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IMPERIALISMO

vantajosas para a sobrevivência em meio ao ambiente, e são


O significado do termo imperialismo está ligado à ideia de
passadas geneticamente para as futuras gerações, criando a
império, ou seja, é relacionado com a ação de expansão de um
chamada seleção natural. Essa teoria passou a ser interpretada
país sobre outros. Pode se referir à dominação de territórios e
de maneira distorcida por outros cientistas, políticos e pensadores
regiões por meio da força militar e da guerra, mas não somente.
europeus, usando-a para classificar etnias em superiores e outras
Esse conceito também passou a ser utilizado para indicar ações e
em inferiores. No caso, a etnia considerada superior era aquela
interferências de um país sobre outro, realizadas de forma
compartilhada entre os estudiosos— o povo branco europeu.
indireta, sem que aconteça o dominio explícito das estruturas
administrativas e políticas. O imperialismo indica, portanto,
diferentes formas de controle estrangeiro. O neocolonialismo,
então, é complemento das ideias imperialistas, indicando
especificamente a dominação política e econômica dos
territórios asiáticos e africanos por parte das potências
ocidentais.

INDUSTRIALIZAÇÃO
No contexto do século XIX, as nações com maior destaque
econômico eram as mais industrializadas,e diferentemente de
hoje, a maioria das civilizações não eram industrializadas. Além
disso, os países industrializados viviam uma nova fase produtiva,
pautada nos avanços que caracterizaram a Segunda Revolução
Industrial — Inserção de novos materiais nas produções Ou seja, as justificativas para a chamada missão civilizadora se
(substituição do ferro pelo aço, diminuição de custos), novos baseavam na superioridade da raça branca, da fé religiosa cristã,
meios de comunicação, novos meios de energia… E isso causou na industrialização do ocidente e a necessidade de novos
um grande crescimento populacional. mercados consumidores.
Avanço das indústrias: Proporcional aos avanços na fabricação,
as indústrias se tornaram organizações poderosas influentes. As REPARTIÇÃO DA ÁFRICA
que se desenvolveram melhor que outras passaram a comprar as Foi feita durante a Conferência de Berlim, com o objetivo de
indústrias menores, gerando conglomerados industriais- Várias evitar que ocorressem guerras pelas disputas de territórios no
fábricas nas mãos de uma só pessoa ou de um pequeno grupo. continente africano, uma vez que vários estados mostraram
Eles se tornaram capazes de interferir na economia e no governo interesse na dominação dessas terras. As nações da Europa
nacional, incentivando a criação de leis que beneficiavam seus Central (principalmente França e Inglaterra) prevaleceram no
negócios ou que aumentavam seus lucros. Os monopólios processo de escolha, devido ao grande poder econômico e
industriais eram representados pelos: Cartéis: Grupo de grandes científico que possuíam no cenário mundial. Assim, pode se
empresas que estabelecem um acordo que visa controlar os preços perceber que as fronteiras atuais da África não apresentam linhas
ou mercado de um determinado setor. Holdings: Empresa que orgânicas, mas sim retas e artificiais. Contudo, essa partilha não
detém o controle acionário de outras empresas (possui a maioria considerou os povos locais, posicionando povos comuns e rivais
de suas ações), embora elas ainda mantém independência e dentro do mesmo território— acarretou em uma série de rebeliões
denominação própria. Truste: Fusão de diversas empresas que anticolonialistas organizadas por locais, sufocadas pelos
trabalham no mesmo ramo. colonizadores com violência. Devido ao grande avanço
armamentista, os africanos tiveram dificuldade em resistir às
Houve um aumento extraordinário da produção, e para ser invasões. Administração dos territórios era feita ou de maneira
consumida precisava do aumento proporcional dos mercados direta, quando os principais cargos governamentais eram
consumidores. Se fosse mantida o ritmo veloz de produção das assumidos por alguém da metrópole e indireta, quando a
fábricas na época, seria difícil arrecadar lucros para as grandes metrópole fazia alianças com elites locais que governavam
empresas pela falta de consumidores —(as sociedades vizinhas por ela.
também passavam pelo processo de industrialização), além de
que a matéria-prima se esgotaria.
A decisão tomada para solucionar o problema foi conquistar
novos mercados para exportar a produção industrial e
investir os capitais acumulados- adotar medidas imperialistas.
Resultado: Estimulou corrida armamentista (arsenais e munições
cada vez mais desenvolvidas) contribuiu para elevar tensões
mundiais e criar rivalidade entre potências.
Diante do cenário econômico e militar em expansão, diversas
nações industrializadas dirigiram sua atenção para a África e a
Ásia, por serem ricas em minerais e matéria-prima. Nesse
contexto o imperialismo e neocolonialismo se iniciou.

TEORIAS RACIAIS - A MISSÃO CIVILIZADORA


Durante esse período de dominação, pesquisadores europeus
criaram várias justificativas teóricas para a exploração de outros
povos, como o darwinismo. Essas pesquisas analisavam
características biológicas como estrutura óssea, peso, variação de
pelos corporais etc. Para Charles Darwin todos os seres
começavam de uma mesma origem e a partir disso, a evolução
aos poucos os diferenciava— algumas características eram mais
A UNIFICAÇÃO ITALIANA Também foi criada a Jovem Itália (1830) sob a liderança de
Giuseppe Mazzini. Se tratava de uma organização secreta que se
A atual Itália era dividida em diferentes reinos. Eles tinham reunia nas cabanas dos carvoeiros para discutir assuntos
formas de organização, costumes locais, moedas e idiomas políticos. Eles apoiavam a unificação e independência da Itália
diferentes. E são essas divergências entre eles (a identidade sob um regime republicano. O movimento também não seguiu
cultural) que dificultavam a união daquele território, em frente por causa dos mesmos motivos pelos quais os
denominado Península Itálica. Carbonários não deram certo: faltava uma identidade nacional e
um acordo de projetos entre as entidades. Também promoveram
levantes contra a dominação austríaca em diversas partes do
território italiano durante a Primavera dois Povos.

Só com o interesse da burguesia industrial do norte, no reino de


Piemonte-Sardenha liderados pelo Conde Cavour, foi quando
criaram o Projeto de Unificação. Eles tinham a intenção de
modernizar a economia e o exército de Piemonte. Conseguiram
apoio da França e derrotaram da Áustria, estabelecendo uma
monarquia constitucional—França tinha interesses próprios na
região e viu oportunidade de desafiar a soberania austríaca.
Tanto que, depois da vitória italiana, foi cedido parte do
O reino mais economicamente desenvolvido da Península Itálica
território para a França.— A Áustria foi obrigada a entregar
era Piemonte-Sardenha -norte- que era bem industrializado e
Lombardia, os ducados de Parma, Moderna e Toscana.
assim, possuía uma burguesia influente. Era o único reino que
tinha soberania de italianos, sem precedência de outros países.
Garibaldi abre mão da república que tanto defendia em prol da
Seu regime era uma monarquia constitucional, e seu primeiro
unificação, e após um discurso, conquista um exército de 1000
ministro era o Conde Cavour. Deste reino, partiu a liderança
voluntários, chamados de Camisas Vermelhas. Com isso, a
política que faria a unificação dos demais reinos da Península
campanha de Garibaldi conquista o sul da Itália: o Reino das
Itálica, lideraria a expulsão dos austríaco e, posteriormente,
duas Sicílias.
combateria os franceses.
Por meio de um plebiscito, os italianos decidiram ser governados
A configuração político-territorial da Itália no início do século
por Victor Emanuel II, declarado rei da Itália em 1861 sob um
XIX sofreu grande intervenção pelas determinações do
regime de monarquia constitucional. Mesmo com a unificação
Congresso de Viena, que cedeu grande parte da Península Itálica
quase completamente formada, ainda faltava conquistar os
para a Áustria (outros eram governados pela igreja -centro-, ou
estados papais e a principal cidade da região: Roma.
pela frança -sul-.) Nesse momento de redirecionamento da
soberania monárquica, a conclusão gerou insatisfação em muitos
Questão Romana: Havia um desentendimento entre o governo
italianos que esperavam vivenciar uma Itália unificada e
italiano e a Igreja Católica pela disputa de território durante a
independente, pois manteve a fragmentação do território.
unificação. A Igreja não aceitava estar sob domínio italiano e
rompeu relações com ele, se declarando prisioneiro do mesmo.
Isso impulsionou mais ainda o movimento nacionalista/
Até então a conquista não era possível pois as tropas francesas
liberalista e o desejo de unificação da Itália na década de 1800.
cercaram e protegeram os estado, procurando manter boas
Assim, surgiram vários líderes, movimentos e ideais italianas
relações com a Igreja Católica e ter influência na região. Com o
desempenhando papéis fundamentais no processo de união.
início da Guerra Franco-Prussiana, Napoleão III foi obrigado a
São eles: (1)Princípio das Nacionalidades: Dizia que todo retirar suas tropas e permitir que conquistem os estados papais.
povo tinha o direito de conquistar sua própria independência e Aquele estado foi anexado, e também foi tentada a negociação
autonomia política (sendo reconhecidos pela mesma) e poder se de condições que garantiriam a soberania da Igreja, mas o papa
organizar em Estados nacionais, com territórios determinados . negou. Essa péssima relação foi estendida por mais de 60 anos.
(2)Autodeterminação dos Povos: Dizia que os cidadãos
devem poder escolher governar seu país com base nos Quando Benito Mussolini já era o primeiro-ministro da Itália,
interesses coletivos, sem influências externas.- Com isso, os entendia a importância de reatar as relações com a Igreja
cidadãos se sentiam mais pertencentes àquele país, com os Católica. Além disso, um acordo com a Igreja traria mais
próprios laços culturais, étnicos, históricos e linguísticos. prestígio para seu governo. Assim foi criado o Tratado de Latrão
(1929), que consistia em criar o estado do Vaticano, impedindo
Logo, foi criada um ideal chamado de Risorgimento que o estado interfira nas decisões internas que forem feitas pela
(1815-1870), que era baseada contra a restauração Igreja.
conservadora (determinações do Congresso de Viena). E por
serem liderados pela burguesia -liberal-, defendiam a unificação, As consequências da Unificação Italiana foram: a entrada da
que ajudaria a Itália se desenvolver economicamente —assim Itália na 1ª Guerra Mundial, pelos pequenos territórios ainda no
poderia se tornar forte e competir com outras potências—além domínio austríaco; afastou o povo da política pelas mudanças
de quererem uma monarquia constitucional. estruturais nessa área e na economia; migração italiana para
lugares nas Américas, inclusive o Brasil.
Os carbonários, um dos movimentos da época, defendiam e
lutaram pela libertação das regiões dominadas pela Áustria A UNIFICAÇÃO ALEMÃ
durante a Primavera dos Povos (1848), e também queriam a
unificação de todos os territórios. Mas não foi bem sucedido pois
Assim como na Unificação Italiana, a atual Alemanha era
era liderado apenas pela burguesia e não conseguiu apoio
dividida em vários fragmentos de terra correspondentes a
popular, se dividia em duas vertentes muito diferentes entre si:
cidades livres, reinos, principados e ducados. Após o Congresso
os republicanos, que eram liderados por Garibaldi, e os
de Viena, formou-se a Confederação Germânica, que abrigava os
monarquistas constitucionais liderados pelo Conde Cavour. Eles
39 Estados independentes da região. Entre eles, destacavam-se o
atuaram tanto na Europa quanto nas Américas.
domínio do Reino da Prússia e o Império Austríaco, os quais
Após a guerra Franco-Prussiana, quando os prussianos prenderam
disputavam a liderança política daqueles territórios. Enquanto
Napoleão III e invadiram Paris, os franceses perderam e foram
o Reino da Prússia era industrializado e a favor da unificação,
obrigados a pagar uma indenização de 5 bilhões de francos para a
o Império Austríaco era majoritariamente agrário e contra a
Alemanha, além de ceder a cobiçada região Alsácia-Lorena, rica
unificação. O Reino da Prússia tinha esse posicionamento
em ferro e carvão, minérios fundamentais para o
porque queria fortalecer seu poder e influência na região, e
desenvolvimento industrial do país que se formava. em 1871,
sendo liderada por Otto von Bismarck, a Prússia acreditava
coroaram Guilherme I imperador do II Reich (império) alemão.
que a Alemanha unificada sob sua liderança lhe permitiria
Em duas décadas, a Alemanha se tornou a maior potência
expandir seu território e consolidar o poder econômico e
industrial da Europa e, em 1900, superou a Inglaterra na
militar. A unificação também traria benefícios econômicos,
produção de aço colocando em risco a hegemonia britânica
facilitando o comércio entre os atuais Estados e a
mundial. Resultou também no revanchismo francês que se
padronização das leis e regulamentos— Principalmente para a
estendeu até a Primeira Guerra Mundial, abalando politicamente
Prússia que buscava conquista de novos mercados
o equilíbrio da Europa.
consumidores.

Em 1834, a Prússia liderou a fundação de uma união SEGUNDO REINADO


aduaneira, denominada Zollverein , com objetivo de eliminar Economia: O café era o grande percursor da economia.
as barreiras alfandegárias que dificultavam o comércio entre Portanto, no Vale do Paraíba (entre SP e RJ), sua produção era
os Estados da Confederação, e deu um enorme impulso na dependente da mão de obra escrava e nessas produções os
indústria e no transporte ferroviário. Essa união aduaneira não cafeicultores eram em sua maioria associados ao partido
contava com a participação austríaca, e consequentemente a conservador. Existia um problema: o esgotamento do solo, que
Áustria enfraqueceu. E a Prússia, que já tinha grandes reservas não permitia reaproveitamento pela falta de nutrientes, e para
de carvão e ferro e uma burguesia próspera, se tornou em plantar era necessário trocar de terras de tempos em tempos.
pouco tempo o Estado mais industrializado da Confederação. Em contraponto, no oeste paulista a mão de obra era livre e
assalariada, além de que seu perfil de trabalhadores era
Em 1862, Guilherme I (o rei da Prússia) nomeou Otto von majoritariamente liberal.
Bismarck (um dos principais líderes da Restauração
Conservadora na região germânica) como primeiro-ministro e A migração foi muito incentivada pelo estado, com sistemas de
logo assumiu o controle do processo de unificação. Bismarck parceria e financiamento estatal na tentativa de branquear a
incentivou positivamente a indústria, o exército, mas usou a população brasileira. Tinham uma política com ideais darwinista
guerra e meios violentos para conquistar seus objetivos, que —hierarquia das raças, que determinava que o povo europeu era
era espalhar as ideias nacionalistas entre a população alemã. superior. Com essas crenças equivocadas, tinham em mente que a
população brasileira estava fadada ao atraso. Um atrativo para os
A partir daí, Bismarck iniciou uma campanha de expansão imigrantes era não apenas o salário, mas sim um pagamento com
territorial, que junto com o Império Austríaco, travou guerras mudas de café, como forma de garantir os lucros da plantação
contra a Dinamarca, em 1864 — agiram juntas pelos para si. Mesmo assim, a viagem trazia muitos gastos e despesas, e
territórios Schleswig-Holstein, que eram disputados entre as antes do primeiro pagamento os imigrantes já estavam com
potências alemãs e a Dinamarca, mesmo assim, a Prússia era dívidas.
mais interessada em Schleswig e o Império Austríaco em
Holstein. Dois anos depois, quando foi feita uma aliança com a Tarifa Alves Branco: Criou tarifas sob produtos importados. O
Itália e alguns Estados germânicos do norte, a Prússia declarou objetivo era aumentar a arrecadação, desenvolvendo o mercado
guerra ao Império Austríaco, avançando contra seu território— interno. (Produtos ingleses 15%, portugueses 16% e outros
Guerra das sete semanas. Com a vitória no confronto, a Prússia 24%).
incorporou áreas que estavam sob domínio austríaco e formou Escravidão: A escravidão contrastava com a modernidade
a Confederação Germânica do Norte. Como resultado da capitalista. Com o sistema capitalista, era necessário que os
Guerra das Sete Semanas, a Prússia emergiu como principal trabalhadores ganhassem salários para consumir os produtos
potência na região. produzidos. A Inglaterra, também entendia o problema da
escravidão diante da expansão do mercado consumidor. “Lei de 7
de Novembro, Lei Feijó”—“Lei para inglês ver”, não foi efetiva,
pois não causava nenhum tipo de punição para quem
descumprisse a lei, e apenas foi feita na intenção de agradar os
ingleses.
O Brasil por influência inglesa, em seguida aprovou a Lei Eusébio
de Queiroz, que proibiu o tráfico negreiro de forma efetiva (se
tratava do tráfico internacional/externo)- isso aumentou o preço
dos escravos e dificultou o trabalho. Mesmo assim, isso incentivou
o tráfico interno, entre as províncias.
Lei de Terras: Introduziu o princípio da compra como aquisição
de terras no Brasil. Assim, não era mais permitido a conquista
gratuita de territórios, afirmando que as terras sem donos eram
propriedade do Estado. Assim, com as terras sendo muito
valorizadas e se tornando um grande negócio, os indivíduos sem
poder aquisitivo não tinham acesso à elas — ou seja, os futuros
ex-escravos e imigrantes europeus.

Política externa: A Guerra do Paraguai (1864-1870). As


origens do conflito surgem com as fronteiras não certamente
definidas, houve disputas de terras e pela livre navegação da
Bacia do Prata.

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