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bíblico extrair seu sentido e sua aplicação para aqueles que sobre ele meditam. Dessa
maneira, aqui se pretende demonstrar ao público ouvinte a verdade do Deus único, o
criador, sustentador e salvador.
INTRODUÇÃO
Desconhecidos de Deus?
Importa saber que Paulo estava em Atenas, o centro intelectual do mundo de sua
época, reconhecida inclusive por ser o berço de grandes filósofos como Sócrates, Platão e
Aristóteles. Dado o seu grande prestígio, Atenas era frequentemente visitada por pessoas de
diferentes povos e culturas, que, por sua vez, compartilhavam desde conhecimentos até
crenças. Estudiosos estimam que em Atenas haviam mais deuses que pessoas, se tratando,
cidade de Atenas fora acometida por uma terrível praga, de maneira que nenhum de seus
deuses conseguiu aplacar tal dano. Por isso, um homem trazido da ilha de Creta, chamado
Epimênides, que orientou ao conselho de Atenas que ovelhas famintas logo ao amanhecer
fossem soltas pelos pastos, e as que não se alimentaram tiveram seus lugares marcados
atenienses que estes quiserem reverenciar o Deus que os atendeu. Porém, sendo um Deus até
então desconhecido por eles, assim mesmo o referenciaram. Séculos depois, o apóstolo Paulo
estava ali, naquela mesma cidade, ocupada por inúmeros deuses novamente. Diante da
oportunidade de anunciar o Deus único, ele passa e observa o altar “ao Deus desconhecido”;
o Deus que talvez por conta de tanta superstição e religiosidade foi menosprezado por eles.
Então, Paulo é levado ao areópago de Atenas, lugar instituído como uma espécie de
interessaram por ouvi-lo, já que, como Lucas afirma, eles não cuidavam de outra coisa que
não dizer e ouvir alguma novidade. Tal cenário em parte se assemelha aos dias atuais.
Apesar desse fato ter ocorrido há séculos atrás, hoje em dia também é comum a
propagação de diferentes rituais e ações que, de algum modo, podem nos conceder alguma
humanos, que nada tem a ver com a vontade de Deus. Disse Jesus como advertência aos
escribas e fariseus (Mt. 15:9): “Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são
narrativas diversas, nos tornamos meros religiosos nos dias de nossa vida. Para isso, essa
atenção deve verificar o exercício do maior dos mandamentos: “Amarás o Senhor, teu Deus,
de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento”,
pois, como disse Jesus (Mt. 22:36-40), desse primeiro mandamento depende toda a lei e os
Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra,
mas o coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em
proclama: “Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio”. Como
Salomão observou (Ec. 1:11): “Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas
que hão de ser também depois delas não haverá lembrança, nos que hão de vir depois”.
De fato, o altar servia como memorial dos feitos do Senhor em prol daquela cidade e
daquele povo no passado, mas infelizmente só servia para isso. O povo de Atenas dos tempos
de Paulo já não tinha o mesmo temor dos tempos passados. As palavras de Paulo aos
romanos (1:21) são pertinentes em relação a isso: “Tendo conhecido a Deus, não o
glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e
Ainda hoje existem lugares onde Deus tem sido apenas “mais um”: uma tentativa,
uma opção, uma alternativa para alcançar determinada dádiva. Aqui as palavras do
escritor Don Richardson (1995) cabem bem: “Uma vez que os homens rejeitam o Deus único,
necessário para preencher o espaço deixado pelo Deus verdadeiro”. Ele é o EU SOU: EU SOU O
tornado apenas mais um meio para alcançarmos favores? Não é essa a vontade do Senhor.
Como disse por intermédio do profeta Isaías: “O boi conhece o seu dono, e o jumento a
manjedoura do seu dono; mas o meu povo não conhece, não tem entendimento”. Disse o
apóstolo João (1:9,10): “Ali estava a luz verdadeira, que alumia todo homem que vem ao
mundo, estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu”.
Salmo 117: “Louvai ao SENHOR, todas as nações; louvai-o todos os povos. Porque a sua
SENHOR!”
DESENVOLVIMENTO
Salomão já havia constatado: “Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo?
Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós” (Ec. 1:10). Mesmo que o relato de Lucas
sobre o ocorrido em Atenas se situe em séculos atrás, ainda hoje há uma populosa “Atenas”
do século XXI. Diante disso as palavras do apóstolo chamam nossa atenção quanto ao
conhecimento de Deus em nossos dias, e, para isso, declaram três fatos muito importantes
para o entendimento de quem Ele é: O primeiro, acerca do Deus que é o criador; o segundo,
acerca do Deus que também é o sustentador de sua criação; e o terceiro, acerca do Deus que
também é o salvador.
Deus Criador
Como está escrito (Gn 1:1): “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Interessa saber
que, no original hebraico, o verbo “criar” vem de “bará”, que significa “criar a partir do
nada”. Assim destaca o autor da carta aos Hebreus: “Pela fé, entendemos que os mundos,
pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é
aparente”. O artífice a partir do barro até pode moldar algum utensílio, e a partir da
madeira ou da pedra pode esculpir o que desejar. Todavia, criar a partir do nada somente
Em sua carta aos Romanos o apóstolo Paulo chama a atenção: “Porque as suas coisas
invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se
entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis”. Mesmo o mais cético dos cientistas não pode negar a complexidade e exatidão
do universo visível. Desde a formação das galáxias até a composição do DNA humano,
absolutamente tudo segue uma harmonia incompreensível à mente humana. Isso nos leva a
diante do Criador, foi então por Ele confrontado. Ao lermos do capítulo 38 ao 41 de seu livro,
podemos notar a insondável sabedoria de Deus presente em sua criação quando faz uma
sequência de perguntas que Jó não pôde responder: “Onde estavas tu quando eu fundava a
terra? Faze-mo saber se tens inteligência?”. Quem seria capaz de explicar como a partir do
nada surgiram os luminares celestes, as plantas, os animais?! Como poderia Jó saber da
cuidar. O primeiro homem do mundo foi formado a partir do pó, e Eva, a primeira mulher, a
partir da costela de Adão. Como está escrito (Gn. 1:27): “E criou Deus o homem à sua imagem;
à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”. Sob esse entendimento Paulo afirma:
“Porque Nele vivemos, nos movemos, e existimos”. Sob a ordenança de Deus é que estes
pela terra.
Como disse o salmista: “Os céus declaram a Glória de Deus e o firmamento anuncia as
obras de Suas mãos”. Ao nos atentarmos a isso não há como negar a existência de um poder
criador. Sendo Deus o criador, todas as coisas a Ele pertencem (Dt. 10:14), de maneira que o
apóstolo Paulo em seu discurso afirma: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura,
tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós”, e as Sagradas
Escrituras advertem (Is. 55:6,7): “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar; invocai-o
Deus Sustentador
Em seu sermão aos varões atenienses Paulo afirma que o Deus também é o
sustentador da vida quando diz: “Pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e
Por ocasião da declaração que o Senhor faz por meio do profeta Jeremias, de com a
Casa de Israel e a de Judá fazer uma nova aliança, Ele a garante da seguinte forma: “Assim
diz o Senhor, que dá o Sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para a luz da
noite; que fende o mar, e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o Seu nome. Se se
Israel deixará de ser uma nação diante de Mim para sempre”. Pergunto: algum dia o sol
questionamentos, confirma que Ele mesmo é quem impõe limites aos mares (Jó 38:8-11): “E
estabeleci sobre ele o Meu decreto e lhe pus portas e ferrolhos, e disse: até aqui virás, e não
passarás adiante, e aqui cessará o orgulho das tuas ondas”. Sendo o Senhor quem controla
mesmo a corrente das águas, também é aquele que tem o domínio do exército das estrelas,
chamando cada uma pelo nome (Is. 40:26). Dada a infalibilidade de Sua Palavra e Seu grande
poder, tudo permanece em seu devido lugar desde que foi criado.
para o leão; saciará tu a fome dos leõezinhos, quando estes estão à espreita? Quem prepara
aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes clamam a Deus, quando se agitam
famintos por falta de comida?”. Por ocasião dessas interrogativas, as palavras do próprio
Cristo são esclarecedoras ao fazer a seguinte afirmação: “Olhai para as aves do céu, que não
semeiam, nem colhem, nem ajuntam celeiro; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não sois vós
necessidade tão vital, é também alusiva ao princípio da vida humana: “Formou o Senhor
Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito
alma vivente” (Gn. 2:7). O SENHOR é quem dá a respiração ao povo que na terra habita e o
espírito aos que sobre ela andam (Is. 42:5), de modo que, como disse Eliú (Jó: 34:14,15): “Se Ele
pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego, toda
Maravilhoso o entendimento de que algo tão natural pode produzir tamanha calmaria em
meio as impetuosas ondas emocionais que se formam em nosso ser. Em sua primeira carta o
apóstolo Pedro (5:7) ressalta: “lancem sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem
cuidado de vós”. Ora, se ainda temos vida e ainda respiramos é porque Deus nos sustenta, e,
Deus Salvador
O Deus que cria e sustenta a sua criação também é o Deus que a salva. Como por sua
vontade há dia e noite a seu tempo, assim também acontece com o Seu desígnio de redenção
(Jr. 33:20-26). Ele mesmo, segundo seu grande poder, restaurou o mundo corrompido
mediante a queda do homem, de maneira que, para isso, enviou Seu filho. Paulo escrevendo
aos colossenses (1:16) afirma: “Porque Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e
na terra, visíveis ou invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
homem em Cristo Jesus. Assim, argumentativamente defende: “Sendo nós, pois, geração de
Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à
pedra esculpida por artifício e imaginação de homens”. A saber, por ocasião do pedido de
Filipe para que lhe mostrasse o Pai, Jesus afirma: “Estou a tanto tempo convosco, e não me
“E O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade”, assim declara o apóstolo João. Sabe-se que, pelo
poder de sua Palavra, Deus realizou sua obra criadora. Ao dizer “haja luz”, houve luz;
“Apareça a porção seca”, e assim foi. Entretanto, para criar o homem não usou somente o
poder de sua palavra, mas disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança”. Assim formou Deus o homem do pó da terra e o tornou alma vivente soprando
Contudo, o homem por sua desobediência perdeu a comunhão pessoal que tinha com
Deus no Jardim do Éden, assim como passou a sofrer todas as consequências decorrentes do
seu pecado. Ora, porque Deus criaria e sustentaria toda a sua criação mesmo ciente da
Pai por meio de seu Filho: “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi
feito se fez”. De fato, a razão para isso é justamente porque “Ele é antes de todas as coisas, e
O fato de o Senhor Deus decidir formar o homem a sua própria semelhança chama
atenção se pensarmos sobre a relevância de assim ser. Ora, o Pai ao dizer “façamos o homem
à nossa imagem” revela a presença de outro ser durante a criação, e fazendo menção a isso é
que o apóstolo João se refere a Jesus: “No princípio era O Verbo, e O Verbo estava com Deus, e
O Verbo era Deus”. Ele estava presente na criação e se fez carne, para consumar o propósito
pelo qual O Cordeiro estava preparado desde a fundação do mundo, uma vez que “foi do
julgar o mundo, por meio do homem que destinou”. O que se havia corrompido em Cristo
Jesus recebe a oportunidade de redenção, para que Deus, “havendo por Ele feito a paz pelo
sangue da sua cruz, por meio Dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que
estão na terra com as que estão no céu” (Cl. 1:20). O Verbo encarnado, aquele que junto ao Pai
participou da criação e sem Ele nada do que foi feito se fez, é a razão pela qual todas as
Cristo Jesus ao ser ressuscitado demonstra que homem outrora morto em suas
ofensas agora pode reviver mediante a justiça de Deus cumprida na cruz do Calvário. Por
isso o homem não deve se apegar às imagens de fundição esculpidas por artifício e
imaginação humana, já que somente em Cristo Jesus o homem pode ver ao Pai. Por isso
“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto”, em Cristo Jesus,
pois agora pelo seu sangue vertido na cruz do Calvário os que estavam longe podem se
O mundo há de ser julgado em justiça, e por isso em favor de nós Deus fez pecado
aquele que não conheceu pecado, para que, Nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2Co. 5:21).
Assim o homem tem uma maneira de escapar da condenação eterna, “portanto, agora,
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a
carne, mas segundo o espírito”. Ora, a condenação pelo pecado em Cristo Jesus foi cumprida
por meio de sua crucificação, para que o que Nele crê, e em sua ressurreição, possa estar
homem. Então Paulo, escrevendo a Timóteo em sua primeira carta (2:5:6), afirma: “Porque há
um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a si
mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo”.
CONCLUSÃO
O anúncio
Assim diz o Senhor (Is. 45:5-6): “Eu Sou o Senhor, e não há outro; fora de mim, não há
deuses; Eu te fortalecerei, ainda que tu me não conheças. Para que se saiba desde o nascente
do sol e desde o poente que fora de Mim não há outro; Eu Sou o Senhor, e não há outro”.
Deixemos, pois, todos os altares erguidos por mera superstição e religiosidade. Olhemos
para Cristo Jesus, “o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl.
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os
homens, em todo lugar, que se arrependam”. O Deus Eterno, Criador dos céus, da Terra e de
tudo o que há, é o mesmo que sustenta a sua criação pelo poder da Sua Palavra, a qual zela
para a cumprir. Assim declara: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o
enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos,
e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque
grandioso é em perdoar”.