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ROTEIROS DA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE


CONSTRUÇÃO

Professoras:

Silvia Beatriz Beger Uchôa

Karoline Alves de Melo Moraes

Maceió, 2017
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SUMÁRIO

BLOCOS CERÂMICOS 03

TELHAS CERÂMICAS 09

BARRAS E FIOS DE AÇO PARA CONCRETO ARMADO 22

GESSO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL 27

CAL 35

CIMENTO PORTLAND 38

AGREGADOS PARA CONCRETO 48


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BLOCOS CERÂMICOS – NBR 15270-1/15270-3:2005

PROCEDIMENTOS DOS ENSAIOS

Ao receber os blocos cerâmicos na obra é necessário que eles sejam divididos


em lotes de 1.000 a 100.000 unidades.

ENSAIOS:

1. Identificação:

• Ensaio realizado com amostragem simples – 13 unidades.


• Os blocos devem conter, em baixo relevo ou reentrância, o seguinte:

- identificação da empresa;

- dimensões de fabricação em cm, sequência L, H e C.

- Cada grupo deve pegar 13 unidades e verificar se os blocos


apresentam a identificação, marcando C para conforme e NC para não
conforme.

2. Inspeção Visual

• Ensaio realizado com amostragem dupla – 13 unidades em cada


amostragem.
Na mesma amostra usada para identificação, deve ser feita a inspeção
visual. Por ser para fins didáticos, mesmo não aprovado o lote, somente
será realizada uma amostragem, devendo ser feita uma observação no
relatório.

• Observar se existem as seguintes irregularidades nos blocos:

- trincas; quebras; superfícies irregulares; deformações, que possam


prejudicar o seu desmpenho.

- AMOSTRAGEM:

Tabela 1 – Amostragem de blocos cerâmicos

Lote Amostras
1.000 a 100.000 blocos Primeira Segunda
13 13

3. Inspeção por medição direta (Características geométricas)


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• Ensaio realizado com amostragem simples - 13 unidades. Utilizar os blocos


já separados anteriormente.
• Devem ser feitas as seguintes medições nos blocos:

- dimensões (faces e paredes);

- planeza das faces (F);

- desvio em relação ao esquadro (D).

- Observar o tipo de bloco usado para medir conforme as figuras 1, 2 e 3.

- Figura 1. Largura, Altura e Comprimento dos blocos de vedação e estrutural

Tabela 2. Dimensões padrão de blocos cerâmicos


Largura Altura (cm)
(cm) Comprimento do Comprimento do ½
bloco principal (cm) bloco (cm)

9 19 ou 24 9 ou 11,5
9 14 19 ou 24 ou 29 9 ou 11,5 ou 14
19 19 ou 24 ou 29 ou 39 9 ou 11,5 ou 14 ou 19

11,5 24 11,5
11,5 14 24 11,5
19 19 ou 24 ou 29 9 ou 11,5 ou 14 ou 19

14 19 19 ou 24 ou 29 ou 39 9 ou 11,5 ou 14 ou 19

19 19 19 ou 24 ou 29 ou 39 9 ou 11,5 ou 14 ou 19

24 24 24 ou 29 ou 39 11,5 ou 14 ou 19

- Figura 2. Planeza das faces:


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- Figura 3. Desvio em relação ao esquadro.

• Tolerâncias

Características Dimensionais: Largura, Altura e Comprimento


Medidas individuais: ± 5 mm

Medidas médias: ± 3 mm

Paredes externas: espessura mínima de 7 mm


Septos: mínimo de 6 mm

Desvio em relação ao Esquadro: máximo de 3 mm

Planeza das faces: Flecha máxima: 3 mm

4. Massa seca e Absorção de Água


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• Amostragem simples de 6 blocos. Esses blocos devem ser preparados em


uma aula para serem ensaiados na aula seguinte. Devem ser retirados 2
blocos por grupo, e os grupos devem pegar os resultados, até completar 6
unidades, com os demais.

• Primeiro determina-se a massa do bloco cerâmico após ter sido colocada


em estufa para secagem (𝑚𝑠). Feito isso, mergulha-se a amostra em água,
deixando-a submersa por 24 horas. Desta vez, mede-se a massa do bloco
úmido (𝑚𝑢). Através da diferença entre os dois valores encontrados, obtém-
se o percentual de água absorvido pela amostra.

• O índice de absorção d´água (AA) de cada corpo-de-prova é determinado


pela expressão:

eq. 1

Limites de Norma - Absorção de água


Mínimo de 8%
Máximo de 22%

5. Resistência à Compressão

• O ensaio deve ser realizado com amostragem simples de 13 blocos.


Também devem ser preparados em uma aula para a próxima. O número
total da turma é de 13 blocos, divididos entre os grupos.

• Os blocos devem ser ensaiados na condição saturada;

• Todos os corpos-de-prova devem ser ensaiados de modo que a carga seja


aplicada na direção do esforço que o bloco deve suportar durante o seu
emprego, sempre perpendicular ao comprimento e na face destinada ao
assentamento;

• O corpo-de-prova deve ser colocado na prensa de modo que o seu centro


de gravidade esteja no eixo de carga dos pratos da prensa;

• Proceder ao ensaio de compressão, regulando os comandos da prensa,


de forma que a tensão aplicada, calculada em relação à área bruta se
eleve progressivamente à razão de (0,05 ± 0,01) MPa/s.


• Figura 4. Posição de ensaio dos blocos
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Tabela 3 – Limites fixados por norma para a resistência à compressão dos blocos
cerâmicos
Posição dos furos Resistência à compressão fb
Horizontais > 1,5 MPa
Verticais > 3,0 MPa

Após os ensaios, deve-se observar quais os limites de blocos NC em cada


item que a norma admite para a aceitação do lote.

LIMITES PARA ACEITAÇÃO OU REJEIÇÃO DOS BLOCOS

Tabela 4 - Número de aceitação e rejeição na Identificação e Inspeção visual

Unidades não conformes

Amostra Primeira amostra Primeira+segunda amostras


Números Números
Primeira Segunda Aceitação Rejeição Aceitação Rejeição
13 13 2 5 6 7

Tabela 5- Número de aceitação e rejeição para Características geométricas

Amostra Unidades não conformes


Simples
Número para aceitação do lote Número para rejeição do lote

13 2 3

Tabela 6 - Número de aceitação e rejeição para Massa seca e absorção de água


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Amostra Unidades não conformes


Simples
Número para rejeição do
Número para aceitação do lote
lote

6 1 2

Tabela 7- Número de aceitação e rejeição para Resistência a compressão

Amostra Simples Unidades não conformes

Número para aceitação do lote Número para rejeição do lote

13 2 3
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TELHAS CERÂMICAS - NBR 15310/2009

Figura 5. Tipos de telhas segundo a NBR 15310: plana de encaixe, simples de


sobreposição, composta de encaixe e plana de sobreposição.

TIPOS DE TELHA:

• plana de encaixe;
• plana de sobreposição;
• composta de encaixe;
• simples de sobreposição.

PROCEDIMENTOS DE ENSAIO
• Antes de se iniciar os ensaios as telhas devem ser separadas em lotes de até
100.000 unidades.
• De cada lote devem ser retiradas duas amostragens com 30 e/ou 6 unidades,
dependendo do ensaio.

Ensaios:

1. Identificação:

Ensaio feito com amostragem dupla de 30 unidades. Cada grupo irá fazer a
amostragem de 10 telhas e obter os outros resultados com os demais grupos.

Os blocos devem conter em baixo relevo (5mm) ou reentrância os


seguintes dados:

• identificação da empresa, município e estado;


• modelo da telha;
• rendimento médio Rm, em telhas por m2 T/m2;
• dimensões de fabricação em cm, na sequência largura L, comprimento C e
posição do pino ou furo de amarração LP (exceto para capa).
• galga mínima (Gmin);
10

• telhas simples de sobreposição: especificação “capa” ou “canal”.

2. Inspeção Visual

Ensaio feito com amostragem dupla de 30 unidades, cada grupo com 10


unidades. Será adotada a amostragem única para fins didáticos, no entanto, se
for detectada a necessidade de segunda amostragem, isso deve ficar claro no
relatório.
Na inspeção visual PODERÃO ser aceitos os seguintes defeitos:
• esfoliações, quebras e lascados que não prejudiquem seu desempenho;
• riscos, escoriações e raspagens decorrentes da fabricação, embalagem,
manutenção ou transporte.

3. Sonoridade

Amostragem dupla de 30 unidades. As observações anteriores sobre a


amostragem devem ser observadas.

Deve se ouvir se quando suspensa e percutida a telha apresenta som


semelhante ao som metálico.

Anotar como NC as telhas com som grave, não metálico.

4. Características dimensionais

Ensaio feito com amostragem simples de 6 unidades. Cada grupo realiza a sua
amostragem a partir das 10 telhas anteriores.

Devem ser medidos os seguintes itens:

• largura efetiva (L);


• comprimento efetivo (C);
• posição do pino ou furo de amarração (LP);
• altura do pino (Hp);
• rendimento médio (Rm);

• ·galga média (Gm) - não será realizada.

Procedimentos para os ensaios de características dimensionais:

• Largura efetiva (L), comprimento efetivo (C).


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Após o preparo dos corpos-de-prova, as telhas devem ser dispostas em uma


superfície plana, e a medição deve ser efetuada no sentido transversal e longitudinal,
sempre na maior dimensão da telha, conforme indicado na Figura 6.
Figura 6 - Medição da largura da telha

Após as medições do comprimento e da largura, deve ser medida a distância da


face interna do pino ou borda do furo de amarração à extremidade final da telha no
sentido longitudinal correspondente ao pino ou furo de amarração, conforme indicado
na Figura 7.

Figura 7 – Determinação da posição e altura do pino

• Rendimento médio
v Para a determinação do rendimento médio das telhas, devem-se dispor 14 telhas
conforme mostra a Figura 8.
v Uma telha é fixada no centro e as demais são ajustadas em volta.
v Em cada novo conjunto de medições a telha central deve ser substituída quatro
vezes.
v A cada substituição da posição das telhas, são feitas duas medições da largura
útil, mínima e máxima, e duas medições do comprimento útil, mínimo e máximo.
v Para obter os valores mínimos as telhas são ajustadas com o menor afastamento
entre si, e para a obtenção dos valores máximos as telhas são ajustadas com o
maior afastamento entre si.
12

v Os valores médios da largura e do comprimento são obtidos pela média aritmética,


considerando-se as telhas com o menor e com o maior afastamento.
v Os valores médios são obtidos de médias aritméticas, e são usados na
determinação da área útil média, definido como área útil da telha (Au).
v A área útil (Au) é obtida pelo produto da Largura útil média (Lu,m) e o
Comprimento útil médio (Cu,m), obtendo-se o rendimento médio (Rm) , conforme
a seguinte expressão:

OBS.: A sobreposição longitudinal para telhas sem dispositivos de encaixe deve ser
de 14% no mínimo e 18% no Máximo. Na transversal apenas considerar a menor
sobreposição.
Figura 8 – Disposição das telhas para cálculo do rendimento médio para telha simples de
sobreposição

OBS.: Rendimento médio deve ser expresso em telhas por metro quadrado.

• Galga média – apenas para conhecimento, não será executada


v Ajustar os apoios considerando a situação de afastamento mínimo entre as telhas;
v Proceder e registrar a medição do comprimento total mínimo (Ctmin), que
corresponde a medida do primeiro ao sexto apoio, ou seja, de cinco vãos;
v Reajustar os apoios considerando o afastamento máximo entre as telhas;
13

v Proceder e registrar a medição do comprimento total máximo (Ctmax), que


corresponde à medida do primeiro ao sexto apoio, ou seja, de cinco vãos;
v Calcular a galga mínima (Gmin):

v Calcular a galga máxima (Gmax):

v Calcular a galga média (Gm):

Figura 9 - Esquema para a determinação da galga média (Gm)

5. Retilinearidade e Planaridade – amostra de 6 telhas


• Retilinearidade (r) – não será realizada
Deve ser medida a flecha máxima medida em um ponto determinado das bordas, ou
no eixo central, no sentido longitudinal ou no transversal da telha.
Procedimento de medição:
v Antes de proceder às medições, o defletômetro deve estar zerado e disposto sobre
uma superfície plana.
v A retilinearidade é avaliada no sentido longitudinal.
v Apenas a telha plana de sobreposição deve ter a retilinearidade avaliada no sentido
longitudinal e transversal.
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v Para todos os tipos de telhas a retilinearidade deve ser medida em um ponto


central em relação a dois outros pontos fixos.

Figura 10 - Determinação da retilinearidade (exemplificação esquemática, em telha


simples de encaixe, medições no canal ou na capa)

Planaridade (Pl)

v Deve ser medida a flecha máxima medida em um dos vértices de uma telha
estando os outros três apoiados em um mesmo plano horizontal.
Procedimento de medição:
v As medições nas telhas planas de encaixe, plana de sobreposição e simples de
sobreposição são feitas apoiando-as em três pontos e medindo-se o afastamento
máximo da superfície de uma das extremidades do corpo-deprova, em relação à
superfície de apoio, conforme mostrado esquematicamente na Figura 11.

Figura 11- Determinação da planaridade (exemplificação esquemática, em telha simples de


sobreposição)
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6. Massa seca e Absorção de Água

Ensaio realizado com amostragem simples de 6 unidades. Deve ser preparado em


uma semana, para execução na outra.

Procedimento de ensaio:

v Determinação da massa seca (ms): retirar do corpo-de-prova o pó e outras partículas


soltas, submeter os corpos-de-prova à secagem em estufa a 105 ± 5 ºC; determinar a
massa individual, em intervalos de uma hora, até que duas pesagens consecutivas de
cada um deles difiram de no máximo 0,25%, pesando-os imediatamente após a
remoção da estufa; medir a massa seca (ms) dos corpos-de-prova após a
estabilização das pesagens, expressando-as em gramas (g).
v Determinação da massa úmida (um): após a determinação da massa seca (ms), os
corpos-de-prova devem ser colocados em um recipiente de dimensões apropriadas,
preenchido com água à temperatura ambiente, em volume suficiente para mantê-los
totalmente imersos; estando a água do recipiente à temperatura ambiente, os corpos-
de-prova saturados devem ser removidos e colocados na vertical em bancada para
permitir o escorrimento do excesso de água; a água remanescente deve ser removida
com o auxílio de um pano limpo e úmido, observando-se que a massa úmida (um),
expressa em gramas, é determinada pela pesagem de cada corpo-de-prova saturado.
Os resultados das pesagens devem ser expressos em gramas.
v Determinação do índice de absorção d´água (AA): O índice de absorção d´água (AA)
de cada corpo-de-prova é determinado pela expressão:

Onde, mm e ms representam a massa úmida e seca de cada corpo-de-prova,


respectivamente, expressos em gramas.

7. Impermeabilidade

Ensaio realizado com amostragem simples de 6 unidades. Esse ensaio somente


será demonstrado em uma unidade. Registrar no relatório referente a essa
unidade.
É medida a capacidade que a telha possui de resistir à passagem da água durante
certo período de tempo. Procedimento do ensaio:

• As telhas devem ser mergulhadas em água à temperatura ambiente durante, no


mínimo 24 horas.
• Em seguida as telhas devem secar a uma temperatura de 105°C ± 5°C.
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• A massa de cada corpo-de-prova deve ser determinada em intervalos de uma hora,


até que duas pesagens consecutivas de cada corpo-de-prova difiram no máximo em
0,25%, os corpos-deprova devem ser pesados imediatamente após a remoção da
estufa;
• As molduras devem ser aplicadas às superfícies superiores dos corpos-de-prova e. A
seguir devem ser preenchidas com água suficiente para que a coluna de água em
cada uma também atenda às indicações da Figura 9. Sua altura deve ser mantida
constante durante a realização do ensaio por meio da reposição d´água;
• Os corpos-de-prova devem ser submetidos à pressão da coluna d'água durante no
mínimo 24 horas;
• A presença de marcas de água na superfície do espelho em qualquer instante indica
a permeabilidade do corpo-de-prova.

• Figura 12 – Aparato para verificação da impermeabilidade de telhas

Ruptura a flexão
• São ensaiadas 6 unidades, na situação saturada em agua.
• Assentar o cutelo de madeira dura, gesso ou argamassa, a meia distância das duas
arestas longitudinais do corpo-de-prova;
• Assentar sobre o cutelo a barra de aço;
• Aplicar a carga a uma velocidade constante de (50±5) N/s, sem golpes, até a
ruptura do corpo-de-prova, em ponto correspondente à metade do comprimento da
telha.
• Registrar o valor da carga máxima de ruptura de cada corpo-de-prova em N,
arredondada para uma casa decimal;
• Determinar e registrar a carga média de ruptura dos corpos-de-prova em N,
arredondada para uma casa decimal;
• Registrar a temperatura ambiente e a umidade relativa do ar durante a realização
dos ensaios.
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Figura 13 – Esquema para o ensaio de ruptura à flexão

Tabela 8 – Exigências de fabricação para telhas cerâmicas – Limites fixados por norma

Característica da telha Especificação da norma


Telhas planas: ≤ 1% do comprimento efetivo e da largura
efetiva
Retilinearidade
Telhas simples de sobreposição e compostas de encaixe:
≤ 1% da largura efetiva
Planaridade ≤ 5mm

Tolerância Características
± 2% em relação às cotas especificadas em norma
dimensionais

Telhas prensadas: ≥7 mm
Altura do pino
Telhas extrudadas: ≥ 3 mm

Massa da telha seca Max 6% superior ao especificado

Absorção de água ≤ 20%

Não apresentar vazamentos ou formação de gotas na face


Impermeabilidade
inferior

Rendimento médio ±4%

Tabela 9 – Carga de ruptura para cada tipo de telha


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Carga de ruptura a flexão


Tipo de telha Exemplo em ensaio de três pontos
(N)

Plana de encaixe Francesa 1000

Composta de encaixe Romana 1300

Capa e canal
colonial;
Simples de sobreposição
Plana; Paulista; 1000
Piauí

Plana de sobreposição Alemã 1000

Figura 14 – Cotas de referência da telha Piauí – capa


19

Figura 15 – Cotas de referência da telha Piauí – canal


20

Figura 16 – telha colonial


21

Figura 17 – Cotas de referência da telha Paulista– capa


22

Figura 18 – Cotas de referência da telha Paulista– canal


23

Figura 19 – Cotas de referência da telha Plan– capa


24

Figura 20 – Cotas de referência da telha Plan – canal


25

Figura 21 – Cotas de referência da telha Piaui– capa e canal


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LIMITES DE REJEIÇÃO E ACEITAÇÃO

Tabela 10 - Números de aceitação e rejeição para os itens: Identificação, Inspeção Visual e


Sonoridade
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Unidades não conformes


Amostra
Primeira amostra
Primeira+segunda
amostras

Números Números

Primeira Segunda Aceitação rejeição aceitação rejeição

30 30 2 5 6 7
OBS.: Havendo rejeição do lote na inspeção geral (Identificação, Inspeção Visual e
Sonoridade), pode ser feito um acordo com o fornecedor, ocorrendo inspeção de todo
o lote e reposição das peças não conformes.
Tabela 11 - Números de aceitação e rejeição

Número de unidades não conformes permitidas


Ensaio
para aceitação

Características geométricas:
• largura efetiva (L);
• comprimento efetivo (C); 0
• posição do pino ou furo de
amarração (LP);
• altura do pino (Hp);

Características geométricas:
rendimento médio (Rm); 1
galga média (Gm).

Retilinearidade e Planaridade 0
Massa Seca e Absorção de Água 0

Impermeabilidade 0
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BARRAS E FIOS DE AÇO PARA CONCRETO ARMADO: NBR 7480/2007


ESPECIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO

Classificam-se como fios aqueles de diâmetro nominal 10,0mm ou inferior,


obtidos por trefilação ou processo equivalente.
Diâmetros (mm): 2,4 - 3,4 – 3,8 – 4,2 - 4,6 – 5,0 – 5,5 - 6,0 – 6,4 – 7,0 - 8 -
9,5 – 10

Classificam-se como barras os produtos de diâmetro nominal 5,0mm ou


superior, obtidos exclusivamente por laminação a quente.
Diâmetros (mm): 6,3 – 8 – 10 - 12,5 – 16 – 20 - 22 – 25 – 32 – 40

A sigla CA indica que o aço é para CONCRETO ARMADO.

De acordo com o valor característico da resistência de escoamento, as barras


de aço são classificadas nas categorias CA-25 e CA-50, e os fios de aço na
categoria CA-60. Onde 25, 50 ou 60 é o valor característico da tensão de
escoamento (Kgf/mm²).

Figura 22 - Gráfico característico de tensão (σ) x deformação (ε) de uma barra de aço
para concreto armado.
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AMOSTRAGEM

O lote deve ser formado por no máximo 30 t e deste devem ser extraídas amostras de
1,5 m para envio ao laboratório.

Devem ser enviadas ao laboratório amostras com 3 unidades para lotes identificados
e 6 para os não identificados. Para a aula será considerado um lote identificado.

REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS

Determinação da massa real

A partir das amostras que serão usadas para o ensaio de tração, deve ser determinada
a massa real, a qual deve respeitar os limites das tabelas 12 e 13.

Tabela 12 – Características das barras

Fonte: ABNT (2007)

Tabela 13 – Características dos fios


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Fonte: ABNT (2007)

Deve ser determinada a massa de cada barra e o seu comprimento para verificar a
sua aceitação, de acordo com as tabelas 12 ou 13 e de acordo com o tipo de material,
barra ou fio.

Determinação da massa experimental:


• Diâmetro Nominal: 𝐷𝑁 (𝑚𝑚)
• Massa Nominal: 𝑀𝑁(𝑘𝑔)
• Massa Nominal por metro: (kg/m)
• Comprimento da Barra: 𝐿(𝑚)
• Massa da Barra: 𝑚 (𝑘𝑔)
• Densidade da Barra: 𝜌= 7850 𝑘𝑔/𝑚³
• Área Experimental da Seção Transversal da Barra:

• Diâmetro Experimental da Barra:

• Densidade Linear
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• Variação Nominal/Experimental:

ENSAIO DE TRAÇÃO

Figura 23 - Esquema do ensaio de tração

Serão ensaiadas 03 unidades à tração, devendo ser marcados sobre cada barra ou
fio os comprimentos correspondentes a 10Ø.

Deve ser feita a medida do comprimento inicial de cada barra.

TENSÃO DE ESCOAMENTO
A resistência de escoamento de barras e fios de aço pode ser caracterizada por um
patamar no diagrama tensão X deformação ou calculada pelo valor da tensão sob
carga correspondente à deformação permanente de 0,2%
A resistência de escoamento de barras e fios de aço pode ser também calculada pelo
valor da tensão sob carga correspondente à deformação de 0,5%.
Obs.: Em caso de divergência, prevalece o valor obtido na primeira opção.

TENSÃO DE RUPTURA
Ultimo valor de tensão atingido no ensaio.

Com os dados obtidos no ensaio de tração é possível calcular os seguintes índices:


Diâmetro da Barra (d (m))
Comprimento Inicial (𝐿𝑜 (𝑚))
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Carga de Escoamento (𝐹𝑒(𝑁))


Carga de Ruptura (𝐹𝑟 (𝑁))
Comprimento Após o Rompimento (𝐿𝑓 (𝑚))
Área da Seção Transversal da Barra (As (m2))

Tensão de Escoamento

Tensão de Ruptura (Ts (Pa))

Deformação (%)

Figura 24 - Esquema da medida de deformação

ENSAIO DE DOBRAMENTO

O corpo-de-prova deve ser dobrado a 180°, em um pino com diâmetro conforme


a Tabela 1, sem ocorrer ruptura ou fissuração na zona tracionada.

Esse ensaio não mede carga aplicada, apenas avalia a capacidade de


dobramento da peça.
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Figura 25 - Esquema do ensaio de dobramento

CONFIGURAÇÃO GEOMÉTRICA

Geometria das nervuras – ilustrativo, não será feito.

Figura 26 - Esquema da geometria das nervuras

LIMITES FIXADOS POR NORMA

Tabela 14 - Propriedades mecânicas exigíveis de barras e fios de aço destinados a


armaduras para concreto armado
Ensaio de tração (valores mínimos) Ensaio de
dobramento a 180o
Resistência Limite de Alongamento Alongamento Diâmetro do pino
Categoria característica resistência após ruptura total na força (mm)
de MPa em 10 Ø máxima (% Ø<20mm Ø>20mm
escoamento
(MPa)
CA-25 250 1,20 fy 18 - 2Ø 4Ø
CA-50 500 1,08 8 5 4Ø 6Ø
CA-60 600 1,05 5 - 5Ø -
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PRÁTICAS DE LABORATÓRIO EM CAL

Os experimentos serão realizados com cal hidratada para uso em argamassas.

1. Determinação da Umidade (ABNT NBR 6473:2003)

- Tomar aproximadamente 5g de cal hidratada (m1);

- Levar a estufa e manter por aproximadamente 1h;

- Retirar e levar ao dessecador. Retirar após 30min e verificar a massa (m2);

U = 100x(m1- m2)/m1

Onde: m1= massa da amostra antes da secagem (g); m2= massa após secagem
(g);
2. Determinação da Finura (ABNT NBR 9289:2000)

- Colocar a peneira 600μm sobre a peneira 75μm;

- Pesar 50g de cal hidratada e transferir para a peneira 600μm;

- Lavar o material utilizando jato de água com pressão de 50kPa (5 min); deve
ser colhido material que passa em um bequer para avaliar a coloração.

- Transferir o material retido em cada peneira para cápsulas, deixar decantar no


mínimo 10min e retirar água em excesso;

- Secar em estufa os resíduos;

- Pesar os dois materiais;

- Determinação das finuras:

F30 = 100 x(R30/M) F200 = 100x(R200+ R30)/M

Onde: F30= finura da peneira 600μm (%); F200= finura da peneira 0,075mm (%);
M= massa inicial (g); R30= massa retida na 600μm (g), R200= massa retida na
75μm (g).

3. Determinação da Massa Unitária

a) Massa unitária:

- Encher, com uma quantidade de cal, um recipiente de volume e peso conhecido;

- Depositar a cal a uma pequena distância (evitar adensamento do material);


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- Rasar o excesso e pesar o conjunto. A massa unitária é:

MU = m/ V

Onde: MU= massa unitária m= massa conhecida, e V= volume.

4. Determinação dos Resíduos Insolúveis

- Ensaio simples e visual; trata-se de procedimento não normatizado, mas muito


útil na prática.

- Realizado na própria obra;

- Determina a qualidade da cal diante dos resíduos depositados em um bequer


após adição de solução ácida;

- Utiliza ácido clorídrico solubilizado – cuidado: reage com a cal, esquentando e


liberando CO2;

- Após reação, determinar a porcentagem de impurezas depositadas no fundo do


recipiente;

- Recomenda: ≤ 10% em comparação com a quantidade de cal inicial.

5. Determinação da Consistência (ABNT NBR

9206:2016)

Separar 400 g de cal; (500 +-2g) – NBR14399:1999

- estimar uma quantidade de água a ser adicionada a cal;

- Introduzir no recipiente do misturador mecânico uma quantidade de água


medida com precisão de 0,2g;

- Adicionar lentamente a água a quantidade de cal hidratada previamente


pesada.

- Após a introdução de toda a cal hidratada, acionar o cronômetro e aguardar 30s;

- Ligar o misturador na velocidade baixa durante 90s;

- Deixar o misturador desligado por 20s. Neste período, raspar com uma espátula
a parede interna do recipiente e a pá, de modo a juntar toda a pasta no fundo
da cuba;

- Ligar o misturador na velocidade baixa durante 90s;


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- Depositar esta mistura no molde do aparelho de Vicat;

- A sonda utilizada para este ensaio tem formato de um cilindro oco;

- De acordo com a norma, a sonda deve penetrar em média 20 ±2 mm. Se


penetrar menos, repete o procedimento com porcentagem maior de água, ou se
penetrar mais, repete com porcentagem menor de água;

- A porcentagem de água que deve ser adicionada a cal é:

%H2 O = (MH2O/MCAL) x 100

Esse ensaio é preparatório para outros ensaios como a retenção de água, que
não será realizado.

6. Condições específicas (ABNT NBR 7175:2003)

Tabela 15 – Exigências físicas da cal


Limites
Compostos
CH-I CH-II CH-III

Peneira
≤ 0,5% ≤ 0,5% ≤ 0,5%
0,600mm
Finura (%retida
acumulada)
Peneira
≤ 10% ≤ 15% ≤ 15%
0,075mm

Retenção de Água ≥75% ≥75% ≥70%

Incorporação de areia ≥3,0 ≥2,5 ≥2,2

Estabilidade Ausência de cavidades ou protuberâncias

Plasticidade ≥110 ≥110 ≥110

Massa Unitária (kg/dm3) 0,5 ≤ MU ≤0,8

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