Você está na página 1de 18

Assassino

A Aranha Sombria

André Gustavo
[2]
Ficha catalográfica (opcional).

[3]
[4]
[5]
Título de capítulo 1..............................................................9

Título de capítulo 2............................................................10

Título de capítulo n................................................................11


A Aranha Sombria, por André Gustavo

Espaço para dedicatória.

[8]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

A ARANHA SOMBRIA

Uma névoa noturna pairava sobre Miosótis,


envolvendo a cidade em um manto de escuridão. As ruas
estreitas e sujas estavam repletas de sombras
inquietantes, cada uma escondendo segredos obscuros e
horrores inomináveis.
No beco estreito, iluminado apenas pela fraca luz de
uma lâmpada trêmula, a silhueta de um homem se movia
sem fazer o menor ruído. Essa figura encapuzada
avançava com uma postura predatória, era uma presença
sombria à espreita. Seus olhos penetrantes, mergulhados
em uma malícia profunda, observava os becos por cima
da máscara que cobria sua boca e nariz, com apenas a
ponta de uma cicatriz em sua bochecha esquerda saindo
dela.
A silhueta se movia com uma graça sinistra, como
uma pantera caçando. O beco estava vazio, e a única
testemunha de sua presença era o suave murmúrio do
vento. Ele se aproximou de uma porta de madeira,
visivelmente degradada, marcada pelo tempo e os
inúmeros visitantes indesejados.
O homem não hesitou; com um movimento fluido, ele
retirou um kit de ferramentas de suas vestes escuras e,
com exímia habilidade, arrombou a porta em questão de
segundos. A porta revelou os fundos de um prostíbulo
discreto, carregado com o odor de vinho, suor e gozo.
O invasor avançou com determinação. Ele não tinha
interesse naquelas atividades decadentes, mas sabia que
a vida que veio buscar, tinha. Ele deslizou pelos fundos
até enxergar a multidão desnuda no salão, a atmosfera
era repleta de luxúria e enganos, e o som da lascívia
preenchia o ar e embriagava os ouvidos. Ele se manteve

[9]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

nas sombras enquanto sua mente afiada rastreava seu


alvo e cronometrava a guarda.
Lá estava o alvo, arrastando a prostituta mais jovem
da casa até o segundo piso, se deleitando com os gritos e
soluços da mulher. A silhueta se esgueirou pelas escadas,
esquivando-se de olhares curiosos, enquanto seguia sua
presa pelos corredores. Seus olhos os caçaram até
entrarem em um quarto, guarnecido por dois
brutamontes na porta, que riram com malícia ao ver a
situação da garota. O invasor calculou com calma; era um
predador astuto, e aquilo não passava de uma mera
formalidade em seu caminho.
Com movimentos rápidos e planejados, ele sacou uma
de suas inúmeras facas de arremesso e, em um
movimento silencioso, lançou-a precisamente na garganta
de um dos guardas. Com um olhar de choque, o homem
caiu sem emitir nenhum som.
O segundo guarda mal teve tempo de reagir, e o
agressor já estava sobre ele. Ativando o mecanismo de
suas garras de combate, ele desferiu um golpe certeiro
no coração do guarda, que caiu sobre o próprio peso
antes de conseguir sacar seu revólver. Não houve grito,
apenas o som abafado do impacto. O corredor agora
estava limpo de guardas e sujo de sangue.
Com o quarto do seu alvo à sua frente, era impossível
não ouvir os gritos da garota lá dentro. Eram mais altos e
desesperados do que os outros e não possuía libido. O
homem recuperou a sua adaga, e empurrou a porta sem
muito cuidado, lançando a luz do corredor no quarto
escuro, tocando até a lareira apagada do outro lado do
cômodo. Revelando também a sua presa.
No meio do quarto, estava um velho branco, magro e
de pele frágil, que marcava a pele da prostituta que
carregou com um ferro em brasa. Os soluços dela
chamavam tanta atenção quantas as queimaduras em sua

[ 10 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

pele, e o terror em seus olhos só não era maior do que o


do senhor que lhe causou tais danos, congelado ao ver os
guardas no corredor e o brilho da adaga na mão do
intruso.
O predador havia chegado, e sua sombria presença
era uma força a ser temida.
- O que isso significa? - Gaguejou o velho, seu rosto
contorcido pelo terror. O intruso não respondeu de
imediato. Em vez disso, ele se aproximou, os olhos fixos
na sua presa. Havia um silêncio pesado, quebrado apenas
pelo som da respiração acelerada do alvo. – Guardas! Me
ajudem! – O alvo tropeçava em ferramentas de tortura
espalhadas no quarto, enquanto a sombra sobre ele
diminuía a distância. – So... Socorro!
33 segundos. O invasor sabia que era todo o tempo
que tinha até os guardas alcançarem o quarto. Com um
movimento sutil, ele fez um corte superficial na mão do
velho, deixando uma fina linha de sangue escorrer. A
mulher encolhida no canto do quarto, até então
petrificada, gritou ao ver o senhor largar o ferro em brasa
com o corte que sofreu. Ela parecia querer correr, mas
não lhe restava mais coragem para isso.
A presa viu o seu predador apanhar o ferro em brasa,
e viu os seus olhos frios enxergaram por dentro dos seus
com um desdém assustador.
- Onde posso encontrar Thari Furid? – Sussurrou o
invasor com uma voz sinistra.
- Eu não se... – O velho teve sua frase interrompida
pela dor do acendedor de lareira contra sua pele. Seus
gritos eram piores que o da moça que torturou.
- Achei que gostasse disso... – disse o invasor
espiando as queimaduras no corpo da jovem assustada. –
Onde posso encontrar Thari Furid?

[ 11 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

- Não me mate... por fa... – Dessa vez, o ferro foi


apertado com tanta força, que o velho quase perdia sua
consciência.
- Onde posso encontrar Thari Furid?
- Ele... ele tem algumas fábricas de têxtil no Morro da
Fuligem. Geral... geralmente, ele fica por lá. – O cheiro da
carne queimada preenchia o ar, e o alvo já estava sem se
aguentar sobre seus ossos velhos. – Eu dei o que você
que... queria. Me dei... – E por uma última vez, o intruso
tocou o seu corpo, mas agora foi o aço frio da adaga que
beijou o seu pescoço.
Sobre os guinchos de agonia de sua presa e os passos
pesados dos guardas, o assassino se ergueu daquele
quarto imundo, lançando um olhar feroz para a jovem
machucada no canto do cômodo, que tremia com
desespero em seus olhos. Um pequeno objeto foi solto do
cinto do homem, e o quarto se encheu de uma fumaça
espessa no momento em que os guardas entraram.
O assassino se enfiou na lareira e sacando sua arma
de gancho, se lançou até o telhado pelo interior dela,
deixando nada mais do que poças de sangue anunciando
sua passagem.
Com a informação que foi buscar, o jogo tinha
começado de novo. E o assassino Rigel Matruk estava
disposto a jogar sujo para ganhar.

****

Miosótis era uma cidade como nenhuma outra, uma


cidade de extremos e segredos enterrados nas sombras
de suas ruas. Com uma olhada rápida, via-se que era um
lugar banhado em melancolia, com suas ruas estreitas e
escuras, cercadas por edifícios sombrios que se erguiam
como sentinelas silenciosas contra o céu noturno.

[ 12 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

A arquitetura da cidade guinava entre a grandiosidade


vitoriana e a sua decadência. Mansões magníficas com
detalhes em ferro forjado eram vizinhas de edifícios
abandonados, cujas fachadas estavam cobertas de hera e
desgaste do tempo. Luzes de gás iluminavam as ruas,
criando um espetáculo de luz e sombras que dançavam
nas ruas de calçamentos irregulares. A névoa perene que
envolvia a cidade em uma aura misteriosa adicionava um
toque de magia e obscuridade à atmosfera.
Enquanto Rigel avançava pelas ruas, ouviu o apito
distante de um trem a vapor misturando-se com os
passos de trabalhadores apressados, tentando escapar do
frio. Os vendedores de jornais anunciavam os últimos
escândalos da alta sociedade, enquanto, em becos
malcheirosos, mendigos embrulhados em trapos
estendiam as mãos trêmulas. Mais adiante, cavalos
arrastavam carruagens elegantes, refletindo o prestígio
de seus ocupantes, enquanto outras damas e cavalheiros,
cruzavam as ruas com um ar nobre e honroso, portando
vestidos pomposos e cartolas caras.
À medida que se aproximava do Morro da Fuligem, o
cenário mudava drasticamente. A atmosfera melancólica
e obscura da cidade dava lugar a uma cacofonia de ruídos
industriais que nunca cessava. A escuridão era agora
substituída pelas luzes de fábricas que funcionavam
ininterruptamente. O ar estava carregado com o odor da
fuligem, do óleo e do suor dos trabalhadores que
labutavam dia e noite.
As fábricas eram enormes e impessoais, suas
chaminés expeliam nuvens de fumaça que escureciam
ainda mais o céu noturno. Trabalhadores exaustos e sujos
corriam de um lado para o outro, carregando caixas
pesadas e operando máquinas barulhentas. Rigel podia
ver a exaustão em seus rostos, suas roupas rasgadas e
suas mãos calejadas.

[ 13 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

[ 14 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

Título de capítulo 2

Texto do livro.

Importante: Para novos capítulos, copie e cole o título de


acordo com a formatação acima. Isso garantirá que o
índice seja refeito de forma automática.

Ao terminar o livro, vá ao índice, clique com o botão


direito do mouse e selecione a opção de atualizar.

[ 15 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

Título de capítulo n

Texto do livro.

Importante: Para novos capítulos, copie e cole o título de


acordo com a formatação acima. Isso garantirá que o
índice seja refeito de forma automática.

Ao terminar o livro, vá ao índice, clique com o botão


direito do mouse e selecione a opção de atualizar.

[ 16 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

[ 17 ]
A Aranha Sombria, por André Gustavo

[ 18 ]

Você também pode gostar