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GERENCIMENTO DO
COMPORTAMENTO HUMANO: UM
ESTUDO DE CASO DOS RESULTADOS
DO SISTEMA EMOCIOGRAMA
VALVIMAR MENDES DA SILVA BASTOS (UNIPAC )
valvimarbastos@yahoo.com.br
LUCIANO JOSE VIEIRA FRANCO (UNIPAC )
lucianov_franco@hotmail.com
Eliete Dias dos Santos Barbosa (UNIPAC )
eliete03@hotmail.com
1. Introdução
Falar de comportamento humano é algo muito amplo. Por meio dele é possível analisar por
diferentes óticas para os mais variados assuntos e temas específicos. Para tanto, é preciso ter
um conhecimento aprofundado do que se quer avaliar, acompanhar, monitorar e concluir.
Nas empresas, o comportamento humano deve ser gerenciado, pois ele é um fator que
interfere diretamente na saúde e segurança, quanto também na produtividade. Assim, as
organizações buscam ferramentas que auxiliem na gestão do comportamento dos seus
empregados.
De acordo com Itani e Vilela Jr. (2007), nas últimas três décadas, ocorreram diversas outras
formas de organização e processo produtivo. Logo, foram inseridos novos conceitos e
metodologias de trabalho gerencial, com a premissa de bem-estar, análise de processos de
maneira mais adequada e outros programas prevencionistas com foco para os riscos laborais.
Uma das ferramentas utilizadas nas empresas para auxiliar na gestão do comportamento
humano é o emociograma, que traz diversas interfaces atrativas e eficientes para o
gerenciamento de pessoas. Trata-se de um sistema em que cada empregado é convidado a
expor seu humor no dia de trabalho.
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Assim, o espaço gerencial se consolidou, segundo Quinn (2004) citado por Durante (2011),
dentro do contexto das organizações, como um aspecto importante da organização do trabalho
e da sociedade nos últimos 100 anos. Por isso, acredita-se que seja fundamental para o gestor
o gerenciamento das próprias emoções bem como as emoções de suas equipes de trabalho.
Ainda pela filosofia de Quinn (2004) citado por Durante (2011), entende-se que, o líder é o
principal motivador para que todas as ferramentas de gerenciamento do comportamento
humano funcionem e tenham seus objetivos alcançados e transformados em resultado
concreto de tudo que se pode medir e acompanhar com esta inovação.
3. Ocorrência de acidentes
Os fatores normalmente incluídos em estudos de incidentes são: a tarefa, as máquinas e as
ferramentas. Também o trabalhador, sua personalidade, sonolência, a estrutura
organizacional, a motivação do empregado, a cultura prevencionista e o ambiente físico.
(IDA, 2002 CITADO POR PINHEIRO, 2011).
Segundo Iida (2002) apud Pinheiro (2011), entende-se que, dentre os fatores mais difíceis de
identificar nas análises e investigação dos incidentes são os fatores comportamentais que
desencadearam a exposição em condições perigosa e consequentemente resultou em um
incidente. Portanto, é tão importante a utilização dos sistemas de gerenciamento do
comportamento humano na rotina de trabalho, com isso é possível identificar e tratar tais
comportamentos e evitar que incidentes aconteçam.
Votorantim Metais (2005) citado por Pinheiro (2011) considera que, além de analisar as
possíveis causas do acidente, devem ser consideradas as atitudes do responsável pela
execução da tarefa antes e depois da tomada de decisão de fazer o trabalho. Será que ele foi
negligente ao executá-la? Por que ele tomou tal atitude? Ele estava bem para trabalhar? Seu
gestor estava ciente sobre seu comportamento naquele dia de trabalho? Muitas vezes, o
colaborador dispunha de todos os recursos necessários para realizar a atividade, mas por uma
atitude incorreta, consciente ou inconsciente, acabou sofrendo um incidente.
4. Comportamento seguro
Bley, Turbay e Cunha (2005) ressaltam que falar sobre percepção de risco não é tão simples
como parece. Afinal existem várias variáveis importantes que devem ser levadas em conta em
uma análise, por exemplo: nível de saúde, estado emocional, conhecimento técnico e
operacional de ambos, capacidade de reconhecer os riscos existentes, bem como a própria
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Conforme Bley (2006), o adjetivo “seguro” é utilizado para se referir àquilo que o trabalhador
faz e que contribui para não ocorrência de incidentes.
5. Metodologia da pesquisa
A pesquisa realizada neste trabalho é de natureza exploratória e descritiva caracterizada como
estudo de caso, na qual o problema estudado tende a se tornar mais claro. O estudo foi
realizado em uma das unidades operacionais de uma empresa de mineração de minério de
ferro, localizada na região do Médio Piracicaba, no estado de Minas Gerais, no período de
junho de 2015 a outubro de 2015.
O levantamento das informações foi realizado por meio do histórico de registros do sistema
de gerenciamento do comportamento humano, sistema eletrônico Emociograma, do período
de dezembro 2014 a maio 2015. O número de registros totalizou 263.387 marcações.
Importante ressaltar que as marcações nas cores VERDES, foram excluídas neste estudo, uma
vez que, essas marcações não representam os fatores de risco nas quais este trabalho se
objetiva analisar. Assim foram analisadas 202 marcações na cor AMARELO, empregados que
assinalaram que não estavam muito bem; e 12 marcações na cor VERMELHO, funcionários
que apontaram que estavam mal. O que caracteriza uma amostra censitária, pois todos os
registros de empregados que não estavam bem para o trabalho foram analisados.
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escolha dos funcionários da área de operação, quanto da área operacional ocorreu por meio de
uma técnica não probabilística, sendo a seleção de elementos definidos pela facilidade de
acesso. Os questionários foram aplicados no período de setembro de 2015.
Os dados possuem natureza qualitativa e quantitativa e foi utilizada a análise de conteúdo para
tratamento dos dados qualitativos e para os dados quantitativos, eles foram apresentados por
meio de percentuais para melhor entendimento. Desta forma, esta pesquisa é caracterizada
como qualiquanti.
6. Funcionamento do emociograma
As facilidades na utilização do Sistema são de acordo com o acesso dos empregados as redes
internas da empresa, portanto para os empregados administrativos que tem acesso a rede de
computadores com login e senha de rede, existe a facilidade de funcionalidade do Sistema
Emociograma Eletrônico pelo computador, por meio do link de acesso ao portal TOP (Portal
Operacional).
A Figura 1 apresenta a tela de visualização dos empregados administrativos que fazem uso do
emociograma eletrônico. O acesso é nominal e individual, vinculado a login e senha de acesso
específica, individual e intransferível. Na tela, é possível visualizar as cores das marcações do
humor, bem como a feição de cada cor, uma “carinha” que representa cada humor.
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Caso o empregado marque a cor verde, o sistema não emite nenhum comunicado para o
gestor, uma vez que é entendido que o empregado está bem disposto para o trabalho. E caso
algum empregado marque a cor amarelo ou vermelho, o sistema enviará um SMS para o
Gestor imediato do empregado citando sobre a marcação do empregado.
De posse desta informação, o gestor entra em contato com o empregado para conversar e
entender o que o motivo do seu estado e assim direcioná-lo a tratamento da causa. O
empregado pode ser orientado a deixar suas atividades operacionais e ser realocado em
atividades administrativas, onde o risco de acidentes é menor. Além disso, pode também ser
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Por meio do número dos registros, foi identificado que no período de 06 meses foram
registrados 263.387 marcações. Dessas, aproximadamente 99,919% (263.173) foram
marcados com VERDE, ou seja, os empregados ESTÃO BEM, não apresentaram nenhum
fator comprometedor para realizarem suas atividades dentro da empresa; na cor AMARELA,
foram identificado cerca de 0,077% do número de registros foram na cor AMARELA, isto é,
os empregados NÃO ESTAVAM MUITO BEM PARA O TRABALHO, apresentavam algum
desconforto naquele dia de trabalho, seja por motivos pessoais, de saúde, ou motivos
familiares; e cerca de 0,004% dos registros foram na cor VERMELHA, os empregados
ESTAVAM MAL, ou seja, não estavam nada bem para realização de suas atividades, e que
estes precisavam de uma intervenção urgente do seu gestor imediato.
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A pergunta dois buscou identificar se o funcionário acredita que o uso do emociograma pode
auxiliar no tratamento dos comportamentos de risco presentes na área de trabalho. Segundo
informações dos funcionários, a pesquisa identificou que 90% dos empregados entrevistados
consideram como importante o emociograma como forma de gerenciamento dos
comportamentos de riscos no ambiente de trabalho.
Este tipo de resposta monstra uma evolução no nível de maturidade dos empregados, uma vez
que, quando os mesmos identificam que por meio de uma ferramenta é possível gerenciar os
comportamentos humano, é considerado um avanço na questão de comprometimento com a
empresa.
Por outro lado, foi identificado que 6% dos empregados mostram estar na dúvida se o
emociograma pode auxiliar ou não no gerenciamento humano. Contudo, nota-se que este tipo
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Por meio da pergunta número quatro, a pesquisa buscou verificar se o gestor entra em contato
com os mesmos para tratamento os motivos quando é realizado a marcação na cor
AMARELA.
O que é mais importante em todo o processo é o sentimento de confiança que deve existir
entre as partes envolvidas, gestores e empregados. Uma vez criada relação profissional de
cumplicidade é muito mais fácil para o empregado/gestor se abrir para que se haja
transparência e verdade no ambiente de trabalho. Tudo isso se resume em um ambiente de
trabalho seguro,
Como o mesmo objetivo da pergunta quatro, a pergunta tem como foco a identificação do
tratamento das marcações realizadas de VERMELHO no emociograma. Após apuração dos
dados, foi identificado que os gestores estão comprometidos a tratar todas as condições
identificadas como potencialmente perigosas para o trabalho.
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Nenhum Gestor que tenha consciência dos riscos do ambiente de trabalho, deixaria um
empregado marcar VERMELHO no humor e não tratar diretamente com ele. Uma vez que,
acima de qualquer relacionamento de confiança, e de profissionalismo, tem-se a questão de
omissão/negligência, caracterizado quando o empregado sinaliza algo que o incomoda e o
gestor não toma partido e resolve o problema. Este fato pode ser passível de responsabilidade
civil / criminal caso ocorra alguma ocorrência de incidente na área de trabalho.
Na pergunta sete, foi possível analisar o quanto o empregado se sente seguro em utilizar o
emociograma e marcar a real condição para o trabalho. Nesse sentido, a pesquisa identificou
que 86% sentem-se seguros e confortáveis para marcar o emociograma com a real situação
que se encontram no dia de trabalho. Portanto, é notório que existe um elevado grau de
maturidade, bem como uma consciência de que o sistema / ferramenta serve para realmente
tratar todos os comportamentos de risco na área de trabalho e trazer um ambiente mais
saudável.
A pergunta oito buscou entender se os empregados acreditam, que diante do cenário, no qual a
empresa busca agilidade, produtividade e segurança, o emociograma é uma forma de
aproximar dos gestores que encontram-se cada vez mais sobrecarregados de atividades e
ainda tem a função de controlar toda suas equipes.
Após apuração dos dados da questão, foi identificado que 80% dos empregados percebem e
concordam que o emociograma é uma ponte que os ligam aos seus gestores. Vale ressaltar,
que devido a rotina agitada e complexa de todos empregados e gestores, tem que haver uma
forma para relatar seus sentimentos e suas condições para execução dos trabalhos, e isso é
possível por meio do emociograma.
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Sabe-se que todos os incidentes dentro das organizações/empresas possuem como fatores
contribuintes o comportamento humano. É através deste comportamento que todos os
empregados tomam decisões de agir, seja voluntaria ou involuntariamente a executar
atividades sem a preocupação com a segurança e saúde.
A partir deste ponto, são analisadas as respostas do questionário aplicado aos gestores.
Importante mencionar que esse é um fato positivo, ao levar em consideração que os gestores
estão tendo cada vez mais liderados. Desta forma, pode-se afirmar que a tecnologia
proporciona o monitoramento do comportamento humano.
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eletrônico. Vale acrescentar que, eles comentaram que reforçam que as marcações devem ser
sinceras e verdadeiras.
Percebeu-se que existem mais elementos valiosos dentro das empresas / organizações do que
seus processos, produtos e/ou serviços. O ser humano é a parte mais frágil das empresas e a
mais importante, pois é dotado de sentimentos, culturas, posturas, e demais condutas que
máquinas e equipamentos não possuem, apenas pessoas.
Por fim, a utilização do emociogram pelo gestor foi pesquisado na questão número 8. Foi
apurado que 80% dos gestores utilizam o emociograma diariamente.
8. Conclusão
Esta pesquisa mostrou de forma clara que é possível ter um método eficaz de gerenciamento
do comportamento humano dentro das empresas por meio de tecnologia. Além disso, foi
possível monitorar a influência do sistema emociograma no gerenciamento do comportamento
humano na percepção dos funcionários e gestores.
Entre os fatores positivos do sistema, foi possível concluir que os empregados realmente
entenderam que o emociograma é uma importante ferramenta para os aproximarem dos
gestores, e mais, é uma poderosa ferramenta para melhorar os índices e segurança no trabalho,
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pois o empregado não se sentindo confortável para executar qualquer atividade que seja, por
motivo pessoal, familiar, profissional, dentre outros, o mesmo pode sinalizar o humor do dia e
está variação de comportamento será tratada. Por outro lado, notou-se que a empresa e seus
Gestores também entendem que foi muito positivo a utilização do emociograma, tendo em
vista a facilidade de gerenciamento do comportamento humano, onde quer que esteja.
Durante todo o processo de análise dos dados dos questionários, percebeu-se que o clima
organizacional melhorou, em virtude da clareza nas abordagens dos gestores aos seus
empregados para utilizarem o emociograma e se sentirem a vontade em sinalizar que não
estão bem para o trabalho.
Foi possível perceber que a ferramenta Emociograma Eletrônico é aceita pela Empresa e
possui grande intensificação do uso da mesma, pelo fato dos produtos e benefícios gerados
para a empresa, gestores e empregados.
REFERÊNCIAS
BLEY, Juliana Zilli; TURBAY, Julio Cezar Ferri; CUNHA, Odilon. Comportamento Seguro – Ciência e
Senso Comum na Gestão dos Aspectos Humanos em Saúde e Segurança do Trabalho. 2005. Disponível em:
<www.comportamento.com.br/site2015_pt/artigo-5/>. Acesso em: 08/08/2015
BLEY, Juliana Zilli. Comportamento Seguro: A Psicologia da Segurança do Trabalho e a Educação para a
prevenção de doenças e acidentes. 1ª Edição. Curitiba. Editora Sol. 2006.
DURANTE, Daniela Giareta; Liderança: Um desafio constante aos Gestores, 2011. Disponível em:
<www.upf.br/seer/index.php/ser/article/download/1734/114>. Acesso em: 08/09/2015.
ITANI, A.; VILELA JUNIOR, A. Meio ambiente & saúde: desafios para a gestão. Revista de Saúde, Meio
Ambiente e Sustentabilidade – Interfacehs. v.1, n.3, abr/2007.
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