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A Região Sul é uma das cinco grandes regiões em que é dividido o Brasil.

Compreende
os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que juntos totalizam uma
superfície de 576.300,8 km². A Região Sul é a menor das regiões brasileiras e faz parte
da região geoeconômica Centro-Sul. É um grande polo turístico, econômico e cultural,
abrangendo grande influência européia, principalmente de origem italiana e germânica. A
Região Sul apresenta altos índices sociais em vários aspectos: possui o
maior IDH do Brasil, 0,860, e a segunda maior renda per capita do país, 13.208,00 reais,
atrás apenas da Região Sudeste. A região é também a mais alfabetizada, 93,7% da
população.
Faz fronteiras com o Uruguai ao sul, com a Argentina e com o Paraguai ao oeste, com
a Região Centro-Oeste e com a Região Sudeste do Brasil ao norte e com o Oceano
Atlântico ao leste. Sua história é marcada por uma grande imigração europeia, pela Guerra
dos Farrapos também chamada de Revolução Farroupilha e mais recentemente
pela Revolução Federalista, com seu principal evento o Cerco da Lapa e o Contestado.

POPULAÇÃO

População no último
censo [2022]
11.444.380 pessoas

Densidade demográfica [2022]


57,42 habitante por
quilômetro quadrado

Total de veículos [2022] 8.575.905 veículos

TRABALHO E RENDIMENTO

Rendimento nominal mensal


domiciliar per capita [2022]
1.846 R$

Pessoas de 16 anos ou mais


ocupadas na semana de 5.519 pessoas (×1000)
referência [2016]

Proporção de pessoas de 16
anos ou mais em trabalho
formal, considerando apenas as 68,7 %
ocupadas na semana de
referência [2016]

Proporção de pessoas de 14
anos ou mais de idade, ocupadas
na semana de referência em
71,4 %
trabalhos formais [2022]
Rendimento médio real habitual
do trabalho principal das
pessoas de 14 anos ou mais de
idade, ocupadas na semana de
2.886 R$
referência em trabalhos
formais [2022]

Pessoal ocupado na
Administração pública, defesa e 361.279 pessoa
seguridade social [2021]

IDEB – Anos
iniciais do
ensino 6,1
fundamental
(Rede
pública) [2021]

IDEB – Anos finais


do ensino
fundamental 5,2
(Rede
pública) [2021]

Matrículas no
ensino 1.348.296 matrículas
fundamental [2021]

Matrículas no
ensino médio [2021]
378.660 matrículas

Docentes no
ensino 83.337 docentes
fundamental [2021]

Docentes no
ensino médio [2021]
33.180 docentes

Número de
estabelecimentos
de ensino
6.147 escolas
fundamental [2021]

Número de 2.032 escolas


estabelecimentos
de ensino
médio [2021]

Índice de
Desenvolvimen
to Humano
0,769
(IDH) [2021]

Receitas
orçamentárias
60.163.576,12 R$
(×1000)
realizadas [2017]

Despesas
orçamentárias 55.534.402,97 R$
empenhadas [20 (×1000)
17]

Número de
agências [2021]
1.165 agências

Depósitos a 91.265.706.092,00 R
prazo [2021] $

Depósitos à 13.294.746.036,00 R
vista [2021] $

Número de
municípios
399 municípios

Área da unidade
territorial [2022]
199.298,981 km²

Área
urbanizada [2019]
3.349,03 km

"Principais atividades econômicas da região Sul

O Sul do país tem destaque em vários setores econômicos brasileiros. Por ser uma região bem
desenvolvida no aspecto tecnológico e industrial, são muito comuns áreas em que esses dois
aspectos se unem, como na criação de animais em larga escala.

Além disso, essa região é líder na criação de suínos e aves no Brasil, tendo os maiores
rebanhos nas duas categorias de acordo com o Sistema IBGE de Recuperação Automática
(Sidra).
As condições climáticas e o solo fértil também favorecem a agricultura, com destaque para a
produção de milho no Paraná, de maçãs no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, além do
cultivo da uva, que é marcante no nordeste rio-grandense.

Já as atividades industriais estão relacionadas com produção de matéria-prima, como itens


têxteis, lacticínios, frigoríficos, grãos, etc. O estado mais industrializado é o Rio Grande do Sul,
com grandes complexos industriais na região metropolitana de Porto Alegre. Em geral, essas
indústrias estão relacionadas à agropecuária, como a produção de roupas e calçados (couro).
Em Caxias do Sul, há uma grande produção de vinhos, sendo um polo de referência no Brasil
todo.

Na região metropolitana de Curitiba, por estar próxima à região Sudeste, o desenvolvimento


industrial também é grande e bem diversificado, com indústrias automobilísticas, químicas,
madeireiras, entre outras.

Em Santa Catarina, no litoral sul, há a extração de carvão mineral, que é usado nas usinas
termais e nas indústrias siderúrgicas de toda a região Sul, contribuindo de forma positiva para
o desenvolvimento econômico dos três estados."

"Aspectos culturais da região Sul

A influência europeia é marcada também nas manifestações culturais da região Sul. A maioria
das festividades sulistas tem a ver com algum aspecto europeu, seja gastronômico, seja
artístico, cultural ou todos esses em um mesmo evento.

Em Santa Catarina, duas festividades chamam a atenção. A primeira é a Dança de Fitas,


tradição antiga que consiste em um pau-de-fita de onde saem pares de fitas coloridas. Essas
fitas são trançadas pelos participantes da dança, que giram em torno do mastro localizado no
centro da roda.

Já a segunda festa é a Oktoberfest, que acontece em Blumenau. Esse evento tipicamente


alemão homenageia a cerveja (atração principal da festa), levando inúmeros turistas de todos
os cantos do Brasil (e de algumas partes do mundo) para a cidade.

No Rio Grande do Sul, devido ao alto cultivo da uva, algumas cidades costumam celebrar a
Festa da Uva, que reúne as tradições dos antepassados e uma vasta culinária a partir de
produtos feitos dessa fruta. Há também, na cidade de Gramado, um dos maiores festivais de
cinema do mundo, o Festival de Cinema de Gramado, que acontece anualmente no mês de
agosto, premiando cineastas das línguas portuguesa e espanhola.

A religião também marca presença em algumas festividades do Sul. No Rio Grande do Sul, por
exemplo, há a festa da Nossa Senhora dos Navegantes, que ocorre no dia 2 de fevereiro, em
Porto Alegre. Centenas de barqueiros e fiéis participam de uma procissão em alto-mar"
Veja mais sobre "Região Sul" em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/regiao-sul.html

Estados da região Sul


Sendo a menor região em extensão territorial, o Sul do país abriga
três estados que possuem economias bem diversificadas. São estados
da região Sul e suas respectivas capitais:

Capitais Estados Gentílicos


Curitiba Paraná Paranaense
Porto Alegre Rio Grande do Sul Gaúcho ou sul-rio-grandense
Florianópolis Santa Catarina Catarinense ou barriga-verde

Dados gerais da região Sul


Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados são de
2019.

 Área territorial: área ocupada pela região Sul é de,


aproximadamente, 576.737 kkm², o que resulta em 7% do território
brasileiro.
 População: 29.975.984 habitantes.
 Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1744,33.
 Densidade demográfica: 51,91 hab/km2 por km².
 Índice de Desenvolvimento Humano: 0,756.
 Matrículas no ensino fundamental: 3.577.947 de estudantes.
 Produto Interno Bruto (em reais)|1|: aproximadamente 1,12
trilhão de reais.
 Taxa de mortalidade infantil|2|: 15,1.
Composta por quatro estados – Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro
(RJ) e São Paulo (SP) –, a região Sudeste é a mais populosa e a que tem maior
concentração populacional do território brasileiro. É também a região mais rica do País e a
que possui a única megalópole do Brasil, São Paulo.

O relevo da região Sudeste é bem variado: por um lado, encontramos superfícies


elevadas, como as serras da Mantiqueira, da Canastra e do Mar; e por outro, planícies
costeiras, largas, que formam amplas baixadas litorâneas.

No que se refere ao clima, a região apresenta vários tipos. O clima tropical predomina no
litoral, com temperaturas altas e duas estações bem marcadas: o verão, chuvoso, e o
inverno, seco. E nos planaltos, o clima tropical de altitude, com grandes variações de
temperatura.

A vegetação da região Sudeste varia de acordo com o clima, mas a maior parte da
vegetação dessa região é formada pela Mata Atlântica, que se encontra bastante
devastada por causa da urbanização e da expansão agrícola. No Estado de Minas Gerais,
predomina a vegetação de Cerrado e de Caatinga.

O Sudeste possui vários rios importantes, como o Rio Tietê, Rio Paraíba do Sul, Rio
Paraná, Rio Doce, além da nascente do Rio São Francisco, na Serra da Canastra, em
Minas Gerais. Esses rios são muito aproveitados para a produção de energia elétrica.

A população da região Sudeste é predominantemente urbana, ou seja, mora em cidades, e


se caracteriza por uma grande diversidade étnica e cultural.

Os primeiros habitantes da região foram os índios, e depois ocorreu a ocupação


portuguesa, no século XVI. Posteriormente, os negros foram trazidos para realizarem o
trabalho escravo. Porém, foi no fim do século XIX que se expandiu essa diversidade
populacional, quando o Sudeste recebeu imigrantes de vários lugares do mundo, para
trabalharem nas lavouras de café: vieram italianos, alemães, japoneses e libaneses. E,
posteriormente, espanhóis, poloneses, holandeses, franceses, entre outros. Além dos
estrangeiros, a região também atraiu milhares de brasileiros, principalmente da região
Nordeste.

A Embrapa possui 9 Unidades na região Sudeste: três no estado do Rio de Janeiro


(Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Solos), duas em
Minas Gerais (Embrapa Gado de Leite e Embrapa Milho e Sorgo) e cinco no estado de
São Paulo (Embrapa Informática Agropecuária, Embrapa Instrumentação, Embrapa Meio
Ambiente, Embrapa Territorial e Embrapa Pecuária Sudeste).

Unidades da Embrapa na Região Sudeste


84.840.113
(pessoas)
1 Sudeste

taxa de crescimento
anual região sul
0,74 %
Sudeste
0,45

Região Sudeste é conhecida por ser a mais rica do país, concentrando


as principais cidades e atividades econômicas do Brasil, além de ser a
mais povoada.
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A região Sudeste é conhecida por sua força econômica e suas grandes


cidades. Nela estão localizadas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, algumas das principais cidades brasileiras e
importantíssimas para a economia nacional.

Fato marcante no Sudeste é sua população. A região é a mais populosa


do Brasil, com mais de 90% da população morando em áreas urbanas,
sendo também a mais urbanizada. Além disso, seus índices
econômicos são altos, assim como a taxa de industrialização. Em um
passado não muito distante, no século XX, foi o território que mais
atraiu migrantes em busca de melhores condições de vida e
oportunidades de trabalho.

Leia mais: Regiões do Brasil – agrupamentos de estados com


características semelhantes

Tópicos deste artigo


 1 - Estados da região Sudeste
 2 - Dados gerais da região Sudeste
 3 - Breve histórico da região Sudeste
 4 - Clima da região Sudeste
 5 - Relevo da região Sudeste
 6 - Hidrografia da região Sudeste
 7 - Vegetação da região Sudeste
 8 - Demografia da região Sudeste
 9 - Principais atividades econômicas da região Sudeste
 10 - Aspectos culturais da região Sudeste

Estados da região Sudeste


Os estados da região Sudeste possuem economia diversificada, com
muitas oportunidades no terceiro e quarto setores econômicos. No
total são quatro os estados que formam essa região. Observe-os, em
ordem alfabética, com suas respectivas capitais.

Estados Capitais Gentílicos


Espírito Santo Vitória Capixaba ou espírito-santense
Minas Gerais Belo Horizonte Mineiro
Rio de Janeiro Rio de Janeiro Fluminense
São Paulo São Paulo Paulista

Dados gerais da região Sudeste


Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esses dados são
de 2019.

 Área territorial: aproximadamente, 925 mil km², o que resulta


em 12% do território brasileiro.
 População: 88.371.433 habitantes
 Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1666,75
 Densidade demográfica: 95,13 habitantes por km²
 Índice de Desenvolvimento Humano: 0,753
 Matrículas no ensino fundamental: 10.384.771 de estudantes
 Produto Interno Bruto (em reais)|1|: 2,4 trilhões
 Taxa de mortalidade infantil|1|: 12,6
Mapa da região Sudeste.
Breve histórico da região Sudeste
Uma das razões para o início da ocupação do Sudeste brasileiro foi
a descoberta de ouro na região, no século XVII, por volta de 1690, e
de outras pedras preciosas, como o diamante. Tais minérios foram
encontrados, a princípio, em Minas Gerais, o que deu início a vários
povoados que, posteriormente, transformaram-se em grandes cidades.

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As necessidades populacionais de quem vivia na região das minas


levaram ao surgimento de atividades agrícolas e comerciais. O
interesse nas pedras preciosas era tão grande que atraía inúmeros
migrantes no século XVIII. Devido a esses fatores, e mais alguns, como
o declínio Nordeste, o governo português decidiu, em 1763, transferir
a capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Com isso, o centro da
economia colonial passava a ser o Sudeste.

Ao longo do século XIX, outras atividades econômicas despontaram na


região, como o cultivo do café. Inicialmente, esse cultivo foi
introduzido no estado do Rio de Janeiro, no início do século XIX, na
região do rio Paraíba do Sul. Com o passar dos anos, a produção
expandiu-se para os demais estados do Sudeste, principalmente em
São Paulo.

Nessa época, a maioria da produção era voltada para o mercado


externo, com mão de obra escrava africana. Devido ao relevo
acidentado, o Rio de Janeiro logo viu a produção ser deslocada para
São Paulo, em terreno relativamente plano.

O desmatamento nas encostas fluminenses e o acentuado processo


erosivo contribuíram para que o café ganhasse força nos terrenos
planos paulistas. Assim, o estado de São Paulo iniciava o domínio da
produção cafeeira no Brasil, na segunda metade do século XIX.

Com a abolição da escravidão, em 1888, e a forte imigração de


nordestinos e europeus, o Sudeste desenvolveu um alto contingente
populacional e vasta mão de obra, além de capital oriundo do café
para o desenvolvimento de atividades industriais. Esses fatos
propiciaram o início da industrialização brasileira na região, no final do
século XIX, sendo atualmente a mais industrializada do país.

Veja também: Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Clima da região Sudeste


O clima no Sudeste é basicamente tropical devido a sua localização
geográfica. É uma região situada entre os trópicos, tendo temperaturas
elevadas na maior parte dos estados. Entretanto, alguns fatores
modificam seu clima, como a altitude, a maritimidade (influência das
massas de ar vindas do oceano) e a latitude.

O relevo (altitude) exerce grande influência na distribuição de chuvas e


nas diferenças de temperaturas. Na cidade do Rio de Janeiro e em
Santos, há maiores índices pluviométricos do que em Belo Horizonte,
por exemplo. Isso porque as primeiras são litorâneas, recebendo muita
umidade do oceano (maritimidade). Já a capital mineira está em uma
área elevada de 852 m acima do nível do mar, com bairros que
atingem mais de 1500 m de altitude.
Em geral, cidades mais altas possuem temperaturas menores. Na
Serra da Mantiqueira, as temperaturas são baixas na divisa entre Minas
Gerais e São Paulo. O destaque dessa área é a cidade de Campos do
Jordão (SP), que atrai inúmeros turistas devido ao clima frio e à elevada
altitude (mais de 1600 m acima do nível do mar). Nessas regiões, o
clima é o tropical de altitude, com baixas temperaturas, presença de
geadas no inverno e índices pluviométricos de 1500 mm anuais.

Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.


No litoral, temos o clima tropical litorâneo, com altas temperaturas e
índices pluviométricos elevados.

Outro clima presente na região é o tropical semiárido, localizado no


norte de Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha. Nessa área,
as temperaturas são bastante elevadas, e as chuvas, escassas e mal
distribuídas durante o ano.

Relevo da região Sudeste


A região Sudeste é a que possui o relevo mais alto. Podemos destacar
três unidades de relevo nessa região: planaltos (a maioria), depressões
e planícies.
Os planaltos podem ser divididos em três grupos, de acordo com a
classificação de Jurandyr Ross:

 Planaltos e serras do atlântico leste-sudeste: área que vai da


parte oriental de Minas Gerais e do Espírito Santo e chega até a
parte leste de São Paulo. Nesse grupo destacam-se a Serra do
Mar e a Serra da Mantiqueira.
 Planaltos e chapadas da bacia do Paraná: localizados no oeste
paulista e em parte do triângulo mineiro. Área de solo fértil,
conhecido como terra roxa, que possibilitou o cultivo do café nas
chapadas altas e planas.
 Planaltos e serras de Goiás-Minas: o destaque é a serra da
Canastra, localizada no sudoeste de Minas.

As depressões situam-se em São Paulo, entre os planaltos do leste-


sudeste e os planaltos da bacia do Paraná. Essa área interiorana
paulista também foi útil no cultivo do café, pois seu processo erosivo é
menos acentuado.

Já as planícies são localizadas no litoral do Sudeste e também em


algumas margens de rios (essas menores do que as litorâneas). Em
algumas regiões, o relevo montanhoso dá origem a falésias que
podem ser encontradas no litoral sul do estado do Rio de Janeiro.

Hidrografia da região Sudeste


O relevo acidentado da região Sudeste propicia uma grande
distribuição de águas fluviais para as outras regiões do país. Devido a
isso, há duas grandes bacias hidrográficas na região — bacia do
Paraná e bacia do São Francisco —, além de três regiões hidrográficas
— atlântico sul, sudeste e leste.

A bacia do Paraná está presente nos estados de Minas Gerais e São


Paulo, com importantes rios que contribuem com o abastecimento de
água e a geração de energia elétrica para a população. Como
destaque, citamos os rios Tietê, Grande e Paraná. Há também usinas
hidrelétricas nessa bacia, como a usina de Furnas, em Minas Gerais.

Já a bacia do São Francisco é fundamental para Minas Gerais, único


estado presente nela. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra e
é essencial para o abastecimento da região metropolitana da capital
mineira, Belo Horizonte. Esse rio corre no sentido sul–norte, tendo sua
foz na região Nordeste.

Rio Doce, em Minas Gerais, após o desastre ecológico de janeiro de


2019.
A região hidrográfica atlântico sul está presente no extremo sudeste
de São Paulo, tendo sua importância maior na região sul do país. Já
a região atlântico sudeste é presente nos quatro estados, tendo os
seguintes rios como destaque: rio Doce, que nasce em Minas Gerais,
passa pelo Espírito Santo e deságua no oceano Atlântico; rio Paraíba
do Sul, que percorre uma importante área industrial paulista; e rio
Ribeira de Iguape, que nasce no Paraná e tem sua foz no estado de
São Paulo.

Acesse também: Rompimento da barragem em Brumadinho

Vegetação da região Sudeste


Das cinco regiões brasileiras, o Sudeste é a que mais apresenta
diferença nas paisagens naturais se compararmos com a vegetação
nativa. A alta industrialização e urbanização tiveram contribuição nisso,
tendo destruído grandes áreas de matas para a construção de cidades,
ferrovias e parques industriais. Atualmente existem poucos resquícios
de áreas verdes na região.

No Sudeste podemos encontrar, basicamente, quatro tipos de


vegetação: Caatinga, Cerrado, floresta tropical (Mata Atlântica) e
vegetação litorânea (Manguezais).

A Caatinga é comum no norte de Minas Gerais devido ao clima


semiárido. É uma paisagem parecida com a da região Nordeste,
principalmente na região do vale do Jequitinhonha.

Já o Cerrado, vegetação bem comum em climas tropicais, é


encontrado em São Paulo e em grande parte de Minas Gerais. É uma
vegetação com galhos tortuosos, de baixo e médio porte, mas com
raízes profundas, capazes de buscar água no subsolo na época de
estiagem.

A Mata Atlântica possui uma grande biodiversidade e pode ser


encontrada nos quatro estados. Devido a essa biodiversidade, foi
muito desmatada para fins comerciais e urbanísticos, restando pouca
vegetação original.
Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.
No litoral há Manguezais e Restingas, vegetações típicas dessa área.
No Sudeste, entretanto, a especulação imobiliária afeta essa vegetação,
o que atrapalha o ecossistema e a vida presente nesses biomas.

Demografia da região Sudeste


A região Sudeste conta com quase 90 milhões de pessoas, segundo
dados do IBGE de 2019, sendo a mais populosa do país, com a maior
taxa de urbanização (93%). Entretanto, sua população cresceu de forma
significativa somente no fim do século XIX e no século passado. A
forte imigração de europeus (fim do século XIX) e brasileiros de
outras regiões, como os nordestinos (meados dos anos 1940-50),
contribuiu para esse crescimento.

Por ter os melhores indicadores econômicos e sociais, a migração era


bem acentuada nessa região. No entanto, nas últimas décadas, o
migrante tem preferido outras regiões, como o Centro-Oeste, para
buscar melhores condições. Isso porque há um grande inchaço
urbano, acarretando em graves problemas sociais, como falta de
moradia, desemprego e subempregos.
O inchaço urbano é uma das causas do declínio migratório para o
Sudeste, como pode ser observado em São Paulo, SP.
No Sudeste estão localizadas as duas maiores regiões
metropolitanas do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. Somadas, as
duas regiões concentram mais de 30 milhões de habitantes, de acordo
com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2019. Com
isso, há uma grande concentração de atividades comerciais, industriais
e tecnológicas nessas duas áreas do Sudeste.

Principais atividades econômicas da região


Sudeste
A força econômica do Sudeste é explicada, pela história, desde os
tempos da extração de ouro, passando pelo cultivo do café, e,
atualmente, com a concentração de várias indústrias, tanto nacionais
quanto transnacionais.

A industrialização brasileira tem seu auge nos anos 1950, sendo


iniciada, décadas antes, na região Sudeste. Esse auge atingiu o Sudeste
de forma positiva, pois era nessa região que estavam as melhores
condições em infraestrutura para a instalação de fábricas e
aglomerados industriais.
Atualmente, o território possui um grande parque industrial,
principalmente em São Paulo, na região metropolitana (ABC Paulista:
Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano, cidades
industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria petrolífera.

Há em andamento uma forte desconcentração industrial das grandes


metrópoles por diversos fatores, como terrenos caros, inchaço urbano
e incentivos fiscais por parte de cidades menores. Com isso, algumas
áreas do interior do Sudeste tornaram-se centros industriais, como
Contagem, em Minas Gerais. Além disso, a malha rodoviária na região
contribui para que as indústrias partam para o interior, mas sem perder
o grande mercado consumidor existente nas grandes cidades.

O Sudeste conta com importantes recursos minerais, como o ferro e o


manganês, encontrados em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero.
Esses minerais são exportados para o mundo todo via Porto de
Tubarão, no Espírito Santo.

Petróleo e sal marinho também estão presentes na economia da


região. Hoje, o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de
petróleo do país, seguido pelo Espírito Santo, e o segundo maior de
sal.

A região também é forte na pecuária. De acordo com o IBGE, com


dados de 2018, o Sudeste abrange o terceiro maior rebanho bovino do
Brasil, com mais de 37 milhões de cabeças de gado. O destaque na
região para essa produção é o estado de Minas Gerais, com forças para
as indústrias de laticínios. O rebanho suíno também faz-se presente
na economia, que concentra o segundo maior rebanho dessa espécie
no país, com mais de sete milhões de porcos.

Veja também: Quais as diferenças entre exportação e importação?

Aspectos culturais da região Sudeste


Com a forte migração ocorrida para o Sudeste nos séculos passados,
as manifestações culturais presentes nessa região possuem influência
indígena, negra e europeia, além da influência asiática.
Uma das festas mais famosas de todo o mundo ocorre na cidade do
Rio de Janeiro e também em São Paulo: o carnaval. As festas
carnavalescas dessas duas cidades são famosas pelas grandes
aglomerações e pelos desfiles das escolas de samba, atraindo gente de
todo o Brasil e de vários cantos do mundo. Ainda, no Rio de Janeiro, há
o famoso réveillon em Copacabana, festa que chega a reunir duas
milhões de pessoas na orla da praia.

Um dos maiores réveillon do mundo ocorre na praia de Copacabana,


Rio de Janeiro.
Há também, no Espírito Santo, as bandas de congo, de origem
indígena. São bandas folclóricas, com danças e ritmos simples, em que
os congueiros sentam-se em tambores formando um círculo. Além do
bater nos tambores, há outros instrumentos musicais que incrementam
a dança, como a casaca, que se parece com um reco-reco.

Em Minas Gerais temos o congado, uma espécie de dança e música


nascida da fusão dos ritos africanos com a religião católica, com
histórias que homenageiam Nossa Senhora do Rosário.

A população da região Sudeste


A população do Sudeste brasileiro é a maior do país. Essa
região é composta por quatro estados: São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Bairro da Liberdade, em
São Paulo
O Sudeste é uma das cinco macrorregiões do Brasil, sendo
formado pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo
e Rio de Janeiro. Sua extensão territorial é de 924.511,3
quilômetros quadrados. É o complexo regional mais populoso e
povoado do país, pois de acordo com dados do Censo
Demográfico realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), totaliza 80.364.410 habitantes. Sua
densidade demográfica é de aproximadamente 87 habitantes por
quilômetro quadrado.

A distribuição da população da região Sudeste por estado, ocorre


da seguinte forma:

São Paulo – 41.262.199 habitantes.


Minas Gerais – 19.597.330 habitantes.
Rio de Janeiro – 15.989.929 habitantes.
Espírito Santo – 3.514.952 habitantes.

A Região era habitada por tribos indígenas quando ocorreu a


ocupação portuguesa. A miscigenação do português com o índio
teve início no século XVI, época em que se formaram as primeiras
cidades, como São Vicente, São Paulo e Rio de Janeiro. O negro
foi trazido à região para a realização do trabalho escravo e,
consequentemente, contribuiu para a diversidade étnica e cultural
do Sudeste.

Porém, foi com a expansão cafeeira no fim do século XIX e início


do século XX, que o Sudeste recebeu imigrantes de diferentes
lugares do mundo, principalmente italianos, japoneses, alemães,
sírios e libaneses para trabalharem nas lavouras de café. Os fluxos
migratórios com destino à Região não cessaram. Posteriormente,
vieram espanhóis, coreanos, poloneses, suíços, holandeses,
franceses, entre tantos outros. Estima-se que são mais de 70
nacionalidades distintas, presentes na população do Sudeste.

Além dos imigrantes estrangeiros, os estados do Sudeste, em


especial São Paulo, atraiu – e ainda atrai – centenas de milhares
de migrantes do território nacional, oriundos principalmente dos
estados do Nordeste.

Os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) estão entre os


melhores do Brasil: São Paulo, 0,833; Rio de Janeiro, 0,832; Espírito
Santo, 0,802 e Minas Gerais, 0,800. A maioria da população reside
em áreas urbanas (aproximadamente 93%), e as taxas de
alfabetização, são consideradas elevadas. No entanto, os estados
sofrem com vários problemas urbanos, como engarrafamentos,
déficit de moradia, violência, poluição, etc.

"A região Sudeste é conhecida por sua força econômica e suas grandes
cidades. Nela estão localizadas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, algumas das principais cidades brasileiras e
importantíssimas para a economia nacional.

Fato marcante no Sudeste é sua população. A região é a mais populosa


do Brasil, com mais de 90% da população morando em áreas urbanas,
sendo também a mais urbanizada. Além disso, seus índices
econômicos são altos, assim como a taxa de industrialização. Em um
passado não muito distante, no século XX, foi o território que mais
atraiu migrantes em busca de melhores condições de vida e
oportunidades de trabalho.

Leia mais: Regiões do Brasil – agrupamentos de estados com


características semelhantes

Tópicos deste artigo

1 - Estados da região Sudeste

2 - Dados gerais da região Sudeste

3 - Breve histórico da região Sudeste

4 - Clima da região Sudeste

5 - Relevo da região Sudeste

6 - Hidrografia da região Sudeste

7 - Vegetação da região Sudeste

8 - Demografia da região Sudeste

9 - Principais atividades econômicas da região Sudeste

10 - Aspectos culturais da região Sudeste

Estados da região Sudeste

Os estados da região Sudeste possuem economia diversificada, com


muitas oportunidades no terceiro e quarto setores econômicos. No
total são quatro os estados que formam essa região. Observe-os, em
ordem alfabética, com suas respectivas capitais.
Estados

Capitais

Gentílicos

Espírito Santo

Vitória

Capixaba ou espírito-santense

Minas Gerais

Belo Horizonte

Mineiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
Fluminense

São Paulo

São Paulo

Paulista

Dados gerais da região Sudeste

Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esses dados são
de 2019.

Área territorial: aproximadamente, 925 mil km², o que resulta em 12%


do território brasileiro.

População: 88.371.433 habitantes

Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1666,75

Densidade demográfica: 95,13 habitantes por km²

Índice de Desenvolvimento Humano: 0,753


Matrículas no ensino fundamental: 10.384.771 de estudantes

Produto Interno Bruto (em reais)|1|: 2,4 trilhões

Taxa de mortalidade infantil|1|: 12,6

Mapa da região Sudeste.

Breve histórico da região Sudeste

Uma das razões para o início da ocupação do Sudeste brasileiro foi a


descoberta de ouro na região, no século XVII, por volta de 1690, e de
outras pedras preciosas, como o diamante. Tais minérios foram
encontrados, a princípio, em Minas Gerais, o que deu início a vários
povoados que, posteriormente, transformaram-se em grandes cidades.

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As necessidades populacionais de quem vivia na região das minas


levaram ao surgimento de atividades agrícolas e comerciais. O
interesse nas pedras preciosas era tão grande que atraía inúmeros
migrantes no século XVIII. Devido a esses fatores, e mais alguns, como
o declínio Nordeste, o governo português decidiu, em 1763, transferir
a capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Com isso, o centro da
economia colonial passava a ser o Sudeste.
Ao longo do século XIX, outras atividades econômicas despontaram na
região, como o cultivo do café. Inicialmente, esse cultivo foi
introduzido no estado do Rio de Janeiro, no início do século XIX, na
região do rio Paraíba do Sul. Com o passar dos anos, a produção
expandiu-se para os demais estados do Sudeste, principalmente em
São Paulo.

Nessa época, a maioria da produção era voltada para o mercado


externo, com mão de obra escrava africana. Devido ao relevo
acidentado, o Rio de Janeiro logo viu a produção ser deslocada para
São Paulo, em terreno relativamente plano.

O desmatamento nas encostas fluminenses e o acentuado processo


erosivo contribuíram para que o café ganhasse força nos terrenos
planos paulistas. Assim, o estado de São Paulo iniciava o domínio da
produção cafeeira no Brasil, na segunda metade do século XIX.

Com a abolição da escravidão, em 1888, e a forte imigração de


nordestinos e europeus, o Sudeste desenvolveu um alto contingente
populacional e vasta mão de obra, além de capital oriundo do café
para o desenvolvimento de atividades industriais. Esses fatos
propiciaram o início da industrialização brasileira na região, no final do
século XIX, sendo atualmente a mais industrializada do país.

Veja também: Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Clima da região Sudeste

O clima no Sudeste é basicamente tropical devido a sua localização


geográfica. É uma região situada entre os trópicos, tendo temperaturas
elevadas na maior parte dos estados. Entretanto, alguns fatores
modificam seu clima, como a altitude, a maritimidade (influência das
massas de ar vindas do oceano) e a latitude.

O relevo (altitude) exerce grande influência na distribuição de chuvas e


nas diferenças de temperaturas. Na cidade do Rio de Janeiro e em
Santos, há maiores índices pluviométricos do que em Belo Horizonte,
por exemplo. Isso porque as primeiras são litorâneas, recebendo muita
umidade do oceano (maritimidade). Já a capital mineira está em uma
área elevada de 852 m acima do nível do mar, com bairros que
atingem mais de 1500 m de altitude.

Em geral, cidades mais altas possuem temperaturas menores. Na Serra


da Mantiqueira, as temperaturas são baixas na divisa entre Minas
Gerais e São Paulo. O destaque dessa área é a cidade de Campos do
Jordão (SP), que atrai inúmeros turistas devido ao clima frio e à elevada
altitude (mais de 1600 m acima do nível do mar). Nessas regiões, o
clima é o tropical de altitude, com baixas temperaturas, presença de
geadas no inverno e índices pluviométricos de 1500 mm anuais.

Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.

No litoral, temos o clima tropical litorâneo, com altas temperaturas e


índices pluviométricos elevados.

Outro clima presente na região é o tropical semiárido, localizado no


norte de Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha. Nessa área,
as temperaturas são bastante elevadas, e as chuvas, escassas e mal
distribuídas durante o ano.
Relevo da região Sudeste

A região Sudeste é a que possui o relevo mais alto. Podemos destacar


três unidades de relevo nessa região: planaltos (a maioria), depressões
e planícies.

Os planaltos podem ser divididos em três grupos, de acordo com a


classificação de Jurandyr Ross:

Planaltos e serras do atlântico leste-sudeste: área que vai da parte


oriental de Minas Gerais e do Espírito Santo e chega até a parte leste
de São Paulo. Nesse grupo destacam-se a Serra do Mar e a Serra da
Mantiqueira.

Planaltos e chapadas da bacia do Paraná: localizados no oeste paulista


e em parte do triângulo mineiro. Área de solo fértil, conhecido como
terra roxa, que possibilitou o cultivo do café nas chapadas altas e
planas.

Planaltos e serras de Goiás-Minas: o destaque é a serra da Canastra,


localizada no sudoeste de Minas.

As depressões situam-se em São Paulo, entre os planaltos do leste-


sudeste e os planaltos da bacia do Paraná. Essa área interiorana
paulista também foi útil no cultivo do café, pois seu processo erosivo é
menos acentuado.

Já as planícies são localizadas no litoral do Sudeste e também em


algumas margens de rios (essas menores do que as litorâneas). Em
algumas regiões, o relevo montanhoso dá origem a falésias que
podem ser encontradas no litoral sul do estado do Rio de Janeiro.

Hidrografia da região Sudeste

O relevo acidentado da região Sudeste propicia uma grande


distribuição de águas fluviais para as outras regiões do país. Devido a
isso, há duas grandes bacias hidrográficas na região — bacia do Paraná
e bacia do São Francisco —, além de três regiões hidrográficas —
atlântico sul, sudeste e leste.

A bacia do Paraná está presente nos estados de Minas Gerais e São


Paulo, com importantes rios que contribuem com o abastecimento de
água e a geração de energia elétrica para a população. Como
destaque, citamos os rios Tietê, Grande e Paraná. Há também usinas
hidrelétricas nessa bacia, como a usina de Furnas, em Minas Gerais.

Já a bacia do São Francisco é fundamental para Minas Gerais, único


estado presente nela. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra e
é essencial para o abastecimento da região metropolitana da capital
mineira, Belo Horizonte. Esse rio corre no sentido sul–norte, tendo sua
foz na região Nordeste.

Rio Doce, em Minas Gerais, após o desastre ecológico de janeiro de


2019.

A região hidrográfica atlântico sul está presente no extremo sudeste de


São Paulo, tendo sua importância maior na região sul do país. Já a
região atlântico sudeste é presente nos quatro estados, tendo os
seguintes rios como destaque: rio Doce, que nasce em Minas Gerais,
passa pelo Espírito Santo e deságua no oceano Atlântico; rio Paraíba
do Sul, que percorre uma importante área industrial paulista; e rio
Ribeira de Iguape, que nasce no Paraná e tem sua foz no estado de
São Paulo.

Acesse também: Rompimento da barragem em Brumadinho

Vegetação da região Sudeste

Das cinco regiões brasileiras, o Sudeste é a que mais apresenta


diferença nas paisagens naturais se compararmos com a vegetação
nativa. A alta industrialização e urbanização tiveram contribuição nisso,
tendo destruído grandes áreas de matas para a construção de cidades,
ferrovias e parques industriais. Atualmente existem poucos resquícios
de áreas verdes na região.

No Sudeste podemos encontrar, basicamente, quatro tipos de


vegetação: Caatinga, Cerrado, floresta tropical (Mata Atlântica) e
vegetação litorânea (Manguezais).

A Caatinga é comum no norte de Minas Gerais devido ao clima


semiárido. É uma paisagem parecida com a da região Nordeste,
principalmente na região do vale do Jequitinhonha.

Já o Cerrado, vegetação bem comum em climas tropicais, é encontrado


em São Paulo e em grande parte de Minas Gerais. É uma vegetação
com galhos tortuosos, de baixo e médio porte, mas com raízes
profundas, capazes de buscar água no subsolo na época de estiagem.
A Mata Atlântica possui uma grande biodiversidade e pode ser
encontrada nos quatro estados. Devido a essa biodiversidade, foi
muito desmatada para fins comerciais e urbanísticos, restando pouca
vegetação original.

Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.

No litoral há Manguezais e Restingas, vegetações típicas dessa área.


No Sudeste, entretanto, a especulação imobiliária afeta essa vegetação,
o que atrapalha o ecossistema e a vida presente nesses biomas.

Demografia da região Sudeste

A região Sudeste conta com quase 90 milhões de pessoas, segundo


dados do IBGE de 2019, sendo a mais populosa do país, com a maior
taxa de urbanização (93%). Entretanto, sua população cresceu de forma
significativa somente no fim do século XIX e no século passado. A forte
imigração de europeus (fim do século XIX) e brasileiros de outras
regiões, como os nordestinos (meados dos anos 1940-50), contribuiu
para esse crescimento.

Por ter os melhores indicadores econômicos e sociais, a migração era


bem acentuada nessa região. No entanto, nas últimas décadas, o
migrante tem preferido outras regiões, como o Centro-Oeste, para
buscar melhores condições. Isso porque há um grande inchaço urbano,
acarretando em graves problemas sociais, como falta de moradia,
desemprego e subempregos.
O inchaço urbano é uma das causas do declínio migratório para o
Sudeste, como pode ser observado em São Paulo, SP.

No Sudeste estão localizadas as duas maiores regiões metropolitanas


do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. Somadas, as duas regiões
concentram mais de 30 milhões de habitantes, de acordo com o
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2019. Com isso, há
uma grande concentração de atividades comerciais, industriais e
tecnológicas nessas duas áreas do Sudeste.

Principais atividades econômicas da região Sudeste

A força econômica do Sudeste é explicada, pela história, desde os


tempos da extração de ouro, passando pelo cultivo do café, e,
atualmente, com a concentração de várias indústrias, tanto nacionais
quanto transnacionais.

A industrialização brasileira tem seu auge nos anos 1950, sendo


iniciada, décadas antes, na região Sudeste. Esse auge atingiu o Sudeste
de forma positiva, pois era nessa região que estavam as melhores
condições em infraestrutura para a instalação de fábricas e
aglomerados industriais.

Atualmente, o território possui um grande parque industrial,


principalmente em São Paulo, na região metropolitana (ABC Paulista:
Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano, cidades
industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria petrolífera.

Há em andamento uma forte desconcentração industrial das grandes


metrópoles por diversos fatores, como terrenos caros, inchaço urbano
e incentivos fiscais por parte de cidades menores. Com isso, algumas
áreas do interior do Sudeste tornaram-se centros industriais, como
Contagem, em Minas Gerais. Além disso, a malha rodoviária na região
contribui para que as indústrias partam para o interior, mas sem perder
o grande mercado consumidor existente nas grandes cidades.

O Sudeste conta com importantes recursos minerais, como o ferro e o


manganês, encontrados em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero.
Esses minerais são exportados para o mundo todo via Porto de
Tubarão, no Espírito Santo.

Petróleo e sal marinho também estão presentes na economia da


região. Hoje, o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de
petróleo do país, seguido pelo Espírito Santo, e o segundo maior de
sal.

A região também é forte na pecuária. De acordo com o IBGE, com


dados de 2018, o Sudeste abrange o terceiro maior rebanho bovino do
Brasil, com mais de 37 milhões de cabeças de gado. O destaque na
região para essa produção é o estado de Minas Gerais, com forças para
as indústrias de laticínios. O rebanho suíno também faz-se presente na
economia, que concentra o segundo maior rebanho dessa espécie no
país, com mais de sete milhões de porcos.

Veja também: Quais as diferenças entre exportação e importação?

Aspectos culturais da região Sudeste

Com a forte migração ocorrida para o Sudeste nos séculos passados,


as manifestações culturais presentes nessa região possuem influência
indígena, negra e europeia, além da influência asiática.
Uma das festas mais famosas de todo o mundo ocorre na cidade do
Rio de Janeiro e também em São Paulo: o carnaval. As festas
carnavalescas dessas duas cidades são famosas pelas grandes
aglomerações e pelos desfiles das escolas de samba, atraindo gente de
todo o Brasil e de vários cantos do mundo. Ainda, no Rio de Janeiro, há
o famoso réveillon em Copacabana, festa que chega a reunir duas
milhões de pessoas na orla da praia.

Um dos maiores réveillon do mundo ocorre na praia de Copacabana,


Rio de Janeiro.

Há também, no Espírito Santo, as bandas de congo, de origem


indígena. São bandas folclóricas, com danças e ritmos simples, em que
os congueiros sentam-se em tambores formando um círculo. Além do
bater nos tambores, há outros instrumentos musicais que incrementam
a dança, como a casaca, que se parece com um reco-reco.

Em Minas Gerais temos o congado, uma espécie de dança e música


nascida da fusão dos ritos africanos com a religião católica, com
histórias que homenageiam Nossa Senhora do Rosário.
Mapa da região Sul.
Breve histórico da região Sul
No início da colonização, a região Sul, por ser distante da capital do
Brasil na época – Salvador –, não despertou interesse da coroa
portuguesa. Depois, no século XVI, a ocupação iniciou-se no atual
estado de Santa Catarina, destacando-se a vila São Francisco do Sul.
No fim do século, em 1693, a capital paranaense, Curitiba, foi fundada.

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Inicialmente, toda a região era ocupada por nativos, tendo sido os


jesuítas os primeiros estrangeiros a chegar à localidade,
incentivando a criação de gado e dando origem às missões com o
objetivo de povoar o território e catequizar a população nativa.

No século XIX, durante o Brasil Império, foi estimulada a imigração


estrangeira para garantir o desenvolvimento econômico de várias
áreas do país. Na região Sul, os estrangeiros que chegavam, em sua
maioria europeus, dedicavam-se à policultura, às pequenas
propriedades e à criação de animais.

Os alemães foram os pioneiros, na década de 1820, colonizando áreas


dos três estados sulistas. Os italianos chegaram depois e focaram sua
moradia no Rio Grande do Sul, na região serrana, em cidades como
Caxias do Sul e Bento Gonçalves.

No fim do século XIX, outras nacionalidades de europeus


desembarcaram no sul do Brasil, dando início a uma intensa
miscigenação europeia em solo brasileiro e transformando a região
em um grande mosaico cultural de hábitos, costumes e alimentação da
Europa.

Veja também: Cultura brasileira – riqueza e diversidade explicadas


pela miscigenação

Clima da região Sul


O clima na região Sul, devido à sua localização sob o Trópico de
Capricórnio, é o subtropical. Esse clima está presente em toda a
região, exceto no extremo norte do Paraná, onde ocorre o clima
tropical de altitude.

O clima subtropical apresenta as quatro estações do ano bem


definidas, com verões quentes, invernos rigorosos e chuvas bem
distribuídas ao longo do ano. Devido à boa definição das estações do
ano, a região Sul é a que apresenta a maior amplitude
térmica dentre as regiões brasileiras, pois há grande variação de
temperatura ao longo do ano.

No inverno, a massa de ar polar atua na região, fazendo com que as


temperaturas caiam consideravelmente, podendo até nevar em
algumas cidades, como em São Joaquim, no estado de Santa Catarina.
Nas demais estações do ano, a massa de ar tropical atlântica eleva as
temperaturas e traz consigo muita umidade.

No clima tropical de altitude, no estado do Paraná, os verões são


quentes e chuvosos, e o inverno é seco, com temperaturas baixas em
virtude da altitude da região.

Relevo da região Sul


O relevo da região Sul diminui de altitude no sentido leste-oeste. Com
isso, alguns rios que nascem perto do oceano correm em direção ao
interior, desaguando em outros rios. É uma região que se constitui de
muitos planaltos com formações geológicas antigas, de terrenos
sedimentares e cristalinos.

A mais famosa serra do relevo sulista é a Serra do Mar, que está


localizada desde o Rio de Janeiro até o sul do litoral de Santa Catarina.
Essa serra é um divisor de águas, pois os rios que nascem a leste da
serra correm para o oceano; já os que nascem a oeste correm para o
interior do país. O pico mais alto do sul brasileiro está nessa serra: é o
Pico do Paraná, com altitude de 1922 metros.

Hidrografia da região Sul


A região sul contém quatro regiões hidrográficas brasileiras:
Atlântico Sul, Sudeste, Paraná e Uruguai.

A região hidrográfica do Uruguai banha os estados de Santa Catarina


e Rio Grande do Sul. Com clima subtropical, essa região hidrográfica
possui chuvas regulares ao longo do ano, o que favorece o potencial
hidrelétrico da localidade. Os rios de destaque são o rio Uruguai e o rio
Quaraí, que é a fronteira natural entre Rio Grande do Sul e Uruguai.

Já a região hidrográfica do Paraná abrange quase todo o estado do


Paraná e uma pequena porção de Santa Catarina. Nessa região, o
destaque é o Rio Paraná, que separa o Paraná do Mato Grosso do Sul e
Paraguai. Seus afluentes, como o rio Paranapanema e o rio Iguaçu
(com as famosas Cataratas do Iguaçu), são importantíssimos para o
potencial hidrelétrico da região.
É na divisa com o Paraguai, no rio Paraná, que está localizada a maior
usina hidrelétrica da América: a Usina de Itaipu, construída no Brasil
em parceria com o governo paraguaio. Por esse fato, essa usina é
considerada usina binacional. Nessa região hidrográfica, ainda se
localiza o Porto de Paranaguá, um importante porto que escoa a
produção do Sul do país e de parte dos países fronteiriços com o
Brasil.

Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina.


A região Atlântico Sul banha os três estados, com ênfase no Rio
Grande do Sul. O destaque fica por conta do rio Jacuí, que é
aproveitado para alimentar usinas localizadas no seu alto curso e é
navegável no seu final, constituindo uma importante hidrovia do
estado gaúcho. A região Atlântico Sudeste está em uma pequena área
do nordeste do Paraná, tendo o rio Ribeira de Iguape como destaque.

Vegetação da região Sul


A paisagem que predomina na região Sul é a Mata das Araucárias, mas
há a presença de Campos e Florestas Tropicais, com vestígios da Mata
Atlântica.
A Mata das Araucárias está presente nas regiões onde há baixas
temperaturas e relevos com altitude elevada, sendo encontrada nos
três estados do sul. Sua madeira ajuda a economia sulista com o pinho,
que pode ser usado na construção civil. Além disso, essa vegetação
contribui para a extração de celulose, matéria-prima que possibilita a
confecção de papéis e papelão.

A Mata das Araucárias já foi extremamente prejudicada pelo


desmatamento, em razão do seu grande potencial econômico. Estima-
se que atualmente restem 2% da vegetação original.

Mata das Araucárias, no Rio Grande do Sul.


Os Campos da região Sul são formados por gramíneas, também
conhecidas como pradarias. Nas Campanhas Gaúchas, no extremo sul
do Rio Grande do Sul, essas gramíneas recobrem os relevos
levemente ondulados, conhecidos por coxilhas, transformado-se em
ótimos terrenos para a criação de gado.

Demografia da região Sul


De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), de 2010, a região Sul é a terceira mais populosa do
Brasil, com quase 30 milhões de habitantes, estando atrás do Sudeste
e do Nordeste.

Devido ao seu passado de colonização majoritariamente europeia, há


uma influência muito forte dessa descendência nos hábitos da
população sulista, o que não ocorre em outras regiões do Brasil.

Ademais, mais de 85% da população da região Sul vive na zona


urbana. A maioria encontra-se nas regiões metropolitanas das três
capitais, pois é onde estão concentrados os principais serviços e
oportunidades de empregos. No extremo sul do Rio Grande do Sul, há
a criação intensiva de gado, com alto emprego tecnológico,
propiciando pouca mão de obra. Diante disso, essa área do estado
possui baixa densidade demográfica.

Outro fator de destaque dessa região é a taxa de natalidade, que vem


caindo consideravelmente nos últimos anos. Para explicitar, podemos
comparar o número de matrículas no ensino fundamental, de acordo
com dados do IBGE. No estado do Paraná, por exemplo, em 2009,
havia pouco mais de 1,6 milhão de estudantes no ensino fundamental.
Hoje esse número é de 1,4 milhão, mostrando a diminuição da
população em idade escolar que está devidamente matriculada.

Principais atividades econômicas da região Sul


O Sul do país tem destaque em vários setores
econômicos brasileiros. Por ser uma região bem desenvolvida no
aspecto tecnológico e industrial, são muito comuns áreas em que esses
dois aspectos se unem, como na criação de animais em larga escala.

Além disso, essa região é líder na criação de suínos e aves no Brasil,


tendo os maiores rebanhos nas duas categorias de acordo com o
Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

As condições climáticas e o solo fértil também favorecem a agricultura,


com destaque para a produção de milho no Paraná, de maçãs no Rio
Grande do Sul e em Santa Catarina, além do cultivo da uva, que é
marcante no nordeste rio-grandense.
Já as atividades industriais estão relacionadas com produção de
matéria-prima, como itens têxteis, lacticínios, frigoríficos, grãos, etc.
O estado mais industrializado é o Rio Grande do Sul, com grandes
complexos industriais na região metropolitana de Porto Alegre. Em
geral, essas indústrias estão relacionadas à agropecuária, como a
produção de roupas e calçados (couro). Em Caxias do Sul, há uma
grande produção de vinhos, sendo um polo de referência no Brasil
todo.

Na região metropolitana de Curitiba, por estar próxima à região


Sudeste, o desenvolvimento industrial também é grande e bem
diversificado, com indústrias automobilísticas, químicas,
madeireiras, entre outras.

Em Santa Catarina, no litoral sul, há a extração de carvão mineral, que


é usado nas usinas termais e nas indústrias siderúrgicas de toda a
região Sul, contribuindo de forma positiva para o desenvolvimento
econômico dos três estados.

Veja também: Diferenças entre carvão vegetal e carvão mineral

Aspectos culturais da região Sul


A influência europeia é marcada também nas manifestações culturais
da região Sul. A maioria das festividades sulistas tem a ver com algum
aspecto europeu, seja gastronômico, seja artístico, cultural ou todos
esses em um mesmo evento.

Em Santa Catarina, duas festividades chamam a atenção. A primeira é


a Dança de Fitas, tradição antiga que consiste em um pau-de-fita de
onde saem pares de fitas coloridas. Essas fitas são trançadas pelos
participantes da dança, que giram em torno do mastro localizado no
centro da roda.

Já a segunda festa é a Oktoberfest, que acontece em Blumenau. Esse


evento tipicamente alemão homenageia a cerveja (atração principal da
festa), levando inúmeros turistas de todos os cantos do Brasil (e de
algumas partes do mundo) para a cidade.
No Rio Grande do Sul, devido ao alto cultivo da uva, algumas cidades
costumam celebrar a Festa da Uva, que reúne as tradições dos
antepassados e uma vasta culinária a partir de produtos feitos dessa
fruta. Há também, na cidade de Gramado, um dos maiores festivais de
cinema do mundo, o Festival de Cinema de Gramado, que acontece
anualmente no mês de agosto, premiando cineastas das línguas
portuguesa e espanhola.

A religião também marca presença em algumas festividades do Sul. No


Rio Grande do Sul, por exemplo, há a festa da Nossa Senhora dos
Navegantes, que ocorre no dia 2 de fevereiro, em Porto Alegre.
Centenas de barqueiros e fiéis participam de uma procissão em alto-
mar.

Veja mais sobre "Região Sul" em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/regiao-sul.htm

"A região Sul do Brasil tem como uma de suas características a forte presença europeia em seu
processo de colonização e povoamento. Assim, possui traços europeus marcantes na
arquitetura, na culinária, na população e até no clima, pois é a única do país cujos estados
estão abaixo do Trópico de Capricórnio.

Devido ao clima, essa região atraiu muitos europeus durante os séculos XIX e XX, o que
possibilitou um processo de colonização diferente de outras regiões brasileiras.

Leia também: Regiões do Brasil – agrupamentos de estados com características semelhantes

Tópicos deste artigo

1 - Estados da região Sul

2 - Dados gerais da região Sul

3 - Breve histórico da região Sul

4 - Clima da região Sul

5 - Relevo da região Sul


6 - Hidrografia da região Sul

7 - Vegetação da região Sul

8 - Demografia da região Sul

9 - Principais atividades econômicas da região Sul

10 - Aspectos culturais da região Sul

Estados da região Sul

Sendo a menor região em extensão territorial, o Sul do país abriga três estados que possuem
economias bem diversificadas. São estados da região Sul e suas respectivas capitais:

Estados

Capitais

Gentílicos

Paraná

Curitiba

Paranaense

Rio Grande do Sul

Porto Alegre

Gaúcho ou sul-rio-grandense

Santa Catarina

Florianópolis
Catarinense ou barriga-verde

Dados gerais da região Sul

Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados são de 2019.

Área territorial: área ocupada pela região Sul é de, aproximadamente, 564 mil km², o que
resulta em 7% do território brasileiro.

População: 29.975.984 habitantes.

Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1744,33.

Densidade demográfica: 53,19 habitantes por km².

Índice de Desenvolvimento Humano: 0,756.

Matrículas no ensino fundamental: 3.577.947 de estudantes.

Produto Interno Bruto (em reais)|1|: aproximadamente 1,12 trilhão de reais.

Taxa de mortalidade infantil|2|: 15,1.

Mapa da região Sul.

Breve histórico da região Sul

No início da colonização, a região Sul, por ser distante da capital do Brasil na época – Salvador
–, não despertou interesse da coroa portuguesa. Depois, no século XVI, a ocupação iniciou-se
no atual estado de Santa Catarina, destacando-se a vila São Francisco do Sul. No fim do século,
em 1693, a capital paranaense, Curitiba, foi fundada.

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Inicialmente, toda a região era ocupada por nativos, tendo sido os jesuítas os primeiros
estrangeiros a chegar à localidade, incentivando a criação de gado e dando origem às missões
com o objetivo de povoar o território e catequizar a população nativa.

No século XIX, durante o Brasil Império, foi estimulada a imigração estrangeira para garantir o
desenvolvimento econômico de várias áreas do país. Na região Sul, os estrangeiros que
chegavam, em sua maioria europeus, dedicavam-se à policultura, às pequenas propriedades e
à criação de animais.

Os alemães foram os pioneiros, na década de 1820, colonizando áreas dos três estados
sulistas. Os italianos chegaram depois e focaram sua moradia no Rio Grande do Sul, na região
serrana, em cidades como Caxias do Sul e Bento Gonçalves.

No fim do século XIX, outras nacionalidades de europeus desembarcaram no sul do Brasil,


dando início a uma intensa miscigenação europeia em solo brasileiro e transformando a região
em um grande mosaico cultural de hábitos, costumes e alimentação da Europa.

Veja também: Cultura brasileira – riqueza e diversidade explicadas pela miscigenação

Clima da região Sul

O clima na região Sul, devido à sua localização sob o Trópico de Capricórnio, é o subtropical.
Esse clima está presente em toda a região, exceto no extremo norte do Paraná, onde ocorre o
clima tropical de altitude.

O clima subtropical apresenta as quatro estações do ano bem definidas, com verões quentes,
invernos rigorosos e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Devido à boa definição das
estações do ano, a região Sul é a que apresenta a maior amplitude térmica dentre as regiões
brasileiras, pois há grande variação de temperatura ao longo do ano.

No inverno, a massa de ar polar atua na região, fazendo com que as temperaturas caiam
consideravelmente, podendo até nevar em algumas cidades, como em São Joaquim, no estado
de Santa Catarina. Nas demais estações do ano, a massa de ar tropical atlântica eleva as
temperaturas e traz consigo muita umidade.

No clima tropical de altitude, no estado do Paraná, os verões são quentes e chuvosos, e o


inverno é seco, com temperaturas baixas em virtude da altitude da região.
Relevo da região Sul

O relevo da região Sul diminui de altitude no sentido leste-oeste. Com isso, alguns rios que
nascem perto do oceano correm em direção ao interior, desaguando em outros rios. É uma
região que se constitui de muitos planaltos com formações geológicas antigas, de terrenos
sedimentares e cristalinos.

A mais famosa serra do relevo sulista é a Serra do Mar, que está localizada desde o Rio de
Janeiro até o sul do litoral de Santa Catarina. Essa serra é um divisor de águas, pois os rios que
nascem a leste da serra correm para o oceano; já os que nascem a oeste correm para o interior
do país. O pico mais alto do sul brasileiro está nessa serra: é o Pico do Paraná, com altitude de
1922 metros.

Hidrografia da região Sul

A região sul contém quatro regiões hidrográficas brasileiras: Atlântico Sul, Sudeste, Paraná e
Uruguai.

A região hidrográfica do Uruguai banha os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com
clima subtropical, essa região hidrográfica possui chuvas regulares ao longo do ano, o que
favorece o potencial hidrelétrico da localidade. Os rios de destaque são o rio Uruguai e o rio
Quaraí, que é a fronteira natural entre Rio Grande do Sul e Uruguai.

Já a região hidrográfica do Paraná abrange quase todo o estado do Paraná e uma pequena
porção de Santa Catarina. Nessa região, o destaque é o Rio Paraná, que separa o Paraná do
Mato Grosso do Sul e Paraguai. Seus afluentes, como o rio Paranapanema e o rio Iguaçu (com
as famosas Cataratas do Iguaçu), são importantíssimos para o potencial hidrelétrico da região.

É na divisa com o Paraguai, no rio Paraná, que está localizada a maior usina hidrelétrica da
América: a Usina de Itaipu, construída no Brasil em parceria com o governo paraguaio. Por
esse fato, essa usina é considerada usina binacional. Nessa região hidrográfica, ainda se
localiza o Porto de Paranaguá, um importante porto que escoa a produção do Sul do país e de
parte dos países fronteiriços com o Brasil.

Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina.

A região Atlântico Sul banha os três estados, com ênfase no Rio Grande do Sul. O destaque fica
por conta do rio Jacuí, que é aproveitado para alimentar usinas localizadas no seu alto curso e
é navegável no seu final, constituindo uma importante hidrovia do estado gaúcho. A região
Atlântico Sudeste está em uma pequena área do nordeste do Paraná, tendo o rio Ribeira de
Iguape como destaque.
Vegetação da região Sul

A paisagem que predomina na região Sul é a Mata das Araucárias, mas há a presença de
Campos e Florestas Tropicais, com vestígios da Mata Atlântica.

A Mata das Araucárias está presente nas regiões onde há baixas temperaturas e relevos com
altitude elevada, sendo encontrada nos três estados do sul. Sua madeira ajuda a economia
sulista com o pinho, que pode ser usado na construção civil. Além disso, essa vegetação
contribui para a extração de celulose, matéria-prima que possibilita a confecção de papéis e
papelão.

A Mata das Araucárias já foi extremamente prejudicada pelo desmatamento, em razão do seu
grande potencial econômico. Estima-se que atualmente restem 2% da vegetação original.

Mata das Araucárias, no Rio Grande do Sul.

Os Campos da região Sul são formados por gramíneas, também conhecidas como pradarias.
Nas Campanhas Gaúchas, no extremo sul do Rio Grande do Sul, essas gramíneas recobrem os
relevos levemente ondulados, conhecidos por coxilhas, transformado-se em ótimos terrenos
para a criação de gado.

Demografia da região Sul

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010,
a região Sul é a terceira mais populosa do Brasil, com quase 30 milhões de habitantes, estando
atrás do Sudeste e do Nordeste.

Devido ao seu passado de colonização majoritariamente europeia, há uma influência muito


forte dessa descendência nos hábitos da população sulista, o que não ocorre em outras
regiões do Brasil.

Ademais, mais de 85% da população da região Sul vive na zona urbana. A maioria encontra-se
nas regiões metropolitanas das três capitais, pois é onde estão concentrados os principais
serviços e oportunidades de empregos. No extremo sul do Rio Grande do Sul, há a criação
intensiva de gado, com alto emprego tecnológico, propiciando pouca mão de obra. Diante
disso, essa área do estado possui baixa densidade demográfica.
Outro fator de destaque dessa região é a taxa de natalidade, que vem caindo
consideravelmente nos últimos anos. Para explicitar, podemos comparar o número de
matrículas no ensino fundamental, de acordo com dados do IBGE. No estado do Paraná, por
exemplo, em 2009, havia pouco mais de 1,6 milhão de estudantes no ensino fundamental.
Hoje esse número é de 1,4 milhão, mostrando a diminuição da população em idade escolar
que está devidamente matriculada.

Principais atividades econômicas da região Sul

O Sul do país tem destaque em vários setores econômicos brasileiros. Por ser uma região bem
desenvolvida no aspecto tecnológico e industrial, são muito comuns áreas em que esses dois
aspectos se unem, como na criação de animais em larga escala.

Além disso, essa região é líder na criação de suínos e aves no Brasil, tendo os maiores
rebanhos nas duas categorias de acordo com o Sistema IBGE de Recuperação Automática
(Sidra).

As condições climáticas e o solo fértil também favorecem a agricultura, com destaque para a
produção de milho no Paraná, de maçãs no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, além do
cultivo da uva, que é marcante no nordeste rio-grandense.

Já as atividades industriais estão relacionadas com produção de matéria-prima, como itens


têxteis, lacticínios, frigoríficos, grãos, etc. O estado mais industrializado é o Rio Grande do Sul,
com grandes complexos industriais na região metropolitana de Porto Alegre. Em geral, essas
indústrias estão relacionadas à agropecuária, como a produção de roupas e calçados (couro).
Em Caxias do Sul, há uma grande produção de vinhos, sendo um polo de referência no Brasil
todo.

Na região metropolitana de Curitiba, por estar próxima à região Sudeste, o desenvolvimento


industrial também é grande e bem diversificado, com indústrias automobilísticas, químicas,
madeireiras, entre outras.

Em Santa Catarina, no litoral sul, há a extração de carvão mineral, que é usado nas usinas
termais e nas indústrias siderúrgicas de toda a região Sul, contribuindo de forma positiva para
o desenvolvimento econômico dos três estados.

Veja também: Diferenças entre carvão vegetal e carvão mineral

Aspectos culturais da região Sul


A influência europeia é marcada também nas manifestações culturais da região Sul. A maioria
das festividades sulistas tem a ver com algum aspecto europeu, seja gastronômico, seja
artístico, cultural ou todos esses em um mesmo evento.

Em Santa Catarina, duas festividades chamam a atenção. A primeira é a Dança de Fitas,


tradição antiga que consiste em um pau-de-fita de onde saem pares de fitas coloridas. Essas
fitas são trançadas pelos participantes da dança, que giram em torno do mastro localizado no
centro da roda.

Já a segunda festa é a Oktoberfest, que acontece em Blumenau. Esse evento tipicamente


alemão homenageia a cerveja (atração principal da festa), levando inúmeros turistas de todos
os cantos do Brasil (e de algumas partes do mundo) para a cidade.

No Rio Grande do Sul, devido ao alto cultivo da uva, algumas cidades costumam celebrar a
Festa da Uva, que reúne as tradições dos antepassados e uma vasta culinária a partir de
produtos feitos dessa fruta. Há também, na cidade de Gramado, um dos maiores festivais de
cinema do mundo, o Festival de Cinema de Gramado, que acontece anualmente no mês de
agosto, premiando cineastas das línguas portuguesa e espanhola.

A religião também marca presença em algumas festividades do Sul. No Rio Grande do Sul, por
exemplo, há a festa da Nossa Senhora dos Navegantes, que ocorre no dia 2 de fevereiro, em
Porto Alegre. Centenas de barqueiros e fiéis participam de uma procissão em alto-mar.

Notas

|1| Os dados são do censo do IBGE de 2017.

|2| Os dados são do censo do IBGE de 2010.

Por Átila Matias

Professor de Geografia

Escrito por : Átila Matias


Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MATIAS, Átila. "Região Sul"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/brasil/regiao-sul.htm. Acesso em 04 de dezembro de 2023."

Veja mais sobre "Região Sul" em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/regiao-sul.html

"A região Sudeste é conhecida por sua força econômica e suas grandes cidades. Nela estão
localizadas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, algumas das principais cidades
brasileiras e importantíssimas para a economia nacional.

Fato marcante no Sudeste é sua população. A região é a mais populosa do Brasil, com mais de
90% da população morando em áreas urbanas, sendo também a mais urbanizada. Além disso,
seus índices econômicos são altos, assim como a taxa de industrialização. Em um passado não
muito distante, no século XX, foi o território que mais atraiu migrantes em busca de melhores
condições de vida e oportunidades de trabalho.

Leia mais: Regiões do Brasil – agrupamentos de estados com características semelhantes

Tópicos deste artigo

1 - Estados da região Sudeste

2 - Dados gerais da região Sudeste

3 - Breve histórico da região Sudeste

4 - Clima da região Sudeste

5 - Relevo da região Sudeste

6 - Hidrografia da região Sudeste

7 - Vegetação da região Sudeste

8 - Demografia da região Sudeste

9 - Principais atividades econômicas da região Sudeste


10 - Aspectos culturais da região Sudeste

Estados da região Sudeste

Os estados da região Sudeste possuem economia diversificada, com muitas oportunidades no


terceiro e quarto setores econômicos. No total são quatro os estados que formam essa região.
Observe-os, em ordem alfabética, com suas respectivas capitais.

Estados

Capitais

Gentílicos

Espírito Santo

Vitória

Capixaba ou espírito-santense

Minas Gerais

Belo Horizonte

Mineiro

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Fluminense

São Paulo
São Paulo

Paulista

Dados gerais da região Sudeste

Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, o IBGE. Esses dados são de 2019.

Área territorial: aproximadamente, 925 mil km², o que resulta em 12% do território brasileiro.

População: 88.371.433 habitantes

Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1666,75

Densidade demográfica: 95,13 habitantes por km²

Índice de Desenvolvimento Humano: 0,753

Matrículas no ensino fundamental: 10.384.771 de estudantes

Produto Interno Bruto (em reais)|1|: 2,4 trilhões

Taxa de mortalidade infantil|1|: 12,6

Mapa da região Sudeste.

Breve histórico da região Sudeste

Uma das razões para o início da ocupação do Sudeste brasileiro foi a descoberta de ouro na
região, no século XVII, por volta de 1690, e de outras pedras preciosas, como o diamante. Tais
minérios foram encontrados, a princípio, em Minas Gerais, o que deu início a vários povoados
que, posteriormente, transformaram-se em grandes cidades.
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As necessidades populacionais de quem vivia na região das minas levaram ao surgimento de


atividades agrícolas e comerciais. O interesse nas pedras preciosas era tão grande que atraía
inúmeros migrantes no século XVIII. Devido a esses fatores, e mais alguns, como o declínio
Nordeste, o governo português decidiu, em 1763, transferir a capital de Salvador para o Rio de
Janeiro. Com isso, o centro da economia colonial passava a ser o Sudeste.

Ao longo do século XIX, outras atividades econômicas despontaram na região, como o cultivo
do café. Inicialmente, esse cultivo foi introduzido no estado do Rio de Janeiro, no início do
século XIX, na região do rio Paraíba do Sul. Com o passar dos anos, a produção expandiu-se
para os demais estados do Sudeste, principalmente em São Paulo.

Nessa época, a maioria da produção era voltada para o mercado externo, com mão de obra
escrava africana. Devido ao relevo acidentado, o Rio de Janeiro logo viu a produção ser
deslocada para São Paulo, em terreno relativamente plano.

O desmatamento nas encostas fluminenses e o acentuado processo erosivo contribuíram para


que o café ganhasse força nos terrenos planos paulistas. Assim, o estado de São Paulo iniciava
o domínio da produção cafeeira no Brasil, na segunda metade do século XIX.

Com a abolição da escravidão, em 1888, e a forte imigração de nordestinos e europeus, o


Sudeste desenvolveu um alto contingente populacional e vasta mão de obra, além de capital
oriundo do café para o desenvolvimento de atividades industriais. Esses fatos propiciaram o
início da industrialização brasileira na região, no final do século XIX, sendo atualmente a mais
industrializada do país.

Veja também: Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Clima da região Sudeste

O clima no Sudeste é basicamente tropical devido a sua localização geográfica. É uma região
situada entre os trópicos, tendo temperaturas elevadas na maior parte dos estados.
Entretanto, alguns fatores modificam seu clima, como a altitude, a maritimidade (influência
das massas de ar vindas do oceano) e a latitude.

O relevo (altitude) exerce grande influência na distribuição de chuvas e nas diferenças de


temperaturas. Na cidade do Rio de Janeiro e em Santos, há maiores índices pluviométricos do
que em Belo Horizonte, por exemplo. Isso porque as primeiras são litorâneas, recebendo muita
umidade do oceano (maritimidade). Já a capital mineira está em uma área elevada de 852 m
acima do nível do mar, com bairros que atingem mais de 1500 m de altitude.

Em geral, cidades mais altas possuem temperaturas menores. Na Serra da Mantiqueira, as


temperaturas são baixas na divisa entre Minas Gerais e São Paulo. O destaque dessa área é a
cidade de Campos do Jordão (SP), que atrai inúmeros turistas devido ao clima frio e à elevada
altitude (mais de 1600 m acima do nível do mar). Nessas regiões, o clima é o tropical de
altitude, com baixas temperaturas, presença de geadas no inverno e índices pluviométricos de
1500 mm anuais.

Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.

No litoral, temos o clima tropical litorâneo, com altas temperaturas e índices pluviométricos
elevados.

Outro clima presente na região é o tropical semiárido, localizado no norte de Minas Gerais, na
região do Vale do Jequitinhonha. Nessa área, as temperaturas são bastante elevadas, e as
chuvas, escassas e mal distribuídas durante o ano.

Relevo da região Sudeste

A região Sudeste é a que possui o relevo mais alto. Podemos destacar três unidades de relevo
nessa região: planaltos (a maioria), depressões e planícies.

Os planaltos podem ser divididos em três grupos, de acordo com a classificação de Jurandyr
Ross:

Planaltos e serras do atlântico leste-sudeste: área que vai da parte oriental de Minas Gerais e
do Espírito Santo e chega até a parte leste de São Paulo. Nesse grupo destacam-se a Serra do
Mar e a Serra da Mantiqueira.

Planaltos e chapadas da bacia do Paraná: localizados no oeste paulista e em parte do triângulo


mineiro. Área de solo fértil, conhecido como terra roxa, que possibilitou o cultivo do café nas
chapadas altas e planas.

Planaltos e serras de Goiás-Minas: o destaque é a serra da Canastra, localizada no sudoeste de


Minas.
As depressões situam-se em São Paulo, entre os planaltos do leste-sudeste e os planaltos da
bacia do Paraná. Essa área interiorana paulista também foi útil no cultivo do café, pois seu
processo erosivo é menos acentuado.

Já as planícies são localizadas no litoral do Sudeste e também em algumas margens de rios


(essas menores do que as litorâneas). Em algumas regiões, o relevo montanhoso dá origem a
falésias que podem ser encontradas no litoral sul do estado do Rio de Janeiro.

Hidrografia da região Sudeste

O relevo acidentado da região Sudeste propicia uma grande distribuição de águas fluviais para
as outras regiões do país. Devido a isso, há duas grandes bacias hidrográficas na região —
bacia do Paraná e bacia do São Francisco —, além de três regiões hidrográficas — atlântico sul,
sudeste e leste.

A bacia do Paraná está presente nos estados de Minas Gerais e São Paulo, com importantes
rios que contribuem com o abastecimento de água e a geração de energia elétrica para a
população. Como destaque, citamos os rios Tietê, Grande e Paraná. Há também usinas
hidrelétricas nessa bacia, como a usina de Furnas, em Minas Gerais.

Já a bacia do São Francisco é fundamental para Minas Gerais, único estado presente nela. O rio
São Francisco nasce na serra da Canastra e é essencial para o abastecimento da região
metropolitana da capital mineira, Belo Horizonte. Esse rio corre no sentido sul–norte, tendo
sua foz na região Nordeste.

Rio Doce, em Minas Gerais, após o desastre ecológico de janeiro de 2019.

A região hidrográfica atlântico sul está presente no extremo sudeste de São Paulo, tendo sua
importância maior na região sul do país. Já a região atlântico sudeste é presente nos quatro
estados, tendo os seguintes rios como destaque: rio Doce, que nasce em Minas Gerais, passa
pelo Espírito Santo e deságua no oceano Atlântico; rio Paraíba do Sul, que percorre uma
importante área industrial paulista; e rio Ribeira de Iguape, que nasce no Paraná e tem sua foz
no estado de São Paulo.

Acesse também: Rompimento da barragem em Brumadinho

Vegetação da região Sudeste

Das cinco regiões brasileiras, o Sudeste é a que mais apresenta diferença nas paisagens
naturais se compararmos com a vegetação nativa. A alta industrialização e urbanização
tiveram contribuição nisso, tendo destruído grandes áreas de matas para a construção de
cidades, ferrovias e parques industriais. Atualmente existem poucos resquícios de áreas verdes
na região.

No Sudeste podemos encontrar, basicamente, quatro tipos de vegetação: Caatinga, Cerrado,


floresta tropical (Mata Atlântica) e vegetação litorânea (Manguezais).

A Caatinga é comum no norte de Minas Gerais devido ao clima semiárido. É uma paisagem
parecida com a da região Nordeste, principalmente na região do vale do Jequitinhonha.

Já o Cerrado, vegetação bem comum em climas tropicais, é encontrado em São Paulo e em


grande parte de Minas Gerais. É uma vegetação com galhos tortuosos, de baixo e médio porte,
mas com raízes profundas, capazes de buscar água no subsolo na época de estiagem.

A Mata Atlântica possui uma grande biodiversidade e pode ser encontrada nos quatro estados.
Devido a essa biodiversidade, foi muito desmatada para fins comerciais e urbanísticos,
restando pouca vegetação original.

Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.

No litoral há Manguezais e Restingas, vegetações típicas dessa área. No Sudeste, entretanto, a


especulação imobiliária afeta essa vegetação, o que atrapalha o ecossistema e a vida presente
nesses biomas.

Demografia da região Sudeste

A região Sudeste conta com quase 90 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE de 2019,
sendo a mais populosa do país, com a maior taxa de urbanização (93%). Entretanto, sua
população cresceu de forma significativa somente no fim do século XIX e no século passado. A
forte imigração de europeus (fim do século XIX) e brasileiros de outras regiões, como os
nordestinos (meados dos anos 1940-50), contribuiu para esse crescimento.

Por ter os melhores indicadores econômicos e sociais, a migração era bem acentuada nessa
região. No entanto, nas últimas décadas, o migrante tem preferido outras regiões, como o
Centro-Oeste, para buscar melhores condições. Isso porque há um grande inchaço urbano,
acarretando em graves problemas sociais, como falta de moradia, desemprego e
subempregos.
O inchaço urbano é uma das causas do declínio migratório para o Sudeste, como pode ser
observado em São Paulo, SP.

No Sudeste estão localizadas as duas maiores regiões metropolitanas do Brasil, São Paulo e Rio
de Janeiro. Somadas, as duas regiões concentram mais de 30 milhões de habitantes, de acordo
com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2019. Com isso, há uma grande
concentração de atividades comerciais, industriais e tecnológicas nessas duas áreas do
Sudeste.

Principais atividades econômicas da região Sudeste

A força econômica do Sudeste é explicada, pela história, desde os tempos da extração de ouro,
passando pelo cultivo do café, e, atualmente, com a concentração de várias indústrias, tanto
nacionais quanto transnacionais.

A industrialização brasileira tem seu auge nos anos 1950, sendo iniciada, décadas antes, na
região Sudeste. Esse auge atingiu o Sudeste de forma positiva, pois era nessa região que
estavam as melhores condições em infraestrutura para a instalação de fábricas e aglomerados
industriais.

Atualmente, o território possui um grande parque industrial, principalmente em São Paulo, na


região metropolitana (ABC Paulista: Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano,
cidades industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria petrolífera.

Há em andamento uma forte desconcentração industrial das grandes metrópoles por diversos
fatores, como terrenos caros, inchaço urbano e incentivos fiscais por parte de cidades
menores. Com isso, algumas áreas do interior do Sudeste tornaram-se centros industriais,
como Contagem, em Minas Gerais. Além disso, a malha rodoviária na região contribui para que
as indústrias partam para o interior, mas sem perder o grande mercado consumidor existente
nas grandes cidades.

O Sudeste conta com importantes recursos minerais, como o ferro e o manganês, encontrados
em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero. Esses minerais são exportados para o mundo todo
via Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Petróleo e sal marinho também estão presentes na economia da região. Hoje, o estado do Rio
de Janeiro é o maior produtor de petróleo do país, seguido pelo Espírito Santo, e o segundo
maior de sal.
A região também é forte na pecuária. De acordo com o IBGE, com dados de 2018, o Sudeste
abrange o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 37 milhões de cabeças de
gado. O destaque na região para essa produção é o estado de Minas Gerais, com forças para as
indústrias de laticínios. O rebanho suíno também faz-se presente na economia, que concentra
o segundo maior rebanho dessa espécie no país, com mais de sete milhões de porcos.

Veja também: Quais as diferenças entre exportação e importação?

Aspectos culturais da região Sudeste

Com a forte migração ocorrida para o Sudeste nos séculos passados, as manifestações
culturais presentes nessa região possuem influência indígena, negra e europeia, além da
influência asiática.

Uma das festas mais famosas de todo o mundo ocorre na cidade do Rio de Janeiro e também
em São Paulo: o carnaval. As festas carnavalescas dessas duas cidades são famosas pelas
grandes aglomerações e pelos desfiles das escolas de samba, atraindo gente de todo o Brasil e
de vários cantos do mundo. Ainda, no Rio de Janeiro, há o famoso réveillon em Copacabana,
festa que chega a reunir duas milhões de pessoas na orla da praia.

Um dos maiores réveillon do mundo ocorre na praia de Copacabana, Rio de Janeiro.

Há também, no Espírito Santo, as bandas de congo, de origem indígena. São bandas folclóricas,
com danças e ritmos simples, em que os congueiros sentam-se em tambores formando um
círculo. Além do bater nos tambores, há outros instrumentos musicais que incrementam a
dança, como a casaca, que se parece com um reco-reco.

Em Minas Gerais temos o congado, uma espécie de dança e música nascida da fusão dos ritos
africanos com a religião católica, com histórias que homenageiam Nossa Senhora do Rosário.

Notas

|1| Dados do censo do IBGE de 2010.

Crédito da imagem

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:


MATIAS, Átila. "Região Sudeste"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/regiao-sudeste.htm. Acesso em 04 de dezembro de
2023.

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