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PREFEITURA MUNICIPAL DO JABOATÃO DOS GUARARAPES

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE


SUPERINTENDÊNCIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
GERÊNCIA DE ATENÇÃO BÁSICA

PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DO CONSULTÓRIO NA RUA DO


JABOATÃO DOS GUARARAPES, PE

Projeto elaborado para implantação de


equipe de consultório na rua (eCR),
modalidade 2, na cidade do Jaboatão
dos Guararapes, PE.

MAIO
2022

1
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 3

2. CARACTERIZAÇÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO 4

3. INDICADORES DEMOGRÁFICOS 9

4. INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS 17

5. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 31

6. ORGANOGRAMA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE 34

7. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 35

8. CONSULTÓRIO NA RUA 36

9. FINANCIAMENTO 50

10.PLANEJAMENTO DE IMPLEMENTAÇÃO 57

11. CRONOGRAMA 57

12. PROFISSIONAIS, EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 60

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62

14. ANEXO I - IDENTIDADE VISUAL DO CONSULTÓRIO NA RUA 64

2
1. APRESENTAÇÃO

Os Consultórios na Rua (eCR) se expandiram muito no país desde a sua


criação em 2011, finalizando o ano de 2018 com 152 equipes implantadas em
105 municípios do país. Em 2012, foi lançada nota técnica conjunta do
Ministério da Saúde para adequação das equipes já existentes e implantação
de novas equipes de consultório na rua. Aos poucos, a abordagem das equipes
às pessoas em situação de rua com foco em saúde mental, álcool e outras
drogas passou a ter foco ampliado no cuidado integral em saúde através de
cuidados da Atenção Básica, ampliando o escopo de ações e aumentando a
possibilidade de categorias profissionais.

Dez anos após sua criação pelo Ministério da Saúde, já existem muitos
documentos que direcionam o trabalho das equipes de Consultório na Rua.
Recentemente, a portaria nº 1.255/ 2021, considerando a necessidade de
adequar o número de eCR, por município e Distrito Federal, em decorrência
das modificações socioeconômicas no país e condizentes com a velocidade da
mudança nos contextos locais, reestabeleceu os critérios de cálculo do número
máximo de equipes por município e Distrito Federal, sendo Jaboatão dos
Guararapes contemplado com o número de uma equipe.

Nesse ínterim, e pensando nas consequências sociais também derivadas


da Pandemia de Covid-19, a Portaria Nº 1.253, de 18 de junho de 2021,
instituiu, em caráter excepcional, incentivo financeiro federal de custeio aos
municípios e Distrito Federal com eCR para o enfrentamento da Emergência
em Saúde Pública de Importância Nacional decorrente da Covid-19.

Entendendo a importância deste serviço para a população em situação de


rua jaboatonense e a sua singularidade, principalmente na pandemia, onde
este público tem crescido, e buscando alcançar a meta do Plano Municipal de
Saúde 2022-2025, o Projeto de uma eCR passa a ser implementado.

3
Este projeto inclui informações a respeito do território geográfico, da
população e dos serviços ofertados pelo município, trazendo embasamento
para a construção de uma identidade dessas equipes no município,
direcionando seu funcionamento.
2. CARACTERIZAÇÃO TERRITORIAL DO MUNICÍPIO

O município do Jaboatão dos Guararapes compõe a mesorregião


Metropolitana do Recife, microrregião do Recife. Apresenta, segundo o IBGE
(2010), uma extensão territorial de 259 km², sendo 166 km² de área urbana
(63,12%) e 97 km² de área rural (36,88%). Limita-se ao norte com a Cidade do
Recife e o município de São Lourenço da Mata, ao sul com o Município do
Cabo de Santo Agostinho, a leste com o oceano atlântico e a oeste com o
município do Moreno (Mapa 01), sendo o segundo município mais populoso de
Pernambuco, com uma população estimada, em 2021, de 711.330 habitantes.

Jaboatão é um município com aglomeração urbana da população, que


concentra 97,8% (695.681) da população em área urbana e 2,2% (15.649) em
área rural. Na distribuição por sexo, estima-se que em 2021 havia 336.398
homens (47,3%) e 374.932 mulheres (52,7%). A densidade demográfica
corresponde a 2.750 hab/km² (IBGE, 2021). O gráfico 01 mostra a Pirâmide
Etária por sexo do município.

Mapa 01- Localização do município do Jaboatão dos Guararapes. 2022.

4
Fonte: SMS/PMJG - Jaboatão dos Guararapes, 2022.

Gráfico 01- Pirâmide Etária por sexo, Jaboatão dos Guararapes, 2021.

Fonte: GVE/SVS/SMS - Jaboatão dos Guararapes, 2022.

Em Jaboatão, com o objetivo de estar mais próxima da população, a


gestão municipal adotou um modelo de regionalização. Desta maneira, e
seguindo critérios demográficos, epidemiológicos, sociais, culturais e
econômicos, foram instituídas sete regionais administrativas (Figura 01).

A Regional 01, Jaboatão Centro, tem uma população de 127.914


habitantes (18%), distribuídos em 12 bairros, incluindo parte da área rural do
município, compreendendo a maior área territorial e a 2° Regional mais
populosa.

O bairro de Cavaleiro é a sede da Regional 02, com uma população de


124.058 habitantes (17,4%) composta por 4 bairros e apresenta a 3° maior

5
população, enquanto a Regional 03 contempla toda a região do Curado, com
uma população de 52.256 habitantes (7,2%) apresentando a menor área
territorial.

A Regional 04, com sede em Muribeca, apresenta 7,4% da população


municipal, com um total de 52.451 habitantes. O bairro de Prazeres sedia a
Regional 05, com uma população de 100.415 (14,1%), distribuída em três
bairros.

A Regional 06 abrange a área de Praias, abrigando a maior população


do município com 182.411 habitantes (25,6%). Já a Regional 07, sediada no
bairro de Guararapes, apresenta uma população de 72.825 habitantes (10,2%).
O mapa 02 especifica as 07 regionais e os 27 bairros que as compõem.

Figura 01. Regionalização do Jaboatão dos Guararapes, 2022.

Fonte: SMS Jaboatão, 2022.

6
Mapa 02- Distribuição da População por Bairro, Jaboatão dos Guararapes,
2021.

Fonte: GVE/SVS/SMS - Jaboatão dos Guararapes, 2022.

Jaboatão possui uma população estimada em 711.330 pessoas, em


2021 (IBGE, 2021), sendo o segundo maior município de Pernambuco em
população, numa proporção de 90 homens para cada 100 mulheres. Segue
abaixo (Quadro 01) a distribuição da população por bairro conforme sexo e
faixa etária:

7
Quadro 01- Estimativa Populacional por bairro, sexo e faixa etária.
Jaboatão dos Guararapes, 2021.

Fonte: IBGE, Censo Populacional - Jaboatão dos Guararapes, 2021.

Observa-se que os bairros mais populosos se concentram na Regional


VI, nos bairros de Piedade e Candeias, tendo também a maior grande
quantidade de idosos, seguidos de Cajueiro seco (Regional 5), Curado
(Regional 3) e Cavaleiro (Regional 2), além da maior quantidade de crianças de
0-5 anos, seguidos de Cajueiro seco (Regional 5), Curado (Regional 3),
Guararapes (Regional 7) e Barra de Jangada (Regional 6) também com
números expressivos.

Quanto à população em situação de rua, o município tem registrado


através do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) 142 usuários em 53 das
112 equipes de saúde da família. A Secretaria de Assistência social,
consultada sobre esta população, refere aumento durante a pandemia de
Covid-19, tendo sido identificadas cerca de 360 pessoas no início de 2020,
enquanto procuravam serviços itinerantes sócio-assistenciais em locais
públicos específicos de ações do Centro Pop, tanto no Bairro de Prazeres,
quanto em Jaboatão Centro. Porém, em último levantamento, após estes

8
serviços passarem a ser oferecidos no próprio território dos usuários e
usuárias, notou-se uma redução, que talvez se deva às migrações, ocupações
de prédios abandonados em assentamentos, e/ ou abordagens dos antigos
serviços itinerantes à pessoas que não estavam em situação de rua, mas
apenas de vulnerabilidade.

Em contato com os programas municipais Centro Pop e o Programa


Integra, este último voltado para o acolhimento à população em situação de rua
que faz abuso de substâncias psicoativas, foi identificado um quantitativo de
aproximadamente 180 pessoas em situação de rua, distribuídos pelas 07
regionais, com maior concentração nas regionais 01, 05, 06 e 07.

Em Jaboatão dos Guararapes, foram aplicadas 453 doses na população


em situação de rua contra a Covid-19 ate o momento; sendo administradas 208
primeiras doses, 106 segunda doses, 72 doses únicas, 66 doses de reforço e
uma segunda dose de reforço. E na 24ª Campanha Nacional de vacinação
contra a Influenza já foram vacinadas 110 pessoas em situação de rua,
seguindo o grupo prioritário vigente.

As ações de vacinação aconteceram nas regionais 01, 02, 03, 04, 05 e


06; e foram realizadas por meio de uma parceria entre as secretarias de saúde
e de assistência social.

3. INDICADORES DEMOGRÁFICOS

3.1 NATALIDADE

Acompanhando a tendência nacional, a natalidade no município do


Jaboatão dos Guararapes apresentou significativa diminuição, demonstrada na
queda do Coeficiente de Natalidade Geral (CNG), o qual era 20,3 nascidos
vivos (NV) para cada mil habitantes no ano de 2000 e passou para 12,2 NV
para cada 1.000 habitantes, em 2021, com uma média anual de 8.526 NV. A
diminuição da natalidade geral deve-se em especial a processos de
transformações socioeconômicas e culturais, que têm alterado o estilo de vida

9
e as expectativas da população, e nos últimos dois anos, devido a pandemia da
COVID-19.

Gráfico 02. Evolução do Coeficiente de Natalidade Geral por 1.000 habitantes


e número de nascidos vivos. Jaboatão dos Guararapes, 2010 a 2021*.

Fonte: SINASC/SVS/GVE - Jaboatão dos Guararapes, 2021.* Dados


provisórios. Sujeitos à revisão.

Em Jaboatão dos Guararapes, em média, 28% dos partos de mães


residentes ocorrem no município, como pode ser observado nos gráficos
abaixo.

Gráfico 03. Percentual de nascidos vivos de mães residentes, segundo


município de nascimento. Jaboatão dos Guararapes, 2010 e 2020*.

Fonte: SINASC/SVS/GVE/SIS -SIM/SINASC- Jaboatão dos Guararapes, 2021.

10
* Dados provisórios. Sujeitos à revisão.

A tabela 01 abaixo apresenta a distribuição do número de consultas de


pré-natal dos nascidos vivos de mães residentes. Observa-se que nos
últimos quatro anos, houve uma melhora significativa no indicador, com a
média 60,9% mães que realizaram 07 ou mais consultas de pré-natal. O
Ministério da Saúde recomenda a todas as gestantes um número mínimo de
seis consultas durante a gravidez.

Tabela 01. Proporção de Nascidos Vivos, segundo número de Consultas


realizadas do Pré-Natal. Jaboatão dos Guararapes, 2011 a 2021*.

Fonte: SINASC/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados


provisórios. Sujeitos à revisão.

Quanto à duração da gestação, a maioria dos nascidos vivos (83,5%)


nasceu com 37 a 41 semanas, período em que a criança é considerada “a
termo”, 12% dos nascidos vivos nasceram prematuras e 2% com mais de
42 semanas (pós-termo), em 2021.

Tabela 02. Proporção de Nascidos Vivos, segundo duração da gestação.


Jaboatão dos Guararapes, 2010-2020*.

Fonte: SINASC/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados


provisórios. Sujeitos à revisão.

11
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como uma
proporção aceitável de partos cesáreos aquela em torno de 10 a 15%. No
período dos últimos cinco anos, conforme a (Gráfico 4), observa-se uma
inversão dos partos, o aumento dos partos vaginais sobre os partos cesáreos,
resultado dos investimentos de ações educativas e de vinculação ao parto
humanizado no período do pré-natal junto à maternidade conveniada a SMS.

Gráfico 04. Proporção de Nascidos Vivos, segundo tipo de parto. Jaboatão dos
Guararapes, 2010-2020*.

Fonte: SINASC/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados


provisórios. Sujeitos à revisão.
O peso do recém-nascido é um determinante isolado das chances de
um recém-nascido sobreviver, ter um crescimento e desenvolvimento normal e
reflete ainda, as condições da gestação.

No último ano, 91% dos nascidos vivos de residência do município


nasceram com peso igual ou maior a 2.500g. Na tabela a seguir, pode-se
observar a evolução do percentual de recém-nascidos com baixo peso no
período de 2020*. No período avaliado, os bebês que nasceram com baixo
peso, 13,9% ocorreram em Jaboatão, enquanto 84,2% nasceram em Recife e
os outros 2% em outros municípios.

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Tabela 03. Série Histórica do Peso ao Nascer do RN. Jaboatão dos
Guararapes, 2011 a 2021*.

Fonte: SINASC/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados


provisórios. Sujeitos à revisão.

3.2 MORTALIDADE

Anualmente são registrados, em média, 4.372 óbitos de residentes em


Jaboatão, de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Em 2021, foram registrados 4486 óbitos de residentes. O Coeficiente de
Mortalidade Geral (CGM) é maior para o sexo masculino, totalizando até o
momento 2.904 óbitos (Gráfico 05).

Gráfico 05. Distribuição do Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) total e por


sexo, por 1.000 habitantes. Jaboatão dos Guararapes, 2011-2021*.

13
Fonte: SIM/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios.
Sujeitos à revisão.

Ao analisar a mortalidade proporcional por faixas etárias, em 2014, 2018


e 2021, observa-se a diminuição dos óbitos em menores de um ano e aumento
da mortalidade em maiores pessoas com 50 anos ou mais, indicando melhora
no nível de saúde da população residente (gráfico 6).

Gráfico 06. – Distribuição da mortalidade proporcional por faixa etária.


Jaboatão dos Guararapes, 2014, 2018 e 2021*.

Fonte: SIM/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados


provisórios. Sujeitos à revisão.

O perfil de causas de mortalidade foi modificado em 2020, de acordo com


os capítulos da Classificação Internacional de Doenças 10ª edição (CID-10),
como mostra a tabela, observa-se a elevação de morte por doenças
infecciosas e parasitárias (23,2%) passando a ocupar a primeira posição,

14
ultrapassando as doenças do aparelho circulatório como segunda causa de
óbito (18,1%).

Quanto às causas específicas de óbito, o Covid-19 (1.018) representa a


principal causa dentre as doenças infecciosas e parasitárias. Já a hipertensão
(196), a segunda causa de óbito e representa a principal causa dentre as
doenças do aparelho circulatório, superando o infarto agudo do miocárdio
(149). A terceira causa de óbito são as doenças neoplásicas (11,5%), sendo
mais acometido o sexo masculino, a neoplasia de próstata (56), para o sexo
feminino, a principal é a neoplasia de mama (66).

Tabela 04. Proporção de óbitos, segundo capítulo CID10. Jaboatão dos


Guararapes, 2011 a 2021*.

Fonte: SIM/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios.


Sujeitos à revisão.

Entre os grupos específicos de mortalidade, têm maior relevância a


mortalidade infantil e a mortalidade materna. A mortalidade infantil (morte em
menores de um ano) é um importante indicador de saúde e condições de vida
de uma população. Com o cálculo da sua taxa, estima-se o risco de um
nascido vivo morrer antes de chegar a um ano de vida. Valores elevados
refletem precárias condições de vida e saúde e baixo nível de desenvolvimento
social e econômico

15
A mortalidade infantil é composta de três subcomponentes: a
mortalidade neonatal precoce (até 06 dias de vida), a mortalidade neonatal
tardia (de 07 a 27 dias de vida) e pós-neonatal (28 dias a menor de 01 ano).
O componente mais elevado da mortalidade infantil é o período neonatal
precoce, ou seja, os recém-nascidos que morrem na primeira semana de vida
(até 06 dias). Analisando a mortalidade infantil no município, observa-se uma
tendência de redução neste indicador.

Gráfico 07. Distribuição dos óbitos infantis residentes e seus componentes


etários. Jaboatão dos Guararapes, 2011 - 2021*.

Fonte: SIM/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios.


Sujeitos à revisão.

Gráfico 08. Distribuição do Coeficiente de Mortalidade Infantil por 1.000


nascidos vivos residentes e seus componentes etários. Jaboatão dos
Guararapes, 2011 a 2021*.

16
Fonte: SIM/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios.
Sujeitos à revisão.

Em 2021, houve registro de 11 óbitos maternos. O total de óbitos maternos


representa uma Razão de Mortalidade Materna de 127% óbitos por 100.000
nascidos vivos. O cálculo deste indicador é obtido pela divisão do número de
óbitos maternos por causas não acidentais (ocorridos durante a gravidez ou até
363 dias após o parto), pelo número de nascidos vivos de residentes,
multiplicado por uma base de 100.000.

Os municípios pernambucanos permanecem incluindo no numerador o


período puerperal tardio de 43 dias a 363 dias após o parto. Mas a OMS
reconhece como óbitos maternos somente até 42 após o parto.

Gráfico 09. Distribuição da Razão da Mortalidade Materna, por 100.000


nascidos vivos. Jaboatão dos Guararapes, 2011 a 2021*.

17
Fonte: SIM/SINASC/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados
provisórios. Sujeitos à revisão.

4. INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

4.1 TUBERCULOSE

Desde a reemergência da Tuberculose (TB) no mundo, o ano de 2015


tornou-se um marco na história dessa doença, quando a Organização mundial
da Saúde (OMS) propôs acabar com a TB como um problema de saúde
pública.

A Tuberculose é uma doença que pode ser prevenida e curada. Porém


persiste como um importante e desafiador problema no âmbito da saúde da
população, contribuindo para manutenção do quadro de desigualdade e
exclusão social e condições de pobreza que contribuem para a perpetuação da
desigualdade social (MS, 2018). Na série histórica representada no gráfico,
observa-se que nos últimos 05 anos a cura dos casos de TB pulmonar
bacilífero esteve em níveis regulares entre 74,5 – 78,4%, mas nos últimos anos
ultrapassaram 75% do parâmetro considerado satisfatório, havendo declínio
em 2021 justificado pela pandemia e a falta da medicação em alguns
momentos. Destacamos nos últimos anos (2018 a 2021), em relação ao
encerramento por abandono, que esse indicador vem reduzindo, aproximando-
se do percentual recomendado pelo Ministério da Saúde o qual é de 5%.

18
Sendo assim, uma das estratégias que garante a redução dos riscos de
abandono do tratamento e, consequentemente, o aumento do percentual de
cura é o Tratamento Diretamente Observado (TDO) uma vez que fortalecerá o
vínculo do indivíduo aos cuidados e ao serviço de saúde permitindo identificar
as dificuldades enfrentadas pelos pacientes e a intervenção oportuna frente às
situações que representem riscos a tomada dos medicamentos. Deve ser
realizado durante todo o tratamento, idealmente, cinco vezes por semana ou
periodicidade mínima três vezes por semana.

Gráfico 10. Proporção de cura de casos novos de tuberculose pulmonar


bacilífera, segundo evolução clínica do paciente. Jaboatão dos
Guararapes, coorte 2016 - 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à


revisão.

Gráfico 11. Proporção de exame anti-HIV realizados entre os casos novos


de Jaboatão dos Guararapes, coorte 2011 a 2021*.

19
Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à
revisão.

O diagnóstico precoce de infecção pelo HIV em pessoas com TB tem


importante impacto no curso clínico da doença. Portanto, o teste de diagnóstico
para HIV, preferencialmente o rápido, deve ser oferecido o mais cedo possível
a toda pessoa portadora de TB. Em 2021 foram realizadas 225 (73,3%), destes
17 (5,5%) são pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Frente ao contato com o
bacilo, estas pessoas são as que apresentam maior risco de adoecer, pois
apresentam imunidade comprometida. Em decorrência do risco acrescido de
desenvolver a TB, as pessoas vivendo com HIV devem ser sistematicamente
testadas e tratadas para infecção latente pelo M. tuberculosis.

A pandemia vivenciada em 2020 nos trouxe um cenário diferente para


saúde pública no Brasil e no Mundo, diante disso, houve uma reorganização
dos serviços de saúde a população, e os que eram ofertados de forma
oportuna, como os Testes Rápido para HIV, passaram a ser agendados a fim
de evitar aglomerações refletindo uma lentidão nas informações através dos
boletins Epidemiológicos. Contudo, serão informações posteriormente incluídas
no SINAN.

Gráfico 12. Número de contatos examinados e proporção dos contatos


examinados, segundo o ano de diagnóstico. Jaboatão dos Guararapes,

20
coorte 2011 a 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à

revisão.

A avaliação sistemática de pessoas que foram expostas a pacientes com


tuberculose pulmonar ou laríngea consiste em uma abordagem eficaz e
orientada para a busca ativa de casos de TB e, também, para identificação de
indivíduos recém-infectados pelo M.tuberculosis no âmbito dos programas de
controle da tuberculose. É primordial a busca dos contatos de casos de TB,
pois permite a quebra da cadeia de transmissão. Conforme gráfico, nos últimos
10 anos apenas nos anos de 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021 o município
ultrapassou a meta de 70% de exame de contatos estabelecida pelo MS.

4.2 HANSENÍASE

A hanseníase é considerada uma das principais causas de


incapacidades físicas, em razão do seu potencial de causar lesões neurais.
Esse alto potencial incapacitante está diretamente relacionado ao poder
imunogênico do Mycobacterium leprae. Entretanto, estima-se que 95% dos
indivíduos expostos ao M. leprae são naturalmente resistentes à infecção. Nos
5% susceptíveis, a doença pode se manifestar de diferentes formas, a
depender de fatores relacionados ao indivíduo, tais como sexo, idade e

21
susceptibilidade genética, ou às coletividades – por exemplo, condições
socioeconômicas e geográficas (MS, 2018).

No período de 2011 a 2020, observa-se uma diminuição na taxa de


detecção de casos novos de hanseníase, acentuando-se em 2020 e ocorrendo
um aumento de 2,2, em 2021. Com isso, podemos apontar como justificativa, o
momento atípico trazido pela pandemia, bem como, levando em consideração
que a hanseníase é uma doença silenciosa, uma redução do diagnóstico, que
em sua grande maioria, parte da realização de buscas ativas, atividades
educativas voltadas para autoimagem e detecção de manchas na pele através
de ações das equipes no território.

Gráfico 13. Coeficiente de detecção geral de casos novos de Hanseníase.


Jaboatão dos Guararapes, coorte 2011 - 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à


revisão.

Gráfico 14. Proporção de casos novos de Hanseníase, segundo a situação


de encerramento. Jaboatão dos Guararapes, coorte 2016 – 2021*.

22
Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à
revisão.

O encerramento da Poliquimioterapia (alta por cura) deve ser


estabelecido segundo os critérios de regularidade ao tratamento: número de
doses e tempo de tratamento, de acordo com cada esquema, se Paucibacilar
(PB) 6 meses de tratamento, e Multibacilar (MB) 12 meses de tratamento. Nos
anos avaliados, com exceção de 2021, a proporção de cura esteve acima 75%,
este parâmetro é considerado regular estabelecido pelo MS. O Ministério
recomenda que as unidades de saúde realizem o acompanhamento mensal
destes pacientes para evitar possíveis dúvidas que possam levar ao abandono.

Gráfico 15. Coeficiente de contato examinado dos casos novos de


Hanseníase. Jaboatão dos Guararapes, coorte 2016 – 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à


revisão.

O exame de contatos é uma das estratégias mais importantes diante do


diagnóstico de hanseníase, pois permite o diagnóstico na fase inicial da doença

23
visando quebrar a cadeia de transmissão e evitar sequelas resultantes do
diagnóstico tardio. Nos anos avaliados, destacamos os anos de 2018 e 2019
que alcançaram a proporção de exame de contato acima de 90% considerado
bom para o MS.

Gráfico 16. Coeficiente da Avaliação do Grau de Incapacidade Física no


diagnóstico e na cura. Jaboatão dos Guararapes, coorte 2015 – 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes. * Dados provisórios. Sujeitos à


revisão.

O Grau de Incapacidade Física (GIF) é um indicador epidemiológico


que pode ser utilizado na avaliação do programa de vigilância de hanseníase,
determinando a precocidade do diagnóstico e o sucesso das atividades que
visam a interrupção da cadeia de transmissão. A avaliação da função neural é
imprescindível no momento do diagnóstico, na ocorrência de estados
reacionais e na alta por cura (término da poliquimioterapia). Esta avaliação
permite verificar a integridade da função neural.

Em relação ao coeficiente de Avaliação do GIF no diagnóstico é


identificado no gráfico a melhoria do indicador, fruto de intervenções nas
Policlínicas Mariinha Melo e Carneiro Lins, com agendamento de forma
ambulatorial para avaliação dos pacientes com término do tratamento por
profissionais capacitados em parceria com a coordenação de Doenças
Negligenciadas.

24
4.3 AIDS (Síndrome da imunodeficiência adquirida)

Em relação a AIDS, observa-se uma queda do coeficiente de detecção,


este comportamento pode ser devido à diminuição significante do número de
testagens realizadas nos últimos anos (gráfico). Em 2021, foram notificados
409 casos novos de HIV. Quanto a AIDS em crianças (< 5 anos), é observada
uma tendência de estabilidade dos dados e em 2021 houve 01 caso notificado
que está em investigação.

Gráfico 17. Distribuição do coeficiente de detecção da AIDS em criança (< 5


anos) e em adultos por 100.000 habitantes, segundo ano de diagnóstico.
Jaboatão dos Guararapes, 2011 a 2021.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/ SMS – Jaboatão dos Guararapes.


* Dados provisórios. Sujeitos à revisão.

4. 4 SÍFILIS

25
No município de Jaboatão, ainda são observados altos coeficientes de
detecção de sífilis, o que demonstra a necessidade da continuidade da
intensificação de ações que possibilitem a interrupção da transmissão vertical
da sífilis. Em 2021, foram notificados 263 casos de Sífilis congênita (gráfico) e
371 casos de sífilis em gestantes. As ações realizadas para a detecção
precoce de sífilis em gestantes foram intensificadas no presente quadrimestre,
com o objetivo de identificar novos casos e minimizar a transmissão vertical da
doença.

Gráfico 18. Distribuição do coeficiente de detecção de sífilis congênita em criança


(< 1 ano) por 1000 nascidos vivos. Jaboatão dos Guararapes, 2011 - 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/ SMS – Jaboatão* Dados provisórios. Sujeitos à


revisão.

Gráfico 19. Distribuição do coeficiente de detecção de sífilis em gestantes por


1000 nascidos vivos. Jaboatão dos Guararapes, 2011 - 2021.

26
Fonte: SINAN/GVE/SVS/ SMS – Jaboatão* Dados provisórios. Sujeitos à
revisão.

4.5 COVID-19

A organização mundial da saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de


2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (covid-19)
constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional – o
mais alto nível de alerta da organização, conforme previsto no regulamento
sanitário internacional. Em 11 de março de 2020, a covid-19 foi caracterizada
pela OMS como uma pandemia.

No ano de 2021, de 01/01/2021 até o dia 31/12/2021, foram confirmados


18.708 casos leves e 2.015 casos de síndrome respiratória aguda grave
(SRAG) por covid-19. Ocorreram 743 óbitos por covid-19.

Gráfico 20. Casos SRAG confirmados do novo Coronavírus (COVID-19),


segundo sexo e faixa etária. Jaboatão dos Guararapes, 2021.

27
Fonte: CIEVS/GVE/SVS/SMS Jaboatão dos Guararapes. *Dados provisórios,
sujeitos a alterações.

Segundo a idade, os casos confirmados ocorreram entre a idade de 0 a


103 anos. O principal grupo afetado é o de 50 a 59 anos (25,5%). Segundo o
sexo, 45,4,6% são mulheres e 54,6% são homens.

Gráfico 21. Casos SRAG confirmados do novo Coronavírus (COVID-19),


segundo sexo e Regional de Saúde de Residência. Jaboatão dos Guararapes,
2021.

Fonte: CIEVS/GVE/SVS/SMS Jaboatão dos Guararapes. *Dados provisórios,


sujeitos a alterações.

Gráfico 22. Casos SRAG Confirmados, segundo bairro e sexo. Jaboatão dos
Guararapes, 2021.

28
Fonte: CIEVS/GVE/SVS/SMS Jaboatão dos Guararapes. *Dados provisórios,
sujeitos a alterações.

Gráfico 23. Óbitos SRAG Confirmados por COVID-19, segundo bairro.


Jaboatão dos Guararapes, 2021.

Fonte: Cievs/GVE/SVS/SMS Jaboatão dos Guararapes. *Dados provisórios,


sujeitos a alterações.

4. 6 ACIDENTES E VIOLÊNCIA

29
A violência é um problema de saúde pública que vem crescendo
anualmente. O setor saúde, pela proximidade ao usuário, deve ser um ponto de
partida para visibilidade dos casos de violência doméstica e assim trabalhar a
prevenção. Em Jaboatão, o número de casos notificados de violência
doméstica tem aumentado a cada ano desde 2017, demonstrando uma maior
sensibilidade dos profissionais de saúde em relação ao agravo. No entanto,
nos anos de 2020 e 2021, houve uma redução com relação aos últimos quatro
anos, provavelmente, pela rotina alterada nos serviços devido à situação de
pandemia causada pela COVID-19. Caso seja semelhante a 2020, mais
notificações chegarão após o período de elaboração deste relatório.

Tabela 05. Proporção de casos de violência doméstica, segundo tipo de


Unidade de Saúde notificadora. Jaboatão dos Guararapes, de 2011 a 2021*.

Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes, 2022. * Dados provisórios. Sujeitos


à revisão.

Gráfico 24. Proporção de casos de violência doméstica, segundo raça.


Jaboatão dos Guararapes, de 2011 a 2021*.

30
Fonte: SINAN/GVE/SVS/SMS – Jaboatão dos Guararapes, 2022. * Dados provisórios. Sujeitos
à revisão.

5. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

31
O município conta com uma vasta Rede Municipal de Saúde, conforme
segue abaixo mapa dos equipamentos de saúde e quadros sinalizando a
distribuição dos dispositivos da Rede de Atenção à Saúde por bairros.

Mapa 03. Distribuição dos equipamentos de saúde por bairro, Jaboatão dos Guararapes, 2021.

Fonte: GVE/SVS/SMS - Jaboatão dos Guararapes, 2022.

Quadro 04 - Distribuição de serviços da Atenção Básica, Jaboatão dos


Guararapes, 2022.

32
REGIONAIS TOTAL
SERVIÇOS 1 2 3 4 5 6 7
Atenção Básica

Equipe de Saúde da Família – ESF 24 20 10 11 19 18 10 112

Equipe de Saúde Bucal – ESB 18 17 7 6 16 16 8 83

Unidade Básica de Saúde – UBS 1 4 0 2 1 3 0 11


Centro de Especialidades 1 1 1 0 1 0 0 4
Odontológicas – CEO
Fonte: GPLAN/SMS Jaboatão dos Guararapes, 2022.

Quadro 05. Distribuição de serviços da Atenção Especializada, Jaboatão dos


Guararapes, 2022.
SERVIÇOS REGIONAIS TOTAL
1 2 3 4 5 6 7
Rede de Atenção Especializada, Urgência e
Emergência
Policlínica 1 1 1 0 1 0 1 5
Centro de Reabilitação e 1 1 0 0 1 0 0 3
Fisioterapia
Hospital* (1 Estadual e 3 1 1 0 0 2 0 0 4
conveniados)
Clínicas Conveniadas 4 0 0 0 6 8 0 1
5
Serviço de Atenção 1 1 0 0 0 0 0 2
Especializada – SAE
Centro de Referência em Saúde 0 0 0 0 0 1 0 1
da Mulher
Centro de Testagem e 0 0 0 0 1 0 0 1
Aconselhamento em DST/AIDS
– CTA

33
Centro de Tratamento e 0 0 0 0 1 0 0 1
Abordagem ao Fumante
Policlínica da Criança e do 0 0 0 0 0 1 0 1
Adolescente
Central de Abastecimento 0 0 0 1 0 0 0 1
Farmacêutico (CAF)
Laboratório Municipal 0 0 0 0 1 0 0 1
Serviço de Atendimento Móvel 1 0 0 0 0 1 0 2
de Urgência – SAMU**** (01
base do SAMU e 01 base
descentralizada)
Unidade de Pronto Atendimento 1 0 1 0 1 1 0 4
– UPA
Fonte: GPLAN/SMS Jaboatão dos Guararapes, 2022.

34
6. ORGANOGRAMA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

SMS Conselho Municipal de


Zelma Pessôa Saúde

Gerência de Regionais
Assessoria Jurídica
Henrique fREIRE

Secretaria Executiva de Secretaria Executiva de


Atenção à Saúde gestão do SUS

Rodrigo Canto Nadjane Arcanjo

Superintendência de Superintendência de Superintendência de Superintendência de Superintendência


Vigilância à Saúde Atenção à Saúde Gestão do SUS Regulação do SUS Administrativa

Vânia Freitas Juliana Lopes Carolina Morais Conceição Sampaio Financeira

Gerência de Vigilância Gerência da Atenção Gerência de Gestão do Gerência de Fluxos


Gerência Financeira
Sanitária Básica trabalho e educação na Assistenciais
Sílvia Janaína
Adeilza Ferraz Andrea Lemos saúde Nilton Rodrigues

Gerência de Vigilância Gerência da Atenção Gerência de Gerência de Controle,


Gerência Administrativa
Ambiental Especializada Planejamento Avaliação e Auditoria
Gabriel Marques
Otoniel Barros Juliana Vieira Lara Rocha Manuela Godoy

Gerência de Vigilância Gerência de Saúde


Epidemiológica Mental

Camila Brito Paula Pereira

Gerência de Políticas
Estratégicas

Juliemary Berlarmino

Gerência do SAMU

Fabio Marinho

Gerência de
Abastecimento
Farmacêutico

35
7. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

O Sistema Único de Saúde (SUS), produto da 8ª Conferência Nacional


de Saúde ocorrida no Brasil em 1986, baseia-se em diretrizes organizativas e
princípios doutrinários, tendo a Atenção Básica (como é conhecida a Atenção
Primária à Saúde no Brasil) estruturada como primeiro ponto de atenção e
principal porta de entrada do sistema (BRASIL, 2017). Esta definição avança
ao incluir como papel da Atenção Básica a coordenação do cuidado.

A Atenção Primária pode ser compreendida como o conjunto de ações


de saúde desenvolvidas em comunidade, no âmbito individual e coletivo, com
vistas a coordenar a integralidade do cuidado através de uma atenção integral
que impacte na saúde e na determinação social do processo saúde-doença,
trabalhando de forma multiprofissional, interdisciplinar e em equipe (BRASIL,
2017).
Inicialmente como Programa, foi criada em 1994 a Estratégia Saúde da
Família (ESF), originando-se na reformulação das prioridades do Ministério da
Saúde em relação à Atenção Primária, sendo tratada como um dos principais
instrumentos da Atenção Básica no Brasil e tendo como proposta trabalhar com
foco na família, criando vínculos através de uma equipe multiprofissional
(BRASIL, 2017).
Atualmente, a Atenção Básica do município é constituída por 112
Equipes de Saúde da Família (eSF), 10 Unidades Tradicionais de Saúde (UBT)
e 88 Equipes de Saúde Bucal (eSB). A cobertura total de Atenção Primária no
município é de 47.78%, já a cobertura de Saúde Bucal é de 49%.
Em 2008, através da portaria 154/08, o Ministério da Saúde criou o
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) com o propósito de aumentar a
resolutividade e o escopo das ações da ESF. Este equipamento tem como
proposta compor equipes de profissionais de diferentes áreas de conhecimento
para atuarem em conjunto com os profissionais das equipes de Saúde da
Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob

36
responsabilidade das equipes da ESF nos quais o NASF está inserido.
(BRASIL, 2017).
Atualmente há 08 equipes NASF distribuídas em todas as regionais de
saúde do município, cobrindo cerca de 70% das equipes de saúde da família.
8. CONSULTÓRIO NA RUA

O Decreto Presidencial nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, institui a


Política Nacional para a População em Situação de Rua (PSR) e a criação do
Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da referida política
nacional. A atual política define a PSR como grupo populacional heterogêneo
que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos
ou fragilizados, a inexistência de moradia convencional regular e que utiliza os
logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e
sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de
acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.
A política prevê como princípios, além da igualdade e equidade, o
respeito à dignidade da pessoa humana, o direito à convivência familiar e
comunitária, a valorização e respeito à vida e à cidadania, o atendimento
humanizado e universalizado, o respeito às condições sociais e diferenças de
origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com
atenção especial às pessoas com deficiência.
Dessa forma, observando que as condições de vulnerabilidade
vivenciadas pela população em situação de rua, além das questões
psicossociais geradoras de sofrimentos físicos e emocionais, possibilitam
riscos maiores para a saúde desse grupo, representa-se um desafio a
efetivação de políticas de saúde que deem conta dessa complexidade.
Os Consultórios na Rua (CnaR), instituídos pela Política Nacional de
Atenção Básica, integram o componente Atenção Básica da Rede de Atenção
Psicossocial e devem seguir os fundamentos e as diretrizes definidos na
PNAB, buscando atuar frente aos diferentes problemas e necessidades de
saúde da população em situação de rua, inclusive na busca ativa e cuidado aos
usuários de álcool, crack e outras drogas.

37
São formados por equipes multiprofissionais e prestam atenção integral à
saúde de uma referida população em situação de rua in loco. As atividades são
realizadas de forma itinerante desenvolvendo ações compartilhadas e
integradas às Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Os Consultórios na Rua lidam com os diferentes problemas e
necessidades de saúde da população em situação de rua, desenvolvendo
ações compartilhadas e integradas também com as equipes dos Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e de
outros pontos de atenção, de acordo com a necessidade do usuário.
Segundo a Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de setembro de
2017, as equipes dos Consultórios na Rua possuem as seguintes modalidades:
I - Modalidade I: equipe formada, minimamente, por 4 (quatro)
profissionais, dentre os quais 2 (dois) destes, obrigatoriamente, deverão estar
entre aqueles descritos na alínea "a" abaixo e os demais dentre aqueles
relacionados nas alíneas "a" e "b" a seguir: (Origem: PRT MS/GM 122/2012,
Art. 3º, I, alterada pela portaria MS nº 1.029, de 20 de maio de 2014)
a) enfermeiro, psicólogo, assistente social, cirurgião dentista e
terapeuta ocupacional;
b) agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico ou
auxiliar em saúde bucal e profissional/professor de educação física; (Portaria nº
1.255, de 18 de junho de 2021)
II - Modalidade II: equipe formada, minimamente, por 6 (seis)
profissionais, dentre os quais 3 (três) destes, obrigatoriamente, deverão estar
aqueles descritos na alínea "a" abaixo e os demais dentre aqueles
relacionados nas alíneas "a" e "b" a seguir: (Origem: PRT MS/GM 122/2012,
Art. 3º, I, alterada pela portaria MS nº 1.029, de 20 de maio de 2014)
a) enfermeiro, psicólogo, assistente social, cirurgião dentista e
terapeuta ocupacional;
b) agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico ou
auxiliar em saúde bucal e profissional/professor de educação física; (Portaria nº
1.255, de 18 de junho de 2021).

III - Modalidade III: equipe da Modalidade II acrescida de um profissional


médico. (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 3º, I, alterada pela portaria MS
nº 1.029, de 20 de maio de 2014).

38
Art. 5º As eCR poderão ser compostas pelos seguintes profissionais de saúde:
(Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º)

I - enfermeiro; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, I)

II - psicólogo; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, II)

III - assistente social; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, III)

IV - terapeuta ocupacional; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, IV)

V - médico; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, V)

VI - agente social; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, VI)

VII - técnico ou auxiliar de enfermagem; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art.


4º, VII)

VIII - técnico ou auxiliar em saúde bucal; (Portaria nº 1.255, de 18 de junho de


2021)
IX - cirurgião dentista; (Origem: PRT MS/GM 122/2012, Art. 4º, IX) (dispositivo
acrescentado pela PRT MS/GM 1029/2014)

X - profissional/professor de educação física; e (Origem: PRT MS/GM


122/2012, Art. 4º, X) (dispositivo acrescentado pela PRT MS/GM 1029/2014)

Segundo a Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que aprova a


Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes
para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), são itens necessários para o funcionamento das equipes de Consultório
na Rua (eCR):
a. Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua,
em instalações específicas, na unidade móvel e também nas instalações de
Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuando, sempre
articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as demais equipes que
atuam na atenção básica do território (eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros
de Atenção Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos serviços e
instituições componentes do Sistema Único de Assistência Social entre outras
instituições públicas e da sociedade civil;
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu horário de
funcionamento deverá ser adequado às demandas das pessoas em situação

39
de rua, podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno em todos os dias da
semana;
c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais especificadas
em portaria específica.
Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o máximo
de dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou
superior. Todas as modalidades de eCR poderão agregar agentes
comunitários de saúde.
O agente social, quando houver, será considerado equivalente ao
profissional de nível médio. Entende-se por agente social o profissional que
desempenha atividades que visam garantir a atenção, a defesa e a proteção às
pessoas em situação de risco pessoal e social, assim como aproximar as
equipes dos valores, modos de vida e cultura das pessoas em situação de rua.
Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes requisitos:
I - demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e
II - alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção Básica
vigente, conforme norma específica.

APROXIMAÇÃO COM AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

Inicialmente, haverá um reconhecimento de quem é essa população em


situação de rua, por meio de diagnósticos, censos, cartografias, mapeamento
de área, ou seja, diferentes nomes e mecanismos para que a equipe de saúde
possa identificar quem são as pessoas em situação de rua, onde elas
costumam ficar, como se relacionam com a comunidade, os serviços públicos e
estabelecimentos privados, como acessam os programas assistenciais, quais
são as dificuldades que apresentam, quais os recursos comunitários
disponíveis e que parcerias intersetoriais e interinstitucionais podem ser
firmadas.
Os problemas de saúde demandados pela PSR têm origem em situações
complexas, cuja resposta necessita de intervenções articuladas entre os
gestores, profissionais de saúde e com diversos outros setores. Nesse
contexto, todas as variáveis envolvidas no uso e tráfico de drogas, a dificuldade

40
de prevenção de certos agravos transmissíveis (como DST, dengue,
leptospirose, tuberculose, dermatoses) e agravos em saúde mental e a ruptura
de vínculos na relação familiar são exemplos de que a equipe deve buscar
envolver outros atores para conseguir realizar atenção integral à saúde dessas
pessoas.
Os profissionais de saúde devem buscar parcerias para o enfrentamento
dos determinantes sociais do adoecimento, tais como problemas na limpeza
urbana, falta de recursos para a economia solidária e escassez de
equipamentos sociais direcionados ao apoio da população em situação de rua,
de modo a oferecer melhores respostas a essas pessoas, contribuindo de
forma mais efetiva para o desempenho clínico-assistencial.
Neste diagnóstico deve constar principalmente a:
• Perfil socioambiental [condições de vida (saneamento básico, local de
abrigo, topografia do bairro etc.); presença de áreas de maior vulnerabilidade
social (exs.: bolsões de pobreza, áreas com maior violência); presença de
equipamentos comunitários para promoção de cidadania e de organização
social (exs.: hortas comunitárias, associações de bairro, cursos
profissionalizantes, entre outros); presença de instituições para promoção de
suporte social (exs.: igrejas, clube de mães, entre outras); espaços e atividades
públicas e privadas de lazer e prática de atividade física; possíveis parceiros
intra e intersetoriais].
• Perfil das necessidades e demandas a partir de diagnósticos de saúde
singulares e diálogos para apreender a percepção das equipes de AB,
representantes da população e dos gestores de saúde.
• Perfil demográfico, epidemiológico e assistencial (número de
pessoas em situação de rua; características demográficas e epidemiológicas
dessa população; perfil de atendimento e de encaminhamentos para a rede de
atenção à saúde em um dado período; serviços ou programas de saúde
acessíveis à população nas redes pública e privada; serviços ou programas de
outros setores acessíveis à população na rede pública.
• Caracterização de equipe(s) de saúde à(s) qual(is) os usuários tem
vínculos (quem é a equipe? Como promover interconsultas? Qual a frequência
de acompanhamento/atendimento pela equipe? Há algum profissional com
quem tem mais vínculo?)

41
Para além do âmbito individual, verificamos que pela convivência grupal –
que é necessidade fundamental do ser humano – na rua essa população
ressignifica suas relações sociais, constituindo novos grupos que se
caracterizam por identidades definidoras de comportamento e da necessidade
da sobrevivência. Assim, é comum encontrarmos os indivíduos em situação de
rua acompanhados ou próximos das mesmas pessoas, dormindo nos mesmos
lugares, reconstruindo vínculos afetivos, que em muitas das vezes reproduzem
o contexto familiar, até com denominações peculiares, tais como: família da
rua, irmão da rua, mãe/pai da rua, filho da rua. Dessa forma, citamos abaixo
alguns pontos importantes relacionados ao grupo social que devem ser
observados pela equipe na realização do diagnóstico:
• Necessidade de identificar se o indivíduo está ou não vinculado a outra
pessoa ou a algum grupo social na rua;
• Faixa etária do grupo ao qual o indivíduo encontra-se inserido;
• Relações de gênero estabelecidas nos grupos;
• Uso de álcool e outras drogas;
• Atividades econômicas;
• Possíveis envolvimentos com ações ilícitas;
• Condições de risco e vulnerabilidade;
• Potencialidades do grupo social;
• Fluxos de circulação dos grupos no território;
• Prostituição masculina e feminina;
• Relações com o comércio e a comunidade local.
Já em âmbito individual, o profissional de saúde que trabalha com
população em situação de rua não pode deixar de considerar todos os
aspectos subjetivos que contribuem para construir a identidade do sujeito e o
lugar que hoje ocupa na sociedade e em seu contexto de vida (BRASIL, 2012).
Reconhecer que o indivíduo em situação de rua tem uma história que em
algum momento o levou para a rua, é fator primordial para a realização do
diagnóstico por parte do profissional de saúde. Vale ressaltar que nos dias de
hoje encontramos nos contextos urbanos os chamados “filhos” e “netos” da rua,
pessoas que já nasceram e se criaram em situação de rua, tendo menores
oportunidades de inclusão social. Dessa forma, há alguns pontos importantes

42
relacionados à singularidade do sujeito que devem ser observados pela equipe
na realização do diagnóstico:
– História de vida do sujeito;
– Vínculos familiares;
– Queixas e demandas principais de saúde;
– Potencialidades do indivíduo;
– Grau de instrução;
– Origem do sujeito;
– Faixa etária;
– Tempo em situação de rua;
– Uso de álcool e outras drogas;
– Condição de saúde (sofrimentos emocionais, doenças crônicas,
dermatoses, tuberculose etc.);
– Uso de medicamentos;
– Forma de geração de renda;
– Riscos e vulnerabilidades.

CONSTRUÇÃO DA AGENDA DE TRABALHO

A agenda de trabalho dos profissionais é de 30 horas semanais, com


horários diurnos e noturnos, e se constitui de:
• Busca ativa de usuários;
• Atendimentos individuais (específicos e compartilhados);
• Atendimentos em grupo e atividades coletivas (específicas e
compartilhadas);
• Reuniões com as equipes de saúde para articulação do cuidado e
realização de Projeto Terapêutico Singular (PTS);
• Espaço destinado à elaboração de materiais de apoio, rotinas,
protocolos e outras ações de educação permanente;
• Reunião entre os profissionais e com a coordenação;
• Reunião entre os profissionais e a rede intra e intersetorial;
• Acompanhamento dos usuários em consultas e exames;
• Consolidação da produção e digitação.

43
PROCESSO DE TRABALHO DO CONSULTÓRIO NA RUA NO
MUNICÍPIO

- Sendo uma porta de entrada da rede de atenção à saúde, o consultório


na rua realiza atendimentos e acompanha usuários em situação de rua com
foco na integralidade do cuidado. A equipe do consultório na rua estará
vinculada à USF Vera Lúcia Tieta (CNES 2638770) por estar na Regional 5,
onde há maior concentração de população em situação de rua, e pela equipe
da Unidade se mostrar sensível e compreensiva no apoio às demandas que
extrapolam a capacidade da equipe de consultório na rua, contando com
espaço para acolher a equipe e usuários e com cuidados médicos,
odontológicos e do NASF. Dessa forma, o INE da equipe do consultório na rua
estará vinculado ao CNES da USF Vera Lúcia Tieta.
- O Consultório na rua necessita de condições estruturais para seu
funcionamento, como veículo adesivado com a logo do programa de acordo
com as especificações de identidade visual do anexo I para condução da
equipe para os atendimentos e intervenções, sala de apoio com equipamentos
adequados aos registros e reuniões de equipe, medicamentos e insumos de
acordo com o Componente Básico da Assistência Farmacêutica
(medicamentos e insumos farmacêuticos) da RENAME (Relação Nacional de
Medicamentos) 2020, além de materiais para as ações educativas. A USF Vera
Lúcia Tieta servirá como local de apoio da equipe com sala de apoio, farmácia,
sala de vacinação, sala de curativo, consultório médico, enfermagem e
odontológico.
- Apesar de realizar atendimentos à população em situação de rua, deve
ser garantido atendimento em toda a rede de atenção à saúde, principalmente
em relação a tecnologias não disponíveis na equipe.
- A agenda dos profissionais deve ser equilibrada no sentido de garantir
atendimentos, reuniões e ações educativas de forma diurna e noturna.
- Antes de cada saída para o território, a equipe deve realizar uma reunião
pré-campo de 15 a 30 minutos e observar a agenda mensal, a fim de dar
continuidade ao cuidado dos usuários.
- Projetos terapêuticos singulares devem ser elaborados pela equipe
juntamente com os (as) usuários (as) e discutidos e referenciados na rede de

44
atenção psicossocial e até intersetorial.
- A agenda semanal deve atender a todas as regionais que apresentem
usuários em situação de rua. Desse modo, deve-se estabelecer dias fixos (mas
com flexibilidade em situações necessárias ao usuário) de atuação em cada
regional.

REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

A Política Nacional de Saúde Mental busca consolidar um modelo de


atenção aberto e de base comunitária. A proposta é garantir a livre circulação
das pessoas com problemas mentais pelos serviços, pela comunidade e pela
cidade. A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de
atenção para o atendimento de pessoas com transtornos mentais, incluindo os
efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas.

Assim como os serviços da Atenção Básica fazem parte da RAPS,


também estão incluídos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que são
um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com
transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja
severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de
cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida.

O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de


abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos
usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e
fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de
atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em
hospitais psiquiátricos

CAPS INFANTO-JUVENIL PADRE ROMA

Endereço: Rua Manoel Carneiro Leão, nº 175. Dois Carneiros Baixo –


Jaboatão dos Guararapes – PE - CEP: 54280-535. Telefone: (81) 99975-1404.

45
O objetivo do serviço é atender ao público infantojuvenil (até 17 anos e 11
meses) que apresente intenso sofrimento psíquico ou transtorno mental grave
e persistente. Como potencialidades, o serviço de “portas abertas” para
acolhimento; o acolhimento através de encaminhamentos e/ou demanda
espontânea; a contratação de profissionais capacitados para composição da
equipe; parcerias intersetoriais; construção de PTS (Projeto Terapêutico
Singular); apoio Matricial; visitas Domiciliares.

CAPS SOLAR DOS GUARARAPES

Endereço: Rua Emiliano Ribeiro, nº 280 – Prazeres. Jaboatão dos


Guararapes – PE – CEP: CEP: 54310-250. Telefone: (81) 99937-3412

O objetivo do serviço é atender ao público adulto com intenso sofrimento


psíquico ou transtorno mental grave e persistente. Como potencialidades, o
serviço realiza matriciamento em saúde mental na atenção básica; possui
equipe multiprofissional; realiza atendimento à população de sua área de
abrangência; Faz acompanhamento clínico psiquiátrico; busca a reinserção
social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e
fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

CAPS AD RECANTO DOS GUARARAPES

Endereço: Rua Doutor Manoel Benício Fontenele, nº 110– Piedade –


Jaboatão dos Guararapes – PE - CEP: 54400-390. Telefone: (81) 99939-0461

O objetivo do serviço é oferecer cuidado, atenção integral e continuada às


pessoas, a partir dos 12 anos, que apresentem necessidades em decorrência
do uso de álcool, crack e outras drogas. Como potencialidades se tem Apoio
Matricial; Trabalho em equipe multiprofissional; Busca Ativa; Articulação com a
rede intersetorial; Trabalho integrado com a equipe do Integra, para
potencializar ação no território; elaboração de PTS (Projeto Terapêutico
singular); Ações estratégicas; e empoderamento das mulheres.

Além dos CAPS, há os ambulatórios de psicologia, funcionando nas


seguintes regionais e locais:

46
· Regional 01 (Policlínica Mariinha Melo; Centro de Reabilitação Antonio
de Sá Barreto);

· Regional 02 ( Policlínica Cônego Pedro de Souza Leão; Centro de


Reabilitação);

· Regional 03 (Policlínica Manoel Calheiros);

· Regional 05 (Policlínica José Carneiro Lins; Policlínica da Criança e do


Adolescente); Centro de Reabilitação da Massangana);

· Regional 05 (Policlínica José Carneiro Lins);

· Regional 07 (Policlínica Leopoldina Tenório);

Há também os Serviços Residenciais Terapêuticos, também conhecidos


como Residências Terapêuticas, são casas, locais de moradia, destinadas a
pessoas com transtornos mentais que permaneceram em longas internações
psiquiátricas e impossibilitadas de retornar às suas famílias de origem. As
Residências Terapêuticas foram instituídas pela Portaria/GM nº 106 de
fevereiro de 2000 e são parte integrante da Política de Saúde Mental do
Ministério da Saúde. Esses dispositivos, inseridos no âmbito do Sistema Único
de Saúde/SUS, são centrais no processo de desinstitucionalização e
reinserção social dos egressos dos hospitais psiquiátricos.

Tais casas são mantidas com recursos financeiros anteriormente


destinados aos leitos psiquiátricos. Assim, para cada morador de hospital
psiquiátrico transferido para a residência terapêutica, um igual número de leitos
psiquiátricos deve ser descredenciado do SUS e os recursos financeiros que os
mantinham devem ser realocados para os fundos financeiros do estado ou do
município para fins de manutenção dos Serviços Residenciais Terapêuticos.
Em Jaboatão há quatro residências terapêuticas, situadas na regional 7.

Há também leitos integrais situados no Hospital Jaboatão Prazeres, em


número de oito. Por leitos integrais em saúde mental, entende-se o serviço
hospitalar de referência, dentro da Rede de Atenção Psicossocial, para
atendimento de pacientes em sofrimento psíquico que necessitam de

47
tratamento para outros quadros clínicos. No Jaboatão Prazeres, uma equipe
multiprofissional – formada por médicos psiquiatras, clínicos, enfermeiros,
técnicos de enfermagem, psicólogas, terapeutas ocupacionais e assistente
social – é responsável por acolher a demanda. Um dos principais objetivos é
qualificar o atendimento integral da pessoa com sofrimento psíquico,
diminuindo a demanda nos hospitais psiquiátricos, que são especializados em
atendimentos nos momentos de crise associadas ao transtorno mental.

ARTICULAÇÃO COM A REDE INTERSETORIAL

Entendendo que a promoção da saúde da população em situação de rua


só é possível mediante a garantia de direitos sociais que envolvem diversas
políticas públicas e que o processo saúde-doença é construído pela
determinação social, a articulação entre vários setores destas políticas é
fundamental para aquele objetivo.
A assistência social é um desses setores de importância singular para o
interface com o desenvolvimento do trabalho da equipe do consultório na rua.
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania tem o papel de
coordenar, executar, acompanhar e avaliar a implementação da Política
Municipal de Assistência Social em consonância com as diretrizes do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) e da Política Nacional de Assistência
Social; promover os direitos do cidadão de forma individual e coletiva, através
da efetivação de programas, projetos, benefícios e serviços e outras iniciativas
que contemplem comunidades e segmentos sociais; apoiar à participação
popular e controle social; organizar a rede de atendimento pública e privada de
assistência social; promover articulação e atuação de forma integrada e
intersetorial com as demais políticas municipais e; atender às ações
socioassistenciais de caráter emergencial.
Segundo dados do Cadastro único de 2019 - CadÚnico - o município
possui 116.910 pessoas cadastradas, destas, 59.631 em situação de extrema
pobreza e 15.247 em situação de pobreza. Em setembro de 2019 havia 61. 844
famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.
Em relação à Proteção Social Básica - PSB, o publico alvo são as
famílias, seus membros e indivíduos em situação de vulnerabilidade social, em
48
especial, pessoas com deficiência, idosos, crianças e adolescentes fora da
escola, pessoas retiradas do trabalho infantil ou que cumprem medidas
socioeducativas, pessoas inseridas no Cadastro Único e beneficiários do
Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em
Jaboatão dos Guararapes a PSB envolve os seguintes serviços e programas:
1. Serviço de Proteção Integral e Atendimento à Família - 12 Centros de
Referência de Assistência Social - CRAS;
2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV;
3. Cadastro Único com a gestão do Programa Bolsa Família;
4. Benefícios Eventuais;
5. Programa BPC na Escola;
6. Programa Acessuas;
7. Programa Criança Feliz.
Já em relação à Proteção Social Especial de Média Complexidade, esta
é executada de forma direta através dos Centros de Referência Especializados
de Assistência Social - CREAS Cavaleiro, Prazeres, Medida Sócio Educativa e
do Centro POP, e de forma indireta, através de parcerias com Organizações da
Sociedade Civil - OSC. A PSE de Média Complexidade envolve os seguintes
serviços:
1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e
Indivíduos – PAEFI/ 2 Centros de Referência Especializado de
Assistência Social;
2. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de
Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida - LA e de Prestação de
Serviços à Comunidade – PSC;
3. Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de
Rua - Centro POP;
4. Serviço de Habilitação e Reabilitação para Pessoa com Deficiência;
5. Núcleo de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes
– NEVCA
Ligada à Secretaria de Assistência Social e Cidadania, a Secretaria
Executiva da Família e Políticas sobre Drogas possui um programa que se
relaciona diretamente com o trabalho da equipe de CnaR, o INTEGRA.

49
O Programa INTEGRA atua de forma preventiva e interventiva sobre os
problemas relacionados ao consumo de álcool e outras drogas voltado à
população de grande vulnerabilidade social, visando fortalecer ou resgatar os
vínculos familiares e afetivos e garantir direitos socioassistenciais.

O programa funciona de segunda a sexta-feira, no horário das 8:00 às


16:00 horas e é composto por 3 (três) equipes de campo organizadas e
alinhadas para atender às 7 (sete) Regionais Político-Administrativas (RPAS).
Cada equipe conta com:

● um (1) técnico de nível superior redutor de vulnerabilidades –


psicossociais; (assistente social, psicólogo ou pedagogo)

● um (1) agente redutor de vulnerabilidades nível médio;

● um(1) motorista.

O INTEGRA atende as pessoas em cenas de uso de drogas, nas


residências, em espaços de convivência, em situação de rua e nos diversos
espaços da cidade pautado nas diretrizes da Política Nacional e Municipal de
Assistência Social e sobre Drogas. As equipes atuam de forma intersetorial,
articulando-se com os setores de Saúde, Educação entre outros. O
desenvolvimento das atividades se dá através de abordagens e
acompanhamentos, no intuito de acessar as pessoas que mais precisam dessa
intervenção.

A partir do processo de vinculação, que pode se dar através de dois ou


mais encontros sistemáticos, os profissionais do INTEGRA iniciam o processo
de cadastramento e acompanhamento no Programa de Monitoramento dos
Atendimentos a Usuários de Drogas e seus Familiares (PMAUD) e acumulando
elementos úteis para subsidiar a construção de projetos de vida, através da
busca pelo restabelecimento dos vínculos familiares e sociais e assim buscar a
promoção de processos de saúde e qualidade de vida para essa população.

Há ainda o Programa Balcão da Cidadania, que está vinculado à


Secretaria Executiva de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de
Assistência Social e Cidadania, visando a garantia dos direitos e o acesso à
cidadania para a população mais carente do município. Este é um serviço que

50
também se relaciona diretamente ao trabalho da equipe de CnaR, pois muitos
usuários em situação de rua necessitam do seu atendimento.

Como forma de possibilitar a prática dos direitos e deveres do cidadão, o


Programa oferta gratuitamente serviços como:

– Encaminhamento para emissão de documentos básicos: Certidão de


Nascimento, de Casamento e de Óbito (a partir da 2º via);

– Cadastramento da Carteira de Livre Acesso (para pessoas com deficiência);

– Emissão de RG em 01 posto avançado na sede do Balcão da Cidadania. A


1ª via é gratuita e, a partir da 2ª mediante pagamento de taxa estipulada pelo
Instituto de Identificação Tavares Buri – IITB;

9. FINANCIAMENTO

9.1 Condições para fins da transferência dos incentivos financeiros


federais de custeio

A Portaria SAPS/MS nº 60, de 26 de novembro de 2020 (alterada


pela portaria SAPS/MS nº 32, de 19 de maio de 2021), que define as regras de
validação das equipes e serviços da Atenção Primária à Saúde, para fins da
transferência dos incentivos financeiros federais de custeio, em seu Art. 2º,
estabelece que:

A validação das equipes e serviços da Atenção Primária à Saúde


(APS) para transferência dos incentivos financeiros federais de custeio está
condicionada ao cumprimento dos seguintes critérios:

I - credenciamento, pelo Ministério da Saúde, por meio de portaria


específica, dos tipos de equipes, Agentes Comunitários de Saúde e serviços
ofertados na APS;

II - cadastramento das equipes, Agentes Comunitários de Saúde e


serviços ofertados na APS no Sistema de Cadastro Nacional de

51
Estabelecimentos de Saúde (SCNES) pela gestão municipal, estadual ou do
Distrito Federal;

III - definição e homologação, pelo Ministério da Saúde, dos códigos


referentes às Identificações Nacionais de Equipe (INE) e aos Cadastros
Nacionais de Estabelecimentos de Saúde (CNES) das equipes e serviços da
APS credenciados e cadastrados no SCNES para fins da transferência dos
incentivos de custeio federal, acompanhamento, monitoramento e avaliação; e

IV - ausência de irregularidades que motivem a suspensão da


transferência, conforme disposto na Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB); no Programa Previne Brasil; e em normativas específicas que
regulamentem a organização, funcionamento e financiamento de cada equipe e
serviço da APS.

§1º Após a publicação de Portaria de credenciamento das novas


equipes e serviços no Diário Oficial da União, a gestão municipal, distrital ou
estadual deverá cadastrar a(s) equipe(s) e o(s) serviços(s) no SCNES,
observando os critérios exigidos para homologação dos códigos referentes à
Identificação Nacional de Equipe (INE) e ao Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES), num prazo máximo de 6 (seis)
competências, a contar da data de publicação da referida Portaria, sob pena de
descredenciamento da(s) equipe(s) e serviço(s) caso esse prazo não seja
cumprido, conforme estabelecido na Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de
28 de setembro de 2017, que reúne as normas sobre as políticas nacionais de
saúde do Sistema Único de Saúde.

§2º A homologação de equipes e serviços da APS pelo Ministério


da Saúde está condicionada ao cadastro no SCNES considerando o prazo
estabelecido no §1º deste artigo e ao cumprimento dos seguintes critérios:

I - cadastro em estabelecimento de saúde da APS, de acordo as


regras de cada equipe e serviço;

II - registro do código da Identificação Nacional de Equipe (INE) da


equipe e/ou do código CNES do serviço no SCNES;

52
III - presença de composição profissional mínima exigida, de acordo
as regras de cada equipe e serviço;

IV - presença de carga horária mínima exigida por categoria


profissional, de acordo as regras de cada equipe e serviço; e

V - vinculação ao código INE de equipe de Saúde da Família (eSF)


ou equipe de Atenção Primária(eAP), para homologação das equipes de Saúde
Bucal (eSB).

Em relação ao consultório na rua, o capítulo II, Seção IV estabelece


que:

Art. 21. Será considerada válida para transferência dos incentivos


financeiros federais de custeio a equipe de Consultório na Rua (eCR) que
cumprir os critérios estabelecidos no art. 2º e nos Anexos I e III a esta Portaria,
desde que cadastrada no SCNES com o código 73.

Art. 22. As diferentes modalidades de eCR serão verificadas por


meio da composição profissional cadastrada no SCNES, respeitando as regras
estabelecidas em normativas específicas sobre a eCR.

Parágrafo único. A alteração de modalidade das eCR está


condicionada ao cadastro dos profissionais no SCNES de acordo com a
composição da modalidade pretendida, sendo dispensado o envio de
solicitação de alteração ao Ministério da Saúde.

Art. 23. Todas as modalidades de eCR poderão vincular Agentes


Comunitários de Saúde (ACS) na sua composição, com consequente
transferência do incentivo financeiro federal de custeio referente ao ACS.

Art. 24. Na composição mínima de cada eCR deve haver,


preferencialmente, o máximo de 2 (dois) profissionais da mesma categoria
profissional, seja de nível médio ou superior.

53
9.2 Repasse de recurso federal e Impacto financeiro

A Portaria nº 1.238, de 6 de junho de 2014 fixa o valor do incentivo de custeio referente às Equipes de Consultório na
Rua nas diferentes modalidades, sendo estes:

Modalidades das Composição da Equipe Profissionais de saúde que poderão Incentivo


equipes dos compor a equipe financeiro de
Portaria MS nº 122, de 25 de janeiro de
Consultórios na Rua custeio mensal –
2011 (alterada pela portaria MS nº 1.029,
de 20 de maio de 2014) Ministério da
Portaria MS nº 122, de 25 de Portaria MS nº 122, de 25 de janeiro de 2011
(alterada pela portaria MS nº 1.255, de 18 de junho Saúde
janeiro de 2011 (alterada pela
de 2021)
portaria MS nº 1.029, de 20 de
Portaria MS nº 1.238,
maio de 2014)
de 6 de junho de 2014

a) enfermeiro, psicólogo, assistente social,


Modalidade I Equipe formada, minimamente, cirurgião dentista e terapeuta ocupacional; R$ 19.900,00
por 4 (quatro) profissionais, dentre (dezenove mil e
os quais 2 (dois) destes, b) agente social, técnico ou auxiliar de novecentos reais)
obrigatoriamente, deverão estar enfermagem, técnico ou auxiliar em saúde por equipe
entre aqueles descritos na alínea bucal e profissional/professor de educação
"a" ao lado e os demais dentre física;
aqueles relacionados nas alíneas
Na composição de cada equipe deve haver,
"a" e "b" ao lado. preferencialmente, o máximo de dois profissionais da
mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou
superior.

54
a) enfermeiro, psicólogo, assistente social,
Modalidade II Equipe formada, minimamente, cirurgião dentista e terapeuta ocupacional; R$ 27.300,00
por 6 (seis) profissionais, dentre (vinte e sete mil e
os quais 3 (três) destes, b) agente social, técnico ou auxiliar de trezentos reais)
obrigatoriamente, deverão estar enfermagem, técnico ou auxiliar em saúde por equipe
aqueles descritos na alínea "a" ao bucal e profissional/professor de educação
lado e os demais dentre aqueles física;
relacionados nas alíneas "a" e "b"
Na composição de cada equipe deve haver,
ao lado. preferencialmente, o máximo de dois profissionais da
mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou
superior.

Modalidade III Equipe da Modalidade II acrescida - Médico; R$ 35.200,00


de um profissional médico (trinta e cinco mil e
a) enfermeiro, psicólogo, assistente social e duzentos reais)
terapeuta ocupacional; por equipe

b) agente social, técnico ou auxiliar de


enfermagem, técnico em saúde bucal,
cirurgião dentista, profissional/professor de
educação física e profissional com formação
em arte e educação.
Na composição de cada equipe deve haver,
preferencialmente, o máximo de dois profissionais da
mesma profissão de saúde, seja de nível médio ou
superior.

55
IMPACTO FINANCEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA CONSULTÓRIO NA RUA Incentivo financeiro
de custeio mensal –
Pagamento de Profissionais Ministério da Saúde

Modalidade Equipe Equipe Modalidade II - - Equipe Modalidade II

Quat 3 3 1 7 6 profissionais

Cargos Analista em saúde Técnico em Motorista – - -


saúde Serviço
terceirizado

Salário base 2.507,08 1.220,56 - - -

Gratificação 0 0 - - -

Insalubridade 199,11 199,11 - - -

Bruto Mensal 2.706,19 1.419,67 - - -

Alíquota Patronal 595,36 312,33 - - -

13º 2.706,19 1.419,67 - - -

Alíquota Patronal do 13% 595,36 312,33 - - -

56
01/03 de férias 902,06 473,22 - - -

Total mês/ profissional 3.651,85 1.915,77 - - -

Total mês 10.955,56 5.747,30 4.931,20 21.634,06 R$ 27.300,00

Total 12 meses 131.466,72 68.967,60 59.174,40 259.608,72 R$ 327.600,00

57
IMPACTO FINANCEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DO Incentivo financeiro de custeio mensal –
PROGRAMA CONSULTÓRIO NA RUA Ministério da Saúde

Modalidade Equipe / Quat Cargos Total mês Total 12 Total mês Quat. Total mês Total 12
Serviço meses meses

Pagamento de Equipe Modalidade II 3 Analista em 10.955,56 131466,72 Modalidad 6 - -


Profissionais saúde e Equipe /
Serviço

- 3 Técnico em 5.747,30 68.967,60 - - - -


saúde

- 1 Motorista – 4.931,20 59.174,40 - - - -


Serviço
terceirizado

Aluguel veículo passeio - 1 - 1.516,34 18.196,08


Serviço terceirizado

Veículos Adesivação / Plotagem 1 - 1.000,00 1.000,00 (valor


personalizado com (valor único) único)
logotipo do “Consultório
na Rua” de veículo
caminhonete

Aluguel veículo 1 - 4.080,61 48.967,32 - - - -

58
caminhonete (tipo
amarok) - Serviço
terceirizado

Adesivação / Plotagem 1 - 1.000,00 1.000,00 (valor - - - -


personalizado com (valor único) único)
logotipo do “Consultório
na Rua” de veículo
caminhonete

Aluguel veículo VAN 1 - 6.403,00 76.836,00 - - - -


(tipo ducato) - Serviço
terceirizado

Adesivação / Plotagem 1 - 2.000,00 2.000,00 (valor - - - -


personalizado com (valor único) único)
logotipo do “Consultório
na Rua” de veículo VAN

TOTAL R$ 24.150,40 27.8804,80 27.300,00 327.600,00


(com veículo
passeio)

59
TOTAL R$ - - - 26.714,67 309.576,04 - - 27.300,00 327.600,00
(com veículo
caminhonete)

TOTAL R$ - - - 30.037,06 338.444,72 - - 27.300,00 327.600,00


(com veículo
VAN)

60
10. PLANEJAMENTO DE IMPLANTAÇÃO
Para realização da implantação da equipe, serão consideradas:

● A divisão territorial por regionais no município;

● O diagnóstico sociodemográfico e epidemiológico;

● A rede de Atenção à Saúde.

RELAÇÃO DE EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, NASF E ATENÇÃO


BÁSICA
Segue abaixo a organização da Atenção Primária à Saúde no município por
regional:

REGIONAL REGIONAL REGIONAL REGIONAL REGIONAL


Regional REGIONAL I REGIONAL IV
II III V VI VII

POPULAÇÃ
127.111 123.280 50.934 52.122 99.785 181.266 72.368
O

USF 15 16 07 07 17 17 08

UBT 01 03 - 02 01 03 -

eSF 24 20 10 11 19 18 10
eNASF 1 1 1 1 1 2 1
Fonte: SMS/PMJG, 2022.

11. CRONOGRAMA
Para realização criação e implementação do projeto, foi seguido o
cronograma abaixo:
Data Data Data Data Data

Convocação Disponibilização Aquisição de Capacitação Início do


de de veículo insumos e de trabalho
profissionais materiais profissionais

61
12. RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E INSUMOS

RECURSOS HUMANOS

Os profissionais que farão parte da equipe são 3 de nível superior:


enfermeiro, psicólogo, assistente social; e 3 de nível médio/ técnico: agente
social, técnico de enfermagem, técnico de saúde bucal ou profissional de
educação física.

LISTA DE MATERIAIS TEMPORÁRIOS


OBJETO QUANTIDADE
PASTAS COLECIONADORAS 06
CANETA 12
COLA 02
LÁPIS 06
BORRACHA 06
QUADRO BRANCO 01
FURADOR 01
ÁLCOOL 70% 10
BORRIFADOR 03
TINTAS 10
PINCEL PARA QUADRO BRANCO 05
MARCADOR PERMANENTE 20
CARTOLINAS 20
GRAMPEADOR 01
TESOURA 02
MATERIAL DE LEITURA (CADERNOS DA 02
ATENÇÃO BÁSICA, MANUAL PEC, PROJETO)

LISTA DE MATERIAIS PERMANENTES

62
OBJETO QUANTIDADE
01
BALANÇA PORTÁTIL 01
GLICOSÍMETRO COM FITAS 01
FITA MÉTRICA 01
ESTETOSCÓPIOS ADULTO 01
ESFIGMOMANÔMETRO ADULTO (EM TAMANHO 01
PADRÃO)
SONAR 01

COLETE DE IDENTIFICAÇÃO 06
CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO 06

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei Federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1990: dispõe sobre as


condições para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. v. 1.


Brasília: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 39).

BRASIL. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política


Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a
organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

BRASIL. Portaria nº 1.255, de 18 de junho de 2021 Dispõe das diretrizes de


organização e funcionamento das equipes de Consultório na Rua e os critérios
de cálculo do número máximo de equipes por município e Distrito Federal.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.029, de 20 de maio de 2014.


Amplia o rol das categorias profissionais que podem compor as Equipes de
Consultório na Rua em suas diferentes modalidades e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 60, DE 26 DE NOVEMBRO DE


2020
Define as regras de validação das equipes e serviços da Atenção Primária à
Saúde, para fins da transferência dos incentivos financeiros federais de custeio.
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Publicado em: 27/11/2020 | Edição: 227 | Seção:
1 | Página: 193.

63
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 123, de 25 de janeiro de 2012. Define
os critérios de cálculo do número máximo de equipes de Consultório na Rua
(eCR) por Município.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 122, de 25 de janeiro de 2012. Define


as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na
Rua.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Manual sobre o cuidado à saúde junto a população em
situação de rua/ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1.253, DE 18 DE JUNHO DE


2021. Institui, em caráter excepcional, incentivo financeiro federal de custeio
aos municípios e Distrito Federal com equipes de Consultório na Rua, para o
enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional
decorrente da Covid-19. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Publicado em:
21/06/2021 | Edição: 114 | Seção: 1 | Página: 88

BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1.255, DE 18 DE JUNHO DE


2021.
Dispõe sobre as diretrizes de organização e funcionamento das equipes de
Consultório na Rua e os critérios de cálculo do número máximo de equipes de
Consultório na Rua, por município e Distrito Federal, por meio da alteração da
Portaria de Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017. DIÁRIO
OFICIAL DA UNIÃO. Publicado em: 21/06/2021 | Edição: 114 | Seção: 1 |
Página: 91

64
ANEXO I - IDENTIDADE VISUAL DO CONSULTÓRIO NA RUA (Baseado no
Manual de Identidade Visual - Versão 1.0 / Abril 2012 - Ministério da Saúde)

1. Assinatura Visual

65
2. Versão positiva

3. Versão negativa

66
4. Cores Padrão

67
5. Área de Proteção

6. Redução da marca

68
7. Tipografia

69
8. Assinatura conjunta

9. Uso indevido

70
10. Usabilidade das marcas

71
11. Identidade visual de veículo

12. Identidade visual de colete

13. Identidade visual de camisa branca

72
14. Identidade visual de camisa azul

15. Identidade visual de camisa bege

73
16. Identidade visual de jaleco

74
17. Identidade visual de mochila

18. Identidade visual de boné

75

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