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A REGRA COMPLETA DOS NOVE

PONTOS

Designada no Convento Geral da Ordem no ano de 5782


por Jean-Baptiste Willermoz
Traduzida do texto original em francês por Eques a Parausion
O texto sofreu leves atualizações.

Copyright por Ordre Reaux Croix -2010.

***aguardando numerais de referência da tradução****


A.’. L.’. G.’. D.’. G.’. A.’. D.’. L.’. U.’.1

1
Á Glória do Grande Arquiteto do Universo [Nota: Intencionalmente possuindo nove letras – P]

2
PRÓLOGO:

Ó tu, que foste agora iniciado no seio da Sabedoria!


Filho da Virtude e da Paz!
Dê um ouvido receptivo às nossas palavras, e que tua alma se abra às lições da Verdade!
Nós te ensinaremos o caminho para uma vida feliz; nós te ensinaremos o êxtase da tua
Fonte!
Nós te ensinaremos a cultivar, com vitalidade e sucesso, as capacidades todas que a
proviência confiou a ti, a fim de fazer-te um auxílio para a Humanidade e um partícipe
dos mistérios e bênçãos do Divino.

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ARTIGO I
DEVERES PARA COM DEUS E A RELIGIÃO:

1.

Tua primeira homenagem pertence ao Divino.


Adore o Ser majestoso que criou o universo por um ato de sua vontade, e que trabalha
incessantemente dentro de Tudo: Aquele que preenche teu coração, mas que tua mente
limitada não pode conceber ou definir.
Lamente a miserável ilusão daquele que fecha seus olhos para a Luz e caminha no vale
das sombras, e deixes teu coração se abrir para o Eterno. Rejeites com desprezo aquele
vão sofismo que degrada o Espírito humano, quando este afasta-se da Fonte.
Sempre eleves tua alma sobre as coisas materiais à tua volta, dirigindo o teu desejo para
as moradas celestes, porque elas são a tua herança, a tua verdadeira pátria.
Dedique a Deus tua Vontade e teu Desejo: sejas então merecedor de seus poderes
revigorantes, a fim de cumprir as leis que, ele desejou, fossem cumpridas pela tua
profissão enquanto Homem na Terra.
Teu êxtase está em Deus, no rompimento que é reunir-se a Ele eternamente.
Este é o pico de todas tuas ambições; a bússola de tuas ações.

2.

Mas como manter-te de pé aos olhos do Eterno, tu, de tão frágil constituição?
Como, inquiro, se a cada momento podes afaster-te do caminho da Eternidade,
conspurcando tua própria santidade, mesmo tendo o Infinito entregue a ti em todos os
momentos?
Rendido às vaidades limitadas facultativamente na razão, podes ver a consolação no
futuro?
Comparado à imagem do Eterno, o que contas?
Seja grato, e nunca esqueças as possibilidades infinitas do Renascimento e da
Regeneração.
Humilhe-se no Logos vivo, a Palavra extendida, e abençõe a Providência por teres
nascido em uma época e local onde o caminho da iluminação pode abrir-se perante ti.
Professe em todos os locais a Religião Divina: a Religião da Verdade.
E não dobres as pernas ou os joelhos por vergonha de pertencer a suas Hordas Eternas.
O Evangelho de tuas obrigações é a Verdade, e se não fores da Verdade, deixas
imediatamente de ser um Iniciado.
Anuncie através de todas as tuas ações uma devoção iluminada e vigorosa.
Anuncie sem hipocrisia, sem fanatismo, que a Via não meramente especula verdades:
porque é o próprio Exercício da Verdade o que te define, e a todos os teus deveres
morais.
Assim a Verdade te ensinará e guiará, assim como a teus irmãos Humanos, garantindo o
regozijo e a felicidade.
Assim nunca tremerás - nem sob os olhos dos homens, nem sob o trono de Deus.

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3.

A Verdade é o fundamento de tudo, e os Cavaleiros da Verdade só lutam pelo Amor e


pela Caridade.
Somente o ódio pode conspurcar a santidade desta religião.
Portanto, não perseguimos; simplesmente damos as costas a tudo: Tudo irá submeter-se
à medida e o julgamento do Eterno; nós temos somente a satisfação da tolerância.
Místicos! Filhos do Deus único, unam-se sob o credo total da Verdade única.
O Cordão que nos une não é outro se não o do Amor, esta íntima corrente de Todos,
unindo-nos ao abandonar todo ódio e qualquer desprezo contra o Humano.

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ARTIGO II
IMORTALIDADE DO ESPÍRITO:

1.

Homem!
Rei do mundo!
Obra-prima da criação, aquele que o Eterno animou com Seu sopro.
Medita na tua sublime escolha.
Tudo à tua volta: tudo o que vive, a dimensão animal e a vegetal, minguam com o
tempo e estão sujeitos ao teu domínio: o teu Espírito imortal.
Teu Centro oculto é Uno, é Todo, e emana do seio da Divindade, e sobreviverá a todas
as coisas materiais, não morrendo jamais.
Esta é a verdadeira marca da tua nobreza, o selo vivo da tua alegria.
Isto é o que esqueceste.
E através do orgulho da tua mente, atiraste a ti mesmo no abismo do esquecimento.
Por tua própria Vontade, degradaste a ti.
Apesar de tua grandeza, primordial e presente, o que és agora, comparado ao Eterno?
Adore o Infinito, apesar do pântano do mundo finito.
Separe cuidadosamente o teu indestrutível princípio celeste das substâncias estrangeiras
que agora te compõem.
Cultives teu Espírito imortal e aperfeiçoes a tua Alma, para que esta unção sagrada seja
um templo de Pura Luz, quando de teu ser tiveres separado os vapores da matéria
grossa.
Assim liberto serás das correntes da escravidão, tendo atingido a felicidade a partir deste
seio da desgraça, imperturbável na tempestade da vida; podendo morrer sem nenhum
medo.

2.

Iniciado!
Se algum dia duvidares da natureza imortal de teu Espírito e da Nobreza de tua herança,
a Iniciação nenhum fruto terá para ti.
Cessarias de ser o filho adotivo da Sabedoria e estarias perdido na multidão de seres
materiais e profanos, tateando pela Luz no abismo obscuro.

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ARTIGO III
DEVERES PARA COM O SOBERANO E A PÁTRIA:

1.

O Eterno legou ao Homem a Soberania sobre a terra, e o homem então escolheu


Soberanos para cada papel, para que construam um Estado à habitação do homem.
Quando o Estado do Homem é assim erigido ao nome da Verdade, deves prezar sua
autoridade legítima no ponto da terra em que habitares.
Tua honra deve então ser primeiro medida pela tua reflexão ao Divino, e
secundariamente aos olhos dos outros homens.

O homem, errando pela floresta, sem a cultura e sem seus semelhantes, não tem a
possibilidade de partilhar na comunidade do Divino, ou participar no bem-estar e na
alegria que estão guardados a ele.

Seu Ser cresce em seus semelhantes, sua Mente é fortalecida pelo conflito de opiniões;
mas uma vez membro da sociedade, ele é inclinado a um esforço constante, gerado no
ensimesmamento e nas paixões desordenadas, e sua inocência logo sucumbe, seja à
força ou à decepção.
E portanto ele viu a necessidade de criar leis do mundo que o guiem, e líderes para
mantê-lo.

2.

Homem de senso!

Honre teus pais; honre àqueles que governam o estado, e peças por sua conservação:
porque eles serão representantes do Divino na terra.

Se errarem, serão enquadrados na Imagem do Juíz dos Reis.

Assim deverá também o teu Coração ser teu Rei, e as leis dele a tua Lei.
Então tome cuidado: pois no final, podes apenas trair a ti mesmo.

Auto-governo é teu dever sagrado, auto-governo no reino do Homem.


E se teu coração não tremer deleitoso ao ouvir o doce segredo de seu nome oculto, e de
seu Rei oculto, nossa Ordem te expurgaria de seu ventre; taxando-te incapaz de
permanecer em nossas hordas.
Porque se falhares nesta primeira tarefa de auto-governar, falharias em todo o propósito:
o de ser o local confiável e fervente onde se dará a tua elevação.
Seja então um patriota de teu reino interior, o mais fiel cônjuge para o teu casamento
com o Paraíso.
Eduque as crianças de tua alma para que entendam suas próprias leis, e os deveres
advindos.
Seja, dos guerreiros, o mais corajoso, dos juízes o mais severo, dos Mestres o mais
sábio, o servidor mais fiel, o pai mais tenro, o cônjuge mais presente, para que tua prole
cresça para ser santificada enquanto livre Homem, participando voluntariamente na

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construção do Templo da Verdade, nunca juntando-se à corrente dos fracos, no reino da
hipocrisia e do perjúrio.

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ARTIGO IV
DEVERES PARA COM A HUMANIDADE:

1.

Então, se os limites de teu reino se abrirem, escolhendo o teu coração cruzar todas as
fronteiras de teu império, inflamando, partilhando do coração de outros homens, então
poderás ver que todas as nações nascem da mesma raíz comum.

Não falharás em reconhecer que a Humanidade não é nada mais que uma mesma
família; e valorizarás cada homem, por termos todos os mesmos orgãos, a mesma
vontade precipitando-se ao amor, o mesmo desejo de trabalhar utilmente, e um Espírito
imortal como o teu.

Se isto chegar a acontecer, não hesites:

Venhas a nosso Templo e ofereças tua homenagem à sagrada Humanidade, pois o


universo é a pátria do Iniciado, e tudo que possua a forma do Homem não lhe é alheio.

2.

Venhas e partilhes desta majestosa construção, designada e erigida segundo a


restauração do Homem; valorizes a assembléia das almas virtuosas, comprometidas com
a própria exaltação, espalhada a todas as nações onde a razão e a iluminação tenham
recebido morada, encontrando-se sob a flâmula sagrada da Humanidade, regida por leis
simples e uniformes.

Finalmente, podes sentir a sublime meta de nossa Ordem Sagrada; devotes toda a tua
vida e atividade para a beneficiência; enobreças, purifiques e fortaleças esta escolha ao
trabalhar incansavelmente em tua alma, aproximando-se do Divino.

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ARTIGO V
BENEFICIÊNCIA:

1.

Criado à imagem de Deus, que se dignou a comunicar seu Ser à humanidade a fim de
espalhar nela a alegria; aborde este exemplo do Infinito com uma vontade firme de
desenvolvê-lo, e deixe a regozijante satisfação derramar-se sobre os outros até o
máximo de seu poder: porque aquilo que o Espírito chega a conceber de Divino é a
herança do Iniciado.

2.

Contemples a impotência da meninice; ela reclama teu suporte.


Consideres a desastrosa inexperiência da juventude; ela solicita teu conselho.
Use tua alegria para preservá-los do erro e das decepções que os ameaçam.
Excite neles as fagulhas do Fogo Sagrado de seus Gênios, e ajude-os a desenvolê-lo
para a alegria do mundo.

3.

Todo Ser que sofre ou lamenta tem direitos sobre ti; cuide de não ignorá-los! Não
espere ouvir o choro rasgante da miséria. Intervenhas, reestabilizando, aqueles que
sofrem em silêncio. Não envenenes com a ostentação de teus dons a fonte de água viva,
o bebedouro do infeliz. Não procures a recompensa de tua benevolência no aplaso vão
da multidão; porque o Iniciado busca sua única recompensa na calmaria de sua
consciência e no reforço do reconhecimento Divino, olhos estes sob os quais ele
permanece sempre ereto.

4.

Se a Providência garantir-te qualquer excedência, cuide de não gastá-la com frivolidade


ou falta de cuidado; porque a Sabedoria sempre preferirá que teu Coração se torne
indiferente às posses, dando espontânea e livremente os teus bens em distribuição sem
iniqüidade.

Esta é a única forma de regozijar os privilégios que poderás receber.

Tome cuidado com a avareza, a mais sordida das paixões, a fim de que ela não degrade
teu caráter; porque teu coração, então, endureceria com os cálculos frios e áridos
trazidos por ela. Se algum dia murchares repentinamente com este sopro triste e egoísta,
abandone imediatamente o nosso Templo, porque este seria uma morada estrangeira
para ti, e não mais poderíamos reconhecer em ti a imagem original do Divino.

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5.

Com tua beneficiência acendida pela religião, a sabedoria e a prudência, teu coração
tenderá a abraçar toda a humanidade, e então deverá teu Espírito escolher muito
cuidadosamente onde se aplicar.

Cultive isto, então, seja por instrução, aconselhamento, proteção ou alívio.


Mas nunca acredites ter feito suficiente, deixando-se recostar para gozar dos frutos do
labor.

Exceda-se! Sempre retorne ao trabalho, pois somente assim receberás novas forças. E
assim serás inundado por contínuos arroubos de sublime paixão, uma inextinguível
fonte de prazeres será preparada para ti: atingirás ainda nesta terra as primeiras
impressões da felicidade celestial, com tua alma crescendo, e todos os momentos de tua
vida sendo tomados pelo êxtase do Espírito.

6.

Quando finalmente tenhas excedido a ti mesmo até os verdadeiros limites de tua


natureza finita, e exaurido-te mesmo a ponto de acreditar não teres mais possibilidade
para a Obra, nunca deixes tua alma em perturbação!
Venha então a nosso Templo.
Venhas, e vejas o brilho da Sagrada Cadeia a nos unir, e ela revigorará todas tuas
faculdades, porque a campanha contra a miséria, tomada pelos Iniciados como missão,
trará à luz um novo mundo; maturado com os doces frutos de nossos esforços
combinados, concentrados em um mesmo objetivo.
E então tua bem-aventurança irá se multiplicar, porque terás feito mil homens felizes em
vez de um só, e teus desejos serão coroados.

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ARTIGO VI
OUTROS DEVERES MORAIS PARA COM A HUMANIDADE:

1.

Ames o próximo como a ti mesmo, e nunca faças a ele o que não queres feito a ti.

Sirvas a ti mesmo da força sublime do Silêncio, e sirvas a humanidade com a dádiva


sublime da Palavra. Sejas um símbolo do domínio da Humanidade sobre a natureza; vá
e silenciosamente encontres as necessidades alheias, e vá com veemência para excitar
em todos os corações o Fogo Sagrado do Espírito.

Ajas com porte mas sem afetações; erija-se de forma a ser um exemplo divino.
Partilhes da alegria alheia, sem fazer-se invejoso dela.

Não permitas que o frêmito da inveja se levante, por um momento sequer, em teu peito,
pois em sua raíz, e por sua força, ele perturba a tranqüilidade de tua felicidade, deixando
tua alma sujeita à tempestade das fúrias mais miseráveis.

2.

Perdoe teus inimigos; pois não terás vingança ao que eles fizeram consigo mesmos.

Porque através deste sacrifício principesco, encontra-se o segredo sublime da religião:


Quando reconheces a ti mesmo em outro homem, ele é colocado na imagem do Eterno.
Este é o verdadeiro propósito do perdão a pecados, e o mais celeste ato exterior de um
homem.

Assim a graça se esconde na indiferença.

Sempre rememore: este é o único triúnfo da Beleza – o único domínio da Vontade sobre
o instinto.

Porque o Iniciado esquece toda injúria, mas nenhuma boa obra.

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ARTIGO VII
PERFEIÇÃO MORAL PARA SI MESMO:

1.

Ao devotar-se para o bem alheio, nunca esqueças do teu próprio aperfeiçoamento e não
negligencies as necessidades de tua alma imortal.

Mergulhes com freqüência em teu coração, para experimentar de suas mais secretas
dobras.

Conhecer a si mesmo é o leme dos desejos de um Iniciado.

Tua alma é um espelho fragmentado, que dispersa toda a Luz; reconstrua-o com
julgamentos ao teu Desejo até que a sua verdadeira imagem possa ser refletida.

2.

Pureza e severidade deverão ser tua companhia inseparável, fazendo-te respeitável aos
olhos dos profanos, mantendo a tua alma pura, objetiva, verdadeira e humilde.
O orgulho é, de todos, o inimigo mais perigoso do homem, pois causa uma confiança
ilusória nas próprias forças.
Não pares para ficar olhando o local através de onde vieste ao mundo, isto apenas atrasa
a tua jornada.
Mantenha os olhos aonde precisas chegar.
Teu tempo de viagem é curto; use-o bem e use-o agora!
Nunca te julgues por olhos alheios; isto nada mais é do que auto-envenenamento da
alma.
Tua medida é o teu padrão, e para tal hás que sentir o gume de tua própria espada!

3.

Se falares, que seja a Verdade, e não os meandros de teu coração, deixando os lábios
serem uma arma fiel e verdadeira para ti.
O Iniciado que abdica da verdade em nome das máscaras da hipocrisia e dos artifícios
seria de todo indigno de viver entre nós, pois semearia desconfiança e discórdia em
nossos templos de paz, logo tornando-se uma praga e um horror para si mesmo.

4.

Sublimes a ti mesmo na presença do Eterno; e serás forte.


A cada manhã refaça os votos de aperfeiçoamento; vigie e rogue, para que quando a
noite vier tenhas em teu coração um refúgio.

Da mesma forma, sempre renoves a tua vida, divinizando-a; e repousarás placidamente


no coração do Eterno mesmo durante a vigília.

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5.

Por fim, estudes o significado dos hieróglifos e emblemas que nossa Ordem a ti
apresenta.
A Natureza vela todos os seus segredos, ansiando para que sejam desvelados.
Medites nisto, e cuides do que descobrires.
Porque estes mistérios são unificados, e foram designados ao Homem, para ensinar a
relação entre Deus, o universo e tu mesmo.
Assim teus desejos serão preenchidos, e teu Espírito Divino te ensinarás como forjar teu
destino.

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ARTIGO VIII
DEVERES PARA COM OS IRMÃOS:

1.

Dentre a infinidade de Seres populando a imensidão de nosso universo, tu escolheste,


por um ato de livre-vontade, os Iniciados como teus irmãos.
Por este ato, perdes automaticamente a tua separação espiritual e moral, acordando para
tomar parte da Irmandade de Iniciados da Humanidade.
Do momento em que passas por este portal, todos os seres possuem um direito sagrado
à tua amizade e apoio. Especialmente aqueles que chamas de teus.
Porque com efeito a Humanidade não é mais do que uma mesma família, e em nenhum
lugar se pode achar um estranho.
Portanto, deixes que tua mão direita se abra em sinal de sinceridade fraterna a todos os
seres.
Mas a revelação de teu verdadeiro Ser deves deixar reservada àqueles que julgares
valorosos.
A Natureza segue as leis da eqüidade; nenhuma verdadeira distinção se encontra.
Assim, o Iniciado nunca cai a ponto de sacrificar outro, nem por ganho nem por
covardia, por nenhum outro homem ou estado.
O mundo profano mede o valor dos homens com medidas profanas, segregando iguais
por suas obras no mundo, por seu bem-estar, ou por qualquer outro presente aleatório
que tenham recebido da providência.
Todas estas coisas são como um nada para nós.
Deixe tua vaidade, teus tesouros e condecorações na porta de nosso Templo, e venhas
tal como és: porque dentre nós a dignidade é reconhecida somente pela Virtude.
Fiel a esta lei, o Iniciado é devotado ao trabalho de reconstrução do Templo da
Humanidade.

2.

Nunca enrubesça perante um desconhecido. Nunca faça um estranho enrubescer por tua
causa.
Todos os Homens têm o nascimento Nobre, e enquanto Iniciado é teu dever sagrado
agir conforme a isto.
Falhando ao fazê-lo, só nos restaria mandar-te de volta ao mundo com tua vaidade, onde
poderás livremente profanar-te através dos teatros do mundo.
Sejas para os outros um abrigo e um asilo, e o Eterno será tua morada eternamente.
Se teu irmão está em perigo, acorras a ele, não hesitando em dar tua vida por ele.
Mas não espere nada da Irmandade, nem mesmo na mais profunda necessidade.
Se necessário, forneças a teu Irmão os teus tesouros, regozijando com a possibilidade de
o fazer.
Se teu irmão se desvia, vá até ele enquanto um espelho de Luz que ele poderá carregar
nas trevas. Dando suporte ao que cambaleia, e levantando o que cai.

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3.

Se teu coração adoecer com insultos, sejam eles reais ou imaginários, ou se mantiveres
secreta inimizade contra algum de teus irmãos, dissipes imediatamente a nuvem advinda
disto. Chame em teu socorro o Paráclito Desconhecido; peças por sua mediação
fraterna; mas nunca passes pelo portal do Templo sem que qualquer sentimento de raiva
ou inimizade tenha sido banido.
Porque se o Templo não está purificado pela virtude dos Irmãos e santificado por sua
harmonia, os vossos chamados ao Eterno serão em vão, jamais atingindo Dele a
necessária condescência para fazer de vossa casa a Sua morada.

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ARTIGO IX
DEVERES PARA COM A ORDEM:

1.

Quando finalmente foste admitido a livremente partilhar na Associação dos Iniciados,


abdicaste de uma parte natural de tua liberdade, pela obrigação tomada de livre-vontade
a buscar incessantemente a luz, e mantê-la inviolada.

Porque, com um ato destes, não és mais um mero buscador da Verdade, pois te tornaste
também o seu Guardião.

Teu compromisso com a Ordem é subordinado a regras e Superiores; mas nunca


deverás duvidar que nossa hierarquia é a hierarquia da benevolência:
Não deves nada àqueles que vieram antes de ti; deves absolutamente tudo àqueles que
virão depois de ti.

Este é o legado de nossa herança espiritual.

2.

A lei à qual juraste perante aquilo que guardas como mais Sagrado nada mais é do que
uma honorável observância de confiança: manter secretos os nossos rituais, cerimônias,
símbolos e a Forma de nossa Associação.

Cuides de não acreditar que este juramento é menos sagrado do que qualquer outro
compromisso, palavra, causa ou pensamento que possas professar; porque cada palavra
tua é um reflexo da honra e altivez de teu ser.

Tu eras, és e sempre permanecerás um Homem Livre, mas se quebrasses o


compromisso que tomaste, terias falhado contigo mesmo e tua Palavra ao Eterno, que
evocaste como testemunha a teu sagrado chamado.

Não temas penalidades ou perjúrios de nossa parte, sabendo apenas que nunca
escaparias da punição de teu próprio coração, assim como a perda de confiança e de
respeito por parte de teus Irmãos, que teriam todo o direito de declarar-te: sem fé e sem
honra.

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CONCLUSÃO:

Se os ensinamentos apresentados a ti pela Ordem, para ajudar na via da Verdade e da


felicidade, forem gravados profundamente em teu coração, devendo então abrir-se para
o Eterno de onde enraizaram; se as máximas valiosas, que deverão marcar cada passo de
tua jornada Iniciática, transformarem-se em teus próprios princípios; e tu mesmo
chegares a ditar cada inquebrantável lei aos pensamentos e às ações:
Então, Ó meu Irmão, este será o nosso regozijo mais puro, porque tu terás tornado-te
verdadeiramente Livre!

Atingindo o teu destino sublime:


Recuperando a divina semelhança que é direito do Homem em estado original.

Porque este é o alvo de toda a Religião, e o único objetivo da Iniciação:


Tornas-te novamente o Ser mais querido do Paraíso, com as incontáveis bênçãos do
Infinito tornadas tuas.

Tendo atingido o glorioso título de Sagrado, Livre, Alegre e Constante, caminharás


nesta terra tal qual os Reis, o benfeitores dos homens e um exemplo a cada irmão na
Associação da Humanidade.

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