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DIEGO DE SOUZA

QUALIDADE DE VIDA E OS FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA

SEGURANÇA TRABALHO

Trabalho apresentado ao Curso de Pós-


Graduação em Engenharia de Segurança
do Trabalho da Universidade Estácio de
Sá como requisito parcial à aprovação na
Disciplina de Psicologia na Segurança.

Jaraguá do Sul - SC
2019
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1) INTRODUÇÃO

Os fatores psicológicos sem dúvida são grandes influenciadores na


capacidade das pessoas em executarem as suas atividades normais de seu
dia-a-dia e também, no ambiente de trabalho. Quando nos referimos então a
atividades quais os trabalhadores são expostos a altos graus de risco de
segurança, esses fatores podem contribuir e muito para a causa de acidentes
de trabalho.

A promoção da qualidade de vida do trabalhado é fundamental neste


cenário, de acordo com a pesquisa da Isma-BR, citada por Sendim (2018),
nove em cada dez brasileiros no mercado de trabalho apresentam sintomas
de ansiedade, do grau mais leve ao incapacitante. Metade (47%) sofre de
algum nível de depressão, recorrente em 14% dos casos. Na mesma
pesquisa, é evidenciado que para mais da metade desses trabalhadores
(60%), o trabalho é a causa de se sentirem nervosos, irritados, cansados,
tristes ou sem energia.

Considerando que são dados muito recentes, faz-se necessário uma


nova abordagem à questão da qualidade de vida no trabalho, principalmente
nas empresas Brasileiras, afim de não só reverter esses quadros
impressionantes, mas também promover a qualidade de vida como um fator
fundamental na segurança do trabalho como um todo.

2) GESTÃO E QUALIDADE DE VIDA

Segundo Fernandes (2008) A qualidade de vida no trabalho afeta


atitudes pessoais e comportamentos importantes para a produtividade
individual, tais como motivação para o trabalho, a adaptabilidade de mudança
no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar e de aceitar
mudanças.
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Essas atitudes pessoais e comportamentos fazem não só com que o


colaborador desempenhe melhor as suas funções, mas também reflitam
diretamente no absenteísmo. Segundo Sendim (2018), os transtornos mentais
e emocionais são a segunda causa de afastamento do serviço, sendo que os
últimos dez anos, a concessão de auxílio-doença acidentário devido a tais
males aumentou em quase em 20 vezes.
Não somente o absenteísmo em si é um fator preocupante, em
atividades que envolvem alto risco, como trabalho em altura, trabalhos com
alta tensão e espaços confinado, onde faz-se necessário um compromisso do
colaborador para com uma série de procedimentos de segurança que são
fundamentais não só para exercer a atividade em si, mas também garantir
sua segurança e a segurança de seus pares.
Um exemplo prático no Brasil é o setor aéreo, onde os dados são
alarmantes:
Aspectos psicológicos dos pilotos como estado
emocional, nível de atenção e indícios de estresse, e
erros na aplicação de comandos obrigatórios de voo
figuram entre as principais causas de desastres aéreos.
No total, 58,43% dos acidentes são por erros humanos.
Onofre (2014).

Considerando que é um ramo do trabalho onde procedimentos de


segurança são altamente seguidos e cobrados diariamente, como não
garantir que nos demais ramos de trabalho, onde treinamentos e
procedimentos não fazem parte da rotina, ocorram os mesmos senão índices
muito maiores de acidentes relacionados a fatores psicológicos? Como são
esses índices em outros setores como na Indústria Metalúrgica, Energia, ou
até mesmo na Construção Civil?
Por mais que não há uma distinção clara de serem psicológicos ou
não, o Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social mostra que a
falha humana é a principal causa de acidentes de trabalho no Brasil. Segundo
Ceratto (2017) a principal causa de acidente de trabalho e está relacionada à
falha humana consciente ou não.
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3) CONCLUSÕES

Assim como no setor aéreo, onde os incansáveis treinamentos,


exigências de formação e procedimentos não tem como cobrir o fator
psicológico (o profissional por mais que esteja preparado poderá falhar),
devemos como gestores dar atenção não só a garantir que todos os
procedimentos e treinamentos estejam sendo seguidos, mas também
promover ações que garantam a Qualidade de Vida no trabalho, como um
fator fundamental na eliminação deste último risco, ou seja, promover QVT,
não somente com vistas ao absenteísmo, mas também visando preservar a
vida do trabalhador na sua atividade fim.

11) REFERÊNCIAS

SENDIM, Tatiana. Precisamos falar sobre estresse. VocêRH. Disponível em:


https://exame.abril.com.br/negocios/precisamos-falar-sobre-estresse/ Acesso: 15
de fevereiro de 2019.

FERNANDES, Camila Araújo. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:


fator decisivo no desempenho organizacional. UFPB. 2008. Disponível em:
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/qualidade-de-
vida-no-trabalho-fator-decisivo-no-desempenho-organizacional/26723/ Acesso
em 15 de fevereiro de 2019.

ONOFRE, Renato. Falha humana é o fator que mais contribui para acidentes
aéreos no Brasil. O Globo. 2014. São Paulo. Disponível em:
https://oglobo.globo.com/brasil/falha-humana-o-fator-que-mais-contribui-para-
acidentes-aereos-no-brasil-13683583 Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

CERATTO, Renato. Principais causas de acidente de trabalho. On Safety.


2017. Disponível em: https://onsafety.com.br/principais-causas-de-acidentes-de-
trabalho/ Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

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