A Terra é um planeta ou não emite luz.
d) A Terra não é um planeta e não emite luz.
e) A Terra é um planeta ou emite luz.

QUEstão 60
P e Q são proposições simples e o valor lógico de P condicional Q é falso. Nessas condições,
é correto afirmar que:
a) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q é verdade.
b) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q é falso.
c) O valor lógico de P é verdade e o valor lógico de Q é verdade.
d) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q pode ser falso ou verdade.
e) O valor lógico de P é verdade e o valor lógico de Q é falso.

QUEstão 61
Diz-se que uma proposição composta A implica numa proposição composta B, se:
a) a conjunção entre elas for tautologia
b) o condicional entre elas, nessa ordem, for tautologia.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) o bicondicional entre elas for tautologia


d) A disjunção entre elas for tautologia.

QUEstão 62
A frase ―A vítima fez boletim de ocorrência ou o acidente foi grave‖ é logicamente equivalente
a:
a) A vítima não fez boletim de ocorrência ou o acidente não foi grave.
b) A vítima não fez boletim de ocorrência e o acidente não foi grave.
c) A vítima fez boletim de ocorrência se, e somente se, o acidente foi grave.
d) Se a vítima não fez boletim de ocorrência, então o acidente foi grave.
QUEstão 63
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é falso,
então:
a) O valor lógico da disjunção entre p e q é falso.
b) O valor lógico da conjunção entre p e q é verdade.
c) O valor lógico do bicondicional entre p e q é falso
d) O valor lógico do condicional entre p e q, nessa ordem, é verdade.

QUEstão 64
Se todo elemento de A é de B, todo elemento de B é de C, há elementos de B que não são de A
e há elementos de C que não são de B, não é correto afirmar que:
a) Há elementos de A que não são de C.
b) Todo elemento de A é de C
c) Há elementos de C que não são de A
d) Existe elemento de B que é de A.

QUEstão 65
De acordo com o raciocínio lógico-matemático, a negação da frase ―O juiz negou a sentença e o
réu entrou com recurso‖ é equivalente a frase.
a) O juiz negou a sentença ou o réu entrou com recurso.
b) O juiz não negou a sentença ou o réu não entrou com recurso.
c) O juiz não negou a sentença e o réu não entrou com recurso.
d) O juiz não negou a sentença ou o réu entrou com recurso.

QUEstão 66
Se o valor lógico de uma proposição é verdade e o valor lógico de outra proposição é falso,
então é correto afirmar que o valor lógico:
a) do bicondicional entre elas é falso.
b) do condicional entre elas é verdade.
c) da disjunção entre elas é falso.
d) da conjunção entre elas é verdade.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 67
Dentre as alternativas a seguir e considerando os conectivos lógicos, a única incorreta é:
a) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é falso se pelo menos um dos valores
lógicos das proposições for falso.
b) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é verdade se pelo menos um dos valores
lógicos das proposições for verdade.
c) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falso se os valores lógicos das
proposições forem falsos.
d) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das
proposições forem falsos.

QUEstão 68
A frase ―Se Carlos trabalha, então ganha dinheiro‖ eq ivale logicamente à frase:
a) ―Carlos trabalha e ganha dinheiro‖
b) ―Carlos trabalha ou ganha dinheiro‖
c) ―Carlos trabalha ou não ganha dinheiro‖
d) ―Carlos não trabalha ou ganha dinheiro‖

QUEstão 69
Dentre as alternativas abaixo e considerando o valor lógico das proposições compostas, a única
falsa é:
a) (3 + 4 = 7) ou (25% de 60 = 18)
b) (4 + 4 = 8) e (3 + 5=7)
c) Se (2 + 3 = 4), então (1 + 4 = 3)
d) ( 1 + 4 = 4) se, e somente se, (2 + 3 = 6)
QUEstão 70
De acordo com raciocínio lógico matemático a frase ―O Brasil não foi campeão ou o presidente
foi ao comício‖ é equivalente a frase:
a) O Brasil foi campeão ou o presidente não foi ao comício.
b) O Brasil não foi campeão e o presidente foi ao comício.
c) Se o Brasil foi campeão, então o presidente foi ao comício.
d) O Brasil foi campeão se, e somente se o presidente não foi ao comício.

QUEstão 71
A negação lógica da frase ―Maurício comprou um notebook ou Paula não foi à escola‖ é dada
por:
a) Maurício não comprou um notebook ou Paula foi à escola.
b) Se Maurício não comprou um notebook, então Paula foi à escola
c) Maurício não comprou um notebook e Paula não foi à escola.
d) Maurício não comprou um notebook e Paula foi à escola.

QUEstão 72
CADERNO DE QUESTÕES
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Considerando o valor lógico da proposição p : 3 + 2 = 7 e o valor lógico de q: 2/3 de 15 =10 é


correto afirmar que:
a) o valor lógico de p ou q é falso.
b) o valor lógico de p e q é verdade.
c) o valor lógico de p então q é falso.
d) o valor lógico de p bicondicional q é falso.

QUEstão 73
Se o valor lógico de uma proposição P é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição Q é
falso, então é corretoafirmar que:
a) o condicional entre P e Q , nessa ordem, é verdade.
b) a disjunção entre P e Q é verdade.
c) a conjunção entre P e Q, nessa ordem, é verdade.
d) o bicondicional entre P e Q, nessa ordem, é verdade.
QUEstão 74
Marcos é juiz de direito ou André ganhou o processo eqüivale logicamente a dizer que:
b) Se Marcos não é juiz de direito , então André ganhou o processo
.b) Marcos é juiz de direito e André não ganhou o processo.
c) Marcos é juiz de direito se , e somente se, André ganhou o processo.
d) Se Marcos não é juiz de direito, então André não ganhou o processo.
e) Marcos não é juiz de direito ou André não ganhou o processo.

QUEstão 75
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeira e o valor lógico de uma proposição q é
falsa, podemos afirmar que:
a) A conjunção entre as duas é verdadeira.
b) p condicional q é verdadeira
c) p bicondicional q é falsa.
d) A disjunção entre as duas é falsa
QUEstão 76
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é
falso então o valor lógico da proposição composta [(p → q) v ~ p ] ^ ~ q é :
a) Falso e verdadeiro
b) Verdadeiro
c) Falso
d) Inconclusivo
QUEstão 77
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é
falso então o valor lógico da proposição composta [(p → q) v ~p ] ^ ~q é:
a) Falso e verdadeiro
b) Verdadeiro
c) Falso
d) Inconclusivo
QUEstão 78
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Seja a proposição p: Maria é estagiária e a proposição q: Marcos é estudante. A negação da


frase “ Maria é estagiária ou Marcos é estudante” é equivalente a:

a) Maria não é estagiária ou Marcos não é estudante.


b) Se Maria não é estagiária, então Marcos não é estudante.
c) Maria não é estagiária, se e somente se, Marcos não é estudante.
d) Maria não é estagiária e Marcos não é estudante.

QUEstão 79

Sejam as afirmações:

I. Se o valor lógico de uma proposição p é falso e o valor lógico de uma proposição q é


verdadeiro, então o valor lógico da conjunção entre p e q é verdadeiro.

II. Se todo X é Y, então todo Y é X.

III. Se uma proposição p implica numa proposição q, então a proposição q implica na


proposição p.
QUEstão 80
Pode-se afirmar que são verdadeiras:

a) Todas
b) Somente duas delas
c) Somente uma delas
d) Nenhuma

Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é


falso então o valor lógico da proposição composta [(p → q) v ~p ] ^ ~q é:
a) Falso e verdadeiro
b) Verdadeiro
c) Falso
d) Inconclusivo
QUEstão 81

Seja a proposição p: Maria é estagiária e a proposição q: Marcos é estudante. A negação


da frase “ Maria é estagiária ou Marcos é estudante” é equivalente a:
a) Maria não é estagiária ou Marcos não é estudante.
b) Se Maria não é estagiária, então Marcos não é estudante.
c) Maria não é estagiária, se e somente se, Marcos não é estudante.
d) Maria não é estagiária e Marcos não é estudante.

QUEstão 82
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Seja a proposição p: Maria é estagiária e a proposição q: Marcos é estudante. A negação


da frase “ Maria é estagiária ou Marcos é estudante” é equivalente a:
a) Maria não é estagiária ou Marcos não é estudante.
b) Se Maria não é estagiária, então Marcos não é estudante.
c) Maria não é estagiária, se e somente se, Marcos não é estudante.
d) Maria não é estagiária e Marcos não é estudante.

QUEstão 83
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeira e o valor lógico de uma proposição q é
falsa, podemos afirmar que:
a) A conjunção entre as duas é verdadeira.
b) p condicional q é verdadeira.
c) p bicondicional q é falsa
d) A disjunção entre as duas é falsa.

QUEstão 84
O raciocínio lógico trabalha com proposições, que é um conceito fundamental no estudo da
lógica. Dadas as proposições abaixo:
p: 16,5% de 200 = 32 ; q: a quarta parte de 300 é igual a 80
É correto afirmar que:
a) a disjunção de p e q ( p v q ) é verdadeira.
b) a disjunção de p e q ( p v q ) é falsa.
c) Não existe a disjunção das proposições dadas.
d) O valor lógico de p é diferente do valor lógico de q.

QUEstão 85
Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Uma proposição p implica uma proposição q se, e somente se, o bicondicional p ↔ q for uma
tautologia.
II. Uma proposição P equivale a uma proposição Q se, e somente se, o condicional P → Q for uma
tautologia.
a) Ambas são incorretas.
b) Ambas são corretas.
c) Apenas I é correta.
d) Apenas II é correta.

QUEstão 86
Analisando as afirmações abaixo, a alternativa correta é:
I. Todo aluno desta escola é inteligente. Marcos é um aluno desta escola. Logo, Marcos é inteligente.
II. Todo x é y. Logo, todo y é x.
a) I e II são argumentos válidos.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) Apenas II é um argumento válido.


c) Apenas I é um argumento válido.
d) Nenhum dos dois argumentos é válido.

QUEstão 87
Sejam as proposições p: 30/1000 = 3% e q: 25/32 > 79/100 , então a conjunção entre p e q é:
a) Inconclusiva.
b) Verdadeira.
c) Falsa.
d) Falsa e verdadeira ao mesmo tempo.

QUEstão 88
Dentre as afirmações:
I. Se duas proposições compostas forem falsas então o condicional entre elas é verdade.
II. Se duas proposições compostas forem falsas então o bicondicional entre elas é falso.
III. Para que uma disjunção entre duas proposições seja verdadeira é necessário que ambas
proposições sejam verdadeiras.
IV. Para que uma conjunção entre duas proposições seja falsa é necessário que ambas proposições
sejam falsas.
Pode-se dizer que são verdadeiras:
a) Todas
b)Somente duas delas
c) Somente uma delas
d) Nenhuma

QUEstão 89
Se p e q são proposições e ~p e ~q suas respectivas negações, então podemos dizer que (p → q)
↔ (~q ^ p)é uma:
a) Tautologia
b) Contingência
c) Contradição
d) Equivalência
QUEstão 90
O valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é falso.
Nessas condições, o valor lógico da proposição composta [(~p ↔ q) → p] ^ ~q é:
a) Falso
b) Inconclusivo
c) Falso ou verdadeiro
d) Verdadeiro

QUEstão 91
Paulo trabalha ou Marcos joga futebol equivale logicamente a dizer que:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) Se Paulo não trabalha, então Marcos joga futebol


b) Paulo trabalha e Marcos não joga futebol.
c) Paulo trabalha se, e somente se, Marcos joga futebol
d) Se Paulo não trabalha, então Marcos não joga futebol.

QUEstão 92
Identifique a alternativa que preencha corretamente a seguinte Tabela Verdade (OR = OU
lógico):

a) F - F - F - V.
b) F - V - V - V.
c) V - V - V - F.
d) V - F - F - F.

QUEstão 93
Se p e q são proposições e ~p e ~q suas respectivas negações, então podemos dizer que (~p
v q) -> ~q é uma:
a) Tautologia
b) Contingência
c) Contradição
d) Equivalência

QUEstão 94
O valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é
falso. Nessas condições, o valor lógico da proposição composta (~p -> q) <-> ~q é:
a) Verdadeiro
b) Inconclusivo
c) falso ou verdadeiro
d) falso

QUEstão 95
Dentre as alternativas a única verdadeira é:
a) Uma proposição p implica numa proposição q, se o bicondicional p <-> q é uma tautologia.
b) Uma proposição p equivale a uma proposição q, se o condicional p -> q é uma tautologia.
c)Uma proposição p implica numa proposição q, se o condicional p -> q é uma tautologia.
d) Uma proposição p equivale a uma proposição q, se o bicondicional p -> q é uma
contingência.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 96
Se Carlos ganha dinheiro, então Maria compra um carro equivale logicamente a:
a) Carlos ganha dinheiro ou Maria não compra um carro.
b) Carlos não ganha dinheiro e Maria não compra um carro.
c) Carlos ganha dinheiro e Maria compra um carro.
d) Carlos não ganha dinheiro ou Maria compra um carro.

QUEstão 97
Sejam as proposições p: √9 + √16 = √49 e q: 3/7 > 11/25, podemos afirmar que:
a) P v q = F
b) P ^q = V
c) P -> q = V
d) ~p <-> q = V

Raciocínio lógico: resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos,


porcentagens, sequencias (com números, com figuras, de palavras).

QUEstão 01

vendeu 7500 produtos no primeiro semestre de 2016, sendo que a tabela a seguir indica a
representação decimal percentual em relação ao total, mês a mês.

Com base nesses dados, o número total de produtos vendidos nos meses de maio e junho
foi de:
a) 1125
b) 1275
c) 2350
d) 3190
e) 3375
QUEstão 02
Assinale a alternativa correta. Um comerciante concedeu desconto de 20% sobre o preço total
de um produto, porém sobre o novo preço concedeu outro desconto de 10%. Nessas condições,
a taxa percentual de desconto concedida pelo comerciante sobre o preço total do produto foi
de:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) 30%
b) 35%
c) 28%
d) 72%
e) 24%

QUEstão 03
Assinale a alternativa correta. A terça parte de 36% do salário de Carlos é igual a R$ 180,00.
Desse modo, o valor da metade do salário de Carlos é igual a:
a) R$ 600,00
b) R$ 750,00
c) R$ 800,00
d) R$ 900,00
e) R$ 650,00

QUEstão 04
De acordo com a sequencia lógica 3,7,7,10,11,13,15,16,19,19,..., o próximo termo é:
a) 20
b) 21
c) 22
d) 23
e) 24
QUEstão 05

Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o
salário de Paulo é igual a:
a) R$ 2.375,00
b) R$ 750,00
c) R$ 1.240,00
d) R$ 1.050,00
e) R$ 875,00

QUEstão 06

Considerando a sequência de fguras @, % , &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a


figura que estará na 117ª posição será:
a) @
b) %
c) &
d) #
e) $
QUEstão 07
Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o
salário de Paulo é igual a:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) R$ 2.375,00
b) R$ 750,00
c) R$ 1.240,00
d) R$ 1.050,00
e) R$ 875,00

QUEstão 08
Considerando a sequência de figuras @, % , &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a
figura que estará na 117ª posição será:
a)
@
b)
%
c)
&
d)
#
e)
$
QUEstão 09
Se Ana já fez 120% de 35% de uma tarefa, então a fração que representa o que ainda
resta da tarefa é:
a) 21/50
b) 42/100
c) 29/50
d) 27/50
e) 31/50

QUEstão 10
De acordo com a sequencia lógica 3,7,7,10,11,13,15,16,19,19,..., o próximo termo é:
a) 20
b) 21
c) 22
d) 23
e) 24

QUEstão 11
Se Ana já fez 120% de 35% de uma tarefa, então a fração que representa o que ainda
resta da tarefa é:
a) 21/50
CADERNO DE QUESTÕES
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b) 42/100
c) 29/50
d) 27/50
e) 31/50

QUEstão 12
De acordo com a sequencia lógica 3,7,7,10,11,13,15,16,19,19,..., o próximo termo é:
a) 20
b) 21
c) 22
d) 23
e) 24

QUEstão 13
Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento) por ter pago à
vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00

QUEstão 14
Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais 2/3 de
páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do
livro é de:
a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480

QUEstão 15
Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento) por ter pago à
vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 16
Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais 2/3 de
páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do
livro é de:
a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480
QUEstão 17
Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento) por ter pago à
vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00

QUEstão 18
O salário de Marcos é R$ 840,00 (oitocentos e quarenta reais). Desse valor, ele gastou 1/4
com vestimenta; 2/5 do salário com aluguel e 3/10 do salário com mercado. Nessas
condições, o valor que ainda lhe restou do salário foi:
a) R$ 168,00 (cento e sessenta e oito reais)
b) R$ 84,00 (oitenta e quatro reais)
c) R$ 126,00 (cento e vinte e seis reais)
d) R$ 42,00 (quarenta e dois reais)
e) R$ 252,00 (duzentos e cinquenta e dois reais)

QUEstão 19
Joana gastou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a porcentagem que
representa o que restou para Joana do valor que possuía é:
a) 76%
b) 24%
c) 32%
d) 68%
e) 82%
QUEstão 20

O salário de Marcos é R$ 840,00 (oitocentos e quarenta reais). Desse valor, ele gastou
1/4 com vestimenta; 2/5 do salário com aluguel e 3/10 do salário com mercado.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Nessas condições, o valor que ainda lhe restou do salário foi:


a) R$ 168,00 (cento e sessenta e oito reais)
b) R$ 84,00 (oitenta e quatro reais)
c) R$ 126,00 (cento e vinte e seis reais)
d) R$ 42,00 (quarenta e dois reais)
e) R$ 252,00 (duzentos e cinquenta e dois reais)

QUEstão 21

Joana gastou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a porcentagem que
representa o que restou para Joana do valor que possuía é:
a) 76%
b) 24%
c) 32%
d) 68%
e) 82%

QUEstão 22
Se Joana leu dois quintos de 60% das páginas de um livro, então a porcentagem que
representa o total de páginas que ainda restam para Joana ler é:
a) 24%
b) 76%
c) 40%
d) 60%
e) 48%
QUEstão 23
O algarismo da 80ª posição da sequência lógica: 3,4,5, 6,7,8,3,4,5,6,7,8,3,4,5,6,7,8,..., é:
a) 5
b) 6
c) 3
d) 8
e) 4
QUEstão 24
Considerando a sequência de letras formada pela palavra PROVAS conforme a seguir:
PROVASPROVASPROVAS...: Desse modo, a 58ª letra da sequencia é:
a) R
b) O
c) A
d) V
e) S
QUEstão 25
CADERNO DE QUESTÕES
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Uma gráfica imprimiu 20% de um livro num primeiro momento e imprimiu 2/5 do
restante num segundo momento. Se ainda falta imprimir 180 páginas, então o total de
páginas do livro é:
a) 225
b) 375
c) 469
d) 360
e) 380
QUEstão 26
Considerando a sequência de letras formada pela palavra PROVAS conforme a seguir:
PROVASPROVASPROVAS...: Desse modo, a 58ª letra da sequencia é:
a) R
b) O
c) A
d) V
e) S
QUEstão 27
Considerando a sequência de letras formada pela palavra PROVAS conforme a seguir:
PROVASPROVASPROVAS...: Desse modo, a 58ª letra da sequencia é:
a) R
b) O
c) A
d) V
e) S
QUEstão 28
O algarismo da 80ª posição da sequência lógica: 3,4,5, 6,7,8,3,4,5,6,7,8,3,4,5,6,7,8,..., é:
a) 5
b) 6
c) 3
d) 8
e) 4
QUEstão 29
Se as letras da sequência A,C,F,J, ..., estão descritas através de raciocínio lógico, então,
considerando as 26 letras do alfabeto, a próxima letra da sequência deve ser:
a) M
b) O
c) P
d) N
QUEstão 30
Os números 2, 3, 4, 5, 8, 7, 16, 9. .... apresentam uma sequência lógica. Nessas condições o
décimo primeiro termo da sequência é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) 64
b) 11
c) 13
d) 128

QUEstão 31
Maria pagou R$ 48,00 por 3/5 de um produto. Desse modo, o valor a ser pago por 4/5 do
mesmo produto é:
a) R$ 64,00
b) R$ 56,00
c) R$ 72,00
d) R$ 58,00

QUEstão 32
Os números 3, 8,18,38,78,... apresentam, nessa ordem, uma sequencia lógica. Nessas
circunstâncias, o sétimo número dessa sequencia é:
a) 158
b) 148
c)168
d) 318
e) 328
QUEstão 33
A fração reduzida que representa o total de mulheres pelo total de homens numa sala com
84 pessoas é representada por 3/4. Nessas condições, o total de homens na sala é:
a) 63
b) 36
c) 48
d) 21
e) 42
QUEstão 34
Mauro pagou R$ 90,00 por um produto já incluso 25% de desconto. Desse modo, o valor
do produto sem desconto é igual a:
a) R$ 117,00
b) R$63,00
c) R$ 130,00
d) R$ 122,00
e) R$ 120,00

QUEstão 35
Os números 3, 8,18,38,78,... apresentam, nessa ordem, uma sequencia lógica. Nessas
circunstâncias, o sétimo número dessa sequencia é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) 158
b) 148
c) 168
d) 318
e) 328

QUEstão 36
Uma costureira utilizou um quinto de um novelo de lã e mais dois terços do mesmo novelo.
Desse modo, a fração que representa o total do novelo que a costureira utilizou é:
a) 2/15
b) 3/8
c) 3/4
d) 13/15

QUEstão 37
A razão entre o número de porcos e o número de galinhas numa fazenda, nessa ordem,é
3/5 . Se o total de galinhas e porcos da fazenda é 120, então o total de porcos da fazenda
é:
a) 45
b) 72
c) 75
d) 48

QUEstão 38
O resultado da soma entre as frações 3/11 e 4/11 é:
a) 7/22
b) 33/44
c) 12/11
d) 7/11

QUEstão 39
Dentre as alternativas, a única correta é:
a) O menor múltiplo comum entre 12 e 20 é o número 120.
b) O maior divisor comum entre 12 e 18 é o número 3.
c) 32% de 200 é igual a 68.
d) {3 + [ 2.(3 -1)] - 4} é igual a 3.

QUEstão 40
De acordo com a sequencia infinita: M,A,T,E,M,A,M,A,T,E,M,A,..., a letra representada
pelo elemento da 145a posição da sequencia é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) T
b) A
c) M
d) E

QUEstão 41
De acordo com a seqüência lógica 1,A,3,E,6,I,10,M,15,Q,..., o 12° termo e o 13° termo da
sequencia, considerando o alfabeto de 26 letras, são, respectivamente:
a) T, 21
b) U,21
c) V,28
d) U,28
e) T, 26

QUEstão 42
Considerando que as figuras abaixo (separadas por vírgulas) seguem uma seqüência
lógica, então a 76a figura da sequencia é:
[ , { , ^ , ~ , ] , / , [ , { , ^ , ~ , ] , / , ...
a) [
b) {
c) ^
d) ~
e) /

QUEstão 43
Analisando os números escritos numa seq ência lógica: 3, 6, 10, 15, 21. .... podemos dizer que a
soma entre o décimo e décimo segundo termos é igual a:
a) 133
b) 111
c) 169
d) 183
e) 157
QUEstão 44
Marcos utilizou 3/4 de 3/5 do salário que recebeu para pagar dívidas, e gastou ainda 20% do
restante do salário para comprar mantimentos. Se ainda lhe restou R$ 1.320,00, então o valor
total do salário que Marcos recebeu foi, em reais, igual a:
a) R$ 2.500,00
b) R$ 2.357,14
c) R$ 3.771,43
d) R$ 3.000,00
e) R$ 3.200,00

QUEstão 45
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Considerando a sequencia lógica: 3, A, 5, C, 8, E, 12, G,..., o décimo e o décimo terceiro


termos da seqüência, considerando o alfabeto de 26 letras, são, respectivamente:
a) I ; 30
b) 30 ; L
c) I ; 23
d) K ; 23
e) 23 ; I

QUEstão 46

Considerando a sequencia de letras: A,B,D,E,G,H,J,M, A,B,D,E,G,H,J,M,A,B,D,E,G,H,J,M; e


assim por diante, a sílaba formada pela 134a letra e pela 345a letra, nessa ordem, é:
a) MA
b) HA
c) GE
d) HE

QUEstão 47

Considerando a sequencia formada pelas letras da palavra DIFÍCIL, a 348ª letra da sequencia é:

DIFICILDIFICILDIFICILDIFICILDIFICIL

a) D
b) I
c) C
d) L
QUEstão 48
A sequencia de letras A,B,D,G,G,D,B,A,A,B,D,G,..., apresenta um raciocínio lógico. Nessas
circunstâncias, o 93º termo da sequencia é igual a:
a) A
b) B
c) D
d) G

QUEstão 49
Os números da sequencia 1,2,3,4,4,3,2,1,1,2,3,4,..., estão escritos numa sequencia lógica. Desse
modo, o 86° termo dessa sequencia é:
a) 4
b) 3
c) 2
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) 1

QUEstão 50
A fração equivalente a 2/3 cuja soma do numerador e denominador é igual a 30 é igual a:
a) 14
16
b) 12
18
c) 20
30
d) 10
20
QUEstão 51
Uma promoção da forma “ Compre um e leve outro pagando a metade “ oferece o mesmo
desconto percentual que a promoção:
a) ― Leve dois e pague um ‖
b) ― Leve três e pague dois ‖
c) ― Leve 5 e pague 4 ‖
d) ―Leve quatro e pague 3 ‖

QUEstão 52
Observando o 1º , 2º e 3º quadrados abaixo, tem-se 2 quadradinhos brancos no 1° ; 6
quadradinhos brancos no 2° e 12 quadradinhos brancos no 3º. Se continuarmos a formar
quadrados até a 7ª posição então a soma de todos os quadradinhos brancos até a 7ª posição será
igual a:

a) 168
b) 126
c) 240
d) 112
QUEstão 53
Observando o 1o , 2o e 3o quadrados abaixo, tem-se 2 quadradinhos brancos no 1° ; 6
quadradinhos brancos no 2o e 12 quadradinhos brancos no 3o. Se continuarmos a formar
quadrados até a 7aposição então a soma de todos os quadradinhos brancos até a 7a posição
será igual a:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) 168
b) 126
c) 240
d) 112

QUEstão 54
Sobre o preço à vista de um produto foi dado um desconto de 15%, em seguida foi
aplicado um acréscimo de 22,5% chegando a um novo valor X. 0 novo preço X do produto
é igual ao preço à vista multiplicado por:
a) 1,045
b) 0,1235
c) 1,04125
d) 1,075
e) 1,03145

QUEstão 55

e os números 2,4,4,6,5,4,4,..., estão ordenados numa sequencia lógica, então o próximo número
dessa sequencia deve ser:

a) 3
b) 4
c) 5
d) 6

QUEstão 56
Se os números 2,4,4,6,5,4,4,..., estão ordenados numa sequencia lógica, então o próximo
número dessa sequencia deve ser:
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6

QUEstão 57
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Sabendo que a sequencia 2,3,5,6,8,12,11,24,... apresenta um raciocínio lógico então, a soma


entre o nono e o décimo termo é igual a:
a) 52
b) 50
c) 48
d) 62

QUEstão 58
Observando as figuras

O total de quadradinhos brancos na 1ª figura é igual a 2. Na 2ª figura é igual a 6 e na 3ª


figura é igual a 12. Seguindo uma sequencia lógica pode-se dizer que o total de
quadradinhos brancos da 10ª figura seria de:
a) 91
b) 110
c) 132
d) 72
QUEstão 59
Carlos disse que tem um terreno cuja área é igual a 3/5 de 270 decímetros quadrados.
Portanto, a área do terreno de Carlos é igual a:
a) 162.000 cm2
b) 0,162 m2
c) 0,00162 dam2
d) 1.620.000 mm2

QUEstão 60
A soma entre o oitavo termo e o décimo termo da sequencia 3/4 , 1/2, 0,25;... é igual a:
a) – 0,5
b)– 2,5
c) – 1,5
d) – 1,75

QUEstão 61
Considerando a sequencia lógica 3/10; 1/2; 1/2; 1 ; 7/10; 2;0,9;4;11/10;... o valor do décimo
terceiro termo é igual a:
a) 16
b) 13/10
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) 3/2
d) 8

QUEstão 62

A soma entre o oitavo termo e o décimo termo da sequencia 3/4; 1/2; 0,25;... é igual a:
a) – 0,5
b) – 2,5
c) – 1,5
d) – 1,75

QUEstão 63
Observando as afirmações:
I) 10% de 25% é igual a 1/40 .
II) Todo número natural subtraído de um número natural é igual a um número natural.
III) 0,325 dam2 = 32,5 dm2.
IV) Se multiplicarmos o número 0,1 por um número decimal sempre encontraremos um número
maior que ele.

Pode-se dizer que são corretas:


a) Somente uma delas.
b) Somente duas delas.
c) Somente três delas.
d) Nenhuma.

QUEstão 64
Sendo A igual a dois inteiros e três quartos e B igual a dezessete quintos, o produto entre A
e B é igual a:
a) Seis inteiros e seis vinte avos.
b) Nove inteiros e sete vinte avos.
c) Quatro inteiros e onze vinte avos.
d) Oito inteiros e dezessete vinte avos.

QUEstão 65
Um lojista orientou seus vendedores para que no preço final da mercadoria multiplicasse o
valor por 0,8. Isto significa que a mercadoria terá:
a) um acréscimo de 20%
b) um acréscimo de 8%
c) um desconto de 8%
d) um desconto de 20%
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 66
Num suco de maracujá concentrado temos 30% de polpa com água, mas só 40% desta
mistura é a própria fruta. A porcentagem da fruta neste suco é de:
a) 40%
b) 30%
c) 16%
d) 12%
QUEstão 67
Carlos gastou 2/7 de seu salário com vestuário e 1/3 do que restou com mantimentos e ainda
sobrou R$ 840,00. O salário de Carlos é de:
a) R$ 1.340,00
b) R$ 2.205,00
c) R$ 1.764,00
d) R$ 1.981,00
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

DIREITO CONSTITUCIONAL
Remédios Constitucionais
QUEstão 01
São direitos fundamentais dispostos na Constituição da República, exceto:
a) Irretroatividade absoluta da lei penal, independentemente de sua natureza
b) Inviolabilidade da vida privada
c) Privilégio temporário ao autor para exploração de inventos industriais
d) Obtenção de certidões em repartições públicas, independente do pagamento de taxas
e) Associação para fins pacíficos

QUEstão 02
Considere as normas da Constituição Federal sobre o rol expresso de penas vedadas no
ordenamento constitucional brasileiro para assinalar a alternativa correta.
a) Não haverá penas, salvo em caso de guerra declarada, de caráter perpétuo, de trabalhos
forçados ou cruéis
b) Não haverá penas, salvo em caso de guerra declarada, de caráter perpétuo, de morte, de
trabalhos forçados, de banimento ou cruéis
c) Não haverá penas de trabalhos forçados, salvo em caso de guerra declarada, nem de caráter
perpétuo, morte ou de banimento
d) Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, nem de caráter perpétuo, de
trabalhos forçados, de banimento ou cruéis
e) Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, de banimento ou cruéis

QUEstão 03
No tocante aos Direitos e Garantias Fundamentais a Constituição Federal de 1988
estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” e passa a elencar
direitos e garantias fundamentais. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma
dessas prerrogativas.
a) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até a reparação total da obrigação
b) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente
c) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus"
d) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 04
Considere as disposições da Constituição Federal de 1988 sobre a legitimidade para
impetrar mandado de segurança e assinale a alternativa correta.
a) O mandado de segurança coletivo não pode ser impetrado por partido político.
b) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical legalmente
constituída ou não e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
c) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos três anos, em defesa dos interesses de seus membros e de
quaisquer outras pessoas.
d) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por entidade de classe legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
e) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
quaisquer pessoas.

QUEstão 05
Considere as disposições da Constituição Federal de 1988 sobre os Direitos e Garantias
Fundamentais e assinale a alternativa correta.
a) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
viável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
b) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter privado.
c) Conceder-se-á habeas data para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
d) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante ou seu parente consanguíneo até terceiro grau, constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
e) Conceder-se-á habeas data para a retificação de dados, quando se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.

QUEstão 06
Nos últimos meses têm sido comuns ofensas de cunho racial serem proferidas durante as
práticas desportivas, principalmente no futebol. O caso mais recente envolveu o goleiro de um
time paulista, que foi chamado de ―macaco‖ por uma torcedora de um time rival. A respeito
deste lamentável acontecimento e de acordo com o que está previsto no texto constitucional,
mais especificamente no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, pode-se dizer que o
crime praticado pela torcedora:

I. É imprescritível.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

II. É inafiançável.
III. Está sujeito à pena de reclusão.
IV. Somente se procede mediante representação da vítima.

Estão corretas as assertivas:


a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) Apenas IV.
d) I e II, apenas.
e) III e IV, apenas.

QUEstão 07
Sobre o uso de algemas, assinale a alternativa que corresponde aos exatos termos da Súmula
Vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal sobre o tema:
a) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência, de desobediência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade, sendo conservada a prisão ou o ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
b) Só é lícito o uso de algemas em casos de desobediência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
c) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
d) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência, de desobediência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
e) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade, sendo conservada a prisão ou o ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
QUEstão 08
Segundo a lei do mandado de segurança (Lei Federal nº 12.016/09) e de acordo com o
entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, é
cabível mandado de segurança contra:
a) Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.
b) Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de
caução.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) Decisão judicial transitada em julgado.


d) Ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.
e) Lei em tese.

QUEstão 09
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, veda alguns
tipos de pena. Assinale a alternativa em que a pena descrita NÃO é vedada pelo texto
constitucional:
a) Pena de banimento
b) Pena de trabalhos forçados.
c) Pena de caráter perpétuo
d) Pena de perda de bens.

QUEstão 10
Segundo a disciplina dos direitos individuais da Constituição Federal, a lei:
a) Regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a prestação social alternativa.
b) Regulamentará as hipóteses nas quais o Poder Judiciário poderá deixar de apreciar lesão ou
ameaça a direito.
c) Penal não admitirá nenhuma hipótese de retroatividade.
d) Estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade social,
mediante adequada e prévia indenização, que se dará através de precatório.

QUEstão 11
Assinale a alternativa correta:
a) O mandado de segurança, considerado ação constitucional, cabe para proteger direito ilíquido
e certo.
b) São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
c) Somente aos brasileiros natos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
d) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata.

QUEstão 12
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
b) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem.
c) Não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada pelo Presidente da República,
no caso de agressão estrangeira, quando autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral e a todos os demais direitos e
garantias individuais.

QUEstão 13
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, confere especial
tratamento à prisão. Todos os enunciados abaixo correspondem ao que dispõe o texto
constitucional, com a excecão de:
a) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, inclusive nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.
b) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial.
d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitira liberdade provisória,
com ou sem fiança.
e) A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.

QUEstão 14

A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖ considera como
imprescritível o delito de:

a) Tráfico ilícito de entorpecentes.


b) Injúria qualificada pelo racismo.
c) Tortura.
d) Ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
e) Terrorismo.
QUEstão 15

Assinale a alternativa que, conforme disposto no capítulo ―Dos Direitos e das garantias
individuais‖, corresponde aos exatos termos do texto constitucional:

a) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a


decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
b) A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
personalidade, a conduta social, a idade e o sexo do apenado.
c) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e terrorismo, na forma da lei.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória,
sendo admitida, excepcionalmente, a prisão preventiva e a prisão temporária do réu, nos termos
da lei.
e) O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei e mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.

QUEstão 16
Acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção INCORRETA:
a) Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
b) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial.
c) Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança.
e) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade policial competente.

QUEstão 17
Leia a assertiva abaixo:
“Thomas Tudor, Secretário da Saúde do Município de Prosopopeia, é acusado, pelo Jornal
“Discurso Empolado”, de prática de atos lesivos ao patrimônio público na contratação de
empresa para prestação de serviços técnicos profissionais de radiologia e
radiodiagnóstico”.
Assim, considerando o caso acima, a impugnação dos atos lesivos, visando à proteção do
patrimônio público, poderá ser manejada por meio de:
a) Ação popular, proposta por qualquer cidadão brasileiro.
b) Ação civil pública, proposta por qualquer cidadão brasileiro.
c) Ação popular proposta apenas por pessoas residentes no Município de Prosopopeia.
d) Ação de improbidade administrativa proposta pelo presidente do Conselho Municipal de
Saúde.
e) Mandado de segurança coletivo, impetrado por entidade de classe constituída e legalizada.

QUEstão 18

Assinale a alternativa correta com relação a remédios constitucionais previstos na Constituição


Federal de 1988.

a) Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
b) Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais
ou de caráter público.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) Conceder-se-á "habeas-data" para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
d) São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões
em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal.

QUEstão 19

Com suporte nos direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal, analise
as assertivas a seguir:

I. A inviolabilidade do domicílio é garantia constitucional absoluta, admitindo-se, como


exceção, o acesso às dependências da casa alheia apenas nos casos de desastre ou para prestar
socorro.

II. A cobrança de taxas de pedágio para circulação em rodovias estaduais ou federais viola a
garantia constitucional de liberdade de locomoção no território nacional.

III. O direito de petição aos órgãos públicos é assegurado pela Constituição Federal, não
podendo seu exercício ser condicionado ao pagamento de taxas.

IV. Por expressa previsão constitucional, não há crime ou pena sem lei anterior que os defina.

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas os itens I e IV estão corretos.


b) Apenas os itens II e III estão corretos.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
d) Apenas os itens III e IV estão corretos.

Organização Político-Administrativa

QUEstão 01
A organização político-administrativo do Brasil é tema central no texto da Constituição da
República. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
a) É de competência exclusiva da União legislar sobre matérias referentes ao acesso à cultura,
educação, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação
b) Os Estados são organizados por meio de Lei Orgânica aprovada em suas respectivas
Assembleias Legislativas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) O número de vereadores é variável de acordo com o número de habitantes do Município. Nas


cidades com até 300.000 (trezentos mil) habitantes esse número está limitado a 22 (vinte e dois)
vereadores
d) O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação
do Estado na Câmara dos Deputados
e) Compete aos Estados legislarem sobre trânsito e transporte

QUEstão 02
A Constituição Federal especifica a competência legislativa de cada ente da Federação.
Analise as alternativas abaixo e selecione a que NÃO apresenta uma das competências
privativas da União.
a) Diretrizes da política nacional de transportes
b) Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização
das polícias militares e corpos de bombeiros militares
c) Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação
d) Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão
e) Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores

QUEstão 03
No título que trata sobre a organização do Estado, a Constituição Federal, no tocante aos
municípios, especifica que este reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará. Também discrimina a composição dessas Câmaras
Municipais, considerando a quantidade de habitantes de cada local. Analise as alternativas
abaixo e selecione a que aponta a proporção CORRETA.
a) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 70.000 (setenta mil) habitantes e de
até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes
b) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 400.000 (quatrocentos mil) habitantes
c) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta
mil) habitantes e de até 950.000 (novecentos e cinquenta mil) habitantes
d) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta
mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes
e) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de
habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes
QUEstão 04
A Constituição Federal dispõe sobre autonomia administrativa entre os entes federados,
porém, prevê a possibilidade de intervenção em determinados casos. Especificamente no
tocante a intervenção do Estado sobre o Munícipio, assinale a alternativa que aponta uma
das causas que permite essa ingerência.
a) Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por três anos consecutivos, a dívida fundada
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) O Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de


princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial
c) Não forem prestadas contas devidas, dentro do período de 06 (seis) meses contados do
término do ano anterior
d) Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços de segurança pública
QUEstão 05
Com relação à possibilidade de intervenção da União sobre os Estados, previstas em nossa
Constituição Federal, assinale a alternativa que NÃO corresponde a um dos motivos que
possibilitam essa intromissão.
a) Manter a integridade nacional
b) Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra
c) Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública
d) Garantir o acesso a informações aosTribunais de Contas para o auxílio na fiscalização das
contas públicas dos entes federados

QUEstão 06
Com relação à repartição de competências a Constituição Federal de 1988 atribui ao
município diversas competências. Assinale abaixo a alternativa que NÃO corresponde a
uma dessas atribuições.
a) Organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia
b) Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano
c) Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual
d) Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população

QUEstão 07
De acordo com a Constituição Federal de 1988, existem matérias que são de competência
privativa da União para legislar. Assinale abaixo a alternativa que corresponde a uma
dessas matérias.
a) Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico
b) Juntas comerciais
c) Sistemas de consórcios e sorteios
d)Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas
QUEstão 08
Considere os exatos termos da Constituição Federal brasileira de 1988 sobre a
organização do Estado e assinale a alternativa correta.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a


União, os Estados, o Distrito Federal, os territórios e os Municípios, todos autônomos entre si.
b) É de competência privativa da União impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural.
c) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
emigração e imigração, entrada e expulsão de estrangeiros.
d) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre direito
tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico.
e) O Distrito Federal e sua divisão em Municípios reger-se-á por Constituição Distrital.
QUEstão 09
Suponha que o Governo do Estado do Rio de Janeiro, visando fomentar o turismo, resolva criar
um novo Município na Região dos Lagos por intermédio da fusão dos Municípios de
Saquarema, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Armação dos Búzios. Além dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei, a Constituição exige para
criação desse novo Município:
a) Lei estadual, dentro do período determinado por Lei Ordinária Federal, bem como consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
b) Lei municipal, dentro do período determinado por Lei Ordinária Federal, bem como consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
c) Lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, bem como
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos.
d) Lei municipal, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, bem como
consulta posterior, mediante referendo, às populações dos Municípios envolvidos.
e) Lei estadual, dentro do período determinado por Lei Ordinária Federal, bem como consulta
posterior, mediante referendo, às populações dos Municípios envolvidos.
QUEstão 10
Suponha que um Vereador de um Município localizado na Região Serrana do Rio de Janeiro
apresente um projeto de lei que cria a obrigatoriedade de os veículos ostentarem placas
fluorescentes. Na justificativa, o vereador afirma que isso facilitaria a visibilidade nos
momentos de neblina, tão comum naquela região. A respeito deste projeto, pode-se dizer que é:
a) Inconstitucional, por vício de competência legislativa.
b) Constitucional, eis que cabe ao Município legislar sobre assunto de interesse local.
c) Inconstitucional, pois cabe ao Prefeito Municipal a iniciativa de tal projeto de lei.
d) Constitucional, em obediência ao princípio da igualdade.
e) Inconstitucional, por ofensa ao princípio da livre concorrência.

QUEstão 11
Segundo a Constituição Federal, no título ―Da Organização do Estado‖, incluem-se entre os
bens dos Estados Federados:
a) As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União
b) Os recursos minerais, inclusive os do subsolo
c) Os terrenos de marinha e seus acrescidos.
d) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 12
Segundo a Constituição Federal, no título ―Da Organização do Estado‖, compete à União, aos
Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
a) Previdência social.
b) Registros públicos.
c) Trânsito e transporte.
d) Desapropriação.
QUEstão 13
A incorporação entre Estados:
a) Não é permitida pela Constituição Federal.
b) Depende exclusivamente da aprovação dos Deputados Estaduais dos Estados diretamente
interessados.
c) Depende da aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.
d) Depende da aprovação de todos os eleitores brasileiros, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.

QUEstão 14
Segundo a Constituição Federal, a transformação de Território em Estado será regulada:
a) Através de medida provisória
b) Em lei complementar.
c) Em decreto legislativo.
d) Através de resolução do Congresso Nacional.

QUEstão 15
De acordo com o texto constitucional, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
a) Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as
secas e as inundações.
b) Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos.
c) Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho
d) Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
QUEstão 16
A Constituição Federal prevê que a Câmara Municipal NÃO gastará mais de:
a) 70% (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores.
b) 60% (sessenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, excluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores.
c) 46% (quarenta e seis por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com
o subsídio de seus Vereadores.
d) 56% (cinquenta e seis por cento) de sua receita com folha de pagamento, excluído o gasto
com o subsídio de seus Vereadores.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 17
Sobre a intervenção é correto afirmar:
a) A União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federal para assegurar a observância dos
direitos da pessoa humana
b) Os Estados e o Distrito Federal podem intervir na União para pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública
c) O Estado intervirá nos seus Municípios quando forem prestadas as contas na forma da lei
d) Cessada a intervenção, em nenhum caso as autoridades afastadas retornarão aos seus cargos
QUEstão 18
Assinale a alternativa incorreta:
a) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
b) O servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado; mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa ou
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada a ampla defesa.
c) Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o gasto de mais de
70% de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus
Vereadores
d) É autorizada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

QUEstão 19
Com relação à disciplina pela Constituição Federal da competência dos entes federativos,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) Compete à União organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.
b) Compete aos Estados explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual de passageiros.
c) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
d) Compete aos Municípios suplementar a legislação federal no que couber.
QUEstão 20
De acordo com o texto da Constituição Federal, está CORRETO o que se afirma em:
a) Os recursos naturais, inclusive os do subsolo, são considerados bens da União e do respectivo
Município.
b) Compete privativamente à União legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição.
c) A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
d) Lei ordinária poderá autorizar determinado Estado a legislar sobre questões específicas
relacionadas a registros públicos.
QUEstão 21
Compete ao Distrito Federal, concorrentemente com a União, legislar sobre:
a) Proteção à infância e à juventude.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) Trânsito e transporte.
c) Seguridade social.
d) Sistemas de consórcios e sorteios.
QUEstão 22
Assinale a alternativa em que todas as matérias legislativas elencadas são de competência
privativa da União, conforme previsto no texto constitucional:

a) Direito tributário, financeiro e orçamentário.


b) Direito civil, comercial e econômico.
c) Trânsito e transporte.
d) Seguridade social, previdência social, proteção e defesa da saúde.
e) Direito processual e procedimentos em matéria processual.
QUEstão 23
No que se refere a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil,
assinale a opção CORRETA:
a) Os recursos naturais da plataforma continental são bens dos Estados federados litorâneos.
b) A edição de Lei Orgânica no âmbito municipal evidencia o exercício da capacidade de auto-
organização conferida aos municípios pela atual Constituição Federal.
c) A decretação de intervenção do Estado federado nos municípios, quando houver grave
comprometimento da ordem pública, será feita por meio de ação direta de inconstitucionalidade
interventiva proposta pela Procuradoria Geral do Estado.
d) A criação de Estado federado processa-se mediante consulta à população diretamente
envolvida, por meio de plebiscito, após a divulgação de estudos de viabilidade estadual, e
aprovação pela respectiva Assembleia Legislativa, dentro do período determinado por lei
complementar federal.
e) A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado federado realizar-se-á,
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e em até vinte dias após
a proclamação do resultado, em segundo turno, se houver, no caso de Estados com mais de
quatro milhões de habitantes.
QUEstão 24
De acordo com o artigo 18 da Constituição Federal, a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende:
a) A União, os Estados e os Municípios.
b) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
c) Os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios.
d) A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os Territórios.

QUEstão 25
Considerando as disposições constitucionais a respeito da organização do Estado, pode-se
dizer que é instrumento de manutenção da unidade do pacto federativo, apto a impedir a
desagregação da Federação:
a) O estado de sítio.
b) O estado de defesa.
c) A intervenção federal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) A solução pacífica dos conflitos.


e) A Força Nacional de Segurança Pública.

QUEstão 26

Compete, privativamente, à União legislar sobre:

a) Direito financeiro.
b) Responsabilidade por dano ao meio ambiente.
c) Sistema estatístico.
d) Produção e consumo.
Respostas 21: 22: 23: 24: 25: 26:

Ordem Social

QUEstão 01
Assinale a alternativa INCORRETA, considerando as disposições da Constituição Federal
sobre o meio ambiente
a) Incumbe ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas
b) Incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético
c) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de decreto, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção
d) Incumbe ao Poder Público exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade
e) Incumbe ao Poder Público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente

QUEstão 02
Os objetivos da seguridade social são os de assegurar os direitos relativos:
a) À saúde; à previdência e; à assistência social
b) À saúde; à previdência e; à cultura
c) À previdência; à cultura e; ao desporto
d) À assistência social; à cultura e; ao desporto
e) À assistência social; à educação; à saúde e; ao desporto

QUEstão 03
De acordo com a Constituição da República, no que diz respeito à seguridade social, nela
incluída a Saúde, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

I. A Constituição Federal não aborda a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus


derivados.
II. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e
serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados,
no caso dos estados, sobre a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não
podendo ser inferior a 15%.
III. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
a) I, II e III são corretas
b) Apenas III é correta
c) Apenas I e III são corretas
d) Apenas II é correta
e) As sentenças I, II e III são incorretas
QUEstão 04
De acordo com a Constituição da República, compete ao Poder Público, nos termos da lei,
organizar a seguridade social. Considerando os objetivos da seguridade social, analise as
afirmativas abaixo e assinale a alternativa que contém os objetivos previstos na lei:
I. Resolutividade das ações de saúde.
II. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo.
III. Irredutibilidade do valor dos benefícios.
IV. Universalidade da cobertura e do atendimento.
a) I, II, III e IV são corretos
b) Apenas I e II são corretos
c) Apenas I, II e III são corretos
d) Apenas II e IV são corretos
e) Apenas III e IV são corretos

QUEstão 05
No que diz respeito a seguridade social, a Constituição Federal de 1988 dispõe que
“compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social” e, ainda, determina diversos objetivos para serem utilizados como base.
Os itens abaixo estão relacionados com esses objetivos, assinale a alternativa que contém
as previsões corretas.
I. Universalidade da cobertura e do atendimento aos que contribuírem.
II. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV. Possibilidade de redutibilidade do valor dos benefícios;
a) somente as alternativa I e II estão corretas
b) somente a alternativa II e III estão corretas
c) somente as alternativas I, II e IV estão corretas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) somente as alternativas II e IV estão corretas

QUEstão 06
Tomando por base a Constituição da República Federativa do Brasil, assinale a
alternativa incorreta:
a) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência
à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
b) Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho, não compete ao
SUS.
c) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
d) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

QUEstão 07
Assinale a alternativa correta quanto às disposições do artigo 195 da Constituição Federal,
sobre o financiamento da seguridade social.
a) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
b) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público, mas poderá dele receber benefícios ou incentivos
fiscais.
c) Qualquer benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total.
d) São passíveis de cobrança de contribuição para a seguridade social todas as entidades
beneficentes de assistência social.
e) A majoração de qualquer benefício ou serviço da seguridade social independe de fonte de
custeio total.

QUEstão 08
Assinale a alternativa correta quanto às disposições do artigo 195 da Constituição Federal,
sobre o financiamento da seguridade social.
a) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
b) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público, mas poderá dele receber benefícios ou incentivos
fiscais.
c) Qualquer benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total.
d) São passíveis de cobrança de contribuição para a seguridade social todas as entidades
beneficentes de assistência social.
e) A majoração de qualquer benefício ou serviço da seguridade social independe de fonte de
custeio total.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 09

Em dezembro de 2013, a imprensa esportiva esteve dividida em relação a uma decisão do


Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Na ocasião, a Portuguesa de Desportos perdeu pontos
no Campeonato Brasileiro de Futebol, em razão da escalação irregular de um jogador, o que
resultou no seu rebaixamento à Série B do referido campeonato. Inconformada com tal decisão,
a Portuguesa de Desportos adotou algumas medidas visando a permanecer na Série A do
Campeonato Brasileiro. Sobre o assunto, analise as assertivas abaixo:

I. A Justiça Desportiva, assim como a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar,
constitui espécie de justiça especializada e integrante do Poder Judiciário, razão pela qual a
Portuguesa de Desportos não poderia ingressar com ação na Justiça Comum, pois, nesse caso, a
competência é apurada de acordo com a matéria.
II. A Portuguesa de Desportos poderia, desde logo, ter proposto ação na Justiça Comum, uma
vez que não se pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a
direito.
III. O Poder Judiciário só admite ações relativas à disciplina e às competições desportivas após
esgotarem-se as instâncias da Justiça Desportiva. Portanto, somente após a resposta negativa da
Justiça Desportiva poderia a Portuguesa de Desportos ingressar na Justiça Comum.

Está(ão) correto(s) o(s) enunciado(s):


a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) Apenas I.
d) Apenas II.
e) Apenas III.

QUEstão 10
A Constituição Federal, no capítulo ―Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
Idoso‖, assegura a gratuidade dos transportes coletivos urbanos para os:
a) Maiores de sessenta e cinco anos, independentemente do sexo.
b) Maiores de sessenta anos, independentemente do sexo.
c) Homens maiores de sessenta e cinco anos e as mulheres maiores de sessenta anos.
d) Homens maiores de sessenta anos e as mulheres maiores de cinquenta e cinco anos.
e) Maiores de cinquenta e cinco anos, independentemente do sexo.

QUEstão 11
Assinale a alternativa em que ambos os ecossistemas descritos são considerados patrimônio
nacional pelo texto da Constituição Federal:
a) A Mata Atlântica e a Chapada da Diamantina.
b) O Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira.
CADERNO DE QUESTÕES
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c) A Serra do Mar e as Cataratas do Iguaçu.


d) Os Pampas Gaúchos e o Cerrado.
e) A Floresta Amazônica brasileira e a Serra da Canastra.

QUEstão 12
São objetivos da ordem social, previstos no Texto Constitucional:
a) O primado do trabalho e a liberdade de expressão.
b) A igualdade entre os Estados e a solução pacífica dos conflitos.
c) O bem-estar e a justiça sociais.
d) A dignidade da pessoa humana e a liberdade de crença religiosa ou convicção filosófica ou
política.
QUEstão 13
De acordo com o texto da Constituição Federal, a pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, NÃO poderá:
a) Contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
b) Celebrar contratos com o Poder Público, obter empréstimos junto às instituições financeiras
ou pedir compensação de eventuais créditos existentes com o fisco.
c) Contratar mais empregados até regularizar a situação perante o fisco.
d) Sofrer qualquer tipo de distinção na participação em processo licitatório, sob pena de
prejudicara manutenção das atividades empresariais e o pagamento do salário dos seus
empregados.
QUEstão 14
Considerando a disciplina constitucional para a proteção da família, da criança, do
adolescente, do jovem e do idoso, assinale a opção CORRETA:
a) Aos maiores de sessenta anos é garantida a gratuidade dos transportes rodoviários e aéreos.
b) Entende-se como entidade familiar a comunidade formada apenas pela união entre o homem
e a mulher.
c) O direito a proteção especial do adolescente e do jovem compreende a proibição de trabalho
urbano e rural aos menores de 18 anos.
d) A lei estabelecerá o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação
das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.
e) Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em unidades
terapêuticas de saúde ou em abrigos de caridade para albergue de necessitados.
QUEstão 15

Segundo artigo 199 da Constituição da República Federativa do Brasil, a assistência à saúde é


livre à iniciativa privada. Analise os itens abaixo e a seguir assinale a alternativa correta:

I. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de


saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

II. É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

privadas com fins lucrativos.

III. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência


à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

a) I,II e III são corretos


b) Apenas I e II são corretos.
c) Apenas III é correto.
d) Apenas I é correto.
QUEstão 16
De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Capítulo VI –
Do meio Ambiente, Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações”. Entre as alternativas a seguir, com base na constituição brasileira,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal,
sem o que não poderão ser instaladas.
b) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
c) São disponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
d) A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.
e)As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.

QUEstão 17
Complete. Por lei, da receita de um município devem ser investidos pelo menos em
Saúde.
a) 12%
b) 25%
c) 20%
d) 15%

QUEstão 18
A medida provisória nº. 1.259 de 1996 alterou a LOAS, regulamentando sobre o BPC -
Beneficio de Prestação Continuada e sua transferência da previdência social para a
assistência social.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Assinale a alternativa incorreta sobre o texto:


a) é um beneficio previdenciário.
b) sua gestão compete MDS, integrado aos SUAS, visando inserir os beneficiários nos
programas e serviços de assistência social e demais políticas.
c) a responsabilidade por seu pagamento compete à União federal (MDS e fNAS).
d) INSS compete os procedimentos administrativos para concessão ou indeferimento.

Administração Pública
QUEstão 01
A Constituição Federal estabelece bases para o bom exercício da Administração Pública.
Neste contexto, assinale a alternativa que não reflete mandamento constitucional
relacionado ao tema.
a) Os vencimentos dos cargos dos Poderes Legislativo e Judiciário não podem ser superiores
aos pagos pelo Executivo
b) O direito de greve no serviço público é permitido, nos limites instituídos em lei específica
c) Apenas aos brasileiros natos há acesso a cargos, funções e empregos públicos, desde que
preenchidos requisitos estabelecidos em lei
d) É possível a contratação de servidor público temporário, devendo existir lei específica
tratando sobre o tema e sua excepcionalidade
e) As funções de confiança são destinadas apenas àquelas de chefia, assessoramento e direção

QUEstão 02
Assinale a alternativa que corresponde exatamente ao disposto na Constituição Federal
sobre a observância dos princípios da impessoalidade e publicidade.
a) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, sendo vedado condicionar a promoção na carreira à
participação nos cursos
b) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo destinadas
exclusivamente à formação dos servidores públicos, facultada, a celebração de convênios ou
contratos com instituições de ensino, vedada, tal celebração entre os entes federados
c) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, vedada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados
d) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados
QUEstão 03
Assinale a alternativa correta sobre acesso aos cargos na Administração Pública conforme
previsão na Constituição Federal.
a) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis, exclusivamente, aos brasileiros
natos que preencham os requisitos estabelecidos em lei
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis, exclusivamente, aos brasileiros


naturalizados que preencham os requisitos estabelecidos em lei
c) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, vedado tal acesso aos estrangeiros
d) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei

QUEstão 04
Assinale a alternativa que corresponde exatamente ao disposto na Constituição Federal
quanto às disposições aplicáveis sobre o servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo
a) Investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração
b) Investido no mandato de senador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração
c) Investido no mandato de prefeito, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração
d) Investido no mandato de Deputado Estadual, havendo compatibilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,
e, não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração

QUEstão 05
Assinale a alternativa incorreta sobre a Administração Pública conforme previsão na
Constituição Federal.
a) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento
b) É vedada a vinculação ou a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público
c) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores
d) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, sem ressalvas ou exceções
QUEstão 06
Assinale a alternativa que corresponde exatamente ao disposto na Constituição Federal
sobre a observância dos princípios da impessoalidade e publicidade.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o


aperfeiçoamento dos servidores públicos, sendo vedado condicionar a promoção na carreira à
participação nos cursos
b) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo destinadas
exclusivamente à formação dos servidores públicos, facultada, a celebração de convênios ou
contratos com instituições de ensino, vedada, tal celebração entre os entes federados
c) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, vedada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados
d) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados

QUEstão 07
Assinale a alternativa correta sobre o prazo de aquisição de estabilidade pelos servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público conforme
previsão na Constituição Federal.
a) Três anos
b) Trinta meses
c) Cinco anos
d) Dois anos

QUEstão 08
Assinale a alternativa correta sobre o prazo de aquisição de estabilidade pelos servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público conforme
previsão na Constituição Federal.
a) Três anos
b) Trinta meses
c) Cinco anos
d) Dois anos

QUEstão 09
Assinale a alternativa correta com base nas previsões da Constituição Federal sobre a
Administração Pública.
a) Os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Legislativo
b) São garantidas a vinculação e a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público
c) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores
d) É vedado ao servidor público civil o direito qualquer associação sindical
e) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência, mas não poderá defnir critérios de sua admissão
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 10
A Constituição Federal ao minudenciar o capítulo que trata da Administração Pública
declara, em seu caput, que esta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência. Já no que diz respeito aos atos de improbidade
administrativa, a Constituição Federal especifica, expressamente, as sanções em caso de
ocorrência desses atos. Considerando essas informações, assinale a alternativa que
apresenta a informação CORRETA, em conformidade com a Constituição Federal.
a) Importarão a perda dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível
b) Importarão a suspensão dos direitos políticos, o afastamento da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível
c) Importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível
d) Importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei ordinária, sem prejuízo da ação penal cabível
e) Importarão a cassação dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível

QUEstão 11
A Reforma do Estado, em 1998, que culminou na Emenda Constitucional nº 19, incluiu na
Constituição da República regras que são consequência direta do princípio da eficiência.
Assim, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta .
I. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores
e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade
II. O servidor público estável poderá perder o cargo mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
III. A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
Estão corretas as afirmativas:

a) I e II, apenas
b) I, II e III
c) I e III , apenas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) II e III , apenas

QUEstão 12
Sobre as disposições da Constituição da República concernentes ao regime previdenciário
e de aposentadoria dos servidores públicos, considerando as atualizações de seu texto por
emenda, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
II. Os servidores abrangidos pelo regime próprio de previdência serão aposentados, calculados
os seus proventos a partir da formação de reserva individual, cujo beneficiário recebe, no final
de sua carreira, todo o saldo acumulado ao longo do tempo.
III. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios é assegurado o regime próprio de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e as regras
especiais dispostas na Constituição.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) II e III , apenas
c) I e III , apenas
d) I, II e III

QUEstão 13

Assinale a alternativa correta, considerando as normas da Constituição Federal sobre a


Administração Pública.
a) O prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
b) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.
c) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência, sendo vedado definir os critérios de sua admissão.
d) A administração pública é proibida de realizar contratação de pessoal por tempo
determinado.
QUEstão 14

Assinale a alternativa correta considerando as previsões da Constituição Federal sobre os


servidores públicos.
a) Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos


servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.
b) Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, excluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.
c) Aos servidores titulares de cargos eletivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, excluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial.

d) Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição exclusiva do beneficiário, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial.
QUEstão 15
Assinale a alternativa correta considerando as normas da Constituição Federal sobre a
Administração Publica.
a) O prazo de validade do concurso público será de até quatro anos, prorrogável uma vez, por
igual período.
b) As funções de confiança, exercidas preferencialmente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de chefia e
assessoramento.
c) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
d) É vedado ao servidor público civil qualquer associação sindical.

QUEstão 16
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição Federal sobre o
exercício de mandato eletivo do servidor público da administração direta, autárquica e
fundacional.
a) Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função.
b) Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado acumulara remuneração.
c) Investido em qualquer cargo eletivo, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
acumular a remuneração.
d) Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 17
Examine os itens abaixo e assinale a alternativa correta considerando as normas da
Constituição Federal sobre a Administração Pública.
a) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
b) Independe de autorização legislativa a criação de subsidiárias das sociedades de economia
mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
c) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
d) A criação de autarquias e a instituição de empresas públicas independem de previsão legal.

QUEstão 18
Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das disposições da Constituição Federal
sobre a Administração Pública.
a) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros e estrangeiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei.
b) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e
exoneração.
c) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período.
d) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.
e) A contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público só é válida nos casos expressamente mencionados na Constituição Federal.

QUEstão 19
Considerando a disciplina constitucional, o prazo de validade do concurso público será:
a) De até um ano, prorrogável duas vezes, por igual período.
b) De até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
c) Aquele previsto no edital, limitado a três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
d) De até dois anos, sendo improrrogável.

QUEstão 20
De acordo com a Constituição Federal, NÃO se aplicam aos servidores públicos:
a) Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
b) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
c) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.
d) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 21
Analise as seguintes afirmações, relativas à disciplina constitucional sobre o servidor
público que venha a desempenhar mandato eletivo:

I. O servidor, investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
II. Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção.
III. O servidor, investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo.

Está INCORRETO o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

QUEstão 22
A Constituição Federal garante a precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
da lei:
a) À administração penitenciária e seus servidores.
b) Aos servidores do Poder Judiciário.
c) Aos servidores da Polícia Federal.
d) À administração fazendária e seus servidores fiscais.

QUEstão 23
Analise os seguintes itens, relativos à disciplina constitucional dos servidores públicos:

I. A Constituição veda qualquer hipótese de adoção de requisitos e critérios diferenciados para a


concessão de aposentadoria aos servidores públicos.

II. O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.

III. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre


nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se
o regime próprio de previdência, instituído e organizado pelo respectivo ente federativo.

Está CORRETO o que se afirma em:


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

QUEstão 24
Assinale a alternativa correta:
a) A investidura em cargo ou emprego público não depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos.

b) Um dos princípios que rege a Administração Pública é o da eficiência.

c) Ao servidor público civil não é garantido o direito a associação sindical.

d) São estáveis após quatro anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público

QUEstão 25
a) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.

b) O servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado; mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa ou
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada a ampla defesa.

c) Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o gasto de mais de


70% de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus
Vereadores

d) É autorizada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais

QUEstão 26
Com relação à Administração Pública, o legislador constituinte, estabeleceu que:
a) Os atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, a suspensão
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, independentemente da ação penal cabível.

b) Lei complementar estabelecerá os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego


da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas e
sigilosas.

c) Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiária de empresa


pública, assim como a sua participação em empresa privada.

d) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência, vedada a instituição de critérios para sua admissão.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 27
Analise as seguintes afirmativas, referentes à disciplina constitucional dos servidores
públicos.

I. A Constituição reserva o percentual de 5% (cinco por cento) dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência.
II. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar.
III. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

Está correto o que se afirma em:


a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.

QUEstão 28
Com relação à Administração Pública, a Constituição Federal prevê que a lei disciplinará
as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente:
a) A disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo do mandato eletivo do
chefe do Poder Executivo.

b) A fixação da política tarifária das empresas concessionárias e permissionárias de serviços


públicos por meio de assembleias extraordinárias.

c) As bases do planejamento equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos


nacionais e regionais de associativismo dos usuários.

d) A participação dos usuários na gestão das empresas estatais, e, excepcionalmente, nos lucros
ou resultados obtidos com as tarifas de serviço público.

e) As reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a


manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
qualidade dos serviços.

QUEstão 29
Indique a alternativa CORRETA, de acordo com o texto expresso da Constituição da
República:
a) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

b) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros e estrangeiros que
preencham os requisitos estabelecidos em ato regulamentar, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei complementar.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis somente aos brasileiros natos que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, sendo inacessíveis aos estrangeiros.

d) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos no edital do concurso, assim como aos estrangeiros, na forma da lei
complementar.

e) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros natos que preencham
os requisitos estabelecidos na Constituição Federal, assim como aos brasileiros naturalizados e
estrangeiros, na forma da lei.

QUEstão 30
O pessoal contratado por tempo determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição
Federal, . Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna
a) Poderá ser nomeado ou designado, em qualquer hipótese, para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança.

b) Poderá ser nomeado, desde que a título precário, para o exercício em cargo em comissão ou
função de confiança.

c) Não poderá ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em substituição, para o
exercício de cargo em comissão ou função de confiança

c)Não poderá ser nomeado, mas poderá ser designado, ainda que a título precário ou em
substituição, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança

QUEstão 31

O § 1º do artigo 41, da Constituição da República, ao dispor que “o servidor público


estável só perderá o cargo (...)”, estabelece a necessidade de se observar o procedimento de
avaliação periódica de desempenho, que será instituído mediante:

a) resolução.
b) decreto.
c) lei federal.
d) lei complementar.

QUEstão 32
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Com base no regime jurídico dos servidores públicos previsto no art. 37 da Constituição
Federal, assinale a alternativa INCORRETA:

a) É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, a de dois cargos de professor, ou a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico, ou, ainda, a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas.

b) A proibição de acumulação remunerada de cargos públicos estende-se a empregos e funções


e abrange autarquias e fundações, mas não abrange as empresas públicas e sociedades de
economia mista porque estas são constituídas sob a forma de pessoas jurídicas de direito
privado.

c) A Constituição Federal prevê que a administração fazendária e seus servidores fiscais terão
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição.

d) Somente por lei, que deve necessariamente ser específica, poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

QUEstão 33
Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de
mandato eletivo, aplica- se as seguintes disposições, EXCETO:
a) investido no mandato de Deputado Federal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
b) investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
c) tratando-se de mandato eletivo estadual, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
d) em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
e) investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração.

QUEstão 34
No que se refere às disposições constitucionais relativas aos servidores públicos, podemos
afirmar corretamente que:
a) a proibição de acumular cargos públicos remunerados é aplicável apenas aos servidores
públicos estatutários, efetivos e estáveis.
b) os servidores públicos fiscais da administração fazendária não dispõem de qualquer
precedência sobre os demais setores da administração, pois cada órgão exerce suas atividades
nos limites de suas atribuições.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) a prática de ato de improbidade administrativa pelo servidor público impõe, dentre outras
sanções, a perda do cargo público e a obrigação de ressarcimento do erário.
d) é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para concessão de aposentadoria a
servidores públicos, mesmo àqueles que exercem atividade de risco.

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


QUEstão 01
São direitos fundamentais dispostos na Constituição da República, exceto:
a) Irretroatividade absoluta da lei penal, independentemente de sua natureza
b) Inviolabilidade da vida privada
c) Privilégio temporário ao autor para exploração de inventos industriais
d) Obtenção de certidões em repartições públicas, independente do pagamento de taxas
e) Associação para fins pacíficos

QUEstão 02
Assinale a alternativa correta sobre a proteção constitucional do domicílio, inclusive
quanto a todas as ressalvas previstas expressamente.
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial
b) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre
c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro
d) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial

QUEstão 03
Analise os itens a seguir e considere as normas da Constituição Federal sobre a garantia
de sigilo para assinalar a alternativa correta.
a) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
b) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telefônicas, de dados e das
comunicações telegráficas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
c) É inviolável o sigilo das comunicações telefônicas e das comunicações telegráficas, de dados
e da correspondência, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
d) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual civil
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

e) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, em qualquer caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual civil

QUEstão 04
Analise os itens a seguir e considere as normas da Constituição Federal sobre a garantia
de sigilo para assinalar a alternativa correta.
a) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na própria
Constituição, sendo vedado tal ato por interesse social
b) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e posterior indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos na própria Constituição
c) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e posterior indenização em dinheiro ou isenções,
ressalvados os casos previstos na própria Constituição
d) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro ou títulos, ressalvados
os casos previstos na própria Constituição
e) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos na própria Constituição

QUEstão 05
Considere as normas da Constituição Federal sobre direitos e garantias fundamentais e
assinale a alternativa INCORRETA.
a) São assegurados, nos termos da lei, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações associativas

b) São assegurados, nos termos da lei, a proteção às participações individuais em obras


coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas

c) São assegurados, nos termos da lei, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico


das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas

d) São assegurados, nos termos da lei, a proteção às participações individuais em obras


coletivas, excluídas as atividades desportivas

e) São assegurados, nos termos da lei, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico


das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais

QUEstão 06
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

No tocante aos Direitos e Garantias Fundamentais a Constituição Federal de 1988


estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” e passa a elencar
direitos e garantias fundamentais. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma
dessas prerrogativas.
a) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até a reparação total da obrigação

b) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,


independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente

c) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus"

d) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei

QUEstão 07
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição Federal quanto
aos direitos e garantias fundamentais.
a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio pedido de autorização à autoridade competente.
b) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
c) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
d) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, em ambos os casos, o trânsito em julgado.

QUEstão 08
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição Federal quanto
aos direitos e garantias fundamentais.
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial.
b) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo ou, subsidiariamente, a
indenização por dano material, moral ou à imagem.
c) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de
internação coletiva, inexistindo tal garantia nas entidades militares.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, em todos os casos, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

QUEstão 09
Assinale a alternativa correta com base nas disposições da Constituição Federal sobre os
direitos e garantias fundamentais.
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo, a qualquer hora, por determinação judicial.

b) É plena a liberdade de associação de caráter paramilitar.


c) As entidades associativas, ainda que expressamente autorizadas, não têm legitimidade para
representar seus filiados judicialmente.

d) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade


particular, assegurada ao proprietário indenização anterior, independentemente da ocorrência de
dano.

e) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização.

QUEstão 10
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, reconhece a casa
como asilo inviolável do indivíduo. A respeito do tema, assinale a alternativa que corresponde
aos exatos termos do texto constitucional:
a) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
b) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação da autoridade
policial.
c) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito, ou, durante o dia, por determinação judicial, admitido, excepcionalmente, o ingresso à
noite por determinação judicial em casos de relevante interesse público.
d) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro mediante determinação judicial.

QUEstão 11
Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com os direitos individuais previstos na
Constituição Federal:
a) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

b) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de fagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante a
noite, por determinação judicial.

c) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.


d) O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 12
Acerca do direito de associação previsto na Constituição Federal, assinale a
alternativa CORRETA:
a) as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas, ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

b) é plena a liberdade de associação, inclusive a de caráter paramilitar, desde que para fins
lícitos.

c) a criação de associações independe de autorização, mas é permitida a interferência estatal em


seu funcionamento.

d) as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para


representar seus filiados judicialmente, apenas.

QUEstão 13

Acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a alternativa INCORRETA.

a) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

b) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

c) Os direitos e garantias expressos na Constituição Federal não excluem outros decorrentes do


regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
d) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, isto é,
são dotadas de todos os meios e elementos necessários à sua pronta incidência aos fatos,
situações, condutas ou comportamentos que elas regulam.

e) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, tampouco será obrigado a cumprir prestação alternativa, desde que invoque suas
crenças ou convicções em razão da liberdade de consciência.

QUEstão 14

Com suporte nos direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal, analise
as assertivas a seguir:

I. A inviolabilidade do domicílio é garantia constitucional absoluta, admitindo-se, como


exceção, o acesso às dependências da casa alheia apenas nos casos de desastre ou para prestar
socorro.

II. A cobrança de taxas de pedágio para circulação em rodovias estaduais ou federais viola a
garantia constitucional de liberdade de locomoção no território nacional.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

III. O direito de petição aos órgãos públicos é assegurado pela Constituição Federal, não
podendo seu exercício ser condicionado ao pagamento de taxas.

IV. Por expressa previsão constitucional, não há crime ou pena sem lei anterior que os defina.

Assinale a alternativa correta:

a) Apenas os itens I e IV estão corretos.


b) Apenas os itens II e III estão corretos.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
d) Apenas os itens III e IV estão corretos.

Direitos Sociais
QUEstão 01
Assinale a alternativa que não indica Direitos Sociais dispostos no texto constitucional.
a) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos

b) Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa

c)Irredutibilidade do salário, mesmo na existência de convenção ou acordo coletivo

d) Licença-paternidade

e) Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa
QUEstão 02
Considerando as normas da Constituição Federal, assinale a alternativa correta sobre o
prazo nela prevista para a licença gestante.
a) 150 dias para todas as trabalhadoras

b) 180 dias para todas as trabalhadoras

c) 120 dias para todas as trabalhadoras

d) 120 dias apenas para trabalhadoras do setor privado

e) 180 dias apenas para trabalhadoras do setor público

QUEstão 03
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Considerando as normas da Constituição Federal, assinale a alternativa correta sobre a


liberdade de associação profissional ou sindical.
a) É obrigatória a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um estado ou
território

b) É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município

c) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos da categoria, exclusivamente


em questões judiciais

d) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses individuais da categoria, exclusivamente


em questões administrativas

e) Todo trabalhador será obrigado a filiar-se a sindicato

QUEstão 04
Considere as normas da Constituição Federal sobre a liberdade de associação profissional
ou sindical e assinale a alternativa correta.
a) A lei poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, bem como o registro
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical

b) É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município
c) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive apenas em questões judiciais

d) A assembléia geral fxará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será


descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
limitada até o máximo independentemente da contribuição prevista em lei

e) É facultativa a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho

QUEstão 05
Considere as disposições da Constituição Federal de 1988 sobre os Direitos e Garantias
Fundamentais e Direitos Sociais e assinale a alternativa INCORRETA.
a) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.

c) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.

d) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.

e) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, vedada qualquer disposição em contrário
.
QUEstão 06
Federal estabelece que é livre a associação profissional ou sindical, observadas certas
regras. Com base nisso, assinale a alternativa correta.
a) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, garantida ao Poder Público a interferência na organização
sindical.

b) É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Estado.

c) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,


inclusive em questões judiciais e vedada no âmbito administrativo.

d) A assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será


descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva
em equiparação de valores da contribuição prevista em lei;
e) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

QUEstão 07
Considere as regras da Constituição Federal brasileira de 1988 sobre os direitos sociais e
assinale a alternativa correta.
a) O trabalhador tem proteção do salário na forma da lei, constituindo ilícito civil sua retenção
intencional.

b) O trabalhador tem direito e proteção da duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e oito semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
apenas mediante acordo individual de trabalho.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) O trabalhador tem direito a aviso prévio proporcional ao tempo de serviço até o máximo de
trinta dias.

d) É prevista a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezesseis e de


qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de doze
anos.

e) O trabalhador tem direito a jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.

QUEstão 08
Assinale a alternativa INCORRETA com base nas regras da Constituição Federal
brasileira de 1988 sobre os direitos sociais.
a) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical.

b) É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de


categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Estado da
federação.

c) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,


inclusive em questões judiciais ou administrativas.

d) Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato e o aposentado filiado


tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.

e) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo


de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

QUEstão 09
NÃO é direito social expressamente previsto na Constituição Federal:
a) Saúde.
b) Previdência social.
c) Moradia.
d) Proteção à juventude.

QUEstão 10
No que se refere aos direitos sociais, indique a alternativa CORRETA:
a) Somente através de lei alguém poderá ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato.

b) É facultativa a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.

d) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir da posse no cargo de direção ou


representação sindical e, ainda que suplente, até seis meses após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.

QUEstão 11
O artigo 6° da Constituição da República, ainda que de forma genérica, faz alusão aos
direitos sociais. Com efeito, NÃO é direito social, como expressamente previsto no texto
constitucional, o (a):
a) Lazer.
b) Felicidade.
c) Segurança.
d) Proteção à infância.
e) Proteção à maternidade.

Direitos de Nacionalidade
QUEstão 01
Considerando as normas da Constituição Federal, assinale a alternativa correta sobre os
nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que eles
não estejam a serviço de seu país.

a) São brasileiros naturalizados


b) São estrangeiros
c) São estrangeiros naturalizados
d) São estrangeiros natos
e) São brasileiros natos

QUEstão 02
Assinale a alternativa correta que indique todos os símbolos da República de acordo com
as normas da Constituição Federal sobre os símbolos da República.
a) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino e o selo nacionais
b) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino e as armas nacionais
c) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais
d) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, as armas e o selo nacionais
e) São símbolos da República Federativa do Brasil o hino, as armas e o selo nacionais

QUEstão 03
Assinale a alternativa correta sobre o tema da nacionalidade conforme as regras da
Constituição Federal brasileira de 1988.
a) É brasileiro naturalizado aquele que nascer na República Federativa do Brasil e for filho de
estrangeiros em viagem de negócios particulares.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) É brasileiro naturalizado aquele que nascer no exterior sendo filho de diplomatas brasileiros
em viagem oficial à época do parto.
c) É brasileiro naturalizado aquele que adquirir a nacionalidade brasileira, exigidas, em
qualquer caso, apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
d) É brasileiro nato aquele que nascer no estrangeiro, filho de pai brasileiro e mãe brasileira,
desde que ambos estejam a serviço da República Federativa do Brasil.
e) É brasileiro nato aquele que nascer na República Federativa do Brasil e for filho de
estrangeiros em viagem de turismo.
QUEstão 04
Considere as regras da Constituição Federal brasileira de 1988 sobre nacionalidade e
assinale a alternativa correta.
a) A nacionalidade adquirida, também chamada de secundária se estabelece, necessariamente,
pelos critérios da existência de parentesco entre o indivíduo e os pais que já tenham reconhecida
sua nacionalidade.
b) A aquisição de nacionalidade estrangeira por brasileiro não pode lhe representar perda do
vínculo dessa natureza com a República Federativa do Brasil.
c) A nacionalidade originária se estabelece por fatores alheios à vontade do sujeito e pode se dar
por um ou pelos dois critérios identificados como territorialidade e ascendência.
d) Uma vez adquirida a nacionalidade brasileira por naturalização, esta não será perdida senão
pela vontade do naturalizado.
e) A naturalização é meio originário de aquisição da nacionalidade.

QUEstão 05
Segundo a Constituição Federal, no capítulo ―Da Nacionalidade‖, são cargos privativos de
brasileiro nato, exceto:
a) Presidente do Supremo Tribunal Federal.
b) Oficial das Forças Armadas.
c) Ministro de Estado da Justiça.
d) Vice-Presidente da República.

QUEstão 06
NÃO é privativo de brasileiro nato, o cargo de:
a) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
b) Carreira Diplomática
c) Ministro de Estado da Defesa.
d) Oficial das Forças Armadas.
QUEstão 07
Com relação aos direitos de nacionalidade, previstos na Constituição Federal, assinale a
alternativaCORRETA:
a) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização,
por decisão do Presidente da República, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela


nacionalidade brasileira.
c) São brasileiros natos os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
d) É privativo de brasileiro nato o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

QUEstão 08

Acerca do capítulo da Constituição Federal que trata ―Da Nacionalidade‖, assinale a alternativa
que corresponde exatamente ao texto constitucional:

a) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros a serviço de seu país.
b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que ambos estejam a serviço da República Federativa do Brasil.
c) São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
d) São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral.
e) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos, sem envolvimento com
tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

QUEstão 09
Considerando o texto constitucional, indique a opção CORRETA a respeito dos direitos de
nacionalidade e cidadania:
a) O brasileiro nato nunca perde a nacionalidade brasileira.
b) Ao brasileiro naturalizado é vedado o alistamento militar obrigatório.
c) O Estatuto do Estrangeiro poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados.
d) Aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos em que houver
expressa vedação constitucional.
e) São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.

QUEstão 10
A respeito dos direitos da nacionalidade, assinale a alternativa correta.
a) Ao brasileiro naturalizado é vedado filiar-se a partido político.
b) Em nenhuma hipótese o brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira.
c) A lei poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados.
d) Havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com
residência permanente no Brasil os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos em
que houver expressa vedação constitucional.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

e) São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro, filho de pai brasileiro a serviço da


República Federativa do Brasil, desde que optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.

Declaração Universal dos Direitos Humanos


QUEstão 01
Assinale a alternativa correta que reproduz um determinado dispositivo da Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
a) Todo ser humano tem o direito de ser, em seu país de origem, reconhecido como pessoa
perante a lei.
b) Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante
a lei.
c) Todo ser humano tem direito à indenização, em dinheiro ou outra forma, da sua
personalidade íntima.
d) Todo ser humano tem direito ao reconhecimento, em todos os níveis políticos, da sua
personalidade emocional.
QUEstão 02
Assinale a alternativa correta que reproduz, com fidelidade exata, um dispositivo da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
a) Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este
direito não implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, tampouco a liberdade de
manifestar a religião ou convicção em público pelos ritos.
b) Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, de consciência desde que
fundamentado na religião; este direito implica a liberdade de tentar mudar a religião de outras
pessoas, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum.
c) Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular.
d) Apenas a pessoa maior de idade tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de
religião; este direito implica a liberdade de tentar mudar a religião dos familiares, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, desde que não o faça
em público pelo culto e pelos ritos.

QUEstão 03
Assinale a alternativa correta quanto ao que prevê a Declaração Universal dos Direitos
Humanos sobre o direito à instrução.
a) A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
b) A instrução técnico-profissional será acessível à maioria da população.
c) A instrução fundamental será obrigatória.
d) A instrução superior esta baseada na progressão continuada.

QUEstão 04
Assinale a alternativa INCORRETA sobre as disposições da Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
b) Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
c) Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias periódicas não remuneradas.
d) Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.
QUEstão 05
Assinale a alternativa correta sobre o órgão que proclamou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
a) Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
b) Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
c) Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.
d) Assembleia Especial de Justiça da Organização das Nações Unidas.

QUEstão 06
Assinale a alternativa correta que reproduz literalmente um fragmento do texto da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
a) Considerando que os cidadaos se comprometeram a promover, em submissao a Organização
das Nações Unidas, o respeito universal e seletivo dos direitos do Homem e das liberdades
fundamentais.
b) Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em obediência a
Organização das Nações Unidas, o respeito local e relativo dos direitos do Homem e das
liberdades fronteiriças.
c) Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com
as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a
observância desses direitos e liberdades.
d) Considerando que os cidadãos se negam constantemente a promover, em relação à
Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo dos direitos do Homem e das
liberdades fundamentais.
QUEstão 07
Assinale a alternativa correta sobre o que a Declaração Universal dos Direitos Humanos
prevê sobre direito sindical.
a) O direito a organizar sindicatos é restrito as pessoas expressamente autorizadas por decisão
administrativa e o ingresso nos sindicatos é livre para os trabalhadores em pleno exercício
profissional.
b) Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.
c) Todo sindicato tem direito a recusar associados para proteção de seus interesses.
d) O direito a organizar sindicatos é condicionado a prévia autorização judicial e o ingresso nos
sindicatos é livre para os trabalhadores em pleno exercício profissional.

QUEstão 08
CADERNO DE QUESTÕES
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Complete as lacunas, de acordo com a alternativa que refete o texto da Declaração Universal
dos Direitos Humanos: ―Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em
. São dotadas de razão e e devem
agir em relação umas às outras com espírito de .‖
a) Dignidade e direitos – consciência – fraternidade.
b) Direitos e deveres – liberdade – solidariedade.
c) Direitos e obrigações – convicção – solidariedade.
d) Dignidade e obrigações – consciência – harmonia.
QUEstão 09
Segundo o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a proteção à privacidade
compreende:
a) Somente a privacidade do próprio interessado.
b) A privacidade do próprio interessado, da sua família, no seu lar ou na sua correspondência.
c) A privacidade do próprio interessado, da sua família e do seu local de trabalho.
d) A privacidade do próprio interessado e das pessoas que mantenham relação de afnidade com
ele.
QUEstão 10
Indique a alternativa CORRETA, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos:
a) Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro e fora das fronteiras de
cada Estado.
b) Toda pessoa tem direito à dupla nacionalidade
c) Toda pessoa tem direito a organizar sindicato, sendo obrigatório o seu ingresso nele para
proteção de seus interesses.
d) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada aos
seus filhos.

QUEstão 11
Indique a alternativa que traz direito não previsto expressamente na Declaração Universal Dos
Direitos Humanos.
a) Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
b) Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
c) Todo ser humano, vítima de perseguição por crimes de delito comum, tem o direito ao asilo
em outros países
d) Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias remuneradas periódicas.
QUEstão 12
Indique a afrmação correta sobre os direitos expressamente previstos na Declaração Universal
dos Direitos humanos.
a) Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de
fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) Os direitos e liberdades previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser
exercidos até mesmo de modo contrário aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
c) A Declaração Universal dos Direitos humanos não trata expressamente de direitos
envolvendo o matrimônio e o casamento.
d) Ninguém, sob qualquer justificativa, poderá ser privado de sua propriedade.

QUEstão 13
Com relação ao direito à instrução previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos,
assinale a alternativaINCORRETA:
a) O Estado tem prioridade em relação aos pais na escolha do gênero de instrução que será
ministrada às crianças e aos adolescentes.
b) A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta
baseada no mérito.
c) A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
d) A instrução elementar será obrigatória.

QUEstão 14
Com relação aos direitos previstos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinale a
alternativaCORRETA:
a) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, mas não lhe é assegurado o direito de mudar de
nacionalidade.
b) Toda pessoa tem o direito de ser, dentro de seu país, reconhecida como pessoa.
c) Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer pais, mas não poderá regressar ao seu próprio
país.
d) Toda pessoa tem o direito de não ser perseguida, salvo em caso de perseguição
legitimamente motivada por crimes de direito comum.

QUEstão 15
Com relação ao direito à instrução previsto na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O Estado tem prioridade em relação aos pais na escolha do gênero de instrução que será
ministrada às crianças e aos adolescentes.
b) A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta
baseada no mérito.
c) A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
d) A instrução elementar será obrigatória.

Classificação das Normas Constitucionais


QUEstão 01
O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 25, reconhecendo como ilícita a
prisão do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. No julgamento, o STF
considerou que o artigo 5º, inciso XLVII, da Constituição Federal perdeu aplicação prática, uma
vez que a prisão nesse caso não decorre do texto constitucional, mas de norma
CADERNO DE QUESTÕES
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infraconstitucional, que lhe dava aplicação prática. Considerando que esta norma contraria
tratado internacional de direitos humanos, de natureza supralegal, não há como persistir com a
referida modalidade de prisão civil no ordenamento jurídico. Desta forma, pode-se dizer que o
STF entendeu que o artigo 5º, inciso XLVII, da Constituição Federal é uma norma de:
a) Eficácia plena.
b) Eficácia contida.
c) Eficácia limitada de princípio programático.
d) Eficácia limitada de princípio institutivo.
e) Eficácia exaurida.

QUEstão 02
Com relação as normas constitucionais de eficácia contida, assinale a alternativa CORRETA:
a) São normas que, de imediato, podem produzir todos os seus efeitos, mas a norma
infraconstitucional poderá reduzir sua abrangência.
b) São normas aptas a produzir todos os efeitos, independentemente de norma
infraconstitucional integrativa.
c) São normas que, de imediato, não produzem todos os seus efeitos, necessitando de uma
norma infraconstitucional integrativa
d) São normas que veiculam programadas a serem implementados pelo Poder Público.
QUEstão 03

Diz o inciso XIII, do artigo 5°, da Constituição Federal: ―é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.‖

Quanto à aplicabilidade, o artigo em questão, classifica- se como norma de: .


Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna.
a) Eficácia limitada
b) Eficácia contida.
c) Eficácia plena.
d) Eficácia direta.
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LEGISLAÇÃO FEDERAL
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e
alterações posteriores;

QUEstão 01
Estabelece a Lei de Execução Penal que, durante a execução da pena, sobrevindo doença mental
no condenado,
a) poderá ter a pena diminuída de 1/3 a 2/3.
b) terá a sua pena substituída por medida de segurança.
c) será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
d) terá o restante da pena remida e deverá submeter-se a tratamento psiquiátrico ambulatorial.
e) deverá ser submetido a perícia médico-legal para apurar a sua periculosidade.
QUEstão 02
Sobre a assistência na execução penal, é correto afirmar:
a) Assistência religiosa viola a laicidade do Estado, tendo sido reconhecida sua não recepção
pela Constituição de 1988 segundo o Supremo Tribunal Federal.

b) A assistência educacional na Lei de Execução Penal prevê o princípio da universalização,


bem como modalidade de ensino de educação de jovens e adultos − EJA.

c) É vedada a assistência à saúde fora do estabelecimento prisional no regime fechado.

d) A assistência humanitária por meio de organizações não governamentais de direitos humanos


tem previsão expressa na Lei de Execução Penal, sendo garantida mediante autorização judicial.

e) Ao contrário das Regras de Mandela, a Lei de Execução Penal prevê no âmbito da assistência
à saúde a atuação psicológica, que, no entanto, não tem a garantia da confidencialidade e pode
ser utilizada em exames criminológicos.
QUEstão 03
Sobre o acesso à água no sistema prisional,
a) a Lei de Execução Penal garante o acesso à água para fins de higiene pessoal na temperatura
apropriada ao clima da região em que a pessoa está presa.

b) o suprimento do fornecimento de água por meio dos familiares dos presos não configura
irregularidade no funcionamento do estabelecimento prisional, pois o fim pode ser atingido.

c) as Regras de Mandela preveem o direito de todo preso a ter acesso a água sempre que
necessitar como parte do direito à alimentação, mencionando expressamente a qualidade de
água potável.

d) em recente decisão, o STJ afirmou que o acesso à água aquecida para banho é uma questão
administrativa, que não pode ser pleiteada por via de ação civil pública.
CADERNO DE QUESTÕES
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e) ao contrário da dieta alimentar, a redução do acesso à água potável é permitida de modo


excepcional pelas Regras de Mandela, desde que não configure ausência completa do
fornecimento.
QUEstão 04
O ―Indulto do Dia das Mães‖ (Decreto Presidencial de 12 de abril de 2017),
a) não trouxe hipóteses de comutação, assim como Decreto n° 8.940/16 (indulto de 2016).
b) vedou a concessão do indulto pelo juiz do processo de conhecimento, mesmo em caso de
tráfico privilegiado em que a sentença condenatória tenha transitado em julgado para a
acusação.
c) trouxe pela primeira vez uma diferenciação entre homens e mulheres para a concessão do
indulto, sendo um marco para a efetiva consideração do gênero no sistema penal.
d) vedou o indulto a mulheres que estejam respondendo a processo pela prática de crime
cometido mediante violência ou grave ameaça.
e) previu hipóteses diferenciadas para mães que possuam filhos até 12 anos, mas deixou de
avançar na questão das avós, que não tiveram previsão expressa no Decreto.
QUEstão 05
NÃO sofrem influência da reincidência e da hediondez do crime na execução penal os seguintes
direitos:
a) Comutação e saída temporária.
b) Indulto e autorização de saída.
c) Progressão de regime e saída temporária.
d) Livramento condicional e remição.
e) Remição e permissão de saída.
QUEstão 06
As faltas disciplinares
a) sujeitam à regressão de regime, após prévia oitiva do condenado, e à perda de até 1/3 (um
terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data do reconhecimento
administrativo da infração.
b) exigem, para seu reconhecimento no âmbito da execução penal, a instauração de
procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de
autodefesa, não ofendendo a Constituição a ausência de defesa técnica.
c) estão sujeitas ao princípio da legalidade, cabendo à legislação local especificar as leves e as
médias, admitida a imposição de sanções coletivas e punida a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada.
d) de natureza grave permitem a imposição da sanção de isolamento celular por ato motivado
do diretor do estabelecimento, com necessária comunicação ao juiz da execução, não podendo
exceder a trinta dias.
QUEstão 07
Sobre o trabalho externo do preso, é correto afirmar que
a) é possível na realização de serviços e obras públicas prestados por entidades privadas.
b) só é possível em entidades públicas.
c) a autorização será revogada com a prática de qualquer infração penal.
d) somente poderá ser concedida após o cumprimento de 1/3 da pena.
e) o limite máximo de presos será de 20% do total de empregados.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 08
Segundo a Lei de Execução Penal, o preso, condenado com trânsito em julgado, poderá ter a
execução da sua pena fiscalizada por meio da monitoração eletrônica, quando o juiz
a) fixar o regime aberto para cumprimento da pena e o dispensar do recolhimento ao
estabelecimento penal no período noturno e nos dias de folga.
b) aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou
conceder progressão para tais regimes.
c) aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a
determinados lugares.
d) conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.
e) autorizar a saída temporária no regime semiaberto ou determinar a prisão domiciliar.

QUEstão 09
Irany, que trabalha como motorista de táxi, cumpre pena em regime aberto. Neste caso,
a) os horários do trabalho de Irany não precisam ser levados em consideração na fixação das
condições do regime.
b) o exercício do trabalho lícito, devidamente comprovado, garante a Irany o direito à remição,
ainda que seja como trabalhadora autônoma.
c) há hipóteses legais em que Irany pode ser dispensada da comprovação do exercício do
trabalho.
d) pode ser-lhe imposta como condição especial a prestação de serviço comunitário.
e) cumprindo pena na modalidade domiciliar, Irany não depende de autorização judicial para se
ausentar da cidade onde reside.
QUEstão 10
Considerando a Lei de Execução Penal e a jurisprudência dos tribunais superiores sobre a
remição, é correto afirmar:
a) O trabalho do preso cautelar não pode ser computado para fins de remição.
b) É impossível a cumulação da remição por estudo e por trabalho.
c) O trabalho intramuros é o único passível de remição.
d) Não há previsão legal de remição para o sentenciado em regime aberto.
e) O aproveitamento escolar insatisfatório não impede a remição por estudo.
QUEstão 11
Sobre a remição, é correto afirmar:
a) Para o cômputo da remição, os dias remidos devem ser considerados como pena cumprida
pelo sentenciado.
b) A remição por estudo é concedida na mesma proporção da remição pelo trabalho, ou seja, a
cada dezoito horas de estudo, deve ser remido um dia de pena.
c) É vedada a cumulação de remição por trabalho e por estudo dada a incompatibilidade
resultante da quantidade de horas diárias necessárias para remir por cada atividade.
d) A remição por estudo é cabível nos três regimes de cumprimento de pena, sendo vedado
apenas no livramento condicional.
e) Em caso de falta grave, o juiz deverá revogar um terço do tempo remido, sendo vedada nova
concessão de remição durante o período de cumprimento da sanção.
QUEstão 12
CADERNO DE QUESTÕES
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Sobre as autorizações de saída,


a) somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de quarenta e cinco dias de intervalo
entre uma e outra.
b) são cabíveis apenas no regime semiaberto.
c) a saída temporária será concedida pelo diretor do estabelecimento prisional.
d) o lapso temporal para deferimento da saída temporária ao reincidente é de um quarto.
e) o Decreto natalino de saída temporária é de competência exclusiva do Presidente da
República.
QUEstão 13
O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando conceder
a) indulto.
b) comutação.
c) livramento condicional.
d) prisão domiciliar.
e) progressão ao regime semiaberto.

QUEstão 14
Considerando as disposições constantes na Lei de Execuções Penais, no que toca às saídas dos
condenados do estabelecimento prisional,
a) a permissão de saída pode ser deferida para os condenados dos regimes fechado e semiaberto,
bem como aos presos provisórios.
b) para que o condenado conquiste o direito às saídas temporárias, é necessário que atinja 1/6 da
pena, se primário, e 1/2, se reincidente.
c) as saídas temporárias poderão ser deferidas aos presos do regime fechado, mediante escolta,
caso exista efetivo de servidores na comarca, para frequência a curso supletivo
profissionalizante.
d) as saídas temporárias serão deferidas pelo diretor da casa prisional.
e) a permissão de saída não pode ser concedida pelo diretor do estabelecimento prisional para
os condenados do regime fechado, pois nesse caso deverá haver autorização judicial.
QUEstão 15
No que toca à disciplina carcerária,
a) a submissão de preso ao regime disciplinar diferenciado poderá ser determinada pelo diretor
da casa prisional, em caráter emergencial e excepcional, sendo que a decisão deverá ser
ratificada pelo juiz no prazo máximo de vinte e quatro horas, contadas da efetivação da medida.
b) são vedadas, pela Lei de Execuções Penais, as sanções coletivas.
c) depois da Constituição Federal de 1988, qualquer sanção disciplinar deve contar com
homologação judicial, tendo em conta a atuação fiscalizatória do juiz.
d) a Lei de Execuções Penais especifica de forma taxativa as faltas de natureza grave e média,
sendo que remete ao legislador local a especificação das faltas de caráter leve.
e) a autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de
até vinte dias.

QUEstão 16
Sobre o trabalho e o estudo dos apenados, bem como acerca da remição, é correto afirmar:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) O tempo a remir pelas horas de estudo será acrescido de ½ no caso de conclusão do ensino
fundamental durante o cumprimento da pena, desde que a conclusão seja certificada pelo órgão
competente do sistema de educação.
b) O condenado que usufrui liberdade condicional poderá remir, pela frequência a curso de
ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo do período de prova.
c) Se o preso restar impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente no local do labor,
não poderá continuar a se beneficiar com a remição enquanto perdurar o afastamento.
d) O trabalho externo, segundo a Lei de Execuções Penais, é permitido apenas aos presos dos
regimes semiaberto e aberto.
e) O trabalho interno é obrigatório para os presos definitivos e provisórios.

QUEstão 17
Sobre os incidentes de execução previstos na Lei de Execuções Penais,
a) o excesso de execução ocorre quando o ato for praticado além dos limites fixados na
sentença, mas não se caracteriza quando a ilegalidade decorrer de inobservância de normas
regulamentares, pois nesses casos a apuração das responsabilidades ficará a cargo da autoridade
administrativa.
b) sobrevindo condenação à pena privativa de liberdade no regime semiaberto, estando em
curso a execução de penas restritivas de direito, deverá o juiz automaticamente reconverter as
penas alternativas em prisão, dada a natureza distinta das duas espécies de sanção.
c) é possível, para apenados do regime aberto e com penas não superiores a três anos, desde que
cumpridos os requisitos legais, a conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de
direito.
d) na hipótese de sobrevir doença mental no curso da execução da pena privativa de liberdade,
não poderá ser convertido referido apenamento em medida de segurança, posto se tratar de
providência gravosa ao apenado, portanto impossível de ser formalizada por força da coisa
julgada.
e) o próprio sentenciado poderá suscitar o incidente de desvio de execução.
QUEstão 18
Nos termos da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984, os condenados por crime praticado,
dolosamente, com violência de natureza grave contra a pessoa, ou por qualquer dos crimes
previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990
a) serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético mediante extração de
DNA.
b) somente poderão ter a identificação de perfil genético verificada pelo Juiz do processo,
vedado o acesso às autoridades policiais mesmo mediante requerimento.
c) não terão a identificação de perfil genético incluído em banco de dados sigiloso, mas de livre
acesso às autoridades policiais, independentemente de requerimento.
d) não terão extraído o DNA, se submetidos à Justiça Militar, em razão da excepcionalidade da
lei de execução.
e) não poderão ser submetidos à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA,
por falta de permissivo legal.
QUEstão 19
A prática de falta grave
a) sujeita à regressão de regime, dispensada a prévia oitiva do condenado.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) pode consistir no cometimento de crime doloso, desde que consumado.

c) pode acarretar a revogação de até 1/3 (um terço) do tempo remido, mas não a interrupção
para nova contagem.

d) interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de pena, o


qual se reinicia a partir da decisão judicial definitiva que reconhecer a infração disciplinar.

e) pode sujeitar o condenado à sanção disciplinar de isolamento na própria cela, por ato
motivado do diretor do estabelecimento, comunicado o juízo das execuções.

QUEstão 20
De acordo com a Lei de Execução Penal, é correto afirmar:
a) A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e sempre sujeitará o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado.

b) Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra
pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos como hediondos serão submetidos,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA − ácido
desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor, que será armazenada em banco de dados
sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.

c) A classificação do condenado será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará
o programa individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e
restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos
regimes, bem como as conversões.

d) O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade
educativa e produtiva, e será admissível para os presos em regime fechado em caráter externo
somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou
Indireta, sendo vedado quanto às entidades privadas.

e) É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do


submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e
acompanhar o tratamento, e, em caso de divergência sobre o tratamento, terá prioridade o
diagnóstico do médico oficial.

QUEstão 21
Na execução penal, de acordo com entendimento sumulado de Tribunal Superior,
a) é concorrente a legitimidade do Ministério Público e da Procuradoria da Fazenda Pública
para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória.

b) admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena, mas não a aplicação imediata de


regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

c) o fato de o réu se encontrar em prisão especial impede a progressão de regime de execução


da pena, fixada em sentença não transitada em julgado.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) a falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

e) o benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional insuscetível


de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional.

QUEstão 22
Sobre o regime disciplinar na execução penal é correto afirmar que
a) a jurisprudência do STF não admite a relativização da legalidade nas faltas disciplinares,
como a aplicação de falta grave pela posse de chip de telefone celular.

b) o cumprimento de sanção disciplinar em cela escura deve ser comunicado pelo diretor ao juiz
competente em até dez dias.
c) o descumprimento do dever de executar tarefas e ordens recebidas pelo preso configura falta
disciplinar de natureza grave, conforme a Lei de Execução Penal.

d) é destinado às penas privativas de liberdade, não existindo faltas graves na execução de pena
restritiva de direitos.

e) a condenação em falta disciplinar de natureza grave implica a revogação de um terço do


tempo remido pelo trabalho ou estudo.

QUEstão 23
Um sentenciado cumpria pena em regime fechado, quando sobreveio nova condenação, com
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Portanto, deve o magistrado
a) somar a nova condenação ao restante da pena que está sendo cumprida, desconsiderando a
restritiva de direitos.

b) reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, mantendo o cumprimento


isolado de cada pena imposta.

c) reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, unificando as reprimendas.

d) manter a restritiva de direitos suspensa, para que seja cumprida a privativa de liberdade em
primeiro lugar.

QUEstão 24
Os decretos presidenciais dos anos de 2013 e 2014 preveem que para a declaração do indulto e
da comutação das penas não se exigirá requisito outro senão os previstos nestes textos legais. A
partir deste comando legal, é correto afirmar:
a) Não é possível a dispensa de parecer do Conselho Penitenciário a exceção do pedido de
indulto humanitário.

b) Não há dispensa de parecer do Conselho Penitenciário em nenhuma hipótese uma vez que
esta é a sua incumbência precípua prevista na Lei de Execução Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
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c) Há sempre a dispensa de parecer do Conselho Penitenciário porquanto é órgão auxiliar do


Poder Executivo que tem competência privativa para editar decretos.

d) O parecer do Conselho Penitenciário poderá ser determinado pelo juiz da execução quando
entender necessário ao julgamento do indulto ou da comutação.

e) A Defensoria Pública e o Ministério Público poderão requerer a realização de parecer do


Conselho Penitenciário.

QUEstão 25
O sentenciado que trabalhou e estudou durante a execução da pena no regime semiaberto terá o
tempo remido computado como pena cumprida na razão de um dia de pena a cada três dias
trabalhados e
a) 3 dias de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total da pena.
b) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados do total da pena.

c) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados para todos os benefícios da
execução penal.

d) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total da pena.

e) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados para todos os benefícios da
execução penal.

QUEstão 26
A autonomia da execução penal implica a compreensão de que
a)
o título executivo delimita o alcance e os limites da execução em processo em que não há
alteração fática.
b)
há uma feição jurisdicional da execução da pena e plenitude das garantias constitucionais penais
e processuais penais.
c)
há um caráter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplicação mitigada das regras
constitucionais.
d)
os incidentes de execução são impulsionados somente pela defesa técnica.
e)
há distinção das atividades da administração penitenciária e da função jurisdicional ressalvado o
procedimento administrativo que apura falta.
QUEstão 27
CADERNO DE QUESTÕES
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Nas hipóteses de medida de segurança em que há decisão de desinternação e recurso em agravo


de execução interposto pelo Ministério Público,
a) a guia de desinternação será expedida após o trânsito em julgado da decisão.

b) a guia de desinternação será imediatamente expedida em razão do efeito devolutivo do


recurso.

c) a medida de segurança é imediatamente extinta.

d) a desinternação não deverá observar as condições do livramento condicional.

e) havendo pena privativa de liberdade imposta a desinternação será condicionada a conversão


em medida de segurança.

QUEstão 28
Com relação à Lei de Execução Penal (Lei n° 7.210/1984) e sua interpretação pelo Superior
Tribunal de Justiça,
a) a saída temporária poderá ser concedida pelo diretor do estabelecimento penal sempre que
preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos na lei.

b) a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime, mas
não interrompe o prazo para fins de indulto e comutação

c) o reconhecimento da prática de falta grave é imprescindível a instauração de procedimento


administrativo, assegurado o direito de defesa, não constituindo a ausência de defesa técnica por
advogado violação à ampla defesa, nos termos da Súmula Vinculante n° 5 do STF.

d) a medida de segurança não possui prazo determinado, não possuindo relevância o limite
máximo cominado abstratamente para o delito praticado.

e) se a falta grave consistir no cometimento de fato definido como crime doloso, seu
reconhecimento dependerá do trânsito em julgado da sentença penal condenatória no processo
penal instaurado para a apuração do fato.

QUEstão 29
na Lei de Execução Penal, somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto
em residência particular quando se tratar de condenado(a):
a) maior de 70 (setenta) anos; não reincidente em crime doloso; que tenha reparado o dano.

b) maior de 70 (setenta) anos; acometido de doença grave; com filho menor ou deficiente físico
ou mental; gestante.

c) maior de 60 (sessenta) anos; acometido de doença grave; não reincidente em crime doloso.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) acometido de doença grave; com filho menor ou deficiente físico ou mental; gestante; não
reincidente em crime doloso.

e) maior de 70 (setenta) anos; mulher acometida de doença grave; gestante; que tenha reparado
o dano.
QUEstão 30
Sobre o benefício da remição, disciplinado pelos artigos 126 a 130 da Lei de Execução Penal e
que permite o desconto do tempo de pena privativa de liberdade pelo trabalho ou estudo,
assinale a alternativa correta.
a) Restringe-se ao condenado que cumpre regime fechado.

b) Se interrompido o trabalho ou estudo, por acidente incapacitante, cessa o direito à remição.

c) São inacumuláveis horas diárias de trabalho e de estudo, para fins de remição.

d) A remição é declarada pelo juiz da execução, dispensada a oitiva da defesa e do Ministério


Público.
e) Ocorre na proporção de três dias de trabalho ou de estudo por um dia de pena.

QUEstão 31
Em matéria de penas privativas de liberdade, correto afirmar que
a) possível a fixação do regime inicial fechado para o condenado a pena de detenção, se
reincidente.

b) o condenado por crime contra a Administração pública terá a progressão de regime do


cumprimento de pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto
do ilícito praticado, com os acréscimos legais.

c) a determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos


mesmos critérios previstos para a fixação da pena-base, mas nada impede a opção por regime
mais gravoso do que o cabível em razão da pena imposta, se a gravidade abstrata do delito assim
o justificar.

d) inadmissível a adoção do regime inicial semiaberto para o condenado reincidente.

e) os condenados por crimes hediondos ou assemelhados, independentemente da data em que


praticado o delito, só poderão progredir de regime após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da
pena, se primários, e de 3/5 (três quintos), se reincidentes.

QUEstão 32
NÃO comete falta grave o condenado a pena privativa de liberdade que
a) provocar acidente de trabalho.

b) inobservar o dever de obediência ao servidor.


CADERNO DE QUESTÕES
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c) descumprir, no regime aberto, as condições impostas.

d) inobservar o dever de execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.

e) não revelar urbanidade e respeito no trato com os demais condenados.

QUEstão 33
O trabalho é reconhecido como um dever e um direito. Nesse sentido, segundo a Lei de
Execução Penal, é correto afirmar que
a) o trabalho externo será permitido nos regimes aberto e semiaberto, sendo proibido no regime
fechado.

b) o condenado perderá sempre 1/3 dos dias remidos pelo trabalho em caso de cometimento de
falta grave, desde que devidamente apurada em processo administrativo e homologada pelo juiz
da execução.
c) a remuneração deverá atender, dentre outras finalidades, as pequenas despesas pessoais do
condenado.
d) a autoridade administrativa deverá encaminhar ao juiz, semestralmente, uma cópia dos
registros de todos os condenados que estejam trabalhando com informação dos dias trabalhados.
e) o juiz, ao conceder o livramento condicional, poderá, em caráter complementar e facultativo,
subordinar o livramento a obtenção de ocupação lícita pelo liberado.
QUEstão 34
Em relação à remição, pode-se assegurar que
a) o juiz, em caso de falta grave, poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, não
recomeçando a contagem a partir da infração disciplinar.

b) admissível, pelo trabalho, apenas para condenado que cumpre pena em regime fechado

c) o condenado que usufrui de liberdade condicional poderá remir, pelo trabalho ou por estudo,
parte do tempo do período de prova.

d) indevida nas hipóteses de prisão cautelar.

e) o tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos
QUEstão 35
Em relação à execução penal, é correto afirmar que:
a) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento é considerada para
a concessão de livramento condicional, mas não para obtenção de regime mais favorável de
execução.

b) o condenado que violar ou danificar o dispositivo de monitoração eletrônica poderá regredir


de regime.

c) a inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado ou no isolamento preventivo depende


de prévia decisão judicial fundamentada.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) o juiz da execução não tem competência para interditar estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas, devendo limitar-se à comunicação do fato à
administração penitenciária.

e) podem suscitar incidente de desvio de execução o Ministério Público e a Defensoria Pública,


mas não o Conselho Penitenciário.
QUEstão 36
Joaquim foi condenado por crime de roubo com emprego de arma de fogo à pena de 5 anos e 4
meses de reclusão, em regime semiaberto. É reincidente e responde a outros dois processos por
crimes de furto e roubo. Após o cumprimento de 1/6 da sanção, a defesa de Joaquim requereu a
progressão ao regime aberto de pena, o que foi indeferido pelo juiz, sob argumento de que, por
ser reincidente, deveria resgatar metade da sanção, o que ainda não havia ocorrido. Diante disso,
a) caso Joaquim tivesse praticado falta grave, por ter provado início de rebelião no presídio,
poderia perder a totalidade dos dias remidos, começando o novo período a partir da data da
prática da infração disciplinar.
b) caso Joaquim tivesse frequentado curso profissionalizante por 180 dias, por 6 horas diárias,
mesmo sem conclui-lo, poderia remir 90 dias da pena.
c) a razão invocada pelo juiz para o indeferimento da progressão ao regime aberto está
incorreta.
d) para a obtenção do livramento condicional, sendo Joaquim reincidente específico, deverá
cumprir mais de dois terços da pena, vedada a progressão por salto.
e) caso sobreviesse doença mental a Joaquim, este deveria cumprir medida de segurança, por no
mínimo 2 anos e no máximo o tempo da pena máxima em abstrato cominada ao delito.

QUEstão 37
Segundo a Lei De Execuções Penais (Lei n° 7.210/84), são características do Regime
Disciplinar Diferenciado,exceto:
a) Duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova
falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.

b) Direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.

c) Necessidade do trânsito em julgado da sentença condenatória para aplicação da medida.

d)Recolhimento em cela individual.


QUEstão 38

As sanções disciplinares de suspensão ou restrição de direitos e de isolamento na própria cela


devem ser aplicadas
a) por prévio e fundamentado despacho do juiz e por ato motivado do diretor do
estabelecimento, respectivamente.
b) pelo Conselho Penitenciário e por ato motivado do diretor do estabelecimento,
respectivamente.
c) por ato motivado do diretor do estabelecimento, em ambos os casos
CADERNO DE QUESTÕES
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d) por ato motivado do diretor do estabelecimento e por prévio e fundamentado despacho do


juiz, respectivamente.
e) por prévio e fundamentado despacho do juiz, em ambos os casos.
QUEstão 39
Em relação à execução penal, de acordo com entendimento sumulado dos Tribunais Superiores,
é correto afirmar que
a) é de dez dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do Juiz da Execução Penal.

b) a frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de


pena apenas sob regime aberto.

c) em respeito à garantia da presunção de inocência, não se admite a progressão de regime de


cumprimento da pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

d) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento, determinado pelo
artigo 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o
livramento condicional ou regime mais favorável de execução.

e) não foi recebida pela ordem constitucional vigente a possibilidade de revogação de até um
terço do tempo remido em razão de falta grave.

QUEstão 40
NÃO é incumbência da Defensoria Pública, no âmbito da Execução Penal,
a) requerer a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.

b) representar à autoridade administrativa para a instauração de sindicância ou procedimento


administrativo em caso de violação da Lei de Execução Penal.

c) apresentar relatórios mensais ao Conselho Penitenciário.

d) requerer a instauração, de forma individual ou coletiva, de incidente de desvio de execução.

e) requerer a remoção do condenado para estabelecimento prisional, construído pela União


Federal, em local distante da condenação.

QUEstão 41
Uma pessoa presa em regime fechado, definitivamente condenada, prestou 300 dias de trabalho
prisional intra muros, bem como, simultaneamente, teve frequência escolar de 200 horas,
concluindo atividade de ensino médio ao longo do cumprimento da pena. Cada 12 (doze) horas
foram divididas em 3 (três) dias de estudo.
CADERNO DE QUESTÕES
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Esse indivíduo

I. tem direito à remição de pena, à razão de 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
II. tem direito à remição de pena, à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
frequência escolar.
III. tem direito à remição de pena, com o acréscimo de 1/3 (um terço) de toda a remição
conquistada durante o cumprimento da pena devido à conclusão do ensino médio.
IV. em caso da prática de falta grave, obrigatoriamente, perderá 1/3 (um terço) da remição
conquistada, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I e III.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I, II e IV.

QUEstão 42
Segundo as disposições do Decreto nº 8.172/13,
a) o indulto da pena restritiva de direitos não alcança a pena de multa aplicada
cumulativamente.

b) a prática de qualquer falta disciplinar no período de 12 (doze) meses, contados


retroativamente à data de publicação do decreto, devidamente reconhecida pelo juiz competente,
impede a declaração de indulto ou comutação de pena.
c) as pessoas que cumprem pena sob a forma de regime aberto domiciliar, livramento
condicional e, ainda, restrição de direitos podem ser beneficiadas com indulto ou comutação.

d) a remição e a detração são computadas para efeitos de integralização do requisito temporal


para declaração do indulto, mas não para a comutação de pena.

e) em nenhuma hipótese o condenado que cumpre pena somente pela prática de crime hediondo
terá direito ao indulto ou à comutação de penas.

QUEstão 43
O sentenciado Mévio, reincidente, cumpre pena por crime hediondo e por crime comum (não
hediondo), sem praticar falta grave nos últimos 24 meses. Considerando as disposições do
Decreto nº 8.172/13, para atingir o requisito temporal para obtenção de comutação de pena (art.
2º ), o apenado terá que, até 25 de dezembro de 2013, ter cumprido
a) 2/3 (dois terços) da pena do crime hediondo e mais 1/2 (metade) da pena do crime comum.

b) 1/2 (metade) da pena do crime hediondo e mais 1/3 (um terço) da pena do crime comum.

c) toda da pena do crime hediondo e mais 1/3 (um terço) da pena do crime comum.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) 2/3 (dois terços) da pena do crime hediondo e mais 1/4 (um quarto) da pena do crime
comum.

e) 2/3 (dois terços) da pena do crime hediondo e mais 1/3 (um terço) da pena do crime comum.

QUEstão 44

Relativamente à progressão nos regimes de pena na atualidade, assinale a opção que contenha
assertivaverdadeira:
a) É admissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.

b) É requisito objetivo da progressão: o cumprimento de pelo menos 1/6 da pena no regime


anterior (em se tratando de crimes comuns) ou de pelo menos 1/3 da pena, se o apenado for
primário, ou de 2/3, se reincidente (em se tratando de crimes hediondos ou assemelhados).

c) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art.
75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de regime mais favorável de execução.

d) O reeducando deve ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do


estabelecimento, vedada a determinação da realização do exame criminológico em quaisquer
circunstâncias.
QUEstão 45
Segundo a Lei de Execução Penal, são órgãos da execução penal:
a) o Conselho da Comunidade e a direção do estabele- cimento prisional.

b) a Defensoria Pública e o Patronato, mas não o Ministério Público.

c) o Juízo da Execução Penal e o Conselho Penitenciário.

d) o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mas não o Patronato.

e) a direção do estabelecimento prisional e os Departamentos Penitenciários, mas não a


Defensoria Pública.
QUEstão 46
Com relação à Lei de Execução Penal, é correto afirmar que:
a) o regime disciplinar diferenciado previsto no art. 52 da Lei de Execução Penal é aplicável
somente aos presos condenados em cumprimento de pena privativa de liberdade.

b) são sanções disciplinares: a advertência verbal, repreensão, censura, suspensão ou restrição


de direitos e inclusão no regime disciplinar diferenciado.

c) cabem apenas ao juiz da execução penal e ao ministério público a obrigatoriedade de visitas


aos estabelecimentos prisionais.

d) ao condenado em regime fechado é assegurado o direito de cela individual contendo


dormitório, lavatório e aparelho sanitário, contendo área mínima de 6 m² e ambiente salubre.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 47
A remição é instituto que se aplica
a) apenas aos presos definitivos, excluídos os detidos por força de medidas cautelares.

b) inclusive, durante o período em que o sentenciado esteja impossibilitado, por acidente, de


prosseguir no trabalho.

c) a presos em regime fechado ou semiaberto, não podendo dela se valer o preso que cumpre
pena em regime aberto.

d)por disposição legal, quando o sentenciado trabalha; por criação jurisprudencial não
positivada, também pode diminuir a pena daquele que estuda.

QUEstão 48
Reformando decisão anterior, o STF, em recurso regimental, recentemente decidiu, nos autos da
ação penal 470 (―mensalão‖), que
a) os condenados com mais de 70 (setenta) anos não têm, como regra, direito a prisão
domiciliar.

b) os condenados com doenças graves não têm direito a prisão domiciliar.

c) o trabalho externo é direito dos condenados, sem necessidade de cumprimento de 1/6 da


pena, seja qual for o regime de cumprimento.

d)os condenados em regime inicial semiaberto não precisam cumprir 1/6 da pena para ter direito
ao trabalho externo.

QUEstão 49

Regra estabelecida pelo art. 202 da Lei de Execução Penal: salvo para instruir processo pela
prática de nova infração, as anotações referentes à condenação não constarão da folha corrida,
de atestados ou certidões a partir
a) do cumprimento ou extinção da pena.

b) de 5 (cinco) anos contados da extinção da pena.

c) de julgado procedente o incidente de reabilitação.

d) do início do cumprimento da pena em regime aberto.

QUEstão 50
No que toca à execução penal, constitui entendimento sumulado pelos Tribunais Superiores:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) A frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução


apenas sob regime semiaberto

b) Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada
em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial

c) Em caso de fuga, o prazo para a contagem do prazo prescricional inicia-se da data da


recaptura do réu.

d) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento é também considerada
para a concessão do livramento condicional

e) Não se admite a aplicação de regime menos severo determinada na sentença condenatória


antes do seu trânsito em julgado

QUEstão 51
Determina o art. 682 do CPP que o sentenciado a que sobrevier doença mental, verificada por
perícia médica,
a) terá sua punibilidade declarada extinta e a pena substituída por medida de segurança, sem
prazo definido.

b) cumprirá prisão domiciliar, mediante acompanhamento ambulatorial.

c) será mantido no estabelecimento prisional, sob acompanhamento mensal de psiquiatra


judiciário.

d) será internado em manicômio judiciário.

e) terá sua pena reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).

QUEstão 52
NÃO é falta grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida pelo condenado à pena
privativa de liberdade:
a) Fugir.
b) Provocar acidente de trabalho.
c) Descumprir, no regime aberto, as condições impostas.
d) Retardar, injustifcadamente, o cumprimento da obrigação imposta.
QUEstão 53
São órgãos da execução penal, EXCETO:
a) A Defensoria Pública.

b) Os Departamentos Penitenciários.
CADERNO DE QUESTÕES
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c) A Ordem dos Advogados do Brasil.

d) O Ministério Público.

QUEstão 54
A autorização para saída temporária dos condenados que cumprem pena em regime semiaberto:
a) Não encontra respaldo na Lei de Execução Penal.

b) Será concedida somente para fns de visita à família, desde que seja realizada nos fnais de
semana.

c) Não será permitida se o preso for reincidente.

d) Será concedida por prazo não superior a 07 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 04
(quatro) vezes durante o ano.

QUEstão 55
Indique a alternativa que está de acordo com as disposições gerais que disciplinam o trabalho do
preso:
a) O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá fnalidade
educativa e produtiva.

b) O trabalho do preso está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

c) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade serão remuneradas.

d) Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue à família do preso, visando sua
subsistência.
QUEstão 56
Quanto à remição, correto afirmar que
a) o juiz, em caso de falta grave, pode revogar até metade do tempo remido.
b) cabível pelo estudo apenas na forma presencial.
c) aplicável ao preso provisório.
d) o tempo remido não será computado como pena cumprida.
e) incabível pelo estudo para o condenado que usufrua de liberdade condicional.
QUEstão 57
No tocante às autorizações de saída, pode-se assegurar que
a) a autorização de saída temporária será concedida por ato motivado do juiz da execução,
ouvida unicamente a administração penitenciária.
b) apenas os condenados que cumprem pena no regime fechado poderão obter permissão para
sair do estabelecimento em virtude de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão.
c) indevida a determinação de utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado durante saída temporária, possível apenas como medida cautelar diversa da prisão.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) apenas os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização
para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, para visita à família.
e) os presos provisórios não poderão obter permissão de saída do estabelecimento.
QUEstão 58
Em matéria de execução penal, NÃO constitui entendi- mento sumulado dos Tribunais
Superiores o seguinte enunciado:
a) É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
b) Admite-se o exame criminológico, desde que em decisão motivada.
c) Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de
regime menos severo nela determinado, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
d) Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei de Execução Penal para a progressão de
regime prisional.
e) A falta grave não interrompe o prazo para a progressão de regime.

QUEstão 59
―X‖, primário e de bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento, pena de vinte anos de
reclusão em regime fechado, pela prática do crime de latrocínio. Até o momento, ―X‖ cumpriu
quatorze anos do total da pena. Nesse caso, a resposta correta para a pergunta – ―X‖ tem direito
à concessão de algum benefício? – é:
a) ―X‖ tem direito ao livramento condicional.
b) ―X‖ tem direito à concessão da liberdade provisória.
c) ―X‖ tem direito à concessão do sursis.
d) ―X‖ tem direito à concessão da suspensão condicional da pena.
e) ―X‖ não faz jus a nenhum benefício por ter praticado crime hediondo.
QUEstão 60
A questão refere-se à Lei de Execução Penal – Lei n.º 7.210/1984.

Assinale a alternativa que corresponde a um dos deveres do condenado.


a) Pedido formal de perdão ao ofendido ou, na falta deste, a seus familiares.
b) Indenização obrigatória ao Estado das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante
desconto total da remuneração do trabalho.
c) Respeito ao servidor e obediência a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se.
d) Conduta imparcial em relação aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de
subversão à ordem ou à disciplina.
e) Indenização à vítima ou a seus sucessores.
QUEstão 61
A questão refere-se à Lei de Execução Penal – Lei n.º 7.210/1984.

Sobre o instituto da remição, assinale a alternativa correta.


a) O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
b) O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/2 (metade) no caso de
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que
certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos deixará de


beneficiar-se com a remição, durante o período do impedimento.
d) A remição será declarada pelo diretor do presídio, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
e) Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/2 (metade) do tempo remido,
recomeçando a contagem a partir da data do cumprimento da punição disciplinar.
QUEstão 62
A questão refere-se à Lei de Execução Penal – Lei n.º 7.210/1984.

O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando


a) autorizar a saída temporária no regime aberto.
b) aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou
conceder progressão para tais regimes.
c) aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a
determinados lugares.
d) determinar a prisão domiciliar.
e) conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.
QUEstão 63
Constitui sanção disciplinar prevista na Lei de Execução Penal:
a) Advertência por escrito.
b) Inclusão no regime disciplinar diferenciado.
c) Perda do contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita.
d) Restrição de direitos limitada a 60 (sessenta) dias.
QUEstão 64
Acerca dos regimes de cumprimento de pena e sua disciplina pelo Código Penal, analise as
assertivas, a seguir:

I. O regime semiaberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.


II. O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
III. O condenado, que cumprir pena em regime semiaberto, fica sujeito a trabalho no período
diumo e a isolamento durante o repouso noturno.
IV. O trabalho extemo é admissível no regime aberto, bem como a frequência a cursos
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.

Está CORRETO, apenas, o que se afirma em:


a) I e II.
b) II.
c) lI e III.
d) III e IV.
e) IV.
QUEstão 65
Analise as afirmações referentes à concessão de indulto e anistia e indique a alternativa
CORRETA:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) Concedida a anistia, o Juiz, somente através de requerimento do interessado ou do Ministério


Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará
extinta a punibilidade.

b) O indulto individual depende de provocação exclusiva do interessado, após parecer


elaborado pelo Conselho Penitenciário ou pela autoridade administrativa.

c) A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao


Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer

d) Processada no Juízo da Execução Criminal com documentos e o relatório do Conselho


Penitenciário, a petição do indulto será submetida a despacho do Ministro da Justiça, a quem
serão remetidos os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o
determinar.

e) Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz certificará o trânsito em
julgado, para fins de conhecimento do interessado e do Conselho Penitenciário.
QUEstão 66
Com relação aos estabelecimentos prisionais, disciplinados na Lei de Execução Penal,
indique a alternativa CORRETA:
a) Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança,
ao infrator e preso provisórios e ao egresso.

b) As penitenciárias masculina e feminina serão constru idas em local afastado do centro


urbano, à distância que não restrinja a visitação.

c) A Colônia Agrícola, Industrial ou similardeve situar-se em centro urbano, separado dos


demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

d) A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime


semi-aberto.

e) Na penitenciária, o condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório,


aparelho sanitário e lavatório.
QUEstão 67
Em relação à questão de gênero no sistema penal brasileiro é correto afirmar que :
a) a criminologia crítica demonstrou que a mulher tem maior tendência para cometer crimes
passionais.
b) os estabelecimentos penais destinados a mulheres devem ser dotados de estrutura adequada
para que possam cuidar de seus filhos e amamentá-los até o período máximo de seis meses de
idade.

c) caso a mulher presa seja surpreendida na posse de uma bateria de telefone celular comete
falta disciplinar de natureza grave, que acarreta a perda de convivência com seu filho na unidade
prisional.

d) o Decreto Presidencial de Indulto pode prever lapsos temporais menores para obtenção de
indulto pelas mulheres.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

e) o relacionamento homoafetivo fora dos dias de visita constitui falta disciplinar de natureza
grave, pois pode subverter a ordem e a disciplina da unidade prisional.

QUEstão 68
Analise as assertivas abaixo.

I. Por tratar-se de direito subjetivo do acusado, o juízo competente deverá, no âmbito de ação
penal de iniciativa pública, oferecer o benefício da suspensão condicional do processo ao
acusado caso constate, mediante provocação da parte interessada, a insubsis- tência dos
fundamentos utilizados pelo Ministério Público para negar o benefício, bem como o
preenchimento dos requisitos previstos na Lei Federal no 9.099/95.

II. Em sede de execução penal é inadmissível a fixação de pena substitutiva como condição
especial para a concessão do regime aberto.

III. Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não constitui nulidade
processual a não intimação da Defensoria Pública do local de cumprimento de carta precatória
quando, na origem, o acusado fora assistido por defensor público e existir, no juízo deprecado,
Defensoria Pública estruturada.

IV. Caso o Tribunal de Justiça, em sede de apelação, determine a realização de novo júri em
razão do reconhecimento de que a decisão dos jurados fora manifestamente contrária à prova
dos autos, não é possível que se conceda às partes o direito de inovar no conjunto probatório
mediante a apresentação de novo rol de testemunhas a serem ouvidas em plenário.

Está correto APENAS o que se afirma em:


a) I; III e IV.
b) I e II.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I; II e IV.

QUEstão 69
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal com
o fim de
a) obter a cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de
segurança.

b) classificar os condenados segundo os seus antecedentes e personalidade para orientar a


individualização da execução penal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) aplicar-se unicamente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar.

d) proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

e) assegurar ao condenado e ao internado todos os direitos atingidos pela sentença ou pela lei.
QUEstão 70
Incumbe ao serviço de assistência social:
a) estabelecer que o ensino profissional seja ministrado em nível de especialização ou de
formação técnica.

b) acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias

c) proporcionar nos estabelecimentos penais locais apropriados destinados ao atendimento pelo


Defensor Público.

d) cuidar para que nenhum preso ou internado deixe de participar de atividade religiosa

e) tratar da saúde do preso e do internado em caráter terapêutico e ressocializador.

QUEstão 71
Considera-se egresso, para os efeitos da Lei de Execução Penal:
a) o liberado, a contar da saída do estabelecimento, seja condenado ou provisório, pelo prazo de
1 (um) ano.

b) o liberado, a contar da saída do estabelecimento, seja condicional ou provisório, pelo prazo


de 1 (um) ano.

c) o liberado condenado, a contar da saída do estabelecimento e o liberado condicional, pelo


prazo de 1 (um) ano.

d) o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento e o


liberado condicional, durante o período de prova.

e) o liberado condicional, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento e o


definitivo, durante o período de prova.

QUEstão 72
O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade
a) educativa e produtiva.
b) de apoio para obtenção de alojamento e alimentação.

c) curativa, apesar de não ser obrigatória

d) de orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade.

e) de entretenimento e apoio psicológico.


CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 73
Constituem deveres do condenado:
a) constituição de pecúlio e poupança.

b) obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se.

c) chamamento nominal do cônjuge e amigos em dias determinados

d) retribuição ao trabalho e sua remuneração

e) assistência material, à saúde, jurídica e educacional.

QUEstão 74
Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido
a) pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado

b) pelo juiz da condenação criminal.

c) pela autoridade judicial a que estiver sujeito o egresso.

d) pelo juiz da execução penal.

e) pela autoridade judicial a que estiver sujeito o condenado.


QUEstão 75
Conforme a Lei de Execução Penal, os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao
submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao
a) egresso
b) doente mental
c) maior de setenta anos
d) preso primário
e) maior de sessenta anos.

QUEstão 76
As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de
sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. É(são) recompensa(s):
a) o recolhimento em cela individual ou abrigo.
b) a inclusão no regime disciplinar diferenciado e multidisciplinar.
c) o elogio e a concessão de regalias.
d) as visitas semanais de duas pessoas além de crianças.
e) o direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.

QUEstão 77
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de


até
a) uma semana.
b) 24 (vinte e quatro) horas.
c) 3 (três) dias.
d) 30 (trinta) dias.
e) 10 (dez) dias.

QUEstão 78
No estabelecimento para mulheres, somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo
feminino, salvo quando tratar-se de
a) ocupante do cargo de diretor.
b) pessoal técnico especializado.
c) portador de diploma de nível superior em Psicologia.
d) portador de diploma de nível superior em Direito.
e) ocupante do cargo de vistoriador.
QUEstão 79
No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados
serão encaminhados
a) ao defensor público do preso primário.

b) ao defensor particular do preso provisório.

c) ao Juiz da condenação.

d) à Comissão Técnica de Classificação.

e) ao Diretor do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.


QUEstão 80
A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão em
a) regime fechado.
b) medida de segurança.
c) penas alternativas.
d) detenção forçada.
e) regime semiaberto.

QUEstão 81
O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e
a) semi-imputáveis.
b) gestantes e parturientes.
c) condenados acometidos de doença grave.
d) imputáveis.
e) presos provisórios doentes.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 82
Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios
poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos
seguintes fatos:
a) condenada gestante ou parturiente.

b) estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente.

c) sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados.

d) condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental.

e) falecimento ou doença grave do cônjuge.

QUEstão 83
A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado
a) ficar impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho.

b) praticar fato definido como crime doloso ou falta grave.

c) ficar impossibilitado, por acidente, de prosseguir nos estudos.

d) for ameaçado de morte.

e) estiver acometido de doença grave.


QUEstão 84
Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto,
requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou
a) assistenciais.

b) religiosas.

c) solicitá-la a particulares.

d) do Instituto Médico-Legal.

e) educativas.

QUEstão 85
No que se refere à execução penal,
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) a frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução sob
regime semiaberto, unicamente.

b) segundo entendimento majoritário do Superior Tribunal de Justiça, é cabível mandado de


segurança pelo Ministério Público para conferir efeito suspensivo ao agravo de execução.

c) o regime disciplinar diferenciado tem duração máxima de 360 (trezentos e sessenta) dias,
podendo ser aplicado uma única vez.

d) a falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

e) o juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando autorizar a
saída temporária no regime semiaberto.

QUEstão 86
Segundo entendimento sumular vigente no Superior Tribunal de Justiça, para a progressão de
regime prisional, em princípio, a avaliação técnica do condenado, também conhecida por exame
criminológico, é
a) imprescindível.
b) admissível somente em condenações por crimes hediondos ou assemelhados.
c) admissível somente por decisão fundamentada nas peculiaridades do caso.
d) admissível somente em crimes cometidos com violência ou grave ameaça.
e) admissível somente na reincidência.

QUEstão 87
O regime disciplinar diferenciado
a) não permite saída diária da cela.

b) terá duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por
nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um terço da pena aplicada.

c) permite visitas semanais de duas pessoas, incluídas as crianças, com duração de duas horas.

d) terá duração máxima de trezentos e sessenta dias, vedada a repetição da sanção por nova falta
grave da mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.

e) pode ser imposto aos presos provisórios.


QUEstão 88
Em relação à execução penal, é INCORRETO afirmar:
a) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo
artigo 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o
livramento condicional ou regime mais favorável de execução.

b) Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de


regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada
em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
d) Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.

e) A falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.

QUEstão 89
Sobre a execução penal, é correto afirmar que
a) o trabalho do preso está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

b) nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento
obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.

c) para o preso provisório, o trabalho é obrigatório e só poderá ser executado no interior do


estabelecimento.

d) a jornada normal de trabalho não será inferior a 8 (oito) nem superior a 10 (dez) horas, com
descanso nos domingos e feriados.

QUEstão 90
De acordo com a Lei de Execuções Penais, é correto afirmar que
a) a imposição de regime disciplinar diferenciado ao preso provisório, ou condenado acarreta a
limitação das visitas semanais a apenas uma pessoa, que terá duração de duas horas.

b) o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho
ou por estudo, parte do tempo de execução da pena à razão de 1 (um) dia de pena a cada 8 (oito)
horas de frequência escolar – atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo,
em 3 (três) dias.

c) as atividades de estudo que originam o direito à remição poderão ser desenvolvidas por
metodologia de ensino à distância.

d) na hipótese de remição, o tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/6
(um sexto) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior, durante o
cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
QUEstão 91
Segundo a Lei de Execução Penal, as faltas disciplinares
a) independem de expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.

b) podem sujeitar o condenado ao regime disciplinar diferenciado, com o recolhimento em cela


individual escura.

c) tentadas são punidas com a sanção correspondente à falta consumada.

d) são classificadas em leves, médias e graves, cabendo à legislação local especificá-las.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

e) podem ter caráter de sanção coletiva.

QUEstão 92
A Lei de execução penal atribui ao diretor do estabelecimento prisional a competência de
decidir sobre
a) autorização para saída temporária do estabelecimento para os presos em regime semiaberto, a
fim de partici parem de atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

b) junto a qual programa comunitário ou estatal o preso trabalhará gratuitamente, a fim de


cumprir pena de prestação de serviços à comunidade.

c) remição de pena para presos em regime fechado, à razão de um dia de pena para cada três
dias trabalhados.

d) permissão de saída para os presos provisórios, em caso de falecimento do cônjuge.

QUEstão 93

Hermes, réu primário, é processado e condenado pelo crime previsto no art. 33, caput, da Lei no
11.343/06 à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado, por fato praticado em
21/11/2008 e, em outro processo, pelo crime do art. 157, § 2o , I do Código Penal, à pena de 6
(seis) anos de reclusão, em regime fechado, por fato praticado em 29/03/2007. O trânsito em
julgado de ambas as condenações ocorreu em 20/04/2011. A família do preso procura a
Defensoria Pública e informa que Hermes foi capturado em 22/04/2012 para início do
cumprimento de pena e gostaria de informações acerca dos prazos para progressão de regime.
Neste caso, a progressão de regime

a) ocorrerá após o cumprimento de 1/6 da pena unificada das duas condenações.

b) observará o prazo de 2/5 do cumprimento da pena do crime de tráfico de drogas e o


cumprimento de 1/6 da pena do crime de roubo, adotando-se o cálculo diferenciado.

c) ocorrerá após o cumprimento de 2/5 da pena unificada das duas condenações.

d) observará o prazo de 1/3 do cumprimento da pena unificada.

e) observará o prazo de 1/6 do cumprimento da pena do crime de tráfico de drogas e o


cumprimento de 2/5 da pena do crime de roubo, adotando-se o cálculo diferenciado.
QUEstão 94
Pelo instituto da remição,
a) computa-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória.

b) o ofendido concede perdão ao querelado.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) o querelante deixa de formular pedido de condenação nas alegações finais.

d) o tempo de execução da pena em regime fechado ou semiaberto é reduzido pelo trabalho do


condenado.
QUEstão 95
Durante a execução da pena privativa de liberdade, ressalvada a hipótese de regime disciplinar
diferenciado, é vedada(o)
a) a concessão de regalias.

b) a suspensão de direitos por mais de 30 dias.

c) o isolamento na própria cela.

d) a restrição de direitos.

QUEstão 96
Considere as assertivas abaixo:

I. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios


podem obter, do diretor do presídio, permissão de saída, mediante escolta, nas hipóteses
elencadas na LEP.
II. Se o sentenciado receber nova condenação por outro crime, após o início de cumprimento de
pena por condenação anterior, o regime prisional de cumprimento será obrigatoriamente
determinado pelo resultado da soma das penas, visto que a individualização da pena é tarefa que
se impõe ao juiz do processo de conhecimento.
III. Recente alteração legislativa alçou a Defensoria Pública à condição de órgão da execução
penal, mas não incumbiu à instituição a visita aos estabelecimentos prisionais, senão como
faculdade do defensor público.
IV. A partir da edição da Lei no 10.792/2003, foi proibida a realização do exame criminológico,
à vista da constatação de que a providência constituía um dos grandes fatores responsáveis pela
morosidade na apreciação do pedido de benefícios em sede de execução penal.
V. A LEP não prevê como condição para o exercício do trabalho no regime semiaberto o prévio
cadastramento do empregador no órgão gestor do sistema penitenciário estadual.

Está correto APENAS o que se afirma em


a) I e II.
b) I e V.
c) II e IV.
d) III e V.
e) I, III e V.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 97
Assinale a alternativa correta.
a) É assegurado ao condenado maior de 60 (sessenta) anos de idade o recolhimento em local
adequado e separado dos demais presos.
b) Considerando o dispositivo legal que rege a matéria, será admitido o recolhimento em regime
domiciliar quando o condenado for maior de 65 (sessenta e cinco) anos, cujo regime de
cumprimento de pena for o aberto.

c) Considerando a legislação vigente, a casa de albergado se destina somente ao cumprimento


da pena em regime aberto.

d) A progressão do regime fechado para o semiaberto depende sempre do laudo da Comissão


Técnica de Classificação.

QUEstão 98

Assinale a alternativa correta.

a) A transferência do condenado para regime menos rigoroso, após cumprido 1/6 (um sexto) da
pena, não pode ser deferida pelo juiz da execução penal, com base apenas em atestado
carcerário, expedido pelo diretor do estabelecimento penal, porque a lei exige a realização de
exame criminológico.

b) O juiz da execução penal pode decidir sobre progressão ou regressão de regime,


independentemente de manifestação do Ministério Público ou da defesa.

c) O isolamento preventivo do condenado faltoso exige autorização judicial, em face do


princípio da inafastabilidade da jurisdição.

d) A continuidade delitiva pode ser reconhecida em sede de execução penal, e as penas podem
ser unificadas, determinando o juiz da execução o cumprimento da pena mais grave, com o
aumento previsto no art. 71, do Código Penal.
QUEstão 99
A execução da pena privativa de liberdade está sujeita à forma regressiva, com a transferência
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado
a) praticar fato definido como crime doloso ou culposo.

b) praticar falta grave especificada em lei estadual.

c) sofrer condenação, por crime anterior, mesmo que a pena, somada ao restante da pena em
execução, permita a manutenção do regime.

d) praticar fato definido como crime ou falta grave, exigindo-se a sua prévia oitiva apenas na
primeira hipótese.

e) descumprir, no regime aberto, condição especial estabelecida pelo juiz e não prevista em lei.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 100
Incumbe ao Conselho Penitenciário emitir parecer sobre
a) progressão de regime nas condenações por crimes hediondos.
b) comutação de pena.
c) permissão de saída e saída temporária.
d) indulto, ainda que fundado o pedido no estado de saúde do preso.
e) regressão de regime.
Constitui sanção disciplinar aplicável
QUEstão 101
ato motivado do diretor do estabelecimento prisional:
a) inclusão no regime disciplinar diferenciado.

b) suspensão do direito de representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito.

c) isolamento na própria cela, ou em local adequado, por até sessenta dias.

d) suspensão do direito de visita do cônjuge ou da companheira por até trinta dias.

e) restrição à constituição de pecúlio.

QUEstão 102
Podem obter autorização para saída temporária os
a) condenados que cumpram pena em regime semiaberto.

b) presos provisórios e os condenados que cumpram pena em regime fechado ou semiaberto.

c) presos provisórios e os condenados que cumpram pena em regime semiaberto.

d) condenados que cumpram pena em regime fechado ou semiaberto.

e) presos provisórios e os condenados que cumpram pena em regime aberto.

QUEstão 103
Transitando em julgado a sentença que impuser pena privativa de liberdade, se o réu já
estiver preso, ou vier a ser preso, para o cumprimento da pena, o juiz ordenará a
expedição de

a) Ordem de prisão confirmatória.

b) Carta de ordem.

c) Mandado de prisão.

d) Carta de guia.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 104
De acordo com a Lei de Execução Penal, incumbe à Defensoria Pública requerer a detração e a
remição da pena. A respeito desses dois institutos é correto afirmar:
a) O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se
com a remição.

b) Pelo instituto da remição, o período de prisão provisória por fato que resultou a condenação
executada deve ser considerado no cômputo do cumprimento da pena imposta pela sentença.

c) A detração consiste na possibilidade de o apenado diminuir parte do tempo de execução da


pena pelo trabalho, sendo que a contagem do tempo para tal fim será feita à razão de 1 (um) dia
de pena por 3 (três) de trabalho.

d) O tempo remido não é computado para a concessão do indulto, somente para o deferimento
do livramento condicional.

e) O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo detraído, começando
o novo período a partir da data da infração disciplinar.

QUEstão 105
O Defensor Público, na data de 15 de junho de 2010, ao atender os apenados da Casa do
Albergado de um Município do interior do Estado do Rio Grande do Sul, deparouse com a
situação de um preso que está recolhido no regime aberto e conta com 73 anos de idade, em
bom estado de saúde física, mas apresentando quadro de senilidade leve. Após analisar os dados
constantes da Guia de Recolhimento atualizada do reeducando, o Defensor Público apurou que
o preso está condenado por crime de latrocínio (art. 157, § 3o, parte final, do Código Penal),
praticado há mais de dez anos, enquadrando-se como reincidente, pois já havia sido condenado
por outro latrocínio, anteriormente. Verificou, também, que computada a remição de pena
deferida, o reeducando já teria cumprido mais de dois terços do apenamento total imposto.
Considerando os referidos dados, a Defensoria Pública do Estado poderia postular ao Juízo da
Execução Criminal
a) o livramento condicional.

b) a progressão de regime.

c) a comutação de pena, com fundamento nas disposições do Decreto no 7.046, de 22 de


dezembro de 2009.

d) o indulto de natal, com fundamento nas disposições do Decreto no 7.046, de 22 de dezembro


de 2009.

e) a prisão domiciliar.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 106
Nos termos do art. 146-B da Lei de Execução Penal, o juiz poderá definir a fiscalização por
meio da monitoração eletrônica quando:

I. aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou
conceder progressão para tais regimes;

II. autorizar a saída temporária no regime semiaberto;

III. aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a
determinados lugares;

IV. determinar a prisão domiciliar;

V. conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.

Considerando exclusivamente as disposições da Lei de Execução Penal, estão corretas


APENAS as hipóteses
a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e V.
QUEstão 107
Concernentemente à previsão da Lei de Execução Penal quanto às saídas temporárias são
apresentadas as assertivas abaixo.

I. Somente os condenados que cumprem pena em regime aberto poderão obter autorização para
saída temporária do estabelecimento para visitar a família, frequentar curso ou participar de
outras atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

II. Para o deferimento das saídas temporárias, o apenado deverá, além de estar no regime aberto
e ostentar comportamento adequado, ter cumprido 1/6 (um sexto) da pena, se for primário, e 1/5
(um quinto), se reincidente, considerando o tempo de cumprimento da pena no regime
semiaberto.

III. A autorização para a saída temporária será concedida por prazo não superior a 15 (quinze)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

IV. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. Nos
demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de
45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) III.
b) IV.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e III.
QUEstão 108
Nos termos da Lei de Execução Penal (Lei n° 7.210/84), o Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária
a) é composto por 15 (quinze) membros cujo mandato terá duração de 3 (três) anos.

b) é subordinado à Casa Civil da Presidência da República.

c) tem a incumbência, além de outras, de estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de


estabelecimentos penais e casas de albergados.

d) será integrado por 11 (onze) membros nomeados por ato do Presidente da República.

e) terá renovado 2/3 (dois terços) de seus membros em cada ano.

QUEstão109
Determina a Lei de Execução Penal (Lei n.º 7.210/84) que, a fim de orientar a individualização
do cumprimento da pena do sentenciado condenado à privação de liberdade, os
estabelecimentos prisionais devem contar com Comissão Técnica de Classificação, a qual
obrigatoriamente deve ser composta, entre outros, por

I. psiquiatra;
II. psicólogo;
III. assistente social.

É correto o que se afirma em


a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

QUEstão 110
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Na execução da pena privativa de liberdade, o exame criminológico é


a) requisito facultativo, mediante decisão fundamentada do magistrado, quando a gravidade do
crime praticado o exigir.

b) requisito facultativo para a concessão de benefícios, quando necessário, mediante decisão


fundamentada do magistrado, consideradas as peculiaridades do caso.

c) requisito obrigatório para a concessão de benefícios em relação aos condenados pela prática
de crime hediondo.

d) vedado na lei de execução penal, a partir da edição da Lei nº 10.792/2003.

e) requisito obrigatório para a concessão da progressão de regime ou do livramento condicional.


QUEstão 111
De acordo com a Lei de Execução Penal,
a) o Ministério Público não pode suscitar incidente de excesso.

b) compete ao diretor do estabelecimento prisional autorizar saídas temporárias.

c) é inconstitucional, segundo entendimento sumulado do STF, a previsão de perda de tempo


remido em razão do cometimento de falta grave.

d) o condenado poderá regredir de regime caso pratique duas faltas médias.

e) fica sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso sobre o qual houver suspeita de
participação em quadrilha.

QUEstão 112
De acordo com a lei de execução penal,
a) é cabível o recurso de agravo, com efeito suspensivo, contra as decisões proferidas na fase de
execução.

b) é dispensável a prévia oitiva do condenado no incidente de regressão.

c) o respectivo procedimento judicial poderá ter início por proposta do Conselho Penitenciário.

d) os incidentes de excesso ou desvio de execução só podem ser suscitados pelo sentenciado ou


pelo Mi nistério Público.

e) é inadmissível a substituição da pena privativa de liberdade por medida de segurança, ainda


que sobrevenha doença mental.
QUEstão 113
Em relação ao regime carcerário, nas hipóteses a seguir, o condenado será transferido do aberto
se
a) cumprir a pena em outro distrito que não o da culpa.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) praticar fato definido como crime culposo.

c) não pagar a multa cumulativamente imposta.

d) sofrer condenação por infração penal classificada como moderada.

e) não estiver acometido de doença mental.

QUEstão 114
Consoante à Lei de Execução Penal, somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de
regime aberto em residência particular quando se tratar de
a) servidor judicial condenado por crime culposo.
b) condenação por fato definido como crime culposo.
c) condenada gestante.
d) condenado maior de 60 (sessenta) anos.
e) condenado que se comprometer a não se ausentar da cidade.

QUEstão 115
A Lei Antitóxicos (Lei no 11.343/06) estabelece diminuição de pena no caso de agente primário,
de bons antecedentes e que não se dedique às atividades criminosas ou integre organização
criminosa. Em um processo de execução, cuja condenação de tráfico o sentenciado preenche os
requisitos acima enumerados e que fora preso anteriormente à edição da lei, o defensor público
deverá requerer a aplicação de novatio legis in mellius
a) para o Tribunal ou o juízo da Vara das Execuções Criminais, indistintamente, por força da
imediatidade desta decisão.

b) perante o juízo da Vara das Execuções Criminais independentemente do trânsito em julgado


da decisão do processo de conhecimento.

c) perante o juízo da Vara de Execuções Criminais no caso de trânsito em julgado da decisão do


processo de conhecimento.

d) perante o Tribunal, único competente para a decisão de diminuição de pena no processo de


execução em andamento.

e) perante o juízo da condenação para não haver risco de supressão de instância.

QUEstão 116
Segundo a Lei de Execução Penal, as faltas disciplinares
a) leves e medias sao especificadas por lei federal.
b) graves só podem ser cometidas pelo condenado a pena privativa de liberdade.
c) apenas são punidas na forma consumada.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) que tambem correspondam a prática de crime doloso sujeitam o preso a sanção disciplinar,
excluída a sanção penal.
e) tambem sujeitam o preso provisorio a sanção disciplinar.

QUEstão 117
Abzuilson, em razão de progressão de regime de cumpri mento de pena, cumpria pena em
regime aberto quando foi autuada ao processo de execução nova condenação pela prática de
crime cometido antes de ser progredido. O juiz da execução penal deve
a) ouvi-lo nos termos do art. 118, § 2o da Lei de Execução Penal e regredi-lo para o regime
fechado.

b) ouvi-lo nos termos do art. 118, § 2o da Lei de Execução Penal e regredi-lo para o regime
semi-aberto, porque não há regressão por salto.

c) regredi-lo com fundamento no art. 52 da Lei de Execução Penal, que diz que a prática de fato
previsto como crime doloso é falta grave.
d) aplicar o art. 111 da Lei de Execução Penal para determinar que a pena mais grave seja
cumprida primeiro.

e) aplicar o art. 111 da Lei de Execução Penal e fixar o regime de cumprimento de acordo com
o resultado das penas somadas, descontadas a remição e a detração.

QUEstão 118
De acordo com as disposições da Lei de Execução Penal,
a) o procedimento judicial iniciar-se-á de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta
do Conselho Penitenciário, ou ainda, da autoridade administrativa.

b) contra as decisões proferidas na fase de execução, será cabível o recurso de agravo, com
efeito suspensivo.

c) o regime disciplinar diferenciado poderá ser determinado pela autoridade policial, quando se
tratar de condenado pertencente à organização criminosa.

d) os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios


poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, por razões
humanitárias, prevendo a Lei que tal permissão deverá ser concedida pelo juiz da execução
penal.

e) são requisitos para a obtenção da saída temporária: comportamento adequado do preso,


cumprimento mínimo de um quinto da pena, se o condenado for primário, e um terço, se
reincidente; compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

QUEstão 119
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Considere as seguintes assertivas:


I. A Lei de Execução Penal prevê, expressamente, a possibilidade de o juiz da execução
modificar as condições impostas à suspensão condicional da pena, ao regime aberto e ao
livramento condicional.

II. A Lei de Execução Penal prevê, expressamente, que o preso provisório estrangeiro está
sujeito à inclusão no regime disciplinar diferenciado, nas hipóteses legais de seu cabimento.

III. Os arts. 180 a 184 da Lei de Execução Penal não prevêem as seguintes possibilidades de
conversão: de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; de multa em pena privativa
de liberdade; de medida de segurança em pena privativa de liberdade.
Assinale, agora, a alternativa correta.

a) Somente I é verdadeira.
b) Somente II é verdadeira.
c) Somente III é verdadeira.
d) Somente I e II são verdadeiras.
e) Somente I e III são verdadeiras.
QUEstão 120
Deferido o livramento condicional com a concordância do Ministério Público, a ausência do
condenado à cerimônia solene, prevista no art. 137 da LEP, terá como conseqüência
a) a não-implantação do benefício.
b) a revogação obrigatória do benefício.
c) a irrevogabilidade do benefício, que se tornou definitivo em virtude da não-interposição de
agravo em execução da sentença concessiva do livramento.
d) a revogação do benefício desde que comprovado o descumprimento injustificado das
condições impostas na sentença de livramento.

QUEstão 121
A pena de prestação de serviços à comunidade NÃO será convertida em privativa de liberdade
se o condenado
a) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha
sido suspensa.

b) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido.

c) praticar falta grave.

d) recusar-se, justificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto.

e) desatender a intimação por edital.

QUEstão 122
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

De acordo com a redação dada ao art. 112 da Lei de Execução Penal pela Lei nº 10.792, de 1º de
dezembro de 2003:
a) a pena privativa de liberdade não será mais executada de forma progressiva.
b) para progredir de regime de cumprimento de pena é necessário, se primário, cumprir 1/3 e se
reincidente, cumprir 1/2 da pena no regime anterior.
c)
para progredir de regime de cumprimento de pena é necessário cumprir 1/6 da pena no regime
anterior e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento
prisional.

d) para progredir de regime de cumprimento de pena, é necessário cumprir 1/3 da pena no


regime anterior e ter mérito que indique a progressão.

e) as regras para obtenção de livramento condicional, inclusive os prazos, são as mesmas que
para a obtenção de progressão de regime de cumprimento de pena.

QUEstão 123
Segundo o direito vigente, a aplicação de castigos físicos nos presos é
a) admissível nos casos de estrita necessidade para evitar movimentos contra a ordem e a
disciplina (rebeliões).
b) admissível de forma moderada e sob estrita supervisão médica.

c) admissível mediante expressa e específica autorização do juiz da execução penal.

d) admissível como sanção disciplinar máxima, nos estritos casos de falta grave, apurada em
regular procedimento administrativo e assegurada a ampla defesa.

e) inadmissível.

QUEstão 124
É competente para decidir sobre a progressão de regime prisional o
a) Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

b) Promotor de Justiça da execução penal.

c) Juiz da execução penal.

d) Conselho Penitenciário.

e) Conselho da Comunidade.

QUEstão 125
Para a aplicação de sanções disciplinares é imprescindível
a) procedimento administrativo com garantia de defesa ao condenado.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) a concordância do Promotor de Justiça.


c) a decisão do Juiz da execução penal.
d) a decisão do Conselho Disciplinar.
e) a prática, pelo preso, de crime doloso.

Lei Federal n.º 9.455 de 07 de abril de 1.997 (Lei da Tortura) e alterações


posteriores;
QUEstão 01
Assinale a alternativa incorreta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 9.455, de 07
de abril de 1997 que define os crimes de tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa

b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal,
incorre em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura

c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido por
agente público

d) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido


contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos
QUEstão 02
Conforme a lei e a interpretação dos tribunais superiores, é INCORRETO afirmar:
a) Constranger alguém mediante ameaça em razão de discriminação racial configura crime de
tortura.

b) Exportar bens com valores não correspondentes aos verdadeiros configura crime de lavagem
de bens.

c) A lei de crime organizado se aplica às infrações penais prevista s em convenção


internacional quando iniciada a execução no país devesse ter ocorrido no estrangeiro.

d) Tratando-se de falência de microempresa e não se constatando prática habitual de condutas


fraudulentas por parte do falido, o juiz poderá substituir a pena de prisão pela de perda de bens e
valores.

e) Possuir arma de fogo com o registro vencido configura crime previsto no artigo 12 do
Estatuto do desarmamento.

QUEstão 03
No que toca aos efeitos da condenação, correto afirmar que
a) nos crimes de licitações, desde que consumados, os autores, quando servidores públicos,
além das sanções penais, estão sujeitos à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) constitui efeito genérico e automático a perda de cargo, função ou mandato eletivo.

c) não constitui infração penal, mas meramente administrativa, o exercício de função de que
privado o agente por decisão judicial.

d) a reabilitação atinge os efeitos da condenação, vedada reintegração na situação anterior


apenas quando aplicada, em qualquer crime, pena privativa de liberdade superior a 4 (quatro)
anos.

e) para os crimes de tortura, além da perda do cargo, função ou emprego público, igualmente
prevista a interdição de seu exercício por prazo determinado em lei.
QUEstão 04
Considere a seguinte situação hipotética: João, agente público, foi processado e, ao final,
condenado à pena de reclusão, por dezenove anos, iniciada em regime fechado, pela prática do
crime de tortura, com resultado morte, contra Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7 de
abril de 1997, essa condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
a) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
b) e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
c) e a interdição para seu exercício pelo tempo da pena aplicada.
d) desde que o juiz proceda à fundamentação específica.
e) como efeito necessário, mas não automático.

QUEstão 05
. Maximilianus constantemente agredia seu filho Ramsés, de quinze anos, causando-lhe intenso
sofrimento físico e mental com o objetivo de castigá-lo e de prevenir que ele praticasse ―novas
artes". Na última oportunidade em que Maximilianus aplicava tais castigos, vizinhos acionaram
a polícia ao ouvirem os gritos de Ramsés. Ao chegar ao local os policiais militares constataram
as agressões e conduziram ao Distrito Policial Maximilianus, Ramsés e Troia, mãe de Ramsés
que presenciava todas as agressões mas, apesar de não concordar, deixava que Maximilianus
―cuidasse" da educação do filho sem se ―intrometer".

Diante da circunstância descrita, é correto afirmar que


a) Maximilianus e Troia incorreram, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática do crime de
tortura na qualidade de co-autores.

b) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática do crime de tortura na


qualidade de autor, e que Troia, porém, não poderá ser responsabilizada, pois não concorreu
para a prática do crime.

c) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática do crime de tortura na


qualidade de autor, assim como Troia também teria incorrido no mesmo crime mas com base na
omissão penalmente relevante prevista no Código Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática do crime de tortura na


qualidade de autor, sendo que Troia será responsabilizada pela prática do crime de omissão em
face da tortura praticada por Maximilianus, também previsto na Lei n° 9.455/97, tendo em vista
que tinha o dever de evitá-la.

e) Maximilianus incorreu, nos termos da Lei n° 9.455/97, na prática do crime de tortura na


qualidade de autor, e que Troia também será responsabilizada pela prática do mesmo crime,
porém na condição de partícipe.
QUEstão 06
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da lei federal n° 9.455, de
07/04/1997, que define os crimes de tortura e dá outras providências.
a) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar
ação ou omissão de natureza criminosa.

b) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, submeter pessoa presa
ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

c) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a oito anos, submeter alguém, sob
sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.

d)O crime de tortura é afiançável por decisão da autoridade policial.

QUEstão 07
Pode-se afirmar sobre o crime de tortura, regulado pela Lei no 9.455/97, que
a) será sempre de competência da Justiça Federal, independentemente do lugar do crime.
b) é crime equiparado ao hediondo, caso ocorra o resultado morte.
c) quando praticado pelo militar, ele será julgado pela Justiça Militar.
d) o condenado por crime de tortura poderá perder o cargo, função ou emprego público, desde
que este efeito seja expressamente declarado na sentença.
e) as lesões leves suportadas pela vítima serão absorvidas pelo crime de tortura.

QUEstão 08
O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um sexto até um terço se for
praticado
a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.

b) em concurso de pessoas

c) por motivos políticos.

d) contra mulher
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

e) por agente público.

QUEstão 09
Sobre a Lei n o 9.455/97, que dispõe sobre a TORTURA, é correto afirmar que
a) os casos de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa e para provocar ação ou omissão de natu reza criminosa, o crime somente se
consuma quando o agente obtém o resultado almejado.

b) o crime de tortura é próprio, uma vez que só pode ser cometido por policiais civis ou
militares.

c) privar de alimentos pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade é uma das formas de tortura
previstas na lei, na modalidade ―tortura-castigo‖

d) se o agente tortura a vítima para com ele praticar um roubo, responderá por crime único, qual
seja, o crime de roubo, por este ter penas maiores.

e) quando o sujeito ativo do crime de tortura for agente público, as penas são aumentadas de um
sexto a um terço

QUEstão 10
Sobre a Lei nº 9.455/97 (Crimes de Tortura), é correto afirmar que
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo
penal específico de tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA).

b) há previsão legal de crime por omissão.


c) é inviável a suspensão condicional do processo para qualquer das modalidades típicas
previstas na lei.
d) o regramento impõe, para todos os tipos penais que prevê, que o condenado inicie o
cumprimento da pena em regime fechado.

e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura.

QUEstão 11
Com relação à tortura, cabe afirmar:
a) Genericamente trata-se de crime próprio.

b) Não está tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade puramente


discriminatória.

c) Na versão especificamente omissiva, trata-se de cri- me comum.

d) Trata-se de crime insuscetível de graça, porém não de anistia.

e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 12
De acordo com a Lei Federal nº 9.455/1997, NÃO será considerada causa de aumento da pena
para o crime de tortura, se o delito for cometido:
a) Contra pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, impondo-lhe sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

b) Por agente público.

c) Contra criança, gestante, portador de defciência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos


de idade.

QUEstão 13
Mediante sequestro.

a) punível aquele que se omite em face da tortura, ainda que sem o dever legal de evitá-la ou
apurá-la.

b) todos são classificados como próprios, segundo ex-pressa disposição legal.

c) o condenado sempre iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.

d) sujeito à jurisdição penal brasileira o estrangeiro que venha a torturar brasileiro fora do
território nacional.

e) a condenação acarretará a interdição de cargo, função ou emprego público pelo triplo do prazo
da pena aplicada.

QUEstão 14
Indique a alternativa CORRETA, de acordo com a Lei Federal nº 9.455/1997, que define os
crimes de tortura:
a) A pena prevista para o crime de tortura é aumentada de um sexto até um terço se houver
resultado morte

b) Aplica-se a lei dos crimes de tortura mesmo que o delito tenha sido praticado fora do Brasil,
desde que a vítima seja brasileira.

c) Se da conduta resulta lesão de natureza grave, a pena será de reclusão, de dois a oito anos; se
resulta em lesão de natureza gravíssima, a pena será de reclusão de quatro a dez anos.

d) O crime de tortura é imprescritível, inafançável e insuscetível de graça ou anistia.

QUEstão 15
Marlene, na qualidade de cuidadora de dona Ana Rosa, uma senhora de 77 anos de idade e que
necessita de cuidados especiais, foi filmada, por câmeras colocadas no quarto da idosa,
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

causando-lhe sofrimento físico durante vários dias, consistindo em puxões de cabelo, beliscões,
arranhões, tapas e outras barbáries. Havendo condenação por crime de tortura, é correto afirmar
que Marlene
a) terá sua pena aumentada de um sexto até um terço.

b) durante a execução da pena poderá ser beneficiada pelo instituto da graça.

c) durante a execução da pena poderá ser beneficiada, apenas, pelo instituto da anistia

d) poderá, nos termos da sentença condenatória, iniciar o cumprimento da pena no regime


semiaberto.

e) estará sujeita à pena máxima de seis anos de detenção

QUEstão 16
Com relação às disposições da Lei n° 9.455/97 (Lei de Tortura), assinale a alternativa
CORRETA:
a) O crime de tortura é afiançável, porém, é insuscetível de graça e anistia.

b) O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime semiaberto.

c) A Lei de Tortura é aplicada, mesmo que o crime não tenha sido cometido no território
nacional, se a vítima for brasileira.

d) A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de


deficiência ou maior de 60 (sessenta) anos, apenas.

e) O crime de tortura não pode ser praticado por conduta omissiva.

QUEstão 17
O condenado por crime de tortura, em regra, e salvo exceção legal,
a) cumprirá toda a pena em regime fechado.
b) iniciará o cumprimento da pena em regime semiaberto
c) iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
d) poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto, atendidos os requisitos legais.
e) cumprirá toda a pena em regime semiaberto.

QUEstão 18
Analise as assertivas a seguir:

I. ofender a integridade corporal de outrem;


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

II. expor a perigo a vida de pessoal sob sua autoridade, sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado;

III. constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental em razão de discriminação racial.

À luz da Lei n.º 9.455/97, constitui crime de tortura apenas o(s) fato(s) descrito(s) no(s) item(ns)
a) II
b) I e II
c) II e III.
d) III
e) I
QUEstão 19

Segundo o disposto na Lei n.º 9.455/97, se o crime de tortura for cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos, pode-se afirmar
que a pena
a) aumenta de um sexto até um terço.
b) não é aumentada por ter sido o crime cometido contra aquelas pessoas.
c) aumenta de um sexto.
d) aumenta de um terço até dois terços.
e) aumenta de um sexto até dois terços.
QUEstão 20
Quanto ao crime de tortura previsto na Lei n.° 9.455/97, pode-se afirmar que:
a) incorre na pena prevista para o crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
b) o cumprimento da pena deve ocorrer integralmente em regime fechado.
c) admite fiança nas hipóteses legais.
d) não incorre na prática do crime de tortura aquele que se omite em face de sua prática, ainda
que tenha o dever de evitá-la.
e) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo prazo da pena aplicada.
QUEstão 21

Analise as assertivas a seguir:

I. constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a não fazer o que a lei permite, ou a
fazer o que ela não manda;

II. submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo;
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

III. constranger alguém com emprego de grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental em
razão de discriminação religiosa.

À luz da Lei n.º 9.455/97, constitui crime de tortura o que se afirma em

a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II e III.
e) II e III, apenas.

QUEstão 22
Nos termos da Lei n.° 9.455/97, a pena é aumentada se o crime de tortura for cometido
a) com abuso de autoridade.
b) por agente público.
c) com emprego de veneno.
d) contra agente público.
e) com violação de dever inerente a cargo.

QUEstão 23
Quanto ao crime de tortura, é correto afirmar que
a) a lei brasileira que comina pena para o crime de tortura não se aplica quando o crime foi
cometido fora do território nacional, mesmo sendo a vítima brasileira.

b) o condenado pelo crime de tortura cumprirá todo o tempo da pena em regime fechado.

c) é afiançável, mas insuscetível de graça ou anistia.

d) na aplicação da pena pelo crime de tortura, não serão admitidas agravantes ou atenuantes.

e) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

QUEstão 24
Sobre o crime de tortura previsto na Lei n.º 9.455/97, é correto afirmar que
a) a conduta típica deverá ser perpetrada por um agente público no exercício da função.
b) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público.
c) a conduta típica deverá ser perpetrada por agente público, mesmo que fora do exercício da
função.
d) trata-se de crime inafiançável e suscetível de graça ou anistia.
e) a condenação acarretará a interdição para o exercício do cargo, função ou emprego público
pelo prazo da pena aplicada.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 25
NÃO constitui causa de aumento da pena prevista para o crime de tortura ser este cometido
a) contra portador de deficiência e adolescente.
b) contra criança, gestante e maior de sessenta anos.
c) mediante sequestro.
d) por agente público.
e) contra pessoa sob custódia do Estado.
QUEstão 26
Com relação ao crime de tortura, definido na Lei n.º 9.455/97, considere as seguintes
assertivas:
I. a pena é aumentada se o crime é cometido por agente público;
II. se a vítima for adolescente, não se verifica causa de aumento de pena;
III. se o crime é cometido mediante sequestro, a pena é aumentada de um sexto a um terço.

É correto o que se afirma em


a) todas as assertivas
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) III, apenas.
e) I e III, apenas.

QUEstão 27
Em relação ao crime de tortura é possível afirmar:
a) Passou a ser previsto como crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição
Federal de 1988 que, no art. 5o , inciso III afirma que ninguém será submetido a tortura, nem a
tratamento desumano e degradante e que a prática de tortura será considerada crime inafiançável
e insuscetível de graça ou anistia.
b) É praticado por qualquer pessoa que causa constrangimento físico ou mental à pessoa presa
ou em medida de segurança, pelo uso de instrumentos cortantes, perfurantes, queimantes ou que
produzam stress, angústia, como prisão em cela escura, solitária, submissão a regime de fome
etc.
c) É cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter
informação ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência
resulte lesão corporal.
d) Os bens jurídicos protegidos pela 'tortura discriminatória' são a dignidade da pessoa humana,
a igualdade, a liberdade política e de crença.
e) É praticado por quem se omite diante do dever de evitar a ocorrência ou continuidade da ação
ou de apurar a responsabilidade do torturador pelas condutas de constrangimento ou submissão
levadas a efeito mediante violência ou grave ameaça.

QUEstão 28

Assinale a alternativa incorreta.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) O crime de tortura, que é imprescritível, segundo a legislação penal brasileira somente pode
ser praticado por funcionário público ou outra pessoa no exercício de função pública.

b) A Constituição Federal tem como cláusula pétrea a garantia de que ninguém será submetido
a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.

c) A decretação da perda do cargo, função ou emprego público é efeito automático da sentença


condenatória dos crimes de tortura.

d) Define-se como tortura qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou
mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa,
informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou
seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir essa pessoa ou outras pessoas; ou por
qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza

e) Aplica-se a lei brasileira ao crime de tortura praticado no exterior, sendo a vítima brasileira
ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
QUEstão 29
A Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, estabelece que pratica crime de tortura
a) qualquer pessoa que submete alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo.

b) o agente público que submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento
físico ou mental, ainda que por intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de
medida legal.

c) qualquer pessoa que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão de discriminação de qualquer natureza.

d) o agente público que constrange alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, com o
fim de provocar ação ou omissão de qualquer natureza.

e) qualquer pessoa que se omita diante de constrangimento ou submissão a ato de tortura.

QUEstão 30
O defensor público, ao tomar conhecimento de que o réu, preso pelo processo, sofreu tortura
nos termos da Lei nº 9.455/97, por agente público, deverá
a) representar ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo crime
contra a autoridade culpada.

b) representar à Corregedoria dos Presídios, de acordo com o local da prisão do réu.

c) peticionar à Corte Interamericana de Direitos Humanos invocando a Convenção contra a


Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes (1984).

d) representar, desde logo, ao juiz do processo.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

e) promover ação penal privada.

QUEstão 31
A prática de tortura
a) é crime contra o Direito Internacional, tendo em vista a Convenção contra a Tortura e outros
tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, mas ainda não é crime no Direito
Brasileiro, sendo punida como constrangimento ilegal ou lesão corporal.

b) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que define
e pune o crime de tortura, por ele respondendo exclusivamente os mandantes.

c) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que define
e pune o crime de tortura, por ele respondendo exclusivamente os mandantes e os executores.

d) ainda não foi tipificada como crime no Direito Internacional e nem tampouco no Direito
Brasileiro, sendo apenas uma afronta aos princípios gerais do Direito.

e) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que define
e pune crime de tortura, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-lo, se omitirem.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores - Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais;
QUEstão 01
No Estado de Minas Gerais, dentre as atividades que se inserem no rol das atribuições e
competências dos notários e oficiais registradores, ressalvadas as incompatibilidades
estabelecidas no art. 25 da Lei dos Cartórios (8.935, de 18/11/1994), assinale a alternativa
incorreta:
a) A celebração de convênios ou contratos com entidades da administração pública direta ou
indireta da União, dos Estados e dos Municípios, suas autarquias, empresas públicas ou
empresas por eles controladas, total ou parcialmente, visando à prestação de serviços públicos
ou de utilidade pública.

b) É facultado aos tabeliães de notas realizar todas as gestões e diligências necessárias ou


convenientes ao preparo dos atos notariais, requerendo o que couber, sem ônus maiores que os
emolumentos devidos pelo ato.

c) Aos tabeliães de protesto de título compete privativamente averbar as alterações necessárias


para atualização dos registros efetuados.

d) A prestação de serviços públicos ou privados de utilidade pública, desde que autorizada por
lei federal, estadual ou municipal ou por ato normativo próprio de quem detenha poder
regulamentar sobre atividade de serviços públicos ou de utilidade pública.
QUEstão 02
No tocante à responsabilidade dos servidores públicos, é correto afirmar, EXCETO:
a) Pode ser civil, penal e administrativa de forma independente uma da outra.

b) A responsabilidade civil do servidor reclama apuração por processo administrativo,


assegurados o contraditório e a ampla defesa.

c) A responsabilidade civil-administrativa resulta, exclusivamente, de ato comissivo praticado


no desempenho do cargo ou função.

d) A absolvição na esfera penal, por negativa do fato, afasta a responsabilização administrativa


do servidor público.

QUEstão 03
Analise as afirmativas a seguir relativas ao regime próprio dos servidores públicos do Estado de
Minas Gerais e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.

( ) O segurado ativo que, para atender a interesse próprio, deixar de perceber vencimento
temporariamente deverá se inscrever como segurado facultativo para manter seu vínculo com o
regime próprio de previdência social dos servidores públicos civis do Estado de Minas Gerais.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

( ) Assim como ocorre no regime geral da previdência social, o regime próprio de previdência
social dos servidores públicos civis do Estado de Minas Gerais, que é gerido pelo IPSEMG –
Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, assegura aos segurados e
aos seus dependentes a concessão de benefícios previdenciários e a assistência médica e social
com recursos provenientes do seu orçamento próprio.

( ) O regime próprio de previdência social dos servidores públicos civis do Estado de Minas
Gerais não contempla direito aos benefícios de aposentadoria por idade e especial. ( ) O
segurado do regime próprio de previdência social dos servidores civis do Estado de Minas
Gerais que se aposentaram com vencimentos proporcionais até o advento da Lei Complementar
Estadual n. 64, de 2002, poderão complementar o tempo de contribuição para fazer jus aos
proventos integrais.

( ) O regime próprio de previdência social dos servidores civis do Estado de Minas Gerais
contempla o vínculo de trabalho dos servidores efetivados e dos servidores não titulares de
cargo efetivo, assegurando-lhes direito à aposentadoria e aos demais benefícios previdenciários
de conformidade com as regras do regime geral da previdência social.

Assinale a sequência CORRETA


a) V F V F V
b) F V F V F
c) V F F F V
d) V V F F V
e) F F V V V

QUEstão 04

João Carlos, servidor público estadual, permitiu que Ana, que não é servidora pública,
desempenhasse encargos que competem ao servidor público. Nessa hipótese, o Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais:

a) Não prevê a aplicação de penalidade ao servidor.


b) Determina a pena de advertência, e, na reincidência a aplicação de multa.
c) Estabelece a pena de multa, e, na reincidência a aplicação de suspensão por 60 (sessenta)
dias.
d) Determina a pena de suspensão por 90 (noventa) dias, e, na reincidência, a demissão.
QUEstão 05
A readaptação do servidor será:
a) Sempre ―ex offcio‖ e se fará nos termos do regulamento próprio.
b) Sempre a pedido e se fará nos termos da instrução normativa própria.
c) A pedido ou ―ex offcio‖ e se fará nos termos da lei.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) A pedido e se fará nos termos da regulamentação própria.

QUEstão 06
Segundo dispõe o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, o
processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo:
a) De 10 (dez) dias, contados da data da designação dos membros da comissão, e concluído no
de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período, a contar da data de seu início.

b) De 05 (cinco) dias, prorrogável por igual período, contados da data da publicação da


designação da comissão, e concluído no de 90 (noventa) dias, a contar da data de seu início.

c) Improrrogável de 05 (cinco) dias, contados da data da publicação da designação da comissão,


e concluído no de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar de seu início.

d) Improrrogável de 03 (três) dias, contados da data da designação dos membros da comissão e


concluído no de 60 (sessenta) dias, a contar da data de seu início.

QUEstão 07
O requerimento de revisão do processo administrativo, previsto na Lei Estadual nº 869/1952, é
dirigido:
a) À comissão revisora.
b) Ao Governador do Estado.
c) Ao Diretor de Departamento.
d) Ao Secretário Estadual que tiver proferido a decisão.
QUEstão 08
De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais, as atribuições
de cada carreira são definidas em:
a) Portaria.
b) Lei específica.
c) Regulamento.
d) Instrução normativa.
QUEstão 09
NÃO é forma de provimento de cargo, prevista na Lei Estadual nº 869/1952 (Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais):
a) Reintegração.
b) Promoção.
c) Acesso.
d) Nomeação.

QUEstão 10
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

―Destina-se a indenizar o funcionário das despesas de viagem e de nova instalação‖. Essa


finalidade, prevista no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, diz
respeito:
a) À ajuda de custo.
b) Às diárias
c) Às gratificações.
d) Aos honorários.
QUEstão 11
As decisões proferidas no processo administrativo instaurado contra servidor público do Estado
de Minas Gerais serão publicadas dentro do prazo de:
a) 10 (dez) dias.
b) 8 (oito) dias.
c) 5 (cinco) dias.
d) 3 (três) dias.

QUEstão 12
A Lei Estadual nº 869 de 05 de julho de 1952 também é conhecida como Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais. Indique a alternativa que traz
dispositivo previsto expressamente nessa norma.
a) É permitido que o servidor público retire objetos da repartição, desde que relacionados
estritamente com sua atuação
b) Reversão é o ato pelo qual o servidor exonerado retorna ao serviço público em razão de
revisão no processo administrativo que determinou sua exoneração.
c) O servidor público pode administrar sociedade comercial ou exercer o comércio, desde que
tal atividade seja compatível com sua jornada de trabalho.
d) O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano, vinte e cinco dias úteis de férias, observada
a escala que for organizada de acordo com a conveniência do serviço, não sendo permitida a
acumulação de férias.

QUEstão 13
Considere as seguintes afirmativas.

I. Funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público, seja esse cargo efetivo
ou em comissão.
II. As atribuições inerentes a uma carreira, desde que respeitado o regulamento, podem ser
cometidas, indistintamente, aos funcionários de suas diferentes classes.
III. Os cargos públicos são de carreira ou isolados.

Segundo a disciplina do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais, assinale
a alternativa que apresenta as afirmativas CORRETAS.
a) I e II apenas.
b) II e III apenas.
c) I e III apenas.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) I, II e III.

QUEstão 14
Paulo tem 30 anos é casado e ocupa cargo de confiança do quadro de uma Secretaria de Estado
em Minas Gerais, não tendo outro vínculo com o poder público.

Considerando a disciplina legal do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas


Gerais – IPSEMG é CORRETO afirmar que
a) Paulo não pode ser beneficiário do IPSEMG, por não deter vínculo de natureza permanente
com o Estado.

b) Paulo poderá ter a condição de beneficiário do IPSEMG, se a Secretaria a que se vincula


celebrar convênio com aquele Instituto.

c) Paulo poderá ter como seus dependentes, junto ao Instituto, além da esposa e dos filhos
menores de 21 anos ou inválidos, sua mãe e seu pai.

d) mesmo após a separação ou divórcio de Paulo, sua ex-esposa poderá manter o direito às
prestações asseguradas pelo IPSEMG.

QUEstão 15
Horácio é superintendente no âmbito de uma Secretaria de Estado do Poder Executivo de Minas
Gerais e delega uma competência para Silvana, que lhe é subordinada e ocupa cargo de
Diretora.

Com base nessa hipótese, é CORRETO afirmar que o ato de delegação


a) é irregular, uma vez que a competência é irrenunciável e indelegável.
b) deverá indicar prazo, mas poderá ser revogado a qualquer momento.
c) não depende de publicação oficial.
d) deverá especificar as matérias e poderes transferidos, não sendo admitidas ressalvas quanto
ao exercício da atribuição delegada.
QUEstão 16
Após deixar o cargo de Secretário de Estado em Minas Gerais, Fulano de Tal pratica ato que
constitui violação às normas do Código de Ética do Servidor Público e da Alta Administração
daquele Estado.

Nesse caso, é CORRETO afirmar que Fulano de Tal


a) só poderá ser punido judicialmente.
b) ficará necessariamente, impedido de ocupar cargo de confiança no âmbito do poder
executivo estadual pelo prazo de 8 anos.
c) poderá ser punido administrativamente com sanção de advertência.
d) poderá ser punido administrativamente com sanção de censura ética.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 17
Suponha o seguinte: Tício é funcionário integrante de uma das classes da Carreira do Grupo de
Atividade de Cultura do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais instituída. por lei.

Consoante o que dispõe o Estatuto do Funcionário do Estado de Minas Gerais, assinale a


alternativa INCORRETA.
a) Tício ocupa cargo público.
b) A carreira é composta por um conjunto de quadros.
c) A classe a que pertence Tício abrange uma mesma profissão.
d) Tício não ocupa um cargo isolado.

QUEstão 18
Servidor público efetivo da Administração Direta do poder Executivo do Estado de Minas
Gerais, João integra, pela primeira vez, a Comissão de Ética do órgão a que se vincula.

Considerando a legislação aplicável, é INCORRETO afirmar que João


a) exercerá mandato de 2 anos.
b) poderá ser reconduzido por mais um período.
c) dedicará integralmente à Comissão, sendo dispensado do exercício das atribuições do seu
cargo.
d) não receberá remuneração pela atuação no âmbito da Comissão de Ética
.
QUEstão 19
O prazo de validade do concurso público para ingresso nas carreiras do grupo de atividades de
seguridade social do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais conta-se a partir de qual data?
a) Da publicação do edital.
b) Do ato de classificação.
c) Da publicação das decisões dos recursos.
d) Da homologação do concurso.
QUEstão 20
Analise as afirmativas a seguir, referente à Lei nº 869 de 05 de julho de 1952:

I. Art. 44. O funcionário não poderá ser transferido de uma para outra carreira.
II. Art. 59. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior tempo
de disponibilidade e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço público.
III. Conforme Art. 158, o funcionário poderá ser licenciado quando convocado para serviço
militar.
IV. Conforme Art. 13, só poderá ser provido em cargo público quem satisfazer, dentre outros
requisitos, ter completado 16 anos de idade.
V. Art. 15. É vedado a nomeação de candidato habilitado em concurso após a expiração do
prazo de sua validade.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Assinale a alternativa correta:


a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
QUEstão 21
Conforme Art. 1º do Decreto 43.885 de 04 de outubro de 2004, são exemplos de princípios que
regem a conduta do servidor público:
a) Pessoalidade, Pontualidade, Assiduidade, Cortesia, Transparência, Honestidade.
b) Fidelidade ao Interesse pessoal, Impessoalidade, Boa-fé, Cortesia, Honestidade,
Transparência.
c) Boa-fé, Honestidade, Impessoalidade, Transparência, Assiduidade, Pontualidade.
d) Ineficiência, Pessoalidade, Cortesia, Transparência, Honestidade, Pontualidade.
QUEstão 22
Conforme Art. 7º do Decreto 43.885 de 04 de outubro de 2004, em todos os Órgãos e Entidades
da Administração Pública Estadual Direta e Indireta haverá uma Comissão de Ética. Referente à
Comissão de Ética, é INCORRETO afirmar:
a) Parágrafo 7º - Da decisão final da Comissão de Ética caberá recurso ao Conselho de Ética
Pública.

b) Parágrafo 10º - Os Órgãos e Entidades regionalmente estruturados poderão instituir


Comissões de Ética Regionais, que receberão as normas e diretrizes expedidas pelo Conselho de
Ética Pública por meio de Comissão de Ética Central.

c)Parágrafo 2º - A Comissão de Ética será integrada por quatro servidores públicos, lotados no
órgão ou entidade, indicados pelo dirigente máximo, com mandato de três anos, facultada uma
recondução por igual período.

d) Parágrafo 3º - A atuação, no âmbito da Comissão de Ética, não enseja qualquer remuneração


para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados prestação de relevante
serviço público.

QUEstão 23
Conforme Lei nº 869, de 05/07/1952, no período de estágio probatório do servidor qual dos pré-
requisitos abaixo NÃO se enquadra para fins de apuração?
a) Assiduidade.
b) Ardilosidade.
c) Eficiência.
d) Disciplina.

QUEstão 24
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

De acordo com o Estatuto do Servidor Público do Estado de Minas Gerais, a opção que NÃO
corresponde a uma vantagem passível de ser aferida alémdo vencimento ou da remuneração do
cargo é:
a) diárias.
b) abono por inatividade.
c) honorários.
d) ajuda de custo.
QUEstão 25
Segundo o Disposto no Decreto nº 43.885, de 04/10/2004, são princípios orientadores da
conduta do servidor público do Estado de Minas Gerais:
a) boa-fé e pessoalidade.
b) eficiência e lealdade às convicções pessoais.
c) presteza e competitividade.
d) transparência e tempestividade.

QUEstão 26
Conforme a Lei nº 869, de 05/07/1952, conceitua-se carreira como:
a) agrupamento de cargos de uma mesma profissão.
b) conjunto de classes de uma mesma profissão.
c) conjunto de quadros de uma mesma repartição.
d) agrupamento de cargos isolados de uma profissão.

QUEstão 27
Com base no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais é CORRETO
afirmar:
a) O funcionário não poderá ser licenciado por motivo de doença em pessoa de sua família.
b) Classe é um conjunto de funções gratificadas.
c) Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
d) Quando licenciado para tratamento de saúde, o funcionário receberá parcialmente o
vencimento.
QUEstão 28
Theotônio Brancão, brasileiro, casado, funcionário concursado junto ao Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, não comparece ao serviço, sem causa justificada, há 58 (cinquenta e
oito) dias consecutivos no ano em curso. Respeitado do devido processo legal, o servidor está
sujeito à pena de
a) advertência.
b) demissão.
c) destituição de função comissionada.
d) suspensão.

QUEstão 29
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

A Lei Estadual 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais)
prevê que o funcionário poderá ser licenciado, EXCETO
a) para tratamento de saúde.
b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional.
c) para tratar de interesses particulares seus, de seus descendentes, ascendentes, cônjuge ou
companheiro.
d) por motivo de doença em pessoa de sua família na pessoa do pai, da mãe, dos filhos ou do
cônjuge de que não esteja legalmente separado.
QUEstão 30
NÃO corresponde a conceito disciplinado pela Lei 869/1952 (Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado de Minas Gerais):
a) Classe é um agrupamento de carreiras da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.
b) Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
c) Cargo público é o criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago pelos
cofres do Estado.
d) Cargos de Carreira são os que se integram em classes e correspondem a uma profissão;
Cargos isolados são os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e
determinada função.
QUEstão 31
A Lei Estadual 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais)
prevê que o funcionário poderá ser licenciado, EXCETO
a) para tratamento de saúde.
b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional.
c) para tratar de interesses particulares seus, de seus descendentes, ascendentes, cônjuge ou
companheiro.
d) por motivo de doença em pessoa de sua família na pessoa do pai, da mãe, dos filhos ou do
cônjuge de que não esteja legalmente separado.

QUEstão 32
NÃO corresponde a conceito disciplinado pela Lei 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado de Minas Gerais):
a) Classe é um agrupamento de carreiras da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.
b) Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
c) Cargo público é o criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago pelos cofres
do Estado.
d) Cargos de Carreira são os que se integram em classes e correspondem a uma profissão; Cargos
isolados são os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e determinada função.

QUEstão 33
A Lei Estadual 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais)
prevê que o funcionário poderá ser licenciado, EXCETO
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) para tratamento de saúde.


b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional.
c) para tratar de interesses particulares seus, de seus descendentes, ascendentes, cônjuge ou
companheiro.
d) por motivo de doença em pessoa de sua família na pessoa do pai, da mãe, dos filhos ou do
cônjuge de que não esteja legalmente separado.

QUEstão 34

Pela análise do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, é
CORRETO afirmar que a licença para tratar de interesse particular para os funcionários
interinos e aos comissionados

a) será concedida após comprovação da necessidade alegada.


b) será concedida no máximo por seis meses.
c) não será concedida antes de completados dois anos da nomeação.
d) não será concedida.
QUEstão 35

Com base no Estatuto do Funcionário Público Civil de Minas Gerais, é CORRETO afirmar que
o funcionário acidentado no exercício de suas atribuições terá assistência hospitalar, médica e
farmacêutica fornecida e garantida às custas do

a) Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS.


b) Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais - IPSEMG.
c) Serviço de Atendimento Médico de Urgência - SAMU.
d) Serviço Único de Saúde - SUS.
QUEstão 36
De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais,
é CORRETO afirmar que
a) a promoção do funcionário obedecerá sempre a antiguidade.
b) classe é um agrupamento de funções gratificadas.
c) disciplina, assiduidade, idoneidade e liderança profissional são requisitos observados durante
o estágio obrigatório.
d) funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público.
QUEstão 37
Sobre as licenças previstas na Lei Estadual n. 869 de 05/07/1952, é INCORRETO afirmar que
a) o funcionário não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 meses.

b) o servidor licenciado para tratamento de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade
remunerada.

c) o funcionário, durante a licença para tratamento de saúde, obriga-se a seguir rigorosamente o


tratamento médico adequado à doença, sob pena de lhe ser suspenso o pagamento de
vencimento ou remuneração.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) a funcionária casada com funcionário estadual, federal ou militar, terá direito a licença, sem
vencimento ou remuneração, quando o marido for mandado servir, independentemente de
solicitação, em outro ponto do Estado ou do território nacional ou no estrangeiro.

QUEstão 38
De acordo com a disciplina do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais,
analise estas afirmativas:

I. A criação de cargo público depende sempre de lei.

II. As atribuições inerentes a uma carreira funcional podem ser indistintamente cometidas aos
funcionários de suas diferentes classes.

III. Os cargos isolados não integram classes.

A partir dessa análise, pode-se concluir que


a) apenas a afirmativa I está correta.
b) apenas a afirmativa II está correta.
c) apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) as três afirmativas estão corretas.

QUEstão 39
De acordo com a disciplina do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais,
analise estas afirmativas:

I. A criação de cargo público depende sempre de lei.


II. As atribuições inerentes a uma carreira funcional podem ser indistintamente cometi das aos
funcionários de suas diferentes classes.
III. Os cargos isolados não integram classes. A partir dessa análise, pode-se concluir que
a) apenas a afirmativa I está correta.
b) apenas a afirmativa II está correta.
c) apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d) as três afirmativas estão corretas.

Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas de


Execução Penal);
QUEstão 01

A QUESTÃO DEVERÁ SER RESPONDIDA COM BASE NA LEI ESTADUAL


13.199/99:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Compete ao IGAM:
a) Promover o debate das questões relacionadas com recursos hídricos e articular a atuação de
órgãos e entidades intervenientes.

b) Aprovar planos de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos, inclusive financiamentos de investimentos a fundo perdido.

c) Arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados com os recursos


hídricos.

d) Gerir o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos e manter atualizados, com
a cooperação das unidades executivas descentralizadas da gestão de recursos hídricos, os bancos
de dados do sistema.
QUEstão 02
Segundo a Lei Estadual nº 11.404/1994, que contém normas de execução penal, a colaboração
do sentenciado no processo de sua observação psicossocial e de seu tratamento é:
a) Obrigatória.
b) Essencial.
c) Imprescindível.
d) Voluntária.
QUEstão 03
De acordo com a Lei Estadual nº 11.404/1994, que contém normas de execução penal, o
sentenciado analfabeto:
a) Não terá direito a receber correspondência.

b) Somente terá direito a receber ou escrever correspondência, desde que exista profssional
habilitado no estabelecimento para auxiliá-lo.

c) Deverá ter suas correspondências arquivadas, até que tenha concluído o ensino fundamental
obrigatório.

d) Poderá solicitar que sua correspondência seja lida ou escrita por funcionário ou visitador
indicado.
QUEstão 04
Conforme dispõe a Lei nº 11.404/1994, o Patronato é instituído em cada comarca, através de:
a) Lei específca.
b) Decreto do Governador do Estado.
c) Portaria do Secretário de Defesa Social.
d) Portaria do Juiz da Execução Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

DIREITO PENAL
Crimes Contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário
público contra administração em geral;
QUEstão 01
O estabelecimento de crimes de responsabilidade fiscal tem como um de seus objetivos
evitar o cometimento de atos atentatórios ao coerente exercício da Administração Pública.
Sobre os tipos existentes no ordenamento jurídico, assinale a alternativa incorreta.
a) Constitui crime contra as finanças públicas autorizar a inscrição de despesa que exceda limite
estabelecido em lei

b) É tido como crime o ato de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito
em valor superior ao permitido em lei

c) Vedado ao agente, sob pena de punição em esfera penal, ordenar despesa não autorizada por
lei

d) Será punido criminalmente o agente que promover a oferta pública de títulos da dívida
pública sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia

e) É crime ordenar o aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores
ao final do mandato ou da legislatura

QUEstão 02
Não constitui crime contra a administração pública:
a) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa da lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal

b) Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de


devassa-lo

c) Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo de mercadorias

d) Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de


comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de concurso público

e) Desobedecer à ordem legal de funcionário público

QUEstão 03
Considerando os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III,
quem reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na
mesma pena do crime de
a) sonegação fiscal.
b) descaminho.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) fraude de concorrência.
d) contrabando.
e) corrupção ativa em transação comercial internacional.
QUEstão 04
Funcionário público municipal, imprudentemente, deixa a porta da repartição aberta ao final do
expediente. Assim agindo, mesmo sem intenção, concorre para que outro funcionário público,
que trabalha no mesmo local, subtraia os computadores que guarneciam o órgão público. O
Município sofre considerável prejuízo. A conduta do funcionário que deixou a porta aberta
traduz-se em
a) peculato culposo.
b) fato atípico.
c) prevaricação.
d) peculato-subtração.
e) mero ilícito funcional, sem repercussão na esfera penal.

QUEstão 05
A conduta de ―dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração
de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente‖ configura
a) denunciação caluniosa.
b) condescendência criminosa.
c) falso testemunho.
d) comunicação falsa de crime.
e) fraude processual.
QUEstão 06
Certos crimes têm suas penas estabelecidas em patamares superiores quando presentes
circunstâncias que aumentam o desvalor da conduta. São os denominados ―tipos qualificados‖.
Assinale a alternativa que indica o crime que tem como qualificadoras ―resultar prejuízo
público‖ e ―ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira‖.
a) Corrupção passiva.
b) Exercício arbitrário das próprias razões.
c) Abuso de poder.
d) Violência arbitrária.
e) Abandono de função.
QUEstão 07
Imagine que um perito nomeado pelo juiz, em processo judicial, mediante suborno, produza um
laudo falso para favorecer uma determinada parte, praticando a conduta que configura crime do
art. 342 do CP (falsa perícia). Ocorre que, arrependido e antes de proferida a sentença no
mesmo processo, o perito retrata-se, corrigindo a falsidade. De acordo com o texto literal do art.
342, § 2° do CP, como consequência jurídica da retratação,
a) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que
cometeu.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em dobro.
c) o fato deixa de ser punível.
d) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços).
e) o perito fica impedido, por 5 (cinco) anos, de prestar tal serviço.
QUEstão 08
De acordo com o Código Penal Brasileiro, é correto afirmar, sobre os crimes praticados por
particulares contra a Administração Pública, que
a) o crime de usurpação de função pública somente se caracteriza se o agente usurpador obtém
vantagem enquanto na função.

b) o crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda que ilegal,
mediante violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio.

c) o crime de tráfico de influência caracteriza-se independentemente de o agente influir em ato


praticado por funcionário público no exercício da função.

d) no crime de sonegação de contribuição previdenciária, é extinta a punibilidade se o agente,


espontaneamente, declara e confessa as contribuições e presta as informações devidas, antes do
início da ação penal.

e) a reinserção no território brasileiro de mercadoria destinada à exportação, em tese,


caracteriza o crime de descaminho.
QUEstão 09

A respeito dos crimes contra as finanças públicas, previstos no Código Penal Brasileiro, assinale
a alternativa correta.
a) São crimes próprios, pois só podem ser praticados por agentes públicos responsáveis pelas
finanças públicas dos entes e órgãos públicos respectivos, não se admitindo coautoria ou
participação.

b) O crime de ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, com inobservância de limite


estabelecido em lei ou resolução do Senado Federal, é norma penal em branco.

c) O crime de contratação de operação de crédito sem prévia autorização legislativa é de ação


penal pública condicionada à representação do presidente da casa legislativa desrespeitada.

d) O não cancelamento de restos a pagar é crime de omissão imprópria.


e) São puníveis a título de culpa.

QUEstão 10
aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual Penal para assinalar a alternativa
correta sobre a pena cabível contra quem fizer afirmação falsa, ou negar ou calar a
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial,
ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa


b) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa
c) Prisão simples de 2 (dois) a 3 (três) anos, apenas
d) Reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, apenas
e) Detenção de 3 (três) a 4 (quatro) anos e multa
QUEstão 11
Nos termos previstos no Código Penal, é correto afirmar que
a) se considera praticado o crime no momento do resultado.

b) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo
se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

c) o dia do começo deve ser excluído no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.

d) o funcionário público que se apropria, por negligência, de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou o desvia, em
proveito próprio, comete o crime de peculato-culposo.

e) exigir, para outrem, indiretamente, fora da função mas em razão dela, vantagem indevida
caracteriza o crime de concussão.

QUEstão 12
A conduta de patrocinar indiretamente interesse privado perante a Administração Pública, valendo-
se da sua qualidade de funcionário
a) configura patrocínio infiel.
b) configura tráfico de influência.
c) configura favorecimento pessoal.
d) configura advocacia administrativa.
e) é atípica.

QUEstão 13
Constitui crime contra as finanças públicas:
a) propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da
lei.

b) ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização
legislativa.

c) deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos


casos e condições estabelecidos em lei.

d) deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de


gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

QUEstão 14
Constitui crime próprio, contra a administração pública, no qual se exige do sujeito ativo
a qualidade jurídica especial de funcionário público:
a) Tráfico de Influência.
b) Usurpação de função pública.
c) Corrupção ativa.
d) Facilitação de contrabando ou descaminho.

QUEstão 15
Funcionários públicos estão executando um ato legal. Mediante violência, um indivíduo opõe-se
à execução do ato, e acaba causando lesão corporal leve em um particular que prestava auxílio
aos funcionários públicos. Em que pese a oposição o ato se executa. O indivíduo
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal).

b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão
corporal).

c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo porque se cogitar de outro
crime, pois o ato foi executado.

d) apenas comete crime de resistência, não havendo porque se cogitar de outro crime, uma vez
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público.

e) não comete crime algum.

QUEstão 16
A conduta de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria constitui
a) crime de contrabando.

b) crime de descaminho.

c) crime de sonegação de contribuição previdenciária.

d) mero ilícito fiscal-aduaneiro, sem repercussão na esfera penal.

e) mero ilícito fiscal-tributário que sujeita a respectiva mercadoria a perdimento, sem


repercussão na esfera penal.
QUEstão 17
A respeito dos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar que
a) o crime de sonegação de contribuição previdenciária é de competência da Justiça Estadual.

b) importar mercadoria, sem o pagamento do imposto devido pela entrada, caracteriza o crime
de contrabando, de competência da Justiça Federal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) o tipo penal de abandono da função pública (artigo 323 do Código Penal) é norma penal em
branco e prescinde de resultado.

d) o crime de desobediência (artigo 330 do Código Penal) somente se caracteriza se do não


atendimento à ordem resultar prejuízo à Administração Pública.

e) a subtração de valor, bem ou dinheiro, por funcioná- rio público, valendo-se da facilidade que
a qualidade de funcionário lhe proporciona, caracteriza o crime de furto qualificado.
QUEstão 18
A respeito do crime previsto no artigo 359-C (assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura), é correto afirmar que
a) a condenação definitiva leva à perda do cargo, função pública ou mandato, tratando-se de
efeito imediato da condenação.

b) pode ser praticado por qualquer funcionário público.

c) prevê a modalidade culposa.

d) há previsão de elemento de tipo temporal, perfazendo-se a figura penal apenas se a conduta


incriminada realizar-se nos dois últimos quadrimestres do mandato ou legislatura.

e) tem por bem jurídico assegurar a veracidade nos pleitos dos poderes executivo, legislativo e
judiciário.

QUEstão 19
Sobre o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, tipificado no artigo 313-
A do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) É crime funcional próprio e admite modalidade culposa.

b) É crime material, não sendo suficiente apenas que se dê a inserção ou modificação dos dados
para que seja consumado.

c) É aplicável apenas ao sistema previdenciário, não se admitindo sua aplicação a toda a


Administração Pública.

d) Não admite tentativa.

e) Requer um fim especial de agir consistente na obtenção de vantagem indevida para si ou para
outrem ou para causar dano.

QUEstão 20
Assinale a alternativa correta sobre o crime de sonegação de contribuição previdenciária,
tipificado no artigo 337-A do Código Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

a) Configura o crime a supressão ou redução da contribuição previdenciária e qualquer


acessório, mediante a omissão total e não parcial, de receitas ou lucros auferidos, remunerações
pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias.

b) A ação penal para se apurar este crime é pública incondicionada, sendo de competência da
Justiça Estadual.

c) É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições,


importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida
em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

d) Trata-se de crime formal consumando-se com a efetiva supressão ou redução da contribuição


social previdenciária.
e) Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa a R$
1.510,00 (um mil e quinhentos e dez reais), o juiz deverá reduzir a pena de um terço até a
metade ou aplicar apenas a de multa.

QUEstão 21

No que concerne aos crimes de ―peculato culposo", ―peculato mediante erro de outrem" e
―concussão", a reparação do dano que precede a sentença irrecorrível traz que consequência?
a) Extingue a punibilidade para o primeiro, mas não beneficia da mesma forma o autor dos
demais.

b) Extingue a punibilidade para os dois primeiros e reduz de metade a pena imposta ao autor do
último.

c) Nenhuma.

d) Extingue a punibilidade para o primeiro, reduz de metade a pena imposta para o autor do
segundo, mas não beneficia o autor do último.

e) Extingue a punibilidade para os dois primeiros, mas não beneficia da mesma forma o autor
do último.
QUEstão 22
―Usar de , com o fim de favorecer interesse , contra autoridade,
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
."

Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, completa o tipo penal do crime de ―coação
no curso do processo".
a) violência física, psicológica ou moral … próprio ou alheio … policial ou administrativo, ou
em juízo arbitral
b) violência ou grave ameaça … próprio ou alheio … policial ou administrativo
c) violência ou grave ameaça … próprio ou alheio … policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) violência ou ameaça … próprio … policial ou administrativo


e) violência física, psicológica ou moral … próprio … policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral
QUEstão 23
A fim de evitar o cumprimento de reintegração de posse, indivíduo lança pedras contra Oficial
de Justiça que está dando cumprimento ao respectivo mandado judicial. Tal conduta configura o
crime de
a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) arremesso de projétil.
e) usurpação de função pública

QUEstão 24
Assinale a alternativa correta sobre o crime de peculato, tipificado no artigo 312 e parágrafos do
Código Penal.
a) É crime próprio e não admite o concurso de pessoas.

b) No peculato culposo a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, reduz de metade


a pena imposta.

c) Admite o concurso de pessoas desde que a qualidade de funcionário público, elementar do


tipo, seja de conhecimento do particular coautor ou partícipe.

d) Para a caracterização do peculato-furto, afigura-se necessário que o funcionário público


tenha a posse do dinheiro, valor ou bem que subtrai ou que concorre para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio.

e) No peculato doloso a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a


punibilidade.
QUEstão 25
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio
constitui crime de
a) apropriação indébita.
b) estelionato.
c) peculato.
d) concussão.
e) corrupção ativa.

QUEstão 26
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal
a) configura crime de prevaricação.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) constitui crime de condescendência criminosa.


c) configura crime de desobediência.
d) constitui crime de abandono de função.
e) não constitui ilícito penal.

QUEstão 27
Jeremias foi aprovado no concurso para Delegado de Polícia Estadual. Um mês antes de tomar
posse do cargo, exigiu quantia em dinheiro de alguns traficantes da região, com o pretexto de
fazer ―vista grossa" quanto a eventuais inquéritos policiais por tráfico de drogas. Pode- -se
afirmar que Jeremias praticou o crime de
a) prevaricação.
b) corrupção ativa.
c) corrupção passiva.
d) concussão.
e) condescendência criminosa.

QUEstão 28
A conduta de ―opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio" caracteriza o crime de
a) desacato.
b) usurpação.
c) resistência.
d) descaminho.
e) desobediência.

QUEstão 29
dentista, por meio de um site de compras na Internet adquire, do exterior, um instrumento
odontológico cuja utilização é proibida no Brasil. A encomenda não é barrada pelos controles
aduaneiros e o dentista começa a utilizar o instrumento. É correto afirmar que
a) tipificou-se crime de descaminho.

b) tipificou-se crime de contrabando.

c) tipificou-se crime de exercício irregular da profissão.

d) tipificou-se crime de tráfico de influência em transação comercial internacional.

e) não houve tipificação de nenhum crime ou contravenção, tendo em vista o consentimento


tácito da autoridade de controle aduaneiro.
QUEstão 30
No crime de falso testemunho ou falsa perícia,
a) a conduta é tipificada quando realizada apenas em processo penal.

b) incide-se no crime quando a afirmação falsa é feita em juízo arbitral.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) a pena aumenta da metade se o crime é praticado mediante suborno.

d) a retratação do agente, antes da sentença em que ocorreu o falso testemunho, é causa de


diminuição de pena.
QUEstão 31

Profissional nomeado pela assistência judiciária para atuar como defensor dativo ingressa com
ação contra o INSS, em favor da parte para a qual foi constituído, e posteriormente faz o
levantamento do valor devido. Contudo, não repassou o dinheiro à parte, cometendo o delito de
a) peculato, tendo em vista apropriar-se de dinheiro ou valor de que tem a posse em razão do
cargo.

b) furto mediante fraude, pois abusou da confiança da vítima.

c) prevaricação, considerando que retardou ou deixou de praticar, indevidamente, ato de ofício.

d) apropriação indébita, uma vez que tinha a posse ou detenção do numerário.

QUEstão 32

Assinale a alternativa correta.


a) Pratica o crime de contrabando aquele que ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria.

b) O estrangeiro que tenha sido expulso do território nacional e nele reingresse pratica crime
contra a administração da Justiça.

c) O crime de resistência se configura com a oposição mediante violência ou ameaça à


execução de ato legal ou ilegal praticado por funcionário público competente para executá-lo.

d) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, apenas quem exerce cargo, emprego
ou função pública de forma efetiva e mediante remuneração.

e) O funcionário público que exige para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida pratica o crime de
corrupção ativa.
QUEstão 33
Nos crimes contra a Administração Pública,
a) o crime de peculato doloso (artigo 312, CP) divide-se em peculato-apropriação, peculato-
desvio e peculato-furto.

b) o funcionário público que exige tributo ou contribuição social, que sabe ou deveria saber
indevido, comete crime de concussão (art. 316, CP).

c) o funcionário que deixa, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu


infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente comete crime de prevaricação (art. 319, CP).
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) o crime de corrupção passiva se consuma no momento em que o funcionário público, em


consequência da promessa ou vantagem recebida, retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional (art. 317, CP).

e) o crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) se configura quando, na modalidade
―violência‖, resultar lesão corporal no coacto.
QUEstão 34
Assinale a alternativa correta sobre os crimes praticados pelo particular contra a Administração
em geral.
a) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da
pena correspondente à violência grave.

b) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
c) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da
punibilidade.

d) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua
honra), tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.

e) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas
ameaça por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial, administrativo ou em juízo arbitral.
QUEstão 35
O peculato culposo
a) é fato atípico, pois não está expressamente pre visto no CP.

b) tem a ilicitude excluída se o agente repara o dano a qualquer tempo

c) tem a punibilidade extinta se o agente repara o dano antes da sentença irrecorrível.

d) é punido com detenção, de dois a doze anos, e multa.

e) é punido com a mesma pena do peculato doloso.


QUEstão 36
O funcionário público que tem conhecimento de infração cometida no exercício do cargo por
subordinado e que, por indulgência, não promove sua responsabilização e também não
comunica o fato ao superior competente para tanto pratica
a) corrupção ativa (CP, art. 333).

b) corrupção passiva (CP, art. 317)


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) fato atípico, pois não está descrito expressamente como crime no CP.

d) condescendência criminosa (CP, art. 320)

e) prevaricação (CP, art. 319).

QUEstão 37
Com intuito de proteger seu filho, João comparece perante a autoridade policial e, falsamente,
diz ter praticado o crime que em verdade fora praticado por seu filho. João
a) comete falsa comunicação de crime

b) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.

c) comete falso testemunho.

d) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.

e) comete autoacusação falsa.

QUEstão 38
Marcos, advogado, solicita certa quantia em dinheiro a Pedro, seu cliente, pois esclarece que
mediante o pagamento dessa quantia em dinheiro pode ―acelerar" o andamento de um processo.
Informa que seria amigo do escrevente do cartório judicial – o qual também seria remunerado
pela celeridade, segundo Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção de aceitar a oferta, mas
verifica que Marcos mentiu, pois não é amigo do funcionário público. Pedro nega-se a entregar
a Marcos qualquer quantia e não aceita a oferta.

É correto afirmar que Marcos


a) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro não cometeu crime algum.
b) praticou exploração de prestígio (CP, art. 357) e Pedro não cometeu crime algum.
c) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro corrupção ativa (CP, art. 333).
d) e Pedro praticaram corrupção passiva (CP, art. 317).
e) e Pedro não praticaram crime algum, pois os fatos não evoluíram.

QUEstão 39
por Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia
de Polícia, pois era ―procurado‖ pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
a) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.

b) praticou o crime de resistência, previsto no artigo 329 do Código Penal.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

c) praticou o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal.

d) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.

e) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.

QUEstão 40

Sobre o delito de corrupção ativa, pode-se afirmar que


a) é crime próprio.
b) tem como objeto jurídico a honestidade do funcionário público.
c) é crime formal.
d) é crime de concurso necessário
e) admite forma culposa.

QUEstão 41
José solicita e recebe dinheiro de um empresário que participará de uma licitação pública a
pretexto de ajudá-lo a vencer o certame, sob o argumento de que tem muitos amigos no
comando da Administração Pública. Sobre a conduta de José, está correto afirmar que
a) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal).

b) praticou o crime de corrupção ativa (art. 333, Código Penal).

c) praticou o crime de impedimento, perturbação ou fraude concorrência (art. 335, Código


Penal).

d) praticou o crime de tráfico de influência (art. 332, Código Penal).

e) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o
agente público e não o particular.

QUEstão 42
Marcelo é aprovado em concurso público para o cargo de Delegado de Polícia. Sabe que seu
vizinho tem expedido em seu desfavor mandado de prisão. Mesmo antes de assumir o cargo,
Marcelo procura seu vizinho, que é proprietário de automóvel de luxo, e solicita-lhe comprar o
veículo por 1/3 do preço de mercado, insinuando de modo implícito que caso a proposta não
seja aceita efetuará sua prisão tão logo assuma o cargo público. O vizinho não cede e Marcelo,
mesmo após assumir o cargo, não toma qualquer atitude em desfavor de seu vizinho. Marcelo
praticou
a) corrupção passiva.

b) estelionato, na modalidade tentada.

c) meros atos preparatórios.


CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

d) corrupção passiva, na modalidade tentada.

e) concussão.

QUEstão 43
O crime de usurpação de função pública é qualificado se
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração.

b) do fato o agente aufere vantagem.

c) ocorre em local ermo ou de difícil acesso ou durante repouso noturno.

d) praticado mediante o uso de uniforme ou insígnias ou qualquer outro elemento distintivo da


atividade usurpada.

e) praticado em concurso de pessoas.


QUEstão 44
Com relação aos crimes contra a Administração Pública, assinale a alternativa correta.
a) Pratica corrupção passiva o funcionário público que solicita ou recebe vantagem indevida,
para si ou para outrem, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
b) Pratica concussão o funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.

c) No peculato culposo, a reparação do dano, em qualquer momento do processo e até a


sentença recorrível, reduz em um terço a pena imposta.

d) Pratica concussão o funcionário público que exigir, para si ou para outrem, vantagem
devida, ainda que fora da função ou antes de assumi-la.

e) Configura-se excesso de exação a exigência de verbas pelo funcionário público que sabe ou
deveria saber indevidas.
QUEstão 45
Assinale a alternativa que contém apenas crimes contra a administração da justiça.
a) Falsificação de papéis públicos, falsificação de selo e falsificação de sinal público.

b) Advocacia administrativa, advocacia profissional no terceiro setor e posse antecipada de


cargo público.

c) Coação no curso do processo, comunicação falsa de crime e falsa perícia.

d) Falsificação de papéis públicos, prevaricação e condescendência criminosa.

e) Advocacia administrativa, violência arbitrária e desobediência.


QUEstão 46
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

O Código Penal brasileiro, em relação ao crime de denunciação caluniosa, dispõe:


a) acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem.

b) inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar.

c) provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção


que sabe não se ter verificado.

d) dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de


investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

e) dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito,


contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento ou perícia.
QUEstão 47
Assinale a alternativa correta em relação a funcionário público de acordo com o Código Penal.
a) A pena será aumentada pela metade se o agente for ocupante de cargo em comissão ou
função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

b) Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente, exerce cargo, emprego ou


função pública.
c) Consideram-se funcionários públicos: vereadores, peritos judiciais, serventuários da justiça,
defensor dativo e o auditor da Receita Federal.

d) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente e


sempre com remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

e) Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Privada.
QUEstão 48
Em relação ao crime de peculato, assinale a alternativa correta.
a) Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel de que tenha a posse em razão
do cargo.

b) Exigir o funcionário público tributos que sabe inexigíveis à espécie.

c) Retardar o funcionário a prática de ato de ofício, por influência de outrem.

d) Solicitar, fora da função, vantagem indevida à espécie.

e) Patrocinar o funcionário, indiretamente, interesse privado perante a Administração, valendo-


se dessa qualidade.
QUEstão 49
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

No crime de favorecimento pessoal, previsto no título ―Dos Crimes contra a Administração


Pública‖ do Código Penal, algumas pessoas, pela sua qualidade pessoal, ficam isentas de pena
em decorrência do auxílio prestado ao criminoso. NÃO se inclui entre elas:
a) O irmão do autor do crime.

b) O colateral até o segundo grau do autor do crime.

c) O cônjuge do autor do crime.

d) O ascendente do autor do crime.

QUEstão 50

Assinale a alternativa correta, a respeito do crime de Peculato, previsto no Código Penal.


a) A reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, reduz pela metade a pena imposta.

b) Não pratica Peculato, mas sim Furto, o funcionário público que, embora não tendo a posse do
bem o subtrai, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário.

c) O crime de Peculato pode ser praticado por particulares, ainda que sem o concurso de
qualquer funcionário público.

d) A lei não admite a forma culposa.


e) Pratica Peculato o funcionário público que se apropria de qualquer bem móvel particular de
que tem a posse em razão do cargo.

QUEstão 51
―Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida‖. O texto ora transcrito refere-se ao crime
previsto no Código Penal denominado
a) Condescendência Criminosa.

b) Concussão.

c) Corrupção Ativa.

d) Corrupção Passiva.

e) Prevaricação.

QUEstão 52
É considerado funcionário público, para os efeitos penais, dentre outras qualidades,
a) apenas aquele que exerce cargo, emprego ou função pública remunerada.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

b) apenas aquele que exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, de natureza
pública ou privada.

c) aquele que, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.

d) quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada, para a execução
de qualquer atividade na Administração Pública.

e) apenas aquele que exerce cargo, emprego ou função pública de caráter definitivo, ainda que
sem remuneração.

QUEstão 53
A conduta de ―iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria‖ configura crime de
a) descaminho
b) contrabando.
c) falsidade ideológica
d) sonegação de contribuição.
e) falsificação de selo ou sinal público.
QUEstão 54
No que concerne aos delitos contra as Finanças Públicas, o crime de
a) ―prestação de garantia graciosa‖ só se configura se não tiver sido constituída contragarantia
em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei.
b) ―contratação de operação de crédito‖ só se configura se a operação é referente a crédito
interno, não sendo típica a conduta quando se trata de crédito externo.

c) ―assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura‖ só se configura se é


ordenada ou autorizada a assunção de obrigação, no último quadrimestre do último ano do
mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso
reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de
disponibilidade de caixa.

d) ―oferta pública ou colocação de títulos no mercado‖ só se configura se tiver sido autorizada


ou promovida a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia, não se configurando se tiver havido mera ordenação de oferta pública.

e) ―aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura‖ só se


configura se for ordenado, autorizado ou executado ato que acarrete aumento de despesa total
com pessoal nos noventa dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura.

QUEstão 55
―Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem‖. O tipo legal ora transcrito refere-se à descrição do delito de
CADERNO DE QUESTÕES
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a) Corrupção Ativa.
b) Concussão.
c) Corrupção Passiva.
d) Peculato.
e) Prevaricação.

QUEstão 56
Sobre o crime de Falso Testemunho, é correto afirmar que
a) o fato deixará de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
agente retrata-se ou declara a verdade.

b) o mencionado tipo legal não se aplica a intérpretes e peritos, no curso do processo-crime.

c) o fato deixará de ser punível se, depois de transitada em julgado a sentença do processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

d) o fato será punível mesmo se, antes de recebida a denúncia pelo juiz, o agente retrata-se ou
declara a verdade.

e) o mencionado tipo legal não se aplica a contadores e réus, no curso do processo-crime.

QUEstão 57
―Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-
se da qualidade de funcionário‖. A conduta ora descrita, expressamente prevista no Código
Penal, é denominada
a) Favorecimento Pessoal.
b) Advocacia Administrativa.
c) Tergiversação.
d) Patrocínio Infiel.
e) Patrocínio Simultâneo

QUEstão 58
Concussão: , para si ou para outrem, , ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

Assinale a alternativa que completa as lacunas adequada e respectivamente.


a) receber ... diretamente
b) receber ... direta ou indiretamente
c) solicitar ... diretamente
d) solicitar ... direta ou indiretamente
e) exigir ... direta ou indiretamente

QUEstão 59
CADERNO DE QUESTÕES
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Funcionário que deixa seus afazeres na repartição acumularem, pois se dedica a questões
pessoais não urgentes durante o expediente de trabalho, sem autorização de seu superior, comete
o crime de
a) enriquecimento ilícito.
b) peculato apropriação.
c) peculato culposo.
d) prevaricação.
e) peculato.
QUEstão 60
O crime de excesso de exação é cometido por
a) funcionário público contra as rendas públicas.
b) funcionário público contra a Administração em geral.
c) particular contra a Administração da Justiça.
d) particular contra a Administração em geral.
e) particular contra as finanças públicas.

Gabarito
Português
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99: 100:

Emprego das classes gramaticais


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55: 56: 57: 58: 59: 60:

Variação linguística
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

Ortografia, acentuação e pontuação


Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
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44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51: 52: 53: 54:
55: 56: 57: 58: 59: 60:
Uso e colocação do pronome

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
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22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
Sintaxe de concordância e de regência.
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
Uso dos tempos e modos verbais
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34:
Estrutura do período e da oração
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:

Processo de formação de palavras

01: 02: 03: 04: 05: 06: 07:


Tópicos de língua portuguesa padrão
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:

Adequação conceitual

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09:
10: 11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: c
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40: 41: 42: 43:
44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51: 52: 53: 54:
55: 56: 57: 58: 59: 60: 61: 62: 63: 64: 65:
66: 67: 68: 69: 70: 71: 72: 73: 74: 75: 76:
77: 78: 79: 80: 81: 82: 83: 84: 85: 86: 87:
88: 89: 90: 91: 92: 93: 94: 95: 96: 97:

Raciocínio lógico: resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos,


porcentagens, sequencias (com números, com figuras, de palavras).
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40: 41: 42: 43:
44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51: 52: 53: 54:
55: 56: 57: 58: 59: 60: 61: 62: 63: 64: 65: 66:
67:

DIREITO CONSTITUCIONAL
Remédios Constitucionais
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19:

Organização Político-Administrativa

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
21: 22: 23: 24: 25: 26:

Ordem Social
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18:

Administração Pública

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34:

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14:
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11:
Direitos de Nacionalidade

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:

Declaração Universal dos Direitos Humanos


Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15:

Classificação das Normas Constitucionais


Respostas 01: 02: 03:

LEGISLAÇÃO FEDERAL
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e
alterações posteriores;

01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11:
12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
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52: 53: 54: 55: 56: 57: 58: 59: 60: 61: 62:
63: 64: 65: 66: 67: 68: 69: 70: 71: 72: 73:
74: 75: 76: 77: 78: 79: 80: 81: 82: 83: 84:
85: 86: 87: 88: 89: 90: 91: 92: 93: 94: 95:
96: 97: 98: 99: 100: 101: 102: 103: 104: 105:
106: 107: 108: 109: 110: 111: 112: 113: 114: 115:
116: 117: 118: 119: 120: 121: 122: 123: 124:
125:

Lei Federal n.º 9.455 de 07 de abril de 1.997 (Lei da Tortura) e


alterações posteriores;
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG

LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores -
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais;
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39:
Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas de
Execução Penal);

Respostas 01: 02: 03: 04:

DIREITO PENAL
Crimes Contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário
público contra administração em geral;

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40: 41: 42:
43: 44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51: 52: 53:
54: 55: 56: 57: 58: 59: 60:

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