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Natália Oliveira Tavares1, Lorena Vianna Oliveira2, Sônia Regina Corrêa Lages3
580 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 37, n. 99, p. 580-587, out/dez 2013
TAVARES, N. O.; OLIVEIRA, L. V.; LAGES, S. R. C. • A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública
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TAVARES, N. O.; OLIVEIRA, L. V.; LAGES, S. R. C. • A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública
Política Municipal de Saúde da População Negra, lan- Apresentação e discussão dos dados
çada em 25/04/2008, assim como as ações afirmativas
desenvolvidas pela Secretaria de Saúde do município; A erradicação do racismo institucional na atenção in-
b) o conhecimento sobre o quadro de morbimortali- tegral à saúde da população negra no SUS e a imple-
dade da população negra; c) a percepção do racismo mentação da Política Nacional e Municipal de Aten-
nas relações entre os gestores/empregados dos centros ção à Saúde Integral da População Negra integram as
de saúde e os usuários do sistema. diretrizes do Plano Municipal de Igualdade Racial da
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Prefeitura de Belo Horizonte (2009). Seus objetivos
UFMG, conforme Parecer ETIC 0587.0.203.000-10. vão desde a formação, capacitação e treinamento dos
profissionais de saúde para o afastamento das práticas
racistas; promoção de ações de prevenção e atenção à
Metodologia saúde da população negra com foco nas doenças como
anemia falciforme, diabetes, hipertensão arterial, DST-
A pesquisa fez uso da entrevista semiestruturada (MI- -AIDS, pré-natal e gravidez precoce; até a produção de
NAYO, 1993) e da análise de conteúdo (BARDIN, pesquisas e divulgação de informações sobre a saúde
2002) como ferramenta para interpretação dos dados. desses coletivos.
Ela foi realizada em três hospitais públicos situados na Por outro lado, dentre os princípios que regem
cidade de Belo Horizonte e entrevistou sete psicólogos o Código de Ética do Conselho Federal de Psicologia
que integram o setor de psicologia dos referidos centros (2005, p.7) destacam-se, no presente contexto, aqueles
de saúde. Quando for necessário apresentar a fala dos que enfatizam que o psicólogo baseará o seu trabalho
sujeitos entrevistados no texto, eles serão identificados em: (a) promoção da dignidade e integridade do ser hu-
por letras maiúsculas. mano, apoiados nos valores que preconizam a Declara-
Como a participação na entrevista foi voluntária, ção Universal dos Direitos Humanos; (b) promoção das
em um dos hospitais, quatro psicólogos se ofereceram pessoas e coletividades, contribuindo com a eliminação
para participar. Nos outros dois, cada setor de psicolo- de negligência, exploração, discriminação e opressão; e
gia foi representado por um profissional. (c) responsabilidade social, analisando de forma críti-
As singularidades das entrevistas permitiu iden- ca e histórica a realidade político-econômica e social-
tificar os seguintes núcleos temáticos: (a) percepção -cultural do País.
do racismo institucional; (b) iniquidade em saúde; (c) Torna-se evidente a responsabilidade que tem o pro-
conhecimento sobre as leis e ações afirmativas em prol fissional psicólogo em centros de saúde pública no que
da promoção da igualdade racial; (d) interpretação dos diz respeito ao combate ao racismo, uma vez que ele lida
psicólogos sobre o racismo; (e) existência de preconcei- diretamente com sujeitos e coletivos que sofrem diversos
tos e discriminação dentro dos centros de saúde; efeitos e diferentes tipos de opressão, preconceitos e discrimi-
psicossociais do racismo; (f ) papel da psicologia frente nação, o que afeta gravemente sua saúde mental e física.
ao racismo institucional na saúde. No entanto, as relações étnico-raciais no País,
Em contrapartida à disponibilidade dos centros de mais especificamente o racismo, não são problema-
saúde para a pesquisa, será oferecida aos profissionais tizados, como diz A.: “Nossa, difícil, hein... eu nunca
daqueles centros a participação em um projeto de ex- tinha parado para pensar nisto”, apontando para a na-
tensão a ser desenvolvido a partir de outubro de 2012 turalização das desigualdades que impedem o questio-
com o objetivo de criar um espaço de debate para se namento e a promoção de sua visibilidade. Em outro
discutir o racismo institucional na saúde. caso, quando ele é percebido de forma clara, a reflexão
se apoia num viés subjetivista e individualista, em que
o sujeito tem que se implicar com os preconceitos, en-
contrar saídas individuais para “(...) não ficar repetindo
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estereótipos de que foi a cultura que fez isso comigo e com a grande maioria dos meus pacientes, a maior
minha família.” (B.) parte da população era parda, mulata, negra.
Então, o que que a gente pode pensar? É que
O racismo possui raízes histórico-culturais, como aqui sempre veio, em termos de quantidade,
avalia B., mas a ideologia da miscigenação aparece de sempre... isso nunca foi mensurado, mas a gen-
forma sutil em sua fala quando diz que foi muito difícil te lida com isso na prática, que um número
para a população negra todo esse processo: muito maior de pacientes é negro. E combinan-
do com isso um nível sócio e econômico baixo,
(...) ainda que fosse se misturando, ainda que mais baixo.
vá se misturando, eu penso que tem toda uma
situação, eu não leio muito, mas eu trabalho Os estudos do IPEA sobre a saúde no Brasil apon-
até... a própria escuta clínica passa por isso, de tam que, nos atendimentos e internações do SUS em
ver como o sujeito se coloca. Eu tenho pacientes 2003 no País, desagregando os dados por cor/raça, a
negros, que eu atendo aqui nesse hospital... (B.) proporção para os negros foi de 76% e 81%, respecti-
vamente, revelando “fortes indícios do quanto a popu-
A miscigenação seria a saída para a opressão, a es- lação negra é ‘SUS-dependente’”. (IPEA, 2008, p.6).
calada para a “branquitude”, os degraus por onde devem Diante desse quadro, é bem preocupante o desco-
percorrer as pessoas negras que pretendem se integrar à nhecimento dos profissionais sobre as vulnerabilidades
sociedade – ideologia do século XIX que criou estraté- daqueles coletivos com relação à saúde: uma das pessoas
gias psicossociais para adequar o negro a uma sociedade entrevistadas disse que não saberia falar sobre “nenhu-
branca e “embranquecedora” (SOUZA, 1983). Para tan- ma” das doenças que afetam de forma mais pontual a
to, os coletivos negros deveriam negar sua “racialidade” população negra e que “nem imaginava” que essas dife-
e identidade adotando saídas individuais e meritocrá- renciações pudessem acontecer. Dos sete entrevistados,
ticas, a fim de se assemelharem aos brancos e, assim, apenas dois assinalaram anemia falciforme como sendo
serem incluídos. (BENTO, 2003; CARONE, 2003; mais incidente naquela população, e nenhum deles sou-
SOUZA, 2009, 2011). be falar sobre outras patologias, nem mesmo as psicoló-
Quando a questão é vincular o racismo às ins- gicas decorrentes dos preconceitos e discriminação.
tituições, o tema se torna complexo, uma vez que as A anemia falciforme é apenas uma das doenças
instituições públicas devem se pautar por princípios que deve receber a atenção dos profissionais de saúde.
de igualdade na diversidade, que são integrados ao seu Outras também são mais frequentes naqueles coletivos:
ambiente e reproduzidos em forma de discurso pelos “hipertensão arterial, diabetes mellitus II, deficiência
gestores e funcionários. de G6PD, miomatose.” (SAÚDE DA POPULAÇÃO
Entretanto, nenhum dos profissionais entrevis- NEGRA, 2005, p.36). Essas doenças possuem sinto-
tados conseguiu definir o que seria o racismo institu- mas similares a outras doenças e se não forem diagnos-
cional, embora fossem capazes de recitar as normas e ticadas corretamente podem levar os sujeitos à morte.
diretrizes do SUS sobre equidade em saúde. Mas se uma série de agravos que atingem os cole-
Os centros de saúde que possuem convênio com tivos negros é decorrente de questões genéticas, outros
o SUS recebem, em sua esmagadora maioria, pessoas são responsáveis por uma série de problemas que estão
negras, o que faz todo sentido, e como relata B.: relacionados às más condições de vida, como as mortes
violentas, a desnutrição, o DST/HIV/AIDS, os trans-
(...) aqui já era um hospital que mais de 80% tornos mentais relacionados ao uso excessivo do álcool e
dos pacientes dos procedimentos eram do SUS. de outras drogas. (POLÍTICA NACIONAL DE SAÚ-
É, então o que que é que eu fui vendo ao lon- DE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA, 2007).
go desses 16 anos, que no primeiro momento
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O desconhecimento dessas doenças é decorrente da à grave ocorrência de baixa assistência hospitalar aos pa-
invisibilidade da questão racial no Brasil, da naturaliza- cientes portadores de doença falciforme nesse Estado”.
ção da ideia de que somos todos iguais. Essa ideologia (LOUREIRO; ROZENFELD, 2005, p.947). Muito
tem causado a morte de inúmeros cidadãos, lembrando grave, também, é o subregistro dos óbitos atribuídos
que a falta de informação dos agravos que acometem a à anemia falciforme, podendo significar o desconheci-
saúde da população negra é uma das formas do racismo mento do diagnóstico dessa doença.
institucional. Este se refere aos “interesses, ações e meca- O racismo institucional na saúde aparece de for-
nismos de exclusão perpetrados pelos grupos racialmente ma sutil na linguagem e no comportamento dos fun-
dominantes”. (WERNECK, 2005, p.339). cionários, como relata um dos psicólogos entrevistados:
O Relatório Macpherso (1999), documento do
Reino Unido sobre o tema, define o racismo institu- Pra uma pessoa negra, o atendimento é dife-
cional como: renciado, sabe? Ele é. Até a questão do tratar
os pacientes, também eu às vezes percebo isso.
A incapacidade coletiva de uma organização O carinho, né? O do olho claro, do cabelo... ele
em prover um serviço apropriado ou profis- tem uma atenção um pouco melhor. Não sei se
sional às pessoas devido à sua cor, cultura ou pela questão estética talvez... mas, assim... tem
origem étnica. Ele pode ser visto ou detectado alguma coisa que diferencia. Sempre tá ligado
em processos, atitudes e comportamentos que às questões... às vezes as pessoas ligam à questão
contribuem para a discriminação através de da marginalização mesmo. A gente recebe mui-
preconceito não intencional, ignorância, de- tos pacientes com perfuração por arma de fogo,
satenção e estereótipos racistas que prejudicam então assim... às vezes vem e o tratamento... é
as minorias étnicas. (COMISSION..., 1999, difícil a gente falar disso... (A.).
p.2 apud WERNECK, 2005, p.340).
No caso de uma pessoa negra chegar ao hospital
Nas instituições de saúde, o racismo institucional com ferimento devido à arma de fogo,
se faz presente nas políticas que ignoram os diferentes
perfis de adoecimento e morte entre brancos e negros; o discurso vai ser assim: você sabe o que que
na formação dos profissionais que não inclui o debate fulano fez? Você já descobriu? Você já conversou
sobre as questões raciais; no mau atendimento traduzi- a família? Que que fulano faz? Agora... se é
do pela falta de atenção, descaso, ou por outras formas uma pessoa branca, se é um branco a pergunta
sutis de preconceito, como olhares, silêncios. já tem um discurso diferente: “Nossa, coitado,
As autoras Loureiro e Rozenfeld (2005), numa que que será que aconteceu?”. (...) e eu estou
pesquisa que teve por objetivo analisar as internações falando de uma dessas situações que a gente está
devidas às complicações da anemia falciforme com foco acostumado no pronto socorro, aí você já quer
nos aspectos epidemiológicos e clínicos em hospitais saber o que fez. Se é um branco, você quer saber
da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo (no período de o que sofreu. (A.).
2000 a 2002), apontam disparidades nas internações
entre os centros de saúde pesquisados. No hospital da Se, para A., podem-se observar comportamen-
Bahia, por exemplo, a frequência e a baixa internação tos preconceituosos no atendimento às pessoas negras,
são significativamente menores do que nos outros esta- para os outros seis profissionais isso não foi percebido.
dos. A análise aponta para a possibilidade da ocorrência Por outro lado, apontam, em sua totalidade, que tais
de subregistros dos casos ou a permanência no setor de coletivos ocupam postos de trabalhos relacionados aos
emergência durante todo o período de cuidados hospi- serviços gerais e enfermagem, como técnicos. Tais da-
talares ou pelo uso incorreto da CID ou, então, “devido dos condizem com as pesquisas e estudos a respeito da
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TAVARES, N. O.; OLIVEIRA, L. V.; LAGES, S. R. C. • A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública
discriminação no mercado de trabalho no que diz res- Nem mesmo o silêncio e a não denúncia dos maus tratos
peito às relações raciais. (IPEA, 2000; BENTO, 2000; devido à cor – o não dito – foram interpretados pelos
COUTINHO, 2006). profissionais como possíveis sinais do preconceito e dis-
De fundamental importância para o combate ao criminação que recebem os coletivos negros.
racismo nas instituições de saúde é a informação e o de- A contribuição da psicologia para o combate ao
bate sobre o tema, o que permite a construção de um racismo nas instituições de saúde pesquisadas deixou
olhar atento a tais práticas. Mas, se o conhecimento e a claro, em todas as entrevistas, que a clínica é o espa-
reflexão estão ausentes, a consequência é a reprodução ço para o tratamento de situações que possam surgir e
incessante dos mecanismos racistas na sociedade brasilei- quem envolvam o racismo: a “escuta”, “o tratamento hu-
ra. Essa situação é bem ilustrada quando todos os profis- manizado”, “o foco na questão do sujeito”, “resgate do ser
sionais psicólogos declararam desconhecer a Lei 9.934, humano”, “estruturar isso com a subjetividade que ele está
de 26/06/2010, que dispõe sobre a política municipal trazendo”, foram termos, de maneira geral, utilizados.
de promoção da igualdade racial, bem como a Política Dois dos profissionais participantes da pesquisa disse-
Municipal de Saúde da População Negra, lançada em ram que no setor de psicologia em que estão inseridos
25/04/2008. E, também, nenhum deles soube informar não existem ações efetivas e nem preocupação com o
quais são as ações afirmativas desenvolvidas pela Secre- tema do racismo e a saúde.
taria Municipal de Saúde para alcançar e promover a
equidade nesse campo; sobre o conhecimento dos dados
relativos à utilização do quesito cor na produção de infor- Considerações finais
mações epidemiológicas para a definição de prioridades
e tomada de decisões quanto à saúde da população ne- A participação da psicologia e dos profissionais psicó-
gra; sobre os dados que chamam atenção para o quadro logos no combate ao racismo nas instituições de saúde
de morbimortalidade da população negra; nem sobre os é de inegável importância. Além do fato dessa respon-
instrumentos de avaliação do Programa de Anemia Falci- sabilidade estar preconizada nos princípios éticos do
forme (PAF) na rede de serviços do município. Conselho Federal, os psicólogos nos centros de saúde
Também, de forma unânime, os profissionais psi- estão em contato direto com a população negra, até
cólogos afirmaram que não existe nos centros de saúde porque ela é ‘SUS-dependente’, viabilizando completa-
em que trabalham nenhuma preocupação nesse senti- mente a construção de um campo de reflexões e ações
do, que o tema nunca foi colocado na pauta das ações em prol dessa questão.
direcionadas para treinamentos, formação e discussão Adicionalmente às ferramentas que a própria dis-
sobre a saúde da população negra. E, ainda, que nunca ciplina oferece, já trabalham nos hospitais profissionais
receberam queixas, por parte dos sujeitos usuários, de oriundos de diferentes campos do conhecimento, o que
discriminação sofrida nos hospitais. Por outro lado, é facilita o trabalho conjunto e a atenção focada no que
importante assinalar que cinco dos profissionais entre- acontece no ambiente com relação aos preconceitos e
vistados afirmaram que são comuns as queixas de discri- discriminações contra aqueles coletivos, seja na área da
minação recebidas por sujeitos homossexuais. gestão hospitalar ou nas relações com os usuários.
Sobre a maneira como o racismo pode adoecer as Apesar disso, pode-se afirmar que este estudo
pessoas, apontaram: a “baixa autoestima”, “emocional- apontou para uma total ausência de percepção do racis-
mente”, “psicologicamente”, “maior insegurança”, jar- mo institucional nos centros de saúde em que os pro-
gões bem utilizados no campo “psi” e que, em verdade, fissionais psicólogos trabalham. A existência do racismo
são bastante vagos. Em nenhuma das entrevistas apareceu no país foi um dado confirmado por todos os entrevis-
o adoecimento psíquico articulado com as relações étni- tados, mas não foi possível localizá-lo nas relações de
co-raciais advindo da falta de reconhecimento das contri- trabalho, salvo pelas pequenas observações apontadas.
buições das identidades afro-brasileiras para a sociedade.
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TAVARES, N. O.; OLIVEIRA, L. V.; LAGES, S. R. C. • A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública
Essa situação pode ser pensada a partir da forma- que foram construídas para manter as relações interét-
ção dos cursos de psicologia, que só muito recentemen- nicas e raciais sem conflitos, propositoras de igualdade
te têm colocado o tema em pauta; na falta de diálogo da que na realidade não existe.
psicologia social com a psicanálise; na psicanálise, que, Dessa forma, a proposta se direciona para os Con-
de forma geral, insiste em reduzir os sujeitos a questões selhos de Psicologia, em todos os âmbitos, no sentido
psíquicas, tratando a subjetividade de maneira indivi- de implementar ações que sensibilizem a categoria que
dualista; na antiga e persistente dificuldade dos profis- atua no sistema de saúde com o objetivo se criar ins-
sionais psicólogos de marcar posições fortes dentro dos trumentos concretos de superação da iniquidade nesse
centros de saúde. campo.
Por outro lado, o que se percebe na fala dos entre-
vistados é a reprodução da naturalização de ideologias
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