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PP-MG 2022/
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CADERNO QUESTÕES
Sumário
PORTUGUÊS ......................................................................................................................................................3
Emprego das classes de palavras ........................................................................... 48
Redação (domínio da expressão escrita) - Variação linguística: modalidades do
uso da língua e adequação linguística.................................................................................. 85
Ortografia, acentuação e pontuação .................................................................................. 94
Uso e colocação do pronome ............................................................................................... 135
Sintaxe de concordância e de regência ........................................................................... 171
Uso dos tempos e modos verbais....................................................................................... 200
Estrutura do período e da oração ..................................................................................... 231
Processo de formação de palavras. ................................................................................... 248
Tópicos de língua portuguesa padrão ............................................................................... 257
Adequação conceitual ............................................................................................................ 271
PORTUGUÊS
Questão 01
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quantos camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
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A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
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muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
O texto de Rubem Alves é uma crônica. Ao compará-lo com as características desse
gênero, só NÃO é correto afirmar:
a) O texto assume um caráter narrativo em função, inclusive dos personagens.
d) Embora apresente uma linguagem mais subjetiva, pode-se apreender, com clareza, a defesa
de um posicionamento.
e) Em ―A história nos leva para o tempo‖ (8º§), a presença da primeira pessoa do plural no
pronome funciona como estratégia de aproximação com o leitor.
QUEstão 02
Ao confrontar “estórias” e “histórias”, o texto estabelece pares antitéticos com palavras ou
expressões. Assinale a opção em que, respectivamente, essa oposição NÃO se evidencia.
a) ―beija-flores‖ / ―camelos‖.
QUEstão 03
No último período, ocorre um jogo de palavras entre os advérbios explicitando a seguinte
fgura de linguagem
a) ironia.
b) eufemismo.
c) paradoxo.
d) personificação.
e) antítese.
Questão 04
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O humor do texto orienta-se pela relação entre os elementos verbais e não-verbais. Quanto
aos primeiros, destaca-se a ambiguidade, ou seja, a possibilidade de mais de uma
interpretação do seguinte termo:
a) ―claro‖.
b) ―chefe‖.
c) ―fiz‖.
d) ―retirada‖.
e) ―sustentável‖.
Questão 05
Texto I
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30,
n.176, out. 2001)
Em relação ao texto, é correto afirmar que:
a) emprega a pessoalidade gramatical uma vez que não pretende explicitar um posicionamento.
b) ao se preocupar com a dimensão social das piadas, o autor deixa de lado os aspectos
lingüísticos.
c) aborda, através de um recorte específico e também linguístico, um tema bastante corriqueiro
em sociedades de diferentes épocas.
d) aponta a necessidade de estudar as piadas fora dos contextos sociais em que são produzidas.
e) a diversidade de temas que compõe as piadas dificulta a apreensão dos sentidos que ela
produz.
QUEstão 06
QUEstão 07
Considere o fragmento abaixo para responder a questão.
―A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada
diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho.‖ (3º§)
a) Hipérbole.
b) Metáfora.
c) Eufemismo.
d) Símile.
e) Prosopopéia.
QUEstão 08
No início do último parágrafo, o autor faz referência a uma conclusão e, por meio da
construção verbal “nos ensinaram”, assume uma estratégia de:
a) alheamento.
b) distanciamento.
c) generalização.
d) imparcialidade.
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e) descontração.
QUEstão 09
QUEstão 10
Texto I
Os outros
Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que
anteontem, quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita
Consciência da Alteridade.
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo
pela calçada. Foi então que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica.
Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro: via o mundo por
seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre seus ombros, tinha
antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida
dele.
O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que
ele agora estava no quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por
sua pele, tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas
verdades as mais difíceis de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe,
racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: você acredita mesmo que isso
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seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e,
convenhamos, isso não faz o menor sentido.
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência
elas têm, é de que não são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário
ontem de noite. Diante de um riacho, as saúvas africanas se metiam na água e formavam
uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras passassem. Morriam afogadas,
para que o formigueiro sobrevivesse.
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma
solidariedade pela formiga desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que
senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o pedestre estava fazendo naquela hora.
Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a mulher do próximo?
Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos
por aí, crentes que, se Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses.
Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas
digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a esperança quase
tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra,
agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não
é estranhíssimo?
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo:
Editora 34, 2010. p17-18)
A partir da leitura atenta do texto e de uma análise a respeito do emprego da Língua, é
CORRETO afirmar que:
a) a pergunta inicial do texto é um recurso do autor para apresentar suas questões sem que haja
nela qualquer traço de interlocução.
b) a situação proposta no primeiro período do segundo parágrafo do texto corresponde a um
fato específico que não poderia ser vivenciado pelo leitor.
c) ao iniciar e encerrar o texto com frases interrogativas, o autor inibe a reflexão do leitor e o
desvia da ideia apresentada no texto.
d) a referência às formigas, no 5º parágrafo, é uma representação simbólica comparativa que
perde sua eficácia argumentativa em função da distinção entre os elementos aproximados.
e) O texto emprega a narrativa de alguns episódios não para priorizá-los, mas para apresentar,
de modo leve, a tese a ser defendida.
QUESTÃo 11
Assinale a alternativa em que se faz um comentário INCORRETO acerca dos mecanismos
coesivos empregados nas seguintes passagens do texto.
a) ―quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita Consciência da
Alteridade.‖(1º§) - o pronome antecipa, de modo geral, o seu referente.
b) ―Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro:‖(2º§) – o pronome
cumpre papel referencial, substituindo um termo já citado.
c) ―tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.‖ (3º§) – os termos
destacados relacionamse entre si e estabelecem valor comparativo.
d) ―As formigas não são assim. Elas não sabem que existem.‖(5º§) – além do mecanismo de
pronominalização, percebe-se ainda um zeugma nesse fragmento.
e) ―Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele
momento, nenhuma solidariedade pela formiga desconhecida.‖(6º§) – a repetição, nesse caso, é
expressiva e cumpre papel enfático.
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QUEstão 12
que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e, convenhamos, isso não faz o
menor sentido.” (4º§), o autor faz uso da figura de linguagem:
a) Prosopopéia.
b) Metáfora.
c) Ironia.
d) Metonímia.
e) Comparação.
QUEStão 13
A oração destacada em “Morriam afogadas, para que o formigueiro
sobrevivesse.”(5º§) encontra-se na forma desenvolvida. Ela poderia ser reescrita, na
forma reduzida, sem alteração de valor semântico, da seguinte forma:
a) sobrevivendo o formigueiro.
b) para que o formigueiro sobreviva.
c) a fim de que sobreviva o formigueiro.
d) para o formigueiro sobreviver.
e) tendo sobrevivido o formigueiro.
QUEstão 14
Na passagem “e a esperança quase tangível de que, mês que vem, ganharemos na
loteria.”(6º§), o vocábulo destacado cumpre papel qualifcador e deve ser entendido como:
a) palpável
b) improvável.
c) descrente.
d) distante.
e) tranquila.
QUEstão 15
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QUEstão 16
Notícia de jornal
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem
socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante setenta
e duas horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância
do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar
auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que
o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em
homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal
sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre
de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um
bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem seu
destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao
lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até
mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome,
sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer
de fome.
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II. De acordo com o cronista, a fatalidade aconteceu apesar das atitudes corretas dos
comerciantes e dos que passaram ao lado do homem.
QUEstão 17
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não
conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
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Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O cronista narra a disputa pelo espaço particular, o jardim de um edifício, invadido por jovens
baderneiros.
II. A resolução do conflito recuperou o espaço para seus usuários originais e legítimos.
a) Nenhuma afirmativa é correta.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) As afirmativas I e II são corretas.
QUEstão 18
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
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QUEstão 19
Para a questão, considere o texto a seguir, escrito por Clarice Lispector, com o
pseudônimo de Tereza Quadros, no jornal Comício, em 1952.
I. A crônica estabelece uma oposição semântica entre casa e lar, dissociando os dois termos,
muitas vezes, tomados como sinônimos no dia a dia.
II. De acordo com a crônica, existem pessoas que possuem uma casa, mas não têm um lar.
QUEstão 20
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir.
I. A cronista é contra a participação das mulheres no mercado de trabalho, pois elas devem se
dedicar ao lar.
II. Segundo a autora, as mulheres são incapazes de compreender os fenômenos elétricos e
científicos, por isso elas devem se dedicar a uma atividade em que predomina a intuição,
característica tipicamente feminina.
QUEstão 21
Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
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O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de
reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)
De acordo com o texto, ser considerada uma relativa novidade a declaração de morte
cerebral ocorre em função de:
a) o cérebro coordenar muitas funções necessárias à atividade humana.
b) o cérebro possibilitar que se fale, pense, além de organizar as ideias.
c) seu diagnóstico envolver o preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais.
d) muitos indivíduos receberem medicação nas 24h que antecedia a morte cerebral.
e) até pouco tempo, acreditar-se que o indivíduo morria quando seu coração parava.
QUEstão 22
O caráter informativo do texto em análise deve-se, sobretudo:
a) à linguagem essencialmente técnica empregada na sua redação.
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QUEstão 23
De acordo com o texto, a necessidade de conceituação formal do diagnóstico de morte
cerebral deveu-se:
a) ao início da era dos transplantes de órgãos.
b) à necessidade de desmitificar ―o poder do coração‖.
c) a uma primeira ocorrência datada de morte cerebral.
d) à capacitação de neurologistas para a observação clínica.
e) à diversidade de definições de morte cerebral em países distintos.
QUEstão 24
O seguinte fragmento “ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc,” (5º§)
aponta ações que são empregadas, no texto, a fim de:
a) orientar os leitores em geral para que estejam aptos ao diagnóstico.
b) sugerir a popularização desses procedimentos para vários profissionais.
c) indicar a complexidade de uma prática clínica e especializada.
d) divulgar a especificação de um protocolo médico adotado.
e) explicar ações que não são compreendidas por um leitor comum.
QUEstão 25
Em linguagem técnica adequada ao público leitor, ao final do texto, foi empregada a
expressão “medidas de suporte de vida” que, no contexto, deve ser entendida como:
a) encaminhamento de órgãos para transplante.
b) apoio psicológico a pacientes terminais.
c) manutenção da vida por meio de aparelhos ou afins.
d) exigências de diferentes laudos em busca de um consenso.
e) emprego de analgésicos e outros inibidores de dor.
QUEstão 26
O deslocamento da expressão destacada, em “Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter
algumas características clínicas,”, provocaria estranhamento no sentido e na estruturação
do enunciado apenas na seguinte reescritura:
a) O indivíduo, em primeiro lugar, deve ter algumas características clínicas,
b) O indivíduo deve, em primeiro lugar, ter algumas características clínicas,
c) O indivíduo deve ter, em primeiro lugar, algumas características clínicas,
d) O indivíduo deve ter algumas características clínicas em primeiro lugar,
e) O indivíduo deve ter algumas, em primeiro lugar, características clínicas
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QUEstão 27
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos, falemos e organiza,
de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro, todos os órgãos são relevantes,
e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira adequada. Mas a verdade é que, do ponto
de vista evolutivo, todos os órgãos desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais
exigente e complexo. Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção,
entre outros, para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções deixam de ser
necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater. Hoje sabemos
que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito tempo, também achávamos
que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado diagnóstico são
tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de conceituar formalmente a
―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso quando se iniciou a era dos transplantes de
órgãos, e tornou-se necessário protocolizar seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral
poderiam então ser considerados possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a definição de morte cerebral em diferentes países, mas muitos
aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas características clínicas, que
são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de reação à dor, falta de movimentação,
ausência de respiração, pupilas dilatadas e não responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter
recebido nenhuma medicação nas 24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos
foi regulamentado: ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a
avaliação pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez definida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus órgãos doados
(caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente poderá ajudar a salvar várias
vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de vida são, em tese, desnecessárias.
Texto II
ORDEM DE SERVIÇO 608 - INSS
Perícia Médica
PERDA AUDITIVA NEUROSSENSORIAL POR EXPOSIÇÃO CONTINUADA A
NÍVEIS ELEVADOS DE PRESSÃO SONORA DE ORIGEM OCUPACIONAL
NORMA TÉCNICA DE AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE
PARA FINS DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
APRESENTAÇÃO
A presente atualização da Norma Técnica sobre Perda Auditiva Induzida por Ruído –
PAIR, objetiva simplificar, uniformizar e adequar o trabalho do médico perito ao atual
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A partir de uma leitura atenta, nota-se que o autor utilizou como estratégia de construção
do seu texto:
a) a caracterização do cérebro para, em seguida, falar sobre morte cerebral.
b) uma argumentação que distinga o cérebro humano do dos demais animais.
c) as alterações em torno do conceito de morte cerebral ao passar dos anos.
d) apresentação de posicionamentos de profssionais distintos sobre a morte cerebral.
e) o exemplo de um caso particular que permitiu uma orientação mais geral.
QUEstão 28
Ao comparar os dois textos que compõem a sua prova, pode-se concluir, em relação à
adequação, que:
a) Ambos exploram temas relacionados à medicina em linguagem técnica.
b) Os dois textos são voltados a um mesmo público, portanto há equivalência linguística.
c) Embora os dois textos explorem a linguagem formal, a do segundo é mais técnica.
d) A diferença entre os textos deve-se, sobretudo, ao conhecimento dos seus autores.
e) Os dois textos apresentam temáticas semelhantes e objetivas específcos idênticos.
QUEstão 29
Texto II
Perícia Médica
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APRESENTAÇÃO
A presente atualização da Norma Técnica sobre Perda Auditiva Induzida por Ruído – PAIR, objetiva
simplificar, uniformizar e adequar o trabalho do médico perito ao atual nível de conhecimento desta
nosologia.
A evolução da Medicina do Trabalho, da Medicina Assistencial e Preventiva, dos meios
diagnósticos, bem como a nova realidade social, motivou, sobremaneira, esta revisão, tornando-a
mais completa e eficaz.
Dessa concepção surgiram dois momentos que passaram a constituir os módulos do presente
trabalho: a Atualização Clínica da Patologia e a Avaliação da Incapacidade Laborativa. Este estudo
resultou de iniciativa da Divisão de Perícias Médicas do INSS, que buscou parceria com diversos
segmentos da sociedade, num debate aberto, visando abordar todos os aspectos relevantes sobre o
assunto, no período compreendido entre junho de 1996 e junho de 1997, com a efetiva participação
de representantes das Perícias Médicas, Reabilitação Profissional, Núcleo de Referência em Doenças
Ocupacionais da Previdência Social – NUSAT/SRMG e Procuradoria Estadual do Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS; Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho -
Fundacentro/MTb; Associação Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT; Centro de Referência
de Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo - Cerest; Confederação Nacional das Indústrias -
CNI; Confederação Nacional do Comércio - CNC; Central Única dos Trabalhadores - CUT; e
especialistas de renome. [...]
e) críticas e objetivos.
QUEStão 30
Texto I
QUEstão 31
Em adequação à ideia apresentada no título, nota-se que o primeiro parágrafo do texto
apresenta duas histórias que são contrastadas, sobretudo, em função:
a) das idades das mulheres serem tão diferentes.
b) dos históricos de vida das duas pacientes.
c) de o neurocirurgião ser um profissional experiente.
d) da reação das famílias com o resultado das cirurgias.
e) do nível de complexidade de cada cirurgia.
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QUEstão 32
Embora o texto seja marcado pela impessoalidade, percebe-se a presença de uma avaliação, um
juízo de valor, por parte do enunciador do texto, na seguinte passagem:
a) ―Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias.‖ (1º§).
b) ―Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.‖ (1º§).
c) ―O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre.‖ (1º§).
d) ―É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh
narra em seu livro‖ (2º§).
e) ―Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais,‖ (2º§).
QUEstão 33
Considere o período abaixo para responder à questão.
“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu
bebê quando nascesse.”(1º§)
A complexidade da estrutura do período em análise deve-se:
QUEstão 34
Texto II
Base do crânio explodiu, descreve legista
A autópsia no corpo de Ayrton Senna começou a ser feita ontem às 10h locais (5h
de Brasília) pelos legistas Michele Romanelli e Pierludovico Ricci, do Instituto Médico
Legal de Bolonha. O laudo oficial tem 60 dias para ser preparado. A Folha conversou
com uma médica do IML que viu o corpo de Senna na segunda-feira de manhã e ontem
– antes e depois da autópsia. Segundo sua descrição, no dia seguinte ao acidente o rosto
do piloto estava desfigurado. A médica pediu para que seu nome não fosse revelado.
Muito inchada, a cabeça quase se juntava aos ombros. Os médicos concluíram, após
a autópsia, que Senna teve morte instantânea na batida a 290 km/h na curva Tamburello.
Teve também parada cardíaca naquele momento e circulação praticamente
interrompida.
Quando os médicos o reanimaram – ativando os batimentos cardíacos e a circulação
artificialmente –, o piloto já havia morrido. A atividade cerebral era inexistente. Não há
possibilidade de sobrevivência nesses casos. [...]
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/5/04/ esporte/9.html. Acesso
em: 01/02/17)
O texto acima é uma notícia cujo objetivo é informar. Contudo, uma análise atenta do
título revela seu caráter:
a) técnico.
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b) formal.
c) sensacionalista.
d) critico.
e) sofisticado.
QUEstão 35
O português contemporâneo já registra a característica proclítica da língua. Contudo, a
gramática tradicional aponta que a oração “Quando os médicos o reanimaram” (3º§)
deveria ser redigida da seguinte forma:
a) Quando os médicos reanimaram a ele.
b) Quando os médicos reanimaram-lhe.
c) Quando os médicos reanimaram ele.
d) Quando os médicos reanimaram-no.
e) Quando os médicos lhe reanimaram.
QUEstão 36
Texto I
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o
cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor
benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse
enxergar seu bebê quando nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma
mulher já na casa dos 50 anos. A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor
não dava esperanças de que ela vivesse mais do que alguns meses. Ao final do dia,
Marsh constatou que a jovem mãe acordara da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que
nascera em uma cesárea planejada em sequência à operação cerebral. O pai do bebê
gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir, em outro quarto do mesmo
hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno nunca mais acordaria.
Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendável – e apressara a
morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da mulher o
acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.
É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que
Marsh narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e
neurocirurgia (...), lançado nesta semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh
afirma que uma boa dose de autoconfiança é um pré-requisito necessário a médicos que
fazem cirurgias consideradas por ele mais desafiadoras do que outras. Não sem um
pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as operações cerebrais, nas quais seus
instrumentos cirúrgicos deslizam por ―pensamentos, emoções, memórias, sonhos e
reflexões‖, todos da consistência de gelatina. [...]
(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-
afrmar-que-os-medicos-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17
Texto III
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QUEstão 37
QUEstão 38
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
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Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça:
―Será que vou conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando
necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar
durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto.
Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer
prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um
problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o
adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a
escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo
raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado
crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua
saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos
ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de
planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos
desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade,
conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
Embora o título do texto seja “Paternidade responsável”, pode-se concluir que, em seu
desenvolvimento, o autor dá ênfase à seguinte questão:
a) à falta de escolaridade dos pais.
b) o abandono de recém-nascido.
c) à qualidade do sistema educacional.
d) à gravidez na adolescência.
QUEstão 39
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: ―Será que vou
conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a
gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de
eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já
que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar
a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre,
então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições
de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
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Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar
que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais
têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
A pergunta que inicia o texto emprega um pronome “você” que faz referência:
a) ao autor.
b) às adolescentes.
c) ao leitor em geral.
d) aos especialistas.
QUEstão 40
Na visão de especialistas, no quarto parágrafo, dois problemas são apontados para indicar o
perigo de uma gravidez na adolescência. Um refere-se à saúde e outro é, na verdade, uma
questão:
a) econômica.
b) moral.
c) emocional.
d) educacional.
QUEstão 41
Texto II
Família
(Titãs, fragmento)
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
No sétimo verso, a palavra “ganha-pão” pertence a uma modalidade mais informal da língua e
deve ser entendida como sinônimo de:
a) refeição.
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b) educação.
c) trabalho.
d) diversão.
QUEstão 42
Assinale a opção que traz uma afirmação verdadeira a partir da visão apresentada no texto II.
QUEstão 43
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
A partir da leitura atenta do texto, pode-se concluir que a observação da fotografia deixou
um dos personagens:
a) revoltado.
b) emocionado.
c) sorridente.
d) preocupado.
QUEstão 44
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
O pronome pessoal destacado no trecho faz referência à seguinte palavra:
a) homem.
b) banquinho.
c) balcão.
d) botequim.
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QUEstão 45
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
No fragmento em análise, o narrador busca dar destaque à caracterização:
a) de um possível cliente.
b) do botequim.
c) do funcionário do botequim.
d) dos velhos em geral.
QUEstão 46
Assinale a opção em que se indica um par de palavras sinônimas empregadas no texto.
a) ―camisa‖ e ―jaqueta‖.
b) ―retrato‖ e ―fotografia‖.
c) ―máscara‖ e ―trágico‖
d) ―balcão‖ e ―botequim‖.
QUEstão 47
Ao afirmar que o homem olhou a fotografia “tanto e tão fixamente”, o narrador descreve,
por parte do personagem, uma atitude de:
a) desprezo.
b) desgosto.
c) atenção.
d) relaxamento.
QUEstão 48
As últimas ações descritas no texto, “guardou a foto, saiu do botequim e despareceu”
reforçam, em relação à descrição do homem que sentou-se no banquinho, um clima de:
a) humor.
b) terror.
c) mistério.
d) romance.
QUEstão 49
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
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pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:
1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2
funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
Considerando seu entendimento do texto, nota-se que o final pode ser considerado, de fato,
surpreendente uma vez que o leitor descobre que:
a) o narrador morava em um apartamento.
b) o narrador frequentava bancos para pagar suas contas.
c) as gentilezas retratadas eram da imaginação do narrador.
d) o narrador atravessa avenidas arriscando sua vida.
QUEstão 50
No início do texto, o narrador atribui a ausência de gentilezas:
a) à falta de tempo das pessoas.
b) à falta de educação das pessoas.
c) à ruindade das pessoas.
d) ao egoísmo das pessoas.
QUEstão 51
As frases interrogativas que formam o quinto parágrafo indicam questionamentos:
a) das pessoas em geral.
b) do narrador.
c) do leitor
d) do vizinho do narrador.
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QUEstão 52
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder a questão seguinte.
“O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal
chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.“ (4º§)
A afirmação feita sobre os vizinhos de cima permite ao leitor concluir que eles:
a) não gostavam do narrador.
b) compravam coisas caras.
c) eram barulhentos antes.
d) não gostavam de jornais.
QUEstão 53
No último parágrafo, o motivo que leva o narrador a descer pelas escadas é:
a) alguém ―segurar‖ o elevador.
b) gostar de fazer atividades físicas.
c) ter medo de elevadores.
d) estar com muita pressa.
QUEstão 54
Texto I
Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu
ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele
não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete,
o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em
1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o
som pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o
Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o mass media, o
Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a OEA, e a ONU. Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a
diagramação, o ideologema, idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a
guitarra elétrica.
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento,
Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how. Barbeador
elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luís.
Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo
geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os
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dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
Uma leitura atenta do texto permite ao leitor inferir, quanto ao potencial nomeador das
palavras, que:
a) as expressões de uso técnico não podem ser entendidas por um falante comum.
b) as tecnologias inventadas são consideradas inovações em qualquer época.
c) uma vez construído um sentido para a palavra, ela não pode ter outros.
d) as coisas sempre existiram, faltava ao homem apenas nomeá-las.
e) as classificações econômicas foram culturalmente construídas.
QUEstão 55
Com o objetivo de aproximar-se do leitor do texto, o autor faz uso de vários mecanismos
linguísticos. Assinale, dentre os listados abaixo, o único que não seria uma ferramenta de
interlocução.
a) O emprego do pronome de tratamento ―Você‖ (2º§).
b) O uso de formas verbais de imperativo como em ―Ponha‖ (3º§).
c) A pergunta retórica ―Só?‖ presente no quarto parágrafo.
d) O advérbio de negação ―Não‖ no início do último parágrafo.
e) A presença do advérbio ―aí ‖ no terceiro parágrafo.
QUEstão 56
Assinale a alternativa correta. A opção de Drummond pelo modo como escolheu organizar seu
texto cumpre papel expressivo e essa escolha é melhor representada pela seguinte passagem do
texto:
a) ―A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta anos‖ (1º§).
b) ―Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo‖ (3º§).
c) ―A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer.‖ (6º§).
d) ―Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás,‖ (6º).
e) ―Olhe aí na fila – quem?‖ (5º§).
QUEstão 57
Em “Entre palavras circulamos, vivemos, morremos,” (6º§), ocorre uma enumeração de:
a) frases.
b) períodos.
c) orações adjetivas.
d) orações coordenadas.
e) orações substantivas.
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QUEstão 58
Ressalva
Este livro
Foi escrito por uma mulher
Que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando fores.
Este livro:
Versos ... Não
Poesia ... Não.
um modo diferente de contar velhas estórias.
Assinale a alternativa correta. O texto II é o poema de abertura do livro Poemas dos Becos de
Goiás e Estórias Mais, da escritora Cora Coralina. Esse poema apresenta uma aparente
contradição na caracterização do livro à medida que se afirma:
a) que o livro foi escrito por uma mulher e a autora chama-se Cora Coralina.
b) na 1ª estrofe, que a autora poetiza a vida e, na última, que o livro não é de poesia.
c) que a escrita do livro seria um modo diferente de contar velhas estórias.
d) ter a autora recriado a sua própria vida por meio da escritura do livro em questão.
e) tratar-se de três livros distintos, o que se percebe pela divisão do poema em três estrofes.
QUEstão 59
Atentando para as construções dos sentidos apreendidos, ao longo do poema, nota-se que todas
as opções abaixo ilustram linguagem figurada, EXCETO:
a) ―Este livro foi escrito / por uma mulher‖ (v. 1,2).
b) ―que no tarde da Vida‖ (v.3).
c) ―Que fez a escalada da/ Montanha da Vida‖ (v. 8, 9).
d) ―removendo pedras ― (v. 10).
e) ―e plantando flores‖ (v. 11).
QUEstão 60
Assinale a alternativa correta. Quanto à tipologia textual predominante no texto II, nota-se
que ela está corretamente indicada e justificada na seguinte opção:
a) dissertativa, em função da defesa de um ponto de vista por meio de argumentos.
b) narrativa, pois nota-se a presença de uma sequência progressiva de ações.
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QUEstão 61
Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via
a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida,
chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio,
para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era
exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer
lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do vôo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o
lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que
algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável:
a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente
porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas,
seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo
outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a
classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade,
ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora:
―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão.
Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E
sem óbitos durante o voo.
A partir de uma leitura global do texto, assinale a alternativa correta.
a) a tripulação do avião resolveu colocar a passageira morta na primeira classe porque sabia que esse
seria o desejo dela.
b) embora tenha ocorrido um óbito durante o voo, a narrativa privilegia o desejo de voar na primeira
classe do personagem principal.
c) o negócio importante fechado pelo personagem principal em Nova Délhi só foi possível porque
ele viajaria de primeira classe.
d) no voo em questão, tanto a primeira classe quanto a econômica possuíam inúmeros lugares
vazios.
e) a gratidão dos parentes foi justa porque o personagem principal foi o responsável pela colocação,
na primeira classe, da mulher morta.
QUEstão 62
Com a frase “Ou pelo menos estava no começo do voo.”, que introduz o terceiro parágrafo, o
autor sugere ao leitor que a situação descrita anteriormente:
a) seria alterada.
b) era muito comum.
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c) fora preservada.
d) não agradava.
e) era merecida.
QUEstão 63
Embora não sejam originariamente vocábulos da Língua Portuguesa, as palavras “upgrade” e
“downgrade”, presentes no quarto parágrafo, têm seus sentidos apreendidos, mantendo uma
relação entre si. Assim, pelo contexto, devem ser entendidas como termos:
a) equivalentes.
b) complementares.
c) polivalentes.
d) opostos.
e) pejorativos.
QUEstão 64
terceiro parágrafo, a oração “A tripulação optara por colocá-la na primeira classe” pode ser
reescrita de várias outras formas sem grandes alterações de sentido. Assinale a opção em que,
ao reescrever, comete-se um erro no emprego dos pronomes.
a) Ela foi colocada na primeira classe pela tripulação.
b) Os membros da tripulação colocaram-na na primeira classe.
c) A tripulação colocou-a na primeira classe.
d) A tripulação colocá-la-ia na primeira classe.
e) A tripulação optou por colocar ela na primeira classe.
QUEstão 65
No último parágrafo, o trecho “Que tem seu lugar garantido no céu” ilustra uma figura de
linguagem conhecida como:
a) hipérbole.
b) personificação.
c) metonímia.
d) eufemismo.
e) comparação.
QUEstão 66
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar
ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
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QUEstão 67
O narrador emprega, no primeiro parágrafo, a construção “Nos começos chutava tudo o
que achava.” que evidencia uma construção incomum marcada por uma atípica flexão de
número. Esse emprego expressivo sugere que:
a) o personagem não pode delimitar quando a mania começou.
b) é impossível precisar o local em que ocorreu o primeiro chute.
c) não se trata de uma atitude exclusiva do personagem narrador.
d) não houve um início, de fato, para a prática dessa mania.
e) foram várias situações em que se chutava tudo que achava.
QUEstão 68
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Ao longo do texto a visão que o narrador tem de si é alternada com o modo pelo qual os
outros o veem. Assim, percebe-se que o rótulo de “Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§) deve-se
ao fato de o narrador:
a) dedicar-se ao chute de tampinhas.
b) ler o livro de um autor famoso.
c) ter uma péssima fama no bairro.
d) passar a cumprimentar as senhoras.
e) conseguir um emprego noturno.
QUEstão 69
No terceiro parágrafo, no trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso
coesivo que confere expressividade ao texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
e) sinonímia.
QUEstão 70
No nono parágrafo, ao referir-se à moça que sentou a seu lado no lotação, o narrador
revela uma visão:
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.
QUEstão 71
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
A partir da leitura atenta do texto, percebe-se um posicionamento sobre o tema e é
possível concluir que:
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QUEstão 72
QUEstão 73
Na fala “Quase tudo, só falta A cidade sitiada e A legião estrangeira”, o vocábulo em
destaque denota um sentido de:
a) retificação.
b) explicação.
c) exclusão.
d) adição.
e) anulação.
QUEstão 74
Em função do contexto em que os fatos são contados, a percepção sensorial é explorada.
Desse modo, um dos sentidos ganha potencial expressividade. Trata-se:
a) da audição.
b) do olfato.
c) do tato.
d) do paladar.
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e) da visão.
QUEstão 75
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
QUEstão 76
Texto II
Maria chorando ao telefone
O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por
mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz:
é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois
a voz era claramente de choro contido. ―Porque você escreveu dizendo que não ia mais
escrever romances.‖ ―Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou
três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?― ―Quase tudo, só falta A
cidade sitiada e A legião estrangeira.‖ ―Não chore, venha buscar aqui os dois livros.‖
―Não vou não, vou comprar.‖ ‖Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois
livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.‖ [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
No trecho “e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala,”,
percebe-se uma clara intenção da narradora que corresponde:
a) ao desejo de não mais escrever seus romances.
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QUEstão 79
No trecho “Você está bobeando”, percebe-se que, com o emprego do pronome de
tratamento, a autora consegue
a) dirigir-se aos leitores de modo geral.
b) fazer referência a um interlocutor específico.
c) criar uma intervenção formal no diálogo.
d) afastar-se de um projeto de leitor ideal.
e) mostrar que não tem intimidade com quem fala.
QUEstão 80
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
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Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros
de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
QUEstão 81
Ao representar os irmãos, o texto estabelece uma oposição básica entre dois
comportamentos que os caracterizam. Assinale a alternativa em que se transcrevem dois
fragmentos que evidenciem esse contraste.
a) ―Chutar tampinhas que encontro no caminho‖ (2º§)/ ―-Bom rapaz. Bom rapaz.‖ (6º§).
b) ―Meu irmão, tino sério, responsabilidades‖(3º§)/ ―Faço serão, fico até tarde.‖ (8º§).
c) ―Você é um largado.‖ (4º§)/ ―Como se estivesse me interessando‖ (7º§).
d) ―Meio burguês, metido a sensato.‖ (3º§)/ ―Aluado, farrista‖ (5º§).
e) ―Cá no bairro minha fama andava péssima.‖ (5º§)/ ―Onde se viu essa, agora!‖ (4º§).
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
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Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros
de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
O narrador emprega, no primeiro parágrafo, a construção “Nos começos chutava tudo o
que achava.” que evidencia uma construção incomum marcada por uma atípica flexão de
número. Esse emprego expressivo sugere que:
a) o personagem não pode delimitar quando a mania começou.
b) é impossível precisar o local em que ocorreu o primeiro chute.
c) não se trata de uma atitude exclusiva do personagem narrador.
d) não houve um início, de fato, para a prática dessa mania.
e) foram várias situações em que se chutava tudo que achava.
QUEstão 82
Ao longo do texto a visão que o narrador tem de si é alternada com o modo pelo qual os
outros o veem. Assim, percebe-se que o rótulo de “Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§) deve-se
ao fato de o narrador:
a) dedicar-se ao chute de tampinhas.
b) ler o livro de um autor famoso.
c) ter uma péssima fama no bairro.
d) passar a cumprimentar as senhoras.
e) conseguir um emprego noturno.
QUEstão 83
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trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso coesivo que confere
expressividade ao texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
e) sinonímia.
QUEstão 84
No nono parágrafo, ao referir-se à moça que sentou a seu lado no lotação, o narrador
revela uma visão:
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.
QUEstão 85
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...] Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um
enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho
às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
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(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Ao representar os irmãos, o texto estabelece uma oposição básica entre dois
comportamentos que os caracterizam. Assinale a alternativa em que se transcrevem dois
fragmentos que evidenciem esse contraste.
a) ―Chutar tampinhas que encontro no caminho‖ (2º§)/ ―-Bom rapaz. Bom rapaz.‖ (6º§).
b) ―Meu irmão, tino sério, responsabilidades‖(3º§)/ ―Faço serão, fico até tarde.‖ (8º§).
c) ―Você é um largado.‖ (4º§)/ ―Como se estivesse me interessando‖ (7º§).
d) ―Meio burguês, metido a sensato.‖ (3º§)/ ―Aluado, farrista‖ (5º§).
e) ―Cá no bairro minha fama andava péssima.‖ (5º§)/ ―Onde se viu essa, agora!‖ (4º§).
QUEstão 86
O narrador emprega, no primeiro parágrafo, a construção “Nos começos chutava tudo o
que achava.” que evidencia uma construção incomum marcada por uma atípica flexão de
número. Esse emprego expressivo sugere que:
a) o personagem não pode delimitar quando a mania começou.
b) é impossível precisar o local em que ocorreu o primeiro chute.
c) não se trata de uma atitude exclusiva do personagem narrador.
d) não houve um início, de fato, para a prática dessa mania.
e) foram várias situações em que se chutava tudo que achava.
QUEstão 87
Ao longo do texto a visão que o narrador tem de si é alternada com o modo pelo qual os
outros o veem. Assim, percebe-se que o rótulo de “Bom rapaz. Bom rapaz.” (6º§) deve-se
ao fato de o narrador:
a) dedicar-se ao chute de tampinhas.
b) ler o livro de um autor famoso.
c) ter uma péssima fama no bairro.
d) passar a cumprimentar as senhoras.
e) conseguir um emprego noturno.
QUEstão 88
No terceiro parágrafo, no trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso
coesivo que confere expressividade ao texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
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e) sinonímia.
QUEstão 89
No nono parágrafo, ao referir-se à moça que sentou a seu lado no lotação, o narrador
revela uma visão:
a) objetiva.
b) depreciativa.
c) idealizada.
d) contestadora.
e) indiferente.
QUEstão 90
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
CADERNO DE QUESTÕES
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Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
O texto começa a estabelecer uma lógica sobre a ideia de maturidade que, ao final, é
desconstruída. Isso fica marcado, de modo descontraído, principalmente porque:
a) há um questionamento sobre a felicidade dos imaturos.
b) é feito um apelo a Deus pela maturidades dos maduros.
c) o maduro começa a escovar os dentes cada vez mais depressa.
d) os imaturos sentem inveja da vida dos maduros.
e) os maduros revelam uma certeza em relação ao futuro.
QUEstão 91
Em “O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.” (19º§), para provocar
expressividade, foi empregada uma figura de estilo que se caracteriza, sobretudo:
a) pela comparação implícita entre objetos concretos.
b) por uma associação lógica de uma parte que remete ao todo.
c) pela tentativa de suavização de uma ideia considerada ilógica.
d) pelo emprego de palavras que apontam para sentidos contrários.
e) pela atribuição de características humanas a seres inanimados.
QUEstão 92
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
QUEstão 93
A ideia de plural proposta pelo pronome do título não concorda com o termo
“maturidade”, mas com as ideias do subtítulo. A “prudência” é uma delas. Seria um
exemplo dessa característica a seguinte atitude descrita no texto:
a) ―Mas já é capaz de assistir à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.‖ (4º§)
b) ―É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.‖ (5º§)
c) ―Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão, finalmente,
acabando.‖(8º§)
d) ―Se pega pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.‖
(15º§)
e) ―O homem maduro faz palavras cruzadas!‖ (13º§)
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 94
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.
QUEstão 95
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina:
―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
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QUEstão 96
Considere o fragmento abaixo para responder a questão seguinte.
“as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se balançavam
indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes.”(1º§)
O termo em destaque é uma locução adjetiva que se relaciona, por dependência sintática,
com o seguinte vocábulo:
a) ―rigidez‖.
b) ―imobilizam‖.
c) ―morta‖.
d) ―indolentes‖.
e) ―reta‖.
QUEstão 97
Na passagem “diz ele com a sua voz agourenta.“ (2º§), o pronome destacado tem como
referente:
a) narrador.
b) mar
c) leitor.
d) vento.
e) casuarina.
QUEstão 98
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
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Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O texto começa a estabelecer uma lógica sobre a ideia de maturidade que, ao final, é
desconstruída. Isso fica marcado, de modo descontraído, principalmente porque:
a) há um questionamento sobre a felicidade dos imaturos.
b) é feito um apelo a Deus pela maturidades dos maduros.
c) o maduro começa a escovar os dentes cada vez mais depressa.
d) os imaturos sentem inveja da vida dos maduros.
e) os maduros revelam uma certeza em relação ao futuro.
QUEstão 99
maduro é de uma imaturidade a toda prova.” (19º§), para provocar expressividade, foi
empregada uma figura de estilo que se caracteriza, sobretudo:
a) pela comparação implícita entre objetos concretos.
b) por uma associação lógica de uma parte que remete ao todo.
c) pela tentativa de suavização de uma ideia considerada ilógica.
d) pelo emprego de palavras que apontam para sentidos contrários.
e) pela atribuição de características humanas a seres inanimados.
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QUEstão 100
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
A presença do verbo “começando” permite ao leitor inferir a seguinte postura do maduro.
a) sempre sentiu inveja dos imaturos.
b) acha que a vida dos imaturos é pior.
c) nunca desejou a vida dos imaturos.
d) espera que sua vida madura melhore.
e) acreditava antes que sua vida era melhor.
QUEstão 01
Texto I
(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30,
n.176, out. 2001)
A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu
emprego justificado pela seguinte razão:
a) introduz uma opinião contrária à do autor.
b) ratifica a informação imediatamente anterior.
c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.
d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.
e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.
QUEstão 02
Notícia de jornal
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem
socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante setenta
e duas horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância
do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar
auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que
o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em
homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal
sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre
de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um
bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem seu
destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao
lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até
mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome,
sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer
de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu
de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de
fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer
senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse,
para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que
morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro mais
movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome.
Morreu de fome.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. ―Presumíveis‖ é adjetivo e indica que não se tem certeza da idade do homem que morreu.
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II. ―Escarmento‖ é substantivo concreto e pode ser substituído no texto por ―indignação‖.
QUEstão 03
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O cronista considera que o homem era um vagabundo, um mendigo, um bicho e, por isso, seu
destino era previsível.
II. Ao atribuir o adjetivo ―pleno‖ a ―centro‖ e ―rua‖, o cronista destaca o descaso das pessoas.
QUEstão 04
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não
conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
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mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Com base na leitura, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
I. O sufixo ―inho‖ marca o grau diminutivo do substantivo ―muro‖ e tem, no texto, um efeito
semântico pejorativo.
II. ―Consternação‖ é um substantivo concreto e pode, no texto, ser substituído por ―raiva‖.
a) As afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas a afirmativa I é correta.
c) Apenas a afirmativa II é correta.
d) Nenhuma afirmativa é correta.
QUEstão 05
Texto I
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
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QUEstão 06
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça:
―Será que vou conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando
necessários.
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Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar
durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto.
Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer
prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um
problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o
adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a
escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo
raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado
crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua
saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos
ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de
planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos
desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade,
conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
A palavra “Desesperadas”, no início do quinto parágrafo, refere-se ao substantivo
“jovens” e deve ser classificada morfologicamente como:
a) advérbio.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) verbo.
QUEstão 07
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
Dentre as palavras abaixo, presentes no trecho em análise, assinale a única que NÃO pode
ser classificada como adjetivo.
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a) grisalha.
b) xadrez.
c) azuis.
d) jeans.
QUEstão 08
QUEstão 09
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:
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1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2
funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3
carros muito velozes
QUEstão 10
No título do texto, são empregadas duas palavras que devem ser classificadas, pela ordem em
que aparecem como:
a) substantivo e adjetivo.
b) advérbio e substantivo.
c) substantivo e advérbio.
d) adjetivo e substantivo.
QUEstão 11
Texto I
Entre palavras
Entre coisas e palavras – principalmente palavras – circulamos. A maioria delas não figura nos
dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tornar
conhecimento de novas palavras e combinações de.
Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu
ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele
não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete,
o linóleo, o nylon, o nycron, o diafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em
1940?
Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, a Velosolex, o biquíni, o
módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o
som pop, a arte pop, as estruturas e a infraestrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o
Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o mass media, o
Ibope, a renda per capita, a mixagem.
Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o
superego, a Futurologia, a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a Unesco, o
Isop, a OEA, e a ONU. Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a
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QUEstão 12
Texto II
Ressalva
Este livro
Foi escrito por uma mulher
Que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando fores.
Este livro:
Versos ... Não
Poesia ... Não.
um modo diferente de contar velhas estórias.
No último verso, considerando-se o contexto, o adjetivo “velhas” poderia ser adequadamente
substituído por:
a) raras.
b) antigas.
c) pobres.
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d) idosas.
e) tristes.
QUEstão 13
Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via
a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida,
chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio,
para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era
exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer
lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o
lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que
algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável:
a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente
porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas,
seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo
outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a
classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade,
ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora:
―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão.
Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E
sem óbitos durante o vôo
QUEstão 14
Considere as palavras destacadas na frase abaixo e assinale a alternativa em que se indica,
respectivamente e de modo correto, sua classificação morfológica.
“Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe.” (1º§)
a) numeral e numeral.
b) numeral e pronome.
c) artigo e numeral.
d) pronome e numeral.
e) artigo e pronome.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada
mais serve.(5º§)
As palavras ganham sentido no contexto em que estão inseridas. Desse modo, pode-se concluir
que o advérbio “Ali” é uma expressão locativa que faz referência:
a) à primeira classe.
b) ao avião.
c) à classe econômica.
d) a Nova Délhi.
e) ao aeroporto.
QUEstão 15
Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve.(5º§)
A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:
a) consequência.
b) tempo.
c) concessão.
d) finalidade.
e) causa.
QUEstão 16
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar
ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
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Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel
de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras,
sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.
QUEstão 17
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução
conjuntiva que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
QUEstão 18
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
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Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso
de uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor
semântico de:
a) adição.
b) conclusão.
c) explicação.
d) alternância.
e) oposição.
QUEstão 19
QUEstão 20
QUEstão 21
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de
grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem
diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário: Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros
de ficção científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.
QUEstão 22
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A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução
conjuntiva que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
QUEstão 23
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao
longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...] Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um
enorme anel de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho
às outras, sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fino.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
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a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.
QUEstão 24
A oração “Depois que arrumei ocupação à noite,”(5º§) é introduzida por uma locução
conjuntiva que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:
a) porquanto.
b) conforme.
c) embora.
d) quando.
e) pois.
QUEstão 25
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
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A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
No terceiro parágrafo, o vocábulo destacado em “E o amarrar do sapato pode ser mais
tranquilo,” deve ser classificado morfologicamente como:
a) verbo.
b) adjetivo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) pronome.
QUEstão 26
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
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Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
No terceiro parágrafo, o vocábulo destacado em “E o amarrar do sapato pode ser mais
tranquilo,” deve ser classificado morfologicamente como:
a)
verbo.
b) adjetivo.
c) substantivo.
d) advérbio.
e) pronome.
QUEstão 28
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
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O termo em destaque é uma locução adjetiva que se relaciona, por dependência sintática,
com o seguinte vocábulo:
a) ―rigidez‖.
b) ―imobilizam‖.
c) ―morta‖.
d) ―indolentes‖.
e) ―reta‖.
QUEstão 29
O emprego dos artigos, no título do texto, cumpre papel expressivo à medida que
representam um sentido de:
a) especificação.
b) equivalência.
c) suavização.
d) relativização.
e) generalização.
QUEstão 30
Texto
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
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QUEstão 31
Texto
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
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morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
O emprego dos artigos, no título do texto, cumpre papel expressivo à medida que
representam um sentido de:
a) especificação.
b) equivalência.
c) suavização.
d) relativização.
e) generalização.
QUEstão 32
O vocábulo “também”, que introduz o terceiro parágrafo, contribui para a progressão das
ideias estabelecendo um sentido de:
a) retificação.
b) conclusão.
c) adição.
d) oposição.
e) explicação.
QUEstão 33
Texto I
Aquilo por que vivi
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio
de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade.
Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso
instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.
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Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase - um êxtase tão grande que, não
raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria.
Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão - essa solidão terrível
através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse
abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa
miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam.
Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para vida humana, foi
isso que - afinal - encontrei.
Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos
homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força
pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um
pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
Amor e conhecimento, até o ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo
ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam
em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos
desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e
sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por
aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.
Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom
grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.)
Em “Com paixão igual, busquei o conhecimento.” (3°§), a expressão destacada cumpre, na
oração em que se encontra, papel:
a) adjetivo
b) adverbial
c) substantivo
d) verbal
QUEstão 34
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
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QUEstão 35
Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
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Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando
estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
O emprego da construção destacada em “Mas naquele instante, diante da amiga amada”
(1º§), permite ao leitor concluir que se trata de:
a) um momento posterior ao da enunciação.
b) uma referência ao passado
c) uma ação simultânea à enunciação.
d) uma ação descrita como possibilidade.
QUEstão 36
Assinale a opção em que NÃO se destaca um exemplo de locução adverbial.
a) ―Com atenção não seria difícil descobrir‖ (1º§)
b) ―Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas‖ (4º§)
c) ―para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar.‖ (5º§)
d) ―é o prêmio dos que muito souberam amar.‖ (5º§)
QUEstão 37
Texto II
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QUEstão 38
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a
boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que
devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado.
O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o
paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja
feio, bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo
repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o
guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o
táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a
corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à
parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
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Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a
farmácia é no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma
peixaria. Enxame de moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e
bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria,
sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus
bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de
nascença. O endereço na carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as
calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no
corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na
mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando
no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario
levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que
alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no
peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem
morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns
moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver.
Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão.
A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se
às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
No primeiro parágrafo, a oração “Dario vem apressado. guarda-chuva no braço
esquerdo.” revela, por meio do adjetivo em destaque, uma característica:
a) típica de Dario ao longo do texto
b) comum a todos os demais passantes
c) exclusiva de pessoas que passam mal
d) circunstancial, momentânea de Dario
QUEstão 39
Texto I
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
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determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
O conectivo que introduz o segundo parágrafo expressa uma oposição entre:
a) a casa da gente e a casa dos outros.
b) os que não têm casa e os que a possuem.
c) o mundo interior e o mundo exterior.
d) o nosso jeito de ser e o jeito de morar.
QUEstão 40
Considerado a estrutura das palavras abaixo, percebe-se que em todas elas os prefixos
aproximam-se quanto ao valor semântico, EXCETO em uma. Assinale-a.
a) ―impróprias‖
b) ―desníveis‖
c) ―coabitamos‖
d) ―irregulares‖
QUEstão 41
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QUEstão 42
Texto I
A Angústia
Quem não sabe como vencer o estado de angústia, dê uma olhada para o desespero
alheio.
Aos ouvidos das lebres chega, de repente, um violento estrépito1. Elas então pensam
ter chegado a hora de pôrtermo à vida porque não sabiam como livrar-se de tanto temor.
Assim, (apavoradas), chegam à beira de uma lagoa com o intento de lançaram-se na
água e afogarem-se.
À chegada daquele batalhão de lebres, as rãs fogem aterrorizadas. Então uma das
lebres fala: ―Há gente com medo de nós. Vamos prosseguir vivendo como todos os
outros fazem.‖
Refeitas do susto, as lebres retomaram a sua vida de rotina saltitante.
1
barulho
(Fedro, Fábulas. São Paulo: Editora Escala, 2008 )
Em todas as alternativas abaixo, encontram-se destacados exemplos de
adjetivos, EXCETO:
a) ―um violento estrépito‖ (2°§)
b) ―Assim, (apavoradas),‖
c) ―as rãs fogem aterrorizadas‖
d) ―de rotina saltitante‖
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QUEstão 43
No texto, o substantivo que, no singular, expressa a ideia de conjunto é:
a) ―estado‖ (1°§)
b) ―batalhão‖ (4°§)
c) ―rãs‖ (4°§)
d) ―vida‖ (5°§
QUEstão 44
Texto
Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria – mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.
Dentre as opções abaixo, assinale aquela cuja palavra possua a mesma classe gramatical
da que se encontra destacada acima.
a) ―Ninguém‖
b) ―posta‖
c) ―fotos‖
d) ―tristes‖
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QUEstão 45
QUEstão 46
Leia o trecho da obra A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa, e identifique a
qual circunstância as palavras destacadas estão se referindo respectivamente:
“Minha irmã se casou; nossa mãe não quis festa. A gente imaginava nele, quando se comia
uma comida mais gostosa; assim como, no gasalhado da noite, no desamparo dessas noites
de muita chuva, fria, forte, nosso pai só com a mão e uma cabaça para ir esvaziando a
canoa da água do temporal. As vezes. algum conhecido nosso achava que eu ia ficando
mais parecido com nosso pai.”
a) Modo - tempo - comparação
b) Comparação - modo - tempo
c) Tempo - comparação - tempo
d) Comparação - tempo – comparação
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QUEstão 47
QUEstão 50
a) Adjetivo;
b) Substantivo;
c) Artigo;
d) Advérbio
.
QUEstão 51
QUEstão 53
Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa que indica o correto plural do
substantivo beija flor.
a) Beijas flores
b) Beijas flor
c) Beijas flores
d) Beija flores
QUEstão 54
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma
- como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos
inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma,
medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
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que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não
ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações
semânticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda
mulher nem um homem poderoso.” (4°§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
QUEstão 55
No primeiro parágrafo do texto, a autora lista uma série de “medos”. Todos os termos
indicados abaixo estão regidos por esse substantivo, EXCETO:
a) ―de não estar bem enquadrados,‖
b) ―de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos‖
c) ―de não ter feito a viagem certa‖
d) ―de um clube mais chique,‖
e) ―de não ser livres.‖
QUEstão 56
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
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na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações
semânticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda
mulher nem um homem poderoso.” (4°§), a conjunção em destaque classifica-se como:
a) conclusiva
b) aditiva
c) explicativa
d) adversativa
e) alternativa
QUEstão 57
Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
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profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
No trecho “Barba é importante. Sempre foi.” (2°§), o autor apresenta duas afirmações que
assumem um sentido generalizante, podendo ser entendidas como verdades absolutas.
Contribuíram para esse valor os seguintes recursos linguísticos:
a) O substantivo ―Barba‖, na primeira oração e sua omissão na segunda.
b) O emprego do adjetivo ―importante‖ e as frases curtas.
c) O uso do presente do indicativo e do advérbio ―sempre‖.
d) A omissão do sujeito e do predicativo na segunda oração.
e) A construção de períodos simples e a omissão de um dos sujeitos.
QUEstão 58
Aprendendo a pensar
(Frei Beto)
Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,
distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
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QUEstão 59
O vocábulo “a” que está presente no título possui a mesma classificação morfológica do
que se encontra destacado em:
a) ―Ocorre que a educação não investe‖ (4°§)
b) ―A mais velha tinha quatro anos...― (5°§)
c) ―A mãe lia para ele histórias infantis‖ (6°§)
d) ―o menino começou a ler antes‖ (6°§)
QUEstão 01
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Texto II
QUEstão 02
QUEstão 03
b) Regional
c) Científica
d) Literária
QUEstão 04
COMUNIDADES - DAS PRIMEIRAS ÀS NOVAS LEITURAS DO CONCEITO
(...)
Por meio dos autores reunidos por Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade
remete ao sentimento de vida em comum fundado nas relações de parentesco e
vizinhança, baseado na reciprocidade, norteado por laços afetivos que ligam indivíduos
que convivem em um mesmo espaço físico e nele adquirem os recursos básicos para a
sua subsistência. Cada um dos autores apresentados por Fernandes atribui valor a um ou
outro dos atributos. Mas, se pudéssemos identificar um tipo ideal de comunidade, no
sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa que indica a variante linguística
presente.
a) Regional
b) Vulgar
c) Culta
d) Literária
QUEstão 05
Sonhos
Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
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você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.
QUEstão 06
da dor e do sofrimento dessa condição trágica, estão dispostos a reconhecer de que lado
estão. Como disse Francisco Bosco referindo-se ao dilema entre o interesse público e o
privado, em seu escrito neste jornal, semana passada, é o princípio da soberania
decisória sobre a vida privada que deve prevalecer. É a mesma, nossa opinião.
(Gilberto Gil, O Globo, 15/10/2013)
Quanto à observação das diversas modalidades de uso da língua, percebe-se que o texto de
Gil apresenta:
a) predomínio de registro informal em uma tentativa de aproximar o leitor do posicionamento
defendido.
b) uma linguagem simbólica, comumente explorada em suas canções, com o objetivo de revelar
a subjetividade de seu discurso.
c) a opção por um vocabulário predominantemente técnico em acordo com a temática jurídica
explorada.
d) um registro coloquial, que lança mão de gírias e traços típicos de sua região de origem.
e) predominantemente, a variante formal da língua em adequação ao tipo de texto que produz e
ao veículo em que é publicado.
QUEstão 07
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Assinale abaixo a alternativa que não apresenta um problema gramatical da mesma natureza
daquele que ocorre no verso “Com sodade do nordeste”:
a) Eu adoro pão com mortandela.
b) Dei uma esmola ao mendingo.
c) Ela nunca tira a sobrancelha.
d) Pegue a bandeija e sirva os convidados.
QUEstão 09
QUEstão 01
Texto
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
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QUEstão 02
I. A vírgula depois do verbo ―compareci‖ está incorreta, pois separa o sujeito do predicado.
II. Há um problema de regência: o correto seria ―a cerimônia à que compareci‖.
QUEstão 03
Assinale a alternativa em que as duas palavras devem ser obrigatoriamente acentuadas.
a) Critica – sofa.
b) Violencia – reporter.
c) Enfase – vivencia.
d) Especifica – lamentavel.
QUEstão 04
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
a) Os candidatos que se atrasarem, estarão automaticamente desclassificados.
b) Ele pediu um sorvete e eu uma fatia de pudim.
c) Os livros que foram indicados no edital estão esgotados nas livrarias.
d) Minha mãe disse: -Filha seja mais responsável!
QUEstão 05
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta.
a) As pessoas que desejarem se inscrever devem acessar o site até dia 15.
b) Pedi a meu amigo José, que me envie seu currículo.
c) O rapaz chegou a tempo porém, não embarcou no trem.
d) Assustado o garoto negou à professora, sua travessura.
QUEstão 06
Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
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Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de
reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)
Dentre as palavras abaixo, presentes no texto, assinale a opção cujo vocábulo é acentuado
por uma regra diferente da que justifica a acentuação dos demais.
a) cérebro.
b) indivíduo.
c) únicos.
d) achávamos.
e) diagnóstico.
QUEstão 07
Texto II
Família
(Titãs, fragmento)
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
Nos três primeiros versos, as vírgulas foram usadas para:
a) indicar uma sequência infinita de termos.
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QUEstão 08
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:
1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
Em “nas ruas dos Jardins1" (4º§), a palavra em destaque foi escrita com letra maiúscula por se
tratar de:
a) um erro de grafia.
b) um destaque do autor
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c) um substantivo próprio.
d) um substantivo coletivo.
QUEstão 09
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
Utilize o Texto I para responder a questão.
O emprego das reticências no título, sugere:
a) a incapacidade do autor em completar a ideia.
b) a caracterização de uma enumeração infinita.
c) um convite para que o leitor reflita sobre o tema.
d) a sinalização de um questionamento do leitor.
e) a representação de uma ideia polêmica.
QUEstão 10
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
QUEstão 11
Texto
Minhas
Maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
O emprego da vírgula justifca-se por:
a) isolar uma oração subordinada adverbial.
b) marcar a presença de um aposto explicativo.
c) separar orações coordenadas assindéticas.
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QUEstão 12
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte:
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.” (17º§)
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QUEstão 13 Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. Homem maduro não bebe, vai à
praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. A maturidade faz com que
ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
Considere o fragmento abaixo para responder a questão:
―Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.‖ (17º§)
O emprego da vírgula justifica-se por:
a) isolar uma oração subordinada adverbial.
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QUEstão 14
Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo
na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou,
em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em
18/09/16)
A pontuação empregada em “Das pessoas. Da própria família. Dos amigos.” (3º§) cumpre
um papel expressivo ao gerar o seguinte efeito:
a) ritmo mais rápido do que com o emprego das vírgulas
b) ênfase a cada um dos termos da enumeração
c) hierarquização de valor aos termos da enumeração
d) ressignificação do sentido dos termos empregados
e) atribuição e valor imperativo aos termos enumerados
QUEstão 15
Texto
Setenta anos, por que não?
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Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na
poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em
horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a
“beleza” ” (3º§) permitem a leitura de uma crítica à ideia de que:
a) cada idade tem sua beleza própria
b) a beleza só está associada à juventude
c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior
d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo
e) trabalhando a mente, o corpo fica belo
QUEstão 16
A pontuação empregada em “Das pessoas. Da própria família. Dos amigos.” (3º§) cumpre
um papel expressivo ao gerar o seguinte efeito:
a) ritmo mais rápido do que com o emprego das vírgulas
b) ênfase a cada um dos termos da enumeração
c) hierarquização de valor aos termos da enumeração
d) ressignificação do sentido dos termos empregados
e) atribuição e valor imperativo aos termos enumerados
QUEstão 17
Assinale a alternativa cuja frase está corretamente pontuada.
a) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu
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QUEstão 18
Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) quanto ao emprego
do acento circunflexo estabelecido pelo Novo Acordo Ortográfico.
( ) O acento permanece na grafia de 'pôde' (o verbo conjugado no passado) para diferenciá-la de
'pode' (o verbo conjugado no presente).
( ) O acento circunflexo de 'pôr' (verbo) cai e a palavra terá a mesma grafia de 'por' (preposição),
diferenciando-se pelo contexto de uso.
( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos crer, dar, ler, ter, vir e seus derivados.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V F F
b) F V F
c) F F V
d) F VV
QUEstão 19
Assinale a locução que não deve ser grafada com hífen de acordo com o Novo Acordo
Ortográfico.
a) cor-de-rosa
b) pingue-pongue
c) mato-grossense
d) manda-chuva
QUEstão 20
Texto I
A Angústia
Quem não sabe como vencer o estado de angústia, dê uma olhada para o desespero
alheio.
Aos ouvidos das lebres chega, de repente, um violento estrépito1. Elas então pensam
ter chegado a hora de pôrtermo à vida porque não sabiam como livrar-se de tanto temor.
Assim, (apavoradas), chegam à beira de uma lagoa com o intento de lançaram-se na
água e afogarem-se.
À chegada daquele batalhão de lebres, as rãs fogem aterrorizadas. Então uma das
lebres fala: ―Há gente com medo de nós. Vamos prosseguir vivendo como todos os
outros fazem.‖
Refeitas do susto, as lebres retomaram a sua vida de rotina saltitante.
1
barulho
(Fedro, Fábulas. São Paulo: Editora Escala, 2008 )
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QUEstão 21
Minhas maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
Mario Prata
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
(...)
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
(...)
Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? Muda muito de opinião.
Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
(...)
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda,
2001, pág. 99.
Analise a afirmativa abaixo e assinale a alternativa que apresenta erro de língua
portuguesa.
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“E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.”
a) o amarrar
b) menos incômoda
c) do sapato
d) mais tranqüilo
QUEstão 22
QUEstão 23
Leia a afirmativa abaixo, retirada do texto, e assinale a resposta correta:
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QUEstão 24
Abaixo se apresenta um trecho da obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, com
várias opções de pontuação. Assinale a alternativa em que todas as vírgulas estão
colocadas corretamente.
a) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, mantinham em tensão os
carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.
b) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, mantinham em tensão os
carros, avançando recuando como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.
c) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal, da embraiagem, mantinham em tensão os
carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos, que sentissem vir no ar a chibata.
d) Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem mantinham em tensão, os
carros avançando recuando, como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.
QUEstão 25
Que é Segurança do Trabalho?
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança,
Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas,
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação,
Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência
de Riscos.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes
profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da empresa
constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tomar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, leis complementares,
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QUEstão 26
O novo acordo ortográfico nos apresentou algumas alterações de acentuação de palavras
em Língua Portuguesa. Leia as alternativas abaixo e assinale a que apresenta somente
palavras acentuadas corretamente.
a) Seqüência, idéia, caráter, bóia, saúde.
b) Sequência, idéia, carater, bóia, saúde
c) Sequência, ideia, caráter, boia, saúde.
d) Seqüência, ideia, caráter, bóia, saude.
QUEstão 27
QUEstão 28
Leia as opções abaixo e assinale a alternativa que não apresenta erro ortográfico.
a) Plocrastinar - idiossincrasia - abduzir
b) Proclastinar - idiosincrasia - abduzir
c) Plocrastinar- idiossincrasia - abiduzir
d) Procrastinar – idiossincrasisia-abduzir
QUEstão 29
sentido weberiano do termo, a partir dos diversos autores reunidos por Fernandes, esta
teria: base territorial comum, fortes laços afetivos, reciprocidade, autonomia política e
econômica e subordinação do individual ao social.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais. Na medida em
que compartilham determinado interesse, indivíduos podem se associar para alcançar
objetivos relacionados ao mesmo, embora não necessariamente tenham outros aspectos
de suas vidas compartilhados, tais como relações de parentesco, interdependências
econômicas ou convivam numa mesma base territorial. Portanto, o conceito de
sociedade é mais amplo e inclui o de comunidade.
Essa diferenciação conceituai vem à tona a partir do aprofundamento do processo da
divisão social do trabalho. A fragmentação das atividades laborais, a prevalência do
contrato sobre o status, a multiplicação dos grupos formais, a passagem da família para
o Estado como forma de organização social predominante e a ampliação e
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Leia a frase abaixo e assinale a alternativa correta. Por meio dos autores reunidos por
Fernandes, percebe-se que a ideia de comunidade remete ao sentimento de vida em
comum fundado nas relações de parentesco e vizinhança, baseado na reciprocidade,
norteado por laços afetivos que ligam indivíduos que convivem em um mesmo espaço
físico e nele adquirem os recursos básicos para a sua subsistência.
a) A palavra ―ideia‖ apresenta erro de acentuação gráfica;
b) A virgula após a palavra ―vizinhança‖ deve deixar de existir, pois apresenta erro de
pontuação;
c) A palavra ―indivíduos‖ está escrita errada por não existir mais o acento, segundo a nova
reforma ortográfica;
d) Segundo o novo acordo ortográfico as palavras estão acentuadas corretamente.
QUEstão 30
Assinale a alternativa que não indica problema de pontuação.
a) A comunicação, é muito importante para a convivência em comunidade.
b) A comunicação é muito importante para a convivência em comunidade.
c) A comunicação é muito importante, para a convivência em comunidade.
d) A comunicação, é muito importante, para a convivência em comunidade.
QUEstão 31
Aprendendo a pensar
(Frei Beto)
Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
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QUEstão 33
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz
levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do
corpo. Mas como anda a dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que
me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando
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pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta.
Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A
informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a
gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da
cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma
estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o
litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos
gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas,
abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao
encontro de tudo que não tem regra, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que
ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é
surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir,
sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não
conhece. Olhe para a sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um
turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço
diante de uma vida que, se eu me descuido, se torna repetitiva, monótona, entediante.
Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no
cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos meus dias é tão intenso que às
vezes a gente se esquece de se alimentar direito.
Considerando o contexto, percebe-se que, em todas as alternativas abaixo, a vírgula foi
empregada pela mesma razão, EXCETO em:
a) ―estava indo pouco ao cinema, conversando pouco com as pessoas‖ (2º§)
b) ―Revista, jornal, internet‖ (3º§)
c) ―abrace forte, sorria, permita que o cacem também.‖ (5º§)
d) ―Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa.‖ (3º§)
e) ―Arroz, feijão, bife, ovo.‖ (7º§)
QUEstão 34
Texto
Bem-vindo. E parabéns. Estou encantado com seu sucesso. Chegar aqui não foi fácil,
eu sei. Na verdade, suspeito que foi um pouco mais difícil do que você imagina.
Para início de conversa, para você estar aqui agora, trilhões de átomos agitados
tiveram de se reunir de uma maneira, intricada e intrigantemente providencial a fim de
criá-lo. É uma organização tão especializada e particular que nunca antes foi tentada e
só existirá desta vez. Nos próximos anos (esperamos), essas partículas minúsculas se
dedicarão totalmente aos bilhões de esforços jeitosos e cooperativos necessários para
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QUEstão 35
Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
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médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando
Veríssimo)
Em “Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos.” (5°§), a pontuação
confere um sentido expressivo ao texto, ilustrando, por parte do narrador, uma
linguagem:
a) pessimista
b) esperançosa
c) insegura
d) objetiva
QUEstão 36
Plataforma
O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o
tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se
transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que
acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que
pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se
diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora,
quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas
semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente
demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto
mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma".
"Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao
pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de
Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização
do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem
o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido.
Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da
Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares
de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que
desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor
importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de
menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que
escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio
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recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar
uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os
moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas
bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de
atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura
que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal
deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com
que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se
paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão
poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do
contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito
organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o
minueto. Carnaval de rua e organização não combinam.
Texto
O amor acaba
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
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A pontuação, no texto, cumpre um papel expressivo e delimita sua estrutura sintática. Nesse
sentido, é correto afirmar que o texto apresenta:
a) apenas duas orações absolutas.
b) dois períodos compostos.
c) apenas uma frase nominal.
d) um período simples e um composto.
e) mais de dois períodos simples.
QUEstão 38
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Texto
O amor acaba
(Paulo Mendes Campos)
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles momos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
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QUEstão 39
Texto
Roupas adequadas
Observe que a palavras “exposição” escreve-se com “-X”. Desse modo, assinale a opção em
que se ERRA na escrita da palavra ao empregar essa letra.
a) exame
b) axei
c) táxi
d) deixei
QUEstão 40
As palavras terminadas em “-ão” podem trazer dúvidas quanto à flexão de número. Por
exemplo, “estação” tem como plural, “estações”. Assinale a opção em que ERRA na
indicação do plural.
a) balão – balãos
b) alemão – alemães
c) opinião – opiniões
d) cristão – cristãos
QUEstão 41
Texto I
O que é filosofia?
Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
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outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.
―Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que
todo mundo precise?‖ (6º §)
QUEstão 42
Notícia de Jornal
(Fernando Sabino)
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor
branca, 30 anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em
pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para
finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do
Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio
ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que
o caso (morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em
homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem
ser identificado. Nada se sabe dele,senão que morreu de fome.
Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem
caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um
pária,um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa - não é um homem. E os outros
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homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas
horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo,
desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum. Passam, e o homem
continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e
sem perdão.
Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer
de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu
de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de
fome,pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer
senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento
dos outros homens.Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no
centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um
homem morreu de fome.
(Disponível
em http://www.fotolog.com.br/spokesman_/70276847/: Acesso em 10/09/14)
QUEstão 43
Sobre o fragmento a seguir, considerando as afirmativas abaixo, assinale a alternativa correta:
“O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era da alçada da
Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome” (3º §)
IV. Essa passagem ilustra um caso de discurso direto, caracterizado pela presença de
verbo dicendi ou de elocução e da conjunção integrante.
a) Somente a afirmativa IV está correta.
b) As afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Somente a afirmativa II está correta.
e) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
QUEstão 44
Texto III
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África Ocidental despertou a atenção
da comunidade internacional, mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes.
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições
sanitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a
Organização Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente
expressivo de profissionais para atuar nessas localidades afetadas.
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas
financeiros. Só 20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos
países-membros – o restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6
bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais
ênfase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e
diabetes.O departamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e
integrado a outros. Muitos profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade
da situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de
Genebra, cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central
na África Ocidental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo
Estados Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa
e Guiné, respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo
perdido conta a favor da doença.
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Os fragmentos ―somente no ano de 2013‖(5º§) e ―cidade suíça sede da OMS‖ (8º§) estão
marcados por vírgula pois:
a) são adjuntos adverbiais empregados na ordem inversa.
b) o primeiro é um adjunto adverbial deslocado e o segundo, um aposto.
c) são exemplos de apostos com caráter explicativo.
d) o primeiro é um aposto e o segundo adjunto adverbial deslocado.
e) ambos são exemplos de adjuntos adnominais deslocados.
QUEstão 45
Eficiência militar
(Historieta Chinesa)
Como toda a gente sabe, o vice-rei da província de Cantão, na China, tem atribuições
quase soberanas. Ele governa a província como reino seu que houvesse herdado de seus
pais, tendo unicamente por lei a sua vontade.
Convém não esquecer que isto se passou, durante o antigo regime chinês, na vigência
do qual, esse vice-rei tinha todos os poderes de monarca absoluto, obrigando-se
unicamente a contribuir com um avultado tributo anual, para o Erário do Filho do Céu,
que vivia refestelado em Pequim, na misteriosa cidade imperial, invisível para o grosso
do seu povo e cercado por dezenas de mulheres e centenas de concubinas. Bem.
Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô começou a
meditar nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força
armada maior rendimento militar. Mandou dobrar a ração de arroz e carne de cachorro,
que os soldados venciam. Isto, entretanto, aumentou em muito a despesa feita com a
força militar do vice-reinado; e, no intuito de fazer face a esse aumento, ele se lembrou,
ou alguém lhe lembrou, o simples alvitre de duplicar os impostos que pagavam os
pescadores, os fabricantes de porcelana e os carregadores de adubo humano - tipo dos
mais característicos daquela babilônica cidade de Cantão.
Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia
aplicado nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.
cerca de cinqüenta mil chineses, soldados das três armas, acamparam em Chu-Wei-Hu,
debaixo de barracas de seda. Na China, seda é como metim aqui.
Comandava em chefe esse portentoso exército, o general Fu-Shi-Tô que tinha começado
a sua carreira militar como puxador de tílburi* em Hong-Kong. Fizera-se tão destro
nesse mister que o governador inglês o tomara para o seu serviço exclusivo.
Este fato deu-lhe um excepcional prestígio entre os seus patrícios, porque, embora os
chineses detestem os estrangeiros, em geral, sobretudo os ingleses, não deixam,
entretanto, de ter um respeito temeroso por eles, de sentir o prestígio sobre humano dos
―diabos vermelhos‖, como os chinas chamam os europeus e os de raça europeia.
O exército de Li-Huang-Pô estava acampado havia um mês, nas ―planícies dos dias
felizes‖, quando ele se resolveu a ir assistir-lhe as manobras, antes de passar-lhe a
revista final.
O vice-rei, acompanhado do seu séquito, do qual fazia parte o seu exímio cabeleireiro
Pi-Nu, lá foi para a linda planície, esperando assistir a manobras de um verdadeiro
exército germânico. Antegozava isso como uma vítima sua e, também, como
constituindo o penhor de sua eternidade no lugar rendoso de quase rei da rica província
de Cantão. Com um forte exército à mão, ninguém se atreveria a demiti-lo dele. Foi.
O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa,
rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos
comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser
uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de
vice-rei de Cantão. Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:
(Lima Barreto)
Sobre a utilização das reticências, no penúltimo parágrafo, e o contexto em que elas aparecem
pode-se afirmar que:
a) sugerem que o vice-rei está decidido quanto à proposta do general visto que precisa manter
seu privilégios.
b) evidenciam hesitação por parte do vice-rei, que se relembra dos benefícios obtidos com a
proximidade alemã.
c) demonstram surpresa com a proposta do general, já que ambos foram amplamente
beneficiados com a proximidade dos alemães.
d) ratificam a afinidade ideológica com o exército francês, de quem pretendem copiar os
uniformes e as táticas de guerra.
QUEstão 46
Texto 1
1. O significado de ética
2. O significado de moral
A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre
diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do seu jeito o amor, o
cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente chamamos de moral. Ética
existe uma só para todos. Moral existem muitas,
consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida. Vamos dar
um exemplo. Importante é ter uma casa(ética). O estilo e a maneira de construí-la pode
variar (moral). Pode ser simples, rústica, moderna, colonial, gótica, contanto que seja
casa habitável. Assim é com a ética e a
moral.
Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam caber
inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso mínimo no qual
todos se possam encontrar. E ao mesmo tempo, respeitar as maneiras diferentes como
os povos organizam a ética, dando origem
às várias morais, vale dizer, os vários modos de organizar a família, de cuidar das
pessoas e da natureza, de estabelecer os laços de solidariedade entre todos, os estilos de
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manifestar o perdão.
A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana e à preservação da
Casa Comum, a única que temos que é o Planeta Terra.
QUEstão 47
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa
QUEstão 48
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Texto
Gente-casa
Existe gente-casa e gente-apartamento. Não tem nada a ver com tamanho: há pessoas pequenas
que você sabe, só de olhar, que dentro têm dois pisos e escadaria, e pessoas grandes com um interior
apertado, sala e quitinete. Também não tem nada a ver com caráter. Gente-casa não é
necessariamente melhor do que gente-apartamento. A casa que alguns têm por dentro pode estar
abandonada, a pessoa pode ser apenas uma fachada para uma armadilha ou um bordel. Já uma
pessoa- apartamento pode ter um interior simples mas bem ajeitado e agradável. É muito melhor
conviver com um dois quartos, sala, cozinha e dependências do que com um labirinto.
Algumas pessoas não são apenas casas. São mansões. Com sótão e porão e tudo que eles,
comportam, inclusive baús antigos, fantasmas e alguns ratos. É fascinante quando alguém que você
não imaginava ser mais do que um apartamento com, vá lá, uma suíte, de repente se revela um
sobrado com pátio interno, adega e solário. É sempre arriscado prejulgar: você pode começar um
relacionamento com alguém pensando que é um quarto-e-sala conjugado e se descobrir perdido em
corredores escuros, e quando abre a porta, dá no quarto de uma tia louca. Pensando bem, todo
mundo tem uma casa por dentro, ou no mínimo, bem lá no fundo, um porão. Ninguém é simples.
Tudo, afinal, é só a ponta de um iceberg (salvo ponta de iceberg, que pode ser outra coisa) e muitas
vezes quem aparenta ser apenas uma cobertura funcional com qrt. sal. avab. e coz. só está
escondendo suas masmorras.
QUEstão 49
Prazeres mútuos
(Danuza Leão)
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É normal, quando você vê uma criança bonita, dizer ―mas que linda‖, ―que olhos
lindos‖, ou coisas no gênero. Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente quando
se trata de uma criança ou até de um cachorrinho, dificilmente fazemos a um adulto.
Isso me ocorreu quando outro dia conheci, no meio de várias pessoas, uma moça que
tinha cabelos lindos. Apesar da minha admiração, fiquei calada, mas percebi minha
dificuldade, que aliás não é só minha, acho que é geral. Por que eu não conseguia
elogiar seus cabelos?
Fiquei remoendo meus pensamentos (e minha dificuldade), fiz um esforço (que
não foi pequeno) e consegui dizer: ―que cabelos lindos você tem‖. Ela, que estava séria,
abriu um grande sorriso, toda feliz, e sem dúvida passou a gostar um pouquinho de mim
naquele minuto, mesmo que nunca mais nos vejamos.
Fiquei pensando: é preciso se exercitar e dizer coisas boas às pessoas, homens e
mulheres, quando elas existem. Não sei a quem faz mais bem, se a quem ouve ou a
quem diz; mas por que, por que, essa dificuldade? Será falta de generosidade? Inveja?
Inibição? Há quanto tempo ninguém diz que você está linda ou que tem olhos lindos,
como ouvia quando criança? Nem mesmo quando um homem está paquerando uma
mulher ele costuma fazer um elogio, só alguns, mais tarde, num momento de intimidade
e quando é uma bobagem, como ―você tem um pezinho lindo‖. Mas sentar numa mesa
para jantar pela primeira vez, só os dois, e dizer, com naturalidade, ―que olhos lindos
você tem‖, é difícil de acontecer.
Notar alguma coisa de errado é fácil; não se diz a ninguém que ele tem o nariz
torto, mas, se for alguém que estiver em outra mesa, o comentário é espontâneo e
inevitável. Podemos ouvir que a alça do sutiã está aparecendo ou que o rímel escorreu,
mas há quanto tempo você não ouve de um homem que tem braços lindos? A não ser
que você seja modelo ou miss - e aí é uma obrigação elogiar todas as partes do seu
corpo-, os homens não elogiam mais as mulheres, aliás, ninguém elogia ninguém.
E é tão bom receber um elogio; o da amiga que diz que você está um arraso já é
ótimo, mas, de uma pessoa que você acabou de conhecer e que talvez não veja nunca
mais, aquele elogio espontâneo e sincero, é das melhores coisas da vida.
Fique atenta; quando chegar a um lugar e conhecer pessoas novas, alguma coisa
de alguma delas vai chamar a sua atenção e sua tendência será, como sempre, ficar
calada. Pois não fique. Faça um pequeno esforço e diga alguma coisa que você notou e
gostou; o quanto a achou simpática, como parece tranquila, como seu anel é lindo,
qualquer coisa. Todas as pessoas do mundo têm alguma coisa de bom e bonito, nem que
seja a expressão do olhar, e ouvir isso, sobretudo de alguém que nunca se viu, é sempre
muito bom.
Existe gente que faz disso uma profissão, e passa a vida elogiando os outros, mas
não é delas que estamos falando. Só vale se for de verdade, e se você começar a se
exercitar nesse jogo e, com sinceridade, elogiar o que merece ser elogiado, irá
espalhando alegrias e prazeres por onde passar, que fatalmente reverterão para você
mesma, porque a vida costuma ser assim.
Apesar de a vida ter me mostrado que nem sempre é assim, continuo acreditando
no que aprendi na infância, e isso me faz muito bem.
(disponível
em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0611200502.htm)
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QUEstão 50
No penúltimo parágrafo do texto, ocorre a expressão “com sinceridade”. Sobre ela,
só não é correto afirmar que:
a) exerce a função sintática de adjunto adverbial.
b) possui certa mobilidade na oração em que está inserida.
c) se relaciona, semanticamente, com o verbo ―elogiar‖.
d) não tem obrigatoriedade de estar entre vírgulas.
QUEstão 52
Assinale a alternativa que apresenta a grafia correta de todas as palavras na frase.
a) A gente vamos fazer a prova com muita atenção.
b)A tirania dos coroneus do cacau deixo a gente confusos
c) Pensei que ninguém havia notado o desaparecimento dos documentos.
d) Quando ver ele, diga-lhe que mandei lembranças.
QUEstão 53
Leia as sentenças abaixo
I. O menino, feliz chutou a bola.
II. O menino, feliz, chutou a bola.
III. O menino feliz, chutou a bola.
QUEstão 53
Assinale abaixo a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, uma proparoxítona, uma
paroxítona e uma oxítona.
a) ávaro/bênção/amá-lo.
b) ávaro/amá-lo/bênção.
c) rúbrica/bênção/interim.
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d) ínterim/rubrica/amá-lo.
QUEstão 54
Leia as sentenças:
QUEstão 55
Nas frases ―A luz do sol irá te cegar" e ―É chegada a época de segar o trigo", ambas as palavras
destacadas são:
a) parônimas.
b) homônimas.
c) sinônimas
d) antônimas.
QUEstão 56
Fé - Esperança - Caridade
(Sérgio Milliet)
a) indicar uma noção enumerativa, de continuidade, como se além dos irmãos pobres houvesse
outros.
b) indicar que parte do poema foi suprimida.
c) revelar uma incerteza por parte do eu-lírico.
d) mostrar que se trata de uma opinião compartilhada por muitos.
e) suspender a ideia promovendo uma reflexão no leitor.
QUEstão 57
Assinale a alternativa em que a palavra deve ser, obrigatoriamente, acentuada.
a) Pratica.
b) Negocio.
c) Traido.
d) Critica.
e) Capitulo.
Assinale abaixo a alternativa cujas palavras são acentuadas pela mesma regra de ―abóbora‖,
―bobó‖ e ―míssil‖, respectivamente.
a) música/cipó/terrível
b) cérebro/mó/difícil.
c) necrotério/ebó/pênsil.
d) titânico/pó/fácil
QUEstão 59
Assinale abaixo a alternativa cujas palavras são acentuadas pela mesma regra de
“abóbora”, “bobó” e “míssil”, respectivamente.
a) música/cipó/terrível.
b) cérebro/mó/difícil.
c) necrotério/ebó/pênsil.
d) titânico/pó/fácil.
QUEstão 60
Leia abaixo o excerto de um conto do famoso escritor argentino Julio Cortázar.
Primeiro entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, a cara ferida pela
chicotada de um galho. Admiravelmente ela estancava o sangue com seus beijos, mas
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ele recusava as carícias, não havia vindo para repetir as cerimônias de uma paixão
secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos. O punhal ficava
momo contra seu peito, e debaixo pulsava a liberdade escondida. Um diálogo ardente
corria pelas páginas como um riacho de serpentes, e sentia-se que tudo estava decidido
desde sempre. Até essas carícias que envolviam o corpo do amante, como querendo
retê-lo e dissuadi-lo, desenhavam abominavelmente a figura de outro corpo que era
necessário destruir. Nada havia sido esquecido: desculpas, azares, possíveis erros. A
partir dessa hora cada instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O
impiedoso duplo reexame se interrompia apenas para que uma mão acariciasse uma
face. Começava a anoitecer.
QUEstão 01
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
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ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
O emprego do pronome demonstrativo em „Ele começa o Tutameia com esta afirmação:”
(4º§) está correto uma vez que:
a) é catafórico e antecipa a informação que será apresentada.
b) faz referência temporal e reporta a um tempo específico.
c) é anafórico e resgata um referente anteriormente citado.
d) cumpre função espacial indicando a proximidade do emissor.
e) indica uma referência textual genérica sem necessidade de especificação.
QUEstão 02
Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
características clínicas, que são facilmente reconhecidas por um neurologista: falta de
reação à dor, falta de movimentação, ausência de respiração, pupilas dilatadas e não
responsivas à luz etc. Claro, o indivíduo não pode ter recebido nenhuma medicação nas
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24 horas anteriores que possa causar isto. Cada um destes aspectos foi regulamentado:
ver se o paciente respira, ver a reação à dor, as pupilas etc, de modo que a avaliação
pudesse ser replicada, independente do ambiente em que o indivíduo esteja. [...]
Uma vez defnida adequadamente a morte encefálica, o indivíduo poderá ter seus
órgãos doados (caso tenha havido consentimento para tal), um ato que possivelmente
poderá ajudar a salvar várias vidas. A partir deste momento, as medidas de suporte de
vida são, em tese, desnecessárias.
(Disponível: http://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/afnal-o-quee-a-morte-
cerebral/ Acesso em: 07/02/17)
No quarto parágrafo, em „Apesar disto parecer “bom senso”‟, considerando o contexto,
nota-se que o pronome destacado faz referência à seguinte ideia:
a) Crer que alguém morre quando seu coração para.
b) Acreditar que sensações emanavam do coração.
c) Saber que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre.
d) Associar o amor a um sentimento provocado pelo coração.
e) As funções ficam descoordenadas sem a atuação do coração.
QUEstão 03
a) o qual.
b) das quais.
c) que.
d) as quais.
e) em que.
QUEstão 04
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
―O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta de
couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa que o
rapaz viesse atendê-lo.‖
O pronome pessoal destacado no trecho faz referência à seguinte palavra:
a) homem.
b) banquinho.
c) balcão.
d) botequim.
QUEstão 05
Texto
Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que
achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar
ao longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para
baixo) e qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já
controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para
acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês,
metido a sensato. Noivo...
- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]
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Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que
sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família
que já me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confança.
Acham, sem dúvida, que estou melhorando.
- Bom rapaz. Bom rapaz.
Como se isso estivesse me interessando...
Faço serão, fco até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De
quando em vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o ―Contraponto‖ e leio
sempre). [...]
Dia desses, no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel
de grau no dedo. Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras,
sem diferença. E eu me casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...
- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma
bossa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da
rua. Não conheço chutador mais fno.
(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua.
São Paulo: Ática, 1996)
Vocabulário:
Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção
científica.
Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra
na Inglaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer
sentimento e vontade de revolução.
Em “Há algum tempo venho afinando certa mania.” (1º§), nota-se que o termo destacado
pertence à seguinte classe gramatical:
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) advérbio.
e) interjeição.
QUEstão 06
Utilize o Texto II para responder a questão.
Texto II
Maria chorando ao telefone
O telefone toca aqui em casa, atendo, uma voz de mulher estranhíssima pergunta por
mim, e antes que eu tome providências para dizer que é minha irmã que fala, ela me diz:
é você mesma. O jeito foi eu ficar sendo eu própria. Mas... ela chorava? Ou o quê? Pois
a voz era claramente de choro contido. ―Porque você escreveu dizendo que não ia mais
escrever romances.‖ ―Não se preocupe, meu bem, talvez eu escreva mais uns dois ou
três, mas é preciso saber parar. Que é que você já leu de mim?― ―Quase tudo, só falta A
cidade sitiada e A legião estrangeira.‖ ―Não chore, venha buscar aqui os dois livros.‖
―Não vou não, vou comprar.‖ ‖Você está bobeando, eu estou oferecendo de graça dois
livros autografados e mais um cafezinho ou um uísque.‖ [...]
(LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
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QUEstão 07
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina:
―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que significa pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
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Na passagem “diz ele com a sua voz agourenta.“ (2º§), o pronome destacado tem como
referente:
a) narrador.
b) mar
c) leitor.
d) vento.
e) casuarina.
QUEstão 08
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
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QUEstão 10
Texto I
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração
exercendo a função sintática de:
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
d) objeto indireto
e) adjunto adnominal
QUEstão 11
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
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O último verso do texto emprega o pronome “essa” como recurso coesivo. Seu uso pode
ser explicado uma vez que:
a) antecipa uma ideia que será apresentada
b) faz referência a algo próximo ao leitor
c) sinaliza uma referência temporal
d) resume elementos de uma enumeração
e) retoma um termo citado anteriormente
QUEstão 12
Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na
poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em
horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)
Considerando o emprego do pronome “se” em:
―A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos.‖ (3º§),
Nota-se uma ambiguidade oriunda do emprego incomum da forma passiva sintética. Desse
modo,NÃO entendendo a construção como passiva, o leitor compreenderia a passagem da
seguinte forma:
a) A alma tem suas dores, e para que cure a si mesma necessita de projetos e afetos
b) A alma tem suas dores, e para que seja curada necessita de projetos e afetos
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c) A alma tem suas dores, e para que se sinta curada necessita de projetos e afetos
d) A alma tem suas dores, e para que a curem necessita de projetos e afetos
e) A alma tem suas dores, e para que busque a cura necessita de projetos e afetos
QUEstão 13
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
No quarto parágrafo, o autor emprega dois pronomes indefinidos em “tudo é possível e
nada é passível de ciúme” e, por meio deles:
a) constrói uma ambiguidade.
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QUEstão 14
Considerando a Norma Padrão, em “não se pode dizer que existe uma porta aberta”
(4º§), o emprego, em próclise, do pronome oblíquo deve-se:
a) a um uso facultativo desse registro.
b) à presença de uma palavra atrativa.
c) a uma exigência do tempo verbal.
d) a uma reprodução do discurso oral.
Ano: 2016
Banca: IBFC
QUEstão 15
Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando
estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
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amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
Considere as ocorrências de pronomes oblíquos átonos nos seguintes fragmentos retirados
do 5º parágrafo do texto. Em seguida, assinale a alternativa que faz um comentário
correto quanto à adequação da colocação desses pronomes em relação à Norma Padrão.
I. O grupo moveu-se para tomar lugar‖
II. ―recusou o convite gentil, sentia-se quase um estranho‖
III. ―Despediu-se.‖
IV. ―uma certeza de que nem tudo se perde‖
a) Apenas I e III estão corretas.
b) Todas estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas a III está correta.
QUEstão 16
QUEstão 17
Texto
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Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.
QUEstão 18
Das opções abaixo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome.
a) Esqueci de te contar que vi ele na rua.
b) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se
c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais.
d) Precisa-se de bons funcionários.
QUEstão 19
Assinale a alternativa que apresenta a correta colocação do pronome.
a) O aluno tinha-o deixado na escola.
b) Nunca esqueça-se de mim.
c) Naquela escola em que formei passei-me bons momentos.
d) Você nos emocionou com suas palavras
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QUEstão 20
QUEstão 21
QUEstão 22
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma
- como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos
inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma,
medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não
ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2°§), ao observar a posição do pronome oblíquo
em destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo ―tanto‖.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio ―nunca‖.
QUEstão 23
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Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2°§), ao observar a posição do pronome oblíquo
em destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo ―tanto‖.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio ―nunca‖.
QUEstão 24
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QUEstão 25 O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo
café vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o
pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os
moradores, avisava gritando:
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é
ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou
outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e
ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não senhora, é o
padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)
QUEstão 26
Não quer ajudar, não atrapalha
(Gregório Duvivier)
É sempre a mesma coisa. Primeiro todo o mundo põe um filtro arco-íris no avatar.
Depois vem uma onda de gente criticando quem trocou o avatar. Depois vem a onda
criticando quem criticou. Em seguida começam a criticar quem criticou os que
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QUEstão 27
Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
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tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando
Veríssimo)
No trecho “Teve uma melhora surpreendente, que os médicos não souberam explicar”
(6°§), o pronome em destaque, no contexto em que se encontra, tem como referente:
a) Dr. Ariosto
b) melhora surpreendente
c) médicos
d) Dona Quiléia
QUEstão 28
(Frei Beto)
Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o
advento do mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações
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QUEstão 29
QUEstão 30
Leia o trecho a seguir e, sobre ele, responda à questão:
“Se a estes contemplarem com seu voto, estarão contrariando os primeiros, os grandes
interessados em que vidas pessoais sejam livremente retratadas, transformadas em ativos
comerciais de grande valor para a montagem do espetáculo midiático que está, hoje em dia,
para muito além do interesse público na circulação da informação, o jornalismo. ” (2°§)
QUEstão 31
Texto
O amor acaba
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
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províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
―depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das
mãos no cinema,como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos
de solidão;''
II. A segunda ocorrência da conjunção ―e" também contribui para a progressão do texto, mas
apresenta valor semântico de oposição, podendo ser substituída por ―mas" sem prejuízo de
sentido.
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III. Tanto o pronome ―elas" quanto o ―se" apontam para um mesmo referente que é o vocábulo
―mãos"
QUEstão 32
Texto I
Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo
sobre a chatice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: ―Não canse quem te quer
bem‖. Diz ela que ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a
fonte, dou a ela a posse provisória desse achado.
Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle
nosso ímpeto de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite
na arte de encher os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior:
contando uma história que não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu
falar. Deveria ser crime inafiançável ficar contando longos casos sobre gente que não
conhecemos e por quem não temos o menor interesse. Se for história de doença, então,
cadeira elétrica.
Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar
com amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e
confiança. Agora, ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações,
dá licença. Troque o disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você
é capaz de diversificar suas lamúrias.
Não canse quem te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem.
Então não peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha
uma pizza e fim.
Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos
que você vai experimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a
relação, só uma vez por ano, se não houver outra saída.
Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela
explicar de onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme
toda hora, por qualquer bobagem, é esgotante.
Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar
constrangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do
autor do livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é
realmente incrível, mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só
mostra pra mãe e para aqueles que também aparecem na foto.
Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes
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artísticos (cantar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas
visitas.
Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com
quem te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo,
será sobre a barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega
atrasada, o atraso dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, ―quando
é que tu vai cortar esse cabelo, garoto?‖ será a pergunta que faremos de segunda a
domingo. Implicar é uma maneira de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam
se elogiar, pra variar.
Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja
mala com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te
dar um chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta
que está se divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de
você.‖
Marta Medeiros é colunista de um jornal de grande circulação. Nesse sentido, seus textos
apresentam características que buscam uma maior aproximação com o leitor. Assinale a opção
cujo recurso apontado NÃOrepresente um comentário correto no cumprimento desse papel.
a) O emprego do modo imperativo marcando interlocução como em ―escolha uma pizza e fm‖
(4º§ )
b) O uso da primeira pessoa do plural como em ―conseguíssemos‖ (2º§ ) implicando certa
equivalência entre enunciador e interlocutor.
c) A demarcação gramatical de um interlocutor ao longo do texto por meio dos pronomes ―te‖ e
―você‖.
d) A opção pelo gênero crônica que solicita o emprego de vocábulos mais formais como
―lamúrias‖ (3º§ ), por exemplo.
QUEstão 33
Texto I
excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o
encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria
ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o
sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos
casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que
dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para
caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode
estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que Ihe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam
a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos
fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há
algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das
nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo
que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-
los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem
um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de
progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência.
Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres
que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus
direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção
sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se
todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem
suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de
conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões
utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos,
manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização
contemporânea. Bastaria urn livro para que todos se vissem magicamente transportados
para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de
pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há
cortes, prisões tampouco. O que é mais subversive do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir
deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem
trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova... Ler
deve se coisa rara, não para qualquer um. Afinal
de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silencio é a linguagem da submissão. Para
executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros
sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público,
o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua
história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro.
Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
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(Guiomar
de Grammon)
―Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro. coitado,
de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-
se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre
Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovarv. tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados,
perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos." (2°§)
QUEstão 34
Roupas adequadas
prática de esportes ao ar livre, situações que difcultem a aplicação do filtro solar com
frequência ou, no caso das crianças com menos de 6 meses, as roupas podem ser uma
boa opção para a proteção da pele. [...]
E nada de deixar os pequenos sem roupa. O contato com a areia ou cadeiras sujas
pode levar a problemas de pele.
Na frase “As roupas podem proporcionar uma barreira contra a radiação ultravioleta.”, o
termo em destaque pode ser substituído pelo seguinte pronome pessoal:
a) mim
b) lhe
c) ela
d) nós
QUEstão 35
Texto I
O que é filosofia?
Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
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outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.
Observe que a estratégia de coesão empregada pelo autor no trecho abaixo é marcada pelo
uso de pronomes.
―Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos, outras
gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre a uma
determinada modalidade de esporte.‖ (1º §)
Assinale a alternativa que indica a correta classificação do tipo de pronome que cumpriu esse
papel.
a) demonstrativos
b) pessoais
c) indefnidos
d) relativos
QUEstão 36
Eficiência militar
(Historieta Chinesa)
Como toda a gente sabe, o vice-rei da província de Cantão, na China, tem atribuições
quase soberanas. Ele governa a província como reino seu que houvesse herdado de seus
pais, tendo unicamente por lei a sua vontade.
Convém não esquecer que isto se passou, durante o antigo regime chinês, na vigência
do qual, esse vice-rei tinha todos os poderes de monarca absoluto, obrigando-se
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unicamente a contribuir com um avultado tributo anual, para o Erário do Filho do Céu,
que vivia refestelado em Pequim, na misteriosa cidade imperial, invisível para o grosso
do seu povo e cercado por dezenas de mulheres e centenas de concubinas. Bem.
Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice- rei Li-Huang-Pô começou a
meditar nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força
armada maior rendimento militar. Mandou dobrar a ração de arroz e carne de cachorro,
que os soldados venciam. Isto, entretanto, aumentou em muito a despesa feita com a
força militar do vice-reinado; e, no intuito de fazer face a esse aumento, ele se lembrou,
ou alguém lhe lembrou, o simples alvitre de duplicar os impostos que pagavam os
pescadores, os fabricantes de porcelana e os carregadores de adubo humano - tipo dos
mais característicos daquela babilônica cidade de Cantão.
Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia
aplicado nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.
Comandava em chefe esse portentoso exército, o general Fu-Shi-Tô que tinha começado
a sua carreira militar como puxador de tílburi* em Hong-Kong. Fizera-se tão destro
nesse mister que o governador inglês o tomara para o seu serviço exclusivo.
Este fato deu-lhe um excepcional prestígio entre os seus patrícios, porque, embora os
chineses detestem os estrangeiros, em geral, sobretudo os ingleses, não deixam,
entretanto, de ter um respeito temeroso por eles, de sentir o prestígio sobre humano dos
―diabos vermelhos‖, como os chinas chamam os europeus e os de raça europeia.
O exército de Li-Huang-Pô estava acampado havia um mês, nas ―planícies dos dias
felizes‖, quando ele se resolveu a ir assistir-lhe as manobras, antes de passar-lhe a
revista final.
O vice-rei, acompanhado do seu séquito, do qual fazia parte o seu exímio cabeleireiro
Pi-Nu, lá foi para a linda planície, esperando assistir a manobras de um verdadeiro
exército germânico. Antegozava isso como uma vítima sua e, também, como
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constituindo o penhor de sua eternidade no lugar rendoso de quase rei da rica província
de Cantão. Com um forte exército à mão, ninguém se atreveria a demiti-lo dele. Foi.
O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa,
rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos
comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser
uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de
vice-rei de Cantão. Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:
(Lima Barreto)
Observe os termos em destaque nos trechos a seguir e sobre eles assinale a única
alternativa INCORRETA. levando em consideração aspectos morfológicos e sintáticos:
I. “Verificado esse estado miserável do seu exército, o vice-rei Li-Huang-Pô começou a meditar
nos remédios que devia aplicar para levantar-lhe o moral e tirar de sua força armada maior
rendimento militar” (4o §)
II. “Ao fim de alguns meses, ele tratou de verificar os resultados do remédio que havia aplicado
nos seus fiéis soldados, a fim de dar-lhes garbo, entusiasmo e vigor marcial.” (5o §)
a) A diferença quanto ao número justifica-se pelos distintos referentes: ―exército‖ e ―fiéis
soldados‖, respectivamente.
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Em ―Quem nunca usou essas expressões para traduzir uma emoção?―, o pronome em destaque
cumpre papel coesivo no texto uma vez que:
a) faz referência a uma ideia já apresentada.
b) antecipa uma informação ainda não mencionada.
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QUEstão 38
No segundo parágrafo, o fragmento ―[região do cérebro que a processa]‖ corresponde a um
comentário acessório no qual o pronome ―a‖ resgata o seguinte termo:
a) ―afeta‖
b) ―emoção‖
c) ―sistema límbico‖
d) ―região
QUEstão 39
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa
―Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar‖
QUEstão 40
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Por mais que explore o registro informal da Língua, em várias partes do texto, percebe-se a
adequação em relação à Norma Padrão. Considerando a colocação pronominal, assinale a opção
que não caracteriza um desvio no emprego do pronome átono.
a) ―Viagens aéreas não me incham as pernas‖
b) ―me incham o cérebro‖
c) ―pela janela do carro me faz perder toda a fé‖
d) ―acessos de estupidez me embrulha o estômago‖
QUEstão 01
Texto I
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QUEstão 02
Assinale a alternativa em que a concordância está correta.
a) Não foi adequado a postura dela na cerimônia.
b) Ele deixou bem claro, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto.
c) A maioria dos estudantes que prestaram o concurso apresentou dificuldades em matemática.
d) Deve existir outras soluções para este problema!
QUEstão 03
Considere o período e as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.
O crescimento assustador de casos de febre amarela trata-se de um sério problema e
fizeram com que muitas pessoas procurassem os postos de saúde.
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I. O verbo ―trata-se‖ está empregado incorretamente, pois o uso do ―se‖ é incompatível com a
presença do sujeito simples.
II. Há um problema de concordância verbal: o verbo ―fazer‖ deveria estar na terceira pessoa do
singular.
QUEstão 04
Assinale a alternativa que não apresenta problema de concordância.
a) O porteiro deixou claro, ao abordar os jovens, os incômodos que eles estavam causando.
b) Houve moradores que não se importaram com o grupo de jovens.
c) Ergueu-se altas grades no muro.
d) Fazem dias que os jovens não se reúnem na frente do edifício.
QUEstão 05
Assinale a alternativa em que não há problema de regência.
a) A atitude dos jovens implicou na medida de colocar grades no muro.
b) A chegada dos jovens na área do prédio causou alvoroço.
c) O filme que assistimos é muito longo.
d) A medida à qual o cronista se referiu foi autoritária.
QUEstão 06
Assinale a alternativa que está correta de acordo com a norma culta.
a) Não se resolveram os problemas da empresa.
b) A redução da maioridade penal trata-se de um assunto polêmico.
c) Ouviu-se as testemunhas do caso e nada foi comprovado.
d) Não se precisam de justificativas para essa atitude.
QUEstão 07
Assinale a alternativa sem problemas de regência.
a) O viaduto que passo todos os dias está em reforma.
b) O filme que assistimos é muito bom.
c) A cidade aonde ele nasceu é muito pequena.
d) A obra a que o professor se referiu não é muito divulgada.
QUEstão 08
Considere os períodos a seguir e assinale a alternativa correta.
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QUEstão 09
Considere o período a seguir e assinale a alternativa incorreta.
QUEstão 10
Texto I
Afinal: o que é a “morte cerebral”?
A declaração de morte cerebral é um conceito relativamente novo na medicina e envolve o
preenchimento de critérios clínicos e laboratoriais
O cérebro humano é o órgão que nos torna únicos. Possibilita que pensemos,
falemos e organiza, de uma forma ou outra, todo nosso consciente e inconsciente. Claro,
todos os órgãos são relevantes, e, sem o conjunto, não poderíamos funcionar de maneira
adequada. Mas a verdade é que, do ponto de vista evolutivo, todos os órgãos
desenvolveram-se para permitir manter um cérebro cada vez mais exigente e complexo.
Aprimoraram-se os mecanismos de defesa, de alimentação, de locomoção, entre outros,
para que as sensações e ordens trabalhadas no cérebro fossem elaboradas.
E quando o cérebro deixa de funcionar, ou seja, morre, todas as outras funções
deixam de ser necessárias; muitas delas ficam descoordenadas pela simples falta da
atividade cerebral adequada.
Até pouco tempo atrás, o indivíduo morria quando seu coração parava de bater.
Hoje sabemos que o indivíduo está morto quando seu cérebro morre. Mas, não há muito
tempo, também achávamos que as sensações (o amor, por exemplo), emanavam do
coração.
Apesar disto parecer ―bom senso‖, o conceito de ―morte cerebral‖ e seu adequado
diagnóstico são tópicos recentes e datam de apenas algumas décadas. A necessidade de
conceituar formalmente a ―morte cerebral‖ ou ―morte encefálica‖ tomou impulso
quando se iniciou a era dos transplantes de órgãos, e tornou-se necessário protocolizar
seu diagnóstico, já que indivíduos com morte cerebral poderiam então ser considerados
possíveis doadores.
Existem algumas diferenças para a defnição de morte cerebral em diferentes países,
mas muitos aspectos são comuns. Em primeiro lugar, o indivíduo deve ter algumas
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QUEstão 11
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QUEstão 12
Texto I
O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons
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QUEstão 13
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça:
―Será que vou conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-
lhes uma boa escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando
necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar
durante a adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto.
Problemas como a gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer
prematuramente são comuns. Além de eventuais problemas de saúde, tem-se um
problema de ordem social: como sustentar uma criança, já que, para tanto, o
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adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar a
escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo
raras exceções (estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado
crime. A mulher recorre, então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua
saúde em risco. Quem não tem condições de pagar tais clínicas faz uso de métodos
ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de
planejamento familiar que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos
desejam ter. Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade,
conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do
verbo em destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa
correta em relação ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.
QUEstão 14
Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: ―Será que vou
conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a
gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de
eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já
que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar
a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre,
então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições
de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar
que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais
têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
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QUEstão 15
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia
e pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte
palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.
QUEstão 16
Texto
Estranhas Gentilezas
(Ivan Angelo)
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não têm o hábito da
gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ônibus, no trânsito, nas filas,
nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com inquietante
delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de borboleta, quase
nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na semana passada. Um
vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que nos afastava, intriga de
pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil reconstruir a amizade, mas a
inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio do vizinho fez
surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas distantes. E as
próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema fico
aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um número
inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, antes esquivas,
sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1 . Num restaurante caro, o maître2 , com uma piscadela, fura
a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa para dois. Um homem de
pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar no elevador. O jornaleiro larga
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sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o jornal chegou. Os vizinhos de cima
silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de tanta
gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque alguém segura o
elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes de entrar na porta
giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar contas em nome de minha
mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a vida entre bólidos3 , um
caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso lá em cima, subo a pé, entro no
apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a sonhar com gentilezas.
Vocabulário:
1
bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
QUEstão 17
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
―E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que
aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.‖ (1º§)
A preposição destacada acima tem seu emprego justificado por uma relação de regência
cujo termo regente é:
a) eu
b) tinha
c) certeza
d) aquele
e) som
QUEstão 18
Texto II
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que acabasse com o
Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão. [...] Nós éramos todas
meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna. Sonhávamos com os cinco dias mais
prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e só terminava terça quando as estrelas iam muito
altas. Havia o cheiro das bombinhas que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se
misturava com o pó do baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o
cantor esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os bombos
saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do inverno no calor do
Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético. E
que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio,
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com os carros de bois a chiar pelas ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos,
mulheres vestidas de bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o
mundo estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-porcasa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)
QUEstão 19
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que
acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.
[...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna.
Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e
só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas
que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do
baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor
esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os
bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do
inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia
parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas
estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas
ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de
bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo
estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-por-
casa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
―E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que
aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.‖ (1º§)
A preposição destacada acima tem seu emprego justificado por uma relação de regência
cujo termo regente é:
a) eu
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b) tinha
c) certeza
d) aquele
e) som
QUEstão 20
QUEstão 21
Texto I
Aquilo por que vivi
Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governaram-me a vida: o anseio
de amor, a busca do conhecimento e a dolorosa piedade pelo sofrimento da humanidade.
Tais paixões, como grandes vendavais, impeliram-me para aqui e acolá, em curso
instável, por sobre profundo oceano de angústia, chegando às raias do desespero.
Busquei, primeiro, o amor, porque ele produz êxtase - um êxtase tão grande que, não
raro, eu sacrificava todo o resto da minha vida por umas poucas horas dessa alegria.
Ambicionava-o, ainda, porque o amor nos liberta da solidão - essa solidão terrível
através da qual a nossa trêmula percepção observa, além dos limites do mundo, esse
abismo frio e exânime. Busquei-o, finalmente, porque vi na união do amor, numa
miniatura mística, algo que prefigurava a visão que os santos e os poetas imaginavam.
Eis o que busquei e, embora isso possa parecer demasiado bom para vida humana, foi
isso que - afinal - encontrei.
Com paixão igual, busquei o conhecimento. Eu queria compreender o coração dos
homens. Gostaria de saber por que cintilam as estrelas. E procurei apreender a força
pitagórica pela qual o número permanece acima do fluxo dos acontecimentos. Um
pouco disto, mas não muito, eu o consegui.
Amor e conhecimento, até o ponto em que são possíveis, conduzem para o alto, rumo
ao céu. Mas a piedade sempre me trazia de volta à terra. Ecos de gritos de dor ecoavam
em meu coração. Crianças famintas, vítimas torturadas por opressores, velhos
desvalidos a constituir um fardo para seus filhos, e todo o mundo de solidão, pobreza e
sofrimentos, convertem numa irrisão o que deveria de ser a vida humana. Anseio por
aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.
Eis o que tem sido a minha vida. Tenho-a considerado digna de ser vivida e, de bom
grado, tornaria a vivê-la, se me fosse dada tal oportunidade.
(Bertrand Russel. Autobiografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.)
O título do texto, “Aquilo por que vivi”, apresenta a preposição “por” em função de uma
exigência. Trata-se de uma exigência de:
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a) concordância
b) colocação pronominal
c) regência
d) estilística
QUEstão 22
Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
convite gentil, sentia-se quase um estranho naquela roda. Despediuse. E quando
estendeu a mão àquela que tanto amara, e recebeu, como antigamente, seu olhar claro e
amigo, quase carinhoso, sentiu uma coisa boa dentro de si, uma certeza de que nem tudo
se perde na confusão da vida e que uma vaga mas imperecível ternura é o prêmio dos
que muito souberam amar.
(BRAGA, Rubem. O verão e as mulheres. Rio de Janeiro, ed. Record, 10ª ed., 2008)
Em “E quando estendeu a mão àquela que tanto amara” (5º§), há uma ocorrência de crase
sobre a qual faz-se o seguinte comentário corretamente:
a) Trata-se de um caso facultativo em função do pronome demonstrativo.
b) Não deveria ocorrer em função da falta da preposição ―a‖ explícita.
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c) O acento grave deveria ser deslocado para o ―a‖ que precede o termo ―mão‖.
d) Ocorre devido à regência do verbo estender e sua relação com o termo regido.
QUEstão 23
Texto I
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
No sexto parágrafo, tem-se “há casas com lareira que se mantêm frias.”. Nesse fragmento,
percebe-se que o acento da forma verbal em destaque deve-se à concordância com a
seguinte palavra:
a) ―há‖
b) ―casas‖
c) ―lareira‖
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d) ―frias‖
QUEstão 24
Texto
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu
o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada,
ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu
os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz
de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho,
a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgiram no
canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que
Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede.
Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da
esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam
chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o
alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é no
fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de
moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo,
gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e
alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na
carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas:
era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario,
pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na mão
esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A
polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas
horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de
um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não
consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se
espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar
os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há
muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça
agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da
chuva, que volta a cair.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 25
Texto
Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.
QUEstão 26‖
QUEstão 27
Assinale a alternativa que completa a lacuna.
A maioria dos funcionários feliz com a indicação do novo gerente, (estar)
a) Está
b) Estão
c) São
d) Estavam
QUEstão 28
QUEstão 29
regras de regência verbal e preocupando-se em manter o sentido original, a reescritura da
frase “Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo.” estaria correta apenas em:
a) Prefiro não ter o talento do mestre do que continuar vivo.
b) Prefiro não ter o talento do mestre a continuar vivo.
c) Prefiro continuar vivo a ter o talento do mestre.
d) Prefiro continuar vivo do que ter o talento do mestre.
e) Prefiro ter o talento do mestre do que continuar vivo.
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QUEstão 30
Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
Na frase “Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou
pra trás.”, a concordância do verbo em destaque justifica-se pela mesma regra aplicada
em:
a) Ninguém chegou.
b) Qual de nós nunca errou?
c) A maioria das pessoas chegaram tarde.
d) Houve muitos problemas.
e) Mais de um carro se chocaram.
QUEstão 31
Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
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Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
Na frase “Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou
pra trás.”, a concordância do verbo em destaque justifica-se pela mesma regra aplicada
em:
a) Ninguém chegou.
b) Qual de nós nunca errou?
c) A maioria das pessoas chegaram tarde.
d) Houve muitos problemas.
e) Mais de um carro se chocaram.
QUEstão 32
Texto
Crise de Identidade
Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe?
—, o Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-
fronteiras. Sou sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de
turista, admirado com suas madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua
Dias Ferreira e, principalmente, com a crença da quase totalidade de seus moradores de
que o pão e o presunto foram inventados no Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon
por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei de assunto e estou perdendo o
fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No Leblon. la ao dentista.
Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra esquina, uma
senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se
aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia
uma fã. Correspondi, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: ―Artur da Távola!‖
Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era
publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo
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com Artur da Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos
textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do
mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o
seu estilo.
Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é
tempo bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça?
Outro dia mesmo, dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de
produtos hortifrutigranjeiros, outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela
não se deu conta de que eu não estava escrevendo), que se identificava com as minhas
histórias, e que minha coluna era a primeira coisa que buscava no jornal às sextas-feiras.
Bem que eu tentei dizer que nunca escrevi às sextas, mas ela me interrompeu e
acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela gostava mesmo
de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o ídolo.
Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora
imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos
hortifrutigranjeiros.
Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses
23 anos, por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido
com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com
a Cora. E olha que eu também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu
nunca tenha conseguido criar, nos meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a
me identificar nas ruas.
Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um
táxi e, logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: ―O
senhor é o Cony, não é? Ouço o senhor todo dia na CBN‖. Eu confirmo e vou em frente.
Ainda não desisti do plano de andar com uns livros do Cony na mochila para dar
edições autografadas aos motoristas da cidade. Só não decidi ainda se eu mesmo
autografo ou peço pro Cony autografar.
As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me
cercam. É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. ―Não
deixo de ver o senhor no programa da Andréa Beltrão.‖ Ou ―o senhor não está mais no
programa da Maria Padilha?‖ Adianta eu dizer que o programa é da Maria Beltrão?
Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta
coluna, agora só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que
eu sou eu. É fácil. Não falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em
Ipanema da minha janela, não analiso a conjuntura política, nunca escrevi um livro de
mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele que fala de amenidades, pega no pé do
prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a eleição da Mala do Ano, já fez o
concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o Caetano. Ainda não
lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele que tem
muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson
Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos
colunistas talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo
confunde com os outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de
voltar a se encontrar semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu
escrever. Tem que ter você aí do outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo.
Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho?
(Artur Xexéo)
CADERNO DE QUESTÕES
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Assinale a opção cuja concordância verbal seja equivalente a que aparece em “Faz oito
meses que parei”:
a) Ao longo da vida, fazemos muitas coisas de que nos arrependemos.
b) Todos haviam chegado cedo.
c) Havia pessoas demais na festa.
d) Todos se fizeram presentes na festa.
e) A mãe faz tudo o que ela quer.
QUEstão 33
Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão.
“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada
três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da
Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola.
Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar
vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo."
QUEstão 34
Sonhos
Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.
QUEstão 35
Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
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(Luis Fernando
Veríssimo)
No fragmento “Precisava contar uma coisa à mulher” (3°§), a crase ocorre, basicamente,
devido:
a) à regência do verbo precisar e ao complemento feminino.
b) à construção de uma locução adverbial com vocábulo feminino.
c) ao ―a‖ inicial de uma locução prepositiva com vocábulo feminino.
d) à regência do verbo ―contar‖ e ao complemento feminino.
QUEstão 36
Texto
Roupas adequadas
―Durante o verão, os passeios à praia, piscinas e parques são mais frequentes, o que significa
que é preciso estar atento à exposição ao sol, alimentação e vestuário.‖ (2º parágrafo)
QUEstão 37
Texto I
O que é filosofia?
Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
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―Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que
todo mundo precise?‖ (6º §)
QUEstão 38
Texto III
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África Ocidental despertou a atenção
da comunidade internacional, mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para
refrear o avanço da doença tenham sido eficazes.
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da
enfermidade. A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições
sanitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a
Organização Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente
expressivo de profissionais para atuar nessas localidades afetadas.
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas
financeiros. Só 20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos
países-membros – o restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para
comparação, o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6
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bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais
ênfase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e
diabetes.O departamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e
integrado a outros. Muitos profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade
da situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de
Genebra, cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central
na África Ocidental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo
Estados Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa
e Guiné, respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo
perdido conta a favor da doença.
A concordância empregada, na primeira oração do texto ―Já faz seis meses‖, ocorre em função
de uma característica linguística do verbo. Essa mesma característica pode ser observada na
seguinte opção:
a) Organizaram-se reuniões periódicas na empresa.
b) Há muitas questões pendentes ainda.
c) O encontro ocorreu sem transtorno algum.
d) Falhou o projeto e a experiência.
e) Espera-se a ajuda do grupo.
QUEstão 39
Texto 1
1. O significado de ética
2. O significado de moral
A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre
diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do seu jeito o amor, o
cuidado, a solidariedade e o perdão. Esse jeito diferente chamamos de moral. Ética
existe uma só para todos. Moral existem muitas,
consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida. Vamos dar
um exemplo. Importante é ter uma casa(ética). O estilo e a maneira de construí-la pode
variar (moral). Pode ser simples, rústica, moderna, colonial, gótica, contanto que seja
casa habitável. Assim é com a ética e a
moral.
Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam caber
inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso mínimo no qual
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No fragmento ―Tudo o que amamos também cuidamos‖ (3°§), ocorre um desvio de regência
provocado:
a) pelo emprego do verbo ―amamos‖ sem complemento explícito.
b) pelo uso do vocábulo ―também‖ relacionando dois verbos.
c) pelo uso de complementos distintos para verbos equivalentes.
d) pelo uso de um mesmo tipo de complemento para verbos de regências distintas.
QUEstão 40
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b) ―excitação‖
c) ―emoções‖
d) ―ligadas‖
QUEstão 01
Texto
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
Escrevi um livro baseado na diferença entre ―história‖ e ―estória‖. O revisor,
obediente ao dicionário, corrigiu minhas ―estórias‖ para ―história‖. Confiando no rigor
do revisor, não li o texto corrigido. Aí, um livro que era para falar de camelos e beija-
flores, só falou de camelos. Foram-se os beija-flores engolidos pelos camelos...
Escoro-me no Guimarães Rosa. Ele começa o Tutameia com esta afirmação: ―A
estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a história.‖
Qual é a diferença? É simples. Quando minha filha era pequena eu lhe inventava
estórias. Ela, ao final, me perguntava: ―Papai, isso aconteceu de verdade?‖ E eu ficava
sem lhe poder responder porque a resposta seria de difícil compreensão para ela. A
resposta que lhe daria seria: ―Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...‖
A história é o reino das coisas que aconteceram de verdade, no tempo, e que estão
definitivamente enterradas no passado. Mortas para sempre. [...]
Mas as estórias não aconteceram nunca. São invenções, mentiras. O mito de Narciso
é uma invenção. O jovem que se apaixonou por sua própria imagem nunca existiu. Aí,
ao ler o mito que nunca existiu eu me vejo hoje debruçado sobre a fonte que me reflete
nos olhos dos outros. Toda estória é um espelho. [...]
A história nos leva para o tempo do ―nunca mais‖, tempo da morte. As estórias nos
levam para o tempo da ressurreição. Se elas sempre começam com o ―era uma vez, há
muito tempo‖ é só para nos arrancar da banalidade do presente e nos levar para o tempo
mágico da alma.
Assim, por favor, revisora: quando eu escrever ―estória‖ não corrija para ―história‖.
Não quero confundir camelos e beija-flores...
―A resposta que lhe daria seria: “Essa estória não aconteceu nunca para que aconteça
sempre...”(5º§)
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QUEstão 02
Texto I
QUEstão 03
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Texto I
Paternidade Responsável
Quantos filhos você gostaria de ter?
Ao responder a essa pergunta com certeza uma outra vai passar pela sua cabeça: ―Será que vou
conseguir sustentar um filho?‖.
Certamente você gostaria de ter tantos filhos quantos pudesse sustentar, garantindo-lhes uma boa
escola, um lugar com algum conforto para morar e remédios quando necessários.
Segundo especialistas, pode ser perigoso para a mãe a para a criança engravidar durante a
adolescência porque o corpo da menina ainda não está preparado para o parto. Problemas como a
gestante adolescente apresentar anemia ou o bebê nascer prematuramente são comuns.Além de
eventuais problemas de saúde, tem-se um problema de ordem social: como sustentar uma criança, já
que, para tanto, o adolescente, se não contar com a ajuda dos pais ou responsáveis, terá de abandonar
a escola?
Desesperadas, muitas jovens acabam optando pelo aborto. Vale lembrar que, salvo raras exceções
(estupro ou risco de morte para a mãe), o aborto no Brasil, é considerado crime. A mulher recorre,
então, a clínicas clandestinas, sem fiscalização, e põe sua saúde em risco. Quem não tem condições
de pagar tais clínicas faz uso de métodos ainda mais precários.
Isso acontece, em parte, porque não existe no Brasil um projeto amplo de planejamento familiar
que assegure aos mais pobres o direito de decidir quantos filhos desejam ter. Assim, muitos casais
têm quatro, seis, dez filhos, quando, na verdade, conseguiriam sustentar apenas um ou dois.
(DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de Papel. Ed. Ática. São Paulo, 2011, p. 106)
A forma verbal “gostaria”, presente no primeiro parágrafo, está flexionada no seguinte tempo
verbal:
a) futuro do pretérito.
b) pretérito perfeito.
c) pretérito imperfeito.
d) futuro do presente.
QUEstão 04
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
Na oração „O homem disse “nada não, obrigado”‟, o verbo encontra-se flexionado no
pretérito perfeito do modo Indicativo. Assinale a opção em que se reescreve a oração com
o verbo no tempo presente do Indicativo.
a) O homem diz ―nada não, obrigado.
b) O homem diria ―nada não, obrigado.
c) O homem dirá ―nada não, obrigado.
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QUEstão 05
Texto
Primeira classe
(Moacyr Scliar)
Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na classe
econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual; e, quando via
a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os pratos e as bebidas que
lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava incansavelmente; subiu na vida,
chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o direito à primeira classe nos voos.
E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante negócio,
para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando. Tudo era
exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que em qualquer
lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado estava vazio.
Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua surpresa, viu que o
lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida, deu-se conta de que
algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e se lamentando. Explicável:
a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colocá-la na primeira classe exatamente
porque, naquela parte do avião, havia menos gente.
Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coisa dessas,
seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o. Não havendo
outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-se e foi para a
classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao invés de um upgrade,
ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.
Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais
serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde o esperavam os
parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou como filho da senhora:
―Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta graças à sua compreensão.
Deus lhe recompensará‖.
Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de primeira classe. E
sem óbitos durante o voo.
A flexão de alguns verbos, sobretudo os irregulares, pode causar confusão. O verbo “quis”,
presente em “Minha mãe sempre quis viajar” (5º§) é um exemplo típico. Nesse sentido, assinale
a alternativa em que se indica INCORRETAMENTE a sua flexão.
a) queres – Presente do Indicativo.
b) queria – Futuro do Pretérito do Indicativo.
c) quisera – Pretérito mais-que-perfeito do Indicativo.
d) queira – Presente do Subjuntivo.
e) quisesse – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
QUEstão 06
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
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QUEstão 07
Texto I
Vivendo e...
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude
conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto
mais jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de
procurar no dicionário, pela primeira vez, o significado da palavra ―gude‖. Quando era
garoto nunca pensei nisso, eu sabia o que era gude. Gude era gude.
Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e
assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom
conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva. 2001)
QUEstão 08
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
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QUEstão 09
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
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Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
No primeiro parágrafo, o emprego recorrente do presente do indicativo sugere:
a) uma ação do momento da enunciação.
b) uma ideia que ainda ocorrerá.
c) uma ação que se limita ao passado.
d) um caráter atemporal.
e) um sentido de possibilidade.
QUEstão 10
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
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aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
Em “Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos” (3º§), o modo pelo qual o
verbo em destaque está conjugado sugere tratar-se de uma flexão do:
a) Presente do Indicativo
b) Imperativo afirmativo
c) Futuro do Presente do Indicativo
d) Presente do Subjuntivo
QUEstão 11
Texto I
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
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Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
Em “Li esta frase outro dia e achei perfeito.” (1°§), os verbos destacados expressam uma
noção de tempo:
a) presente
b) passado
c) futuro
d) hipotético
QUEstão 12
O estudo científico da comunicação: avanços teóricos e metodológicos ensejados
pela escola latino-americana
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna está cercada de todos os lados pelos vários sistemas de
comunicação. Estudar a comunicação social é uma necessidade atual de todos os povos
em qualquer parte do mundo. Conhecer e dominar os sistemas de informação e da
comunicação é indispensável no mundo globalizado. Estamos iniciando os últimos
passos para a saída do século XX e os primeiros para a entrada do século XXI. Neste
período de transição o ser humano vive momentos de incertezas da comunicação e de
(in)comunicação, das crises políticas, culturais, econômicas e religiosas. As distâncias
na sociedade contemporânea estão cada vez mais próximas, quer seja pelos modernos
meios de transporte ou pelas telecomunicações via satélite, Internet, etc. Com as novas
tecnologias, a velocidade da informação e o processo comunicacional tomam-se cada
vez mais complexos e conseqüentemente de mais difícil compreensão.
No início do século XX o impacto sociocultural e econômico se deu com a revolução
industrial. O século XXI está chegando sob o impacto da revolução dos meios de
comunicação e das novas tecnologias da informação. É inegável a importância dos
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QUEstão 13
internacionalização das trocas comerciais são algumas condições sociais que promovem
modos de vida societários e fundamentam a separação conceituai entre comunidade e
sociedade; e, mesmo, sugerem a passagem da primeira forma à segunda como modo
predominante de agrupamento social, embora a bibliografia seja quase unânime em
afirmar a coexistência entre as duas formas sociais ao longo da História. (...)
http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/78561/83089 - acesso em
02/05/2016.
Assinale a alternativa que conjuga o verbo destacado no tempo futuro.
Já uma sociedade seria definida por relações voluntárias e contratuais.
a) Ser
b) Foi
c) Era
d) Será
QUEstão 14
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe
em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma
- como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos
inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma,
medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor
balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não
ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
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conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deveres reais,
curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. "(4°§)
QUEstão 15
Texto
A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
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QUEstão 16
Sonhos
Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.
QUEstão 17 O PADEIRO
Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo
café vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o
pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os
moradores, avisava gritando:
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Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é
ninguém?
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou
outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e
ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: ―não é ninguém, não senhora, é o
padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)
QUEstão 18
Texto
O amor acaba
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
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A opção do autor por enunciar, no título do texto, o verbo ―acabar‖ no presente do Indicativo
cumpre o seguinte papel semântico:
a) revela uma ação que ocorre no momento em que é enunciada.
b) indica uma ação presente com valor de passado.
c) aponta para uma ideia que assume sentido de futuro, uma previsão.
d) ilustra uma ação que se repete com ―status‖ de verdade absoluta.
e) denota uma possibilidade relacionada ao presente da enunciação.
QUEstão 19
Texto
O amor acaba
(Paulo Mendes Campos)
O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de
teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde
começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um
automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das
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unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que
não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e
elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos
soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio;
e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e
espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes
acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres;
mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã
dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às
províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar;
na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles momos de
gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias,
mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o
gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de
delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os
crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue,
suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e
volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e
acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor
pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo,
dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o
amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em
ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres,
Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o
amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares
gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na
janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho
de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue
consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode
acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na
verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no
abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares
o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para
recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
A opção do autor por enunciar, no título do texto, o verbo “acabar" no presente do
Indicativo cumpre o seguinte papel semântico:
a) revela uma ação que ocorre no momento em que é enunciada.
b) indica uma ação presente com valor de passado.
c) aponta para uma ideia que assume sentido de futuro, uma previsão.
d) ilustra uma ação que se repete com ―status" de verdade absoluta.
e) denota uma possibilidade relacionada ao presente da enunciação.
QUEstão 20
Texto I
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A partir da análise dos verbos destacados e do sentido que eles introduzem na frase em
questão, assinale a opção em que se faz um comentário correto.
a) O verbo ―atinge‖, flexionado no Presente do Indicativo, sugere algo que deve ser entendido
como verdade.
b) Aflexão de ―virasse‖ no Modo Subjuntivo indica a certeza de concretização da ação indicada
por esse verbo.
c) O verbo ―seria‖, flexionando no Modo Subjuntivo, revela uma ideia de possibilidade quanto
ao resultado de uma ação.
d) Caso os três verbos estivessem flexionados no mesmo tempo verbal, não haveria qualquer
alteração no sentido da frase.
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QUEstão 21
Roupas adequadas
QUEstão 22
O Bicho
(Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
A respeito do emprego do pretérito imperfeito, na segunda estrofe do texto II, pode afirmar o
seguinte:
a) Revela uma ação passada relacionada com um fato futuro.
b) Indica uma ação que se repetia no passado.
c) Aponta para um evento que ocorre no momento da enunciação.
d) Sinaliza uma ação pontual realizada uma única vez no passado.
e) Representa uma ação que ocorreu no passado e se estende até o presente.
QUEstão 23
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QUEstão 24
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa
QUEstão 25
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É normal, quando você vê uma criança bonita, dizer ―mas que linda‖, ―que olhos
lindos‖, ou coisas no gênero. Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente quando
se trata de uma criança ou até de um cachorrinho, dificilmente fazemos a um adulto.
Isso me ocorreu quando outro dia conheci, no meio de várias pessoas, uma moça que
tinha cabelos lindos. Apesar da minha admiração, fiquei calada, mas percebi minha
dificuldade, que aliás não é só minha, acho que é geral. Por que eu não conseguia
elogiar seus cabelos?
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(disponível
em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0611200502.htm)
O modo subjuntivo pode transportar o leitor para uma realidade hipotética. Assinale a
opção que apresenta um trecho em que a autora faça uso desse modo verbal.
a) ―Mas esses elogios, que fazemos tão naturalmente‖ (1º parágrafo)
b) ―Fiquei remoendo meus pensamentos‖ (2º parágrafo)
c) ―se for alguém que estiver em outra mesa,‖ (4º parágrafo)
d) ―Fique atenta‖ (6º parágrafo)
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QUEstão 27
(Araújo, R.B. Força Estranha. Ciência Hoje, ano I, v.1, jul./ago. 1982).
Este último ponto é de grande importância, pois nos leva, de certa forma, da igualdade à
liberdade. Com efeito, se todos os torcedores são considerados moralmente iguais, abre-
se, então, a possibilidade para que cada um deles possa, com toda a legitimidade, ter
uma visão inteiramente pessoal do andamento da partida, da escalação dos times, enfim,
de qualquer aspecto relacionado ao mundo do futebol.
Existe, portanto, no futebol, uma área de decisão privada, na qual cada torcedor tem
liberdade para julgar e escolher segundo suas próprias inclinações, sem ter que sofrer
qualquer interferência. Lembremo-nos de que a própria opção por se torcer por
determinado clube, de trocá-lo por outro, ou mesmo de se desinteressar do futebol, são
resoluções de ―foro íntimo‖, que não interessam a ninguém, e que devem, assim, ser
tomadas com toda a independência.
Leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta, em relação ao tempo verbal do texto.
I. Em todo o percurso do texto, o tempo presente do verbo não indica eventos ou processos que
estão ocorrendo no momento em que o redator escreve, mas são ocorrências de extensão
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II. O presente total é o tempo verbal típico dos textos dissertativos, já que esses discutem traços
permanentes do tema posto em questão e não propriedades restritas a um momento em
particular.
QUEstão 28
a) vim – poderá
b) vier – poderá
c) viesse – pode
d) vir – pode
QUEstão 28
As raízes do racismo
Drauzio Varella
Somos seres tribais que dividem o mundo em dois grupos: o "nosso" e o "deles".
Esse é o início de um artigo sobre racismo publicado na revista "Science", como parte
de uma seção sobre conflitos humanos, leitura que recomendo a todos.
Tensões e suspeições intergrupais são responsáveis pela violência entre muçulmanos
e hindus, católicos e protestantes, palestinos e judeus, brancos e negros, heterossexuais
e homossexuais, corintianos e palmeirenses.
Num experimento clássico dos anos 1950, psicólogos americanos levaram para um
acampamento adolescentes que não se conheciam.
Ao descer do ônibus, cada participante recebeu aleatoriamente uma camiseta de cor azul
ou vermelha. A partir desse momento, azuis e vermelhos faziam refeições em
horários diferentes, dormiam em alojamentos separados e formavam equipes adversárias
em todas as brincadeiras e práticas esportivas.
A observação precisou ser interrompida antes da data prevista, por causa da violência
na disputa de jogos e das brigas que irrompiam entre azuis e vermelhos. Nos anos
que se seguiram, diversas experiências semelhantes, organizadas com
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Estaria nesse estranhamento a origem das idiossincrasias contra negros e índios, por exemplo,
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I. O uso do futuro do pretérito do verbo ―estar‖ indica falta de certeza quanto à origem do
preconceito contra outros povos.
II. O adjetivo ―idiossincrasias‖ pode ser substituído, sem alteração de sentido, por agressões.
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
30Q339683
Português Interpretação de Textos
Ano: 2013
Banca: IBFC
Órgão: PC-RJ
Prova: Perito Criminal - Ciências Contábeis
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QUEstão 31
“As percepções serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão
novas opiniões e multiplicarão comentários.”
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As raízes do racismo
Drauzio Varella
Somos seres tribais que dividem o mundo em dois grupos: o "nosso" e o "deles". Esse é
o início de um artigo sobre racismo publicado na revista "Science", como parte de uma
seção sobre conflitos humanos, leitura que recomendo a todos.
Tensões e suspeições intergrupais são responsáveis pela violência entre muçulmanos e
hindus, católicos e protestantes, palestinos e judeus, brancos e negros, heterossexuais e
homossexuais, corintianos e palmeirenses.
Num experimento clássico dos anos 1950, psicólogos americanos levaram para um
acampamento adolescentes que não se conheciam.
Ao descer do ônibus, cada participante recebeu aleatoriamente uma camiseta de cor azul
ou vermelha. A partir desse momento, azuis e vermelhos faziam refeições em horários
diferentes, dormiam em alojamentos separados e formavam equipes adversárias em
todas as brincadeiras e práticas esportivas.
A observação precisou ser interrompida antes da data prevista, por causa da violência na
disputa de jogos e das brigas que irrompiam entre azuis e vermelhos.
Nos anos que se seguiram, diversas experiências semelhantes, organizadas com
desconhecidos reunidos de forma arbitrária, demonstraram que consideramos os
membros de nosso grupo mais espertos, justos, inteligentes e honestos do que os
"outros".
Parte desse prejulgamento que fazemos "deles" é inconsciente. Você se assusta quando
um adolescente negro se aproxima da janela do carro, antes de tomar consciência de que
ele é jovem e tem pele escura, porque o preconceito contra homens negros tem raízes
profundas.
Nos últimos 40 anos, surgiu vasta literatura científica para explicar por que razão somos
tão tribais. Que fatores em nosso passado evolutivo condicionaram a necessidade de
armar coligações que não encontram justificativa na civilização moderna? Por que tanta
violência religiosa? Qual o sentido de corintianos se amarem e odiarem palmeirenses?
Seres humanos são capazes de colaborar uns com os outros numa escala desconhecida
no reino animal, porque viver em grupo foi essencial à adaptação de nossa espécie.
Agruparse foi a necessidade mais premente para escapar de predadores, obter alimentos
e construir abrigos seguros para criar os filhos.
A própria complexidade do cérebro humano evoluiu, pelo menos em parte, em resposta
às solicitações da vida comunitária.
Pertencer a um agrupamento social, no entanto, muitas vezes significou destruir outros.
Quando grupos antagônicos competem por território e bens materiais, a habilidade para
formar coalizões confere vantagens logísticas capazes de assegurar maior probabilidade
de sobrevivência aos descendentes dos vencedores.
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QUEstão 32
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Se ele um novo trabalho, .
a) propuser – aceitarei.
b) propuser – aceitaria.
c) propor – aceitarei.
d) propor – aceitaria.
QUEstão 33
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a) obter – vim.
b) obter – vier.
c) obtiver – vier.
d) obtiver – vim.
QUEstão 34
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
feiras, os casamentos e descasamentos da semana (na parte da tarde). Ou não
conversavam, pois outros meios de comunicação se estabeleciam naturalmente na
sombra, mormente se o poste da Light, que ali se alteia, falhava a seu destino
iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).
Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do
Jandaia. Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a
céu aberto, onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela
Vésper tocava gentilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam —
as mães sentadas no ―murinho‖, nome dado à mureta concebida em escala de anão.
E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,
uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno.
Esse bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e
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mãezinhas se eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no
mundo inteiro, com raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais
que se desprendem — quem não os distingue? — dos quadros ―mudos‖ de Brucutu e
Steve Roper. Divertido, mas um pouco assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e
copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda que se renovava.
Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e
desacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não
faziam nada de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.
Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O
telefone chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o
carro, o porteiro estava falando sozinho.
No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio
cautelosos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos
solidários com a gente do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes
argumentavam que a rapaziada era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo
inocente à luz das estrelas. Preferível à grudação dos casais suspeitos, que antes
envergonhava a rua.
Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;
tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os
engraçadinhos não iam fazer isso diante de suas casas?
Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se
mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um
balde de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das
garotas. Consternação, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e
tornaram a voltar.
Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar
nele uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não:
outra iniciativa pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. ―Logo vi que ele não
tem filho!‖ — comentou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está
desoladíssima, e nunca mais ninguém ousará sentar no murinho — nem mesmo as
mansuetas babás e mamães, nem mesmo os casais noturnos.
ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012.
Na oração “mas impõe-se a descrição sumária do território”, o sujeito é:
a) oculto.
b) composto.
c) simples.
d) indeterminado.
QUEstão 02
QUEstão 03
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
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Em “Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.”, o termo em
destaque exerce a função sintática de:
a) adjunto adnominal.
b) predicativo do sujeito.
c) adjunto adverbial.
d) objeto direto.
e) complemento nominal.
QUEstão 04
O Sudoeste e a Casuarina
(Joel Silveira)
Entre a fuga do vento Nordeste e o primeiro sopro frio do Sudoeste, há um instante
vazio e ansioso: as cigarras calam, se eriçam as águas da lagoa e as casuarinas, que se
balançavam indolentes, imobilizam-se na rigidez morta e reta dos ciprestes. Os urubus
debandam das palmeiras, os pescadores recolhem as velas, e daqui da varanda vejo os
lagartos procurarem medrosos os seus esconderijos. ―É o sudoeste‖, penso, e logo ele
chega carpindo penas e desgraças que não são suas.
―Estou vindo do mar alto, trago histórias‖, diz ele com a sua voz agourenta. Ao que
responde, enfastiada, a Casuarina: ―Detesto as tuas histórias‖.
Também eu, porque sei o que signifca pra mim o pranto desatado e frio. Logo esta
varanda, que o Nordeste amornara para o meu sono, estará tomada por tudo o que o
vento ruim traz consigo: a baba do oceano doente, a escuma amarela e pútrida, o calhau
sangrento, o grito derradeiro dos náufragos, os olhos esbugalhados das crianças
afogadas que não entenderam o último instante, o hálito pesado do marinheiro que
morreu bêbado e blasfemo, o lamento do grumete que o mastaréu partido matou e atirou
ao mar.
Assim são as histórias do Sudoeste. Ouvindo-as (e tenho de ouvi-las, como se elas
viessem de dentro de mim, como se por dentro eu tivesse mil frinchas por entre as quais
o Sudoeste passa e geme) ressuscito os meus mortos e minhas tristezas e a eles
incorporo a amargura dos incertos e a angústia sobressaltada dos que têm medo – tão
minhas agora. E vejo, destacada na escuridão como uma medusa no mar, a mão lívida
do meu pai morto, imobilizada no gesto, talvez amigo, que não chegou a ser feito; e os
pequenos dentes do meu irmão Francisco, que morreu sorrindo; e escuto, nos soluços do
vento, aquele terrível convulso regougar de Maria que a morte levou num mar de
sangue e vômito; e tremo e me apavoro, não por receio de não ter enterrado para sempre
meus mortos, mas por medo de tê-los enterrado antes de ter pago tudo o que lhes devia.
Vocabulário:
Casuarina – espécie de árvores e arbustos
Cipreste – planta usada para arranjos às quais se associa a ideia de tristeza
Carpindo – capinar
Calhau – pedra de pequena dimensão
Grumete – graduação mais inferior da Marinha
Mastaréu – mastro pequeno
Regougar – soltar a voz
Em “Ao que responde, enfastiada, a Casuarina” (2º§), o adjetivo em destaque exerce a
função sintática de:
a) sujeito.
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b) objeto direto.
c) adjunto adverbial.
d) predicativo.
e) adjunto adnominal.
QUEstão 05
Texto I
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração
exercendo a função sintática de:
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
d) objeto indireto
e) adjunto adnominal
QUEstão 06
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em “Não me falou em amor.” (v.9), o pronome destacado participa da estrutura da oração
exercendo a função sintática de:
a) sujeito
b) objeto direto
c) complemento nominal
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d) objeto indireto
e) adjunto adnomina
QUEstão 07
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver.
Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão.
A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se
às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
“Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)
Em função da necessidade de concordância do verbo com o sujeito a que se refere, pode-se
afirmar o seguinte sobre o sujeito da forma “espalha” é:
a) composto tendo ―homem‖ e ―multidão‖ como núcleos
b) indeterminado e sem referência gramatical explícita.
c) simples e representado pela construção ―a multidão‖
d) desinencial marcado pela terceira pessoa.
QUEstão 08
Texto
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu
o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada,
ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu
os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz
de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho,
a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgiram no
canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que
Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede.
Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da
esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam
chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem o
alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é no
fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de
moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo,
gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e
alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na
carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas:
era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario,
pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na mão
esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. A
polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou duas
horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de
um defunto.
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Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não
consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se
espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar
os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há
muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça
agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da
chuva, que volta a cair.
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte.
“Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)
QUEstão 09
Minhas maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
Mario Prata
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranqüilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
(...)
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
(...)
Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? Muda muito de opinião.
Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
(...)
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
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A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda,
2001, pág. 99.
Leia a citação abaixo e assinale a alternativa que classifica adequadamente o sujeito do
período.
“Muda muito de opinião.”
a) Simples
b) Oculto
c) Inexistente
d) Composto
QUEstão 10
Assinale a alternativa correta. Na última frase do texto a expressão “Meu Deus” se
classifica como:
a) Advérbio
b) Sujeito
c) Vocativo
d) Aposto
QUEstão 11
Leia a citação abaixo e assinale a alternativa que indica a correta classificação do sujeito.
Hoje os estudantes se preocuparam muito com a confecção do trabalho.
a) Simples
b) Composto
c) Pleonástico
d) Inexistente
QUEstão 12
Analise as alternativas abaixo e assinale a alternativa que apresenta sujeito composto:
a) Há de existir alunos de férias.
b) Os alunos estão de férias
c) O aluno está de férias.
d) Os alunos e os professores estão de férias.
QUEstã 13
Texto
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A mentirosa liberdade
Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura
expõe em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior,
na alma - como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo
isso nos inspira: medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela
turma, medo de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da
melhor balada, de um clube mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a
tecnologia de ponta no celular. Medo de não ser livres.
Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que
constituem o que chamo a síndrome do ―ter de‖. Fala-se em liberdade de escolha, mas
somos conduzidos pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas
que não conseguimos escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a
gordura, a fadiga, a insônia, o sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados
a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão, nos escapa. [...]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser?
O que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda
não ficou? [...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão
pouco e trabalhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo
deveres reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter
opiniões próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos,
ignorar ofertas no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça,
isso ajuda. Descobrir o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum
tempo: não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um
homem poderoso. É possível estar contente e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem
um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cumprir tantas obrigações fúteis e inúteis,
como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura, desorientada, em
crise. Liberdade não vem de correr atrás de ―deveres‖ impostos de fora, mas de
construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão
pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para
descobrir o que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09,
adaptado)
No primeiro parágrafo do texto, a autora lista uma série de “medos”. Todos os termos
indicados abaixo estão regidos por esse substantivo, EXCETO:
a) ―de não estar bem enquadrados,‖
b) ―de não ser suficientemente ricos, magros, musculosos‖
c) ―de não ter feito a viagem certa‖
d) ―de um clube mais chique,‖
e) ―de não ser livres.‖
QUEstão 14
Texto I
Rito de Passagem
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Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
No trecho “Barba é importante. Sempre foi.” (2°§), o autor apresenta duas afirmações que
assumem um sentido generalizante, podendo ser entendidas como verdades absolutas.
Contribuíram para esse valor os seguintes recursos linguísticos:
a) O substantivo ―Barba‖, na primeira oração e sua omissão na segunda.
b) O emprego do adjetivo ―importante‖ e as frases curtas.
c) O uso do presente do indicativo e do advérbio ―sempre‖.
d) A omissão do sujeito e do predicativo na segunda oração.
e) A construção de períodos simples e a omissão de um dos sujeitos.
Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,
distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
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Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de
cérebro sadio. Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música,
computação etc. São pessoas felizes, com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um
professor que adotou o método dele, foi recebido por uma orquestra de crianças; todas
tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender
um instrumento musical ou se autoalfabetizar sem curso específico de alfabetização.
Isso foi testado na minha família e deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado
através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e, em seguida, fazia fichas de
palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a escola.
[...]
QUEstão 16
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz
levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do
corpo. Mas como anda a dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que
me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando
pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta.
Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A
informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a
gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da
cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma
estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o
litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos
gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas,
abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
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QUEstão 17
Plataforma
O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o
tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se
transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que
acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que
pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se
diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora,
quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas
semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente
demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto
mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma".
"Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao
pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de
Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização
do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem
o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido.
Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da
Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares
de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que
desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando passistas não têm a menor
importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de
menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que
escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio
recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar
uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os
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"Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas."
QUEstão 18
Texto I
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o
sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos
casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que
dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para
caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode
estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que Ihe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam
a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos
fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há
algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das
nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo
que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-
los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem
um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de
progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência.
Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres
que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus
direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção
sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se
todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem
suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de
conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões
utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos,
manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização
contemporânea. Bastaria urn livro para que todos se vissem magicamente transportados
para outras dimensões, menos incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de
pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há
cortes, prisões tampouco. O que é mais subversive do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir
deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem
trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova... Ler
deve se coisa rara, não para qualquer um. Afinal
de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.
Para obedecer não é preciso enxergar, o silencio é a linguagem da submissão. Para
executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros
sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público,
o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua
história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do outro.
Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.
(Guiomar
de Grammon)
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QUEstão 19
Texto I
O que é filosofia?
Querida Sofia,
Muitas pessoas têm hobbies diferentes. Algumas colecionam moedas e selos antigos,
outras gostam de trabalhos manuais, outras ainda dedicam quase todo o seu tempo livre
a uma determinada modalidade de esporte.
Também há os que gostam de ler. Mas os tipos de leitura também são muito diferentes.
Alguns leem apenas jornais ou gibis, outros gostam de romances, outros ainda preferem
livros sobre temas diversos como astronomia, a vida dos animais ou as novas
descobertas da tecnologia.
Se me interesso por cavalos ou pedras preciosas, não posso querer que todos os outros
tenham o mesmo interesse. Se fico grudado na televisão assistindo a todas as
transmissões de esporte, tenho que aceitar que outras pessoas achem o esporte uma
chatice.
Mas será que alguma coisa interessa a todos? Será que existe alguma coisa que concerne
a todos, não importando quem são ou onde se encontram? Sim, querida Sofia, existem
questões que deveriam interessar a todas as pessoas. E é sobre tais questões que trata
este curso.
Qual é a coisa mais importante da vida? Se fazemos esta pergunta a uma pessoa de um
país assolado pela fome, a resposta será: a comida. Se fazemos a mesma pergunta a
quem está morrendo de frio, então a resposta será: o calor. E quando perguntamos a
alguém que se sente sozinho e isolado, então certamente a resposta será: a companhia de
outras pessoas.
Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de
que todo mundo precise? Os filósofos acham que sim. Eles acham que o ser humano
não vive apenas de pão. É claro que todo mundo precisa comer. E precisa também de
amor e cuidado. Mas ainda há uma coisa de que todos nós precisamos. Nós temos a
necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos.
Portanto, interessar-se em saber por que vivemos não é um interesse ―casual‖ como
colecionar selos por exemplo. Quem se interessa por tais questões toca um problema
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que vem sendo discutido pelo homem praticamente desde quando passamos a habitar
este planeta. A questão de saber como surgiu o universo, a Terra e a vida por aqui é uma
questão maior e mais importante do que saber quem ganhou mais medalhas de ouro nos
últimos Jogos Olímpicos.
―Mas, uma vez satisfeitas todas essas necessidades, será que ainda resta alguma coisa de que
todo mundo precise?‖ (6º §)
QUEstão 20
O Bicho
(Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
O correto comentário sobre a classificação do sujeito das formas verbais em destaque está
expresso em:
a) Sujeito desinencial, com referente textual claramente expresso no poema.
b) Sujeito simples, representado pela palavra ―não‖.
c) Oração sem sujeito, já que o verbo ―ser‖ é impessoal.
d) Sujeito indeterminado, caracterizado pela utilização do infinitivo fexionado.
e) Sujeito oracional, representado pelo primeiro verso da estrofe em destaque.
QUEstão 01
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
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Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
A partir do vocábulo “aberto”, formou-se “entreaberto” (5º§) pelo seguinte processo de
formação:
a) sufixação
b) justaposição
c) aglutinação
d) prefixação
QUEstão 02
Texto I
Quindins Quando sentiu que ia morrer, o Dr. Ariosto pediu para falar a sós com a
mulher, dona Quiléia (Quequé).
- Senta aí, Quequé.
Ela sentou na beira da cama. Protestou, chorosa, quando o marido disse que sabia
que estava no fim. Mas o Dr. Ariosto a acalmou. Os dois sabiam que ele tinha pouco
tempo de vida e era melhor que enfrentassem a situação sem drama. Precisava contar
uma coisa à mulher. Para morrerem paz. Contou, então, que tinha outra família.
- O quê, Ariosto?!
Tinha. Pronto. Outra mulher, outros filhos, até outros netos. A dona Quiléia iria
saber de qualquer maneira, pois ele incluíra a outra família no seu testamento. Mas tinha
decidido contar ele mesmo. De viva, por assim dizer, voz. Para que não ficasse aquela
mentira entre eles. E para que dona Quiléia fosse tolerante com a sua memória e com a
outra. Promete, Quequé? Dona Quiléia chorava muito. Só pôde fazer ―sim‖ com a
cabeça. Aliviado, o Dr. Ariosto deixou a cabeça cair no travesseiro. Podia morrer em
paz.
Mas aconteceu o seguinte: não morreu. Teve uma melhora surpreendente, que os
médicos não souberam explicar e que Dona Quiléia atribui à promessa que fizera a seu
santo. Em poucas semanas, estava fora de cama. Ainda precisa de cuidados, é claro.
Dona Quiléia tem que regular sua alimentação, dar remédio na hora certa... Ficam os
dois sentados na sala, olhando a televisão, em silêncio. Um silêncio constrangido. O Dr.
Ariosto arrependido de ter feito a confissão. A Dona Quiléia achando que não fica bem
se aproveitar de uma revelação que o homem fez, afinal, no seu leito de morte.
Simplesmente não tocam no assunto. No outro dia o Dr. Ariosto teve permissão do
médico para sair, pela primeira vez, de casa. Arrumou-se. Pediu para chamarem um
táxi.
- Quer que eu vá com você? - perguntou a mulher.
- Não precisa.
- Você demora? - Não, não. Vou só...
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Não completou a frase. Ficaram mais alguns instantes na porta, em silêncio. Depois
ele disse:
- Bom. Tchau.
- Tchau.
Agora, tem uma coisa: Dona Quiléia não pagou a promessa ao santo. Ainda compra
quindins escondido e os come sozinha. Aliás, deu para comer quindões. Grandes,
enormes, translúcidos quindões.
(Luis Fernando
Veríssimo)
Assinale a opção que apresente uma palavra formada por processo de derivação.
a) palestra
b) novos
c) comentarista
d) bom
QUEstão 03
Cidadão
(Zé Ramalho)
Compositor: Lúcio Barbosa
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
QUEstão 04
Gente-casa
Existe gente-casa e gente-apartamento. Não tem nada a ver com tamanho: há pessoas pequenas
que você sabe, só de olhar, que dentro têm dois pisos e escadaria, e pessoas grandes com um interior
apertado, sala e quitinete. Também não tem nada a ver com caráter. Gente-casa não é
necessariamente melhor do que gente-apartamento. A casa que alguns têm por dentro pode estar
abandonada, a pessoa pode ser apenas uma fachada para uma armadilha ou um bordel. Já uma
pessoa- apartamento pode ter um interior simples mas bem ajeitado e agradável. É muito melhor
conviver com um dois quartos, sala, cozinha e dependências do que com um labirinto.
Algumas pessoas não são apenas casas. São mansões. Com sótão e porão e tudo que eles,
comportam, inclusive baús antigos, fantasmas e alguns ratos. É fascinante quando alguém que você
não imaginava ser mais do que um apartamento com, vá lá, uma suíte, de repente se revela um
sobrado com pátio interno, adega e solário. É sempre arriscado prejulgar: você pode começar um
relacionamento com alguém pensando que é um quarto-e-sala conjugado e se descobrir perdido em
corredores escuros, e quando abre a porta, dá no quarto de uma tia louca. Pensando bem, todo
mundo tem uma casa por dentro, ou no mínimo, bem lá no fundo, um porão. Ninguém é simples.
Tudo, afinal, é só a ponta de um iceberg (salvo ponta de iceberg, que pode ser outra coisa) e muitas
vezes quem aparenta ser apenas uma cobertura funcional com qrt. sal. avab. e coz. só está
escondendo suas masmorras.
c) I, II e III apenas.
d) III e IV apenas.
QUEstão 05
Leia a primeira estrofe de Póetica, de Vinicius de Moraes, para responder às questões de 33 a
35:
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
QUEstão 06
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
QUEstão 07
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
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CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) justaposição
b) aglutinação
c) derivação
d) abreviação
Texto I
Os outros
Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que
anteontem, quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita
Consciência da Alteridade.
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo
pela calçada. Foi então que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica.
Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro: via o mundo por
seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre seus ombros, tinha
antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida
dele.
O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que
ele agora estava no quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por
sua pele, tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas
verdades as mais difíceis de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe,
racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: você acredita mesmo que isso
seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e,
convenhamos, isso não faz o menor sentido.
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência
elas têm, é de que não são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário
ontem de noite. Diante de um riacho, as saúvas africanas se metiam na água e formavam
uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras passassem. Morriam afogadas,
para que o formigueiro sobrevivesse.
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma
solidariedade pela formiga desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que
senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o pedestre estava fazendo naquela hora.
Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a mulher do próximo?
Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos
por aí, crentes que, se Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses.
Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas
digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a esperança quase
tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra,
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agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não
é estranhíssimo?
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo:
Editora 34, 2010. p17-18)
No trecho “Até a rainha da Inglaterra, agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela,
em inglês, por debaixo da coroa. Não é estranhíssimo?“ (6º§), ocorrem vários exemplos do
registro informal da língua. Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que se
diferencia das demais por NÃO ilustrar tal informalidade e ser exemplo do padrão culto.
a) ―agorinha mesmo‖.
b) ―tá lá‖.
c) ―minhocando‖.
d) ―coisas‖.
e) ―estranhíssimo‖.
QUEstão 02
Assinale a alternativa que não apresenta desvio da norma padrão.
a) Ele está chateado porque brigou com o pai?
b) Não entendo porque tantas pessoas cultivam o ódio nas redes sociais.
c) Não o vejo a dois dias.
d) A posição dele não tem nada haver com a minha.
QUEstão 03
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
QUEstão 04
Texto II
Base do crânio explodiu, descreve legista
A autópsia no corpo de Ayrton Senna começou a ser feita ontem às 10h locais (5h
de Brasília) pelos legistas Michele Romanelli e Pierludovico Ricci, do Instituto Médico
Legal de Bolonha. O laudo oficial tem 60 dias para ser preparado. A Folha conversou
com uma médica do IML que viu o corpo de Senna na segunda-feira de manhã e ontem
– antes e depois da autópsia. Segundo sua descrição, no dia seguinte ao acidente o rosto
do piloto estava desfigurado. A médica pediu para que seu nome não fosse revelado.
Muito inchada, a cabeça quase se juntava aos ombros. Os médicos concluíram, após
a autópsia, que Senna teve morte instantânea na batida a 290 km/h na curva Tamburello.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 05
Mundo interior
(Martha Medeiros)
A casa da gente é uma metáfora da nossa vida, é a representação exata e fiel do
nosso mundo interior. Li esta frase outro dia e achei perfeito. Poucas coisas traduzem
tão bem nosso jeito de ser como nosso jeito de morar. Isso não se aplica, logicamente,
aos inquilinos da rua, que têm como teto um viaduto, ainda que eu não duvide que até
eles sejam capazes de ter seus códigos secretos de instalação.
No entanto, estamos falando de quem pode ter um endereço digno, seja seu ou de
aluguel. Pode ser um daqueles apartamentos amplos, com pé direito alto e preço mais
alto ainda, ou um quarto-e-sala tão compacto quanto seu salário: na verdade, isso
determina apenas seu poder aquisitivo, não revela seu mundo interior, que se manifesta
por meio de outros valores.
Da porta da rua pra dentro, pouco importa a quantidade de metros quadrados e, sim,
a maneira como você os ocupa. Se é uma casa colorida ou monocromática. Se tem
objetos obtidos com afeto ou se foi tudo escolhido por um decorador profissional. Se há
fotos das pessoas que amamos espalhadas por porta-retratos ou se há paredes nuas.
Tudo pode ser revelador: se deixamos a comida estragar na geladeira, se temos a
mania de deixar as janelas sempre fechadas, se há muitas coisas por consertar. Isso
também é estilo de vida.
Luz direta ou indireta? Tudo combinadinho ou uma esquizofrenia saudável na junção
das coisas? Tudo de grife ou tudo de brique? É um jogo lúdico tentar descobrir o quanto
há de granito e o quanto há de madeira na nossa personalidade. Qual o grau de
importância das plantas no nosso habitat, que nota daríamos para o quesito vista
panorâmica? Quadros tortos nos enervam? Tapetes rotos nos comovem?
Há casas em que tudo o que é aparente está em ordem, mas reina a confusão dentro
dos armários. Há casas tão limpas, tão lindas, tão perfeitas que parecem cenários: faz
falta um cheiro de comida e um som vindo lá do quarto. Há casas escuras. Há casas
feias por fora e bonitas por dentro. Há casas pequenas onde cabem toda a família e os
amigos, há casas com lareira que se mantêm frias. Há casas prontas para receber visitas
CADERNO DE QUESTÕES
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e impróprias para receber a vida. Há casas com escadas, casas com desníveis, casas
divertidamente irregulares.
Pode parecer apenas o lugar onde a gente dorme, come e vê televisão, mas nossa
casa é muito mais que isso. É a nossa caverna, o nosso castelo, o esconderijo secreto
onde coabitamos com nossos defeitos e virtudes.
Ao longo do sexto parágrafo, a autora emprega diversas vezes a forma “Há” em orações
sem sujeito. Assinale a opção em que o emprego dessa forma verbal está INCORRETO.
a) Há muitas respostas possíveis.
b) A reunião ocorreu há duas semanas.
c) Daqui há dois dias nos veremos.
d) Há de ocorrer uma nova festa.
QUEstão 06
Texto I
Os bolsos do morto
(Luis Fernando
Veríssimo)
O morto não é exatamente um amigo. Mais um conhecido, mas daqueles que você
não pode deixar de ir ao velório. E lá está ele, estendido dentro do caixão forrado de
cetim, de terno azul-marinho e gravata grená, esperando para ser enterrado.
Se fosse um amigo você ficaria em silêncio, compungido, lembrando o morto em
vida e lamentando sua perda. Como é apenas um conhecido, você comenta com o
homem ao seu lado - que também não parece ser íntimo do morto:
- Poderiam ter escolhido outra gravata...
- É. Essa está brava.
- Já pensou ele chegando lá com essa gravata?
- ―Lá‖ onde?
- Não sei. Onde a gente vai depois de morto. Onde vai a nossa alma.
- Eu acho que a alma não vai de gravata.
- Será que não? E de fatiota?
- Também não.
- Bom. Pelo menos esse vexame ele não vai passar.
- Você é da família?
- Não. Apenas um conhecido.
Você examina o morto. Engraçado: ele vai partir para a viagem mais importante, e
mais distante, da sua vida, mas não precisa carregar nada. Identidade, passaporte, nada.
Nem dinheiro, o que dirá cheques de viagem ou cartões de crédito. Nem carteira!
Você diz para o outro:
- A coisa mais triste de um defunto são os bolsos. O outro estranha.
- Como assim?
- Os bolsos existem para carregar coisas. Coisas importantes, que definem sua vida.
CPF, licença para dirigir, bloco de notas, caneta, talão de cheques, remédio para
pressão...
- Pepsamar...
- Pepsamar, cartão perfurado da Sena, recortes de artigos sobre a situação
econômica, fio dental... Isso sem falar em coisas com importância apenas sentimental.
CADERNO DE QUESTÕES
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Por exemplo: um desenho rabiscado por uma possível neta que parece, vagamente, um
gato, e que ele achou genial e guardou. Entende?
- Sei.
- E aí está ele. Com os bolsos vazios. Despido da vida e de tudo que levava nos seus
bolsos, e que o definia. O homem é o homem e o que ele leva nos bolsos. Poderiam ter
deixado, sei lá, pelo menos um chaveiro.
- Você acha?
- Claro. As chaves da casa. As chaves do carro. Qualquer coisa pessoal, que pelo
menos fizesse barulho num bolso da fatiota, pô!
Você se dá conta de que está gritando. As pessoas se viram para reprová-lo. ―Mais
respeito‖ dizem as caras viradas. Você faz um gesto, pedindo perdão. Sou apenas um
conhecido, desculpem. Mas continua, falando mais baixo:
- A morte é um assaltante. Nos mata e nos esvazia os bolsos.
- Sem piedade.
- Nenhuma.
Vocabulário:
Fatiota - roupa de melhor qualidade, usada em situações mais formais
Pepsamar - tipo de medicamento
No fragmento “Mais um conhecido, mas daqueles que você não pode deixar de ir ao
velório.”(1°§), estão destacadas duas palavras que se aproximam quanto à pronúncia,
contudo diferenciam-se quanto à classificação morfológica. Assinale a opção que indica,
respectivamente, o valor semântico que elas introduzem.
a) intensidade e oposição
b) adição e explicação
c) oposição e conclusão
d) retificação e intensidade
QUEstão 07
Texto
Roupas adequadas
As palavras terminadas em “-ão” podem trazer dúvidas quanto à flexão de número. Por
exemplo, “estação” tem como plural, “estações”. Assinale a opção em que ERRA na
indicação do plural.
a) balão – balãos
b) alemão – alemães
c) opinião – opiniões
d) cristão – cristãos
QUEstão 08
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
QUEstão 09
Quanto à colocação pronominal, assinale abaixo a alternativa que apresenta erro, de acordo com
a norma culta da língua portuguesa.
a) Matá-lo-ei ou não terei paz novamente.
b) Matá-lo eu irei ou não terei paz novamente.
c) Eu o matarei ou não terei paz novamente.
d) Matarei-o ou não terei paz novamente
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 10
Leia abaixo o excerto de um conto do famoso escritor argentino Julio Cortázar.
Primeiro entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, a cara ferida pela
chicotada de um galho. Admiravelmente ela estancava o sangue com seus beijos, mas
ele recusava as carícias, não havia vindo para repetir as cerimônias de uma paixão
secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos. O punhal ficava
momo contra seu peito, e debaixo pulsava a liberdade escondida. Um diálogo ardente
corria pelas páginas como um riacho de serpentes, e sentia-se que tudo estava decidido
desde sempre. Até essas carícias que envolviam o corpo do amante, como querendo
retê-lo e dissuadi-lo, desenhavam abominavelmente a figura de outro corpo que era
necessário destruir. Nada havia sido esquecido: desculpas, azares, possíveis erros. A
partir dessa hora cada instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O
impiedoso duplo reexame se interrompia apenas para que uma mão acariciasse uma
face. Começava a anoitecer.
QUEstão 11
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
QUEstão 12
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
a) porque - mau - o
b) porque - mal - lhe
c) por que - mal - o
d) por que - mau - lhe
e) por que - mal – lhe
QUEstão 13
a) a - as
b) a - às
c) há - às
d) há - as
QUEstão 14
Ainda com base no texto, assinale abaixo a alternativa que apresenta uma palavra grafada de
acordo com a norma culta da língua portuguesa:
a) Bão.
b) Esturricou.
c) Tardinha.
d) Alembrar.
QUEstão 15
Chapeuzinho Vermelho foi seguida pelo lobo . O Apocalipse será a batalha entre o Bem
eo . Assinale abaixo a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) Mau/Mau.
b) Mau/Mal.
c) Mal/Mau.
d) Mal/Mal.
QUEstão 16
Ainda com base no texto, assinale abaixo a alternativa que apresenta uma palavra grafada
de acordo com a norma culta da língua portuguesa:
a) Bão.
b) Esturricou.
c) Tardinha.
d) Alembrar.
QUEstão 17
muitas pessoas no bar quando cheguei, mas não mesas para todos.
Assinale abaixo a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) Havia/existiam.
b) Haviam/existia.
c) Havia/existia.
d) Haviam/existiam.
QUEstão 18
Chapeuzinho Vermelho foi seguida pelo lobo .
O Apocalipse será a batalha entre o Bem e o .
Assinale abaixo a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) Mau/Mau.
b) Mau/Mal.
c) Mal/Mau.
d) Mal/Mal.
QUEstão 19
QUEstão 20
QUEstão 21
QUEstão 22
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Não sei estou me sentindo tão .
CADERNO DE QUESTÕES
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a) porque – mau.
b) porque – mal.
c) por que – mal.
d) por que – mau.
QUEstão 23
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
QUEstão 24
QUEstão 25
Você acha que ele está chateado eu não o convidei para o espetáculo?
a) por que
b) porque
c) por quê
d) porquê
QUEstão 26
a) à – há
b) à – a
c) a – há
CADERNO DE QUESTÕES
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d) a – a
QUEstão 27
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas:
QUEstão 28
Considere os períodos:
QUEstão 29
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
QUEstão 30
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
b) eu – ao
c) mim – no
d) eu – no
QUEstão 31
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas.
Não sei disse ela aquelas palavras horríveis.
a) por que – à
b) porque – à
c) porque – a
d) por que – a
QUEstão 31
Considere os períodos abaixo e assinale a alternativa correta.
Adequação conceitual
QUEstão 01
Texto
Camelos e beija-flores...
(Rubem Alves)
A revisora informou delicadamente que era norma do jornal que todas as ―estórias‖
deveriam ser grafadas como ―histórias‖. É assim que os gramáticos decidiram e
escreveram nos dicionários.
Respondi também delicadamente: ―Comigo não. Quando escrevo ‗estória‘ eu quero
dizer ‗estória‘. Quando escrevo ‗história‘ eu quero dizer ‗história‘. Estória e história são
tão diferentes quanto camelos e beija-fores...‖
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 02
Texto I
Os outros
Você não acha estranho que existam os outros? Eu também não achava, até que
anteontem, quando tive o que, por falta de nome melhor, chamei de SCA – Súbita
Consciência da Alteridade.
Estava no carro, esperando o farol abrir, e comecei a observar um pedestre, vindo
pela calçada. Foi então que, do nada, senti o espasmo filosófico, a fisgada ontológica.
Simplesmente entendi, naquele instante, que o pedestre era um outro: via o mundo por
seus próprios olhos, sentia um gosto em sua boca, um peso sobre seus ombros, tinha
antepassados, medo da morte e achava que as unhas dos pés dele eram absolutamente
normais – estranhas eram as minhas e as suas, caro leitor, pois somos os outros da vida
dele.
CADERNO DE QUESTÕES
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O farol abriu, o pedestre ficou pra trás, mas eu não conseguia parar de pensar que
ele agora estava no quarteirão de cima, aprisionado em seus pensamentos, embalado por
sua pele, tão centro do Cosmos e da Criação quanto eu, você e sua tia-avó.
Sei que o que eu estou dizendo é de uma obviedade tacanha, mas não são essas
verdades as mais difíceis de enxergar? A morte, por exemplo. Você sabe,
racionalmente, que um dia vai morrer. Mas, cá entre nós: você acredita mesmo que isso
seja possível? Claro que não! Afinal, você é você! Se você acabar, acaba tudo e,
convenhamos, isso não faz o menor sentido.
As formigas não são assim. Elas não sabem que existem. E, se alguma consciência
elas têm, é de que não são o centro nem do próprio formigueiro. Vi um documentário
ontem de noite. Diante de um riacho, as saúvas africanas se metiam na água e formavam
uma ponte, com seus próprios corpos, para que as outras passassem. Morriam afogadas,
para que o formigueiro sobrevivesse.
Não, nenhuma compaixão cristã brotou em mim naquele momento, nenhuma
solidariedade pela formiga desconhecida. (Deus me livre, ser saúva africana!). O que
senti foi uma imensa curiosidade de saber o que o pedestre estava fazendo naquela hora.
Estaria vendo o mesmo documentário? Dormindo? Desejando a mulher do próximo?
Afinal, ele estava existindo, e continua existindo agora, assim como eu, você, o Bill
Clinton, o Moraes Moreira. São sete bilhões de narradores em primeira pessoa soltos
por aí, crentes que, se Deus existe, é conosco que virá puxar papo, qualquer dia desses.
Sete bilhões de mundinhos. Sete bilhões de chulés. Sete bilhões de irritações, sistemas
digestivos, músicas chicletentas que não desgrudam da cabeça e a esperança quase
tangível de que, mês que vem, ganharemos na loteria. Até a rainha da Inglaterra,
agorinha mesmo, tá lá, minhocando as coisas dela, em inglês, por debaixo da coroa. Não
é estranhíssimo?
(PRATA, Antônio. Os outros. In: Meio intelectual, meio de esquerda. São Paulo:
Editora 34, 2010. p17-18)
Na passagem “e a esperança quase tangível de que, mês que vem, ganharemos na
loteria.”(6º§), o vocábulo destacado cumpre papel qualifcador e deve ser entendido como:
a) palpável
b) improvável.
c) descrente.
d) distante.
e) tranquila.
QUEstão 03
O murinho
A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás,
capitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em
geral, providas de namorados civis e militares.
Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente
ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois
palmos de altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao
convite, e ali ficavam praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 04
Texto II
Família
(Titãs, fragmento)
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão
Família êh!
Família áh!
No sétimo verso, a palavra “ganha-pão” pertence a uma modalidade mais informal da língua e
deve ser entendida como sinônimo de:
a) refeição.
b) educação.
c) trabalho.
d) diversão.
QUEstão 05
Texto
O retrato
(Ivan Angelo)
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e
jaqueta de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando
sem pressa que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o
mecânico que comia uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso,
extraiu de dentro dela uma fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente
que seus olhos ficaram vermelhos. Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a
cara contraiu-se como uma máscara de teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou
ao homem o que ele queria. O homem disse ―nada não, obrigado‖, guardou a foto, saiu
do botequim e desapareceu.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 06
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer ísso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será Que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. Meu Deus, o que será de nós, os
maduros?
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.
QUEstão 07
Texto
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta
rapidez, tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo
para escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir
à sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida.
Homem maduro não bebe, vai à praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
fnalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega
pensando: sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) precaução.
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.
QUEstão 08
Minhas
maturidade
Circunspecção, siso, prudência.
(Mario Prata)
É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer.
Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez,
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para
escovar os dentes com tanta pressa.
E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumando-se uma posição menos
incômoda, acertando as pontas.
[...]
Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção.
É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. Homem maduro não bebe, vai à
praia.
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão,
finalmente, acabando. Restam uns cinco.
Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê?
Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
[...]
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. A maturidade faz com que
ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou um homem maduro.
Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
O vocábulo “circunspecção”, também presente no subtítulo, deve ser entendido como
sinônimo de:
a) precaução.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) animação.
c) dedicação.
d) organização.
e) limitação.
QUEstão 09
Texto
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a
vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do
começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na
morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico
sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo
na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou,
em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos
fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma
amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na
esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade,
ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na
calçada batendo papo com alguma nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da
vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da
própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um
gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não
soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a
cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para
manter ou recuperar a ―beleza‖. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de
projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em
18/09/16)
Em “Não precisamos ser tão incrivelmente sérios” (3º§), o vocábulo destacado poderia ser
substituído, sem prejuízo de sentido, por:
a) perigosamente
b) possivelmente
c) controladamente
d) exageradamente
e) impulsivamente
QUEstão 10
Texto I
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em um texto, as palavras cumprem papel expressivo na construção de sentidos. Assim,
indique o par de palavras que, no poema, funcionam como sinônimos.
a) ―fina‖ (v.2)/ ―luxo‖ (v.10)
b) ―estudo‖ (v.1)/ ―serviço‖ (v.7)
c) ―pão‖(v.8)/ ―café‖ (v.8)
d) ―tacho‖ (v.8)/ ―água‖ (v.8)
e) ―dia‖ (v.5)/ ―noite‖ (v.5)
QUEstão 11
Texto II
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que
acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.
[...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna.
Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e
só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas
que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do
baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor
esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os
bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do
inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia
parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas
estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas
ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de
bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo
estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-porcasa/?autor=40. Acesso em
set. 2016.)
A expressão “O outro”, presente no último parágrafo encerra uma oposição que deve ser
entendida como:
a) juventude e velhice
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) televisão e paixão
c) organização e desordem
d) realidade e fantasia
e) rapidez e eternidade
QUEstão 12
O texto expõe memórias coletivas através do olhar de um narrador. Assinale a opção em
que se destaca um vocábulo que evidencie essa ideia de coletividade.
a) ―Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés‖
b) ―Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.‖
c) ―A folia começava sexta-feira e só terminava terça‖
d) ―Que se ressentiam vermelhos de dor.‖
e) ―E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas‖
QUEstão 13
Texto I
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
―Coitado, até essa hora no serviço pesado‖.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
(Adélia Prado)
Em um texto, as palavras cumprem papel expressivo na construção de sentidos. Assim,
indique o par de palavras que, no poema, funcionam como sinônimos.
a) ―fina‖ (v.2)/ ―luxo‖ (v.10)
b) ―estudo‖ (v.1)/ ―serviço‖ (v.7)
c) ―pão‖(v.8)/ ―café‖ (v.8)
d) ―tacho‖ (v.8)/ ―água‖ (v.8)
e) ―dia‖ (v.5)/ ―noite‖ (v.5)
QUEstão 14
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 15
Carnaval de trazer por casa
Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés, com medo de uma queda que
acabasse com o Carnaval. Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.
[...] Nós éramos todas meninas. Tínhamos a idade que julgávamos ser eterna.
Sonhávamos com os cinco dias mais prometidos do ano. A folia começava sexta-feira e
só terminava terça quando as estrelas iam muito altas. Havia o cheiro das bombinhas
que tinham um odor aproximado ao dos ovos podres e que se misturava com o pó do
baile que se colava aos lábios. Que se ressentiam vermelhos de dor. Havia o cantor
esganiçado em palco a tentar a afinação, que quase nunca conseguia: [...] Depois os
bombos saíam à rua, noite fora, dia adentro. [...] E na noite que transformava o frio do
inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza de que aquele som dos bombos fazia
parte do meu código genético. E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas
estreitas da minha aldeia, assim, igual a si próprio, com os carros de bois a chiar pelas
ruas, homens vestidos de mulheres com pernas cheias de pelos, mulheres vestidas de
bebês, o meu pai vestido de François Mitterrand e eu com a certeza de que o mundo
estava todo certo naqueles cinco dias, na minha aldeia.
O outro, o que via nas televisões, não era meu.
(FREITAS, Eduarda. Revista Carta Capital. Disponível em: http://
www.cartacapital.com.br/sociedade/carnaval-de-trazer-por-
casa/?autor=40. Acesso em set. 2016.)
O texto expõe memórias coletivas através do olhar de um narrador. Assinale a opção em
que se destaca um vocábulo que evidencie essa ideia de coletividade.
a) ―Quinze dias antes já os olhos se colavam aos pés‖
b) ―Subíamos e descíamos as escadas, como quem pisa algodão.‖
c) ―A folia começava sexta-feira e só terminava terça‖
d) ―Que se ressentiam vermelhos de dor.‖
e) ―E que o Carnaval ia estar sempre presente nas ruas estreitas‖
QUEstão 16
Texto
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 17
TEXTO II
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
A charge emprega duas situações distintas e, nas falas, faz uso de um paralelismo de
construções. A distinção, nessas falas, é marcada pelo emprego de duas palavras que,
contextualmente, são:
a) antagônicas
b) polivalentes
c) equivalentes
d) complementares
QUEstão 18
Texto I
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a
partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar
social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem,
em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que
esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é um coautor. Porque cada um lê e relê com os olhos
que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita.
(Leonardo Boff. A águia e a galinha. 5. ed. Petrópolis: Vozes,
1997. p9-10)
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
O texto II explora a questão proposta pelo texto I através de uma situação concreta.
Considerando essa relação entre textos, é correto afirmar que:
a) a neve, enquanto fenômeno natural, não deveria propiciar percepções distintas, mas gerar um
só resultado.
b) a mesma experiência produz reações diferentes em função da realidade de quem a vivência.
c) a variação de opiniões é algo tipicamente humano e sempre independe da observação da
realidade experimentada.
d) a diferença de experiência retratada pela charge é resultado da pluralidade de visões do
leitor.
QUEstão 19
A charge emprega duas situações distintas e, nas falas, faz uso de um paralelismo de
construções. A distinção, nessas falas, é marcada pelo emprego de duas palavras que,
contextualmente, são:
CADERNO DE QUESTÕES
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a) antagônicas
b) polivalentes
c) equivalentes
d) complementares
QUEstão 20
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
No quarto parágrafo, o autor emprega dois pronomes indefinidos em “tudo é possível e
nada é passível de ciúme” e, por meio deles:
a) constrói uma ambiguidade.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 21
Texto I
O Relacionamento Aberto
(Por Gregorio Duvivier)
―Todos os relacionamentos fechados se parecem‖, diria Tolstói em ―Anna
Kariênina‖. ―Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.‖
Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma
embalagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto,
há grandes chances de você se perguntar: ―Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse
CD. Aliás, ninguém mais ouve CD‖.
Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras,
merecem que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista
um forte risco de intoxicação.
Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação
escancarada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só
aconteceu uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando
você vai ver de perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer
que existe uma porta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.
O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode
poder tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou
desde que não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se
apaixone ou desde que seja por paixão.
Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional
costuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas
férias, enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios:
abre em dia útil, fecha no final de semana.
O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é
só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a
fechadura: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.
Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma
paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém
ficaria sabendo, mas mesmo assim você diz: ―Não, não. Estou num relacionamento‖.
Parece que esse aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete.
Talvez volte com tudo em 2017, assim como as ombreiras e a pochete.
Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar
pode ser o Crocs.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-aberto.shtml . Acesso em:
18/07/2016)
No último parágrafo, o autor emprega a palavra “Crocs” que pode ser entendida como
sandálias de plástico com furinhos. Apreendendo-se o sentido mais amplo que ele confere
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 22
O emprego do termo “Aliás”, ao final do segundo parágrafo, introduz um sentido de:
a) conclusão
b) interrogação
c) confirmação
d) retificação
QUEstão 23
Texto I
Encontro
Com atenção não seria difícil descobrir pequenas mudanças: os cabelos mais claros, e
entretanto com menos luz e vida; a boca pintada com um desenho diferente, e o batom
mais escuro. Impossível negar uma tênue, fina ruga – quase estimável. Mas naquele
instante, diante da amiga amada que não via há muito tempo, não eram essas pequenas
coisas que intrigavam o seu olhar afetuoso e melancólico. Havia certa mudança
imponderável, e difícil de localizar – a voz ou o jeito de falar, o tom ao mesmo tempo
mais desembaraçado e mais sereno?
E mesmo no talhe do corpo (o pequeno cinto vermelho era, pensou ele, uma inabilidade:
aumentava-lhe a cintura), na relação entre o corpo e os membros, havia uma sutil
mudança.
Sim, ela estava mais elegante, mais precisa em seu desenho, mas perdera alguma
indizível graça elástica do tempo em que não precisava fazer regime para emagrecer e
era menos consciente de seu próprio corpo, como que o abandonava com certa moleza,
distraída das próprias linhas e dos gestos cuja beleza imprevista ele fora descobrindo
devagar, com uma longa delícia.
Por um instante, enquanto conversava com outras pessoas presentes assuntos sem
importância, ele tentou imaginar que impressão teria agora se a visse pela primeira vez,
se aquela imagem não estivesse, dentro de seus olhos e de sua alma, fundida a tantas
outras imagens dela mesma perdidas no espaço e no tempo. Não tinha dúvida de que a
acharia muito bonita, pois ela continuava bela, talvez mais bem vestida; não tinha
dúvida mesmo de que, como da primeira vez que a vira, receberia sua beleza como um
choque, uma bênção e um leve pânico, tanto a sua radiosa formosura dá uma vida e um
sentido novo a qualquer ambiente, traz essa vibração especial que só certas mulheres
realmente belas produzem. Mas de algum modo esse deslumbramento seria diferente do
antigo – como se ela estivesse mais pessoa, com mais graça e finura de mulher, menos
graça e abandono de animal jovem.
O grupo moveu-se para tomar lugar em uma mesa no fundo do bar. Ele andou a seu
lado um instante (como tinham andado lado a lado!) mas não quis sentar, recusou o
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 24
O sentido de algumas palavras pode ser inferido pelo contexto. Assim, em “E mesmo
no talhe do corpo” (2º§), o vocábulo em destaque deve ser entendido como:
a) charme
b) ânimo
c) porte
d) cuidado
QUEstão 25
Uma Vela para Dario
(Dalton Trevisan)
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando,
sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a
boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que
devia sofrer de ataque.
Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado.
O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o
paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja
feio, bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo
repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o
guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o
táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a
corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à
parede - não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a
farmácia é no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma
peixaria. Enxame de moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las.
CADERNO DE QUESTÕES
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Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e
bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria,
sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus
bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de
nascença. O endereço na carteira é de outra cidade.
Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as
calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no
corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na
mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando
no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão.
A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario
levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que
alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no
peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem
morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns
moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver.
Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão.
A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se
às primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§)
Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é
ligeiramente imaturo.
(...)
Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.
O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? Muda muito de opinião.
Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim.
(...)
Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro ficar com mania de apagar as luzes da
casa.
O homem maduro faz palavras cruzadas!
Se você observar bem, ele começa a implicar com horários.
A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando:
sou um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso.
O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas.
Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos.
Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes
depressa, mais depressa, mais depressa ainda.
O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova.
Meu Deus, o que será de nós, os maduros?
PRATA, Mário. Minhas tudo. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda,
2001, pág. 99.
Analise a citação abaixo e assinale a alternativa que apresenta idéias opostas.
“Sorri tranqüilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos.”
a) Pensa - imaturo
b) tranqüilo - pressa
c) Sorri - imaturo
d) tranqüilo - imaturidade
QUEstão 27
Leia a frase abaixo e assinale a alternativa que substitui adequadamente a palavra em
destaque, sem alterar o sentido do texto.
“Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz”.
a) Expressa
b) Esconde
c) Transforma
d) Corrige
QUEstão 28
Analise as opções abaixo e assinale a principal característica do subtítulo do texto.
“Circunspecção, siso, prudência.”
a) Sinônimo
b) Antônimo
c) Exemplo
d) Metáfora
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 29
Pura inveja. Você vai fuçar na vida alheia e descobre que seu ex-chefe, aquele mala,
está de férias em Cancún. E o cara mais chato da faculdade conseguiu o emprego dos
seus sonhos. Pior: postaram fotos, com a felicidade estampada na cara. E você ali,
estagnado no trabalho, sem um centavo para viajar. O cotovelo coça. Todo mundo
parece mais feliz do que você. Pobrecito...
Não se preocupe. Isso parece acontecer com a maioria das pessoas que acessam o
Facebook com frequência. Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da
Universidade de Utah Valley, conversaram com 425 estudantes sobre a vida: se estavam
felizes ou não com o rumo das coisas. E se os amigos pareciam felizes. Também
disseram quanto concordavam com expressões como ―a vida é justa‖ ou ―muitos dos
meus amigos têm uma vida melhor do que a minha‖. Aí então contaram quantos amigos
cada um tinha no Facebook e quanto tempo passava on-line - a média foi de cinco horas
por semana.
E concluíram: quanto mais horas uma pessoa passa no Facebook, maior a chance de
achar que a vida dos outros anda melhor. Isso acontecia ainda mais quando as pessoas
não conheciam muito bem os contatos do Facebook.
A explicação é fácil. Ninguém (ou quase ninguém) posta fotos tristes no Facebook. É só
alegria - mesmo se a viagem for um fracasso e o trabalho uma furada. Só que daí, do
outro lado da tela, tudo parece perfeito. Menos a sua vida, real e completa, com dias
bons e ruins. Eu, hein.
QUEstão 30
seus efeitos. Seu campo de atuação vai desde uma simples residência até complexos
conglomerados industriais.
Nos países desenvolvidos medidas preventivas e de Segurança de caráter individual
ou coletivo, são aplicadas e praticadas pela maioria de seus cidadãos, ao passo que nos
países em desenvolvimento ainda são largamente inexistentes ou ignoradas. Em alguns
destes países a legislação apresenta certos absurdos como compensação monetária pela
exposição ao risco (periculosidade, insalubridade), fazendo com que empregados e
empregadores concentrem suas atenções no ―custo‖ da exposição e não na eliminação
da mesma.
(...)
http://www.segurancanotrabalho.eng.br/artigos/investir_seg.html - acesso em
25/04/2016
Tendo como base o texto acima, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa
correta:
I. Para haver uma melhora na segurança do trabalhado, é necessário exclusivamente a redução
do número de acidentes de trabalho, fruto de uma situação incontrolável.
II. A palavra acidente, aplicada no texto, também pode ser sinônimo de casualidade, imprevisto.
III. O autor se mostra indignado com a cobrança por acidentes de trabalho existente em alguns
países.
a) Somente I está correta.
b) Somente II está correta.
c) II e III estão corretas.
d) Somente III está correta
QUEstão 31
QUEstão 32
QUEstão 33
Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
e esparsos pelos exigem - ou permitem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de
satisfação.
CADERNO DE QUESTÕES
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Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra
trás. E, no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o
rosto da criança que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água
carrega para o ralo da pia levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.
É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria
barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois
que expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança
que, do fundo do espelho, nos olha sem entender.
(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM,
2003)
Em “E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão,
a emoção do pai será inevitável.” (1°§), o fragmento em destaque sugere uma relação de
sentido com a oração que encerra o período. Desse modo, tal fragmento introduz um
sentido de:
a) ratificação
b) conclusão
c) comparação
d) exclusão
e) indefinição
QUEstão 34
No texto, o vocábulo “expiramos” poderia ser substituído por:
a) Morremos
b) Renascemos
c) Respiramos
d) Refletimos
e) Compreendemos
QUEstão 35
Texto I
Rito de Passagem
Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: ―Pai, fiz a
barba‖. E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da
profissão, a emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto
de assombro, de orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai
carregou nos braços, é um homem. O tempo passou.
Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei
também. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia
de honra, talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um
rito de passagem.
Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma
revelação; logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos,
aliás, deixam crescer a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da
lâmina de barbear. Mas, quando seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 36
Aprendendo a pensar
(Frei Beto)
Nosso olhar está impregnado de preconceitos. Uma das miopias que carregamos é
considerar criança ignorante. Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.
O educador e cientista Glenn Doman se colocou a pergunta: em que fase da vida
aprendemos as coisas mais importante que sabemos?
As coisas mais importantes que todos sabemos é falar, andar, movimentar-se,
distinguir olfatos, cores, fatores que representam perigo, diferentes sabores etc. Quando
aprendemos isso? Ora, 90% de tudo que é importante para fazer de nós seres humanos,
aprendemos entre zero e seis anos, período que Doman considera ―a idade do gênio‖.
Ocorre que a educação não investe nessa idade. Nascemos com 86 bilhões de
neurônios em nosso cérebro. As sinapses, conexões cerebrais, se dão de maneira
acelerada nos primeiros anos da vida.
Glenn Doman tratou crianças com deformações esqueléticas incorrigíveis, porém de
cérebro sadio. Hoje são adultos que falam diversos idiomas, dominam música,
computação etc. São pessoas felizes, com boa autoestima. Ao conhecer no Japão um
professor que adotou o método dele, foi recebido por uma orquestra de crianças; todas
tocavam violino. A mais velha tinha quatro anos...
Ele ensina em seus livros como se faz uma criança, de três ou quatro anos, aprender
um instrumento musical ou se autoalfabetizar sem curso específico de alfabetização.
Isso foi testado na minha família e deu certo. Tenho um sobrinho- neto alfabetizado
através de fichas. A mãe lia para ele histórias infantis e, em seguida, fazia fichas de
palavras e as repetia. De repente, o menino começou a ler antes de ir para a escola.
[...]
QUEstão 37
Há, entre as duas orações do período, uma relação semântica. Desse modo, sem prejuízo
de sentido, no lugar do ponto e vírgula que as separam poderia ser empregado o seguinte
conectivo:
Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem."
a) desde que
b) contudo
c) visto que
d) como
QUEstão 38
Ao fazer uso do vocábulo “miopias”, no primeiro parágrafo, o autor emprega esse termo
no sentido:
a) irônico
b) cômico
c) metafórico
d) científico
QUEstão 39 Sonhos
Sonhar é como ir ao cinema. Seus olhos se fechando são como as luzes do cinema se
apagando, e seu sonho é como um filme projetado na tela. Só que... Só que, mesmo que
você não saiba exatamente o que vai ver no cinema, tem uma ideia. Leu uma sinopse do
filme no jornal, viu o cartaz. Sabe se vai ser um drama ou uma comédia. Sabe quem são
os atores. Sabe que, se for filme de horror, vai se assustar, se for um filme com o
Silvester Stallone, vai ter soco etc. Quer dizer: você entra no cinema preparado. Mas
você nunca dorme sabendo o que vai sonhar.
QUEstão 40
Cace a liberdade
(Martha Medeiros)
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso nós temos no prato, é a fonte de energia que nos faz
levantar de manhã e sair para trabalhar. Nossa meta primeira é a sobrevivência do
corpo. Mas como anda a dieta da alma?
Outro dia, no meio da tarde, senti uma fome me revirando por dentro. Uma fome que
me deixou melancólica. Me dei conta de que estava indo pouco ao cinema, conversando
pouco com as pessoas, e senti uma abstinência de viajar que me deixou até meio tonta.
Minha geladeira, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso
ideal, mas me senti desnutrida. Você já se sentiu assim também, precisando se
alimentar?
Revista, jornal, internet, isso tudo nos informa, nos situa no mundo, mas não sacia. A
informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a
gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da
cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça.
Perseguir.
Se não há silêncio a sua volta, cace o silêncio onde ele se esconde, pegue uma
estradinha de terra batida, visite um sítio, uma cachoeira, ou vá para a beira da praia, o
litoral é bonito nesta época, tem uma luz diferente, o mar parece maior, há menos
gente.
Cace o afeto, procure quem você gosta de verdade, tire férias de rancores e mágoas,
abrace forte, sorria, permita que o cacem também.
Cace a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, vá ao
encontro de tudo que não tem regra, patrulha, horários. Cace o amanhã, o novo, o que
ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, vá atrás do que é
surpreendente, o que se expande na sua frente, o que lhe provoca prazer de olhar, sentir,
sorver. Entre numa galeria de arte. Vá assistir a um filme de um diretor que não
conhece. Olhe para a sua cidade com olhos de estrangeiro, como se você fosse um
turista. Abra portas. E páginas.
Arroz, feijão, bife, ovo. Isso me mantém de pé, mas não acaba com meu cansaço
diante de uma vida que, se eu me descuido, se torna repetitiva, monótona, entediante.
Mas nada de descuido. Vou me entupir de calorias na alma. Há fartas sugestões no
cardápio. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos meus dias é tão intenso que às
vezes a gente se esquece de se alimentar direito.
Ao empregar a referência “Outro dia, no meio da tarde” (2º), a autora confere à sua
experiência relatada um caráter que é MELHOR entendido como:
a) casual
b) didático
c) cerimonioso
d) factual
e) atemporal
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Racíocinio Lógico
proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos
QUEstão 01
A negação da frase: “O cachorro late e o sapo não voa” é:
a) O cachorro não late e o sapo voa
b) O cachorro não late ou o sapo não voa
c) O cachorro não late ou o sapo voa
d) O cachorro late ou o sapo não voa
QUEstão 02
A negação da frase “O Sol é uma estrela e a Lua é um satélite” de acordo com a equivalência
lógica proposicional, é dada por:
a) O Sol não é uma estrela e a Lua não é um satélite
b) O Sol não é uma estrela e a Lua é um satélite
c) O Sol não é uma estrela ou a Lua é um satélite
d) O Sol é uma estrela ou a Lua não é um satélite
e) O Sol não é uma estrela ou a Lua não é um satélite
QUEstão 03
Assinale a alternativa correta. De acordo com a lógica proposicional, a negação da frase: “O
jogo terminou empatado e o time A foi campeão” é equivalente à frase:
a) O jogo não terminou empatado e o time A não foi campeão
b) O jogo terminou empatado ou o time A não foi campeão
c) O jogo não terminou empatado ou o time A foi campeão
d) O jogo não terminou empatado ou o time A não foi campeão
e) O jogo terminou empatado se, e somente se, o time A foi campeão
QUEstão 04
Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é falso
se:
a) os valores lógicos das duas proposições forem falsos
b) o valor lógico de cada uma das proposições for verdade
c) o valor lógico da primeira proposição for falso
d) o valor lógico da segunda proposição for falso
e) somente uma das proposições tiver valor lógico falso
QUEstão 05
Considerando a frase “João comprou um notebook e não comprou um celular”, a negação
da mesma, de acordo com o raciocínio lógico proposicional é:
a) João não comprou um notebook e comprou um celular
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 06
Sabe-se que p, q e r são proposições compostas e o valor lógico das proposições p e q são
falsos. Nessas condições, o valor lógico da proposição r na proposição composta {[q v (q ^
~p)] v r} cujo valor lógico é verdade, é:
a) falso
b) inconclusivo
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p
e) verdade
QUEstão 07
Assinale a alternativa incorreta com relação aos conectivos lógicos:
a) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a conjunção entre elas têm
valor lógico falso
b) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a disjunção entre elas têm
valor lógico falso
c) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o condicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro
d) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico falso
e) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro
QUEstão 08
De acordo com a equivalência lógica, a negação da frase “Ana é dentista ou não fez
universidade” é:
a) Ana não é dentista ou fez universidade
b) Ana não é dentista e não fez universidade
c) Ana não é dentista e fez universidade
d)Ana é dentista ou fez universidade
e) Se Ana é dentista, então não fez universidade
QUEstão 09
Assinale a alternativa incorreta com relação aos conectivos lógicos:
a) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a conjunção entre elas têm
valor lógico falso
b) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então a disjunção entre elas têm
valor lógico falso
c) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o condicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico falso
e) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos, então o bicondicional entre elas têm
valor lógico verdadeiro
QUEstão 10
Sabe-se que p, q e r são proposições compostas e o valor lógico das proposições p e q são
falsos. Nessas condições, o valor lógico da proposição r na proposição composta {[q v (q ^
~p)] v r} cujo valor lógico é verdade, é:
a) falso
b) inconclusivo
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p
e) verdade
QUEstão 11
Considerando a frase “João comprou um notebook e não comprou um celular”, a negação
da mesma, de acordo com o raciocínio lógico proposicional é:
a) João não comprou um notebook e comprou um celular
b) João não comprou um notebook ou comprou um celular
c) João comprou um notebook ou comprou um celular
d) João não comprou um notebook e não comprou um celular
e) Se João não comprou um notebook, então não comprou um celular
QUEstão 12
Sabe-se que p, q e r são proposições compostas e o valor lógico das proposições p e q são
falsos. Nessas condições, o valor lógico da proposição r na proposição composta {[q v (q ^
~p)] v r} cujo valor lógico é verdade, é:
a) falso
b) inconclusivo
c) verdade e falso
d) depende do valor lógico de p
e) verdade
QUEstão 13
Seja a proposição P: 20% de 40% = 8% e a proposição Q: Se ¾ do salário de João é R$
720,00, então o salário de João é maior que R$ 1000,00. Considerando os valores lógicos
das proposições P e Q, podemos afirmar que:
a) o valor lógico da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) o valor lógico da disjunção entre as duas proposições e falso
c) o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições é verdade
d) o valor lógico do condicional, P então Q, é falso
e) o valor lógico do condicional, Q então P, é falso
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 14
A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica
proposicional é equivalente à frase:
a) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada
b) Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada
c) Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
d) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
e) Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida
QUEstão 15
A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica
proposicional é equivalente à frase:
a) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada
b) Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada
c) Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
d) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
e) Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida
QUEstão 16
Seja a proposição P: 20% de 40% = 8% e a proposição Q: Se ¾ do salário de João é R$
720,00, então o salário de João é maior que R$ 1000,00. Considerando os valores lógicos
das proposições P e Q, podemos afirmar que:
a) o valor lógico da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) o valor lógico da disjunção entre as duas proposições e falso
c) o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições é verdade
d) o valor lógico do condicional, P então Q, é falso
e) o valor lógico do condicional, Q então P, é falso
QUEstão 17
A frase “O atleta venceu a corrida ou a prova foi cancelada” de acordo com a lógica
proposicional é equivalente à frase:
a) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova foi cancelada
b) Se o atleta venceu a corrida, então a prova foi cancelada
c) Se o atleta venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
d) Se o atleta não venceu a corrida, então a prova não foi cancelada
e) Se a prova não foi cancelada, então o atleta não venceu a corrida
QUEstão 18
Uma proposição tem valor lógico falso e outra proposição tem valor lógico verdade. Nessas
condições é correto afirmar que o valor lógico:
a) da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) da disjunção entre as duas proposições é verdade
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 19
A negação da frase “O Sol é uma estrela e a Lua não é um planeta”, de acordo com a
equivalência lógica, a frase é:
a) O Sol não é uma estrela e a Lua é um planeta
b) O Sol não é uma estrela ou a Lua não é um planeta
c) O Sol é uma estrela ou a Lua é um planeta
d) O Sol é uma estrela ou a Lua não é um planeta
e) O Sol não é uma estrela ou a Lua é um planeta
QUEstão 20
Uma proposição tem valor lógico falso e outra proposição tem valor lógico verdade. Nessas
condições é correto afirmar que o valor lógico:
a) da conjunção entre as duas proposições é verdade
b) da disjunção entre as duas proposições é verdade
c) do condicional entre as duas proposições é falso
d) do bicondicional entre as duas proposições é verdade
e) da negação da conjunção entre as duas proposições é falso
QUEstão 21
A negação da frase “O Sol é uma estrela e a Lua não é um planeta”, de acordo com a
equivalência lógica, a frase é:
a) O Sol não é uma estrela e a Lua é um planeta
b) O Sol não é uma estrela ou a Lua não é um planeta
c) O Sol é uma estrela ou a Lua é um planeta
d) O Sol é uma estrela ou a Lua não é um planeta
e) O Sol não é uma estrela ou a Lua é um planeta
QUEstão 22
A negação da frase “Carlos foi à escola e foi bem na prova” de acordo com o raciocínio
lógico proposicional é:
a) Carlos não foi à escola e não foi bem na prova
b) Carlos não foi à escola e foi bem na prova
c) Carlos não foi à escola ou não foi bem na prova
d) Carlos foi à escola ou não foi bem na prova
e) Carlos foi à escola se, e somente se, foi bem na prova
QUEstão 23
De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou,
então foi aprovado” é:
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 24
A conjunção entre duas proposições compostas é verdadeira se:
a) os valores lógicos de ambas as proposições forem falsos
b) se o valor lógico de somente uma das proposições for verdade
c) se ambas as proposições tiverem valores lógicos verdadeiros
d) se o valor lógico de somente uma das proposições for falso
e) se o valor lógico da primeira proposição for verdade e o valor lógico da segunda proposição
for falso.
QUEstão 25
De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou,
então foi aprovado” é:
a) Marcos não estudou e foi aprovado
b) Marcos não estudou e não foi aprovado
c) Marcos estudou ou não foi aprovado
d) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado
e) Marcos não estudou ou foi aprovado
QUEstão 26
A conjunção entre duas proposições compostas é verdadeira se:
a) os valores lógicos de ambas as proposições forem falsos
b) se o valor lógico de somente uma das proposições for verdade
c) se ambas as proposições tiverem valores lógicos verdadeiros
d) se o valor lógico de somente uma das proposições for falso
e) se o valor lógico da primeira proposição for verdade e o valor lógico da segunda proposição
for falso.
QUEstão 27
De acordo com a lógica proposicional, a frase que é equivalente a: “Se Marcos estudou,
então foi aprovado” é:
a) Marcos não estudou e foi aprovado
b) Marcos não estudou e não foi aprovado
c) Marcos estudou ou não foi aprovado
d) Marcos estudou se, e somente se, foi aprovado
e) Marcos não estudou ou foi aprovado
QUEstão 28
A conjunção entre duas proposições compostas é verdadeira se:
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 30
Dentre as alternativas, a única incorreta é:
a) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então a conjunção entre elas, nessa ordem, é falso
b) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então a disjunção entre elas, nessa ordem, tem valor lógico verdadeiro
c) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então o bicondicional entre elas, nessa ordem, tem valor lógico falso
d) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico falso, então o condicional entre elas, nessa ordem, tem valor lógico verdadeiro
e) Se uma proposição composta tem valor lógico verdadeiro e outra proposição composta tem
valor lógico verdadeiro, então a conjunção entre elas tem valor lógico verdadeiro
QUEstão 31
De acordo com a lógica de proposições a negação da frase “Os carros são velozes e as
bicicletas não são de três rodas” é:
a) Os carros não são velozes e as bicicletas são de três rodas.
b) Os carros são velozes ou as bicicletas não são de três rodas
c) Os carros não são velozes ou as bicicletas não são de três rodas.
d) Os carros não são velozes ou as bicicletas são de três rodas.
QUEstão 32
A frase “Se a ave voa, então o sapo pula” é equivalente a frase:
a) A ave não voa ou o sapo pula.
b) O sapo não pula ou a ave voa.
c) Se o sapo pula, então a ave não voa.
d) O sapo pula se, e somente se, a ave voa.
e) A ave não voa e o sapo não pula.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 33
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico de:
a) p conjunção q é verdade.
b) p disjunção q é falso.
c) p condicional q é falso.
d) p bicondicional q é verdade.
e) q condicional p é falso.
QUEstão 34
Um argumento válido para: “Se João estudou, então Paulo foi aprovado no concurso. Se
Paulo foi aprovado no concurso, então Ana não é dentista”, é:
a) Se João estudou, então Ana é dentista.
b) Se João não estudou, então Ana não é dentista.
c) Se João não estudou, então Ana é dentista.
d) Se João estudou, então Ana não é dentista.
e) Se João não estudou, então Paulo não foi aprovado no concurso.
QUEstão 35
A frase “Se a ave voa, então o sapo pula” é equivalente a frase:
a) A ave não voa ou o sapo pula.
b) O sapo não pula ou a ave voa.
c) Se o sapo pula, então a ave não voa.
d) O sapo pula se, e somente se, a ave voa.
e) A ave não voa e o sapo não pula.
QUEstão 36
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico de:
a) p conjunção q é verdade.
b) p disjunção q é falso.
c) p condicional q é falso.
d) p bicondicional q é verdade.
e) q condicional p é falso.
QUEstão 37
Um argumento válido para: “Se João estudou, então Paulo foi aprovado no concurso. Se
Paulo foi aprovado no concurso, então Ana não é dentista”, é:
a) Se João estudou, então Ana é dentista.
b) Se João não estudou, então Ana não é dentista.
c) Se João não estudou, então Ana é dentista.
d) Se João estudou, então Ana não é dentista.
e) Se João não estudou, então Paulo não foi aprovado no concurso.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 38
A frase “Se a ave voa, então o sapo pula” é equivalente a frase:
a) A ave não voa ou o sapo pula.
b) O sapo não pula ou a ave voa.
c) Se o sapo pula, então a ave não voa.
d) O sapo pula se, e somente se, a ave voa.
e) A ave não voa e o sapo não pula.
QUEstão 39
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é
falso, então é correto afirmar que o valor lógico de:
a) p conjunção q é verdade.
b) p disjunção q é falso.
c) p condicional q é falso.
d) p bicondicional q é verdade.
e) q condicional p é falso.
QUEstão 40
Um argumento válido para: “Se João estudou, então Paulo foi aprovado no concurso. Se
Paulo foi aprovado no concurso, então Ana não é dentista”, é:
a) Se João estudou, então Ana é dentista.
b) Se João não estudou, então Ana não é dentista.
c) Se João não estudou, então Ana é dentista.
d) Se João estudou, então Ana não é dentista.
e) Se João não estudou, então Paulo não foi aprovado no concurso.
QUEstão 41
Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que:
a) O condicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
b) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
c) A disjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
d) O bicondicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
falso.
e) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são verdadeiros tem valor lógico
falso.
QUEstão 42
De acordo com a equivalência lógica a negação da frase “O mato é verde e o céu é azul” é
a frase:
a) O mato não é verde e o céu não é azul.
b) O mato não é verde ou o céu não é azul.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 43
Com relação aos conectivos lógicos é correto afirmar que:
a) O condicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
b) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
c) A disjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
verdadeiro.
d) O bicondicional entre duas proposições cujos valores lógicos são falsos tem valor lógico
falso.
e) A conjunção entre duas proposições cujos valores lógicos são verdadeiros tem valor lógico
falso.
QUEstão 44
De acordo com a equivalência lógica a negação da frase “O mato é verde e o céu é azul” é
a frase:
a) O mato não é verde e o céu não é azul.
b) O mato não é verde ou o céu não é azul.
c) O mato não é verde e o céu é azul
d) O mato é verde e o céu não é azul.
e) O mato não é verde ou o céu é azul.
QUEstão 45
A negação da frase “O cachorro late ou a vaca não grunhe" é:
a) O cachorro não late e a vaca grunhe.
b) O cachorro não late ou a vaca não grunhe.
c) O cachorro late se, e somente se, a vaca não grunhe.
d) Se o cachorro não late, então a vaca grunhe.
QUEstão 46
Se o valor lógico de uma proposição “P” é verdade e o valor lógico de uma proposição “Q”
é falso, então o valor lógico do bicondicional entre as duas proposições é:
a) Falso
b) Verdade
c) Inconclusivo
d) Falso ou verdade
QUEstão 47
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 48
Dentre as alternativas, a única correta é:
a) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das duas
proposições forem falsos.
b) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das
duas proposições forem falsos.
c) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das duas
proposições forem falsos.
d) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falso se os valores lógicos das duas
proposições forem falsos.
QUEstão 49
Diz-se que uma proposição composta é equivalente a outra:
a) Se o condicional entre as duas proposições for contingência.
b) Se o bicondicional entre as duas proposições for tautologia.
c) Se o bicondicional entre as duas proposições for contradição.
d) Se o condicional entre as duas proposições for contradição.
QUEstão 50
O valor lógico da proposição composta ( 2/5 de 40 = 16) ou (30% de 150 = 60) é:
a) Verdade
b) Falso
c) Inconclusivo
d) Falso ou verdade
QUEstão 51
A frase “Se o time jogou bem, então foi campeão” é equivalente a:
a) O time jogou bem e foi campeão.
b) O time não jogou bem ou não foi campeão.
c) O time não jogou bem ou foi campeão.
d) Se o time não jogou bem, então não foi campeão.
e) O time jogou bem se, e somente se, foi campeão.
QUEstão 52
De acordo com a equivalência lógica, a negação da frase “Se Paulo compra um carro,
então não paga à vista” é:
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 54
A Frase “A Lua é um satélite ou Saturno não é o maior planeta” é equivalente a frase:
a) ―A Lua é um satélite e Saturno não é o maior planeta‖
b) ―A Lua não é um satélite e Saturno é o maior planeta‖
c) ―Se a Lua não é um satélite, então Saturno não é o maior planeta‖
d) ―A Lua é um satélite se, e somente se, Saturno não é o maior planeta‖
e) ―Se a Lua é um satélite, então Saturno não é o maior planeta‖
QUEstão 55
Se o valor de lógico de uma proposição “p" é verdade e o valor lógico de uma proposição
“q" é falso, então o valor lógico da proposição composta [(q → r)+p] é:
a) Falso.
b) Inconclusivo.
c) Valor lógico da proposição r.
d) Negação do valor lógico da proposição r.
e) Verdade.
QUEstão 56
Dentre as alternativas, a única correta, em relação aos conectivos lógicos, é:
a) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma
das proposições for falso.
b) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é verdade se, o valor lógico de somente
uma das proposições for verdade.
c) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falsa se o valor lógico das duas
proposições for falso.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente
uma das proposições for falso.
e) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é falsa se o valor lógico de somente uma
das proposições for falso.
QUEstão 57
A frase ―Carlos não passou no vestibular, então vai estudar numa faculdade particular‖,
eq ivale, logicamente, à frase:
a) Carlos não passou no vestibular e vai estudar numa faculdade particular.
b) Carlos passou no vestibular ou vai estudar numa faculdade particular.
c) Se Carlos passou no vestibular, então não vai estudar numa faculdade particular.
d) Carlos passou no vestibular e não vai estudar numa faculdade particular.
e) Carlos não passou no vestibular ou vai estudar numa faculdade particular.
QUEstão 58
A frase ―Se a Terra é um planeta, então não emite luz‖ é equivalente a frase:
a) A Terra é um planeta e não emite luz.
b) A Terra não é um planeta ou não emite luz.
c) A Terra é um planeta ou não emite luz.
d) A Terra não é um planeta e não emite luz.
e) A Terra é um planeta ou emite luz.
QUEstão 59
A frase “Se a Terra é um planeta, então não emite luz" é equivalente a frase:
a) A Terra é um planeta e não emite luz.
b) A Terra não é um planeta ou não emite luz.
c) A Terra é um planeta ou não emite luz.
d) A Terra não é um planeta e não emite luz.
e) A Terra é um planeta ou emite luz.
QUEstão 60
P e Q são proposições simples e o valor lógico de P condicional Q é falso. Nessas condições,
é correto afirmar que:
a) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q é verdade.
b) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q é falso.
c) O valor lógico de P é verdade e o valor lógico de Q é verdade.
d) O valor lógico de P é falso e o valor lógico de Q pode ser falso ou verdade.
e) O valor lógico de P é verdade e o valor lógico de Q é falso.
QUEstão 61
Diz-se que uma proposição composta A implica numa proposição composta B, se:
a) a conjunção entre elas for tautologia
b) o condicional entre elas, nessa ordem, for tautologia.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 62
A frase ―A vítima fez boletim de ocorrência ou o acidente foi grave‖ é logicamente equivalente
a:
a) A vítima não fez boletim de ocorrência ou o acidente não foi grave.
b) A vítima não fez boletim de ocorrência e o acidente não foi grave.
c) A vítima fez boletim de ocorrência se, e somente se, o acidente foi grave.
d) Se a vítima não fez boletim de ocorrência, então o acidente foi grave.
QUEstão 63
Se o valor lógico de uma proposição p é verdade e o valor lógico de uma proposição q é falso,
então:
a) O valor lógico da disjunção entre p e q é falso.
b) O valor lógico da conjunção entre p e q é verdade.
c) O valor lógico do bicondicional entre p e q é falso
d) O valor lógico do condicional entre p e q, nessa ordem, é verdade.
QUEstão 64
Se todo elemento de A é de B, todo elemento de B é de C, há elementos de B que não são de A
e há elementos de C que não são de B, não é correto afirmar que:
a) Há elementos de A que não são de C.
b) Todo elemento de A é de C
c) Há elementos de C que não são de A
d) Existe elemento de B que é de A.
QUEstão 65
De acordo com o raciocínio lógico-matemático, a negação da frase ―O juiz negou a sentença e o
réu entrou com recurso‖ é equivalente a frase.
a) O juiz negou a sentença ou o réu entrou com recurso.
b) O juiz não negou a sentença ou o réu não entrou com recurso.
c) O juiz não negou a sentença e o réu não entrou com recurso.
d) O juiz não negou a sentença ou o réu entrou com recurso.
QUEstão 66
Se o valor lógico de uma proposição é verdade e o valor lógico de outra proposição é falso,
então é correto afirmar que o valor lógico:
a) do bicondicional entre elas é falso.
b) do condicional entre elas é verdade.
c) da disjunção entre elas é falso.
d) da conjunção entre elas é verdade.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 67
Dentre as alternativas a seguir e considerando os conectivos lógicos, a única incorreta é:
a) O valor lógico da conjunção entre duas proposições é falso se pelo menos um dos valores
lógicos das proposições for falso.
b) O valor lógico da disjunção entre duas proposições é verdade se pelo menos um dos valores
lógicos das proposições for verdade.
c) O valor lógico do condicional entre duas proposições é falso se os valores lógicos das
proposições forem falsos.
d) O valor lógico do bicondicional entre duas proposições é verdade se os valores lógicos das
proposições forem falsos.
QUEstão 68
A frase ―Se Carlos trabalha, então ganha dinheiro‖ eq ivale logicamente à frase:
a) ―Carlos trabalha e ganha dinheiro‖
b) ―Carlos trabalha ou ganha dinheiro‖
c) ―Carlos trabalha ou não ganha dinheiro‖
d) ―Carlos não trabalha ou ganha dinheiro‖
QUEstão 69
Dentre as alternativas abaixo e considerando o valor lógico das proposições compostas, a única
falsa é:
a) (3 + 4 = 7) ou (25% de 60 = 18)
b) (4 + 4 = 8) e (3 + 5=7)
c) Se (2 + 3 = 4), então (1 + 4 = 3)
d) ( 1 + 4 = 4) se, e somente se, (2 + 3 = 6)
QUEstão 70
De acordo com raciocínio lógico matemático a frase ―O Brasil não foi campeão ou o presidente
foi ao comício‖ é equivalente a frase:
a) O Brasil foi campeão ou o presidente não foi ao comício.
b) O Brasil não foi campeão e o presidente foi ao comício.
c) Se o Brasil foi campeão, então o presidente foi ao comício.
d) O Brasil foi campeão se, e somente se o presidente não foi ao comício.
QUEstão 71
A negação lógica da frase ―Maurício comprou um notebook ou Paula não foi à escola‖ é dada
por:
a) Maurício não comprou um notebook ou Paula foi à escola.
b) Se Maurício não comprou um notebook, então Paula foi à escola
c) Maurício não comprou um notebook e Paula não foi à escola.
d) Maurício não comprou um notebook e Paula foi à escola.
QUEstão 72
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 73
Se o valor lógico de uma proposição P é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição Q é
falso, então é corretoafirmar que:
a) o condicional entre P e Q , nessa ordem, é verdade.
b) a disjunção entre P e Q é verdade.
c) a conjunção entre P e Q, nessa ordem, é verdade.
d) o bicondicional entre P e Q, nessa ordem, é verdade.
QUEstão 74
Marcos é juiz de direito ou André ganhou o processo eqüivale logicamente a dizer que:
b) Se Marcos não é juiz de direito , então André ganhou o processo
.b) Marcos é juiz de direito e André não ganhou o processo.
c) Marcos é juiz de direito se , e somente se, André ganhou o processo.
d) Se Marcos não é juiz de direito, então André não ganhou o processo.
e) Marcos não é juiz de direito ou André não ganhou o processo.
QUEstão 75
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeira e o valor lógico de uma proposição q é
falsa, podemos afirmar que:
a) A conjunção entre as duas é verdadeira.
b) p condicional q é verdadeira
c) p bicondicional q é falsa.
d) A disjunção entre as duas é falsa
QUEstão 76
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é
falso então o valor lógico da proposição composta [(p → q) v ~ p ] ^ ~ q é :
a) Falso e verdadeiro
b) Verdadeiro
c) Falso
d) Inconclusivo
QUEstão 77
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é
falso então o valor lógico da proposição composta [(p → q) v ~p ] ^ ~q é:
a) Falso e verdadeiro
b) Verdadeiro
c) Falso
d) Inconclusivo
QUEstão 78
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 79
Sejam as afirmações:
a) Todas
b) Somente duas delas
c) Somente uma delas
d) Nenhuma
QUEstão 82
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 83
Se o valor lógico de uma proposição p é verdadeira e o valor lógico de uma proposição q é
falsa, podemos afirmar que:
a) A conjunção entre as duas é verdadeira.
b) p condicional q é verdadeira.
c) p bicondicional q é falsa
d) A disjunção entre as duas é falsa.
QUEstão 84
O raciocínio lógico trabalha com proposições, que é um conceito fundamental no estudo da
lógica. Dadas as proposições abaixo:
p: 16,5% de 200 = 32 ; q: a quarta parte de 300 é igual a 80
É correto afirmar que:
a) a disjunção de p e q ( p v q ) é verdadeira.
b) a disjunção de p e q ( p v q ) é falsa.
c) Não existe a disjunção das proposições dadas.
d) O valor lógico de p é diferente do valor lógico de q.
QUEstão 85
Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Uma proposição p implica uma proposição q se, e somente se, o bicondicional p ↔ q for uma
tautologia.
II. Uma proposição P equivale a uma proposição Q se, e somente se, o condicional P → Q for uma
tautologia.
a) Ambas são incorretas.
b) Ambas são corretas.
c) Apenas I é correta.
d) Apenas II é correta.
QUEstão 86
Analisando as afirmações abaixo, a alternativa correta é:
I. Todo aluno desta escola é inteligente. Marcos é um aluno desta escola. Logo, Marcos é inteligente.
II. Todo x é y. Logo, todo y é x.
a) I e II são argumentos válidos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 87
Sejam as proposições p: 30/1000 = 3% e q: 25/32 > 79/100 , então a conjunção entre p e q é:
a) Inconclusiva.
b) Verdadeira.
c) Falsa.
d) Falsa e verdadeira ao mesmo tempo.
QUEstão 88
Dentre as afirmações:
I. Se duas proposições compostas forem falsas então o condicional entre elas é verdade.
II. Se duas proposições compostas forem falsas então o bicondicional entre elas é falso.
III. Para que uma disjunção entre duas proposições seja verdadeira é necessário que ambas
proposições sejam verdadeiras.
IV. Para que uma conjunção entre duas proposições seja falsa é necessário que ambas proposições
sejam falsas.
Pode-se dizer que são verdadeiras:
a) Todas
b)Somente duas delas
c) Somente uma delas
d) Nenhuma
QUEstão 89
Se p e q são proposições e ~p e ~q suas respectivas negações, então podemos dizer que (p → q)
↔ (~q ^ p)é uma:
a) Tautologia
b) Contingência
c) Contradição
d) Equivalência
QUEstão 90
O valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é falso.
Nessas condições, o valor lógico da proposição composta [(~p ↔ q) → p] ^ ~q é:
a) Falso
b) Inconclusivo
c) Falso ou verdadeiro
d) Verdadeiro
QUEstão 91
Paulo trabalha ou Marcos joga futebol equivale logicamente a dizer que:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 92
Identifique a alternativa que preencha corretamente a seguinte Tabela Verdade (OR = OU
lógico):
a) F - F - F - V.
b) F - V - V - V.
c) V - V - V - F.
d) V - F - F - F.
QUEstão 93
Se p e q são proposições e ~p e ~q suas respectivas negações, então podemos dizer que (~p
v q) -> ~q é uma:
a) Tautologia
b) Contingência
c) Contradição
d) Equivalência
QUEstão 94
O valor lógico de uma proposição p é verdadeiro e o valor lógico de uma proposição q é
falso. Nessas condições, o valor lógico da proposição composta (~p -> q) <-> ~q é:
a) Verdadeiro
b) Inconclusivo
c) falso ou verdadeiro
d) falso
QUEstão 95
Dentre as alternativas a única verdadeira é:
a) Uma proposição p implica numa proposição q, se o bicondicional p <-> q é uma tautologia.
b) Uma proposição p equivale a uma proposição q, se o condicional p -> q é uma tautologia.
c)Uma proposição p implica numa proposição q, se o condicional p -> q é uma tautologia.
d) Uma proposição p equivale a uma proposição q, se o bicondicional p -> q é uma
contingência.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 96
Se Carlos ganha dinheiro, então Maria compra um carro equivale logicamente a:
a) Carlos ganha dinheiro ou Maria não compra um carro.
b) Carlos não ganha dinheiro e Maria não compra um carro.
c) Carlos ganha dinheiro e Maria compra um carro.
d) Carlos não ganha dinheiro ou Maria compra um carro.
QUEstão 97
Sejam as proposições p: √9 + √16 = √49 e q: 3/7 > 11/25, podemos afirmar que:
a) P v q = F
b) P ^q = V
c) P -> q = V
d) ~p <-> q = V
QUEstão 01
vendeu 7500 produtos no primeiro semestre de 2016, sendo que a tabela a seguir indica a
representação decimal percentual em relação ao total, mês a mês.
Com base nesses dados, o número total de produtos vendidos nos meses de maio e junho
foi de:
a) 1125
b) 1275
c) 2350
d) 3190
e) 3375
QUEstão 02
Assinale a alternativa correta. Um comerciante concedeu desconto de 20% sobre o preço total
de um produto, porém sobre o novo preço concedeu outro desconto de 10%. Nessas condições,
a taxa percentual de desconto concedida pelo comerciante sobre o preço total do produto foi
de:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) 30%
b) 35%
c) 28%
d) 72%
e) 24%
QUEstão 03
Assinale a alternativa correta. A terça parte de 36% do salário de Carlos é igual a R$ 180,00.
Desse modo, o valor da metade do salário de Carlos é igual a:
a) R$ 600,00
b) R$ 750,00
c) R$ 800,00
d) R$ 900,00
e) R$ 650,00
QUEstão 04
De acordo com a sequencia lógica 3,7,7,10,11,13,15,16,19,19,..., o próximo termo é:
a) 20
b) 21
c) 22
d) 23
e) 24
QUEstão 05
Paulo gastou 40% de 3/5 de seu salário e ainda lhe restou R$ 570,00. Nessas condições o
salário de Paulo é igual a:
a) R$ 2.375,00
b) R$ 750,00
c) R$ 1.240,00
d) R$ 1.050,00
e) R$ 875,00
QUEstão 06
a) R$ 2.375,00
b) R$ 750,00
c) R$ 1.240,00
d) R$ 1.050,00
e) R$ 875,00
QUEstão 08
Considerando a sequência de figuras @, % , &, # , @, %, &, #,..., podemos dizer que a
figura que estará na 117ª posição será:
a)
@
b)
%
c)
&
d)
#
e)
$
QUEstão 09
Se Ana já fez 120% de 35% de uma tarefa, então a fração que representa o que ainda
resta da tarefa é:
a) 21/50
b) 42/100
c) 29/50
d) 27/50
e) 31/50
QUEstão 10
De acordo com a sequencia lógica 3,7,7,10,11,13,15,16,19,19,..., o próximo termo é:
a) 20
b) 21
c) 22
d) 23
e) 24
QUEstão 11
Se Ana já fez 120% de 35% de uma tarefa, então a fração que representa o que ainda
resta da tarefa é:
a) 21/50
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) 42/100
c) 29/50
d) 27/50
e) 31/50
QUEstão 12
De acordo com a sequencia lógica 3,7,7,10,11,13,15,16,19,19,..., o próximo termo é:
a) 20
b) 21
c) 22
d) 23
e) 24
QUEstão 13
Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento) por ter pago à
vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00
QUEstão 14
Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais 2/3 de
páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do
livro é de:
a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480
QUEstão 15
Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento) por ter pago à
vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 16
Mara leu 1/5 das páginas de um livro numa semana. Na segunda semana, leu mais 2/3 de
páginas. Se ainda faltam ler 60 (sessenta) páginas do livro, então o total de páginas do
livro é de:
a) 300
b) 360
c) 400
d) 450
e) 480
QUEstão 17
Ao comprar um produto, José obteve um desconto de 12% (doze por cento) por ter pago à
vista e pagou o valor de R$ 105,60 (cento e cinco reais e sessenta centavos). Nessas
condições, o valor do produto, sem desconto, é igual a:
a) R$ 118,27
b) R$ 125,00
c) R$ 120,00
d) R$ 130,00
e) R$ 115,00
QUEstão 18
O salário de Marcos é R$ 840,00 (oitocentos e quarenta reais). Desse valor, ele gastou 1/4
com vestimenta; 2/5 do salário com aluguel e 3/10 do salário com mercado. Nessas
condições, o valor que ainda lhe restou do salário foi:
a) R$ 168,00 (cento e sessenta e oito reais)
b) R$ 84,00 (oitenta e quatro reais)
c) R$ 126,00 (cento e vinte e seis reais)
d) R$ 42,00 (quarenta e dois reais)
e) R$ 252,00 (duzentos e cinquenta e dois reais)
QUEstão 19
Joana gastou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a porcentagem que
representa o que restou para Joana do valor que possuía é:
a) 76%
b) 24%
c) 32%
d) 68%
e) 82%
QUEstão 20
O salário de Marcos é R$ 840,00 (oitocentos e quarenta reais). Desse valor, ele gastou
1/4 com vestimenta; 2/5 do salário com aluguel e 3/10 do salário com mercado.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 21
Joana gastou 60% de 50% de 80% do valor que possuía. Portanto, a porcentagem que
representa o que restou para Joana do valor que possuía é:
a) 76%
b) 24%
c) 32%
d) 68%
e) 82%
QUEstão 22
Se Joana leu dois quintos de 60% das páginas de um livro, então a porcentagem que
representa o total de páginas que ainda restam para Joana ler é:
a) 24%
b) 76%
c) 40%
d) 60%
e) 48%
QUEstão 23
O algarismo da 80ª posição da sequência lógica: 3,4,5, 6,7,8,3,4,5,6,7,8,3,4,5,6,7,8,..., é:
a) 5
b) 6
c) 3
d) 8
e) 4
QUEstão 24
Considerando a sequência de letras formada pela palavra PROVAS conforme a seguir:
PROVASPROVASPROVAS...: Desse modo, a 58ª letra da sequencia é:
a) R
b) O
c) A
d) V
e) S
QUEstão 25
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Uma gráfica imprimiu 20% de um livro num primeiro momento e imprimiu 2/5 do
restante num segundo momento. Se ainda falta imprimir 180 páginas, então o total de
páginas do livro é:
a) 225
b) 375
c) 469
d) 360
e) 380
QUEstão 26
Considerando a sequência de letras formada pela palavra PROVAS conforme a seguir:
PROVASPROVASPROVAS...: Desse modo, a 58ª letra da sequencia é:
a) R
b) O
c) A
d) V
e) S
QUEstão 27
Considerando a sequência de letras formada pela palavra PROVAS conforme a seguir:
PROVASPROVASPROVAS...: Desse modo, a 58ª letra da sequencia é:
a) R
b) O
c) A
d) V
e) S
QUEstão 28
O algarismo da 80ª posição da sequência lógica: 3,4,5, 6,7,8,3,4,5,6,7,8,3,4,5,6,7,8,..., é:
a) 5
b) 6
c) 3
d) 8
e) 4
QUEstão 29
Se as letras da sequência A,C,F,J, ..., estão descritas através de raciocínio lógico, então,
considerando as 26 letras do alfabeto, a próxima letra da sequência deve ser:
a) M
b) O
c) P
d) N
QUEstão 30
Os números 2, 3, 4, 5, 8, 7, 16, 9. .... apresentam uma sequência lógica. Nessas condições o
décimo primeiro termo da sequência é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) 64
b) 11
c) 13
d) 128
QUEstão 31
Maria pagou R$ 48,00 por 3/5 de um produto. Desse modo, o valor a ser pago por 4/5 do
mesmo produto é:
a) R$ 64,00
b) R$ 56,00
c) R$ 72,00
d) R$ 58,00
QUEstão 32
Os números 3, 8,18,38,78,... apresentam, nessa ordem, uma sequencia lógica. Nessas
circunstâncias, o sétimo número dessa sequencia é:
a) 158
b) 148
c)168
d) 318
e) 328
QUEstão 33
A fração reduzida que representa o total de mulheres pelo total de homens numa sala com
84 pessoas é representada por 3/4. Nessas condições, o total de homens na sala é:
a) 63
b) 36
c) 48
d) 21
e) 42
QUEstão 34
Mauro pagou R$ 90,00 por um produto já incluso 25% de desconto. Desse modo, o valor
do produto sem desconto é igual a:
a) R$ 117,00
b) R$63,00
c) R$ 130,00
d) R$ 122,00
e) R$ 120,00
QUEstão 35
Os números 3, 8,18,38,78,... apresentam, nessa ordem, uma sequencia lógica. Nessas
circunstâncias, o sétimo número dessa sequencia é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) 158
b) 148
c) 168
d) 318
e) 328
QUEstão 36
Uma costureira utilizou um quinto de um novelo de lã e mais dois terços do mesmo novelo.
Desse modo, a fração que representa o total do novelo que a costureira utilizou é:
a) 2/15
b) 3/8
c) 3/4
d) 13/15
QUEstão 37
A razão entre o número de porcos e o número de galinhas numa fazenda, nessa ordem,é
3/5 . Se o total de galinhas e porcos da fazenda é 120, então o total de porcos da fazenda
é:
a) 45
b) 72
c) 75
d) 48
QUEstão 38
O resultado da soma entre as frações 3/11 e 4/11 é:
a) 7/22
b) 33/44
c) 12/11
d) 7/11
QUEstão 39
Dentre as alternativas, a única correta é:
a) O menor múltiplo comum entre 12 e 20 é o número 120.
b) O maior divisor comum entre 12 e 18 é o número 3.
c) 32% de 200 é igual a 68.
d) {3 + [ 2.(3 -1)] - 4} é igual a 3.
QUEstão 40
De acordo com a sequencia infinita: M,A,T,E,M,A,M,A,T,E,M,A,..., a letra representada
pelo elemento da 145a posição da sequencia é:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) T
b) A
c) M
d) E
QUEstão 41
De acordo com a seqüência lógica 1,A,3,E,6,I,10,M,15,Q,..., o 12° termo e o 13° termo da
sequencia, considerando o alfabeto de 26 letras, são, respectivamente:
a) T, 21
b) U,21
c) V,28
d) U,28
e) T, 26
QUEstão 42
Considerando que as figuras abaixo (separadas por vírgulas) seguem uma seqüência
lógica, então a 76a figura da sequencia é:
[ , { , ^ , ~ , ] , / , [ , { , ^ , ~ , ] , / , ...
a) [
b) {
c) ^
d) ~
e) /
QUEstão 43
Analisando os números escritos numa seq ência lógica: 3, 6, 10, 15, 21. .... podemos dizer que a
soma entre o décimo e décimo segundo termos é igual a:
a) 133
b) 111
c) 169
d) 183
e) 157
QUEstão 44
Marcos utilizou 3/4 de 3/5 do salário que recebeu para pagar dívidas, e gastou ainda 20% do
restante do salário para comprar mantimentos. Se ainda lhe restou R$ 1.320,00, então o valor
total do salário que Marcos recebeu foi, em reais, igual a:
a) R$ 2.500,00
b) R$ 2.357,14
c) R$ 3.771,43
d) R$ 3.000,00
e) R$ 3.200,00
QUEstão 45
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 46
QUEstão 47
Considerando a sequencia formada pelas letras da palavra DIFÍCIL, a 348ª letra da sequencia é:
DIFICILDIFICILDIFICILDIFICILDIFICIL
a) D
b) I
c) C
d) L
QUEstão 48
A sequencia de letras A,B,D,G,G,D,B,A,A,B,D,G,..., apresenta um raciocínio lógico. Nessas
circunstâncias, o 93º termo da sequencia é igual a:
a) A
b) B
c) D
d) G
QUEstão 49
Os números da sequencia 1,2,3,4,4,3,2,1,1,2,3,4,..., estão escritos numa sequencia lógica. Desse
modo, o 86° termo dessa sequencia é:
a) 4
b) 3
c) 2
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) 1
QUEstão 50
A fração equivalente a 2/3 cuja soma do numerador e denominador é igual a 30 é igual a:
a) 14
16
b) 12
18
c) 20
30
d) 10
20
QUEstão 51
Uma promoção da forma “ Compre um e leve outro pagando a metade “ oferece o mesmo
desconto percentual que a promoção:
a) ― Leve dois e pague um ‖
b) ― Leve três e pague dois ‖
c) ― Leve 5 e pague 4 ‖
d) ―Leve quatro e pague 3 ‖
QUEstão 52
Observando o 1º , 2º e 3º quadrados abaixo, tem-se 2 quadradinhos brancos no 1° ; 6
quadradinhos brancos no 2° e 12 quadradinhos brancos no 3º. Se continuarmos a formar
quadrados até a 7ª posição então a soma de todos os quadradinhos brancos até a 7ª posição será
igual a:
a) 168
b) 126
c) 240
d) 112
QUEstão 53
Observando o 1o , 2o e 3o quadrados abaixo, tem-se 2 quadradinhos brancos no 1° ; 6
quadradinhos brancos no 2o e 12 quadradinhos brancos no 3o. Se continuarmos a formar
quadrados até a 7aposição então a soma de todos os quadradinhos brancos até a 7a posição
será igual a:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) 168
b) 126
c) 240
d) 112
QUEstão 54
Sobre o preço à vista de um produto foi dado um desconto de 15%, em seguida foi
aplicado um acréscimo de 22,5% chegando a um novo valor X. 0 novo preço X do produto
é igual ao preço à vista multiplicado por:
a) 1,045
b) 0,1235
c) 1,04125
d) 1,075
e) 1,03145
QUEstão 55
e os números 2,4,4,6,5,4,4,..., estão ordenados numa sequencia lógica, então o próximo número
dessa sequencia deve ser:
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
QUEstão 56
Se os números 2,4,4,6,5,4,4,..., estão ordenados numa sequencia lógica, então o próximo
número dessa sequencia deve ser:
a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
QUEstão 57
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 58
Observando as figuras
QUEstão 60
A soma entre o oitavo termo e o décimo termo da sequencia 3/4 , 1/2, 0,25;... é igual a:
a) – 0,5
b)– 2,5
c) – 1,5
d) – 1,75
QUEstão 61
Considerando a sequencia lógica 3/10; 1/2; 1/2; 1 ; 7/10; 2;0,9;4;11/10;... o valor do décimo
terceiro termo é igual a:
a) 16
b) 13/10
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) 3/2
d) 8
QUEstão 62
A soma entre o oitavo termo e o décimo termo da sequencia 3/4; 1/2; 0,25;... é igual a:
a) – 0,5
b) – 2,5
c) – 1,5
d) – 1,75
QUEstão 63
Observando as afirmações:
I) 10% de 25% é igual a 1/40 .
II) Todo número natural subtraído de um número natural é igual a um número natural.
III) 0,325 dam2 = 32,5 dm2.
IV) Se multiplicarmos o número 0,1 por um número decimal sempre encontraremos um número
maior que ele.
QUEstão 64
Sendo A igual a dois inteiros e três quartos e B igual a dezessete quintos, o produto entre A
e B é igual a:
a) Seis inteiros e seis vinte avos.
b) Nove inteiros e sete vinte avos.
c) Quatro inteiros e onze vinte avos.
d) Oito inteiros e dezessete vinte avos.
QUEstão 65
Um lojista orientou seus vendedores para que no preço final da mercadoria multiplicasse o
valor por 0,8. Isto significa que a mercadoria terá:
a) um acréscimo de 20%
b) um acréscimo de 8%
c) um desconto de 8%
d) um desconto de 20%
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 66
Num suco de maracujá concentrado temos 30% de polpa com água, mas só 40% desta
mistura é a própria fruta. A porcentagem da fruta neste suco é de:
a) 40%
b) 30%
c) 16%
d) 12%
QUEstão 67
Carlos gastou 2/7 de seu salário com vestuário e 1/3 do que restou com mantimentos e ainda
sobrou R$ 840,00. O salário de Carlos é de:
a) R$ 1.340,00
b) R$ 2.205,00
c) R$ 1.764,00
d) R$ 1.981,00
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
DIREITO CONSTITUCIONAL
Remédios Constitucionais
QUEstão 01
São direitos fundamentais dispostos na Constituição da República, exceto:
a) Irretroatividade absoluta da lei penal, independentemente de sua natureza
b) Inviolabilidade da vida privada
c) Privilégio temporário ao autor para exploração de inventos industriais
d) Obtenção de certidões em repartições públicas, independente do pagamento de taxas
e) Associação para fins pacíficos
QUEstão 02
Considere as normas da Constituição Federal sobre o rol expresso de penas vedadas no
ordenamento constitucional brasileiro para assinalar a alternativa correta.
a) Não haverá penas, salvo em caso de guerra declarada, de caráter perpétuo, de trabalhos
forçados ou cruéis
b) Não haverá penas, salvo em caso de guerra declarada, de caráter perpétuo, de morte, de
trabalhos forçados, de banimento ou cruéis
c) Não haverá penas de trabalhos forçados, salvo em caso de guerra declarada, nem de caráter
perpétuo, morte ou de banimento
d) Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, nem de caráter perpétuo, de
trabalhos forçados, de banimento ou cruéis
e) Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, de banimento ou cruéis
QUEstão 03
No tocante aos Direitos e Garantias Fundamentais a Constituição Federal de 1988
estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” e passa a elencar
direitos e garantias fundamentais. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma
dessas prerrogativas.
a) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até a reparação total da obrigação
b) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente
c) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus"
d) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 04
Considere as disposições da Constituição Federal de 1988 sobre a legitimidade para
impetrar mandado de segurança e assinale a alternativa correta.
a) O mandado de segurança coletivo não pode ser impetrado por partido político.
b) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical legalmente
constituída ou não e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
c) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos três anos, em defesa dos interesses de seus membros e de
quaisquer outras pessoas.
d) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por entidade de classe legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
e) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por organização sindical ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
quaisquer pessoas.
QUEstão 05
Considere as disposições da Constituição Federal de 1988 sobre os Direitos e Garantias
Fundamentais e assinale a alternativa correta.
a) Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
viável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
b) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter privado.
c) Conceder-se-á habeas data para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
d) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante ou seu parente consanguíneo até terceiro grau, constantes de registros ou bancos
de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
e) Conceder-se-á habeas data para a retificação de dados, quando se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.
QUEstão 06
Nos últimos meses têm sido comuns ofensas de cunho racial serem proferidas durante as
práticas desportivas, principalmente no futebol. O caso mais recente envolveu o goleiro de um
time paulista, que foi chamado de ―macaco‖ por uma torcedora de um time rival. A respeito
deste lamentável acontecimento e de acordo com o que está previsto no texto constitucional,
mais especificamente no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, pode-se dizer que o
crime praticado pela torcedora:
I. É imprescritível.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
II. É inafiançável.
III. Está sujeito à pena de reclusão.
IV. Somente se procede mediante representação da vítima.
QUEstão 07
Sobre o uso de algemas, assinale a alternativa que corresponde aos exatos termos da Súmula
Vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal sobre o tema:
a) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência, de desobediência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade, sendo conservada a prisão ou o ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
b) Só é lícito o uso de algemas em casos de desobediência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
c) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
d) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência, de desobediência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal
do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
e) Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo
à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade, sendo conservada a prisão ou o ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.
QUEstão 08
Segundo a lei do mandado de segurança (Lei Federal nº 12.016/09) e de acordo com o
entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, é
cabível mandado de segurança contra:
a) Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo.
b) Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de
caução.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 09
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, veda alguns
tipos de pena. Assinale a alternativa em que a pena descrita NÃO é vedada pelo texto
constitucional:
a) Pena de banimento
b) Pena de trabalhos forçados.
c) Pena de caráter perpétuo
d) Pena de perda de bens.
QUEstão 10
Segundo a disciplina dos direitos individuais da Constituição Federal, a lei:
a) Regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, a prestação social alternativa.
b) Regulamentará as hipóteses nas quais o Poder Judiciário poderá deixar de apreciar lesão ou
ameaça a direito.
c) Penal não admitirá nenhuma hipótese de retroatividade.
d) Estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade social,
mediante adequada e prévia indenização, que se dará através de precatório.
QUEstão 11
Assinale a alternativa correta:
a) O mandado de segurança, considerado ação constitucional, cabe para proteger direito ilíquido
e certo.
b) São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
c) Somente aos brasileiros natos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
d) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação mediata.
QUEstão 12
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
b) A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem.
c) Não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada pelo Presidente da República,
no caso de agressão estrangeira, quando autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral e a todos os demais direitos e
garantias individuais.
QUEstão 13
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, confere especial
tratamento à prisão. Todos os enunciados abaixo correspondem ao que dispõe o texto
constitucional, com a excecão de:
a) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, inclusive nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.
b) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
c) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial.
d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitira liberdade provisória,
com ou sem fiança.
e) A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
QUEstão 14
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖ considera como
imprescritível o delito de:
Assinale a alternativa que, conforme disposto no capítulo ―Dos Direitos e das garantias
individuais‖, corresponde aos exatos termos do texto constitucional:
d) Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória,
sendo admitida, excepcionalmente, a prisão preventiva e a prisão temporária do réu, nos termos
da lei.
e) O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei e mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
QUEstão 16
Acerca dos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção INCORRETA:
a) Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
b) O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial.
c) Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
d) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança.
e) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade policial competente.
QUEstão 17
Leia a assertiva abaixo:
“Thomas Tudor, Secretário da Saúde do Município de Prosopopeia, é acusado, pelo Jornal
“Discurso Empolado”, de prática de atos lesivos ao patrimônio público na contratação de
empresa para prestação de serviços técnicos profissionais de radiologia e
radiodiagnóstico”.
Assim, considerando o caso acima, a impugnação dos atos lesivos, visando à proteção do
patrimônio público, poderá ser manejada por meio de:
a) Ação popular, proposta por qualquer cidadão brasileiro.
b) Ação civil pública, proposta por qualquer cidadão brasileiro.
c) Ação popular proposta apenas por pessoas residentes no Município de Prosopopeia.
d) Ação de improbidade administrativa proposta pelo presidente do Conselho Municipal de
Saúde.
e) Mandado de segurança coletivo, impetrado por entidade de classe constituída e legalizada.
QUEstão 18
a) Qualquer pessoa é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
b) Conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de informações relativas
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais
ou de caráter público.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) Conceder-se-á "habeas-data" para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
d) São a todos assegurados, após o pagamento da correspondente taxa, a obtenção de certidões
em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal.
QUEstão 19
Com suporte nos direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal, analise
as assertivas a seguir:
II. A cobrança de taxas de pedágio para circulação em rodovias estaduais ou federais viola a
garantia constitucional de liberdade de locomoção no território nacional.
III. O direito de petição aos órgãos públicos é assegurado pela Constituição Federal, não
podendo seu exercício ser condicionado ao pagamento de taxas.
IV. Por expressa previsão constitucional, não há crime ou pena sem lei anterior que os defina.
Organização Político-Administrativa
QUEstão 01
A organização político-administrativo do Brasil é tema central no texto da Constituição da
República. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
a) É de competência exclusiva da União legislar sobre matérias referentes ao acesso à cultura,
educação, ciência, tecnologia, pesquisa e inovação
b) Os Estados são organizados por meio de Lei Orgânica aprovada em suas respectivas
Assembleias Legislativas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 02
A Constituição Federal especifica a competência legislativa de cada ente da Federação.
Analise as alternativas abaixo e selecione a que NÃO apresenta uma das competências
privativas da União.
a) Diretrizes da política nacional de transportes
b) Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização
das polícias militares e corpos de bombeiros militares
c) Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação
d) Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão
e) Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores
QUEstão 03
No título que trata sobre a organização do Estado, a Constituição Federal, no tocante aos
municípios, especifica que este reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará. Também discrimina a composição dessas Câmaras
Municipais, considerando a quantidade de habitantes de cada local. Analise as alternativas
abaixo e selecione a que aponta a proporção CORRETA.
a) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 70.000 (setenta mil) habitantes e de
até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes
b) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 400.000 (quatrocentos mil) habitantes
c) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta
mil) habitantes e de até 950.000 (novecentos e cinquenta mil) habitantes
d) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta
mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes
e) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de
habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes
QUEstão 04
A Constituição Federal dispõe sobre autonomia administrativa entre os entes federados,
porém, prevê a possibilidade de intervenção em determinados casos. Especificamente no
tocante a intervenção do Estado sobre o Munícipio, assinale a alternativa que aponta uma
das causas que permite essa ingerência.
a) Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por três anos consecutivos, a dívida fundada
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 06
Com relação à repartição de competências a Constituição Federal de 1988 atribui ao
município diversas competências. Assinale abaixo a alternativa que NÃO corresponde a
uma dessas atribuições.
a) Organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia
b) Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano
c) Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual
d) Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população
QUEstão 07
De acordo com a Constituição Federal de 1988, existem matérias que são de competência
privativa da União para legislar. Assinale abaixo a alternativa que corresponde a uma
dessas matérias.
a) Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico
b) Juntas comerciais
c) Sistemas de consórcios e sorteios
d)Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas
QUEstão 08
Considere os exatos termos da Constituição Federal brasileira de 1988 sobre a
organização do Estado e assinale a alternativa correta.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 11
Segundo a Constituição Federal, no título ―Da Organização do Estado‖, incluem-se entre os
bens dos Estados Federados:
a) As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União
b) Os recursos minerais, inclusive os do subsolo
c) Os terrenos de marinha e seus acrescidos.
d) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 12
Segundo a Constituição Federal, no título ―Da Organização do Estado‖, compete à União, aos
Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
a) Previdência social.
b) Registros públicos.
c) Trânsito e transporte.
d) Desapropriação.
QUEstão 13
A incorporação entre Estados:
a) Não é permitida pela Constituição Federal.
b) Depende exclusivamente da aprovação dos Deputados Estaduais dos Estados diretamente
interessados.
c) Depende da aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do
Congresso Nacional, por lei complementar.
d) Depende da aprovação de todos os eleitores brasileiros, através de plebiscito, e do Congresso
Nacional, por lei complementar.
QUEstão 14
Segundo a Constituição Federal, a transformação de Território em Estado será regulada:
a) Através de medida provisória
b) Em lei complementar.
c) Em decreto legislativo.
d) Através de resolução do Congresso Nacional.
QUEstão 15
De acordo com o texto constitucional, é competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
a) Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as
secas e as inundações.
b) Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos.
c) Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho
d) Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
QUEstão 16
A Constituição Federal prevê que a Câmara Municipal NÃO gastará mais de:
a) 70% (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores.
b) 60% (sessenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, excluído o gasto com o
subsídio de seus Vereadores.
c) 46% (quarenta e seis por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com
o subsídio de seus Vereadores.
d) 56% (cinquenta e seis por cento) de sua receita com folha de pagamento, excluído o gasto
com o subsídio de seus Vereadores.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 17
Sobre a intervenção é correto afirmar:
a) A União poderá intervir nos Estados e no Distrito Federal para assegurar a observância dos
direitos da pessoa humana
b) Os Estados e o Distrito Federal podem intervir na União para pôr termo a grave
comprometimento da ordem pública
c) O Estado intervirá nos seus Municípios quando forem prestadas as contas na forma da lei
d) Cessada a intervenção, em nenhum caso as autoridades afastadas retornarão aos seus cargos
QUEstão 18
Assinale a alternativa incorreta:
a) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
b) O servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado; mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa ou
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada a ampla defesa.
c) Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o gasto de mais de
70% de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus
Vereadores
d) É autorizada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
QUEstão 19
Com relação à disciplina pela Constituição Federal da competência dos entes federativos,
assinale a alternativa INCORRETA:
a) Compete à União organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.
b) Compete aos Estados explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual de passageiros.
c) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
d) Compete aos Municípios suplementar a legislação federal no que couber.
QUEstão 20
De acordo com o texto da Constituição Federal, está CORRETO o que se afirma em:
a) Os recursos naturais, inclusive os do subsolo, são considerados bens da União e do respectivo
Município.
b) Compete privativamente à União legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição.
c) A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
d) Lei ordinária poderá autorizar determinado Estado a legislar sobre questões específicas
relacionadas a registros públicos.
QUEstão 21
Compete ao Distrito Federal, concorrentemente com a União, legislar sobre:
a) Proteção à infância e à juventude.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) Trânsito e transporte.
c) Seguridade social.
d) Sistemas de consórcios e sorteios.
QUEstão 22
Assinale a alternativa em que todas as matérias legislativas elencadas são de competência
privativa da União, conforme previsto no texto constitucional:
QUEstão 25
Considerando as disposições constitucionais a respeito da organização do Estado, pode-se
dizer que é instrumento de manutenção da unidade do pacto federativo, apto a impedir a
desagregação da Federação:
a) O estado de sítio.
b) O estado de defesa.
c) A intervenção federal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 26
a) Direito financeiro.
b) Responsabilidade por dano ao meio ambiente.
c) Sistema estatístico.
d) Produção e consumo.
Respostas 21: 22: 23: 24: 25: 26:
Ordem Social
QUEstão 01
Assinale a alternativa INCORRETA, considerando as disposições da Constituição Federal
sobre o meio ambiente
a) Incumbe ao Poder Público preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas
b) Incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético
c) Incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de decreto, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção
d) Incumbe ao Poder Público exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade
e) Incumbe ao Poder Público controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente
QUEstão 02
Os objetivos da seguridade social são os de assegurar os direitos relativos:
a) À saúde; à previdência e; à assistência social
b) À saúde; à previdência e; à cultura
c) À previdência; à cultura e; ao desporto
d) À assistência social; à cultura e; ao desporto
e) À assistência social; à educação; à saúde e; ao desporto
QUEstão 03
De acordo com a Constituição da República, no que diz respeito à seguridade social, nela
incluída a Saúde, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 05
No que diz respeito a seguridade social, a Constituição Federal de 1988 dispõe que
“compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social” e, ainda, determina diversos objetivos para serem utilizados como base.
Os itens abaixo estão relacionados com esses objetivos, assinale a alternativa que contém
as previsões corretas.
I. Universalidade da cobertura e do atendimento aos que contribuírem.
II. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV. Possibilidade de redutibilidade do valor dos benefícios;
a) somente as alternativa I e II estão corretas
b) somente a alternativa II e III estão corretas
c) somente as alternativas I, II e IV estão corretas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 06
Tomando por base a Constituição da República Federativa do Brasil, assinale a
alternativa incorreta:
a) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência
à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
b) Colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho, não compete ao
SUS.
c) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
d) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
QUEstão 07
Assinale a alternativa correta quanto às disposições do artigo 195 da Constituição Federal,
sobre o financiamento da seguridade social.
a) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
b) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público, mas poderá dele receber benefícios ou incentivos
fiscais.
c) Qualquer benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total.
d) São passíveis de cobrança de contribuição para a seguridade social todas as entidades
beneficentes de assistência social.
e) A majoração de qualquer benefício ou serviço da seguridade social independe de fonte de
custeio total.
QUEstão 08
Assinale a alternativa correta quanto às disposições do artigo 195 da Constituição Federal,
sobre o financiamento da seguridade social.
a) As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
b) A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público, mas poderá dele receber benefícios ou incentivos
fiscais.
c) Qualquer benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a correspondente fonte de custeio total.
d) São passíveis de cobrança de contribuição para a seguridade social todas as entidades
beneficentes de assistência social.
e) A majoração de qualquer benefício ou serviço da seguridade social independe de fonte de
custeio total.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 09
I. A Justiça Desportiva, assim como a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar,
constitui espécie de justiça especializada e integrante do Poder Judiciário, razão pela qual a
Portuguesa de Desportos não poderia ingressar com ação na Justiça Comum, pois, nesse caso, a
competência é apurada de acordo com a matéria.
II. A Portuguesa de Desportos poderia, desde logo, ter proposto ação na Justiça Comum, uma
vez que não se pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a
direito.
III. O Poder Judiciário só admite ações relativas à disciplina e às competições desportivas após
esgotarem-se as instâncias da Justiça Desportiva. Portanto, somente após a resposta negativa da
Justiça Desportiva poderia a Portuguesa de Desportos ingressar na Justiça Comum.
QUEstão 10
A Constituição Federal, no capítulo ―Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
Idoso‖, assegura a gratuidade dos transportes coletivos urbanos para os:
a) Maiores de sessenta e cinco anos, independentemente do sexo.
b) Maiores de sessenta anos, independentemente do sexo.
c) Homens maiores de sessenta e cinco anos e as mulheres maiores de sessenta anos.
d) Homens maiores de sessenta anos e as mulheres maiores de cinquenta e cinco anos.
e) Maiores de cinquenta e cinco anos, independentemente do sexo.
QUEstão 11
Assinale a alternativa em que ambos os ecossistemas descritos são considerados patrimônio
nacional pelo texto da Constituição Federal:
a) A Mata Atlântica e a Chapada da Diamantina.
b) O Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 12
São objetivos da ordem social, previstos no Texto Constitucional:
a) O primado do trabalho e a liberdade de expressão.
b) A igualdade entre os Estados e a solução pacífica dos conflitos.
c) O bem-estar e a justiça sociais.
d) A dignidade da pessoa humana e a liberdade de crença religiosa ou convicção filosófica ou
política.
QUEstão 13
De acordo com o texto da Constituição Federal, a pessoa jurídica em débito com o sistema da
seguridade social, como estabelecido em lei, NÃO poderá:
a) Contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.
b) Celebrar contratos com o Poder Público, obter empréstimos junto às instituições financeiras
ou pedir compensação de eventuais créditos existentes com o fisco.
c) Contratar mais empregados até regularizar a situação perante o fisco.
d) Sofrer qualquer tipo de distinção na participação em processo licitatório, sob pena de
prejudicara manutenção das atividades empresariais e o pagamento do salário dos seus
empregados.
QUEstão 14
Considerando a disciplina constitucional para a proteção da família, da criança, do
adolescente, do jovem e do idoso, assinale a opção CORRETA:
a) Aos maiores de sessenta anos é garantida a gratuidade dos transportes rodoviários e aéreos.
b) Entende-se como entidade familiar a comunidade formada apenas pela união entre o homem
e a mulher.
c) O direito a proteção especial do adolescente e do jovem compreende a proibição de trabalho
urbano e rural aos menores de 18 anos.
d) A lei estabelecerá o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação
das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.
e) Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em unidades
terapêuticas de saúde ou em abrigos de caridade para albergue de necessitados.
QUEstão 15
QUEstão 17
Complete. Por lei, da receita de um município devem ser investidos pelo menos em
Saúde.
a) 12%
b) 25%
c) 20%
d) 15%
QUEstão 18
A medida provisória nº. 1.259 de 1996 alterou a LOAS, regulamentando sobre o BPC -
Beneficio de Prestação Continuada e sua transferência da previdência social para a
assistência social.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Administração Pública
QUEstão 01
A Constituição Federal estabelece bases para o bom exercício da Administração Pública.
Neste contexto, assinale a alternativa que não reflete mandamento constitucional
relacionado ao tema.
a) Os vencimentos dos cargos dos Poderes Legislativo e Judiciário não podem ser superiores
aos pagos pelo Executivo
b) O direito de greve no serviço público é permitido, nos limites instituídos em lei específica
c) Apenas aos brasileiros natos há acesso a cargos, funções e empregos públicos, desde que
preenchidos requisitos estabelecidos em lei
d) É possível a contratação de servidor público temporário, devendo existir lei específica
tratando sobre o tema e sua excepcionalidade
e) As funções de confiança são destinadas apenas àquelas de chefia, assessoramento e direção
QUEstão 02
Assinale a alternativa que corresponde exatamente ao disposto na Constituição Federal
sobre a observância dos princípios da impessoalidade e publicidade.
a) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, sendo vedado condicionar a promoção na carreira à
participação nos cursos
b) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo destinadas
exclusivamente à formação dos servidores públicos, facultada, a celebração de convênios ou
contratos com instituições de ensino, vedada, tal celebração entre os entes federados
c) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, vedada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados
d) A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados
QUEstão 03
Assinale a alternativa correta sobre acesso aos cargos na Administração Pública conforme
previsão na Constituição Federal.
a) Os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis, exclusivamente, aos brasileiros
natos que preencham os requisitos estabelecidos em lei
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 04
Assinale a alternativa que corresponde exatamente ao disposto na Constituição Federal
quanto às disposições aplicáveis sobre o servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo
a) Investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração
b) Investido no mandato de senador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração
c) Investido no mandato de prefeito, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração
d) Investido no mandato de Deputado Estadual, havendo compatibilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,
e, não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração
QUEstão 05
Assinale a alternativa incorreta sobre a Administração Pública conforme previsão na
Constituição Federal.
a) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento
b) É vedada a vinculação ou a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público
c) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores
d) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, sem ressalvas ou exceções
QUEstão 06
Assinale a alternativa que corresponde exatamente ao disposto na Constituição Federal
sobre a observância dos princípios da impessoalidade e publicidade.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 07
Assinale a alternativa correta sobre o prazo de aquisição de estabilidade pelos servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público conforme
previsão na Constituição Federal.
a) Três anos
b) Trinta meses
c) Cinco anos
d) Dois anos
QUEstão 08
Assinale a alternativa correta sobre o prazo de aquisição de estabilidade pelos servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público conforme
previsão na Constituição Federal.
a) Três anos
b) Trinta meses
c) Cinco anos
d) Dois anos
QUEstão 09
Assinale a alternativa correta com base nas previsões da Constituição Federal sobre a
Administração Pública.
a) Os vencimentos dos cargos do Poder Executivo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Legislativo
b) São garantidas a vinculação e a equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público
c) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores
d) É vedado ao servidor público civil o direito qualquer associação sindical
e) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência, mas não poderá defnir critérios de sua admissão
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 10
A Constituição Federal ao minudenciar o capítulo que trata da Administração Pública
declara, em seu caput, que esta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência. Já no que diz respeito aos atos de improbidade
administrativa, a Constituição Federal especifica, expressamente, as sanções em caso de
ocorrência desses atos. Considerando essas informações, assinale a alternativa que
apresenta a informação CORRETA, em conformidade com a Constituição Federal.
a) Importarão a perda dos direitos políticos, a suspensão da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível
b) Importarão a suspensão dos direitos políticos, o afastamento da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
sem prejuízo da ação penal cabível
c) Importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível
d) Importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei ordinária, sem prejuízo da ação penal cabível
e) Importarão a cassação dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível
QUEstão 11
A Reforma do Estado, em 1998, que culminou na Emenda Constitucional nº 19, incluiu na
Constituição da República regras que são consequência direta do princípio da eficiência.
Assim, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta .
I. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores
e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou
entidade
II. O servidor público estável poderá perder o cargo mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
III. A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) I, II e III
c) I e III , apenas
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) II e III , apenas
QUEstão 12
Sobre as disposições da Constituição da República concernentes ao regime previdenciário
e de aposentadoria dos servidores públicos, considerando as atualizações de seu texto por
emenda, leia as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
II. Os servidores abrangidos pelo regime próprio de previdência serão aposentados, calculados
os seus proventos a partir da formação de reserva individual, cujo beneficiário recebe, no final
de sua carreira, todo o saldo acumulado ao longo do tempo.
III. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios é assegurado o regime próprio de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e as regras
especiais dispostas na Constituição.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas
b) II e III , apenas
c) I e III , apenas
d) I, II e III
QUEstão 13
d) Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição exclusiva do beneficiário, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial.
QUEstão 15
Assinale a alternativa correta considerando as normas da Constituição Federal sobre a
Administração Publica.
a) O prazo de validade do concurso público será de até quatro anos, prorrogável uma vez, por
igual período.
b) As funções de confiança, exercidas preferencialmente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de chefia e
assessoramento.
c) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
d) É vedado ao servidor público civil qualquer associação sindical.
QUEstão 16
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição Federal sobre o
exercício de mandato eletivo do servidor público da administração direta, autárquica e
fundacional.
a) Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, ficará afastado de
seu cargo, emprego ou função.
b) Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado acumulara remuneração.
c) Investido em qualquer cargo eletivo, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
acumular a remuneração.
d) Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 17
Examine os itens abaixo e assinale a alternativa correta considerando as normas da
Constituição Federal sobre a Administração Pública.
a) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
b) Independe de autorização legislativa a criação de subsidiárias das sociedades de economia
mista, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
c) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
d) A criação de autarquias e a instituição de empresas públicas independem de previsão legal.
QUEstão 18
Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das disposições da Constituição Federal
sobre a Administração Pública.
a) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros e estrangeiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei.
b) A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e
exoneração.
c) O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período.
d) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.
e) A contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público só é válida nos casos expressamente mencionados na Constituição Federal.
QUEstão 19
Considerando a disciplina constitucional, o prazo de validade do concurso público será:
a) De até um ano, prorrogável duas vezes, por igual período.
b) De até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
c) Aquele previsto no edital, limitado a três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
d) De até dois anos, sendo improrrogável.
QUEstão 20
De acordo com a Constituição Federal, NÃO se aplicam aos servidores públicos:
a) Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
b) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
c) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.
d) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 21
Analise as seguintes afirmações, relativas à disciplina constitucional sobre o servidor
público que venha a desempenhar mandato eletivo:
QUEstão 22
A Constituição Federal garante a precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
da lei:
a) À administração penitenciária e seus servidores.
b) Aos servidores do Poder Judiciário.
c) Aos servidores da Polícia Federal.
d) À administração fazendária e seus servidores fiscais.
QUEstão 23
Analise os seguintes itens, relativos à disciplina constitucional dos servidores públicos:
II. O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
QUEstão 24
Assinale a alternativa correta:
a) A investidura em cargo ou emprego público não depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos.
d) São estáveis após quatro anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público
QUEstão 25
a) Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
b) O servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado; mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa ou
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar,
assegurada a ampla defesa.
QUEstão 26
Com relação à Administração Pública, o legislador constituinte, estabeleceu que:
a) Os atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, a suspensão
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, independentemente da ação penal cabível.
d) A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência, vedada a instituição de critérios para sua admissão.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 27
Analise as seguintes afirmativas, referentes à disciplina constitucional dos servidores
públicos.
I. A Constituição reserva o percentual de 5% (cinco por cento) dos cargos e empregos públicos
para as pessoas portadoras de deficiência.
II. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar.
III. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.
QUEstão 28
Com relação à Administração Pública, a Constituição Federal prevê que a lei disciplinará
as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente:
a) A disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo do mandato eletivo do
chefe do Poder Executivo.
d) A participação dos usuários na gestão das empresas estatais, e, excepcionalmente, nos lucros
ou resultados obtidos com as tarifas de serviço público.
QUEstão 29
Indique a alternativa CORRETA, de acordo com o texto expresso da Constituição da
República:
a) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
b) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros e estrangeiros que
preencham os requisitos estabelecidos em ato regulamentar, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei complementar.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis somente aos brasileiros natos que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, sendo inacessíveis aos estrangeiros.
d) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos no edital do concurso, assim como aos estrangeiros, na forma da lei
complementar.
e) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros natos que preencham
os requisitos estabelecidos na Constituição Federal, assim como aos brasileiros naturalizados e
estrangeiros, na forma da lei.
QUEstão 30
O pessoal contratado por tempo determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição
Federal, . Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna
a) Poderá ser nomeado ou designado, em qualquer hipótese, para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança.
b) Poderá ser nomeado, desde que a título precário, para o exercício em cargo em comissão ou
função de confiança.
c) Não poderá ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em substituição, para o
exercício de cargo em comissão ou função de confiança
c)Não poderá ser nomeado, mas poderá ser designado, ainda que a título precário ou em
substituição, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança
QUEstão 31
a) resolução.
b) decreto.
c) lei federal.
d) lei complementar.
QUEstão 32
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Com base no regime jurídico dos servidores públicos previsto no art. 37 da Constituição
Federal, assinale a alternativa INCORRETA:
c) A Constituição Federal prevê que a administração fazendária e seus servidores fiscais terão
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição.
d) Somente por lei, que deve necessariamente ser específica, poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
QUEstão 33
Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de
mandato eletivo, aplica- se as seguintes disposições, EXCETO:
a) investido no mandato de Deputado Federal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
b) investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
c) tratando-se de mandato eletivo estadual, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
d) em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
e) investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração.
QUEstão 34
No que se refere às disposições constitucionais relativas aos servidores públicos, podemos
afirmar corretamente que:
a) a proibição de acumular cargos públicos remunerados é aplicável apenas aos servidores
públicos estatutários, efetivos e estáveis.
b) os servidores públicos fiscais da administração fazendária não dispõem de qualquer
precedência sobre os demais setores da administração, pois cada órgão exerce suas atividades
nos limites de suas atribuições.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) a prática de ato de improbidade administrativa pelo servidor público impõe, dentre outras
sanções, a perda do cargo público e a obrigação de ressarcimento do erário.
d) é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para concessão de aposentadoria a
servidores públicos, mesmo àqueles que exercem atividade de risco.
QUEstão 02
Assinale a alternativa correta sobre a proteção constitucional do domicílio, inclusive
quanto a todas as ressalvas previstas expressamente.
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial
b) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre
c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro
d) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela pode penetrar sem consentimento do
morador, salvo para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial
QUEstão 03
Analise os itens a seguir e considere as normas da Constituição Federal sobre a garantia
de sigilo para assinalar a alternativa correta.
a) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
b) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telefônicas, de dados e das
comunicações telegráficas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
c) É inviolável o sigilo das comunicações telefônicas e das comunicações telegráficas, de dados
e da correspondência, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal
d) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual civil
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 04
Analise os itens a seguir e considere as normas da Constituição Federal sobre a garantia
de sigilo para assinalar a alternativa correta.
a) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na própria
Constituição, sendo vedado tal ato por interesse social
b) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e posterior indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos na própria Constituição
c) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e posterior indenização em dinheiro ou isenções,
ressalvados os casos previstos na própria Constituição
d) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro ou títulos, ressalvados
os casos previstos na própria Constituição
e) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos na própria Constituição
QUEstão 05
Considere as normas da Constituição Federal sobre direitos e garantias fundamentais e
assinale a alternativa INCORRETA.
a) São assegurados, nos termos da lei, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações associativas
QUEstão 06
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do "de cujus"
d) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei
QUEstão 07
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição Federal quanto
aos direitos e garantias fundamentais.
a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que
não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio pedido de autorização à autoridade competente.
b) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.
c) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
d) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, em ambos os casos, o trânsito em julgado.
QUEstão 08
Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição Federal quanto
aos direitos e garantias fundamentais.
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial.
b) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo ou, subsidiariamente, a
indenização por dano material, moral ou à imagem.
c) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis de
internação coletiva, inexistindo tal garantia nas entidades militares.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 09
Assinale a alternativa correta com base nas disposições da Constituição Federal sobre os
direitos e garantias fundamentais.
a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo, a qualquer hora, por determinação judicial.
e) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização.
QUEstão 10
A Constituição Federal, no capítulo ―Dos Direitos e das garantias individuais‖, reconhece a casa
como asilo inviolável do indivíduo. A respeito do tema, assinale a alternativa que corresponde
aos exatos termos do texto constitucional:
a) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
b) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação da autoridade
policial.
c) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito, ou, durante o dia, por determinação judicial, admitido, excepcionalmente, o ingresso à
noite por determinação judicial em casos de relevante interesse público.
d) Ninguém pode penetrar na casa sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro mediante determinação judicial.
QUEstão 11
Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com os direitos individuais previstos na
Constituição Federal:
a) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
b) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de fagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante a
noite, por determinação judicial.
QUEstão 12
Acerca do direito de associação previsto na Constituição Federal, assinale a
alternativa CORRETA:
a) as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas, ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.
b) é plena a liberdade de associação, inclusive a de caráter paramilitar, desde que para fins
lícitos.
QUEstão 13
e) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica
ou política, tampouco será obrigado a cumprir prestação alternativa, desde que invoque suas
crenças ou convicções em razão da liberdade de consciência.
QUEstão 14
Com suporte nos direitos e garantias individuais previstos na Constituição Federal, analise
as assertivas a seguir:
II. A cobrança de taxas de pedágio para circulação em rodovias estaduais ou federais viola a
garantia constitucional de liberdade de locomoção no território nacional.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
III. O direito de petição aos órgãos públicos é assegurado pela Constituição Federal, não
podendo seu exercício ser condicionado ao pagamento de taxas.
IV. Por expressa previsão constitucional, não há crime ou pena sem lei anterior que os defina.
Direitos Sociais
QUEstão 01
Assinale a alternativa que não indica Direitos Sociais dispostos no texto constitucional.
a) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos
d) Licença-paternidade
QUEstão 03
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 04
Considere as normas da Constituição Federal sobre a liberdade de associação profissional
ou sindical e assinale a alternativa correta.
a) A lei poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, bem como o registro
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical
QUEstão 05
Considere as disposições da Constituição Federal de 1988 sobre os Direitos e Garantias
Fundamentais e Direitos Sociais e assinale a alternativa INCORRETA.
a) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.
c) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.
d) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.
e) São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social, jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, vedada qualquer disposição em contrário
.
QUEstão 06
Federal estabelece que é livre a associação profissional ou sindical, observadas certas
regras. Com base nisso, assinale a alternativa correta.
a) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, garantida ao Poder Público a interferência na organização
sindical.
QUEstão 07
Considere as regras da Constituição Federal brasileira de 1988 sobre os direitos sociais e
assinale a alternativa correta.
a) O trabalhador tem proteção do salário na forma da lei, constituindo ilícito civil sua retenção
intencional.
b) O trabalhador tem direito e proteção da duração do trabalho normal não superior a oito horas
diárias e quarenta e oito semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
apenas mediante acordo individual de trabalho.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) O trabalhador tem direito a aviso prévio proporcional ao tempo de serviço até o máximo de
trinta dias.
e) O trabalhador tem direito a jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva.
QUEstão 08
Assinale a alternativa INCORRETA com base nas regras da Constituição Federal
brasileira de 1988 sobre os direitos sociais.
a) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical.
QUEstão 09
NÃO é direito social expressamente previsto na Constituição Federal:
a) Saúde.
b) Previdência social.
c) Moradia.
d) Proteção à juventude.
QUEstão 10
No que se refere aos direitos sociais, indique a alternativa CORRETA:
a) Somente através de lei alguém poderá ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato.
c) O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.
QUEstão 11
O artigo 6° da Constituição da República, ainda que de forma genérica, faz alusão aos
direitos sociais. Com efeito, NÃO é direito social, como expressamente previsto no texto
constitucional, o (a):
a) Lazer.
b) Felicidade.
c) Segurança.
d) Proteção à infância.
e) Proteção à maternidade.
Direitos de Nacionalidade
QUEstão 01
Considerando as normas da Constituição Federal, assinale a alternativa correta sobre os
nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que eles
não estejam a serviço de seu país.
QUEstão 02
Assinale a alternativa correta que indique todos os símbolos da República de acordo com
as normas da Constituição Federal sobre os símbolos da República.
a) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino e o selo nacionais
b) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino e as armas nacionais
c) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais
d) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, as armas e o selo nacionais
e) São símbolos da República Federativa do Brasil o hino, as armas e o selo nacionais
QUEstão 03
Assinale a alternativa correta sobre o tema da nacionalidade conforme as regras da
Constituição Federal brasileira de 1988.
a) É brasileiro naturalizado aquele que nascer na República Federativa do Brasil e for filho de
estrangeiros em viagem de negócios particulares.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) É brasileiro naturalizado aquele que nascer no exterior sendo filho de diplomatas brasileiros
em viagem oficial à época do parto.
c) É brasileiro naturalizado aquele que adquirir a nacionalidade brasileira, exigidas, em
qualquer caso, apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
d) É brasileiro nato aquele que nascer no estrangeiro, filho de pai brasileiro e mãe brasileira,
desde que ambos estejam a serviço da República Federativa do Brasil.
e) É brasileiro nato aquele que nascer na República Federativa do Brasil e for filho de
estrangeiros em viagem de turismo.
QUEstão 04
Considere as regras da Constituição Federal brasileira de 1988 sobre nacionalidade e
assinale a alternativa correta.
a) A nacionalidade adquirida, também chamada de secundária se estabelece, necessariamente,
pelos critérios da existência de parentesco entre o indivíduo e os pais que já tenham reconhecida
sua nacionalidade.
b) A aquisição de nacionalidade estrangeira por brasileiro não pode lhe representar perda do
vínculo dessa natureza com a República Federativa do Brasil.
c) A nacionalidade originária se estabelece por fatores alheios à vontade do sujeito e pode se dar
por um ou pelos dois critérios identificados como territorialidade e ascendência.
d) Uma vez adquirida a nacionalidade brasileira por naturalização, esta não será perdida senão
pela vontade do naturalizado.
e) A naturalização é meio originário de aquisição da nacionalidade.
QUEstão 05
Segundo a Constituição Federal, no capítulo ―Da Nacionalidade‖, são cargos privativos de
brasileiro nato, exceto:
a) Presidente do Supremo Tribunal Federal.
b) Oficial das Forças Armadas.
c) Ministro de Estado da Justiça.
d) Vice-Presidente da República.
QUEstão 06
NÃO é privativo de brasileiro nato, o cargo de:
a) Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
b) Carreira Diplomática
c) Ministro de Estado da Defesa.
d) Oficial das Forças Armadas.
QUEstão 07
Com relação aos direitos de nacionalidade, previstos na Constituição Federal, assinale a
alternativaCORRETA:
a) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização,
por decisão do Presidente da República, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 08
Acerca do capítulo da Constituição Federal que trata ―Da Nacionalidade‖, assinale a alternativa
que corresponde exatamente ao texto constitucional:
a) São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros a serviço de seu país.
b) São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que ambos estejam a serviço da República Federativa do Brasil.
c) São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir
na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
d) São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral.
e) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos, sem envolvimento com
tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
QUEstão 09
Considerando o texto constitucional, indique a opção CORRETA a respeito dos direitos de
nacionalidade e cidadania:
a) O brasileiro nato nunca perde a nacionalidade brasileira.
b) Ao brasileiro naturalizado é vedado o alistamento militar obrigatório.
c) O Estatuto do Estrangeiro poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados.
d) Aos portugueses com residência permanente no Brasil, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos em que houver
expressa vedação constitucional.
e) São brasileiros naturalizados os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil.
QUEstão 10
A respeito dos direitos da nacionalidade, assinale a alternativa correta.
a) Ao brasileiro naturalizado é vedado filiar-se a partido político.
b) Em nenhuma hipótese o brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira.
c) A lei poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados.
d) Havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos portugueses com
residência permanente no Brasil os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos em
que houver expressa vedação constitucional.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 03
Assinale a alternativa correta quanto ao que prevê a Declaração Universal dos Direitos
Humanos sobre o direito à instrução.
a) A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
b) A instrução técnico-profissional será acessível à maioria da população.
c) A instrução fundamental será obrigatória.
d) A instrução superior esta baseada na progressão continuada.
QUEstão 04
Assinale a alternativa INCORRETA sobre as disposições da Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
b) Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
c) Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias periódicas não remuneradas.
d) Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.
QUEstão 05
Assinale a alternativa correta sobre o órgão que proclamou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
a) Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
b) Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
c) Conselho Econômico e Social das Nações Unidas.
d) Assembleia Especial de Justiça da Organização das Nações Unidas.
QUEstão 06
Assinale a alternativa correta que reproduz literalmente um fragmento do texto da
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
a) Considerando que os cidadaos se comprometeram a promover, em submissao a Organização
das Nações Unidas, o respeito universal e seletivo dos direitos do Homem e das liberdades
fundamentais.
b) Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em obediência a
Organização das Nações Unidas, o respeito local e relativo dos direitos do Homem e das
liberdades fronteiriças.
c) Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com
as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a
observância desses direitos e liberdades.
d) Considerando que os cidadãos se negam constantemente a promover, em relação à
Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo dos direitos do Homem e das
liberdades fundamentais.
QUEstão 07
Assinale a alternativa correta sobre o que a Declaração Universal dos Direitos Humanos
prevê sobre direito sindical.
a) O direito a organizar sindicatos é restrito as pessoas expressamente autorizadas por decisão
administrativa e o ingresso nos sindicatos é livre para os trabalhadores em pleno exercício
profissional.
b) Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.
c) Todo sindicato tem direito a recusar associados para proteção de seus interesses.
d) O direito a organizar sindicatos é condicionado a prévia autorização judicial e o ingresso nos
sindicatos é livre para os trabalhadores em pleno exercício profissional.
QUEstão 08
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Complete as lacunas, de acordo com a alternativa que refete o texto da Declaração Universal
dos Direitos Humanos: ―Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em
. São dotadas de razão e e devem
agir em relação umas às outras com espírito de .‖
a) Dignidade e direitos – consciência – fraternidade.
b) Direitos e deveres – liberdade – solidariedade.
c) Direitos e obrigações – convicção – solidariedade.
d) Dignidade e obrigações – consciência – harmonia.
QUEstão 09
Segundo o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a proteção à privacidade
compreende:
a) Somente a privacidade do próprio interessado.
b) A privacidade do próprio interessado, da sua família, no seu lar ou na sua correspondência.
c) A privacidade do próprio interessado, da sua família e do seu local de trabalho.
d) A privacidade do próprio interessado e das pessoas que mantenham relação de afnidade com
ele.
QUEstão 10
Indique a alternativa CORRETA, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos
Humanos:
a) Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro e fora das fronteiras de
cada Estado.
b) Toda pessoa tem direito à dupla nacionalidade
c) Toda pessoa tem direito a organizar sindicato, sendo obrigatório o seu ingresso nele para
proteção de seus interesses.
d) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada aos
seus filhos.
QUEstão 11
Indique a alternativa que traz direito não previsto expressamente na Declaração Universal Dos
Direitos Humanos.
a) Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
b) Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
c) Todo ser humano, vítima de perseguição por crimes de delito comum, tem o direito ao asilo
em outros países
d) Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias remuneradas periódicas.
QUEstão 12
Indique a afrmação correta sobre os direitos expressamente previstos na Declaração Universal
dos Direitos humanos.
a) Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de
fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) Os direitos e liberdades previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser
exercidos até mesmo de modo contrário aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
c) A Declaração Universal dos Direitos humanos não trata expressamente de direitos
envolvendo o matrimônio e o casamento.
d) Ninguém, sob qualquer justificativa, poderá ser privado de sua propriedade.
QUEstão 13
Com relação ao direito à instrução previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos,
assinale a alternativaINCORRETA:
a) O Estado tem prioridade em relação aos pais na escolha do gênero de instrução que será
ministrada às crianças e aos adolescentes.
b) A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta
baseada no mérito.
c) A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
d) A instrução elementar será obrigatória.
QUEstão 14
Com relação aos direitos previstos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinale a
alternativaCORRETA:
a) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade, mas não lhe é assegurado o direito de mudar de
nacionalidade.
b) Toda pessoa tem o direito de ser, dentro de seu país, reconhecida como pessoa.
c) Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer pais, mas não poderá regressar ao seu próprio
país.
d) Toda pessoa tem o direito de não ser perseguida, salvo em caso de perseguição
legitimamente motivada por crimes de direito comum.
QUEstão 15
Com relação ao direito à instrução previsto na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O Estado tem prioridade em relação aos pais na escolha do gênero de instrução que será
ministrada às crianças e aos adolescentes.
b) A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta
baseada no mérito.
c) A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais.
d) A instrução elementar será obrigatória.
infraconstitucional, que lhe dava aplicação prática. Considerando que esta norma contraria
tratado internacional de direitos humanos, de natureza supralegal, não há como persistir com a
referida modalidade de prisão civil no ordenamento jurídico. Desta forma, pode-se dizer que o
STF entendeu que o artigo 5º, inciso XLVII, da Constituição Federal é uma norma de:
a) Eficácia plena.
b) Eficácia contida.
c) Eficácia limitada de princípio programático.
d) Eficácia limitada de princípio institutivo.
e) Eficácia exaurida.
QUEstão 02
Com relação as normas constitucionais de eficácia contida, assinale a alternativa CORRETA:
a) São normas que, de imediato, podem produzir todos os seus efeitos, mas a norma
infraconstitucional poderá reduzir sua abrangência.
b) São normas aptas a produzir todos os efeitos, independentemente de norma
infraconstitucional integrativa.
c) São normas que, de imediato, não produzem todos os seus efeitos, necessitando de uma
norma infraconstitucional integrativa
d) São normas que veiculam programadas a serem implementados pelo Poder Público.
QUEstão 03
Diz o inciso XIII, do artigo 5°, da Constituição Federal: ―é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.‖
LEGISLAÇÃO FEDERAL
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e
alterações posteriores;
QUEstão 01
Estabelece a Lei de Execução Penal que, durante a execução da pena, sobrevindo doença mental
no condenado,
a) poderá ter a pena diminuída de 1/3 a 2/3.
b) terá a sua pena substituída por medida de segurança.
c) será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
d) terá o restante da pena remida e deverá submeter-se a tratamento psiquiátrico ambulatorial.
e) deverá ser submetido a perícia médico-legal para apurar a sua periculosidade.
QUEstão 02
Sobre a assistência na execução penal, é correto afirmar:
a) Assistência religiosa viola a laicidade do Estado, tendo sido reconhecida sua não recepção
pela Constituição de 1988 segundo o Supremo Tribunal Federal.
e) Ao contrário das Regras de Mandela, a Lei de Execução Penal prevê no âmbito da assistência
à saúde a atuação psicológica, que, no entanto, não tem a garantia da confidencialidade e pode
ser utilizada em exames criminológicos.
QUEstão 03
Sobre o acesso à água no sistema prisional,
a) a Lei de Execução Penal garante o acesso à água para fins de higiene pessoal na temperatura
apropriada ao clima da região em que a pessoa está presa.
b) o suprimento do fornecimento de água por meio dos familiares dos presos não configura
irregularidade no funcionamento do estabelecimento prisional, pois o fim pode ser atingido.
c) as Regras de Mandela preveem o direito de todo preso a ter acesso a água sempre que
necessitar como parte do direito à alimentação, mencionando expressamente a qualidade de
água potável.
d) em recente decisão, o STJ afirmou que o acesso à água aquecida para banho é uma questão
administrativa, que não pode ser pleiteada por via de ação civil pública.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 08
Segundo a Lei de Execução Penal, o preso, condenado com trânsito em julgado, poderá ter a
execução da sua pena fiscalizada por meio da monitoração eletrônica, quando o juiz
a) fixar o regime aberto para cumprimento da pena e o dispensar do recolhimento ao
estabelecimento penal no período noturno e nos dias de folga.
b) aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou
conceder progressão para tais regimes.
c) aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a
determinados lugares.
d) conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.
e) autorizar a saída temporária no regime semiaberto ou determinar a prisão domiciliar.
QUEstão 09
Irany, que trabalha como motorista de táxi, cumpre pena em regime aberto. Neste caso,
a) os horários do trabalho de Irany não precisam ser levados em consideração na fixação das
condições do regime.
b) o exercício do trabalho lícito, devidamente comprovado, garante a Irany o direito à remição,
ainda que seja como trabalhadora autônoma.
c) há hipóteses legais em que Irany pode ser dispensada da comprovação do exercício do
trabalho.
d) pode ser-lhe imposta como condição especial a prestação de serviço comunitário.
e) cumprindo pena na modalidade domiciliar, Irany não depende de autorização judicial para se
ausentar da cidade onde reside.
QUEstão 10
Considerando a Lei de Execução Penal e a jurisprudência dos tribunais superiores sobre a
remição, é correto afirmar:
a) O trabalho do preso cautelar não pode ser computado para fins de remição.
b) É impossível a cumulação da remição por estudo e por trabalho.
c) O trabalho intramuros é o único passível de remição.
d) Não há previsão legal de remição para o sentenciado em regime aberto.
e) O aproveitamento escolar insatisfatório não impede a remição por estudo.
QUEstão 11
Sobre a remição, é correto afirmar:
a) Para o cômputo da remição, os dias remidos devem ser considerados como pena cumprida
pelo sentenciado.
b) A remição por estudo é concedida na mesma proporção da remição pelo trabalho, ou seja, a
cada dezoito horas de estudo, deve ser remido um dia de pena.
c) É vedada a cumulação de remição por trabalho e por estudo dada a incompatibilidade
resultante da quantidade de horas diárias necessárias para remir por cada atividade.
d) A remição por estudo é cabível nos três regimes de cumprimento de pena, sendo vedado
apenas no livramento condicional.
e) Em caso de falta grave, o juiz deverá revogar um terço do tempo remido, sendo vedada nova
concessão de remição durante o período de cumprimento da sanção.
QUEstão 12
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 14
Considerando as disposições constantes na Lei de Execuções Penais, no que toca às saídas dos
condenados do estabelecimento prisional,
a) a permissão de saída pode ser deferida para os condenados dos regimes fechado e semiaberto,
bem como aos presos provisórios.
b) para que o condenado conquiste o direito às saídas temporárias, é necessário que atinja 1/6 da
pena, se primário, e 1/2, se reincidente.
c) as saídas temporárias poderão ser deferidas aos presos do regime fechado, mediante escolta,
caso exista efetivo de servidores na comarca, para frequência a curso supletivo
profissionalizante.
d) as saídas temporárias serão deferidas pelo diretor da casa prisional.
e) a permissão de saída não pode ser concedida pelo diretor do estabelecimento prisional para
os condenados do regime fechado, pois nesse caso deverá haver autorização judicial.
QUEstão 15
No que toca à disciplina carcerária,
a) a submissão de preso ao regime disciplinar diferenciado poderá ser determinada pelo diretor
da casa prisional, em caráter emergencial e excepcional, sendo que a decisão deverá ser
ratificada pelo juiz no prazo máximo de vinte e quatro horas, contadas da efetivação da medida.
b) são vedadas, pela Lei de Execuções Penais, as sanções coletivas.
c) depois da Constituição Federal de 1988, qualquer sanção disciplinar deve contar com
homologação judicial, tendo em conta a atuação fiscalizatória do juiz.
d) a Lei de Execuções Penais especifica de forma taxativa as faltas de natureza grave e média,
sendo que remete ao legislador local a especificação das faltas de caráter leve.
e) a autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de
até vinte dias.
QUEstão 16
Sobre o trabalho e o estudo dos apenados, bem como acerca da remição, é correto afirmar:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) O tempo a remir pelas horas de estudo será acrescido de ½ no caso de conclusão do ensino
fundamental durante o cumprimento da pena, desde que a conclusão seja certificada pelo órgão
competente do sistema de educação.
b) O condenado que usufrui liberdade condicional poderá remir, pela frequência a curso de
ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo do período de prova.
c) Se o preso restar impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente no local do labor,
não poderá continuar a se beneficiar com a remição enquanto perdurar o afastamento.
d) O trabalho externo, segundo a Lei de Execuções Penais, é permitido apenas aos presos dos
regimes semiaberto e aberto.
e) O trabalho interno é obrigatório para os presos definitivos e provisórios.
QUEstão 17
Sobre os incidentes de execução previstos na Lei de Execuções Penais,
a) o excesso de execução ocorre quando o ato for praticado além dos limites fixados na
sentença, mas não se caracteriza quando a ilegalidade decorrer de inobservância de normas
regulamentares, pois nesses casos a apuração das responsabilidades ficará a cargo da autoridade
administrativa.
b) sobrevindo condenação à pena privativa de liberdade no regime semiaberto, estando em
curso a execução de penas restritivas de direito, deverá o juiz automaticamente reconverter as
penas alternativas em prisão, dada a natureza distinta das duas espécies de sanção.
c) é possível, para apenados do regime aberto e com penas não superiores a três anos, desde que
cumpridos os requisitos legais, a conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva de
direito.
d) na hipótese de sobrevir doença mental no curso da execução da pena privativa de liberdade,
não poderá ser convertido referido apenamento em medida de segurança, posto se tratar de
providência gravosa ao apenado, portanto impossível de ser formalizada por força da coisa
julgada.
e) o próprio sentenciado poderá suscitar o incidente de desvio de execução.
QUEstão 18
Nos termos da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984, os condenados por crime praticado,
dolosamente, com violência de natureza grave contra a pessoa, ou por qualquer dos crimes
previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990
a) serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético mediante extração de
DNA.
b) somente poderão ter a identificação de perfil genético verificada pelo Juiz do processo,
vedado o acesso às autoridades policiais mesmo mediante requerimento.
c) não terão a identificação de perfil genético incluído em banco de dados sigiloso, mas de livre
acesso às autoridades policiais, independentemente de requerimento.
d) não terão extraído o DNA, se submetidos à Justiça Militar, em razão da excepcionalidade da
lei de execução.
e) não poderão ser submetidos à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA,
por falta de permissivo legal.
QUEstão 19
A prática de falta grave
a) sujeita à regressão de regime, dispensada a prévia oitiva do condenado.
CADERNO DE QUESTÕES
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c) pode acarretar a revogação de até 1/3 (um terço) do tempo remido, mas não a interrupção
para nova contagem.
e) pode sujeitar o condenado à sanção disciplinar de isolamento na própria cela, por ato
motivado do diretor do estabelecimento, comunicado o juízo das execuções.
QUEstão 20
De acordo com a Lei de Execução Penal, é correto afirmar:
a) A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e sempre sujeitará o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado.
b) Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra
pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos como hediondos serão submetidos,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA − ácido
desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor, que será armazenada em banco de dados
sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
c) A classificação do condenado será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará
o programa individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e
restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos
regimes, bem como as conversões.
d) O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade
educativa e produtiva, e será admissível para os presos em regime fechado em caráter externo
somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou
Indireta, sendo vedado quanto às entidades privadas.
QUEstão 21
Na execução penal, de acordo com entendimento sumulado de Tribunal Superior,
a) é concorrente a legitimidade do Ministério Público e da Procuradoria da Fazenda Pública
para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória.
QUEstão 22
Sobre o regime disciplinar na execução penal é correto afirmar que
a) a jurisprudência do STF não admite a relativização da legalidade nas faltas disciplinares,
como a aplicação de falta grave pela posse de chip de telefone celular.
b) o cumprimento de sanção disciplinar em cela escura deve ser comunicado pelo diretor ao juiz
competente em até dez dias.
c) o descumprimento do dever de executar tarefas e ordens recebidas pelo preso configura falta
disciplinar de natureza grave, conforme a Lei de Execução Penal.
d) é destinado às penas privativas de liberdade, não existindo faltas graves na execução de pena
restritiva de direitos.
QUEstão 23
Um sentenciado cumpria pena em regime fechado, quando sobreveio nova condenação, com
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Portanto, deve o magistrado
a) somar a nova condenação ao restante da pena que está sendo cumprida, desconsiderando a
restritiva de direitos.
d) manter a restritiva de direitos suspensa, para que seja cumprida a privativa de liberdade em
primeiro lugar.
QUEstão 24
Os decretos presidenciais dos anos de 2013 e 2014 preveem que para a declaração do indulto e
da comutação das penas não se exigirá requisito outro senão os previstos nestes textos legais. A
partir deste comando legal, é correto afirmar:
a) Não é possível a dispensa de parecer do Conselho Penitenciário a exceção do pedido de
indulto humanitário.
b) Não há dispensa de parecer do Conselho Penitenciário em nenhuma hipótese uma vez que
esta é a sua incumbência precípua prevista na Lei de Execução Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) O parecer do Conselho Penitenciário poderá ser determinado pelo juiz da execução quando
entender necessário ao julgamento do indulto ou da comutação.
QUEstão 25
O sentenciado que trabalhou e estudou durante a execução da pena no regime semiaberto terá o
tempo remido computado como pena cumprida na razão de um dia de pena a cada três dias
trabalhados e
a) 3 dias de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados do total da pena.
b) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados do total da pena.
c) um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar calculados para todos os benefícios da
execução penal.
e) um dia de pena a cada 16 horas de frequência escolar calculados para todos os benefícios da
execução penal.
QUEstão 26
A autonomia da execução penal implica a compreensão de que
a)
o título executivo delimita o alcance e os limites da execução em processo em que não há
alteração fática.
b)
há uma feição jurisdicional da execução da pena e plenitude das garantias constitucionais penais
e processuais penais.
c)
há um caráter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplicação mitigada das regras
constitucionais.
d)
os incidentes de execução são impulsionados somente pela defesa técnica.
e)
há distinção das atividades da administração penitenciária e da função jurisdicional ressalvado o
procedimento administrativo que apura falta.
QUEstão 27
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 28
Com relação à Lei de Execução Penal (Lei n° 7.210/1984) e sua interpretação pelo Superior
Tribunal de Justiça,
a) a saída temporária poderá ser concedida pelo diretor do estabelecimento penal sempre que
preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos na lei.
b) a prática de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime, mas
não interrompe o prazo para fins de indulto e comutação
d) a medida de segurança não possui prazo determinado, não possuindo relevância o limite
máximo cominado abstratamente para o delito praticado.
e) se a falta grave consistir no cometimento de fato definido como crime doloso, seu
reconhecimento dependerá do trânsito em julgado da sentença penal condenatória no processo
penal instaurado para a apuração do fato.
QUEstão 29
na Lei de Execução Penal, somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto
em residência particular quando se tratar de condenado(a):
a) maior de 70 (setenta) anos; não reincidente em crime doloso; que tenha reparado o dano.
b) maior de 70 (setenta) anos; acometido de doença grave; com filho menor ou deficiente físico
ou mental; gestante.
c) maior de 60 (sessenta) anos; acometido de doença grave; não reincidente em crime doloso.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) acometido de doença grave; com filho menor ou deficiente físico ou mental; gestante; não
reincidente em crime doloso.
e) maior de 70 (setenta) anos; mulher acometida de doença grave; gestante; que tenha reparado
o dano.
QUEstão 30
Sobre o benefício da remição, disciplinado pelos artigos 126 a 130 da Lei de Execução Penal e
que permite o desconto do tempo de pena privativa de liberdade pelo trabalho ou estudo,
assinale a alternativa correta.
a) Restringe-se ao condenado que cumpre regime fechado.
QUEstão 31
Em matéria de penas privativas de liberdade, correto afirmar que
a) possível a fixação do regime inicial fechado para o condenado a pena de detenção, se
reincidente.
QUEstão 32
NÃO comete falta grave o condenado a pena privativa de liberdade que
a) provocar acidente de trabalho.
QUEstão 33
O trabalho é reconhecido como um dever e um direito. Nesse sentido, segundo a Lei de
Execução Penal, é correto afirmar que
a) o trabalho externo será permitido nos regimes aberto e semiaberto, sendo proibido no regime
fechado.
b) o condenado perderá sempre 1/3 dos dias remidos pelo trabalho em caso de cometimento de
falta grave, desde que devidamente apurada em processo administrativo e homologada pelo juiz
da execução.
c) a remuneração deverá atender, dentre outras finalidades, as pequenas despesas pessoais do
condenado.
d) a autoridade administrativa deverá encaminhar ao juiz, semestralmente, uma cópia dos
registros de todos os condenados que estejam trabalhando com informação dos dias trabalhados.
e) o juiz, ao conceder o livramento condicional, poderá, em caráter complementar e facultativo,
subordinar o livramento a obtenção de ocupação lícita pelo liberado.
QUEstão 34
Em relação à remição, pode-se assegurar que
a) o juiz, em caso de falta grave, poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, não
recomeçando a contagem a partir da infração disciplinar.
b) admissível, pelo trabalho, apenas para condenado que cumpre pena em regime fechado
c) o condenado que usufrui de liberdade condicional poderá remir, pelo trabalho ou por estudo,
parte do tempo do período de prova.
e) o tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos
QUEstão 35
Em relação à execução penal, é correto afirmar que:
a) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento é considerada para
a concessão de livramento condicional, mas não para obtenção de regime mais favorável de
execução.
d) o juiz da execução não tem competência para interditar estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas, devendo limitar-se à comunicação do fato à
administração penitenciária.
QUEstão 37
Segundo a Lei De Execuções Penais (Lei n° 7.210/84), são características do Regime
Disciplinar Diferenciado,exceto:
a) Duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova
falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.
b) Direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.
d) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de cumprimento, determinado pelo
artigo 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o
livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
e) não foi recebida pela ordem constitucional vigente a possibilidade de revogação de até um
terço do tempo remido em razão de falta grave.
QUEstão 40
NÃO é incumbência da Defensoria Pública, no âmbito da Execução Penal,
a) requerer a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
QUEstão 41
Uma pessoa presa em regime fechado, definitivamente condenada, prestou 300 dias de trabalho
prisional intra muros, bem como, simultaneamente, teve frequência escolar de 200 horas,
concluindo atividade de ensino médio ao longo do cumprimento da pena. Cada 12 (doze) horas
foram divididas em 3 (três) dias de estudo.
CADERNO DE QUESTÕES
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Esse indivíduo
I. tem direito à remição de pena, à razão de 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
II. tem direito à remição de pena, à razão de 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
frequência escolar.
III. tem direito à remição de pena, com o acréscimo de 1/3 (um terço) de toda a remição
conquistada durante o cumprimento da pena devido à conclusão do ensino médio.
IV. em caso da prática de falta grave, obrigatoriamente, perderá 1/3 (um terço) da remição
conquistada, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) I e III.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I, II e IV.
QUEstão 42
Segundo as disposições do Decreto nº 8.172/13,
a) o indulto da pena restritiva de direitos não alcança a pena de multa aplicada
cumulativamente.
e) em nenhuma hipótese o condenado que cumpre pena somente pela prática de crime hediondo
terá direito ao indulto ou à comutação de penas.
QUEstão 43
O sentenciado Mévio, reincidente, cumpre pena por crime hediondo e por crime comum (não
hediondo), sem praticar falta grave nos últimos 24 meses. Considerando as disposições do
Decreto nº 8.172/13, para atingir o requisito temporal para obtenção de comutação de pena (art.
2º ), o apenado terá que, até 25 de dezembro de 2013, ter cumprido
a) 2/3 (dois terços) da pena do crime hediondo e mais 1/2 (metade) da pena do crime comum.
b) 1/2 (metade) da pena do crime hediondo e mais 1/3 (um terço) da pena do crime comum.
c) toda da pena do crime hediondo e mais 1/3 (um terço) da pena do crime comum.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) 2/3 (dois terços) da pena do crime hediondo e mais 1/4 (um quarto) da pena do crime
comum.
e) 2/3 (dois terços) da pena do crime hediondo e mais 1/3 (um terço) da pena do crime comum.
QUEstão 44
Relativamente à progressão nos regimes de pena na atualidade, assinale a opção que contenha
assertivaverdadeira:
a) É admissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
c) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art.
75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de regime mais favorável de execução.
QUEstão 47
A remição é instituto que se aplica
a) apenas aos presos definitivos, excluídos os detidos por força de medidas cautelares.
c) a presos em regime fechado ou semiaberto, não podendo dela se valer o preso que cumpre
pena em regime aberto.
d)por disposição legal, quando o sentenciado trabalha; por criação jurisprudencial não
positivada, também pode diminuir a pena daquele que estuda.
QUEstão 48
Reformando decisão anterior, o STF, em recurso regimental, recentemente decidiu, nos autos da
ação penal 470 (―mensalão‖), que
a) os condenados com mais de 70 (setenta) anos não têm, como regra, direito a prisão
domiciliar.
d)os condenados em regime inicial semiaberto não precisam cumprir 1/6 da pena para ter direito
ao trabalho externo.
QUEstão 49
Regra estabelecida pelo art. 202 da Lei de Execução Penal: salvo para instruir processo pela
prática de nova infração, as anotações referentes à condenação não constarão da folha corrida,
de atestados ou certidões a partir
a) do cumprimento ou extinção da pena.
QUEstão 50
No que toca à execução penal, constitui entendimento sumulado pelos Tribunais Superiores:
CADERNO DE QUESTÕES
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b) Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada
em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial
d) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento é também considerada
para a concessão do livramento condicional
QUEstão 51
Determina o art. 682 do CPP que o sentenciado a que sobrevier doença mental, verificada por
perícia médica,
a) terá sua punibilidade declarada extinta e a pena substituída por medida de segurança, sem
prazo definido.
e) terá sua pena reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).
QUEstão 52
NÃO é falta grave, prevista na Lei de Execução Penal, cometida pelo condenado à pena
privativa de liberdade:
a) Fugir.
b) Provocar acidente de trabalho.
c) Descumprir, no regime aberto, as condições impostas.
d) Retardar, injustifcadamente, o cumprimento da obrigação imposta.
QUEstão 53
São órgãos da execução penal, EXCETO:
a) A Defensoria Pública.
b) Os Departamentos Penitenciários.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) O Ministério Público.
QUEstão 54
A autorização para saída temporária dos condenados que cumprem pena em regime semiaberto:
a) Não encontra respaldo na Lei de Execução Penal.
b) Será concedida somente para fns de visita à família, desde que seja realizada nos fnais de
semana.
d) Será concedida por prazo não superior a 07 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 04
(quatro) vezes durante o ano.
QUEstão 55
Indique a alternativa que está de acordo com as disposições gerais que disciplinam o trabalho do
preso:
a) O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá fnalidade
educativa e produtiva.
d) Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do
pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue à família do preso, visando sua
subsistência.
QUEstão 56
Quanto à remição, correto afirmar que
a) o juiz, em caso de falta grave, pode revogar até metade do tempo remido.
b) cabível pelo estudo apenas na forma presencial.
c) aplicável ao preso provisório.
d) o tempo remido não será computado como pena cumprida.
e) incabível pelo estudo para o condenado que usufrua de liberdade condicional.
QUEstão 57
No tocante às autorizações de saída, pode-se assegurar que
a) a autorização de saída temporária será concedida por ato motivado do juiz da execução,
ouvida unicamente a administração penitenciária.
b) apenas os condenados que cumprem pena no regime fechado poderão obter permissão para
sair do estabelecimento em virtude de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira,
ascendente, descendente ou irmão.
c) indevida a determinação de utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado durante saída temporária, possível apenas como medida cautelar diversa da prisão.
CADERNO DE QUESTÕES
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d) apenas os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização
para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, para visita à família.
e) os presos provisórios não poderão obter permissão de saída do estabelecimento.
QUEstão 58
Em matéria de execução penal, NÃO constitui entendi- mento sumulado dos Tribunais
Superiores o seguinte enunciado:
a) É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
b) Admite-se o exame criminológico, desde que em decisão motivada.
c) Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de
regime menos severo nela determinado, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
d) Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei de Execução Penal para a progressão de
regime prisional.
e) A falta grave não interrompe o prazo para a progressão de regime.
QUEstão 59
―X‖, primário e de bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento, pena de vinte anos de
reclusão em regime fechado, pela prática do crime de latrocínio. Até o momento, ―X‖ cumpriu
quatorze anos do total da pena. Nesse caso, a resposta correta para a pergunta – ―X‖ tem direito
à concessão de algum benefício? – é:
a) ―X‖ tem direito ao livramento condicional.
b) ―X‖ tem direito à concessão da liberdade provisória.
c) ―X‖ tem direito à concessão do sursis.
d) ―X‖ tem direito à concessão da suspensão condicional da pena.
e) ―X‖ não faz jus a nenhum benefício por ter praticado crime hediondo.
QUEstão 60
A questão refere-se à Lei de Execução Penal – Lei n.º 7.210/1984.
e) Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz certificará o trânsito em
julgado, para fins de conhecimento do interessado e do Conselho Penitenciário.
QUEstão 66
Com relação aos estabelecimentos prisionais, disciplinados na Lei de Execução Penal,
indique a alternativa CORRETA:
a) Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança,
ao infrator e preso provisórios e ao egresso.
c) caso a mulher presa seja surpreendida na posse de uma bateria de telefone celular comete
falta disciplinar de natureza grave, que acarreta a perda de convivência com seu filho na unidade
prisional.
d) o Decreto Presidencial de Indulto pode prever lapsos temporais menores para obtenção de
indulto pelas mulheres.
CADERNO DE QUESTÕES
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e) o relacionamento homoafetivo fora dos dias de visita constitui falta disciplinar de natureza
grave, pois pode subverter a ordem e a disciplina da unidade prisional.
QUEstão 68
Analise as assertivas abaixo.
I. Por tratar-se de direito subjetivo do acusado, o juízo competente deverá, no âmbito de ação
penal de iniciativa pública, oferecer o benefício da suspensão condicional do processo ao
acusado caso constate, mediante provocação da parte interessada, a insubsis- tência dos
fundamentos utilizados pelo Ministério Público para negar o benefício, bem como o
preenchimento dos requisitos previstos na Lei Federal no 9.099/95.
II. Em sede de execução penal é inadmissível a fixação de pena substitutiva como condição
especial para a concessão do regime aberto.
III. Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não constitui nulidade
processual a não intimação da Defensoria Pública do local de cumprimento de carta precatória
quando, na origem, o acusado fora assistido por defensor público e existir, no juízo deprecado,
Defensoria Pública estruturada.
IV. Caso o Tribunal de Justiça, em sede de apelação, determine a realização de novo júri em
razão do reconhecimento de que a decisão dos jurados fora manifestamente contrária à prova
dos autos, não é possível que se conceda às partes o direito de inovar no conjunto probatório
mediante a apresentação de novo rol de testemunhas a serem ouvidas em plenário.
QUEstão 69
A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal com
o fim de
a) obter a cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de
segurança.
e) assegurar ao condenado e ao internado todos os direitos atingidos pela sentença ou pela lei.
QUEstão 70
Incumbe ao serviço de assistência social:
a) estabelecer que o ensino profissional seja ministrado em nível de especialização ou de
formação técnica.
d) cuidar para que nenhum preso ou internado deixe de participar de atividade religiosa
QUEstão 71
Considera-se egresso, para os efeitos da Lei de Execução Penal:
a) o liberado, a contar da saída do estabelecimento, seja condenado ou provisório, pelo prazo de
1 (um) ano.
QUEstão 72
O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade
a) educativa e produtiva.
b) de apoio para obtenção de alojamento e alimentação.
QUEstão 73
Constituem deveres do condenado:
a) constituição de pecúlio e poupança.
QUEstão 74
Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido
a) pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado
QUEstão 76
As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do condenado, de
sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho. É(são) recompensa(s):
a) o recolhimento em cela individual ou abrigo.
b) a inclusão no regime disciplinar diferenciado e multidisciplinar.
c) o elogio e a concessão de regalias.
d) as visitas semanais de duas pessoas além de crianças.
e) o direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol.
QUEstão 77
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 78
No estabelecimento para mulheres, somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo
feminino, salvo quando tratar-se de
a) ocupante do cargo de diretor.
b) pessoal técnico especializado.
c) portador de diploma de nível superior em Psicologia.
d) portador de diploma de nível superior em Direito.
e) ocupante do cargo de vistoriador.
QUEstão 79
No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados
serão encaminhados
a) ao defensor público do preso primário.
c) ao Juiz da condenação.
QUEstão 81
O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e
a) semi-imputáveis.
b) gestantes e parturientes.
c) condenados acometidos de doença grave.
d) imputáveis.
e) presos provisórios doentes.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 82
Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios
poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos
seguintes fatos:
a) condenada gestante ou parturiente.
QUEstão 83
A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado
a) ficar impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho.
b) religiosas.
c) solicitá-la a particulares.
d) do Instituto Médico-Legal.
e) educativas.
QUEstão 85
No que se refere à execução penal,
CADERNO DE QUESTÕES
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a) a frequência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução sob
regime semiaberto, unicamente.
c) o regime disciplinar diferenciado tem duração máxima de 360 (trezentos e sessenta) dias,
podendo ser aplicado uma única vez.
e) o juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando autorizar a
saída temporária no regime semiaberto.
QUEstão 86
Segundo entendimento sumular vigente no Superior Tribunal de Justiça, para a progressão de
regime prisional, em princípio, a avaliação técnica do condenado, também conhecida por exame
criminológico, é
a) imprescindível.
b) admissível somente em condenações por crimes hediondos ou assemelhados.
c) admissível somente por decisão fundamentada nas peculiaridades do caso.
d) admissível somente em crimes cometidos com violência ou grave ameaça.
e) admissível somente na reincidência.
QUEstão 87
O regime disciplinar diferenciado
a) não permite saída diária da cela.
b) terá duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por
nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um terço da pena aplicada.
c) permite visitas semanais de duas pessoas, incluídas as crianças, com duração de duas horas.
d) terá duração máxima de trezentos e sessenta dias, vedada a repetição da sanção por nova falta
grave da mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada.
c) Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada
em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
d) Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.
QUEstão 89
Sobre a execução penal, é correto afirmar que
a) o trabalho do preso está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
b) nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento
obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.
d) a jornada normal de trabalho não será inferior a 8 (oito) nem superior a 10 (dez) horas, com
descanso nos domingos e feriados.
QUEstão 90
De acordo com a Lei de Execuções Penais, é correto afirmar que
a) a imposição de regime disciplinar diferenciado ao preso provisório, ou condenado acarreta a
limitação das visitas semanais a apenas uma pessoa, que terá duração de duas horas.
b) o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho
ou por estudo, parte do tempo de execução da pena à razão de 1 (um) dia de pena a cada 8 (oito)
horas de frequência escolar – atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo,
em 3 (três) dias.
c) as atividades de estudo que originam o direito à remição poderão ser desenvolvidas por
metodologia de ensino à distância.
d) na hipótese de remição, o tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/6
(um sexto) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior, durante o
cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
QUEstão 91
Segundo a Lei de Execução Penal, as faltas disciplinares
a) independem de expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
QUEstão 92
A Lei de execução penal atribui ao diretor do estabelecimento prisional a competência de
decidir sobre
a) autorização para saída temporária do estabelecimento para os presos em regime semiaberto, a
fim de partici parem de atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
c) remição de pena para presos em regime fechado, à razão de um dia de pena para cada três
dias trabalhados.
QUEstão 93
Hermes, réu primário, é processado e condenado pelo crime previsto no art. 33, caput, da Lei no
11.343/06 à pena de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado, por fato praticado em
21/11/2008 e, em outro processo, pelo crime do art. 157, § 2o , I do Código Penal, à pena de 6
(seis) anos de reclusão, em regime fechado, por fato praticado em 29/03/2007. O trânsito em
julgado de ambas as condenações ocorreu em 20/04/2011. A família do preso procura a
Defensoria Pública e informa que Hermes foi capturado em 22/04/2012 para início do
cumprimento de pena e gostaria de informações acerca dos prazos para progressão de regime.
Neste caso, a progressão de regime
d) a restrição de direitos.
QUEstão 96
Considere as assertivas abaixo:
QUEstão 97
Assinale a alternativa correta.
a) É assegurado ao condenado maior de 60 (sessenta) anos de idade o recolhimento em local
adequado e separado dos demais presos.
b) Considerando o dispositivo legal que rege a matéria, será admitido o recolhimento em regime
domiciliar quando o condenado for maior de 65 (sessenta e cinco) anos, cujo regime de
cumprimento de pena for o aberto.
QUEstão 98
a) A transferência do condenado para regime menos rigoroso, após cumprido 1/6 (um sexto) da
pena, não pode ser deferida pelo juiz da execução penal, com base apenas em atestado
carcerário, expedido pelo diretor do estabelecimento penal, porque a lei exige a realização de
exame criminológico.
d) A continuidade delitiva pode ser reconhecida em sede de execução penal, e as penas podem
ser unificadas, determinando o juiz da execução o cumprimento da pena mais grave, com o
aumento previsto no art. 71, do Código Penal.
QUEstão 99
A execução da pena privativa de liberdade está sujeita à forma regressiva, com a transferência
para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado
a) praticar fato definido como crime doloso ou culposo.
c) sofrer condenação, por crime anterior, mesmo que a pena, somada ao restante da pena em
execução, permita a manutenção do regime.
d) praticar fato definido como crime ou falta grave, exigindo-se a sua prévia oitiva apenas na
primeira hipótese.
e) descumprir, no regime aberto, condição especial estabelecida pelo juiz e não prevista em lei.
CADERNO DE QUESTÕES
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QUEstão 100
Incumbe ao Conselho Penitenciário emitir parecer sobre
a) progressão de regime nas condenações por crimes hediondos.
b) comutação de pena.
c) permissão de saída e saída temporária.
d) indulto, ainda que fundado o pedido no estado de saúde do preso.
e) regressão de regime.
Constitui sanção disciplinar aplicável
QUEstão 101
ato motivado do diretor do estabelecimento prisional:
a) inclusão no regime disciplinar diferenciado.
QUEstão 102
Podem obter autorização para saída temporária os
a) condenados que cumpram pena em regime semiaberto.
QUEstão 103
Transitando em julgado a sentença que impuser pena privativa de liberdade, se o réu já
estiver preso, ou vier a ser preso, para o cumprimento da pena, o juiz ordenará a
expedição de
b) Carta de ordem.
c) Mandado de prisão.
d) Carta de guia.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 104
De acordo com a Lei de Execução Penal, incumbe à Defensoria Pública requerer a detração e a
remição da pena. A respeito desses dois institutos é correto afirmar:
a) O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se
com a remição.
b) Pelo instituto da remição, o período de prisão provisória por fato que resultou a condenação
executada deve ser considerado no cômputo do cumprimento da pena imposta pela sentença.
d) O tempo remido não é computado para a concessão do indulto, somente para o deferimento
do livramento condicional.
e) O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo detraído, começando
o novo período a partir da data da infração disciplinar.
QUEstão 105
O Defensor Público, na data de 15 de junho de 2010, ao atender os apenados da Casa do
Albergado de um Município do interior do Estado do Rio Grande do Sul, deparouse com a
situação de um preso que está recolhido no regime aberto e conta com 73 anos de idade, em
bom estado de saúde física, mas apresentando quadro de senilidade leve. Após analisar os dados
constantes da Guia de Recolhimento atualizada do reeducando, o Defensor Público apurou que
o preso está condenado por crime de latrocínio (art. 157, § 3o, parte final, do Código Penal),
praticado há mais de dez anos, enquadrando-se como reincidente, pois já havia sido condenado
por outro latrocínio, anteriormente. Verificou, também, que computada a remição de pena
deferida, o reeducando já teria cumprido mais de dois terços do apenamento total imposto.
Considerando os referidos dados, a Defensoria Pública do Estado poderia postular ao Juízo da
Execução Criminal
a) o livramento condicional.
b) a progressão de regime.
e) a prisão domiciliar.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 106
Nos termos do art. 146-B da Lei de Execução Penal, o juiz poderá definir a fiscalização por
meio da monitoração eletrônica quando:
I. aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou
conceder progressão para tais regimes;
III. aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de horários ou de frequência a
determinados lugares;
I. Somente os condenados que cumprem pena em regime aberto poderão obter autorização para
saída temporária do estabelecimento para visitar a família, frequentar curso ou participar de
outras atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
II. Para o deferimento das saídas temporárias, o apenado deverá, além de estar no regime aberto
e ostentar comportamento adequado, ter cumprido 1/6 (um sexto) da pena, se for primário, e 1/5
(um quinto), se reincidente, considerando o tempo de cumprimento da pena no regime
semiaberto.
III. A autorização para a saída temporária será concedida por prazo não superior a 15 (quinze)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. Nos
demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de
45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.
d) será integrado por 11 (onze) membros nomeados por ato do Presidente da República.
QUEstão109
Determina a Lei de Execução Penal (Lei n.º 7.210/84) que, a fim de orientar a individualização
do cumprimento da pena do sentenciado condenado à privação de liberdade, os
estabelecimentos prisionais devem contar com Comissão Técnica de Classificação, a qual
obrigatoriamente deve ser composta, entre outros, por
I. psiquiatra;
II. psicólogo;
III. assistente social.
QUEstão 110
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) requisito obrigatório para a concessão de benefícios em relação aos condenados pela prática
de crime hediondo.
e) fica sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso sobre o qual houver suspeita de
participação em quadrilha.
QUEstão 112
De acordo com a lei de execução penal,
a) é cabível o recurso de agravo, com efeito suspensivo, contra as decisões proferidas na fase de
execução.
c) o respectivo procedimento judicial poderá ter início por proposta do Conselho Penitenciário.
QUEstão 114
Consoante à Lei de Execução Penal, somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de
regime aberto em residência particular quando se tratar de
a) servidor judicial condenado por crime culposo.
b) condenação por fato definido como crime culposo.
c) condenada gestante.
d) condenado maior de 60 (sessenta) anos.
e) condenado que se comprometer a não se ausentar da cidade.
QUEstão 115
A Lei Antitóxicos (Lei no 11.343/06) estabelece diminuição de pena no caso de agente primário,
de bons antecedentes e que não se dedique às atividades criminosas ou integre organização
criminosa. Em um processo de execução, cuja condenação de tráfico o sentenciado preenche os
requisitos acima enumerados e que fora preso anteriormente à edição da lei, o defensor público
deverá requerer a aplicação de novatio legis in mellius
a) para o Tribunal ou o juízo da Vara das Execuções Criminais, indistintamente, por força da
imediatidade desta decisão.
QUEstão 116
Segundo a Lei de Execução Penal, as faltas disciplinares
a) leves e medias sao especificadas por lei federal.
b) graves só podem ser cometidas pelo condenado a pena privativa de liberdade.
c) apenas são punidas na forma consumada.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) que tambem correspondam a prática de crime doloso sujeitam o preso a sanção disciplinar,
excluída a sanção penal.
e) tambem sujeitam o preso provisorio a sanção disciplinar.
QUEstão 117
Abzuilson, em razão de progressão de regime de cumpri mento de pena, cumpria pena em
regime aberto quando foi autuada ao processo de execução nova condenação pela prática de
crime cometido antes de ser progredido. O juiz da execução penal deve
a) ouvi-lo nos termos do art. 118, § 2o da Lei de Execução Penal e regredi-lo para o regime
fechado.
b) ouvi-lo nos termos do art. 118, § 2o da Lei de Execução Penal e regredi-lo para o regime
semi-aberto, porque não há regressão por salto.
c) regredi-lo com fundamento no art. 52 da Lei de Execução Penal, que diz que a prática de fato
previsto como crime doloso é falta grave.
d) aplicar o art. 111 da Lei de Execução Penal para determinar que a pena mais grave seja
cumprida primeiro.
e) aplicar o art. 111 da Lei de Execução Penal e fixar o regime de cumprimento de acordo com
o resultado das penas somadas, descontadas a remição e a detração.
QUEstão 118
De acordo com as disposições da Lei de Execução Penal,
a) o procedimento judicial iniciar-se-á de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta
do Conselho Penitenciário, ou ainda, da autoridade administrativa.
b) contra as decisões proferidas na fase de execução, será cabível o recurso de agravo, com
efeito suspensivo.
c) o regime disciplinar diferenciado poderá ser determinado pela autoridade policial, quando se
tratar de condenado pertencente à organização criminosa.
QUEstão 119
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
II. A Lei de Execução Penal prevê, expressamente, que o preso provisório estrangeiro está
sujeito à inclusão no regime disciplinar diferenciado, nas hipóteses legais de seu cabimento.
III. Os arts. 180 a 184 da Lei de Execução Penal não prevêem as seguintes possibilidades de
conversão: de pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; de multa em pena privativa
de liberdade; de medida de segurança em pena privativa de liberdade.
Assinale, agora, a alternativa correta.
a) Somente I é verdadeira.
b) Somente II é verdadeira.
c) Somente III é verdadeira.
d) Somente I e II são verdadeiras.
e) Somente I e III são verdadeiras.
QUEstão 120
Deferido o livramento condicional com a concordância do Ministério Público, a ausência do
condenado à cerimônia solene, prevista no art. 137 da LEP, terá como conseqüência
a) a não-implantação do benefício.
b) a revogação obrigatória do benefício.
c) a irrevogabilidade do benefício, que se tornou definitivo em virtude da não-interposição de
agravo em execução da sentença concessiva do livramento.
d) a revogação do benefício desde que comprovado o descumprimento injustificado das
condições impostas na sentença de livramento.
QUEstão 121
A pena de prestação de serviços à comunidade NÃO será convertida em privativa de liberdade
se o condenado
a) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha
sido suspensa.
QUEstão 122
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
De acordo com a redação dada ao art. 112 da Lei de Execução Penal pela Lei nº 10.792, de 1º de
dezembro de 2003:
a) a pena privativa de liberdade não será mais executada de forma progressiva.
b) para progredir de regime de cumprimento de pena é necessário, se primário, cumprir 1/3 e se
reincidente, cumprir 1/2 da pena no regime anterior.
c)
para progredir de regime de cumprimento de pena é necessário cumprir 1/6 da pena no regime
anterior e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento
prisional.
e) as regras para obtenção de livramento condicional, inclusive os prazos, são as mesmas que
para a obtenção de progressão de regime de cumprimento de pena.
QUEstão 123
Segundo o direito vigente, a aplicação de castigos físicos nos presos é
a) admissível nos casos de estrita necessidade para evitar movimentos contra a ordem e a
disciplina (rebeliões).
b) admissível de forma moderada e sob estrita supervisão médica.
d) admissível como sanção disciplinar máxima, nos estritos casos de falta grave, apurada em
regular procedimento administrativo e assegurada a ampla defesa.
e) inadmissível.
QUEstão 124
É competente para decidir sobre a progressão de regime prisional o
a) Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
d) Conselho Penitenciário.
e) Conselho da Comunidade.
QUEstão 125
Para a aplicação de sanções disciplinares é imprescindível
a) procedimento administrativo com garantia de defesa ao condenado.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) Aquele que submeter pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal,
incorre em pena diversa àquela prevista para o crime de tortura
c) No crime de tortura, aumenta-se a pena de um sexto até um terço, se o crime é cometido por
agente público
b) Exportar bens com valores não correspondentes aos verdadeiros configura crime de lavagem
de bens.
e) Possuir arma de fogo com o registro vencido configura crime previsto no artigo 12 do
Estatuto do desarmamento.
QUEstão 03
No que toca aos efeitos da condenação, correto afirmar que
a) nos crimes de licitações, desde que consumados, os autores, quando servidores públicos,
além das sanções penais, estão sujeitos à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
CADERNO DE QUESTÕES
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c) não constitui infração penal, mas meramente administrativa, o exercício de função de que
privado o agente por decisão judicial.
e) para os crimes de tortura, além da perda do cargo, função ou emprego público, igualmente
prevista a interdição de seu exercício por prazo determinado em lei.
QUEstão 04
Considere a seguinte situação hipotética: João, agente público, foi processado e, ao final,
condenado à pena de reclusão, por dezenove anos, iniciada em regime fechado, pela prática do
crime de tortura, com resultado morte, contra Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7 de
abril de 1997, essa condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público
a) e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
b) e a interdição para seu exercício pelo triplo do prazo da pena aplicada.
c) e a interdição para seu exercício pelo tempo da pena aplicada.
d) desde que o juiz proceda à fundamentação específica.
e) como efeito necessário, mas não automático.
QUEstão 05
. Maximilianus constantemente agredia seu filho Ramsés, de quinze anos, causando-lhe intenso
sofrimento físico e mental com o objetivo de castigá-lo e de prevenir que ele praticasse ―novas
artes". Na última oportunidade em que Maximilianus aplicava tais castigos, vizinhos acionaram
a polícia ao ouvirem os gritos de Ramsés. Ao chegar ao local os policiais militares constataram
as agressões e conduziram ao Distrito Policial Maximilianus, Ramsés e Troia, mãe de Ramsés
que presenciava todas as agressões mas, apesar de não concordar, deixava que Maximilianus
―cuidasse" da educação do filho sem se ―intrometer".
b) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a seis anos, submeter pessoa presa
ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato
não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
c) Constitui crime de tortura, punível com reclusão de dois a oito anos, submeter alguém, sob
sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
QUEstão 07
Pode-se afirmar sobre o crime de tortura, regulado pela Lei no 9.455/97, que
a) será sempre de competência da Justiça Federal, independentemente do lugar do crime.
b) é crime equiparado ao hediondo, caso ocorra o resultado morte.
c) quando praticado pelo militar, ele será julgado pela Justiça Militar.
d) o condenado por crime de tortura poderá perder o cargo, função ou emprego público, desde
que este efeito seja expressamente declarado na sentença.
e) as lesões leves suportadas pela vítima serão absorvidas pelo crime de tortura.
QUEstão 08
O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um sexto até um terço se for
praticado
a) ininterruptamente, por período superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas
d) contra mulher
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 09
Sobre a Lei n o 9.455/97, que dispõe sobre a TORTURA, é correto afirmar que
a) os casos de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa e para provocar ação ou omissão de natu reza criminosa, o crime somente se
consuma quando o agente obtém o resultado almejado.
b) o crime de tortura é próprio, uma vez que só pode ser cometido por policiais civis ou
militares.
c) privar de alimentos pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade é uma das formas de tortura
previstas na lei, na modalidade ―tortura-castigo‖
d) se o agente tortura a vítima para com ele praticar um roubo, responderá por crime único, qual
seja, o crime de roubo, por este ter penas maiores.
e) quando o sujeito ativo do crime de tortura for agente público, as penas são aumentadas de um
sexto a um terço
QUEstão 10
Sobre a Lei nº 9.455/97 (Crimes de Tortura), é correto afirmar que
a) se a vítima da tortura for criança, a Lei nº 9.455/97 deve ser afastada para incidência do tipo
penal específico de tortura previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (art. 233 do ECA).
e) há vedação expressa, no corpo da lei, de aplicação do sursis para os condenados por tortura.
QUEstão 11
Com relação à tortura, cabe afirmar:
a) Genericamente trata-se de crime próprio.
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no estrangeiro.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 12
De acordo com a Lei Federal nº 9.455/1997, NÃO será considerada causa de aumento da pena
para o crime de tortura, se o delito for cometido:
a) Contra pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, impondo-lhe sofrimento físico ou
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
QUEstão 13
Mediante sequestro.
a) punível aquele que se omite em face da tortura, ainda que sem o dever legal de evitá-la ou
apurá-la.
d) sujeito à jurisdição penal brasileira o estrangeiro que venha a torturar brasileiro fora do
território nacional.
e) a condenação acarretará a interdição de cargo, função ou emprego público pelo triplo do prazo
da pena aplicada.
QUEstão 14
Indique a alternativa CORRETA, de acordo com a Lei Federal nº 9.455/1997, que define os
crimes de tortura:
a) A pena prevista para o crime de tortura é aumentada de um sexto até um terço se houver
resultado morte
b) Aplica-se a lei dos crimes de tortura mesmo que o delito tenha sido praticado fora do Brasil,
desde que a vítima seja brasileira.
c) Se da conduta resulta lesão de natureza grave, a pena será de reclusão, de dois a oito anos; se
resulta em lesão de natureza gravíssima, a pena será de reclusão de quatro a dez anos.
QUEstão 15
Marlene, na qualidade de cuidadora de dona Ana Rosa, uma senhora de 77 anos de idade e que
necessita de cuidados especiais, foi filmada, por câmeras colocadas no quarto da idosa,
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
causando-lhe sofrimento físico durante vários dias, consistindo em puxões de cabelo, beliscões,
arranhões, tapas e outras barbáries. Havendo condenação por crime de tortura, é correto afirmar
que Marlene
a) terá sua pena aumentada de um sexto até um terço.
c) durante a execução da pena poderá ser beneficiada, apenas, pelo instituto da anistia
QUEstão 16
Com relação às disposições da Lei n° 9.455/97 (Lei de Tortura), assinale a alternativa
CORRETA:
a) O crime de tortura é afiançável, porém, é insuscetível de graça e anistia.
c) A Lei de Tortura é aplicada, mesmo que o crime não tenha sido cometido no território
nacional, se a vítima for brasileira.
QUEstão 17
O condenado por crime de tortura, em regra, e salvo exceção legal,
a) cumprirá toda a pena em regime fechado.
b) iniciará o cumprimento da pena em regime semiaberto
c) iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
d) poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto, atendidos os requisitos legais.
e) cumprirá toda a pena em regime semiaberto.
QUEstão 18
Analise as assertivas a seguir:
II. expor a perigo a vida de pessoal sob sua autoridade, sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado;
III. constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
físico ou mental em razão de discriminação racial.
À luz da Lei n.º 9.455/97, constitui crime de tortura apenas o(s) fato(s) descrito(s) no(s) item(ns)
a) II
b) I e II
c) II e III.
d) III
e) I
QUEstão 19
Segundo o disposto na Lei n.º 9.455/97, se o crime de tortura for cometido contra criança,
gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos, pode-se afirmar
que a pena
a) aumenta de um sexto até um terço.
b) não é aumentada por ter sido o crime cometido contra aquelas pessoas.
c) aumenta de um sexto.
d) aumenta de um terço até dois terços.
e) aumenta de um sexto até dois terços.
QUEstão 20
Quanto ao crime de tortura previsto na Lei n.° 9.455/97, pode-se afirmar que:
a) incorre na pena prevista para o crime de tortura quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal.
b) o cumprimento da pena deve ocorrer integralmente em regime fechado.
c) admite fiança nas hipóteses legais.
d) não incorre na prática do crime de tortura aquele que se omite em face de sua prática, ainda
que tenha o dever de evitá-la.
e) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo prazo da pena aplicada.
QUEstão 21
I. constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a não fazer o que a lei permite, ou a
fazer o que ela não manda;
II. submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo;
CADERNO DE QUESTÕES
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III. constranger alguém com emprego de grave ameaça, causando-lhe sofrimento mental em
razão de discriminação religiosa.
a) I e III, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II e III.
e) II e III, apenas.
QUEstão 22
Nos termos da Lei n.° 9.455/97, a pena é aumentada se o crime de tortura for cometido
a) com abuso de autoridade.
b) por agente público.
c) com emprego de veneno.
d) contra agente público.
e) com violação de dever inerente a cargo.
QUEstão 23
Quanto ao crime de tortura, é correto afirmar que
a) a lei brasileira que comina pena para o crime de tortura não se aplica quando o crime foi
cometido fora do território nacional, mesmo sendo a vítima brasileira.
b) o condenado pelo crime de tortura cumprirá todo o tempo da pena em regime fechado.
d) na aplicação da pena pelo crime de tortura, não serão admitidas agravantes ou atenuantes.
e) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
QUEstão 24
Sobre o crime de tortura previsto na Lei n.º 9.455/97, é correto afirmar que
a) a conduta típica deverá ser perpetrada por um agente público no exercício da função.
b) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público.
c) a conduta típica deverá ser perpetrada por agente público, mesmo que fora do exercício da
função.
d) trata-se de crime inafiançável e suscetível de graça ou anistia.
e) a condenação acarretará a interdição para o exercício do cargo, função ou emprego público
pelo prazo da pena aplicada.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 25
NÃO constitui causa de aumento da pena prevista para o crime de tortura ser este cometido
a) contra portador de deficiência e adolescente.
b) contra criança, gestante e maior de sessenta anos.
c) mediante sequestro.
d) por agente público.
e) contra pessoa sob custódia do Estado.
QUEstão 26
Com relação ao crime de tortura, definido na Lei n.º 9.455/97, considere as seguintes
assertivas:
I. a pena é aumentada se o crime é cometido por agente público;
II. se a vítima for adolescente, não se verifica causa de aumento de pena;
III. se o crime é cometido mediante sequestro, a pena é aumentada de um sexto a um terço.
QUEstão 27
Em relação ao crime de tortura é possível afirmar:
a) Passou a ser previsto como crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição
Federal de 1988 que, no art. 5o , inciso III afirma que ninguém será submetido a tortura, nem a
tratamento desumano e degradante e que a prática de tortura será considerada crime inafiançável
e insuscetível de graça ou anistia.
b) É praticado por qualquer pessoa que causa constrangimento físico ou mental à pessoa presa
ou em medida de segurança, pelo uso de instrumentos cortantes, perfurantes, queimantes ou que
produzam stress, angústia, como prisão em cela escura, solitária, submissão a regime de fome
etc.
c) É cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter
informação ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência
resulte lesão corporal.
d) Os bens jurídicos protegidos pela 'tortura discriminatória' são a dignidade da pessoa humana,
a igualdade, a liberdade política e de crença.
e) É praticado por quem se omite diante do dever de evitar a ocorrência ou continuidade da ação
ou de apurar a responsabilidade do torturador pelas condutas de constrangimento ou submissão
levadas a efeito mediante violência ou grave ameaça.
QUEstão 28
a) O crime de tortura, que é imprescritível, segundo a legislação penal brasileira somente pode
ser praticado por funcionário público ou outra pessoa no exercício de função pública.
b) A Constituição Federal tem como cláusula pétrea a garantia de que ninguém será submetido
a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
d) Define-se como tortura qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou
mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa,
informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou
seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir essa pessoa ou outras pessoas; ou por
qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza
e) Aplica-se a lei brasileira ao crime de tortura praticado no exterior, sendo a vítima brasileira
ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
QUEstão 29
A Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, estabelece que pratica crime de tortura
a) qualquer pessoa que submete alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo.
b) o agente público que submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento
físico ou mental, ainda que por intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de
medida legal.
c) qualquer pessoa que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental, em razão de discriminação de qualquer natureza.
d) o agente público que constrange alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, com o
fim de provocar ação ou omissão de qualquer natureza.
QUEstão 30
O defensor público, ao tomar conhecimento de que o réu, preso pelo processo, sofreu tortura
nos termos da Lei nº 9.455/97, por agente público, deverá
a) representar ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo crime
contra a autoridade culpada.
QUEstão 31
A prática de tortura
a) é crime contra o Direito Internacional, tendo em vista a Convenção contra a Tortura e outros
tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, mas ainda não é crime no Direito
Brasileiro, sendo punida como constrangimento ilegal ou lesão corporal.
b) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que define
e pune o crime de tortura, por ele respondendo exclusivamente os mandantes.
c) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que define
e pune o crime de tortura, por ele respondendo exclusivamente os mandantes e os executores.
d) ainda não foi tipificada como crime no Direito Internacional e nem tampouco no Direito
Brasileiro, sendo apenas uma afronta aos princípios gerais do Direito.
e) é crime contra o Direito Internacional e interno, tendo em vista a Convenção contra a Tortura
e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Lei 9.455/97, que define
e pune crime de tortura, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-lo, se omitirem.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores - Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais;
QUEstão 01
No Estado de Minas Gerais, dentre as atividades que se inserem no rol das atribuições e
competências dos notários e oficiais registradores, ressalvadas as incompatibilidades
estabelecidas no art. 25 da Lei dos Cartórios (8.935, de 18/11/1994), assinale a alternativa
incorreta:
a) A celebração de convênios ou contratos com entidades da administração pública direta ou
indireta da União, dos Estados e dos Municípios, suas autarquias, empresas públicas ou
empresas por eles controladas, total ou parcialmente, visando à prestação de serviços públicos
ou de utilidade pública.
d) A prestação de serviços públicos ou privados de utilidade pública, desde que autorizada por
lei federal, estadual ou municipal ou por ato normativo próprio de quem detenha poder
regulamentar sobre atividade de serviços públicos ou de utilidade pública.
QUEstão 02
No tocante à responsabilidade dos servidores públicos, é correto afirmar, EXCETO:
a) Pode ser civil, penal e administrativa de forma independente uma da outra.
QUEstão 03
Analise as afirmativas a seguir relativas ao regime próprio dos servidores públicos do Estado de
Minas Gerais e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) O segurado ativo que, para atender a interesse próprio, deixar de perceber vencimento
temporariamente deverá se inscrever como segurado facultativo para manter seu vínculo com o
regime próprio de previdência social dos servidores públicos civis do Estado de Minas Gerais.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
( ) Assim como ocorre no regime geral da previdência social, o regime próprio de previdência
social dos servidores públicos civis do Estado de Minas Gerais, que é gerido pelo IPSEMG –
Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, assegura aos segurados e
aos seus dependentes a concessão de benefícios previdenciários e a assistência médica e social
com recursos provenientes do seu orçamento próprio.
( ) O regime próprio de previdência social dos servidores públicos civis do Estado de Minas
Gerais não contempla direito aos benefícios de aposentadoria por idade e especial. ( ) O
segurado do regime próprio de previdência social dos servidores civis do Estado de Minas
Gerais que se aposentaram com vencimentos proporcionais até o advento da Lei Complementar
Estadual n. 64, de 2002, poderão complementar o tempo de contribuição para fazer jus aos
proventos integrais.
( ) O regime próprio de previdência social dos servidores civis do Estado de Minas Gerais
contempla o vínculo de trabalho dos servidores efetivados e dos servidores não titulares de
cargo efetivo, assegurando-lhes direito à aposentadoria e aos demais benefícios previdenciários
de conformidade com as regras do regime geral da previdência social.
QUEstão 04
João Carlos, servidor público estadual, permitiu que Ana, que não é servidora pública,
desempenhasse encargos que competem ao servidor público. Nessa hipótese, o Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais:
QUEstão 06
Segundo dispõe o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, o
processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo:
a) De 10 (dez) dias, contados da data da designação dos membros da comissão, e concluído no
de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período, a contar da data de seu início.
QUEstão 07
O requerimento de revisão do processo administrativo, previsto na Lei Estadual nº 869/1952, é
dirigido:
a) À comissão revisora.
b) Ao Governador do Estado.
c) Ao Diretor de Departamento.
d) Ao Secretário Estadual que tiver proferido a decisão.
QUEstão 08
De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais, as atribuições
de cada carreira são definidas em:
a) Portaria.
b) Lei específica.
c) Regulamento.
d) Instrução normativa.
QUEstão 09
NÃO é forma de provimento de cargo, prevista na Lei Estadual nº 869/1952 (Estatuto dos
Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais):
a) Reintegração.
b) Promoção.
c) Acesso.
d) Nomeação.
QUEstão 10
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 12
A Lei Estadual nº 869 de 05 de julho de 1952 também é conhecida como Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais. Indique a alternativa que traz
dispositivo previsto expressamente nessa norma.
a) É permitido que o servidor público retire objetos da repartição, desde que relacionados
estritamente com sua atuação
b) Reversão é o ato pelo qual o servidor exonerado retorna ao serviço público em razão de
revisão no processo administrativo que determinou sua exoneração.
c) O servidor público pode administrar sociedade comercial ou exercer o comércio, desde que
tal atividade seja compatível com sua jornada de trabalho.
d) O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano, vinte e cinco dias úteis de férias, observada
a escala que for organizada de acordo com a conveniência do serviço, não sendo permitida a
acumulação de férias.
QUEstão 13
Considere as seguintes afirmativas.
I. Funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público, seja esse cargo efetivo
ou em comissão.
II. As atribuições inerentes a uma carreira, desde que respeitado o regulamento, podem ser
cometidas, indistintamente, aos funcionários de suas diferentes classes.
III. Os cargos públicos são de carreira ou isolados.
Segundo a disciplina do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais, assinale
a alternativa que apresenta as afirmativas CORRETAS.
a) I e II apenas.
b) II e III apenas.
c) I e III apenas.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
d) I, II e III.
QUEstão 14
Paulo tem 30 anos é casado e ocupa cargo de confiança do quadro de uma Secretaria de Estado
em Minas Gerais, não tendo outro vínculo com o poder público.
c) Paulo poderá ter como seus dependentes, junto ao Instituto, além da esposa e dos filhos
menores de 21 anos ou inválidos, sua mãe e seu pai.
d) mesmo após a separação ou divórcio de Paulo, sua ex-esposa poderá manter o direito às
prestações asseguradas pelo IPSEMG.
QUEstão 15
Horácio é superintendente no âmbito de uma Secretaria de Estado do Poder Executivo de Minas
Gerais e delega uma competência para Silvana, que lhe é subordinada e ocupa cargo de
Diretora.
QUEstão 17
Suponha o seguinte: Tício é funcionário integrante de uma das classes da Carreira do Grupo de
Atividade de Cultura do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais instituída. por lei.
QUEstão 18
Servidor público efetivo da Administração Direta do poder Executivo do Estado de Minas
Gerais, João integra, pela primeira vez, a Comissão de Ética do órgão a que se vincula.
I. Art. 44. O funcionário não poderá ser transferido de uma para outra carreira.
II. Art. 59. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior tempo
de disponibilidade e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço público.
III. Conforme Art. 158, o funcionário poderá ser licenciado quando convocado para serviço
militar.
IV. Conforme Art. 13, só poderá ser provido em cargo público quem satisfazer, dentre outros
requisitos, ter completado 16 anos de idade.
V. Art. 15. É vedado a nomeação de candidato habilitado em concurso após a expiração do
prazo de sua validade.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c)Parágrafo 2º - A Comissão de Ética será integrada por quatro servidores públicos, lotados no
órgão ou entidade, indicados pelo dirigente máximo, com mandato de três anos, facultada uma
recondução por igual período.
QUEstão 23
Conforme Lei nº 869, de 05/07/1952, no período de estágio probatório do servidor qual dos pré-
requisitos abaixo NÃO se enquadra para fins de apuração?
a) Assiduidade.
b) Ardilosidade.
c) Eficiência.
d) Disciplina.
QUEstão 24
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
De acordo com o Estatuto do Servidor Público do Estado de Minas Gerais, a opção que NÃO
corresponde a uma vantagem passível de ser aferida alémdo vencimento ou da remuneração do
cargo é:
a) diárias.
b) abono por inatividade.
c) honorários.
d) ajuda de custo.
QUEstão 25
Segundo o Disposto no Decreto nº 43.885, de 04/10/2004, são princípios orientadores da
conduta do servidor público do Estado de Minas Gerais:
a) boa-fé e pessoalidade.
b) eficiência e lealdade às convicções pessoais.
c) presteza e competitividade.
d) transparência e tempestividade.
QUEstão 26
Conforme a Lei nº 869, de 05/07/1952, conceitua-se carreira como:
a) agrupamento de cargos de uma mesma profissão.
b) conjunto de classes de uma mesma profissão.
c) conjunto de quadros de uma mesma repartição.
d) agrupamento de cargos isolados de uma profissão.
QUEstão 27
Com base no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais é CORRETO
afirmar:
a) O funcionário não poderá ser licenciado por motivo de doença em pessoa de sua família.
b) Classe é um conjunto de funções gratificadas.
c) Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
d) Quando licenciado para tratamento de saúde, o funcionário receberá parcialmente o
vencimento.
QUEstão 28
Theotônio Brancão, brasileiro, casado, funcionário concursado junto ao Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais, não comparece ao serviço, sem causa justificada, há 58 (cinquenta e
oito) dias consecutivos no ano em curso. Respeitado do devido processo legal, o servidor está
sujeito à pena de
a) advertência.
b) demissão.
c) destituição de função comissionada.
d) suspensão.
QUEstão 29
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
A Lei Estadual 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais)
prevê que o funcionário poderá ser licenciado, EXCETO
a) para tratamento de saúde.
b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional.
c) para tratar de interesses particulares seus, de seus descendentes, ascendentes, cônjuge ou
companheiro.
d) por motivo de doença em pessoa de sua família na pessoa do pai, da mãe, dos filhos ou do
cônjuge de que não esteja legalmente separado.
QUEstão 30
NÃO corresponde a conceito disciplinado pela Lei 869/1952 (Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado de Minas Gerais):
a) Classe é um agrupamento de carreiras da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.
b) Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
c) Cargo público é o criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago pelos
cofres do Estado.
d) Cargos de Carreira são os que se integram em classes e correspondem a uma profissão;
Cargos isolados são os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e
determinada função.
QUEstão 31
A Lei Estadual 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais)
prevê que o funcionário poderá ser licenciado, EXCETO
a) para tratamento de saúde.
b) quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional.
c) para tratar de interesses particulares seus, de seus descendentes, ascendentes, cônjuge ou
companheiro.
d) por motivo de doença em pessoa de sua família na pessoa do pai, da mãe, dos filhos ou do
cônjuge de que não esteja legalmente separado.
QUEstão 32
NÃO corresponde a conceito disciplinado pela Lei 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado de Minas Gerais):
a) Classe é um agrupamento de carreiras da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.
b) Carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de
vencimentos.
c) Cargo público é o criado por lei em número certo, com a denominação própria e pago pelos cofres
do Estado.
d) Cargos de Carreira são os que se integram em classes e correspondem a uma profissão; Cargos
isolados são os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e determinada função.
QUEstão 33
A Lei Estadual 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais)
prevê que o funcionário poderá ser licenciado, EXCETO
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 34
Pela análise do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, é
CORRETO afirmar que a licença para tratar de interesse particular para os funcionários
interinos e aos comissionados
Com base no Estatuto do Funcionário Público Civil de Minas Gerais, é CORRETO afirmar que
o funcionário acidentado no exercício de suas atribuições terá assistência hospitalar, médica e
farmacêutica fornecida e garantida às custas do
b) o servidor licenciado para tratamento de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade
remunerada.
d) a funcionária casada com funcionário estadual, federal ou militar, terá direito a licença, sem
vencimento ou remuneração, quando o marido for mandado servir, independentemente de
solicitação, em outro ponto do Estado ou do território nacional ou no estrangeiro.
QUEstão 38
De acordo com a disciplina do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais,
analise estas afirmativas:
II. As atribuições inerentes a uma carreira funcional podem ser indistintamente cometidas aos
funcionários de suas diferentes classes.
QUEstão 39
De acordo com a disciplina do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Minas Gerais,
analise estas afirmativas:
Compete ao IGAM:
a) Promover o debate das questões relacionadas com recursos hídricos e articular a atuação de
órgãos e entidades intervenientes.
b) Aprovar planos de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos, inclusive financiamentos de investimentos a fundo perdido.
d) Gerir o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos e manter atualizados, com
a cooperação das unidades executivas descentralizadas da gestão de recursos hídricos, os bancos
de dados do sistema.
QUEstão 02
Segundo a Lei Estadual nº 11.404/1994, que contém normas de execução penal, a colaboração
do sentenciado no processo de sua observação psicossocial e de seu tratamento é:
a) Obrigatória.
b) Essencial.
c) Imprescindível.
d) Voluntária.
QUEstão 03
De acordo com a Lei Estadual nº 11.404/1994, que contém normas de execução penal, o
sentenciado analfabeto:
a) Não terá direito a receber correspondência.
b) Somente terá direito a receber ou escrever correspondência, desde que exista profssional
habilitado no estabelecimento para auxiliá-lo.
c) Deverá ter suas correspondências arquivadas, até que tenha concluído o ensino fundamental
obrigatório.
d) Poderá solicitar que sua correspondência seja lida ou escrita por funcionário ou visitador
indicado.
QUEstão 04
Conforme dispõe a Lei nº 11.404/1994, o Patronato é instituído em cada comarca, através de:
a) Lei específca.
b) Decreto do Governador do Estado.
c) Portaria do Secretário de Defesa Social.
d) Portaria do Juiz da Execução Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
DIREITO PENAL
Crimes Contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário
público contra administração em geral;
QUEstão 01
O estabelecimento de crimes de responsabilidade fiscal tem como um de seus objetivos
evitar o cometimento de atos atentatórios ao coerente exercício da Administração Pública.
Sobre os tipos existentes no ordenamento jurídico, assinale a alternativa incorreta.
a) Constitui crime contra as finanças públicas autorizar a inscrição de despesa que exceda limite
estabelecido em lei
b) É tido como crime o ato de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito
em valor superior ao permitido em lei
c) Vedado ao agente, sob pena de punição em esfera penal, ordenar despesa não autorizada por
lei
d) Será punido criminalmente o agente que promover a oferta pública de títulos da dívida
pública sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia
e) É crime ordenar o aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores
ao final do mandato ou da legislatura
QUEstão 02
Não constitui crime contra a administração pública:
a) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa da lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal
c) Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
saída ou pelo consumo de mercadorias
QUEstão 03
Considerando os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art. 334-A, § 1° , III,
quem reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação incorre na
mesma pena do crime de
a) sonegação fiscal.
b) descaminho.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) fraude de concorrência.
d) contrabando.
e) corrupção ativa em transação comercial internacional.
QUEstão 04
Funcionário público municipal, imprudentemente, deixa a porta da repartição aberta ao final do
expediente. Assim agindo, mesmo sem intenção, concorre para que outro funcionário público,
que trabalha no mesmo local, subtraia os computadores que guarneciam o órgão público. O
Município sofre considerável prejuízo. A conduta do funcionário que deixou a porta aberta
traduz-se em
a) peculato culposo.
b) fato atípico.
c) prevaricação.
d) peculato-subtração.
e) mero ilícito funcional, sem repercussão na esfera penal.
QUEstão 05
A conduta de ―dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração
de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente‖ configura
a) denunciação caluniosa.
b) condescendência criminosa.
c) falso testemunho.
d) comunicação falsa de crime.
e) fraude processual.
QUEstão 06
Certos crimes têm suas penas estabelecidas em patamares superiores quando presentes
circunstâncias que aumentam o desvalor da conduta. São os denominados ―tipos qualificados‖.
Assinale a alternativa que indica o crime que tem como qualificadoras ―resultar prejuízo
público‖ e ―ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira‖.
a) Corrupção passiva.
b) Exercício arbitrário das próprias razões.
c) Abuso de poder.
d) Violência arbitrária.
e) Abandono de função.
QUEstão 07
Imagine que um perito nomeado pelo juiz, em processo judicial, mediante suborno, produza um
laudo falso para favorecer uma determinada parte, praticando a conduta que configura crime do
art. 342 do CP (falsa perícia). Ocorre que, arrependido e antes de proferida a sentença no
mesmo processo, o perito retrata-se, corrigindo a falsidade. De acordo com o texto literal do art.
342, § 2° do CP, como consequência jurídica da retratação,
a) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que
cometeu.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em dobro.
c) o fato deixa de ser punível.
d) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços).
e) o perito fica impedido, por 5 (cinco) anos, de prestar tal serviço.
QUEstão 08
De acordo com o Código Penal Brasileiro, é correto afirmar, sobre os crimes praticados por
particulares contra a Administração Pública, que
a) o crime de usurpação de função pública somente se caracteriza se o agente usurpador obtém
vantagem enquanto na função.
b) o crime de resistência caracteriza-se pela oposição à execução de ato, ainda que ilegal,
mediante violência ou grave ameaça, a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio.
A respeito dos crimes contra as finanças públicas, previstos no Código Penal Brasileiro, assinale
a alternativa correta.
a) São crimes próprios, pois só podem ser praticados por agentes públicos responsáveis pelas
finanças públicas dos entes e órgãos públicos respectivos, não se admitindo coautoria ou
participação.
QUEstão 10
aplicáveis ao Direito Penal e ao Direito Processual Penal para assinalar a alternativa
correta sobre a pena cabível contra quem fizer afirmação falsa, ou negar ou calar a
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial,
ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, salvo
se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
c) o dia do começo deve ser excluído no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.
d) o funcionário público que se apropria, por negligência, de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou o desvia, em
proveito próprio, comete o crime de peculato-culposo.
e) exigir, para outrem, indiretamente, fora da função mas em razão dela, vantagem indevida
caracteriza o crime de concussão.
QUEstão 12
A conduta de patrocinar indiretamente interesse privado perante a Administração Pública, valendo-
se da sua qualidade de funcionário
a) configura patrocínio infiel.
b) configura tráfico de influência.
c) configura favorecimento pessoal.
d) configura advocacia administrativa.
e) é atípica.
QUEstão 13
Constitui crime contra as finanças públicas:
a) propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na forma da
lei.
b) ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização
legislativa.
QUEstão 14
Constitui crime próprio, contra a administração pública, no qual se exige do sujeito ativo
a qualidade jurídica especial de funcionário público:
a) Tráfico de Influência.
b) Usurpação de função pública.
c) Corrupção ativa.
d) Facilitação de contrabando ou descaminho.
QUEstão 15
Funcionários públicos estão executando um ato legal. Mediante violência, um indivíduo opõe-se
à execução do ato, e acaba causando lesão corporal leve em um particular que prestava auxílio
aos funcionários públicos. Em que pese a oposição o ato se executa. O indivíduo
a) comete crime de resistência e também responderá pela violência (lesão corporal).
b) comete crime de desobediência, o qual terá sua pena aumentada por conta da violência (lesão
corporal).
c) apenas responderá pela violência (lesão corporal), não havendo porque se cogitar de outro
crime, pois o ato foi executado.
d) apenas comete crime de resistência, não havendo porque se cogitar de outro crime, uma vez
que a vítima de violência (lesão corporal) não se trata de funcionário público.
QUEstão 16
A conduta de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria constitui
a) crime de contrabando.
b) crime de descaminho.
b) importar mercadoria, sem o pagamento do imposto devido pela entrada, caracteriza o crime
de contrabando, de competência da Justiça Federal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
c) o tipo penal de abandono da função pública (artigo 323 do Código Penal) é norma penal em
branco e prescinde de resultado.
e) a subtração de valor, bem ou dinheiro, por funcioná- rio público, valendo-se da facilidade que
a qualidade de funcionário lhe proporciona, caracteriza o crime de furto qualificado.
QUEstão 18
A respeito do crime previsto no artigo 359-C (assunção de obrigação no último ano do mandato
ou legislatura), é correto afirmar que
a) a condenação definitiva leva à perda do cargo, função pública ou mandato, tratando-se de
efeito imediato da condenação.
e) tem por bem jurídico assegurar a veracidade nos pleitos dos poderes executivo, legislativo e
judiciário.
QUEstão 19
Sobre o crime de inserção de dados falsos em sistema de informações, tipificado no artigo 313-
A do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) É crime funcional próprio e admite modalidade culposa.
b) É crime material, não sendo suficiente apenas que se dê a inserção ou modificação dos dados
para que seja consumado.
e) Requer um fim especial de agir consistente na obtenção de vantagem indevida para si ou para
outrem ou para causar dano.
QUEstão 20
Assinale a alternativa correta sobre o crime de sonegação de contribuição previdenciária,
tipificado no artigo 337-A do Código Penal.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
b) A ação penal para se apurar este crime é pública incondicionada, sendo de competência da
Justiça Estadual.
QUEstão 21
No que concerne aos crimes de ―peculato culposo", ―peculato mediante erro de outrem" e
―concussão", a reparação do dano que precede a sentença irrecorrível traz que consequência?
a) Extingue a punibilidade para o primeiro, mas não beneficia da mesma forma o autor dos
demais.
b) Extingue a punibilidade para os dois primeiros e reduz de metade a pena imposta ao autor do
último.
c) Nenhuma.
d) Extingue a punibilidade para o primeiro, reduz de metade a pena imposta para o autor do
segundo, mas não beneficia o autor do último.
e) Extingue a punibilidade para os dois primeiros, mas não beneficia da mesma forma o autor
do último.
QUEstão 22
―Usar de , com o fim de favorecer interesse , contra autoridade,
parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
."
Assinale a alternativa que, correta e respectivamente, completa o tipo penal do crime de ―coação
no curso do processo".
a) violência física, psicológica ou moral … próprio ou alheio … policial ou administrativo, ou
em juízo arbitral
b) violência ou grave ameaça … próprio ou alheio … policial ou administrativo
c) violência ou grave ameaça … próprio ou alheio … policial ou administrativo, ou em juízo
arbitral
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 24
Assinale a alternativa correta sobre o crime de peculato, tipificado no artigo 312 e parágrafos do
Código Penal.
a) É crime próprio e não admite o concurso de pessoas.
QUEstão 26
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal
a) configura crime de prevaricação.
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
QUEstão 27
Jeremias foi aprovado no concurso para Delegado de Polícia Estadual. Um mês antes de tomar
posse do cargo, exigiu quantia em dinheiro de alguns traficantes da região, com o pretexto de
fazer ―vista grossa" quanto a eventuais inquéritos policiais por tráfico de drogas. Pode- -se
afirmar que Jeremias praticou o crime de
a) prevaricação.
b) corrupção ativa.
c) corrupção passiva.
d) concussão.
e) condescendência criminosa.
QUEstão 28
A conduta de ―opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio" caracteriza o crime de
a) desacato.
b) usurpação.
c) resistência.
d) descaminho.
e) desobediência.
QUEstão 29
dentista, por meio de um site de compras na Internet adquire, do exterior, um instrumento
odontológico cuja utilização é proibida no Brasil. A encomenda não é barrada pelos controles
aduaneiros e o dentista começa a utilizar o instrumento. É correto afirmar que
a) tipificou-se crime de descaminho.
Profissional nomeado pela assistência judiciária para atuar como defensor dativo ingressa com
ação contra o INSS, em favor da parte para a qual foi constituído, e posteriormente faz o
levantamento do valor devido. Contudo, não repassou o dinheiro à parte, cometendo o delito de
a) peculato, tendo em vista apropriar-se de dinheiro ou valor de que tem a posse em razão do
cargo.
QUEstão 32
b) O estrangeiro que tenha sido expulso do território nacional e nele reingresse pratica crime
contra a administração da Justiça.
d) Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, apenas quem exerce cargo, emprego
ou função pública de forma efetiva e mediante remuneração.
e) O funcionário público que exige para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida pratica o crime de
corrupção ativa.
QUEstão 33
Nos crimes contra a Administração Pública,
a) o crime de peculato doloso (artigo 312, CP) divide-se em peculato-apropriação, peculato-
desvio e peculato-furto.
b) o funcionário público que exige tributo ou contribuição social, que sabe ou deveria saber
indevido, comete crime de concussão (art. 316, CP).
e) o crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) se configura quando, na modalidade
―violência‖, resultar lesão corporal no coacto.
QUEstão 34
Assinale a alternativa correta sobre os crimes praticados pelo particular contra a Administração
em geral.
a) O crime de resistência previsto no artigo 329 do CP tem sua pena aplicada sem prejuízo da
pena correspondente à violência grave.
b) O delito de desobediência, previsto no artigo 330, CP, é crime comum, tendo como sujeito
ativo qualquer pessoa, com exceção do funcionário público, que mesmo quando não está no
exercício da função, não perde essa condição para efeitos penais.
c) O crime de falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, CP) admite retratação do agente que
poderá ser manifestada em qualquer instância e grau de jurisdição, ocasionando a extinção da
punibilidade.
d) O delito de desacato (art. 331, CP), dado o objeto material (o funcionário público e sua
honra), tem como sujeito passivo apenas o funcionário público humilhado.
e) O crime de coação no curso do processo (art. 344, CP) não admite violência, mas apenas
ameaça por parte do agente, que busca favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade,
parte ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial, administrativo ou em juízo arbitral.
QUEstão 35
O peculato culposo
a) é fato atípico, pois não está expressamente pre visto no CP.
c) fato atípico, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
QUEstão 37
Com intuito de proteger seu filho, João comparece perante a autoridade policial e, falsamente,
diz ter praticado o crime que em verdade fora praticado por seu filho. João
a) comete falsa comunicação de crime
b) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal.
d) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP.
QUEstão 38
Marcos, advogado, solicita certa quantia em dinheiro a Pedro, seu cliente, pois esclarece que
mediante o pagamento dessa quantia em dinheiro pode ―acelerar" o andamento de um processo.
Informa que seria amigo do escrevente do cartório judicial – o qual também seria remunerado
pela celeridade, segundo Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção de aceitar a oferta, mas
verifica que Marcos mentiu, pois não é amigo do funcionário público. Pedro nega-se a entregar
a Marcos qualquer quantia e não aceita a oferta.
QUEstão 39
por Policiais Militares na via pública e, quando informado que seria conduzido para a Delegacia
de Polícia, pois era ―procurado‖ pela Justiça, passou a desferir socos e pontapés contra um dos
policiais. Sobre a conduta de Antônio, pode-se afirmar que
a) praticou o crime de desacato, previsto no artigo 331 do Código Penal.
d) não praticou nenhum crime, pois todo cidadão tem direito à sua autodefesa.
e) praticou o crime de corrupção ativa, previsto no artigo 333 do Código Penal, pois pretendeu,
com sua reação, corromper o funcionário público a não cumprir ato de ofício.
QUEstão 40
QUEstão 41
José solicita e recebe dinheiro de um empresário que participará de uma licitação pública a
pretexto de ajudá-lo a vencer o certame, sob o argumento de que tem muitos amigos no
comando da Administração Pública. Sobre a conduta de José, está correto afirmar que
a) praticou o crime de usurpação da função pública (art. 328, Código Penal).
e) não praticou nenhum crime (fato atípico), pois quem decide o resultado de licitação é o
agente público e não o particular.
QUEstão 42
Marcelo é aprovado em concurso público para o cargo de Delegado de Polícia. Sabe que seu
vizinho tem expedido em seu desfavor mandado de prisão. Mesmo antes de assumir o cargo,
Marcelo procura seu vizinho, que é proprietário de automóvel de luxo, e solicita-lhe comprar o
veículo por 1/3 do preço de mercado, insinuando de modo implícito que caso a proposta não
seja aceita efetuará sua prisão tão logo assuma o cargo público. O vizinho não cede e Marcelo,
mesmo após assumir o cargo, não toma qualquer atitude em desfavor de seu vizinho. Marcelo
praticou
a) corrupção passiva.
e) concussão.
QUEstão 43
O crime de usurpação de função pública é qualificado se
a) do fato resulta prejuízo patrimonial para a Administração.
d) Pratica concussão o funcionário público que exigir, para si ou para outrem, vantagem
devida, ainda que fora da função ou antes de assumi-la.
e) Configura-se excesso de exação a exigência de verbas pelo funcionário público que sabe ou
deveria saber indevidas.
QUEstão 45
Assinale a alternativa que contém apenas crimes contra a administração da justiça.
a) Falsificação de papéis públicos, falsificação de selo e falsificação de sinal público.
QUEstão 50
b) Não pratica Peculato, mas sim Furto, o funcionário público que, embora não tendo a posse do
bem o subtrai, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário.
c) O crime de Peculato pode ser praticado por particulares, ainda que sem o concurso de
qualquer funcionário público.
QUEstão 51
―Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida‖. O texto ora transcrito refere-se ao crime
previsto no Código Penal denominado
a) Condescendência Criminosa.
b) Concussão.
c) Corrupção Ativa.
d) Corrupção Passiva.
e) Prevaricação.
QUEstão 52
É considerado funcionário público, para os efeitos penais, dentre outras qualidades,
a) apenas aquele que exerce cargo, emprego ou função pública remunerada.
CADERNO DE QUESTÕES
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b) apenas aquele que exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, de natureza
pública ou privada.
c) aquele que, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.
d) quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada, para a execução
de qualquer atividade na Administração Pública.
e) apenas aquele que exerce cargo, emprego ou função pública de caráter definitivo, ainda que
sem remuneração.
QUEstão 53
A conduta de ―iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela
entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria‖ configura crime de
a) descaminho
b) contrabando.
c) falsidade ideológica
d) sonegação de contribuição.
e) falsificação de selo ou sinal público.
QUEstão 54
No que concerne aos delitos contra as Finanças Públicas, o crime de
a) ―prestação de garantia graciosa‖ só se configura se não tiver sido constituída contragarantia
em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei.
b) ―contratação de operação de crédito‖ só se configura se a operação é referente a crédito
interno, não sendo típica a conduta quando se trata de crédito externo.
QUEstão 55
―Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem‖. O tipo legal ora transcrito refere-se à descrição do delito de
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
a) Corrupção Ativa.
b) Concussão.
c) Corrupção Passiva.
d) Peculato.
e) Prevaricação.
QUEstão 56
Sobre o crime de Falso Testemunho, é correto afirmar que
a) o fato deixará de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
agente retrata-se ou declara a verdade.
c) o fato deixará de ser punível se, depois de transitada em julgado a sentença do processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
d) o fato será punível mesmo se, antes de recebida a denúncia pelo juiz, o agente retrata-se ou
declara a verdade.
QUEstão 57
―Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-
se da qualidade de funcionário‖. A conduta ora descrita, expressamente prevista no Código
Penal, é denominada
a) Favorecimento Pessoal.
b) Advocacia Administrativa.
c) Tergiversação.
d) Patrocínio Infiel.
e) Patrocínio Simultâneo
QUEstão 58
Concussão: , para si ou para outrem, , ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
QUEstão 59
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
Funcionário que deixa seus afazeres na repartição acumularem, pois se dedica a questões
pessoais não urgentes durante o expediente de trabalho, sem autorização de seu superior, comete
o crime de
a) enriquecimento ilícito.
b) peculato apropriação.
c) peculato culposo.
d) prevaricação.
e) peculato.
QUEstão 60
O crime de excesso de exação é cometido por
a) funcionário público contra as rendas públicas.
b) funcionário público contra a Administração em geral.
c) particular contra a Administração da Justiça.
d) particular contra a Administração em geral.
e) particular contra as finanças públicas.
Gabarito
Português
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99: 100:
Variação linguística
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CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
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33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
Sintaxe de concordância e de regência.
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22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
Uso dos tempos e modos verbais
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22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34:
Estrutura do período e da oração
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Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
Adequação conceitual
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09:
10: 11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: c
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
RACIOCÍNIO LÓGICO
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11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40: 41: 42: 43:
44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51: 52: 53: 54:
55: 56: 57: 58: 59: 60: 61: 62: 63: 64: 65:
66: 67: 68: 69: 70: 71: 72: 73: 74: 75: 76:
77: 78: 79: 80: 81: 82: 83: 84: 85: 86: 87:
88: 89: 90: 91: 92: 93: 94: 95: 96: 97:
DIREITO CONSTITUCIONAL
Remédios Constitucionais
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19:
Organização Político-Administrativa
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
21: 22: 23: 24: 25: 26:
Ordem Social
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18:
Administração Pública
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
CADERNO DE QUESTÕES
AGEPEN MG
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34:
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
LEGISLAÇÃO FEDERAL
Lei Federal n.º 7.210, de 11 de Julho de 1984 (Institui a Lei de Execução Penal) e
alterações posteriores;
01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11:
12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40:
41: 42: 43: 44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51:
52: 53: 54: 55: 56: 57: 58: 59: 60: 61: 62:
63: 64: 65: 66: 67: 68: 69: 70: 71: 72: 73:
74: 75: 76: 77: 78: 79: 80: 81: 82: 83: 84:
85: 86: 87: 88: 89: 90: 91: 92: 93: 94: 95:
96: 97: 98: 99: 100: 101: 102: 103: 104: 105:
106: 107: 108: 109: 110: 111: 112: 113: 114: 115:
116: 117: 118: 119: 120: 121: 122: 123: 124:
125:
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
Lei Estadual nº 869, de 05 de julho de 1.952 e suas alterações posteriores -
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais;
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20: 21:
22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32:
33: 34: 35: 36: 37: 38: 39:
Lei Estadual n.º 11.404, de 25 de Janeiro de 1994 (Contém Normas de
Execução Penal);
DIREITO PENAL
Crimes Contra a Administração Pública: Dos crimes praticados por funcionário
público contra administração em geral;
Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10:
11: 12: 13: 14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31:
32: 33: 34: 35: 36: 37: 38: 39: 40: 41: 42:
43: 44: 45: 46: 47: 48: 49: 50: 51: 52: 53:
54: 55: 56: 57: 58: 59: 60: