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Ele é um homem poderoso que toma decisões que moldam o mundo.

Troy é apenas um servo do prazer. Uma coisa a ser usada. Um brinquedo.

Eles não têm nada em comum, dois homens de mundos diferentes. O


acordo entre eles nunca deveria se tornar qualquer coisa diferente de
conveniência para seu cliente e um trabalho para Troy. Atração e sentimentos
nunca deveriam ter entrado nisso.

Mas o que acontecerá se as regras forem quebradas e Troy se tornar


irremediavelmente viciado em seu cliente?
A mansão era bonita, enorme e meio intimidante.

Troy olhou para os portões altos, respirou fundo e apertou a campainha.


É agora ou nunca1.

—Diga seu nome e profissão—, disse uma voz feminina agradável pelo
interfone.

—Troy,— ele disse, enxugando as mãos suadas nas calças. —Eu sou o
servo e prazer que Mestre Andreas solicitou.

Os portões se abriram. —O Mestre está em seu escritório. Primeiro andar,


segunda porta à esquerda.

Troy seguiu as instruções. Ele mal percebeu o ambiente luxuoso, todos os


seus esforços focados em manter-se calmo.

Ele poderia fazer isso.

Ele poderia.

Ele era um servo de prazer experiente. Ele estudou para isso. Era apenas
um trabalho. Como qualquer outro.

1
Here goes nothing: a tradução literal é “aqui vai nada”, mas é uma expressão similar ao nosso
“agora ou nunca” ou “aqui vou eu”
Tudo bem, não como qualquer outro. Seu novo empregador era um
homem. O sexo do empregador não era um problema em si: como na maioria
dos caluvianos, Troy era bissexual. O problema era ... ele nunca tinha
desempenhado um papel submisso com os homens. A ideia simplesmente não o
atraía. Ele sempre foi o “ativo”, fosse com mulheres ou com homens. É por isso
que ele sempre recusou qualquer oferta de emprego de empregadores homens.

Até agora.

Porra, que bagunça. Ele nunca tinha se metido em uma confusão tão
grande nos vinte e seis anos de sua vida.

A questão era que normalmente Troy teria rejeitado o trabalho


imediatamente assim que soubesse que seu potencial empregador era um
homem. Mas seria extremamente tolo recusar uma oferta de emprego quando o
potencial empregador era um membro do Capitólio. Ele não poderia exatamente
insultar um Mestre Sênior do Capitólio. Isso seria além de estúpido. Suicídio, se
os boatos fossem verdadeiros.

Os amigos de Troy disseram que ele deveria estar lisonjeado por um


homem tão poderoso o ter escolhido. Porque aparentemente foi uma honra.
Certo. É uma honra ter o pênis de um homem poderoso enfiado em seu traseiro.

Uma risada fez cócegas na garganta de Troy, extremamente inadequada


considerando que ele não sentia nenhuma diversão. Porra, ele só podia esperar
ser um servo do prazer de merda que seria despedido em um dia. Esse era o plano
atual de Troy. Tinha que funcionar. Ele não queria ser o brinquedo de outro
homem, não importa o quão poderoso aquele homem fosse. Ele não era um
“passivo”. Ele não tinha um osso submisso em seu corpo. Ele era um top, e um
excelente, Troy disse a ele mesmo.

Ele parou em frente à segunda porta à esquerda, respirou fundo


novamente e bateu.

—Entre—, disse uma voz masculina profunda.

Troy fez o que lhe foi dito.

Ele fechou a porta e se ajoelhou, os olhos no chão. —Mestre,— ele disse


respeitosamente. Pelo menos ele esperava que soasse respeitoso em vez de
arrogante. Troy sabia que ele tinha tendências desrespeitosas quando estava
nervoso.

Ele ouviu passos. Então, um par de sapatos pretos brilhantes apareceu em


sua linha de visão. Calça cinza. Túnicas pretas pesadas. Troy não conseguia ver
mais nada, porque ele não deveria olhar para cima sem receber permissão. Os
servos do prazer eram tão baixos na cadeia alimentar do Alto Hronthar que não
podiam olhar para um Mestre Sênior sem permissão explícita.

Uma mão grande e quente tocou seu queixo e ergueu seu rosto. —Você
pode olhar para mim.

Exalando, Troy ergueu seu olhar.

Ele se viu olhando para um homem alto de idade não identificável. O


homem era bastante jovem para um Mestre. Trinta e cinco ou quarenta talvez?
Ele não era de forma alguma corpulento, mas seus ombros eram largos e havia
uma sugestão de um corpo em forma sob aquelas vestes pretas. Mestre Andreas
não era um homem feio, embora seu rosto fosse um pouco afiado e anguloso
para ser considerado bonito. Seu cabelo vermelho escuro era tão escuro que
parecia quase preto na luz fraca, a barba escura cobrindo sua mandíbula forte.
Olhos castanhos afiados estudavam Troy cuidadosamente. Ele era um homem
notável, para ser honesto. Não o tipo que Troy costumava escolher, obviamente
- ele exalava um ar de comando que praticamente gritava que ele era um top -
mas ainda assim impressionante. Troy tinha olhos, e sexy era sexy.

—Levante-se,— disse o Mestre.

Troy se levantou.

—Dispa-se.

Troy molhou os lábios com a língua. Obrigando-se a manter os dedos


firmes, ele obedeceu e tirou o manto. Ele estava nu embaixo dela, é claro. Os
servos do prazer sempre estavam.

Os olhos escuros do Mestre o percorreram desapaixonadamente.

—Vire.

Troy se virou.

Havia uma pintura na parede. Ele retratou algo abstrato e feio. Troy não
tinha certeza do que ele deveria estar olhando. A arte pode ser estranha assim.

—Por que você está tão nervoso?

Suprimindo o desejo de negar - ele sabia que não tinha esperança de


enganar um telepata tão poderoso. Troy disse: —Você é meu primeiro
empregador do sexo masculino.— Mas o homem provavelmente já sabia disso.
Os mestres podiam acessar todas as informações sobre os servos de prazer,
incluindo seu histórico de empregos. Mestre Andreas não poderia ter deixado
passar que Troy não teve nenhum Mestre masculino nos cinco anos desde que
ele se tornou um servo do prazer.

—Volte.

Troy voltou.

Mestre Andreas o estudou, seu olhar calculando. —Por que você


escolheu ser um servo do prazer se você está com medo do seu trabalho?

Troy quase riu. Iniciados fracassados com sua aparência não tinha muita
escolha na carreira que desejava seguir. Ou melhor, eles foram fortemente
encorajados a escolher esta carreira. E, francamente, até agora, Troy não tinha
se importado com seu trabalho. Era muito bem pago e o sexo era divertido - ele
geralmente não se importava em dar prazer aos Mestres que o contrataram.

Mas isso era diferente.

—Não tenho medo do meu trabalho—, disse ele. —Estou um pouco


nervoso por causa da minha falta de experiência com homens.— Como passivo
para homens, acrescentou mentalmente. Ele tinha ficado com alguns homens no
passado, mas isso tinha sido em seus termos.

Os lábios do Mestre se estreitaram. —Acabei de folhear seu arquivo, não


sabia sobre sua falta de experiência. Isso complica as coisas.

A esperança chamejou dentro dele. —Você ainda pode escolher outro


servo,— Troy disse, tentando não parecer muito esperançoso. —Alguém mais
experiente com homens.
O olhar de Mestre Andreas varreu-o da cabeça ao dedo do pé.

Troy lambeu os lábios, agudamente ciente de sua nudez de uma forma


que ele nunca tinha estado em sua vida. Os servos do prazer foram ensinados a
não ter vergonha de seus corpos. Troy geralmente não se importava que as
pessoas olhassem para ele. Ele sabia que era objetivamente bonito. Todos os
servos do prazer eram, e ele não era exceção. Ele era muito alto e estava em ótima
forma, seu corpo tonificado pelos músculos. As pessoas pareciam gostar da
combinação de olhos verdes sensuais e cabelo castanho bagunçado com reflexos
dourados. Seus lábios vermelho-cereja de formato fino também atraíram a
atenção - as mulheres adoravam quando ele as fodia e os homens adoravam ter
os lábios de Troy em torno de seus pênis antes de fodê-los. Mas agora Troy não
podia deixar de se perguntar o quanto sua aparência atrairia um homem que
queria transar com ele.

Pela primeira vez na vida, ele desejou ser feio.

—Isso não será necessário,— Mestre Andreas finalmente disse. —Você


vai servir.

Agradável.

—Estou apenas preocupado em não ser capaz de atendê-lo de acordo


com seus padrões usuais,— Troy disse, escolhendo suas palavras com cuidado.
Ele não podia se dar ao luxo de ofender este homem.

Os lábios do Mestre Andreas se curvaram. —Meus padrões são baixos.


Tudo que eu preciso é um buraco apertado em volta do meu pau.

Troy teria engasgado se estivesse bebendo algo.


Do jeito que estava, ele olhou para o rosto impassível do homem, incapaz
de acreditar que aquelas palavras realmente tivessem saído de sua boca.

O que ele deveria dizer sobre isso?

—Você sabe como se preparar?— disse o Mestre. —Essa é a única


habilidade relevante de que você precisa ter.

Troy odiava o calor subindo para seu rosto. Porra, ele não era nem mesmo
do tipo que fica vermelho, mas se sentia tão mal aqui. Ele era um homem. Ele fez
a merda. Ele não estava acostumado a ser tratado como um buraco apenas. —Eu
sei—, disse ele com a voz rígida, cruzando os braços sobre o peito. —Mas já se
passaram anos desde o meu treinamento e eu não tive exatamente prática com
meus ex-empregadores.

—Então você terá que praticar. Vou precisar de você à minha disposição
em todos os momentos, sempre pronto para mim. Eu não quero perder tempo
preparando você.

Troy mordeu o interior de sua bochecha, lutando para manter sua


expressão impassível. —Eu não entendo, Mestre. Qual é a urgência?

Mestre Andreas desviou o olhar. —Eu sou um absorvedor.

Troy franziu a testa, tentando se lembrar do conhecimento meio


esquecido que havia sido perfurado nele quando ele era um iniciado. Certo -
muitos dos Mestres tinham dons especiais. Os absorvedores eram telepatas que
podiam sentir os impulsos sexuais de outras pessoas. O presente foi considerado
um dos presentes mais inconvenientes que um telepata poderia ter. Raramente
era útil, e os Mestres que tinham esse talento normalmente não o anunciavam.
Mas agora fazia sentido porque Mestre Andreas precisaria de um servo
do prazer à sua disposição: ele provavelmente estava sexualmente frustrado o
tempo todo por causa de seu dom.

—Meu presente é inconveniente—, disse o Mestre, como se lesse seus


pensamentos. —Isso me distrai do meu trabalho; é por isso que preciso dos
serviços de um servo do prazer. Eu sou um homem ocupado. Não tenho
paciência nem tempo para perder com sexo. Usarei você com frequência, mas
deve levar o mínimo de tempo possível. Eu exijo eficiência. Para isso, você terá
que se manter preparado o tempo todo. Está claro?

Troy deu um aceno cortante. Ainda o surpreendia como aquele homem


conseguia falar sobre sexo - sexo muito frequente - em termos tão secos, como
se estivesse falando sobre uma tarefa desagradável.

Mas, novamente, se Mestre Andreas era um absorvedor, ele


provavelmente já tinha visto de tudo e o sexo apenas o deixava exausto e
entediado.

—Você terá acesso gratuito à minha casa—, Andreas continuou. —Você


pode me acompanhar em minhas viagens de trabalho se eu deixar High
Hronthar por mais do que alguns dias. Mantenha o seu comunicador com você
o tempo todo. Se eu ligar, você corre.

Que filho da puta mandão.

—Sim, Mestre,— Troy disse em uma voz cuidadosamente uniforme.

—Você receberá o triplo da taxa padrão que os servos de prazer


normalmente recebem.
Troy se animou. Triplo? Os servos do prazer eram muito bem pagos do
jeito que estavam, e o triplo da taxa significaria que ele poderia finalmente
comprar o carro aéreo que estava babando há algum tempo. Isso o fez
reconsiderar seu plano de ser demitido.

—Eu acho que é justo, considerando a frequência com que exigirei seus
serviços - você provavelmente ficará mais dolorido do que o normal. Mas tenho
certeza de que você ficará aliviado em saber que não terá que fazer nada fora de
sua zona de conforto. Sou um homem de desejos simples.

Troy quase riu. Nada fora de sua zona de conforto? Ser fodido na bunda
não estava exatamente dentro da sua zona de conforto. Mas, racionalmente, ele
sabia que Mestre Andreas estava sendo totalmente razoável. Alguns Mestres
eram bastardos pervertidos que humilhavam e machucavam seus servos.
Inferno, a Mestre anterior de Troy também era.

Troy estremeceu um pouco, lembrando-se de Mestre Thena. Ela estava


metida em alguma merda realmente perturbadora sobre a qual nem o avisara
antes de assinarem o contrato. Mestre Andreas não poderia ser pior do que ela,
apesar do sexo anal. O que Mestre Andreas estava pedindo parecia bastante
direto. Ele poderia aguentar um pouco de sexo anal desconfortável antes de
Mestre Andreas inevitavelmente percebesse que Troy fosse péssimo como
passivo e demitisse-o.

Não era grande coisa, realmente. No que diz respeito aos empregadores
do sexo masculino, parecia que Troy teve sorte.
Andreas voltou para sua mesa. —Leia o contrato e assine-o—, disse ele,
apontando para o datapad2 sobre a mesa.

Troy foi até a mesa, pegou o datapad e folheou o contrato. Ele podia sentir
a impaciência e a agitação irradiando do outro homem. Ele também podia sentir
seu olhar pesado sobre seu corpo nu.

Ele nunca esteve tão ciente de seu corpo em toda sua vida.

Não seja um idiota, Troy disse a si mesmo, exasperado com sua própria
autoconsciência atípica. O homem provavelmente nem estava olhando para ele.
Ele estava imaginando.

Troy assinou o contrato eletronicamente. —Está feito,— ele disse e se


virou.

Mestre Andreas estava parado perto da janela, de costas para Troy. —O


lubrificante está na gaveta de cima da minha mesa—, disse ele. —Se prepare.

Troy olhou para suas costas.

Simplesmente ... Simples assim? Não que ele estivesse esperando flores e
beijos, mas a completa falta de interesse desse homem por ele era estranha. E
muito insultante, para ser honesto.

Mas ele não disse nada.

Mestre Andreas era o patrão. Troy era apenas um servo. Troy


provavelmente nem mesmo se registrou como uma pessoa para um Mestre de
tão alto escalão. Às vezes fazia Troy frustrado e com raiva, mas ele não era um

2
Um datapad era um pequeno dispositivo eletrônico usado para inserir, armazenar e exibir
informações.
idiota. Claro, era péssimo que ele não tivesse sido considerado bom o suficiente
para se tornar um aprendiz de Mestre, mas não era como se ele fosse um escravo
impotente. Ele sempre poderia quebrar o contrato com seu empregador se ele se
sentisse desconfortável, se houvesse um motivo sério para isso. Não ser tratado
como igual não era considerado um motivo sério. Os membros do ramo de
serviço da Ordem simplesmente não eram iguais aos Mestres. Eles eram cidadãos
de segunda classe. Era apenas do jeito que era.

Troy pegou o lubrificante da gaveta e olhou em volta. Havia um grande


sofá de couro no canto da lareira. Ele caminhou até lá e se preparou
apressadamente, seu rosto quente de vergonha e humilhação. Porra, isso era tão
degradante. Ele era um homem se preparando para o pênis de outro homem. Seu
próprio pênis estava principalmente mole, não havia nada remotamente
excitante sobre a situação. Mestre Andreas era um homem objetivamente
atraente, mas Troy não gostava de ser fodido. Qualquer que seja. Ele não
esperava desfrutar disso. Foi apenas um trabalho. Quanto mais cedo acabasse,
mais cedo ele seria pago. Se Mestre Andreas tratava isso como uma tarefa
desagradável, não havia razão para que Troy não pudesse fazer o mesmo. Alguns
minutos de sexo terrível não eram nada a temer. Não ia doer fisicamente. A única
coisa que doeria seria seu orgulho e masculinidade.

—Estou pronto—, disse ele, puxando os dedos para fora de si. Ele se
curvou sobre o braço do sofá e esperou, olhando para o fogo dançando
alegremente na lareira.

Basta pensar em outra coisa. Feche os olhos e pense no lindo carro aéreo
que vai comprar.
Ouviu passos atrás dele. Então houve o som de um zíper sendo aberto.

Troy prendeu o lábio inferior entre os dentes.

Dedos firmes agarraram seu quadril.

Troy fechou os olhos quando um objeto grosso pressionou contra sua


abertura lisa. Um pau. Em um impulso lento, o homem estava dentro dele.
Totalmente dentro dele. E então ele ficou quieto, deixando-o se ajustar.

Troy respirou. Dentro e fora.

Puta que pariu. Ele teve dildos nele, é claro - todos os servos de prazer
faziam durante seu treinamento. Mas ou ele havia esquecido como eles se
sentiram ou o pênis de Mestre Andreas era muito maior do que os dildos.

Ele tinha um pau dentro dele. O pau de outro homem.

Tudo bem. Ficaria bem. Ele só precisava se dissociar e tratá-lo como o


menor inconveniente que era. Não era grande coisa. Era apenas um ato físico.
Como uma queda de braço. Sério, qual era a diferença entre um pau se movendo
dentro de um cu e uma queda de braço? Muito pouco. Não significava nada…

Os olhos de Troy se arregalaram quando Mestre Andreas começou a se


mover.

Merda. Ok, era um pouco diferente da queda de braço. Era... Era um pau
se movendo em seu cu. Empurrando. Fodendo com ele. Não doeu. Algum
pequeno desconforto que ele sentiu no início agora se foi. Os sons molhados
eram meio mortificantes, embora racionalmente Troy soubesse que era o
lubrificante natural exalado pelo pênis de Mestre Andreas. Ainda parecia que
ele estava molhado. Como um retrocesso, um macho caluviano cujos genes eram
mais parecidos com seus primitivos ancestrais. Ou uma mulher.

—Você está ficando excitado—, observou Mestre Andreas, movendo-se


nele metodicamente.

—O que?— Troy deu uma meia risada, porque era ridículo.

Exceto que ele estava ficando excitado. Por nenhuma maldita razão.

—É uma reação natural ao estímulo—, disse Mestre Andreas. Ele nem


parecia estar sem fôlego, o desgraçado. —Seu canal anal é uma zona erógena.
As terminações nervosas dentro dele são conectadas para dar prazer, se
devidamente estimuladas.

—Podemos, por favor, não falar sobre isso?— Troy gritou, seu rosto
quente. —Apenas vá em frente.

—Cuidado com o seu tom,— Mestre Andreas disse, de alguma forma


parecendo impressionado apesar de seu pênis enterrado no buraco de Troy.

—Apenas vá em frente, Mestre.

Ele meio que esperava ser punido por sua insolência, mas ele podia sentir
algo como diversão emanando do homem atrás dele.

—Muito bem—, disse Mestre Andreas, segurando seu quadril com mais
força. Suas estocadas se tornaram mais rápidas, mais profundas, seu pau
perfurando dentro dele.

Troy ofegou, seus olhos arregalados enquanto ele olhava sem ver a
lareira. Logo, o som de pele batendo contra pele era o único som na sala. O pau
nele parecia ficar mais duro a cada minuto, provocando uma estranha sensação
de insatisfação cada vez que puxava para fora. Porra, parecia ... parecia …

Oh deuses.

Troy se sentiu traído por seu próprio corpo. Ele não gostava de ser fodido;
ele gostava de foder, caramba. Ele não gostava de ser fodido por homens
estranhos. E ainda assim aqui estava ele, mal contendo gemidos desapontados
cada vez que o pênis puxava para fora dele. Foi bizarro - ele nunca gostou muito
de brincadeira quando foi fodido por um consolo durante seu treinamento. Mas
parecia que um verdadeiro pau apegado a um homem que sabia o que fazia,
fazia toda a diferença.

De repente, ocorreu a Troy que o talento de absorção de Mestre Andreas


provavelmente o ajudou a sentir o que era agradável para Troy. Bem, isso foi
apenas trapaça.

—Você não tem que fazer isso bom para mim,— Troy resmungou.

—Você quer sofrer com isso?

—Bem, não - ah - mas não preciso aproveitar isso - ah - para ser pago
por isso.

Mestre Andreas abriu as nádegas com os dedos e puxou o pênis para fora,
deixando apenas a cabeça para dentro.

Troy engoliu um ruído de protesto. Porra, por que ele se sentia tão vazio?
Ele tinha estado bem sem um pênis nele durante toda a sua vida.
—Eu não estou fazendo isso para o seu bem,— o Mestre disse,
provocando a entrada escorregadia de Troy com sua cabeça de pau. —Eu sou
um absorvedor. Quanto mais agradável for o ato para você, mais agradável será
para mim e menos tempo levarei para gozar. É mais eficiente dessa forma.

Eficiente. Tudo bem, isso fazia sentido.

—Tudo bem—, disse Troy, tentando manter seus quadris imóveis e não
empurrando de volta para o pau. Ele tinha seu orgulho, caramba. Só porque seu
empregador o estava forçando a aproveitar isso fisicamente, não significava que
de repente ele era um vagabundo. Este era apenas um trabalho.

—Tão teimoso,— Mestre Andreas murmurou, e finalmente empurrou de


volta para ele.

Um gemido saiu dos lábios de Troy antes que ele pudesse detê-lo. Porra,
como isso é tão bom?

O homem finalmente começou a trepar com ele de verdade, seu ritmo


aumentando, cada vez mais rápido, o som molhado do pau se movendo dentro
de um buraco inconfundível. Troy nunca esteve mais envergonhado e tão
excitado em sua vida.

—Toque seu pênis,— o Mestre ordenou, sua voz ligeiramente sem fôlego,
mas por outro lado perfeitamente no controle.

Troy fez o que ele disse, acariciando com força e rápido no tempo com
as estocadas do homem. Oh merda, aí. Porra, tão bom. Ah-
Ele gozou com um pequeno gemido estrangulado, apertando em torno
de seu pênis. Seu prazer pareceu empurrar o Mestre sobre a borda, e ele
estremeceu e se derramou profundamente dentro de Troy.

Porra.

Puta que pariu.

Outro homem tinha acabado de gozar em sua bunda. Dentro dele.

Troy olhou para a lareira com olhos arregalados e atordoados, incapaz


de acreditar que realmente tinha acontecido. Incapaz de acreditar o quanto ele
gostou.

Mestre Andreas soltou um suspiro de satisfação e saiu dele.

Troy estremeceu, a sensação estranha. Seu buraco estava com dor e


dolorido, mas também vagamente vazio, o que não era uma sensação
confortável.

—Você está dispensado.

Troy vestiu-se apressadamente e saiu da sala, com as pernas instáveis e


o rosto muito quente.
Dez dias depois, Troy estava sentado na cama de seu quarto na casa do
Mestre Andreas, tentando se concentrar no vídeo-chamada com Gemma, a linda
aprendiz com quem ele flertava há algum tempo.

Mas não importava o quão linda Gemma era ou quão interessante a


história que ela estava contando a ele era, ele simplesmente não conseguia se
concentrar.

O plug em seu rabo era realmente uma distração, quase tão perturbadora
quanto o pensamento de que haviam se passado horas desde a última vez que
ele atendeu seu Mestre. Ele provavelmente seria convocado em breve. Ele não
queria que Gemma ouvisse isso. Enquanto ela estava ciente de que ele era um
servo do prazer, Troy não disse a ela que ele estava servindo a um Mestre. Ele
não tinha certeza de quão bem ela aceitaria. Talvez não fosse um problema para
ela, mas porra, seria tão humilhante se a mulher de que ele gostava descobrisse
que Troy estava falando com ela com um plug na bunda porque seu empregador
ordenou que ele o usasse para mantê-lo e o esticava em todos os momentos para
seu pênis.

Mestre Andreas não estava exagerando quando disse que usaria os


serviços de Troy com frequência. A segunda vez aconteceu cinco horas depois
da primeira vez fazendo sexo. Apesar de chamar o eficiente, impessoal ato “sexo”
parecia em grande parte impreciso. Mestre Andreas apenas o curvou sobre a
mesa e o usou da mesma maneira séria, mal tocando o corpo de Troy. Seu Mestre
gostava de eficiência. E frequência. O “sexo” geralmente acontecia três vezes ao
dia, às vezes com mais frequência se Mestre Andreas estivesse mais perto de
outras pessoas.

A pior parte foi que, apesar da maneira impessoal que seu Mestre adotou,
ele ainda de alguma forma conseguiu fazer Troy aproveitar o ato, o ato de levar
um pau no traseiro.

Troy sentiu seu rosto ficar quente, seu buraco apertando em torno do
plug nele involuntariamente. Ele fez uma careta com a sensação. O plug não era
tão ruim, apenas um pouco desconfortável, às vezes de um jeito bom. Ele não
odiava, mas também não amava, pelo menos não do jeito que seu corpo traidor
parecia amar assustadoramente o pau grosso de seu Mestre. O pau do Mestre
Andreas estava duro, mas a textura era macia e confortável e ...

De qualquer forma. Fazia três horas e meia desde a última vez. Ele
provavelmente deveria encerrar sua conversa com Gemma antes de ser
convocado. Isso tornaria as coisas estranhas.

—Uh, eu tenho que ir,— Troy disse distraidamente.

O rosto de Gemma caiu.

Dez dias atrás, a confirmação de que uma mulher tão linda estava a fim
dele teria enviado Troy às nuvens, mas agora ele não conseguia apreciá-lo
adequadamente, muito distraído com a perspectiva de ser fodido em breve.

Troy suspirou e se jogou na cama assim que eles se despediram.


Ele não gostou. Ele não gostava que seu corpo tivesse se tornado tão
acostumado a fodido na bunda que agora ele realmente... meio que ansiava por
isso. Troy gostaria de poder se desligar do ato, tratá-lo apenas como um trabalho,
era um trabalho, afinal. Mas ele não conseguia. Por mais que tentasse, ele não
conseguia se desligar e ignorar o pau sendo enfiado nele a cada poucas horas.
Ele estava acostumado a isso agora. Acostumado a isso, não ter um pau nele
começou a parecer estranho. Troy supôs que era verdade que alguém poderia se
acostumar com qualquer coisa, mesmo sendo o brinquedo de um homem frio e
insensível.3

Considerando todas as coisas, poderia ter sido pior. Muito pior. Noel, um
colega servo do prazer de sua idade, estava servindo a um velho Mestre que
parecia ter idade para ser seu avô. ECA. Levando em consideração quanto tempo
os caluvianos viviam e quão lentamente eles envelheciam, Troy nem queria
pensar sobre a idade do Mestre de Noel. Pelo menos o Mestre de Troy era
relativamente jovem e viril e ... nada mal de se olhar. Não que Troy tivesse visto
muito Mestre Andreas: o homem nem mesmo se despia, apenas o curvava e
puxava seu pau para fora. Ele realmente tratava o sexo como uma tarefa
desagradável que estava impaciente para acabar com ela.

Como se fosse uma deixa, seu comunicador soou.

Empurrando em uma posição sentada, Troy atendeu.

—Meu escritório—, disse Mestre Andreas antes de desligar.

3
Como sempre digo “o porco se acostuma com a lama”
Troy se levantou e desceu, tentando ignorar o fato de que seu pau já
estava um pouco duro. Ele bateu na porta do escritório do Mestre antes de entrar.

—Você me queria, Mestre?— ele disse, olhando para o homem sentado


atrás da mesa. Mestre Andreas parecia estar trabalhando, seu olhar no holodata
à sua frente.

—Sim,— o Mestre disse, sem nem mesmo olhar para ele. —Venha aqui.
Use sua boca.

O estômago de Troy embrulhou. Até agora, seu empregador nunca havia


solicitado isso, preferindo apenas transar com ele por trás. Troy tinha chupado
alguns paus quando ele ficou com homens, e ele não tinha objeções em dar um
boquete. Portanto, isso deveria ter sido um alívio.

Então por que não foi? De onde vinha essa ... decepção? Ele não poderia
estar desapontado porque ele não iria ser fodido desta vez, certo? Certo?

Afastando-se do pensamento perturbador, Troy caminhou até o homem


mais velho e caiu de joelhos na frente dele. Ele desabotoou as calças de Mestre
Andreas e puxou seu pau já duro.

Oh.

Troy lambeu os lábios. Ele nunca tinha visto tão de perto. Era um grande
pau, se ele fosse honesto. Ele desejou ter um pau tão bom. Não que seu próprio
pênis fosse pequeno, não era, mas este era ...

—Vá em frente,— disse uma voz serena.


Troy continuou com isso. Ele começou lambendo o pau como um pirulito
gigante, se acostumando com o gosto e a sensação dele.

Ele olhou para Mestre Andreas de vez em quando, mas o bastardo frio
ainda não tinha parado de ler algo em seu datapad enquanto Troy chupava seu
pau, o que era ... meio que um insulto. Isso irritou Troy, então ele redobrou seus
esforços, determinado a obter uma reação.

A parte de chupar pau estava pelo menos bem. O pênis de Mestre


Andreas tinha um gosto bom. Era bom e grande, mas não de forma intimidante.
Era um tamanho perfeito, com um formato muito bonito também. Troy
cantarolava em torno do pênis em sua boca, balançando a cabeça para cima e
para baixo no comprimento do Mestre, seus ruídos eram o único som na sala.
Ele olhou para cima e viu que Mestre Andreas o estava observando agora,
embora tenha olhado para seu datapad assim que Troy ergueu os olhos.

Antes que Troy pudesse se perguntar sobre isso, houve uma batida na
porta.

—Entre—, disse Mestre Andreas.

Os olhos de Troy se arregalaram. Ele tentou puxar o pau, mas uma mão
pesada em sua cabeça o impediu. —Continue chupando—, murmurou Andreas,
com a atenção voltada para o recém-chegado.

Troy olhou para ele indignado, seu corpo ficando quente de vergonha, e
algum outro sentimento que ele não conseguia nomear. Mas ele obedeceu e
voltou a chupar, tentando desligar a conversa entre Mestre Andreas e o outro
Mestre, Mestre Zaid.
Porra, como ele deve se parecer, de joelhos na frente da cadeira de Mestre
Andreas, chupando seu pau na presença de outro homem? Ele nunca se sentiu
tão castrado. Ele se sentia como uma coisa. Um aquecedor de pau.

—Legal,— Mestre Zaid comentou preguiçosamente e levou um


momento para Troy perceber que ele estava falando sobre ele. —Você vai
compartilhar, Andreas? Eu poderia usar uma boca em volta do meu pau também.

Troy ficou tenso. A rigor, um Mestre poderia compartilhar os serviços de


seu servo com outro: não era proibido por contrato.

Foi bom. Isso seria bom. Não havia razão para seu estômago se revirar
assim. Que diferença isso fez, realmente? Um pau era um pau.

Mas não importa o que ele disse a si mesmo, a pequena e estúpida parte
dele que um dia sonhou em ser escolhido por um Mestre como aprendiz evitou
a ideia de ser uma coisa tão insignificante que seu Mestre poderia simplesmente
emprestar para outro. Foi estúpido e irracional pra caralho; Troy sabia disso. Mas
isso não mudou como ele se sentia.

Mestre Andreas enterrou os dedos no cabelo de Troy e puxou


ligeiramente, fazendo-o olhar para cima. Olhos escuros o estudaram
atentamente, os dedos acariciando a protuberância de seu próprio pênis através
da bochecha de Troy.

—Devo emprestar você ao Mestre Zaid?— Andreas disse em uma voz


calma e casual, como se estivesse se perguntando em voz alta, mas sua expressão
era afiada. Havia algo naqueles olhos castanhos que fez Troy pensar que ele não
era tão indiferente à ideia quanto parecia.
Troy queria dizer não. Ele queria, mas sabia que não era realmente uma
pergunta. Ele havia renunciado ao seu direito de dizer sim ou não. Além disso,
se ele dissesse isso, Mestre Zaid provavelmente ficaria ofendido, ele era famoso
em High Hronthar por sua crueldade e senso de humor perverso. Você não o
quer como seu inimigo.

Então ele permitiu que seus instintos o guiassem: ele deixou o pênis de
Andreas escorregar de sua boca e pressionou sua bochecha contra ele, olhando
para seu Mestre por baixo de seus cílios abaixados. Ele arrastou os lábios contra
o comprimento do vazamento. Eu quero o seu pênis, Mestre, ele pensou tão alto
quanto pôde, esperando que captasse seus pensamentos.

Apenas seu.

As narinas de Mestre Andreas dilataram-se.

Ele empurrou seu pênis de volta na boca de espera de Troy. —Eu exijo
seus serviços somente para mim mesmo, Zaid,— disse ele, seus dedos
enterrando-se no cabelo de Troy e empurrando-o contra seu pênis. Seu escuro
olhar permaneceu em Troy, sem poupar o Mestre Zaid sequer um olhar.

Mestre Zaid disse algo, mas Troy não conseguia mais ouvir, seus olhos
presos nos de seu Mestre enquanto sua boca era completamente usada. Porra,
havia algo tão vergonhoso, tão sujo nisso.

Troy fechou os olhos, perdendo-se na sensação de um pênis se movendo


dentro de sua boca, esticando bem os lábios. Ele desligou-se completamente da
conversa na sala, focando apenas nos dedos de Mestre Andreas acariciando seu
cabelo enquanto ele fodia sua boca. Parecia ... Era bom. Ele não conseguia se
lembrar da última vez que alguém o tocou com tanta gentileza. Como todos em
High Hronthar, ele era um órfão sem família e, embora tivesse alguns amigos,
eles não eram realmente o tipo de pessoa que se tocava. Ser tocado desta forma
... sentindo dedos fortes arranhando seu couro cabeludo ... era tão bom. Tão
agradável. Tão diferente de suas Mestres femininas, elas queriam que ele os
tocasse, e raramente eram muito afetuosas.

Troy mal registrou a saída do Mestre Zaid, todos os seus sentidos focados
nos dedos em seu cabelo e no pênis em sua boca. Ele estava quente. Muito quente.

—Suba aqui—, disse Mestre Andreas. —Eu quero terminar na sua


bunda.

Desgostantemente ansioso, Troy tirou o manto e subiu no colo do homem.


Olhos escuros percorreram seu corpo nu, ilegíveis, mas intensos, demorando-se
em seu pênis duro. Levou seu Mestre apenas um momento para puxar o plug em
sua bunda e substituí-lo por seu pênis.

A boca de Troy caiu aberta em um gemido silencioso enquanto ele estava


cheio até a borda, o pênis nele esticando-o tão malditamente bem.

Talvez ser o servo do prazer deste homem não fosse tão ruim, afinal.

Foi seu último pensamento por um longo tempo.


Troy não tinha certeza do que dizia sobre ele que ele não conseguia se
lembrar da última vez que dormiu em seu apartamento. Fazia um mês desde que
ele começou a atender Mestre Andreas, e ele honestamente lutava para se
lembrar da última vez que passara mais do que algumas horas por dia em seu
apartamento no Distrito Um. A mansão de Mestre Andreas no distrito de Masters
era o lugar onde ele passava a maior parte do tempo agora, então fazia sentido
mover algumas de suas coisas para seu quarto lá. Apenas por conveniência, é
claro. Simplesmente não era prático deixar suas coisas em seu apartamento e
voltar constantemente para lá se ele precisasse de alguma coisa.

Além disso, Mestre Andreas não parecia se importar ou se importar


muito com o que Troy estava fazendo, contanto que ele o atendesse bem e
frequentemente. E Troy definitivamente o atendia bem e com frequência.

Seu plano de ser despedido já estava esquecido há muito tempo. O


trabalho estava ... bom. Essa era a palavra, sim.

—Ah, ah, aí,— ele gemeu no tapete enquanto o pênis de Mestre Andreas
bombeava para dentro e para fora dele.

Eles estavam no chão da sala. Eles não conseguiram chegar ao quarto,


Mestre Andreas estava com ele no momento em que ele chegou em casa,
parecendo visivelmente agitado. Isto era uma coisa boa que Troy ainda estava
desleixado e esticado de sua foda anterior, ele nem mesmo precisava usar o plug
esses dias, então tudo que precisou foi para seu Mestre puxar seu pênis para fora
e levantar o manto de Troy.

Uma mão firme apertou sua nuca, pressionando o rosto de Troy com mais
força contra o tapete exuberante. O pau duro dentro dele empurrou para dentro
e para fora, o corpo de Mestre Andreas sólido e pesado em cima dele. Parecia,
deuses, indescritível. A espessura nele, a firmeza daquele pênis, esticando-o, o
peso deste homem em cima dele. Parecia tão emasculante, mas tão, tão bom.
Lamentos agudos deixavam sua boca a cada estocada, seu pênis doendo, suas
bolas pesadas entre as pernas enquanto Mestre Andreas o fodia com força.

—Você ama isso,— o Mestre afirmou em uma voz tão baixa que soou
como um rosnado. Ele apertou o pescoço de Troy e parou de empurrar. —
Admita.

—Eu amo isso,— Troy balbuciou, incoerente com a necessidade de ser


fodido, mais profundo, mais. —Mova-se, vamos.

—Implore.

Um mês atrás, ele teria recusado. Ele teria zombado. Um mês atrás, ele
não estava tão viciado nesse sentimento.

—Por favor,— Troy disse, tentando se empalar no pênis. —Por favor, dê


para mim, Mestre. Por favor por favor por favor.

E Mestre Andreas deu a ele.

Com seu peso totalmente em cima de Troy agora, ele empurrou de volta
em seu buraco desleixado e começou a foder forte e rápido.
E Troy se perdeu completamente, gemendo de pura felicidade. Sim Sim
Sim

Ele gozou com tanta força que viu estrelas, e então gozou novamente
quando sentiu seu Mestre gozar também, ou pelo menos foi o que pareceu. Ele
suspirou em êxtase, o ciclo telepático de prazer quase demais. Isso vinha
acontecendo com mais frequência ultimamente, o prazer de Mestre Andreas
sangrando por seus escudos mentais.

Ou talvez fossem os escudos mentais de Troy que estavam ficando


comprometidos. Talvez ele tenha ficado muito confortável com este homem que
deixou sua guarda escorregar.

O pensamento era um pouco alarmante, mas não o suficiente para


penetrar através da névoa de felicidade na mente de Troy.

Ele mal parou de gemer quando Mestre Andreas começou a puxar para
fora dele. Ele sempre odiou essa parte. Isso o deixou se sentindo vagamente vazio
e errado. Sem mencionar que assim que o Mestre puxou seu pênis para fora dele,
as funções cerebrais superiores de Troy voltaram e ele começou a se sentir
envergonhado pela maneira como se comportou. Como o pior tipo de vagabunda
por pau. Porra, o que estava acontecendo com ele?

—Eu não sei por que você faz isso com você mesmo—, disse Mestre
Andreas, rolando de cima dele e suspirando de contentamento.

Troy rolou de costas também e olhou para o teto. —Faz o que?

—Sentir-se envergonhado com a resposta natural do seu corpo a mim.


Troy fez uma careta, suas bochechas quentes. Não havia nada de natural
sobre a maneira como ele se transformou em uma escória para o pau de seu
empregador.

—É simplesmente estranho,— ele disse, passando a mão pelo cabelo


bagunçado. —Eu não gostava de ser fodido. Até você. Mas agora estou todo... —
Ele deu de ombros, incapaz de dizer isso. —É estranho.

Mestre Andreas se apoiou em um cotovelo e colocou a mão no queixo de


Troy, forçando-o a virar a cabeça para ele.

Troy obedeceu, com relutância.

Olhos castanhos escuros o estavam estudando de uma forma que fez Troy
se sentir desconfortável. Transparente.

—Por que você acha que receber sexo com penetração é degradante? É
apenas sexo. Isso não o torna inferior apenas porque você não desempenha um
papel dominante.

Troy zombou, incapaz de sustentar seu olhar. —Fácil para você dizer. Por
que você não me deixa te foder, então?

Mestre Andreas encolheu os ombros. —Eu experimentei quando era


jovem e não achei nada agradável. Mas você acha. Muito mesmo.

Olhando para ele sem entusiasmo, Troy mordeu o interior de sua


bochecha. —Eu não sou ...— Ele parou, odiando-se um pouco por sua
incapacidade de mentir para este homem. —Eu sempre quis ser escolhido por
um Mestre,— ele disse baixinho, fixando os olhos no ombro de Mestre Andreas.
—Como um aprendiz, obviamente. Sou um telepata de classe 4, muito forte.
Meus instrutores disseram que iniciados como eu geralmente são escolhidos. Eu
pensei que era bom o suficiente. — Ele sorriu, esperando que não parecesse
muito amargo. —Mas eu não era. Nenhum Mestre me escolheu como seu
aprendiz, então acabei no departamento de manutenção. — Ele olhou para o teto
novamente. —Quando o Coordenador sugeriu que eu me daria bem como servo
do prazer, pareceu uma piada, sabe? Mudando de minhas ambições de ser um
Mestre algum dia para ser um brinquedo para vários Mestres. Foi muito
desanimador, eu acho. — Troy riu. —Eu não queria ser um servo do prazer. Mas
descobri que meus talentos eram limitados até mesmo como servo. Eu não tinha
aptidão para nenhum outro trabalho no departamento de manutenção. Então,
no final, eu tive pouca escolha além de me tornar um servo do prazer.

Também havia a opção de deixar High Hronthar inteiramente e ir morar


com os forasteiros, mas essa opção tinha sido muito assustadora. Iniciados
fracassados não eram forçados a permanecer na Ordem, mas partir significava
cortar todos os laços com sua antiga vida. Troy não gostou da perspectiva de ter
suas memórias apagadas e nunca mais ver seus amigos aqui novamente.

—Então, sim,— Troy disse com um sorriso torto. —Não é como se eu


tivesse muitas outras opções. E o trabalho não é tão ruim assim. É apenas sexo.
Eu sou bom em sexo. Mas eu fiz a mim mesmo uma promessa de que manteria
algum grau de controle, mesmo que seja uma ilusão de que eu nunca ... —Ele se
calou, sentindo-se profundamente desconfortável. Ele já havia dito mais do que
jamais disse a ninguém.

—Eu vejo.
Quando Troy finalmente encontrou coragem para olhar para ele, o olhar
de Mestre Andreas estava fixo nele com uma expressão estranha e suave que
Troy não conseguia ler.

—Você não deveria ser um servo do prazer se não quer ser,— ele disse
por fim.

Troy soltou uma risada. —Falando como um membro privilegiado do


Capitólio. Não é tão simples, Mestre.

—Andreas.

Quando Troy apenas olhou para ele sem expressão, o Mestre esclareceu:
—Você pode me chamar de Andreas.

Troy só podia olhar para ele, atordoado e sem saber como responder a
isso. Era inédito um servo do prazer chamar um Mestre, muito menos um Mestre
Sênior do Capítulo, por seu nome. Caramba, os servos do prazer não tinham
permissão para levantar os olhos para um Mestre sem receber permissão
explícita. Isso era completamente sem precedentes.

Isso o fez se sentir ... como uma pessoa. Não apenas um servo sem talento
que só era bom o suficiente para ser um brinquedo. Uma pessoa.

Antes que Troy pudesse se conter, ele se inclinou e pressionou seus lábios
contra os de seu Mestre. Ele sentiu Andreas enrijecer um pouco, e então uma
mão enterrou-se no cabelo de Troy e Andreas o beijou de volta.

Oh.
Troy nunca gostou muito de beijos. Ele viu pouco sentido nisso. O que
havia de sexy em trocar cuspe e provar o que quer que a outra pessoa tenha
comido recentemente?

Mas deuses, a maneira confiante e segura de que Andreas beijava era


incrivelmente satisfatória. Foi direto para o pau de Troy. Isso o fez gemer e abrir
mais a boca, querendo aquela língua mais fundo. Porra…

Envolvendo seus braços ao redor de seu Mestre, Troy o puxou para cima
dele e abriu suas pernas. Parecia a coisa mais natural do mundo encontrar o pau
endurecido de Andreas e alinhá-lo com sua entrada. Troy estava um pouco
dolorido e não estava nem totalmente duro ainda, mas não se importava: ele
queria este homem dentro dele, agora.

Ele gemeu na boca de Andreas quando conseguiu o que queria.

Sim, sim, por favor.


Beijar era uma coisa pequena. Não deveria ter mudado nada.

Mas mudou.

Isso tornou o sexo menos impessoal. Mais íntimo. Isso fez Troy perceber
que luxúria e desejo não eram a mesma coisa. Quando ele olhou para Andreas,
ele quis. Ele queria tocar e ser tocado. Para beijar e ser beijado. Querer o deixou
ansioso pelo retorno de Andreas. Querer o fez sentir todo formigamento por
dentro quando os lábios de Andreas se curvaram em um sorriso, e Troy teve que
beijá-lo novamente. E de novo, e de novo, e de novo. E mais uma vez.

Querer era um monstrinho horrível dentro dele que parecia desejar mais
quanto mais Troy o alimentava.

Então ele continuou alimentando-o. Porque ele não tinha certeza do que
aconteceria se ele parasse.

***

Havia uma regra que os instrutores de Troy sempre tinham dito-lhes:


Não se apeguem ao seu empregador. Cada servo do prazer sabia o quão
importante era essa regra. Troy também. Ele sempre zombava quando ouvia
histórias de servos do prazer apaixonados por seus empregadores. Idiotas, ele
pensara neles.

E agora…

Troy estava autoconsciente o suficiente para notar que ele estava ficando
um pouco obcecado. Um pouco apegado. Ele estava ciente de que gostava de
Andreas mais do que gostava de todos os seus empregadores anteriores juntos.
Andreas apenas o fez se sentir ... bem. Andreas não o tratava como uma coisa.
Troy gostou do jeito que Andreas olhou para ele, seus olhos escuros atentos e
focados. Ele gostou do jeito que Andreas o tocou, assertivo, mas gentil. Troy
gostava de ficar com ele, gostava de compartilhar as refeições com ele, gostava
de beijá-lo para se despedir e esperar por ele em casa. Ele até gostava de vê-lo
trabalhar.

Ele sabia que estava navegando em águas perigosas, mas ainda estava
confiante de que a tinha sob controle. Ele tinha total controle.

Mesmo.

***

Troy olhou para o relógio e franziu os lábios. Já era meia-noite.

A rigor, Andreas não lhe disse para esperar por ele, porque esta sessão do
Capitólio provavelmente seria longa, mas Troy decidiu esperar por ele de
qualquer forma. Seu Mestre normalmente ficava tenso depois de passar horas
em quartos próximos com várias dúzias de pessoas, o que inevitavelmente o fazia
absorver alguns de seus impulsos sexuais. Andreas iria precisar dele.

Troy bocejou e olhou ansiosamente para a cama.

A cama de Andreas.

Eles raramente faziam sexo na cama e, nas raras ocasiões em que o


faziam, Troy nunca tinha ficado naquela cama depois do sexo. Mas ele sabia que
o colchão era macio e confortável. Deitar apenas por um momento não faria
mal, certo?

Troy se esticou na cama com um suspiro de satisfação.

Os lençóis frios eram incríveis contra sua pele nua.

Virando-se de bruços, ele pressionou o rosto contra o travesseiro.


Cheirava muito bem. Troy respirou profundamente, e de novo e de novo, antes
de perceber que o que ele estava inalando com tanta avidez era o cheiro de
Andreas. Sua loção pós-barba.

Troy fez uma pausa e então respirou culpado. Simplesmente cheirava


bem, ok?

—Achei que você já tivesse ido embora.

Ruborizando, Troy se virou de costas e rapidamente se sentou. —Você


quer que eu vá? Achei que você precisasse de mim, meus serviços esta noite, mas
se você estiver cansado, irei.
Deixando cair suas vestes pretas na cadeira, Andreas balançou a cabeça.
—Estou cansado, mas me sentei ao lado do Mestre Ervis esta noite e ...— Ele fez
uma careta. —Digamos que o homem pensa em sexo com muita frequência para
um homem de 127 anos.

Rindo, Troy se levantou. —Vem cá, deixa-me ajudar você se despir. —


Ele desabotoou a camisa de Andreas sem pressa enquanto Andreas apenas o
observava com olhos escuros.

—O que?— Troy disse, um sorriso puxando seus lábios. Andreas


encolheu os ombros e não disse nada, ainda observando ele.

Sentindo-se estranhamente perturbado, Troy terminou de despi-lo e


empurrou-o em direção à cama.

Foi a primeira vez que Troy viu seu Mestre totalmente nu.

Ele era lindo: todo músculo liso sem ser muito corpulento. Andreas
deitou-se contra os travesseiros, observando-o com as pálpebras pesadas
enquanto Troy traçava seus lábios por seu corpo, beijando seus peitorais, seu
abdômen duro, antes de finalmente tomar seu pau duro em sua boca.

—Olhe para mim—, ordenou Andreas. —Fique de olho em mim.

Troy fez o que ele disse, segurando o olhar de seu Mestre enquanto ele
chupava seu pênis. Parecia insuportavelmente íntimo. E incrivelmente excitante.
Troy se encontrou encostando seu pênis no colchão enquanto Andreas sentia
prazer em sua boca.
Depois, ele adormeceu ali mesmo, saciado e contente, com o gosto de seu
Mestre ainda em seus lábios.

Ele acordou de lado, sentindo-se muito aquecido e bem. Demorou um


pouco para perceber que o peso em sua cintura era o braço de Andreas. A dureza
familiar estava pressionada contra sua bunda, mas Andreas parecia contente o
suficiente para segurá-lo.

Troy cantarolou, gostando de como era melhor se sentir a pele nua contra
sua pele nua. —Devíamos fazer isso na cama com mais frequência—, ele
murmurou, entrelaçando os dedos com os de Andreas.

—Deveríamos,— Andreas concordou, sugando hematomas em seu


pescoço.

Troy sorriu, virando a cabeça e esfregando os lábios na bochecha mal


barbeada de Andreas. Andreas juntou suas bocas e Troy o beijou de volta com
avidez, indiferente ao hálito matinal. Porra, esse homem.

Foi a melhor manhã que ele teve em muito tempo.

***

Não foi o último.

Troy não tinha certeza de como isso tinha acontecido, mas depois
daquela noite, ele passou a maioria das noites na cama de Andreas. Eles nunca
falaram realmente sobre isso, mas continuou acontecendo novamente e
novamente. Andreas não parecia com pressa em chutá-lo para fora da cama
depois do sexo, e Troy se sentia com preguiça de ir embora quando podia
simplesmente ficar nos braços de Andreas e trocar beijos preguiçosos até que os
dois adormecessem.

Às vezes, ele acordava no meio da noite e apenas se absorvia, da forma


como os braços de Andreas pareciam ao redor dele, sólidos e quentes. Ele gostou.
Ele gostava de ouvir a respiração regular de Andreas. Ele gostava de adormecer
ao som disso. Foi a melhor canção de ninar do mundo.

Sinais de alerta estavam começando a soar no fundo de sua mente, mas


Troy os ignorou, enterrando o rosto contra o peito de Andreas e deixando o
batimento cardíaco de Andreas acalmar e ele voltou a dormir.

***

O tempo passou estranhamente. Às vezes, os meses pareciam passar na


velocidade da luz e às vezes o tempo parecia se arrastar a passo de caracol. O
tempo tendia a se arrastar quando Andreas estava longe de High Hronthar,
embora ultimamente ele levasse Troy com ele em todas as suas viagens para fora
do planeta, não importa o quão curta a viagem fosse.

Troy adorou. Ele sabia que essas viagens eram a negócios, mas ainda
pareciam férias, especialmente daquela vez que Andreas o levou para o planeta
paradisíaco Neone. Depois que o negócio de Andreas foi concluído, eles
passaram vários dias apenas preguiçosos na linda praia e fazendo sexo o tempo
todo.

A areia era irritante, mas Troy não se importou.

Parecia que ele estava sorrindo o tempo todo.

***

Troy já trabalhava para Andreas há sete meses quando o assunto surgiu


pela primeira vez.

—O que você acha de uma fusão?— Andreas murmurou, quebrando o


silêncio sociável que se instalou sobre eles depois do sexo.

Troy abriu os olhos, embora não pudesse ver muito, já que seu rosto
estava enterrado contra o lado de seu Mestre. Ele deu uma risadinha. —Essa é
uma questão hipotética?

Andreas ficou em silêncio, traçando seus dedos sobre o braço nu de Troy


preguiçosamente.

—Você quer que seja?— ele disse finalmente.

Umedecendo os lábios secos, Troy se afastou um pouco para olhá-lo nos


olhos. —Você está falando sério?— ele sussurrou.

O olhar de Andreas estava firme. —Não estou pressionando você—, disse


ele. —Não está em nosso contrato. Você pode e deve dizer não, se não quiser. Os
riscos não são pequenos. Eu sou um telepata de classe 5, e isso significa…
—Eu quero tentar,— Troy deixou escapar, um pouco envergonhado por
sua própria ansiedade, mas com muito medo de que Andreas retirasse sua oferta
antes que ele pudesse concordar. Uma fusão telepática era o ato mais íntimo em
que sua espécie poderia se envolver. As pessoas diziam que era mais íntimo e
mais agradável do que sexo. Troy não tinha certeza se acreditava, mas sempre
teve curiosidade sobre isso. O problema era que as fusões telepáticas só podiam
ser praticadas por um Mestre treinado. Servos de prazer não treinados como ele
eram estritamente proibidos de praticá-las por um bom motivo.

Uma fusão telepática era basicamente um ato de desnudar sua mente


para a de outra pessoa. Um telepata de alto nível com intenção maliciosa pode
fazer qualquer coisa com você durante a fusão, até mesmo fazer seu coração
parar. Não ajudava que as fusões telepáticas fossem conhecidas por serem
altamente viciantes se houvesse alta compatibilidade mental. Eles supostamente
se sentiam muito, muito bem.

—Tem certeza?— Andreas disse, colocando os dedos logo abaixo da


orelha esquerda de Troy, onde seu ponto telepático estava localizado. Embora
seu rosto estivesse impassível, havia fome em seus olhos agora, profunda e
predatória. Era óbvio que ele queria muito. Era meio comovente que ele ainda
quisesse ter certeza de que Troy realmente queria.

Troy concordou com a cabeça. —Tenho certeza—, disse ele com um


sorriso fraco, seu estômago cheio de borboletas. Porra, a mera ideia de ter este
homem tão profundamente dentro dele que ele podia senti-lo dentro de sua
mente era ... tão assustador quanto emocionante.
Andreas o olhou por um momento antes de balançar a cabeça e tirar sua
mão. —Você ainda não está pronto.

Troy franziu a testa. —Por que não?

Sorrindo um pouco, Andreas bateu no lábio inferior de Troy com o


polegar. —Não fique de mau humor. É para o seu próprio bem. Pense nisso por
alguns dias, pelo menos. Não quero pressioná-lo a fazer isso. — Algo mudou em
sua expressão. —Francamente, é muito desaprovado fazer isso com um servo do
prazer que não é certificado em prazer mental. Deveria contratar outro servo
para algo assim.

O estômago de Troy se revirou. —Eu posso fazer isso—, disse ele


rapidamente, apertando o braço em volta da cintura de Andreas. —Eu quero
fazer isso!

Andreas balançou a cabeça. —Três dias. Vou perguntar de novo em três


dias, e se você ainda quiser, nós faremos.

—Não vejo sentido em esperar,— Troy disse, sentindo-se muito mais


desapontado do que provavelmente deveria. —Minha resposta não mudará.
Nada vai mudar em três dias.

—Troy.

Suspirando, Troy se aninhou em seu bíceps. —Tudo bem—, disse ele,


tentando não franzir a testa visivelmente. Ele não estava de mau humor,
caramba. Ele era um homem adulto. —Três dias.
Parecia que o tempo se arrastava para sempre e, ao final do terceiro dia,
Troy sentiu vontade de socar alguém. De preferência ele mesmo, para colocar
algum sentido em sua cabeça.

Ele acabou estando certo e terrivelmente errado: sua opinião não mudou,
mas seria incorreto dizer que nada mudou. A cada dia que passava, ele se sentia
mais nervoso e impaciente, irracionalmente paranóico de que Andreas mudasse
de ideia e decidisse contratar os serviços de um servo profissional do prazer
mental, em vez de optar por ele.

Não que fosse da sua conta se seu Mestre decidisse fazê-lo. Claro que
não. Troy entendeu. Ele totalmente entendia. Mas não fez nada para apagar o
desejo feroz e feio de envolver-se em torno de Andreas e rosnar… Porra, esses
pensamentos possessivos o assustaram. Era uma boa coisa que Troy geralmente
não era do tipo que pensa demais nas coisas ou ele perderia o sono por causa
disso. Sua maneira favorita de lidar com emoções inconvenientes era geralmente
ignorá-las até que fossem embora. Então ele fez o possível para ignorar aqueles
pensamentos fúteis. Eles não significaram nada. A única coisa que eles queriam
dizer era que ele poderia ter se apegado um pouco. Um pouquinho. Um
pouquinho. Tão pequenininho que não valia a pena enfatizar.

Certo.

Quando a noite do terceiro dia chegou, Troy estava preparado. Alguns


diriam que até mesmo excessivamente preparado. Ele estava literalmente
tremendo de impaciência. Embora ele tivesse parado de usar plugues meses
atrás, ele colocou um dentro dele naquela tarde. Ele não achava que poderia
esperar um único momento após a chegada de Andreas em casa.

Ele queria seu Mestre dentro dele. Ele queria que ele tocasse seu núcleo
telepático, acariciando-o com o seu próprio, até que ele estivesse em toda parte.
Em cada célula sua. Dentro dele.

Porra, por que estar pensando nisso o excitando? Ele nunca


experimentou uma fusão telepática; por que ele estava tão convencido de que
seria incrível? Foi a forma mais invasiva de toque telepático. Ele deveria estar
com medo. Ou pelo menos apreensivo. Não excitado de forma inadequada.

E, no entanto, Troy estava com uma ereção completa quando Andreas


chegou. Seu Mestre parou na porta de seu quarto, seu olhar se aguçou quando
ele viu a forma agitada e corada de Troy em sua cama. Sua forma muito nua.

Com o olhar fixo nele, Andreas deixou suas vestes pretas caírem no chão,
permanecendo apenas em sua camisa e calça pretas.

Porra, ele era tão sexy. Seu corpo alto e em forma, seu rosto anguloso e
olhos castanhos intensos.

O pênis de Troy latejava, dolorosamente duro.

—É uma recepção calorosa—, murmurou Andreas.

Troy não conseguia nem mesmo flertar. Olhando-o nos olhos, ele abriu
as pernas desenfreadamente e lentamente puxou o plugue para fora de seu
buraco. Porra, uma parte dele, uma parte muito distante dele, não conseguia
acreditar em seu comportamento desavergonhado. Se alguém tivesse lhe dito há
sete meses que ele estaria abrindo as pernas com tanta ansiedade por outro
homem como o pior tipo de vagabunda por pau, ele teria dado um soco neles.

No entanto, aqui estava ele. Excitado e ansioso pelo pênis de outro


homem, encontrando-o com um plug em sua bunda como uma prostituta bem
treinada.

Troy estremeceu, espalhando suas coxas mais largas, perversamente


gostando de como ele se sentia sacana, gostando do desejo que ele podia ler nos
olhos de Andreas. Ele se sentia sexy. Desejável. Foi uma sensação inebriante.

—Entra em mim—, disse ele, olhando dos olhos de Andreas para a


protuberância perceptível na frente de suas calças. —Quero você dentro de mim
quando nos fundir.

A garganta de Andreas funcionou. —Não acho que seja uma boa ideia—
, disse ele. —Eu posso perder o controle dessa forma. Eu posso te machucar.

Não se importe.

Troy engoliu as palavras estúpidas e disse algo apenas um pouco menos


estúpido. —Eu confio em você.

O olhar de Andreas pareceu escurecer. —Não seja tolo—, disse ele, mas
já estava avançando.

Quando o corpo nu de Andreas se acomodou em cima dele, Troy gemeu


de felicidade. Seu gemido tornou-se agudo quando o pênis de Andreas o
penetrou em um impulso forte. Sim, sim, por favor. Deuses, era a porra da
melhor sensação do mundo: a maneira como ele foi esticado até o seu limite, a
maneira como o pênis de Andreas esfregou contra as paredes sensíveis de seu
buraco. Ele não conseguia o suficiente. Certamente, nada poderia ser melhor do
que isso.

Ele estava errado.

Seus olhos se abriram quando a mente de Andreas deslizou para dentro


da dele. Não havia palavras para descrever esse sentimento. Ele choramingou ao
sentir Andreas mergulhando cada vez mais fundo, esfregando-se contra seu
próprio centro, amplificando o prazer que sentia. Ele podia se ver de repente
através dos olhos de Andreas: seu rosto corado, seus lábios vermelhos abertos em
um gemido silencioso, seus olhos vidrados, seus quadris voltando para encontrar
as estocadas de Andreas, empalando-se avidamente em seu pênis. Ele parecia
obsceno. Ele parecia algo de pornô. Ele também podia sentir o quão bom era
foder em seu buraco apertado e escorregadio, o quão bêbado ele se sentiu ao ver
Troy desmoronando em seu pênis, sob seu toque, sob ele, lindo, um menino tão
lindo.

Troy olhou para ele fracamente, desejando que ele sentisse ofendido.

—Não sou um menino—, ele conseguiu dizer, antes de puxar Andreas


para baixo e arrastando-o para um beijo ganancioso. Foda-se ele queria
consumi-lo, tê-lo dentro dele em cada maneira possível. Quanto mais fundo ele
o tinha, mais insaciável ele sentiu. Honestamente, estava começando a assustá-
lo.

Mesmo quando gozou, ele ainda queria mais, apesar do melhor e mais
intenso orgasmo de sua vida.
— Fique em mim — exigiu ele, ofegante, as pernas envolvendo os
quadris de Andreas com força e seu núcleo telepático pulsando de
contentamento.

Andreas ficou.
—Pare de olhar para o seu relógio! Vamos, o que há de errado com você?

Troy tirou o olhar do relógio e deu um sorriso fraco para Yulia. —Estou
bem—, disse ele, obrigando-se a parecer comprometido e interessado no que
quer que seus amigos estivessem discutindo.

Era seu dia de folga. Ele realmente precisava se livrar do hábito de


observar o tempo. Andreas disse que não precisaria dele hoje.

Mas, em vez de tranquilizá-lo, o pensamento fez seu estômago apertar.

Andreas estava ficando cansado dele?

—Ei, Troy,— Noel disse, tirando-o de seus pensamentos.

Foi um alívio. Ele não gostava da direção de seus pensamentos


ultimamente, não gostava do quão obsessivo eles haviam se tornado. Que
carente.

—O que?— ele disse, mudando seu olhar para o outro servo do prazer.
Noel tinha uma expressão curiosa no rosto. —Então, você já encontrou um novo
emprego?

Troy piscou. —O que?


Lançando a ele um olhar perplexo, Noel franziu a testa. —Um novo
trabalho? Não faz quase um ano desde que você começou a trabalhar para o
Mestre Andreas? Seu contrato deve terminar em breve, certo?

Troy olhou para ele.

Certo.

Contrato.

Como ele poderia ter esquecido? Para ser justo, ele não trabalhava para
o mesmo empregador há muito tempo, Mestres tendiam a ficar entediados
facilmente com os servos do prazer e a maioria dos contratos era rescindida
depois de alguns meses. O período mais longo que Troy esteve empregado antes
foi de seis meses. Ele nunca durou um ano, então a regra de que um servo do
prazer deve mudar de Mestre depois de um ano não tinha sido relevante para
ele. Ele tinha se esquecido completamente disso, para ser honesto.

Até agora.

Seu estômago se contorceu em um nó apertado e desconfortável, Troy


lambeu os lábios secos. —Ainda não,— ele se ouviu dizer, seu tom duro.

Mas, felizmente, Noel não parecia ter notado nada de errado.

—Mestre Sawn está rescindindo meu contrato, então estou procurando


um novo empregador também—, disse Noel. —Talvez você possa falar bem de
mim com Mestre Andreas?
Troy cerrou os punhos sob a mesa. Ele teve que reprimir ativamente o
desejo de mostrar os dentes para Noel como um animal feroz e mandá-lo se
foder.

Merda, o que havia de errado com ele? Seu amigo não disse nada errado.
Noel estava certo. Já fazia um ano. Troy deveria estar procurando um novo
empregador e Andreas deveria estar procurando um novo servo. Na verdade, era
perfeitamente possível que seu Mestre já tivesse encontrado um novo servo. Por
que Andreas lhe daria um dia de folga hoje de repente? Talvez ele quisesse
entrevistar um servo de prazer em perspectiva sem Troy estar lá. Talvez ele até
quisesse fazer um teste com outro servo do prazer.

—Cara, o que há de errado com você?— Noel disse, olhando para ele
com cautela. —Sua aura telepática é uma espécie de ...

—Eu estou bem,— Troy gritou, batendo seus escudos mentais e tentando
desfazer o nó venenoso em seu estômago.

Respirar. Respire, maldito seja. Você não o possui. Ele é apenas seu
empregador. Empregador. Que logo nem será seu empregador.

Troy repetiu esse mantra no caminho para casa, no caminho para a casa
de seu empregador.

Ele repetiu esse mantra ao entrar na casa, odiando a si mesmo por


precisar repeti-lo.

Era apenas um hábito, disse a si mesmo. Ele simplesmente se acostumou


com Andreas, com seus beijos, com seu corpo em cima dele, com seu pênis dentro
dele. Ele se acostumou a ficar confortável e à vontade. Era natural que a
frequente intimidade física e orgasmos alucinantes, combinados com frequentes
fusões telepáticas, tivessem criado uma espécie de apego. Ele sabia que tinha
obtido um pouco anexado ao longo do ano passado. Não era grande coisa. Ele
poderia superar isso.

Ele iria superar isso.

Não era um problema. Ele se recusou a ser um daqueles contos de


advertência que todos ouviram como estagiários.

—Troy?

Troy parou em seu caminho antes de sua cabeça girar em direção ao som
da voz de Andreas.

Ele varreu seu olhar sobre sua forma alta, odiando-se por procurar
qualquer sinal de sexo.

Ele não encontrou nenhum. Andreas parecia normal e autoconfiante. Ele


não estava usando suas vestes, vestido apenas com calças pretas e um suéter
cinza escuro de aparência macia que abraçava seus ombros largos e corpo
magro e musculoso. Olhos castanhos estavam olhando para ele com algo não
identificável neles.

—Você parece perturbado—, afirmou Andreas, aproximando-se.

Antes que Troy pudesse se conter, sua presença telepática já estava


alcançando avidamente e tocando a de seu Mestre.
A expressão de Andreas não mudou, mas sua aura telepática se aguçou,
tornando-se questionadora. Envolvia o de Troy, quase tão familiar quanto o seu
depois de meses de intimidade.

Troy mal conseguiu conter um gemido, seu pênis já endureceu e seus


dedos se contorceram para estender a mão e tocar, passar as mãos pelo cabelo
de Andreas, sobre aquele peito musculoso, então deslizar sob o suéter.
Involuntariamente, seus lábios se separaram, querendo beijos e, em seguida, uma
língua entre eles, algo para sugar para encontrar uma saída para o desejo que
pulsava sob sua pele. Ele queria consumir este homem. Ou melhor, ele queria ser
consumido por ele.

Apenas seu empregador, ele lembrou a si mesmo agudamente, irritado.


Aborrecido e muito perturbado. Embora ele estivesse bem ciente do desejo cada
vez mais forte que ele começou a sentir por seu Mestre, esse desejo desesperado
nunca foi mais perturbador. O ano estava acabando.

O ano estava acabando.

—Faz um ano,— Troy deixou escapar enquanto seu Mestre colocava as


mãos na cintura de Troy e o puxava para perto. Seus pensamentos já estavam
turvos, seus lábios tremendo de impaciência. Beijos. Ele queria beijos. Ele queria
a boca de Andreas sobre ele.

Andreas lançou-lhe um olhar firme que Troy não conseguiu decifrar. —


De fato,— ele disse, seu tom neutro.
—Você já encontrou outro servo do prazer?— Troy disse, tentando
manter sua voz neutra e não como se houvesse ácido comendo sua carne por
dentro.

Olhos castanhos olharam para ele de uma maneira que parecia


avaliadora. —Você quer que eu encontre um?

Troy piscou algumas vezes, perdido. —Importa o que eu quero? É a


regra. Os mestres não têm permissão para manter o mesmo servo do prazer por
mais de um ano. — Ele nem tinha certeza de por que essa regra existia em High
Hronthar - embora não, ele se lembrava agora que pensava sobre isso. Ele podia
se lembrar vagamente de uma história de alguns séculos atrás sobre um servo
do prazer que se apaixonou por seu Mestre e depois matou o aprendiz do Mestre
por ciúme. A regra foi implementada para desencorajar por prazer os servos de
ficarem muito apegados aos seus Mestres.

—A regra—, repetiu Andreas, ainda olhando para ele de forma estranha.


—Não estou perguntando sobre a regra. Estou perguntando se você quer que eu
encontre um novo servo.

—Eu ... eu não entendo,— Troy administrou.

Isso era algum tipo de teste?

Andreas suspirou e deu um passo para trás, um lampejo de emoção


cruzando seus olhos escuros. Ele cruzou os braços atrás das costas, olhando para
Troy com uma expressão ilegível. —As regras existem por uma razão. Mas eles
podem ser quebrados. Na verdade, eles são quebrados o tempo todo, sem
quaisquer consequências para certos Mestres.
—Mesmo?— Troy disse, suas sobrancelhas se juntando. —Por quem? Eu
nunca ouvi sobre isso.

—Castien manteve o mesmo servo do prazer por anos antes de


finalmente dispensá-lo há algum tempo.

—Castien?— Troy repetiu, atordoado. —Você quer dizer Grande Mestre


Idhron? —Quando Andreas acenou com a cabeça, Troy olhou para ele
atentamente. —Por que? Ele ... ele se apegou ao seu servo de prazer? — Era
revoltante o quanto ele queria que Andreas confirmasse, para confirmar que às
vezes os Mestres se apegavam a servos humildes de prazer também.

Mas para sua decepção, Andreas balançou a cabeça, os lábios se


curvando. —De jeito nenhum. Eu suspeito fortemente que o único motivo pelo
qual Castien manteve aquele servo por tanto tempo foi por causa da forte
semelhança do servo com seu aprendiz. Ele fodeu com ele porque não podia
foder seu aprendiz.

—Você não pode saber disso,— Troy resmungou, tentando esconder sua
decepção.

O sorriso de Andreas se tornou irônico. —Confie em mim, eu sei sim. Já


estive na mesma sala com Castien e seu aprendiz com frequência suficiente para
saber exatamente o que o supremo Grão-Mestre da Ordem sente por seu
aprendiz.

Troy riu. —Seu dom deve ser tão estranho quando você interage com
outros Mestres. Como você pode olhá-los nos olhos quando pode sentir todos os
seus pensamentos e impulsos sujos?
Andreas encolheu os ombros, mas seus olhos estavam rindo. —Pode ser
um desafio manter uma cara séria às vezes,— ele admitiu antes que seu olhar
ficasse sério novamente. —Como você pode ver, existem precedentes para os
Mestres quebrarem essa regra.

O coração de Troy saltou. Andreas estava realmente oferecendo ...?

Ele abriu a boca para dizer que é claro que queria ficar, mas não queria
parecer muito ansioso. Muito apegado. Muito patético.

Quando o silêncio se estendeu, Andreas falou novamente. —Há também


outra opção—, disse ele. —A melhor opção para você. Posso designar você para
outro trabalho.

Por um momento, Troy teve certeza de que tinha ouvido errado. Que?

Ele deve ter dito em voz alta, porque Andreas respondeu: —É muito
incomum, sim. Normalmente, os servos não têm permissão para mudar seu
campo de trabalho uma vez que são atribuídos a ele. Na verdade, seria uma
violação mais séria das regras do que mantê-lo como meu servo. Mas isto pode
ser feito.

Troy balançou a cabeça atordoado. —Eu não sou, eu não sou bom em
mais nada. Eu falhei em meus testes de aptidão. — Teria sido humilhante dizer
isso a qualquer outra pessoa, mas Andreas já sabia disso.

Os olhos de seu Mestre se suavizaram um pouco. —Você pode não ter


aptidão para áreas especializadas, mas ainda pode trabalhar em alguns trabalhos
de escritório que não requeiram uma aptidão particular. Na verdade, o antigo
mosteiro de High Hronthar precisa de um funcionário clerical agora. Eu
perguntei sobre isso hoje. O trabalho é seu, se você quiser.

Bem desse jeito?

Troy não conseguia entender isso. Os criados não mudavam


simplesmente de campo de trabalho assim. Não foi feito. Os servos do prazer não
se tornavam funcionários respeitáveis no mosteiro. Foi ... foi ...

Com a visão repentinamente embaçada, Troy deu as costas para Andreas


e piscou para afastar a umidade.

—Você está chateado—, afirmou Andreas.

Troy o sentiu se aproximar e colocar as mãos em seus ombros.

O desejo de ceder de volta para este homem e sentir seus braços ao redor
dele era tão forte que Troy teve que usar toda sua força de vontade para não
fazer isso.

—Não—, ele engasgou com uma risada. Embora ele não estivesse sendo
totalmente verdadeiro. Era perturbador saber que tudo que se precisava para
mudar a vida de forma tão drástica eram as conexões certas. O homem certo.

Claro que não foi culpa de Andreas. Era o sistema corrupto. O que
Andreas estava oferecendo a ele estava além maravilhoso. Andreas foi
maravilhoso com ele.

Ele tinha sido tão maravilhoso que Troy não conseguia se imaginar
deixando-o.
Troy mordeu o lábio com força, o pensamento fazendo doer por dentro.
Esse era o ponto crucial do problema, não era? Apesar da oportunidade incrível
que Andreas estava oferecendo ele, parte dele - a parte estúpida - sentia pânico
e apertava o peito ao pensar em não ser seu servo de prazer não mais. Ao pensar
em Andreas substituindo-o por alguém.

Ele queria tanto ficar que estava desafiando toda a razão e lógica. Ele
sabia que era extremamente tolo. Ele sabia que estava sendo oferecida a
oportunidade de sua vida.

No entanto, isso não mudou o fato de que ele queria se virar, enterrar o
rosto no pescoço de Andreas e nunca mais soltar. Idiota. Quando exatamente ele
ficou tão ruim para ele? Era apenas uma paixão. Tinha que ser. Não poderia ser
outra coisa, porque os altos e poderosos Mestres Sênior do Capitólio não se
apaixonaram por seus servos de prazer. Como o exemplo do Mestre Castien
mostrou, os servos do prazer eram apenas ferramentas para saciar os desejos dos
Mestres quando eles não podiam ter alguém que realmente queriam.

—Obrigado,— Troy disse. Sua voz nem parecia a dele. —Quando eu


começo? Devo ir primeiro ao Coordenador?

Atrás dele, Andreas ficou em silêncio por um momento antes de dizer: —


Você pode sair agora, se quiser. Vou ligar para o Coordenador.

Troy fechou os olhos, seu coração em algum lugar de seu estômago. —


Obrigado—, disse ele novamente, virando-se. Diga que você quer que eu fique,
algo nele implorou quando encontrou os olhos de Andreas. Uma palavra e eu
fico.
O olhar de Andreas era ilegível. Ele não disse nada.

Mais tarde, Troy ficaria grato por isso.

Mas isso seria mais tarde.

***

Andreas nem mesmo foi despedir-se dele.

Troy arrumou suas coisas o mais devagar que pôde, na esperança de que
Andreas aparecesse. Mas ele não estava em lugar nenhum, e Troy não podia mais
ficar vagando sem parecer ridículo e patético.

—Uau, não admira que você precise de ajuda—, disse Noel, olhando para
suas malas.

Troy olhou para suas malas e se encolheu. Até aquele dia, ele não tinha
percebido quanto de suas coisas ele havia mudado para a casa de Andreas. Foi
uma espécie de abrir os olhos. E deprimente.

—Estou surpreso que Mestre Andreas permitiu que você movesse tanto
de suas coisas para a casa dele—, disse Noel, pegando algumas sacolas e indo
para a câmara de teletransporte mais próxima.

Troy não disse nada. Ele agarrou o resto das sacolas e seguiu Noel
lentamente, violentamente reprimindo o desejo de olhar para trás para a casa.
Noel tagarelava, sem se intimidar com seu silêncio. —Ainda não consigo
acreditar que Mestre Andreas está conseguindo outro emprego para você.— Ele
riu, batendo em seu ombro de Troy. —Você chupou o pau dele tão bem? Ou
talvez…

—Cale a boca,— Troy disse, sem olhar para ele. —Por favor.— Noel
calou a boca. Troy podia sentir seu olhar investigativo sobre ele, mas ele
permaneceu misericordiosamente quieto.

Eles ainda estavam em silêncio quando chegaram ao antigo apartamento


de Troy. Então Troy passou uns bons vinte minutos procurando as chaves de seu
apartamento enquanto Noel esperava pacientemente. Provavelmente era
dolorosamente óbvio que ele havia parado de voltar ao apartamento há muito
tempo.

Por fim, Troy conseguiu encontrar as chaves no fundo de uma de suas


malas. —Aqui está!— ele disse alto demais, evitando o olhar de Noel, e abriu a
porta.

Ele entrou e olhou ao redor, sentindo ... ele não tinha certeza do quê. Ele
se sentiu entorpecido, e havia uma qualidade surreal em tudo aquilo, como se
ele não pudesse voltar de verdade. Para ficar aqui. Não parecia real que ele
nunca - que ele nunca ...

—Eh, você está bem, cara?— Noel disse, sua voz desconfortável.

Troy nunca pensou que sorrir pudesse ser doloroso. Isso fez os músculos
de seu rosto doerem. —Claro—, disse ele.

A julgar pelo olhar duvidoso de Noel, ele não estava acreditando.

Troy se virou.
—Lar, doce lar—, disse ele, odiando o quão falso seu, sua voz soou,
odiando a si mesmo por ser um idiota patético que queria dar meia-volta e correr
de volta para a casa de Andreas e implorar para que ele o deixasse ficar, como
um cachorrinho chutado implorando por atenção e afeto ao dono. Algo nele
ansiava por fazer isso, seu orgulho que se dane.

O suficiente. Ele tinha acabado de se apegar um pouco.

Isso iria passar.

Tinha que passar.


Trabalhar como escriturário no mosteiro foi surpreendentemente
interessante. Troy gostou do trabalho. Foi revigorante ver tantos forasteiros o
tempo todo - e foi um desafio interessante manter a pretensão de que o mosteiro
era tudo o que havia em High Hronthar, como se o povoado principal da Ordem
não estivesse localizado nas montanhas Kavalchi.

Ele trabalhou de perto com Irrene, a secretária do Grão-Mestre, e ela foi


muito legal e apoiou, o que realmente ajudou Troy a se aclimatar ao novo
ambiente rapidamente.

Ele via muitos mestres e mestres seniores o tempo todo em seu novo local
de trabalho.

Mas nem todos eles. Alguém não aparecia.

Então, sim, o trabalho estava bom. Tudo estava bem. Ele tinha uma
ocupação bastante interessante e respeitável. Ele não mais tinha que fazer sexo
com pessoas se não quisesse. O que era ótimo em teoria, exceto que ele não sentiu
a menor inclinação para sair e transar. Foi provavelmente bom também.
Provavelmente fazia sentido que com todas as mudanças em sua vida
recentemente, a perspectiva de sair para transar pareceria uma tarefa árdua.
Assim que ele realmente conheceu alguém atraente, sua libido estaria de volta,
Troy estava certo disso.
—O Mestre está em seu escritório?

A voz o assustou tanto que Troy se encolheu.

Erguendo o olhar, ele se viu olhando para um jovem surpreendentemente


bonito com uma túnica azul de aprendiz. O cabelo dourado escuro emoldurava
um rosto requintado com lindos olhos violetas. Lábios rosados perfeitos se
curvaram em um sorriso educado. —Então o Mestre já voltou?

Troy franziu a testa. —Mestre? Você quer dizer Grande Mestre Idhron?

O jovem acenou com a cabeça, exalando ligeiro impaciência. —Você é


novo? Eu sou Eridan, —ele disse, tocando o detrenite roxo em sua garganta. A
joia preciosa brilhava fracamente, emanando uma marca telepática familiar. A
marca do Grão-Mestre.

Ah. Então aquele era o infame aprendiz do Grão-Mestre da ordem.


Aquele com quem o Grande Mestre havia rumores de estar sexualmente
envolvido, apesar de ser muito contra as regras.

Troy quase bufou com seus próprios pensamentos. Em teoria, um Grande


Mestre geralmente não estava acima da lei, mas na prática, ele estava na lei.
Mestre Castien Idhron havia se tornado o Grão-Mestre recentemente e o mais
jovem da história, mas já havia exercido um enorme poder na Ordem muito
antes disso. O homem assustava Troy, para ser honesto. Havia todos os tipos de
rumores sobre ele, um mais selvagem do que o outro, e Troy não tinha certeza
em qual deles acreditar.
Olhando para o rosto deslumbrante de Eridan, Troy estava inclinado a
acreditar no boato de que o estimado Grão-Mestre estava transando com seu
próprio aprendiz. Este rosto tentaria um santo ou um monge.

As sobrancelhas de Troy franziram quando ele percebeu de repente que


Eridan não o tentava. Enquanto ele achava Eridan bonito objetivamente, ele não
sentia nenhum desejo real de transar com ele. Foi ... estranho. Eridan era
exatamente o seu tipo - Troy sempre gostou de ver alguém jovem e bonito com
ele. Mas agora ele lutava para se imaginar fodendo esse cara, não importa o quão
insanamente atraente ele fosse.

Troy disse tardiamente: —Sua Graça ainda não voltou de sua viagem.

Eridan suspirou e se jogou na cadeira e puxou um datapad do bolso,


claramente com a intenção de esperar por seu Mestre.

Troy mudou seu olhar para seu computador e o olhou fixamente.

Um ano atrás, ele teria feito o possível para entrar nas calças de Eridan.
Por que ele não sentiu nem mesmo um lampejo de interesse agora?

Talvez ele simplesmente não estivesse com vontade de transar. Além


disso, teria sido estúpido tentar flertar com o aprendiz do Grande Mestre - o que
quer que Eridan fosse para ele.

Um ano atrás, você não teria se importado, Uma voz disse no fundo de
sua mente. Sua negação está ficando velha, seu covarde de merda.

Eridan pigarreou. —Você está bem?

Olhando para ele, Troy tentou sorrir. —Certo. Porque pergunta?


Fixando seus olhos violetas nele avaliando-o, Eridan encolheu os ombros.
—Tenho forte empatia e não pude evitar sentir algumas de suas emoções. Em
minha defesa, você os está projetando com muita força.

Merda.

—Desculpe,— Troy murmurou, fazendo o seu melhor para reforçar seus


escudos mentais, mas ele nunca foi particularmente bom em proteger suas
emoções.

—Não se desculpe,— Eridan disse, olhando para ele com curiosidade. —


Você está realmente bem? Você parece ... — ele parou, algo como desconforto
aparecendo em seu rosto. —Você parece, você está infeliz. Você está ansiando
por algo, algo que pensa que não pode ter.

Troy abriu a boca para dizer-lhe para cuidar da própria vida, mas a
fechou quando viu o olhar de Eridan. Havia simpatia nisso e compreensão
também.

Eridan baixou os olhos e sorriu tristemente, olhando para suas mãos. —


Eu posso definitivamente relacionar ... Você pelo menos disse a ele como se sente?

A garganta de Troy estava apertada. —Não,— ele disse em uma voz


áspera. —E você?

Eridan deu uma risada sem olhar para ele. —Eu disse a ele que o quero.
Eu sei que ele me quer de volta. Mas ele disse que não será 'um escravo de seus
impulsos básicos' ou alguma besteira assim. E isso foi o fim.— Ele ergueu o olhar,
seus olhos violetas cheios de fogo. —Eu odeio isso, mas pelo menos eu sei que ele
me quer. Se eu não o confrontasse, não saberia nem mesmo isso. E isso é alguma
coisa. — Ele deu a Troy um olhar firme. —Fale com ele. Pode não funcionar, mas
pelo menos você saberia. É melhor do que a incerteza.

Troy apenas olhou para ele, sentindo-se perdido. Mas antes que ele
pudesse dizer qualquer coisa, a cabeça de Eridan girou em direção à câmara T
próxima. Um sorriso apareceu em seus lábios, tão lindo que quase doeu olhar
para ele. Era difícil acreditar que o sorriso fosse direcionado ao homem severo e
sem emoção que estava vindo em sua direção.

—Sua Graça,— Troy disse, sentando-se apressadamente ereto. Mas ele


não deveria ter se incomodado: o Grão-Mestre nem mesmo olhou para ele, seus
profundos olhos azuis fixos em seu aprendiz.

—Mestre,— Eridan murmurou. O tratamento respeitoso soou


estranhamente como um termo carinhoso.

O Grande Mestre não disse nada, seu rosto em branco não traindo
nenhuma emoção, mas Troy podia realmente sentir a presença telepática de
Mestre Idhron se estender e roçar contra seu aprendiz, envolvendo-o de uma
maneira bastante proprietária. Eridan enrubesceu, seus olhos vidrados.

Sentindo-se desconfortável e estranho, como se tivesse testemunhado


algo que não deveria, Troy olhou para seu computador. Ele não ergueu os olhos
novamente até que o Grande Mestre e seu aprendiz partiram juntos.

As marcas telepáticas residuais que permaneceram na sala mesmo depois


que eles partiram. A intimidade inegável entre o Mestre e seu aprendiz fez algo
dentro dele doer. Troy estremeceu, envolvendo os braços ao redor de si mesmo.
Ele sentiu frio. Estava frio no antigo mosteiro. O ar condicionado provavelmente
precisava ser ajustado novamente.

Fale com ele. Pode não funcionar, mas pelo menos você saberia. É melhor
do que a incerteza.

Troy suspirou, passando a mão pelo cabelo. Estava ficando muito longo,
quase tocando seu pescoço. Ele provavelmente deveria cortá-lo. Ele tinha sido
meio preguiçoso sobre cortar o cabelo no ano passado porque ... porque ...

A memória de dedos longos e fortes enfiando-se em seu cabelo apareceu


em sua mente.

Troy cerrou os dentes, gemendo baixinho de frustração. Não importa o


quanto ele tentasse não pensar nisso, sobre ele, ele falhou. Não importava o quão
ocupado ele estava em seu novo local de trabalho, não importa quantos novos
conhecidos ele fizesse, esses pensamentos continuavam voltando, e sua
respiração prendia em sua garganta toda vez que ele via as vestes negras de
mestres em sua visão periférica.

Porra, por que ele não conseguia seguir em frente? Ele deveria ter
seguido em frente com sua vida agora. A princípio, ele tentou dizer a si mesmo
que acabara de ficar um pouco apaixonado. Então ele meio que se convenceu de
que estava simplesmente viciado nas fusões telepáticas e era por isso que estava
tão obcecado. Mas o curador de mente que ele viu discretamente alguns dias
atrás o desiludiu dessa noção. Não havia nada de errado com ele, nem
fisicamente nem mentalmente. Ele não deveria ter se sentido tão ... tão insatisfeito
com sua vida. Ele tinha um bom trabalho que não envolvia colocar a boca nos
órgãos genitais de alguém, um pequeno apartamento agradável, e ele realmente
tinha tempo à noite para sair com seus amigos. A vida era boa.

Correção: a vida deveria ter sido boa. Ele se sentiu ... não exatamente
deprimido, mas parecia que algo estava faltando. Algo essencial que ele estava
esperando. Algo que tornaria sua vida completa. Esse algo teimosamente
continuava tomando a forma de um certo homem em sua mente, não importa o
quanto Troy tentasse não pensar nele. O desejo em seu peito que ele
teimosamente continuou chamando de, querer, no ano passado era como um
vazio, um buraco faminto agora, ansiando por ser preenchido.

Ele não podia mais negar: ele sentia falta. Ele sentia falta dele. Muita falta.
Maldito. Era mais do que apenas querer. Ele estava se enganando há meses. Ele
sentia falta de Andreas. Esses sentimentos ... eles não iriam passar.

E ele não tinha a porra da ideia do que fazer sobre isso.

Fale com eles. Pode não funcionar, mas pelo menos você saberia. É
melhor do que a incerteza.

—Eu nem te reconheço mais—, queixou-se Noel naquela noite,


enquanto eles se divertiam em seu pub favorito. —O que deixou você tão
deprimido?

—Eu não estou deprimido,— Troy disse sem entusiasmo, olhando ao


redor do pub sem muito interesse. —Estou apenas pensando.

Fale com ele. Pode não funcionar, mas pelo menos você saberia. É melhor
do que a incerteza.
—Certo—, disse Noel. —Você tem estado estranho desde que parou de
trabalhar para o Mestre Andreas.

Yulia bufou do outro lado de Troy. —Você entendeu tudo errado. Ele está
estranho desde que começou a trabalhar para o Mestre Andreas.

—Eu não estou,— Troy disse apaticamente.

—Sim, totalmente não deprimido,— Noel disse, trocando um olhar com


Yulia antes de voltar seu olhar para Troy. —Vamos, fale. Não somos seus amigos?

—Pode um servo ter um relacionamento com um Mestre?— Troy deixou


escapar antes que ele pudesse se conter.

Ele esperava olhares perplexos, mas Noel socou o ar. —Finalmente!— ele
disse com um sorriso antes de se virar para Júlia. —Pague. Você perdeu.

Gemendo, Yulia tocou seu chip contra o de Noel, claramente transferindo


créditos.

Troy os observou confuso. —Que porra é essa?

Revirando os olhos, Yulia suspirou. —Você não podia ter essa epifania
cinco dias atrás? Você acabou de me fazer perder dois mil créditos.

Quando Troy continuou olhando para eles confuso, sua expressão se


suavizou. —Estávamos esperando que você falasse conosco sobre isso.

—Sobre o que?

Noel bufou. —Sobre o fato de você estar ansiando por seu ex-
empregador. Vamos lá, você achou que éramos tão cegos? Não foi difícil somar
dois e dois. Parecia que alguém tinha morrido quando você saiu das casa do
mestre.

—Nós temos tentado delicadamente insinuar isso por um tempo,— Yulia


disse, ignorando o bufo de Noel e murmurou 'Delicadamente?' —Mas parecia
que você não estava pronto para falar sobre isso, então esperamos. Alguns de nós
são amigos bons e atenciosos. — O último foi dito com um olhar penetrante para
Noel, que apenas sorriu com um encolher de ombros.

Troy olhou para a superfície marrom de sua cerveja, sem saber o que
dizer.

—Quanto à sua pergunta,— Yulia disse. —Eu fiz algumas pesquisas…

—Você quer dizer fofoca,— Noel interrompeu.

—Eu fiz algumas pesquisas—, disse Yulia com ênfase na palavra


pesquisa. —E sim, há servos em relacionamentos com Mestres. É muito raro e
não é anunciado, mas não é realmente proibido pelas regras da Ordem. — Ela
sorriu. —Assim, você pode transar totalmente com o seu Mestre ou até mesmo
ter filhos com ele, se quiser.

Troy quase riu. Não era exatamente uma questão do que ele queria.
Andreas queria o mesmo? Ele duvidou disso. Se o fizesse, não o teria deixado ir
tão facilmente. Ou ele iria?

Fale com ele. Pode não funcionar, mas pelo menos você saberia. É melhor
do que a incerteza.

Troy engoliu sua cerveja.


Foda-se. Ele estava tão cansado disso. Doente de si mesmo indecisão,
insegurança - e sim, cansado de sua tristeza. Isto não era ele. Ele sempre se
orgulhou de ser confiante e decisivo. E daí se ele se sentisse completamente
perdido nesta situação? Qual era o pior que poderia acontecer? Ele teria seu
coração partido e ele seria totalmente humilhado, mas Eridan estava certo: pelo
menos teria algum fechamento real em vez dessa incerteza. Ele iria absorver e se
recompor eventualmente. Ele sempre se recompôs.

Sentindo-se muito melhor agora que havia tomado a decisão, Troy se


levantou.

—Onde você está indo?— seus amigos disseram.

Troy deu uma risada. —Fazer papel de bobo, provavelmente.

E antes que seus amigos pudessem questioná-lo mais, ele saiu.

Era uma noite fria, mas ele mal conseguia sentir. Ele nem mesmo se
lembrava de como havia chegado ao distrito de Mestres. Antes que ele
percebesse, ele se viu parado na frente da mansão familiar. Ele olhou para sua
fachada majestosa, sentindo uma forte sensação de déjà vu. Há pouco mais de
um ano, ele estava em frente a esta casa, sentindo-se nervoso e inseguro assim -
embora por razões totalmente diferentes. Parecia que tinha sido uma vida
diferente. Um ele diferente.

Talvez tenha sido.

Respirando fundo, Troy apertou a campainha.

—Diga seu nome e empresa—, disse a IA.


Troy engoliu em seco. —Troy,— ele disse. —Por favor, diga a Mestre
Andreas que gostaria de falar com ele, se ele estiver sozinho.

O pensamento repentino de que Andreas poderia não estar sozinho o fez


sentir mal do estômago. Ele não tinha certeza de como reagiria se visse Andreas
com outro servo do prazer. Embora, não, ele sabia como iria reagir: ele se viraria
e iria embora, porque essa seria a resposta para a pergunta que ele queria fazer.
Se Troy era tão facilmente substituível, então nem valia a pena fazer a pergunta.

—Um momento, por favor,— o AI disse antes de ficar em silêncio.

Segundos se arrastaram, dolorosamente devagar.

Finalmente, o portão se abriu.

—Mestre Andreas está em seu escritório—, disse a IA.

Troy se dirigiu para lá, um pouco da tensão nele diminuindo quando ele
entrou na casa familiar. Ele ainda podia sentir sua própria marca telepática por
toda parte, mesclada com a de Andreas, e era incrivelmente reconfortante. Ele se
sentiu muito em casa, mesmo sabendo que não deveria se permitir sentir assim.

Ele empurrou a porta do escritório de Andreas.

Andreas não estava sentado em sua cadeira de costume. Ele estava ao lado
de sua mesa, apoiado casualmente contra ela. Mas sua postura casual era uma
contradição estranha à tensão que exalava. Ele estava vestindo um suéter cinza
e calças pretas, suas vestes faltando. Seu cabelo ruivo escuro brilhava à luz do
fogo, seus olhos escuros eram difíceis de ler na sala mal iluminada.
Troy se deleitou com a visão dele: o poder, a virilidade, o puro Andreas.
Ele mal conseguia evitar que sua telepatia chegasse a ele avidamente, com medo
de ser rejeitado.

Ele não deveria estar assim.

Um momento depois, ele sentiu a presença telepática de Andreas tocá-lo,


suavemente a princípio, depois com mais intensidade, deslizando para dentro
dele. Ofegante, Troy se abriu, deixando-o entrar. Porra, era tão bom. Ele sentia
falta dele.

Senti sua falta, ele pensou para ele. Muito, maldito.

Andreas deve ter captado o pensamento, porque ele estava se movendo,


e então ele estava bem ali, na frente dele. Troy caiu em seus braços, escondendo
o rosto no ombro de Andreas com um suspiro de êxtase, e o abraçou com força,
seu corpo tentando se fundir com o de Andreas, derreter nele e nunca se separar.

—Por que demorou tanto?— Andreas disse, se aninhando em sua


têmpora.

Troy franziu a testa, seus olhos se abrindo. —O que?— ele disse,


afastando-se um pouco para ver o rosto de Andreas.

Andreas estava com as sobrancelhas erguidas, e isso era divertimento em


seus olhos? —Você realmente achou que terminamos só porque você parou de
trabalhar para mim?

Troy só conseguiu abrir a boca e fechá-la. Ele provavelmente parecia


estúpido. Ele certamente se sentiu estúpido.
A expressão de Andreas se suavizou. Ele embalou o rosto de Troy com as
mãos, fazendo Troy estremecer e se inclinar ao seu toque.

—Você me disse que aceitou minha oferta de trabalho porque estava com
muito medo de recusar um Mestre Sênior do Capitólio—, disse Andreas, olhando
para ele atentamente. —Eu deixei você ir porque você tinha que voltar para mim
por sua própria vontade. O desequilíbrio de poder em nosso relacionamento não
teria funcionado a longo prazo. Eu precisava ter certeza de que você realmente
deseja estar aqui. Você tinha que escolher ser meu. — Um brilho satisfeito
apareceu em seus olhos. —Eu sabia que você iria escolher ser meu.

—Idiota arrogante,— Troy resmungou, mas seu coração não estava


realmente nisso. Ele estava feliz demais para ficar bravo. Mas ele precisava saber
de algo. —Você não contratou outro servo do prazer, certo?— Seus braços se
apertaram ao redor de Andreas. —Porque eu não estou compartilhando.

—Por que eu pagaria por um animal de estimação sexual caro quando


posso ter você de graça?

Olhando para baixo, Troy deu um soco na lateral dele sem muito ânimo.
Ele sabia que Andreas estava brincando. Obviamente.

Ele não deve ter conseguido esconder sua incerteza, porque Andreas fez
uma pausa. Inclinando o rosto de Troy para cima, ele o fez olhar para ele, seus
olhos escuros sérios. —Você é a única pessoa que quero na minha cama, na
minha casa e na minha vida. Não outro.

A visão de Troy de repente ficou um pouco embaçada. —Bom—, disse


ele ferozmente e esmagou suas bocas, incapaz de lutar contra a fome nele por
mais tempo, seu corpo se erguendo em direção a Andreas, cada fibra, cada parte.
Ele queria se fundir, escalar, sentir a pele. Troy gemeu em torno da língua de
Andreas, agarrando seus ombros largos.

Eles fizeram sexo ali mesmo, na mesa de Andreas, transando como


adolescentes, incapazes de se beijar profundamente ou com força suficiente.
Troy não era mais capaz de falar, então ele se abriu para Andreas, oferecendo-
lhe seus pensamentos e emoções e exigindo o mesmo em troca. Senti sua falta,
não conseguia parar de pensar em você, não quero mais ninguém, acho que te
amo, preciso de você, adoro você, quero você, só você.

Ele não tinha mais certeza de quais pensamentos pertenciam a Andreas


e quais pertenciam a ele. Não importa. Ele podia sentir que Andreas sentia o
mesmo por ele. Eles estavam na mesma página. Eles queriam a mesma coisa: um
ao outro. E essa era a única coisa que importava. Eles descobririam todo o resto
mais tarde.

—Estou voltando,— Troy declarou quando sua respiração se equilibrou


depois de seu orgasmo. Ele beijou Andreas na bochecha mal barbeada, e então
de novo - porque ele queria e porque ele podia. —Eu realmente senti falta da
nossa cama.

Andreas bufou. —Acho que vou ter que aturar você monopolizando
todos os cobertores de novo.

Sorrindo, Troy esfregou seus narizes. —Você vai, e você vai adorar.
—Eu vou—, disse Andreas, olhando para ele com firmeza, antes de
repentinamente puxá-lo por cima do ombro como um saco de grãos4.

—Ei!

Ignorando o grito indignado de Troy, ele o carregou em direção ao seu


quarto. Para a cama deles.

Fim

4
Saco de batatas
Obrigado por ler esta história. Espero que tenha gostado! Se você quiser
ler mais histórias ambientadas neste mundo, pode ler minha série Calluvia's
Royalty. A história do mestre Castien Idhron e Eridan é o livro 4 da série, Prince's
Master.

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