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O presente sermão é do tipo textual, que, por sua vez, pretende a partir do texto

bíblico extrair seu sentido e sua aplicação para aqueles que sobre ele meditam. Dessa
maneira, aqui se pretende demonstrar ao público ouvinte a verdade do Deus único, o
criador, sustentador e salvador.

Atos dos Apóstolos, 17


²² E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo
um tanto supersticiosos;
²³ Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que
estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o
que eu vos anuncio.
²⁴ O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não
habita em templos feitos por mãos de homens;
²⁵ Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma
coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;
²⁶ E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face
da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;
²⁷ Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda
que não está longe de cada um de nós;
²⁸ Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos
poetas disseram: Pois somos também sua geração.
²⁹ Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja
semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
³⁰ Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os
homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
³¹ Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por
meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.

INTRODUÇÃO

O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO

Desconhecidos de Deus?
Importa saber que Paulo estava em Atenas, o centro intelectual do mundo de sua

época, reconhecida inclusive por ser o berço de grandes filósofos como Sócrates, Platão e

Aristóteles. Dado o seu grande prestígio, Atenas era frequentemente visitada por pessoas de

diferentes povos e culturas, que, por sua vez, compartilhavam desde conhecimentos até

crenças. Estudiosos estimam que em Atenas haviam mais deuses que pessoas, se tratando,

portanto, de um povo politeísta.


O missionário e professor Don Richardson, em seu livro intitulado “Fator

Melquisedeque”, demonstra o seguinte fato histórico: no séxto século antes de Cristo, a

cidade de Atenas fora acometida por uma terrível praga, de maneira que nenhum de seus

deuses conseguiu aplacar tal dano. Por isso, um homem trazido da ilha de Creta, chamado

Epimênides, que orientou ao conselho de Atenas que ovelhas famintas logo ao amanhecer

fossem soltas pelos pastos, e as que não se alimentaram tiveram seus lugares marcados

para ali construírem altares onde seriam sacrificadas.

Feito o sacrifício, a praga foi sanada. Tal acontecimento tanto impressionou os

atenienses que estes quiserem reverenciar o Deus que os atendeu. Porém, sendo um Deus até

então desconhecido por eles, assim mesmo o referenciaram. Séculos depois, o apóstolo Paulo

estava ali, naquela mesma cidade, ocupada por inúmeros deuses novamente. Diante da

oportunidade de anunciar o Deus único, ele passa e observa o altar “ao Deus desconhecido”;

o Deus que talvez por conta de tanta superstição e religiosidade foi menosprezado por eles.

Então, Paulo é levado ao areópago de Atenas, lugar instituído como uma espécie de

tribunal onde os gregos se reuniam para discutir as grandes questões da sociedade e da

religião. O apóstolo falava sobre Cristo e a ressurreição, e por isso os atenienses se

interessaram por ouvi-lo, já que, como Lucas afirma, eles não cuidavam de outra coisa que

não dizer e ouvir alguma novidade. Tal cenário em parte se assemelha aos dias atuais.

Consideremos, portanto, o que isso pode nos causar.

Apesar desse fato ter ocorrido há séculos atrás, hoje em dia também é comum a

propagação de diferentes rituais e ações que, de algum modo, podem nos conceder alguma

bênção específica. Mediante o advento da globalização e mais especificamente da internet,

tornou-se muito fácil e acessível o compartilhamento de ensinamentos propriamente

humanos, que nada tem a ver com a vontade de Deus. Disse Jesus como advertência aos

escribas e fariseus (Mt. 15:9): “Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são

preceitos dos homens”.

É preciso então nos atentarmos à possibilidade de estarmos desconhecidos do Deus

verdadeiro em meio a tantas superstições; se em meio a tanta novidade, informações e

narrativas diversas, nos tornamos meros religiosos nos dias de nossa vida. Para isso, essa

atenção deve verificar o exercício do maior dos mandamentos: “Amarás o Senhor, teu Deus,

de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo o teu entendimento”,
pois, como disse Jesus (Mt. 22:36-40), desse primeiro mandamento depende toda a lei e os

profetas, seguido pelo mandamento de amar ao próximo.

Como o próprio Cristo referenciou, o profeta Isaías (29:13) já advertia: “Porque o

Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra,

mas o coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em

mandamentos de homens, que aprendeu de cor”. Então, na cidade de Atenas, Paulo

proclama: “Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio”. Como

Salomão observou (Ec. 1:11): “Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas

que hão de ser também depois delas não haverá lembrança, nos que hão de vir depois”.

De fato, o altar servia como memorial dos feitos do Senhor em prol daquela cidade e

daquele povo no passado, mas infelizmente só servia para isso. O povo de Atenas dos tempos

de Paulo já não tinha o mesmo temor dos tempos passados. As palavras de Paulo aos

romanos (1:21) são pertinentes em relação a isso: “Tendo conhecido a Deus, não o

glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e

o seu coração insensato se obscureceu”.

Ainda hoje existem lugares onde Deus tem sido apenas “mais um”: uma tentativa,

uma opção, uma alternativa para alcançar determinada dádiva. Aqui as palavras do

escritor Don Richardson (1995) cabem bem: “Uma vez que os homens rejeitam o Deus único,

onisciente, onipotente e onipresente, preferindo divindades menores, eles finalmente

descobrem - para a sua frustração - que um número infinito de divindades inferiores é

necessário para preencher o espaço deixado pelo Deus verdadeiro”. Ele é o EU SOU: EU SOU O

QUE SOU (Êxodo 3:14).

Em meio a um mundo tão dinâmico, tantas necessidades e pretextos, Deus tem se

tornado apenas mais um meio para alcançarmos favores? Não é essa a vontade do Senhor.

Como disse por intermédio do profeta Isaías: “O boi conhece o seu dono, e o jumento a

manjedoura do seu dono; mas o meu povo não conhece, não tem entendimento”. Disse o

apóstolo João (1:9,10): “Ali estava a luz verdadeira, que alumia todo homem que vem ao

mundo, estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu”.

Salmo 117: “Louvai ao SENHOR, todas as nações; louvai-o todos os povos. Porque a sua

benignidade é grande para convosco,e a verdade do SENHOR é para sempre. Louvai ao

SENHOR!”
DESENVOLVIMENTO
Salomão já havia constatado: “Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo?

Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós” (Ec. 1:10). Mesmo que o relato de Lucas

sobre o ocorrido em Atenas se situe em séculos atrás, ainda hoje há uma populosa “Atenas”

do século XXI. Diante disso as palavras do apóstolo chamam nossa atenção quanto ao

conhecimento de Deus em nossos dias, e, para isso, declaram três fatos muito importantes

para o entendimento de quem Ele é: O primeiro, acerca do Deus que é o criador; o segundo,

acerca do Deus que também é o sustentador de sua criação; e o terceiro, acerca do Deus que

também é o salvador.

Assim vejamos o que a partir do texto podemos aprender sobre isso:

Deus Criador
Como está escrito (Gn 1:1): “no princípio criou Deus os céus e a terra”. Interessa saber

que, no original hebraico, o verbo “criar” vem de “bará”, que significa “criar a partir do

nada”. Assim destaca o autor da carta aos Hebreus: “Pela fé, entendemos que os mundos,

pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é

aparente”. O artífice a partir do barro até pode moldar algum utensílio, e a partir da

madeira ou da pedra pode esculpir o que desejar. Todavia, criar a partir do nada somente

Deus o pode fazer.

Em sua carta aos Romanos o apóstolo Paulo chama a atenção: “Porque as suas coisas

invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se

entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem

inescusáveis”. Mesmo o mais cético dos cientistas não pode negar a complexidade e exatidão

do universo visível. Desde a formação das galáxias até a composição do DNA humano,

absolutamente tudo segue uma harmonia incompreensível à mente humana. Isso nos leva a

pensar: Quão grandioso é Deus!

Quando Jó caiu em estado de miséria, em meio a suas considerações sobre si mesmo

diante do Criador, foi então por Ele confrontado. Ao lermos do capítulo 38 ao 41 de seu livro,

podemos notar a insondável sabedoria de Deus presente em sua criação quando faz uma

sequência de perguntas que Jó não pôde responder: “Onde estavas tu quando eu fundava a

terra? Faze-mo saber se tens inteligência?”. Quem seria capaz de explicar como a partir do
nada surgiram os luminares celestes, as plantas, os animais?! Como poderia Jó saber da

criação sendo ele mesmo uma criatura de Deus?

Havendo o Senhor plantado o Jardim do Éden, lá colocou o homem para o lavrar e

cuidar. O primeiro homem do mundo foi formado a partir do pó, e Eva, a primeira mulher, a

partir da costela de Adão. Como está escrito (Gn. 1:27): “E criou Deus o homem à sua imagem;

à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”. Sob esse entendimento Paulo afirma:

“Porque Nele vivemos, nos movemos, e existimos”. Sob a ordenança de Deus é que estes

cresceram e se multiplicaram sobre a terra (Gn. 1:28), e posteriormente, foram espalhados

pela terra.

Como disse o salmista: “Os céus declaram a Glória de Deus e o firmamento anuncia as

obras de Suas mãos”. Ao nos atentarmos a isso não há como negar a existência de um poder

criador. Sendo Deus o criador, todas as coisas a Ele pertencem (Dt. 10:14), de maneira que o

apóstolo Paulo em seu discurso afirma: “Para que buscassem ao Senhor, se porventura,

tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós”, e as Sagradas

Escrituras advertem (Is. 55:6,7): “Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar; invocai-o

enquanto está perto”.

Deus Sustentador
Em seu sermão aos varões atenienses Paulo afirma que o Deus também é o

sustentador da vida quando diz: “Pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e

todas as coisas”; “Porque Nele vivemos, e nos movemos, e existimos”.

Por ocasião da declaração que o Senhor faz por meio do profeta Jeremias, de com a

Casa de Israel e a de Judá fazer uma nova aliança, Ele a garante da seguinte forma: “Assim

diz o Senhor, que dá o Sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para a luz da

noite; que fende o mar, e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o Seu nome. Se se

desviarem essas ordenanças de diante de Mim, diz o Senhor, também a descendência de

Israel deixará de ser uma nação diante de Mim para sempre”. Pergunto: algum dia o sol

deixou de nascer? Não.

Quando Deus se manifesta a Jó dum redemoinho e lhe faz uma série de

questionamentos, confirma que Ele mesmo é quem impõe limites aos mares (Jó 38:8-11): “E

estabeleci sobre ele o Meu decreto e lhe pus portas e ferrolhos, e disse: até aqui virás, e não
passarás adiante, e aqui cessará o orgulho das tuas ondas”. Sendo o Senhor quem controla

mesmo a corrente das águas, também é aquele que tem o domínio do exército das estrelas,

chamando cada uma pelo nome (Is. 40:26). Dada a infalibilidade de Sua Palavra e Seu grande

poder, tudo permanece em seu devido lugar desde que foi criado.

Ao responder Jó dum redemoinho, assim diz o Senhor (38:39,41): “Caçarás tu a presa

para o leão; saciará tu a fome dos leõezinhos, quando estes estão à espreita? Quem prepara

aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes clamam a Deus, quando se agitam

famintos por falta de comida?”. Por ocasião dessas interrogativas, as palavras do próprio

Cristo são esclarecedoras ao fazer a seguinte afirmação: “Olhai para as aves do céu, que não

semeiam, nem colhem, nem ajuntam celeiro; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não sois vós

de muito mais valor que elas?”

É interessante ainda a menção do apóstolo à respiração, já que esta, sendo uma

necessidade tão vital, é também alusiva ao princípio da vida humana: “Formou o Senhor

Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito

alma vivente” (Gn. 2:7). O SENHOR é quem dá a respiração ao povo que na terra habita e o

espírito aos que sobre ela andam (Is. 42:5), de modo que, como disse Eliú (Jó: 34:14,15): “Se Ele

pusesse o seu coração contra o homem, e recolhesse para si o seu espírito e o seu fôlego, toda

a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (Jó: 34:14,15).

Mesmo a ciência comprova que o simples ato de respirar, lenta e profundamente,

prestando atenção unicamente nisso, pode reduzir circunstanciais índices de ansiedade.

Maravilhoso o entendimento de que algo tão natural pode produzir tamanha calmaria em

meio as impetuosas ondas emocionais que se formam em nosso ser. Em sua primeira carta o

apóstolo Pedro (5:7) ressalta: “lancem sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem

cuidado de vós”. Ora, se ainda temos vida e ainda respiramos é porque Deus nos sustenta, e,

por isso mesmo, Ele não está longe de cada um de nós.

Deus Salvador
O Deus que cria e sustenta a sua criação também é o Deus que a salva. Como por sua

vontade há dia e noite a seu tempo, assim também acontece com o Seu desígnio de redenção

(Jr. 33:20-26). Ele mesmo, segundo seu grande poder, restaurou o mundo corrompido

mediante a queda do homem, de maneira que, para isso, enviou Seu filho. Paulo escrevendo
aos colossenses (1:16) afirma: “Porque Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e

na terra, visíveis ou invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam

potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele”.

Paulo demonstra em suas palavras que o então Deus desconhecido é o criador e o

sustentador da criação para assim introduzir aos supersticiosos atenienses a salvação do

homem em Cristo Jesus. Assim, argumentativamente defende: “Sendo nós, pois, geração de

Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à

pedra esculpida por artifício e imaginação de homens”. A saber, por ocasião do pedido de

Filipe para que lhe mostrasse o Pai, Jesus afirma: “Estou a tanto tempo convosco, e não me

tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai”.

“E O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do

Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade”, assim declara o apóstolo João. Sabe-se que, pelo

poder de sua Palavra, Deus realizou sua obra criadora. Ao dizer “haja luz”, houve luz;

“Apareça a porção seca”, e assim foi. Entretanto, para criar o homem não usou somente o

poder de sua palavra, mas disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa

semelhança”. Assim formou Deus o homem do pó da terra e o tornou alma vivente soprando

o fôlego de vida em suas narinas.

Contudo, o homem por sua desobediência perdeu a comunhão pessoal que tinha com

Deus no Jardim do Éden, assim como passou a sofrer todas as consequências decorrentes do

seu pecado. Ora, porque Deus criaria e sustentaria toda a sua criação mesmo ciente da

corrupção humana? Nesse sentido, João demonstra a preeminência da obra redentora do

Pai por meio de seu Filho: “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi

feito se fez”. De fato, a razão para isso é justamente porque “Ele é antes de todas as coisas, e

todas as coisas subsistem por Ele” (Cl. 1:17).

O fato de o Senhor Deus decidir formar o homem a sua própria semelhança chama

atenção se pensarmos sobre a relevância de assim ser. Ora, o Pai ao dizer “façamos o homem

à nossa imagem” revela a presença de outro ser durante a criação, e fazendo menção a isso é

que o apóstolo João se refere a Jesus: “No princípio era O Verbo, e O Verbo estava com Deus, e

O Verbo era Deus”. Ele estava presente na criação e se fez carne, para consumar o propósito

pelo qual O Cordeiro estava preparado desde a fundação do mundo, uma vez que “foi do

agrado do Pai que toda a plenitude Nele habitasse” (Cl. 1:19).


Então, Paulo declara: “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de

julgar o mundo, por meio do homem que destinou”. O que se havia corrompido em Cristo

Jesus recebe a oportunidade de redenção, para que Deus, “havendo por Ele feito a paz pelo

sangue da sua cruz, por meio Dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que

estão na terra com as que estão no céu” (Cl. 1:20). O Verbo encarnado, aquele que junto ao Pai

participou da criação e sem Ele nada do que foi feito se fez, é a razão pela qual todas as

coisas foram criadas e até hoje permanecem.

Cristo Jesus ao ser ressuscitado demonstra que homem outrora morto em suas

ofensas agora pode reviver mediante a justiça de Deus cumprida na cruz do Calvário. Por

isso o homem não deve se apegar às imagens de fundição esculpidas por artifício e

imaginação humana, já que somente em Cristo Jesus o homem pode ver ao Pai. Por isso

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto”, em Cristo Jesus,

pois agora pelo seu sangue vertido na cruz do Calvário os que estavam longe podem se

achegar (Ef. 2:13).

O mundo há de ser julgado em justiça, e por isso em favor de nós Deus fez pecado

aquele que não conheceu pecado, para que, Nele, fôssemos feitos justiça de Deus (2Co. 5:21).

Assim o homem tem uma maneira de escapar da condenação eterna, “portanto, agora,

nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a

carne, mas segundo o espírito”. Ora, a condenação pelo pecado em Cristo Jesus foi cumprida

por meio de sua crucificação, para que o que Nele crê, e em sua ressurreição, possa estar

diante de Deus justificado e redimido.

O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, e o Deus encarnado, feito em

semelhança de homem, reconciliou em si mesmo todas as coisas corrompidas pelo pecado do

homem. Então Paulo, escrevendo a Timóteo em sua primeira carta (2:5:6), afirma: “Porque há

um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a si

mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo”.

CONCLUSÃO
O anúncio
Assim diz o Senhor (Is. 45:5-6): “Eu Sou o Senhor, e não há outro; fora de mim, não há

deuses; Eu te fortalecerei, ainda que tu me não conheças. Para que se saiba desde o nascente
do sol e desde o poente que fora de Mim não há outro; Eu Sou o Senhor, e não há outro”.

Deixemos, pois, todos os altares erguidos por mera superstição e religiosidade. Olhemos

para Cristo Jesus, “o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl.

1:15), o qual disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo. 10.30).

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os

homens, em todo lugar, que se arrependam”. O Deus Eterno, Criador dos céus, da Terra e de

tudo o que há, é o mesmo que sustenta a sua criação pelo poder da Sua Palavra, a qual zela

para a cumprir. Assim declara: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o

enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos,

e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque

grandioso é em perdoar”.

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