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DISTRIBUIÇÃO DE AR

Celso Simões Alexandre

Todos os diretiros reservados, inclusive o direito de


reprodução total ou parcial.
1a. edição - 2006

São Paulo - SP – Brasil

Alexandre, Celso Simões, 1943 -


Distribuição de ar/Celso Simões Alexandre;
São Paulo: Nova Técnica Editorial, 2006.

Revisão final desta edição: Flávio Nascimento.


Edição, editoração eletrônica e ilustrações: Nova Técnica Editorial Ltda.
Rua Antonio Mariani, 253 - Cep 05530-000, São Paulo - SP, Brasil.

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AGRADECIMENTOS
Escrever um livro, embora tenha aprendido em criança que essa é uma das
três funções que um ser humano deve cumprir para poder ser considerado
verdadeiramente um homem – as outras duas sendo, ter um filho e plantar
uma árvore, coisas que já havia feito –, não fazia parte dos meus objetivos
de vida.

Já me dava por satisfeito com alguns escritos publicados em revistas ou


pela empresa, onde há tantos anos labuto.

A pressão de alguns companheiros de empresa, para que pusesse em livro


o conhecimento que, a partir da firma TROX e de outras fontes, fui acu-
mulando em tantos anos dedicados à difusão de ar, me levaram a aceitar a
empreitada.

O que se segue é uma obra despretensiosa no conteúdo e na forma. Pre-


tende-se tão somente criar uma ferramenta de fácil consulta sobre o tema.

A muitos teria que agradecer, mas não posso deixar de referir aqui e prin-
cipalmente a empresa TROX, detentora da maior parte do conhecimento
aqui expresso e logo a seguir à companheira de trabalho de 25 anos, minha
assistente Carmella Cetra, pela inestimável colaboração na digitação, mon-
tagem e revisão de todo este trabalho.

Ao professor Antonio Luís de Campos Mariani um agradecimento muito


especial pelas sugestões e considerações apresentadas.

Celso Simões Alexandre

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PREFÁCIO

A IMPORTÂNCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO AR

Os sistemas de tratamento de ar para garantirem sua eficácia devem proporcio-


nar condições pré-definidas em pontos dos ambientes, principalmente naqueles
que constituem a chamada “zona de ocupação”. A distribuição do ar tem pa-
pel fundamental neste processo. Ela tem a função de viabilizar o deslocamento
adequado de quantidades de ar tratado mantendo valores para suas propriedades
como velocidade, temperatura, umidade e concentração de partículas em cada um
dos pontos das regiões atendidas. Esta distribuição de ar deve produzir fluxos,
isto é, movimentos que auxiliem os efeitos de misturar massas de ar, remover e
adicionar calor, deslocar partículas, garantindo as condições estabelecidas para
parâmetros definidos no projeto do sistema.
Em ambientes ocupados por pessoas, onde o objetivo é o conforto humano,
a distribuição do ar colabora significativamente na garantia da Qualidade do Ar
Interno (QAI), ou IAQ (Indoor Air Quality). É, também, de relevante importância,
sua contribuição em áreas industriais, em salas limpas, e em ambientes hospitala-
res, nos quais a prioridade é atender requisitos associados à fabricação de produ-
tos, controle de contaminantes e garantia de salubridade.
A orientação dos fluxos de ar, e sua distribuição, dependem de componentes e
acessórios que são utilizados nas redes de distribuição e de retorno, assim como
de estratégias de posicionamento destes elementos e do sistema eleito para projeto
desta rede, aspectos desenvolvidos neste texto.

A abordagem deste livro

O conteúdo proposto por esta publicação oferece um instrumento de estudo


e de trabalho para profissionais e estudantes de engenharia, arquitetura e áreas
afins. Responde de modo prático e com exemplos aplicados às necessidades de
escolha de alternativas na definição de componentes para as redes de distribuição
de ar. Apresenta uma visão geral sobre as opções possíveis para se estabelecer a
escolha de qual estratégia utilizar para distribuir o ar.
Os dois primeiros capítulos, identificados por “Introdução” e “Equipamentos
de difusão de ar” nos colocam dentro do contexto da distribuição de ar, apresen-
tando fundamentos, premissas sobre conforto térmico, definições, parâmetros e
grandezas envolvidas, como também detalha fenômenos relevantes.
Nos três capítulos seguintes, são apresentados “Difusores, Grelhas e Di-

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fusores de Jato”, componentes essenciais para a difusão de ar, sendo que a abor-
dagem é feita de modo aplicado, com bons exemplos ilustrativos, capacitando
o leitor a selecionar e incluir estes elementos em seu projeto ou instalação de
movimentação de ar.
Nos capítulos 6, 7 e 8, o autor nos oferece atualizada discussão sobre os sis-
temas de distribuição de ar, analisando as alternativas: “Ventilação por desloca-
mento”, usualmente denominada “Displacement Ventilation” (DV), “Insuflamento
pelo piso” ou “Underfloor Air Distribution” – UFAD, “Sistema individualizado” ou
“Task Ambient Condition” – TAC, e “Sistemas de tetos e vigas frias”.
Em seu último capítulo, o autor apresenta um diferencial para esta publicação,
apresentando fundamentos e aplicações detalhadas da Acústica em ar condiciona-
do e ventilação, tema pouco explorado na literatura usual da área.
Assim pode-se afirmar que este livro faz abordagem atual, apresentando e deta-
lhando soluções tradicionais para a distribuição de ar, conjuntamente com aque-
las que tecnologicamente são as mais avançadas disponíveis hoje no mercado de
condicionamento de ar.

Sobre o Autor

Celso Simões Alexandre, personagem que se tornou expoente no segmento do


Ar Condicionado, conseguiu conciliar carreira brilhante no comando da Trox
do Brasil com participação técnica destacada. Sua carreira contrariou a evolução
tradicional dos engenheiros que assumem cargos gerenciais em empresas inter-
nacionais e afastam-se gradualmente da área técnica. Sua presença marcante e
atuante em entidades técnico científicas, como a ASHR AE (American Society of
Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers) e a SBCC (Sociedade Brasileira
de Controle da Contaminação), demonstra esta sua qualidade.
Sua atividade técnica foi marcada por participações como conferencista em Se-
minários e Congressos, como também proferindo palestras em Cursos, Escolas
Técnicas e Universidades. Dotado de simpatia ímpar, bom humor e facilidade em
transmitir conhecimentos, sempre faz sucesso em sua interação com o público.
Também, como defensor da evolução técnica no campo do HVAC promoveu,
através das entidades que dirigiu e da empresa que comanda, palestras e eventos
com convidados nacionais e internacionais.
Ao publicar este livro, Celso Simões demonstra estar em plena atividade, agora
em novo patamar, o da maturidade técnica e em que reune elementos que estudou
e pesquisou, resultados de larga experiência acumulada, e brinda o leitor com este
qualificado resultado.

Prof. Dr. Antonio Luís de Campos Mariani

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SUMÁRIO
Capítulo 1 - Introdução 11
1.1 Conceitos básicos para conforto 11
1.2 Breve análise dos onze fatores e sua eficiência no
conforto 12

Capítulo 2 - Equipamento de Difusão


(Distribuição) de Ar 19
2.1 Definições 19
2.2 Comportamento de jatos na distribuição de ar 23

Capítulo 3 - Difusores 26

Capítulo 4 - Selecionamento de Grellhas 46

Capítulo 5 - Difusores de Jato (longo alcance) 52


5.1 Cálculo de arrefecimento 52

Capítulo 6 - Ventilação por deslocamento (DV) 55


6.1 Introdução 55
6.2 Princípios de funcionamento 56
6.3 Carga térmica e vazão de ar insuflado 57

Capítulo 7 - Outros Sistemas de insuflamento


pelo Piso 67
7.1 Sistema UFAD (Underfloor Air Distribution) 67
7.2 TAC - Sistema individualizado
(Task Ambient Condition) 69

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Capítulo 8 - Sistemas de Tetos e Vigas Frias 71


8.1 Introdução 71
8.2 Economias energéticas 72
8.3 Umidade do ar - problema de condensação 76
8.4 Vigas frias 77
8.1 Introdução 71

Capítulo 9 - Acústica 80
9.1 Introdução 80
9.2 Critérios de som para interiores 82
9.3 Cálculo de ruído para interiores 84
9.4 Seleção e localização do atenuador 96

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 CONCEITOS BÁSICOS PARA CONFORTO

A função básica de um sistema de ar condicionado é criar conforto, de-


finindo-se conforto de um modo simples, como condições que deixam as
pessoas melhor equipadas para o trabalho. O ser humano libera calor e deve
manter-se em determinadas condições ambientais, trocando energia com o
ambiente que o rodeia para manter-se em condições ideais. Uma série de
índices se definem para caracterizar o ambiente térmico e o conforto.
• Temperatura
• Umidade
• Temperatura Média Radiante
• Velocidade do Ar
• Nível de atividade (medido em MET, 1 MET = 58, 1 W/m2 para
pessoa sentada)
• Resistência Térmica do Vestuário medida em CLO
(1 CLO = 0,155 m2 oC/W)
Os seis parâmetros acima foram usados pelo Prof. Fanger para definir
sua equação de conforto. A esses, e para atender as novas técnicas de
difusão de ar, se acrescentariam:
• Tempo de permanência
• Diferença de Temperatura entre tornozelo e cabeça (gradiente de tem-
peratura)
• Nível de Turbulência do Ar
• Assimetria de temperaturas
• Nível sonoro
Os dois primeiros, temperatura e umidade, costumam ser combinados em
um outro índice, a temperatura efetiva (E.T.). Para uma mesma temperatura
efetiva, variando a temperatura e ao mesmo tempo a umidade, pode ter-se
a mesma condição de conforto.
O fato da E.T. depender do tipo de vestuário e nível de atividade levou a
definir um terceiro índice.

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• Temperatura Efetiva Standard (SET)

Definida como temperatura de ar equivalente a um ambiente com 50% de


umidade relativa (rh), onde uma pessoa vestida de acordo com a atividade
desenvolvida, teria o mesmo conforto que no ambiente em estudo.

1.2 BREVE ANÁLISE DOS ONZE FATORES E SUA EFICIÊNCIA NO CONFORTO

Se o que se procura é o conforto e, sabendo que as pessoas são diferentes,


quando se diz que um ambiente é desconfortável? Assume-se nos painéis
humanos de testes que quando 20% ou mais das pessoas estão insatisfei-
tas com as condições, então o ambiente é desconfortável. A temperatura e
umidade relativa são por demais conhecidas e dispensam comentários. Os
valores respectivos de conforto estão na carta psicrométrica da Figura 1.

Temperatura média radiante - É conhecido o fato de uma pessoa sen-


tada em um ambiente com temperatura média de 17oC, por exemplo, mas
junto a uma janela e onde bate o sol, sentir naturalmente calor. É nor-
malmente calculada a partir dos valores medidos das diferentes superfícies
e paredes e, de sua posição relativa em relação à pessoa. O desconforto
com a assimetria da radiação pode ser visto na Figura 2.

Assimetria da Temperatura Radiante ºC


ASHR AE

ASHR AE

Percentagem de pessoas insatisfeitas


devido a Assimetria de Radição
Figura 1 Figura 2

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Velocidade do ar - Até há alguns anos se considerava como velocidade


ótima do ar, para ar condicionado, uma velocidade na zona de ocupação de
50 fpm (0,254 m/s).
Estudos recentes mostram que esse valor é a fronteira do desconforto.
Valores entre 0,05 e 0,15 m/s são hoje unanimemente recomendados. A
norma DIN alemã considera 0,2 m/s como velocidade máxima para uma
temperatura de 24ºC, razão porque os gráficos TROX sempre referem este
número.

ASHR AE
Figura 3

O gráfico da Figura 3 mostra que para um dado percentual de pessoas


insatisfeitas para temperaturas mais altas, se permite uma velocidade mais
alta. Koevel e Tuve (1955) e Reiman (1959) definiram corrente de ar (Draft)
como o desconforto localizado devido à temperatura e velocidade do ar.
Definiu-se, assim, a temperatura efetiva de corrente de ar θ (diferença de
temperatura entre qualquer ponto da zona ocupada e o set-point), equação
proposta por Rydberg e Norback (1949) e modificado por Straub.
θ = (tx - tc ) - ( 8 Vx - 0,15)
onde:
θ - Temperatura efetiva de corrente de ar em oC
tx - Temperatura local no ponto em oC
tc - Temperatura seca de controle (set-point) da sala em oC
Vx = Velocidade no ponto em m/s

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O ASHRAE Handbook Fundamentals (2001), cap. 32, apresenta os gráficos


que permitem, em função da diferença de temperatura e a velocidade de ar,
saber a porcentagem de pessoas que estão insatisfeitas. Os gráficos mostram
serem as pessoas mais sensíveis na região do pescoço (Figuras 4 e 5).
0,50
0,50
40%

0,45 Região pescoço


30%

0,45 Região tornozelo


Sensação

Velocidade do Ar m/s
20%

0,40 de frio
0,40
10%
Velocidade do Ar m/s

0,35
0,35

%
%
0,30

40

%
30
0,30

10%
20
Sensação 0,25
0,25 de frio
0,20
0,20 Sensação
0,15 de calor
0,15
0,10 Sensação 0,10
de calor
0,05
ASHR AE

ASHR AE
0,05
0 0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 -4 -3 -2 -1 0 1 2
Diferença de Temperatura (º C) Diferença de Temperatura (º C)
Figura 4 Figura 5
O nível de atividade interage não só com a temperatura, mas claramente
com a velocidade do ar, como na Figura 6 a seguir mostrada. A unidade
para expressar a taxa metabólica é o MET, sendo 1 MET = 58,1 W/m2 , taxa
metabólica de 1 adulto sentado, lendo em um escritório.

ASHR AE

Velocidade do Ar e Temperatura Operativa a 50% rh necessárias para conforto (PMV=0)


de pessoas com roupas de verão em vários níveis de atividades em ambiente uniforme
onde a temperatura do ambiente t a se iguala à temperatura média radiante tr.
Figura 6

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A resistência térmica do vestuário é um dado óbvio na análise de con-


forto. É um dado interessante como isso varia entre homens e mulheres e
entre países diferentes.
Isolamento médio da roupa durante a semana

clo

Spoormaker & Partners INC/ING


Temperatura média externa durante a semana

Figura 7

Tempo de permanência - Estudos de Rohles e Nevins apresentam equa-


ções experimentais que definem o grau de conforto Y para homens e mu-
lheres, bem como valores combinados em função do tempo de exposição
para 1 h, 2 h e 3 h.
TABELA 1
TEMPO DE EXPOSIÇÃO SEXO EQUAÇÃO
Masculino Y = 0,22t + 0,233p – 5,673
1h Feminino Y = 0,272t + 0,248p – 7,245
Combinado Y = 0,245t + 0,248p – 6,475
2h Combinado Y = 0,252t + 0,24p – 6,859
3h Combinado Y = 0,243t + 0,278p – 6,802

O conjunto de todas as equações se encontra no capítulo 8 do ASHRAE


Handbook Fundamentals (2001).

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Valores de Y Zero (0) – Neutro


Positivo (1 a 3) – Grau de sensação de quente
Negativo (-1 a –31) – Grau de sensação de frio

Onde t = temperatura seca em oC


p= pressão de vapor em kpa

Para jovens com vestimenta ~ 0,5 clo tr = ta e V <0,2 m/s onde clo é uma
medida do isolamento do vestuário 1 clo= 0,155 (m2.ºC)/W.

Para t = 24oC e p = 2,40 kpa


Y = 0 (combinado) para 1 h
Y = -0,3028 para 3 h

Diferença de temperatura entre tornozelo e cabeça - O gráfico da


Figura 8 é auto explicativo sobre o problema de assimetria de temperatura.
Para um visitante (tempo de permanência não maior que 1,5 h) essa dife-
rença é de 3oC.

Oelsen, Schöeler e Fanger

Figura 8
Nível de turbulência do Ar - Esse dado é pouco levado em conta, mas o
gráfico da Figura 10 indica claramente que com uma velocidade na zona de
ocupação de 0,25 m/s (50 fpm) e um nível de turbulência de 40%, que é o

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normal dos difusores tradicionais, mais de 20% das pessoas sentem descon-
forto. O nível ou intensidade de turbulência está explicado na Figura 9.

Fanger
Figura 9

Fanger

Figura 10

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Os fatores anteriormente descritos são fortemente influenciados pela se-


leção e tipo de difusores.

Conclusão: de tudo o que se apresentou até o momento, podemos então


concluir que o selecionamento dos componentes de distribuição de ar ideais
devem atender a:
• Temperatura: 23 a 25oC
• Umidade relativa: 30 a 60%
• Velocidade média do ar: 0,05 a 0,15 m/s com 0,22 m/s máximo
• Nível de turbulência do ar: < 20%
• Assimetria de radiação: limitada a 23oC para paredes, janelas quentes
e a 7oC para tetos. Em outras palavras, insolação direta deve ser evitada
• Variação de temperatura entre tornozelo e cabeça: -3oC

Os valores acima correspondem aproximadamente a um edifício catego-


ria B, de acordo com a norma européia CR 1752.

A assimetria de temperatura se apresentou na Figura 2 e a primeira


conclusão é que é mais conveniente ter um teto frio que uma parede fria.
O nível sonoro é auto explicativo e se tratará em detalhe mais à frente.

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CAPÍTULO 2
EQUIPAMENTO DE DIFUSÃO
(DISTRIBUIÇÃO) DE AR
2.1 DEFINIÇÕES

São elementos importantes no funcionamento da instalação. Se tudo até


eles estiver correto, um mau selecionamento pode levar a um desastre. Eles
podem criar correntes de ar, gerar ruído, o ar pode entrar na sala e sair sem
passar pela zona de ocupação.

Ao contrário, se corretamente dimensionados, garantirão que o ar tenha a


movimentação adequada e que ao chegarem à zona de ocupação, o diferen-
cial de temperatura em relação ao set-point já seja ínfimo.

Por outro lado, hoje em dia, se começa a trabalhar com ar insuflado a tem-
peraturas cada vez mais baixas, não mais os 13oC a 15oC tradicionais, mas
temperaturas entre 1,5oC a 4,5oC, para aproveitar até ao fim as vantagens
dos sistemas de Termoacumulação e diminuir o espaço de dutos.

De novo é conveniente definir alguns termos importantes. Usaremos


como base as definições do ASHRAE Handbook Fundamentals (2001) – ca-
pítulo 32.

• Alcance (throw) – Distância horizontal (ou vertical) entre o difusor (ou


grelha) e um ponto onde a velocidade atingir um certo valor (0,1 m/s; 0,25
m/s)
• Ar a baixa temperatura – Termo usado para distinguir ar insuflado a
temperaturas entre 1,5 e 4,5oC (COLD AIR)
• Ar primário – O ar que “sai”do duto e passa pela grelha. Esse ar primá-
rio na primeira das quatro zonas de expansão do jato (1,5 diâmetros equi-
valentes) é só ar que sai da boca. Na segunda zona começa a haver mistura
com o ar da sala. Considera-se habitualmente como fronteira do ar primá-
rio, o envelope onde a velocidade do ar é igual ou maior que 0,75 m/s (150
fpm) a terceira zona é a de máxima indução e na quarta zona as velocidades
já são relativamente baixas.

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• Ar secundário – O ar que é movimentado na sala, por influência do jato


de ar primário
• Área geométrica da grelha ou difusor – Área compreendida pelos
lados internos (perímetro) da grelha ou difusor.
• Área livre geométrica (Free Area) – Corresponde à área interna da gre-
lha, menos a área ocupada pelas aletas, sejam verticais ou(e) horizontais.
• Área nominal (da grelha ou difusor) – Abertura no duto ou na parede
para colocação da grelha ou difusor. As medidas nominais da grelha cor-
respondem à medida da abertura no duto, parede ou teto, se a grelha tiver
montagem simples sem moldura de montagem. No caso TROX as medidas
nominais correspondem à abertura com moldura de montagem.
• Área efetiva – A área usada efetivamente para passagem do ar. É menor
que a área livre geométrica da grelha ou difusor, uma vez que na vizinhança
das aletas o ar se “contrai”e se perde um pouco da área. Deve ser determi-
nada em laboratório.
• Boca de ar – Nome genérico dado a dispositivos de saída ou entrada de
ar nas salas.
• Coeficiente de descarga – Relação entre a área efetiva e a área geomé-
trica.
• Coeficiente de indução (Entrainment ratio) – Relação entre o ar total
movimentado num ponto e o ar insuflado pela grelha ou difusor.
• Corrente de ar (Draft) – Desconforto localizado por sensação de frio,
causado por baixa temperatura do ar e movimento do ar.
• Damper (ou Registro) – Dispositivo usado para controlar a vazão de ar
passando por uma determinada seção.
• Difusor – Dispositivo para descarga ou retorno do ar no ambiente em
uma ou várias direções, normalmente colocado no teto (eventualmente no
piso ou parede).
• Difusão – Distribuição de ar num espaço, através de uma boca de ar que
o descarrega em vários planos e direções.
• Envelope – Invólucro de uma corrente de ar se movendo a velocidade
perceptível.
• Indução – Movimento secundário do ar numa sala, causado por movi-
mentação de um jato de ar saído da boca de ar.
• Jato de Ar Isotérmico – Jato de ar com a mesma temperatura da sala.
• Jato de Ar não Isotérmico – Jato de ar com temperatura inferior (arre-

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fecimento) ou superior (aquecimento) ao ar da sala.

• Queda do Jato (Drop) – Distância medida na vertical entre a linha teó-


rica projetada, desde a parte inferior da boca até o ponto onde efetivamente
se sente o ar, ao final do seu alcance (Throw).
• Raio de Difusão – Distância medida na horizontal entre a descarga do
ar até o ponto em que se mede uma velocidade pré-determinada (0,1 m/s
– 0,25 m/s, 0,5 m/s ou 1 m/s).

Outras definições (ASHRAE Handbook – Applications 2003):

Temperatura Ambiente (ta) – Temperatura do ar que circunda o ocupante.

Temperatura Operativa (to) – Temperatura de um invólucro negro uni-


forme isotérmico, no qual o ocupante trocaria a mesma quantidade de calor
por radiação e convecção que troca no atual invólucro não uniforme.
Normalmente pode-se calcular de um modo aproximado, sabendo as
temperaturas de paredes e tetos.
Exemplo de teto forro a 18oC e temperatura do ar na sala, parede e chão a
24oC, sala como se fosse um cubo:

ts = 5 x 24 + 1 x 18 ts = 23°C
6

ts + tar
to = = 23 + 24 = 23,5°C
2 2
ou seja, as pessoas sentiram 0,5oC a menos do que a temperatura real da
sala. Raciocinando ao contrário, poder-se-ia ter uma temperatura do ar de
24,5oC que a sensação seria:

5 x 24,5 + 18 = 23,41ºC 23,41 + 24,5 ~ 24oC


6 2

Temperatura Média Radiante (tr) – É a temperatura de um invólucro


negro uniforme isotérmico no qual o ocupante trocasse a mesma quantida-
de de calor por radiação, do que troca no atual ambiente não uniforme.

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Temperatura de Regulação do Corpo Humano (informação técnica


Staeffa) Andréas Dollfus – Dipl. Ing. ETH.
O corpo humano em condições normais, tem uma temperatura de 37oC.
Ao interagir com o ambiente, esta temperatura tenderia a alterar-se. O cor-
po humano regula a temperatura, controlando o fornecimento de sangue
para a pele e pela transpiração, calafrios e tensão muscular.
A emissão de calor humano, para indivíduos com metabolismo equivalen-
te ao das pessoas sentadas, pode ser ilustrada na Figura 11 a seguir.

Catálogo Staeffa

Figura 11

A uma temperatura ambiente de 20°C para uma emissão de 120 W total,


72 W correspondem a radiação (a), 25 W (97-72) correspondem a convecção
(b) e apenas 22 W (119-97) correspondem a evaporação. Se a temperatura
for de 37°C, radiação e convecção são iguais a zero e toda a dissipação terá
de ser por evaporação.
Ao definirmos a seleção dos elementos de distribuição de ar, perguntamos:

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As condições atrás descritas, especialmente em termos de velocidade e temperatura


do ar, são válidas para toda a sala, ou há zonas de não ocupação em que não é
obrigatório atender a esses limites?
A resposta é sim. A Figura 12 a seguir mostra claramente o que se consi-
dera zona de ocupação (conforme recomendação técnica CR 12792)

Livro Displacement Ventilation - Rehva


)

Figura 12

Sendo a mistura do ar e o fator de indução muito importantes para obter


o conforto, o comportamento das bocas de ar em termos de indução, em
escala decrescente é:
• Difusores de Alta Indução
• Difusores de Teto
• Difusores de Chapa Perfurada
• Difusores Lineares
• Grelhas
Obviamente o alcance do jato para uma dada velocidade terminal segue
a ordem inversa, sendo o menor o dos difusores de alta indução e sendo as
grelhas as de maior alcance.
2.2 COMPORTAMENTO DE JATOS NA DISTRIBUIÇÃO DE AR

Para se compreender a distribuição de ar é fundamental conhecer o


comportamento dos jatos, entendendo-se por jato uma descarga de ar em
alta velocidade para dentro de um invólucro de ar (sala). O capitulo 32 do

23

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ASHR AE Handbook Fundamentals (2001) discute o assunto em detalhe e


também Brian Rock & Dardan Zhu, em seu Designer’s Guide to Ceiling- based
Air Diffusion.

Na distribuição de ar, a maneira mais tradicional de insuflar é pelo teto.


Todo ar injetado no teto em condições apropriadas “cola” no mesmo até
uma certa distância que é “aumentada” pelo fato de que o ar só é brecado
no seu percurso pelo efeito de indução na parte de baixo do jato, escorre-
gando livre na parte de cima. Esse efeito é chamado “Efeito Coanda” ou
efeito de teto. Não é necessário que o ar saia na horizontal para existir o
“Efeito Coanda”. Se sair inclinado até um máximo de 40°, o efeito ainda se
manifesta (Figura 13).

Catálogo TROX
Figura 13

Se o ar for insuflado por uma grelha na parede e a parte superior dela estiver
a menos de 30 cm do teto, o ar também “cola”e o “Efeito Coanda” existe.
Os jatos, como já mencionado, podem ser isotérmicos e não isotérmicos.
Este segundo caso é o que mais nos interessa para o ar condicionado onde
se insufla ar a temperatura menor ou maior que o da sala.

Quando o jato é NÃO ISOTÉRMICO, o comportamento do jato é afe-


tado pela força ascencional térmica (convecção), devido à diferença de den-
sidades do ar. A trajetória do jato não isotérmico é determinada pelo núme-
ro de Archimedes Ar (ASHRAE Handbook Fundamentals (2001)).

24

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

g x √Aeff x Δt
Ar =
TR uo2

Onde:
g - Aceleração da gravidade (m/s2)
Aeff - Área efetiva da boca
∆t - Diferença de temperatura entre ar insuflado e sala (oC)
uo - Velocidade inicial do jato (m/s)
TR - Temperatura da sala (Kelvin)
sendo que Temperatura absoluta em K = oC + 273,15

Os jatos de ar insuflados pelo teto, via um difusor, não emergem normal-


mente num ângulo de zero grau, ou seja, imediatamente colados ao teto.
O comportamento de, se o jato terá efeito coanda, depende do ângulo de
saída do mesmo. Com ângulos de 40o e menores, o jato acaba “colando” e
o efeito se manifesta.
Até onde vai o jato ? No próximo capítulo, no selecionamento de difuso-
res, se analisará a questão.

25

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

CAPÍTULO 3
DIFUSORES

Até onde vai o jato? Este dado depende obviamente da vazão do difusor
ligada à velocidade de saída. Quando a velocidade diminui até um certo
valor, o jato se desprende do teto e cai, a distância a que isso ocorre é deno-
minada X KRIT.

O comportamento depende do tipo de difusor, da configuração caracte-


rística de cada fabricante, da área efetiva e do número de Archimedes com
a formatação.

2
X KRIT = √ Aeff x K1 x ( 1 )K
Ar

O conhecimento desse dado é particularmente importante em sistemas


VAV sem Varyset (sem compensação da área do difusor, quando a vazão se
altera).

O comportamento do jato tem duas vertentes para análise. O jato que


desliza pelo teto e vai encontrar uma parede e “desce” por ela, onde en-
tão, o alcance é a somatória da trajetória horizontal mais a vertical e o jato
que percorre o teto, encontra o jato do difusor seguinte e do encontro dos
dois, desce verticalmente.

A velocidade V H à distância H1, do teto e a temperatura a que o jato se


encontra nesse ponto (se for zona de ocupação) definem a existência ou
não de correntes de ar. A velocidade do jato tem o perfil da Figura 14. É
sempre maior junto ao teto, diminuindo à medida que nos afastamos do
mesmo.

Como se definiu que as zonas encostadas às paredes não são zonas de


ocupação, é importante saber a que distância do teto ou parede a veloci-
dade já é igual ou menor que 0,2 m/s, que já são velocidades na zona do
aceitável para conforto, no que se refere à velocidade do ar.

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

VELOCIDADE VERTICAL DO AR
MEDIÇÃO DE VAZÃO

V (m3 /h) : Vazão de ar


L (m) : Alcance quando o jato é dirigido
contra parede vertical, pode ser
aplicado L= A + B.
vL (m/s) : Velocidade do jato à distância L.
vH (m/s) : Velocidade vertical do jato à
distância H1 no caso de dois jatos
de ar dirigidos um contra o outro.
∆ t L (ºC) : Diferença máxima de
temperatura entre o ar do jato
(na distância L) e a do ambiente.
∆ t z (ºC) : Diferença de temperatura entre
o ar insuflado e a do ambiente.

i = indução = Volume total de ar movimentado


Volume de ar insuflado
Catálogo TROX
b 0,2 (m): Altura do jato entre o ponto de
velocidade máxima (vL) e
0,2 m/s (vb)

Figura 14

Para seleção correta, torna-se necessário determinar a temperatura do jato


no ponto de ocupação em análise. Conhecida a diferença de temperatura
entre o ar insuflado e a sala ∆tz os catálogos TROX apresentam gráficos que
permitem, partindo da vazão e tamanho do difusor, determinar a velocida-
de, a distância do alcance, a indução, o ∆tL e facilmente calcular o ∆t L .
∆tZ
Onde:

27

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

∆tZ é a diferença de temperatura entre o ar insuflado e o ar da sala na


zona de ocupação.
∆t L é a diferença de temperatura entre o jato à distância L e a tempera-
tura do ar da sala.
Qual o espaçamento mínimo e máximo entre os difusores? Sempre que
se aproximam difusores tradicionais, a velocidade na zona de ocupação vai
aumentando. O limite será, então, a velocidade máxima permitida.
Exemplo: 0,15 m/s ou 0,25 m/s (exceção feita a difusores de alta indução).
A distância máxima, por outro lado, seria a que permite ter uma velocida-
de mínima de 0,05 m/s, por muitos considerada o mínimo para não se ter a
sensação de ar estagnado.
Alguns manuais antigos indicam que uma relação distância entre difusores
pela altura da sala de 1,5 daria uma situação de conforto para uma velocidade
na zona de ocupação de 0,1 a 0,175 m/s (20 a 35 fpm). Esse valor pode ainda
ser usado se o fabricante não fornecer gráficos de seleção mais acurados.
Há ainda duas possibilidades distintas na seleção do difusor. Se o difusor
“lança”o seu jato contra a parede, é preciso determinar a velocidade do jato
à distância L, sendo L o somatório do percurso no teto mais o da parede. Se
for obedecida a recomendação da norma, que a 0,5 m de parede é que co-
meça a zona de ocupação, mas por posição conservadora diminuímos para
0,4 m, então é para um b0,2 de 0,4 m que selecionamos o difusor.
Por esse exemplo, um alcance L = A + B de 4 m a Figura 15 e se tira que
um difusor tamanho 4 do fabricante em questão pode ir até 1000 m3/h,
Nesse ponto, então, a velocidade do ar é 0,2 m/s e utilizando os gráficos
abaixo, se determina:
Δt L
= 0,08 e se para set point de 24°C se insufla a 14ºC
ΔtZ

Δtz = 24 - 14 = 10ºC

Δ t L= 10 x 0,08 = 0,8oC
ou seja, temperatura no ponto 24 - 0,8 = 23,2oC
O ar secundário induzido no ponto é : i = 18 e se for um difusor quadrado
que dirija à parede 1⁄4 x 1000 m3/h = 250 m3/h, no ponto já se movimen-
tou 250 x 18 = 4500 m3/h.

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

DIFUSOR QUADRADO SÉRIES DLQ, ADLQ, DLK-S, ADLK-S

r
doa
da
saí
a da /s]
iv [m
fet V eff
ee
ad
locid
Ve

0,08

Catálogo TROX
1,8

Figura 15

O comportamento do jato, dependendo da seleção apropriada, pode ser:


• Como da Figura 14, superior esquerda em que o ar primário chega à
parede, mas na zona de ocupação já é 0,2 m/s, ou menor. Se para o mesmo
difusor tamanho 4, a vazão a insuflar fosse 2000 m3/h, partindo desse dado e
voltando no gráfico, se chegaria a um b0,2 de 0,75 m para alcance A+B = 4 m,
ter-se-ia uma velocidade maior (excessiva) que 0,2 m/s entre 0,4 e 0,75 m da
parede, ou seja, dentro de uma parte da zona de ocupação.
• Como da Figura 16 seguinte, onde o alcance é pequeno (vazão baixa) e

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

o ar se desprende do teto antes de chegar ao extremo da sala e o ar primário


invade a zona de ocupação.

Designer’s Guide to Ceiling-Based Air


Diffusion – Brian Rock e Dandau
Alcance muito curto
Jato de ar frio
Difusor central Jato descolado
do teto

Zona ocupada

Figura 16
A velocidade efetiva do ar saindo no difusor tamanho 4, com 1000 m3/h,
é de 6,3 m/s, o que se determina, ou pelo gráfico ou usando o dado de área
efetiva do difusor que para o tamanho 4 é de 0,044 m2.

v = Q = 1000 = 6,313 m/s


A 3600 x 0,044
Com essa velocidade se pode verificar o nível de ruído na sala (do ponto de
vista da seleção do difusor). Esse valor não é um dado absoluto. Dependendo
de se ter o difusor com registro de lâminas opostas e alimentação por cima,
com caixa pleno e alimentação direta ou com derivação, se obtêm diferentes
níveis de ruído.

Catálogo TROX

Figura 17 Figura 18

30

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R
Diffusion – Brian Rock e Dandau

Catálogo TROX
Figura 19

As informações obtidas de catálogo, normalmente são potência sonora no


difusor e são usualmente determinadas em laboratório para um tamanho
de difusor.
Para outros tamanhos, as leis da acústica permitem obter correções (tabela 2).

TABELA 2 – TABELA DE CORREÇÃO


Séries Tam. 1 2 3 4 5 6 7 8
dB (A)
ADLR, DLR NN -2 -2 -1 0 +2
dB (A)
DLQ, ADLQ NN -3 -3 -2 -1 0 0 +4 +5

Há ainda que considerar a atenuação do ambiente.


O estudo acústico deverá ser mais profundo. É necessário verificar se não
chega à sala ruído originado na máquina ou em outros componentes entre
a máquina e a sala (caixas VAV podem ser críticas) que obriguem a utilizar
atenuadores de ruído nas máquinas ou nas caixas VAV.

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

V'

Catálogo TROX
Figura 20

,
A constante V do gráfico da Figura 20 é igual ao volume da sala para
,
ambientes normais. Se o ambiente tiver muita absorção V = 2 V e se muita
,
ressonância V = 0,5 V.
O bom funcionamento do difusor pressupõe que o ar se distribui uniforme-
mente pelo mesmo. Então, a construção da caixa pleno é algo fundamental,
sendo necessário haver “distribuidores” de ar, normalmente à base de chapa
perfurada, com perfuração adequada para garantir essa uniformidade.

O problema é ainda mais crítico quando se usa a solução de difusores de


insuflamento e retorno. O retorno se faz pelos anéis centrais, então é neces-
sário conhecer adequadamente as áreas livres efetivas por anel, para que as
áreas de insuflamento e retorno sejam adequadas.
A escolha do difusor terá que levar em consideração se o percentual de re-
torno é 78% ou mais do que o insuflamento ou menor que 75% . Se for maior
que 78% é necessário fechar um dos anéis de insuflamento para evitar curto
circuito excessivo.
Então, para uma mesma área de retorno de um determinado difusor, as
áreas de insuflamento serão distintas para uma condição de percentagem de
retorno ou outra.
A SELEÇÃO DO DIFUSOR SERÁ SEMPRE EM FUNÇÃO DA ÁREA
MENOR, SEJA ELA A DE INSUFLAMENTO OU RETORNO.

32

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Para os difusores TROX da série ADLQ, até tamanhos 8, as áreas são como
segue:

TABELA 3 - ÁREAS LIVRES EFETIVAS


ÁREAS EFETIVAS (m2)
INSUFLAMENTO
DIFUSOR
TAMANHO Com até 75% Com retorno RETORNO
de retorno acima de 78%
MODELO A MODELO F

3 0,0197 0,0087 0,0100

4 0,0243 0,0110 0,0196

5 0,0416 0,0256 0,0212

6 0,0434 0,0269 0,0294

7 0,0738 0,0523 0,0437

8 0,0810 0,0570 0,0470

Os problemas das caixas, mal executadas (Figura 21A) ou bem executadas


(Figura 21B), se apresentam a seguir.

INSTALAÇÃO TRADICIONAL

O duto de retorno interrompe o fluxo normal e provoca a má


distribuição de ar.
Catálogo TROX

Figura 21A

33

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

INSTALAÇÃO COM CAIXA SZR

A configuração da caixa SZR, a chapa equalizadora e o apropriado duto de retorno resultam na


adequada distribuição da vazão sobre a superfície do difusor, obtendo-se, na prática, os dados
catalogados.

Catálogo TROX
AMBIENTE UNIFORMEMENTE CONDICIONADO.

Figura 21B

As caixas podem ter o retorno livre (não dutado) ou dutado , ambos insufla-
mento e retorno, com ou sem damper de regulagem de vazão (Figura 22).

Para que a difusão de ar em qualquer difusor seja correta, é necessário


haver teto ou pelo menos uma parte dele, para que o jato saia na horizontal.
No casos em que o teto não exista, para evitar que o jato caia imediatamen-
te, uma placa a volta dele com 0,20 m de largura (0,125 m como mínimo)
consegue esse efeito, embora com uma redução no alcance pelo efeito de
indução na parte superior (Figura 23).

Além dos difusores de 4 vias, pela necessidade de colocar os mesmos


junto a uma ou duas paredes, existem disponíveis difusores de 1 ou 3 vias.
Em casos especiais também difusores de 2 vias são requeridos. O seu sele-
cionamento tem que levar em conta a vazão e alcance diferenciados por face
do difusor (Figura 24).

34

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Catálogo TROX
Figura 22 Figura 23

ADQ-1/DQ-1 ADQ-2/DQ-2

2
1
H1

H1
2

L1 L1

ADQ-3/DQ-3 ADQ-4/DQ-4

3 5
4
H1

H1

4 4
3 5
Catálogo TROX

L1 L1

Figura 24

35

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

Além dos difusores quadrados, a versão redonda existe e é disponível


(Figura 25).

Catálogo TROX
Figura 25 - Difusores de ar redondos, quadrados e retangulares

O selecionamento apresentado é válido para difusores tradicionais. Um


dado facilmente verificável é que se houver necessidade, por razões de car-
ga térmica, de aumentar a vazão de ar, e consequentemente o número de
difusores, para uma determinada sala, a distância entre difusores diminui
e a velocidade na zona de ocupação aumenta, podendo o ambiente ficar
desconfortável.
A solução aparece com os difusores chamados de alta indução ou rotacio-
nais. Nesses difusores, o jato tem dois movimentos ao sair do difusor. Além
do movimento tipo “Efeito Coanda”, o jato sai com um movimento rota-
cional que imprime um alto turbilhonamento (Figura 26) e, ao contrário do
que se poderia supor, se consegue uma equalização rápida de temperatura e
diminuição da velocidade do ar na zona de ocupação.
Catálogo TROX

Figura 26

36

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Esse efeito, válido na intersecção do ar de dois difusores de uma linha


única (linha única sendo aquela que está distanciada, pelo menos 4 m de
uma outra, se houver), se manifesta para distâncias entre difusores na linha,
menores que 1,2 m (Figura 27).

Difusores múltiplos no espaço Características de difusor


Difusor convencional

médio entre difusores


Velocidade no ponto
Velocidade
no ponto Difusor de
médio alta indução
entre
difusores

Distância (X) entre difusores

Rotação secundária Grande número de difusores


para trocas de ar elevadas

> 4m ≤1,2m

Catálogo TROX
Campo
rotacional
Intersecção de campos rotacionais

Figura 27

Alguns difusores rotacionais têm a placa do teto um pouco maior que o


difusor propriamente dito. Esse dado é importante no selecionamento do
difusor quando não houver forro.

Por exemplo, no difusor da TROX modelo FD, o miolo do FD 400 é


igual ao do FD 500 e o FD 625 igual ao FD 600 sendo a placa exterior
maior configura-se também nestes dois casos existência de abas para ga-
rantir o “Efeito Coanda”. Assim o FD 500 e FD 625 podem ser usados
sem forro (Figura 28) .

37

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

Montagem ao nível do forro Montagem abaixo do nível do forro

H=2,6...4 m

min. 2,6 m

Catálogo TROX
Figura 28

Alguns tipos de difusores rotacionais para pés direitos de até 4 m se apre-


sentam na Figura 29.

DIFUSORES DE JATO HELICOIDAL - SERIE FD-400 ... 625

Série FD-400...625 Série TDF Série TDV


Descarga horizontal fixa Descarga horizontal ajustável
Catálogo TROX

Série VDW Série RFD


Descarga horizontal ajustável Descarga horizontal fixa

Figura 29

38

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Para pés direitos superiores a 3,8 m somente se devem usar difusores ro-
tacionais apropriados

DIFUSORES DE ALTA INDUÇÃO

Tipo VD Tipo VDL


ajustável, para instalação em
locais com altura ≥ 3,80 m

Catálogo TROX
Figura 30

Esses difusores podem ter o posicionamento das aletas ajustado para insufla-
mento horizontal (frio) ou vertical (aquecimento). Em ambos os casos, é críti-
co o posicionamento das grelhas de retorno que deverão ser colocadas o mais
próximo possível do piso e equipadas com damper de regulagem de vazão.

DIFUSORES DE FENDA (SLOT DIFFUSERS) são do tipo fenda com


menor capacidade de insuflamento do que os difusores tradicionais e tam-
bém menor fator de indução para a uma dada distância do difusor e para
uma mesma velocidade do ar junto à parede.

São, contudo, muito usados pelo seu aspecto arquitetônico, para insu-
flamento junto a janelas ou paredes de vidro e ainda em conjugação com
luminárias.

O mais tradicional é o chamado TROFFER, conforme Figura 31, que é


um difusor de menor custo, todo em chapa galvanizada, que se apóia em
rasgos nas laterais da luminária.

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

A sua aplicação é, contudo, muito crítica, uma vez que se o apoio no porta
troffer da luminária não for feito corretamente, perde-se imediatamente o
“Efeito Coanda” e obtem-se o jato vertical. Normalmente é o próprio porta
troffer que tem a aba defletora que faz a deflexão do jato de ar.

Catálogo TROX
Figura 31

Além do troffer, existem difusores de alumínio, também chamados de li-


neares, apresentados nas Figuras 32, 33 e 34, que, pelo posicionamento in-
terno da aleta de direcionamento, permitem orientar o jato para a esquerda,
para a direita ou para baixo. A seleção de insuflamento na vertical permite
alcances de até 7 m.

Difusor ALS
Catálogo TROX

Figura 32

Mais recentemente apareceu um difusor que permite orientar o jato a cada 15 cm


ao longo do comprimento do difusor o que dá uma maleabilidade muito grande.

40

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Quando as vazões ultrapassam os 100 m3/h (valor de referência tradicio-


nal) por metro linear podem-se usar montagens de vários slots em paralelo,
sendo os mais comuns nas versões de 1 a 4 slots.

Difusor ALW

Catálogo TROX
Figura 33

Difusor VSD
Catálogo TROX

Figura 34

O único cuidado a ter é que, por efeito de indução de 1 slot nos próximos
slots para um mesmo alcance e velocidade terminal, quando se acrescenta
um novo slot a vazão não é multiplicada pelo número de slots.

Exemplo: para alcance de 4 m e velocidade junto à parede, ou teto de VL


= 0,4 m/s, a vazão de ALS = 1 e de 100 m3/h . ml. Para 2 slots, mantidos o
mesmo de VL = 0,4 m/s, a vazão é de 140 m3/h . ml, ou então, se colocar
vazão de 200 m3/h o VL vai a cerca de 0,55 m/s.

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

A Figura 35 mostra o gráfico de seleção do difusor linear ALS para insu-


flamento na horizontal, em tudo idêntico ao gráfico da Figura 15, apenas
com a diferença que a vazão é dada em m3/h por metro linear de difusor.

Catálogo TROX

Figura 35
Para alcances muito grandes, de até 30 m, típicos de recintos esportivos,
igrejas e halls de aeroportos, existe um outro tipo de difusor chamado exa-
tamente DIFUSOR DE JATO ( jet nozzles) ou de longo alcance (Figura 36)
que necessita de um cálculo todo especial e que podem ser motorizados
para uso em frio ou aquecimento (ver capítulo 5).

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Difusor DUE

Catálogo TROX
Figura 36

Um cuidado adicional neste tipo de difusor, é que a perda de carga é in-


fluenciada por sua montagem axial ou em derivação. Os diagramas abaixo
aplicados em instalações mostram:

Jet nozzles fixados a duto circular Jet nozzles fixados ao lado de um


(instalação axial) duto comum (instalação de ramal)

Tipo DUK-F Tipo DUK-F

Δpt

Δpt

Tipo DUK-V Tipo DUK-V

VK

Δpt
Δpt
Catálogo TROX

LWA = Valor do diagrama -3 dB (A) Δpt = Valor do diagrama x 0,9 Pa

Figura 37

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

Perda de Pressão e Pressão


Sonora para instalação axial DUL-V

Perda de pressão Δpt em Pa

Vazão de ar em l/s

Perda de Pressão e Pressão Sonora para


instalação em derivação (não axial)
Perda total do duto Δpt em Pa

Catálogo TROX

Vazão de ar em l/s

Figura 38

44

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Em sistemas de volume variável VAV, um dado crítico é a performance dos


difusores de ar. A caixa VAV, ao modular, cai a vazão de ar insuflada. Com isso
a velocidade de saída do ar no difusor diminui, e o jato de ar ou cai imediata-
mente ou mesmo que tenha um pouco de “Efeito Coanda”, rapidamente atinge
o alcance e velocidade críticos e se despreende do teto, não atingindo o alcance
necessário.
Este efeito é particularmente grave para reduções de vazão iguais ou superio-
res a 50% da vazão nominal máxima recomendada para o difusor, começando
a ser graves para reduções a partir de 25% da vazão.
A solução para estes problemas pode ser:
a) Uso de caixas tipo Varyset em que o difusor basicamente é dividido em
dois, sendo que no núcleo central e menor, sempre passa a vazão nominal e a
variação se dá nos anéis periféricos. Com isto, o ar saindo do núcleo central com
a vazão nominal, arrasta o ar dos anéis secundários que tenderia a cair.

Princípio de funcionamento do sistema VARYSET em combinação com um difusor

Catálogo TROX

Figura 39
b) Uso de difusores de alta indução
A configuração destes difusores com rasgos de insuflamento de geometria
variável, permite obter um efeito similar ao do Varyset.

IMPORTANTE – O uso de difusores Light-Troffer não é, em nenhum


caso, solução recomendável para sistemas de Volume da Ar Variável.

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CAPÍTULO 4
SELECIONAMENTO DE GRELHAS
As grelhas e registros (grelha com damper de regulagem de vazão) têm
algumas peculiaridades que merecem atenção.
As grelhas são normalmente instaladas em paredes e o primeiro dado a
considerar é, se a parte superior da grelha, no que se refere à área geomé-
trica de insuflamento, está a menos de 0,3 m ou a mais de 0,80 m do teto.
Se a menos de 0,30 m, o jato percorre o espaço COM INFLUÊNCIA DO
FORRO, ou seja, é como se ele colasse no forro, havendo apenas o efeito
de indução na parte inferior do jato. O jato se expande então (se as aletas
estiverem retas) com um ângulo de 10o de dispersão na vertical e 20o na ho-
rizontal, a velocidade máxima do jato se dá junto ao teto e a distância b0,2
na qual a velocidade atinge a 0,2 m/s, se mede a partir do teto.

Disposição com influência do forro Feff (m2) = Seção livre efetiva

Vh (m3 /h) = Vazão


Vh ≤ 0,3 m b0,2
α ≈ 10
o
Veff (m/s) = Velocidade efetiva de
ΔtZ saída do ar
VL [m/s]
ΔtL [grd. C] VL máx. (m/s) = Velocidade do ar
na distância L W

tR [oC] VL médio (m/s) = VL max. 0,3


LW L W (m) = Alcance do jato de ar

ΔtL = Fator de temperatura

Δt Z = Fator de temperatura
i = Indução

α ≈ 20o Δt Z (°C) = Diferença entre a


temperatura do ar insuflado
e a do ambiente

ΔtL (°C) = Diferença máxima entre


A ≥ 0,15 LW a temperatura do jato
(na distância L) e
a do ambiente
Catálogo TROX

tR (°C) = Temperatura do ambiente

b 0,2 (m) = Altura do jato entre o


ponto de velocidade
máxima (vL) e 0,2 m/s (v)

Figura 40

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

A distância entre grelhas na horizontal deve ser no mínimo maior ou igual a


0,15 x LW. Se ao contrário a grelha estiver com sua borda interna superior a mais de
0,80 m, então não há influência do teto, há indução por cima e por baixo do jato
e com isso, para uma mesma velocidade terminal, o alcance do jato é 0,71 vezes a
∆t
do caso anterior. Também os valores de b0,2 e ∆tL têm a mesma relação em com-
Z
paração ao caso com efeito do teto, ou seja devem ser multiplicados por 0,71.
O ângulo de dispersão para aletas retas é de 20o, seja na vertical ou na
horizontal. A velocidade máxima e a linha a partir da qual se medem o b0,2
∆t
e ∆tL é então a do eixo da grelha.
Z

Disposição sem influência do forro

≥ 0,8 m
VH
∆ TZ α ≈ 20O
b 0,2
V L [M/S]
∆TL [GRD. C]
t R [ OC]
LW

α ≈ 20O

A ≥ 0,20 LW
Catálogo TROX

Figura 41
Os gráficos de selecionamento são então idênticos ao do difusor (ver Figura
42). No exemplo a seguir, para um pé direito de 3 m e pessoas em pé quer-se
a 10 m uma velocidade de 0,2 m/s a 1,2 m do teto e grelha com influência de
teto, se o insuflamento for de 500 m3/h na grelha, entrando com LW = 10 m
e procurando a linha (ou interpolando) onde b0,2 está a 1,2 m tem-se um
VL no forro de 0,5 m/s, mas 0,2 m/s a 1,2 m procurando para a esquerda
a vazão de 500 m3/h se tem como resultado uma grelha de 0,036 m2 de área

47

livro.indd 47 9/20/06 10:21:51 AM


E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

efetiva. A velocidade de saída Veff = 4 m/s. Nesse alcance, o fator de indução


é de cerca de 10 e o ∆tL = 0,12.
∆tZ
Com influência do forro
Secções livres efetivas Feff [m2]
0,014 0,021 0,036 0,057 0,086 0,142 0,214 0,285 0,427

0,007 0,011 0,018 0,028 0,043 0,072 0,114 0,172 0,256 0,342

POSIÇÃO RETA DAS ALETAS

40
00
10

1,0
9
30
00

8
7
6
20

5
00

0,7
5
15

4
00

3
10
00

s]

0,5
m/
80

x[
0

3 /h


[m
60

0,4
oV
0

L
V
50

z ã
Va
0

Jato
40
0

do

0,3
30

ade
2
0

1,5

ocid
Vel
5
1,
20
0

/ s) 1,0
(m
F
V EF
0,9
AR
15
0

O 0,8
D
A
ÍD
SA 0,7
5

E ALT
D UR
VA AD b
4

E TI OJ
AT 0,2 [m] 0,6
EF O
E
3

AD 0,5 m
ID
C
LO
2

VE
3 4 5 6 7 8 9 10 15 20
5
1,

ALCANCE DO JATO L W [m]


35 0
0,6

3
0, 5

3 4 5 6 7 8 9 10 15 20
25
0 ,4

∆ tℓ 20
i
0, 3
0, 2

15
∆ tz
IN
DU
5

ÇÃ
0, 2

10 O
TE
∆tℓ
0,1

IEN
5

OC MP.
∆tz
U E


Q T
0,1

DE 0,12
0,0

5
8


10
0,0
5

2,5
Catálogo TROX

0,007 0,011 0,018 0,028 0,043 0,072 0,114 0,172 0,256 0,342

0,014 0,021 0,036 0,057 0,086 0,142 0,214 0,285 0,427

Secções livres efetivas Feff [m2]

Figura 42

48

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Então, no ponto escolhido já teríamos uma velocidade de 0,2 m/s e se o


ar for insuflado a 13oC e o set point 24oC, teríamos:

∆t
ΔtZ = 11 x ∆tL 0,12 Δt L = 0,12 x 11 = 0,132ºC
Z

Ou seja, temperatura no ponto 24 - 0,132 = 23,868ºC.

Do gráfico da Figura 5 se concluiria que para Δt = 0,132ºC a velocidade


de 0,2 m/s se está praticamente sobre a reta de neutralidade de sensação
entre frio e calor, em resumo numa ótima situação.

Se o pé direito fosse, por exemplo, de 4 m e mantendo-se a grelha na mesma po-


sição em altura (borda superior a cerca de 1 m) e se quisermos a mesma velocidade
no mesmo ponto, ter-se-ia que utilizar um LW2 = LW1 = 10 ~ 14 m, por
0,71 0,71
não haver efeito de forro, então o jato sofre indução dos 2 lados e o alcance
e todos os outros dados devem ser corrigidos pelo fator 0,71, e calcular o b0,2
não para 1,2 , mas para 1,2 ~ 1,7 .
0,71

Vai se procurar o ponto de encontro entre Lw = 14 m e b0,2 = 1,7 m e se


obtém para os 500 m3/h uma Veff de 9 m/s, o que poderá inviabilizar a so-
lução pelo nível de ruído, e a grelha selecionada deverá ter uma área efetiva
de 0,018 m2.

A tabela de seleção mostraria uma grelha 525 x 125 mm com 0,037 m2 ,


caso anterior e uma de 265 x 125 mm (interpolada) para 0,018 m2.

Não termina aqui o selecionamento da grelha. Se as aletas verticais e ho-


rizontais da grelha tiverem posição inclinada para se conseguir um ângulo
de dispersão maior, então, uma série de fatores de correção têm que ser
introduzidos e levados em conta.

Fatores de correção horizontal e vertical para os desvios do jato (com LW


constante) ver Figura 43:

49

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

FATORES DE CORREÇÃO PARA OS DESVIOS DO


JATO HORIZONTAL OU VERTICAL
(com L W = constante)

α
β β α

Inclinação das aletas β° ≈ 45 90

Ângulo de dispersão < α° ≈ 35 60

Velocidade do jato de ar VL ≈ gráf. VL x 0,7 x 0,5

ΔtL ΔtL
Fator de temperatura ≈ gráf x 0,7
Δtz Δtz x 0,5

Indução i ≈ gráf. i x 1.4 x 2,0

Distância da grelha com


A ≥ ≈ 0,2 x L W
influência do forro 0,3 x L W

Distância da grelha sem

Catálogo TROX
A ≥ ≈ 0,25 x L W 0,3 x L W
influência do forro

Desvio do jato de ar Y ≈ gráf. y x 1,4 x 2,0

Figura 43

Uma última verificação se faz ainda necessária. Ao insuflar o jato a uma


temperatura diferente do set point, o jato terá tendência de descer rapidamen-
te, se for ar frio mais pesado, ou subir se for mais quente (aquecimento) e
mais leve.

Para a grelha com influência de forro Feff = 0,036 m2


Veff = 4 m/s e ΔtZ = 11ºC LW = 10 m.

50

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Veff [m/s]
heff [m2]
Aquecimento
ΔtZ [grd. C]
y (m) = ΔtZ . y
ΔtZ

LW Refrigeração

0,5
0,3
Veff = 2m/s 3 4 5 6 7
0,2
8 m/s
0,1
Seção livre efetiva heff (m2)

0,05
0,03

1,0

Desvio do jato y/ ΔtZ [m/ o.C]


0,5
m
15

0,3
10

0,2
8

0,1
6
5
4

0,05
Catálogo TROX
m
=3

0,03
W

0,02
L

0,01

Figura 44

Pelo gráfico: Y = 1 , ou seja Y = 11 m.


ΔtZ

Conclusão – O selecionamento da grelha tem que ser revisto, já que se a


sala só tem 3 m, o jato não pode descer 11 m no ponto de alcance.

Uma nova seleção com grelha menor ou divisão em duas grelhas deverá
ser tentada. Poder-se-á chegar à conclusão que não há solução e que o insu-
flamento dos dois lados , por exemplo, deverá ser tentado.

51

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

CAPÍTULO 5
DIFUSORES DE JATO (LONGO ALCANCE)
Em instalações com grandes salas e pés direitos altos, tipo Ginásios Es-
portivos, grandes Igrejas, Malls de Shopping Center ou Halls de Aeroportos,
onde há dificuldade de passar dutos, aparece como solução a utilização de
difusores de jato ( Jet Nozzles), que permitem atingir alcances de até 30 m.

É um difusor facilmente motorizável, sendo por isso adequado para verão


e inverno.

O processo de seleção é um pouco diferente do normal e especial aten-


ção deve ser prestada ao comportamento para frio, isotérmico ou calor. A
preocupação é sempre qual a velocidade na zona de ocupação V h1 da Figura
seguinte.
A velocidade do jato é sempre V L e a partir, ou do ponto de encontro dos
jatos ou do encontro do jato com a parede, se determina a velocidade V h1
que tem de estar dentro dos parâmetros de conforto.
5.1. CÁLCULO PARA ARREFECIMENTO

Começa por escolher-se o ângulo de ataque αK e, em função disso, o al-


cance L teórico, se o jato não sofresse desvio. Isso define também a altura
H2 isotérmica que deve ser menor que a distância entre o teto e a linha de
difusores.

Passa-se à determinação da velocidade V L do ponto de encontro dos jatos


ou do jato com a parede, à distância Y que mede a queda do jato que não
deve atingir a zona de ocupação.

A partir desses dados se calcula: H1 = H + H2 – Y e dos dados dos


fabricantes se determina V h1 na zona de ocupação, bem como a diferença
de temperatura, entre o set point e o ponto de entrada do jato, na zona de
ocupação.
Se o V h1 for maior que o de projeto, escolhe-se outro αK e repete-se o
cálculo.

52

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

O exemplo dado para arrefecimento é apenas ilustrativo da dificuldade do cálcu-


lo, fabricantes capacitados têm programas de computação facilitando o cálculo.
ESQUEMA DE DISTRIBUIÇÃO

Ar Frio
L L
H2
y

VL
αk

H VL
∆tH1 H1
Zona de ocupação VH1 ∆tH1
A
VH1
∆tH1
∆tH1 1,80 m

Condições isotérmicas
L L

VL VL
∆tL ∆tL
H1
VH1 Zona de ocupação VH1
∆tH1 ∆tH1
1,80 m

Ar quente
αw

H VL VL
∆tL ∆tL

y 1,80 m

A (m): Distância horizontal do difusor até o ponto .


de intersecção dos jatos de ar. V (m3/h): Vazão de ar.
.
B (m): Distância lateral entre dois difusores num V (l/s): Vazão de ar.
mesmo alinhamento. Y (m): Desvio do jato de ar devido à diferença de
H (m): Altura desde o difusor até a zona de conforto temperatura e das condições isotérmicas do
H1 (m): Altura do ponto de intersecção dos jatos de jato de ar.
ar até a zona de conforto. V (m/s): Velocidade efetiva do jato de ar no difusor.
eff
H2 (m): Altura do ponto de intersecção dos jatos de V (m/s): Velocidade do ar no duto.
k

ar em condições isotérmicas por cima dos VL (m/s): Velocidade media do jato de ar.
difusores. VH1 (m/s): Velocidade media na zona de conforto.
L (m): Comprimento do jato de ar em condições ∆Tz (K): Diferença de temperatura entre o jato de ar
isotérmicas. e o ambiente.
Catálogo TROX

Lmax (m): Alcance máximo do jato de ar quente ∆TL (K): Diferença de temperatura entre o ar no
dirigido verticalmente para baixo. centro do jato na distancia L e o ar ambiente.
αk ( ° ): Ângulo do jato de ar para refrigeração. ∆TH1 (K): Diferença de temperatura entre o ar no
αw ( ° ): Ângulo do jato de ar para calefação. centro do jato na entrada na zona de
i: Indução com alcance L. conforto e o ar ambiente.

Figura 45

53

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

TABELA 4
REFRIGERAÇÃO
(1) αK se selecionou: p.e. α = 30º .αK = ...º

(2) L se calcula: L = A L = ...m (C da tabela 1)


C
(3) H2 se calcula: H2 = T . A H2 = ...m (T da tabela 2)

(4) VL do diagrama 1 VL = ...m/s


(5) y do diagrama 2 y = ...m
(6) H1, se calcula : H1 = H + H2 – y H1 = ...m
(7) VH1 do diagrama VH1 = ...m/s
(Se VH1 se desvia do valor de partida , se deve
repetir o cálculo variando αK)
(8) ΔtH1 do diagrama 4: ΔtH1= (ΔtH1 / ΔtHz) . ΔtHz ΔtH1 = ...K

ISOTÉRMICO

(1) VL do diagrama 1 VL = ...m/s

(2) VH1 do diagrama 3 VH1 = ...m/s


(Se VH1 se desvia do valor de partida, se
deverá corrigir para cima e para baixo. Repe-
tir o procedimento. Com isto se modifica
L e H1)

AQUECIMENTO
(1) VL se fixa: p. e VL= 0,3 m/s VL = ...m/s
(2) L do diagrama 1 L = ...m
(3) y do diagrama 2 y = ...m
(4) αW se calcula: S = (H + y) /L αW = ...º ( αW da tabela)
Atenção: αW + αK = max. 60 o
A variação do ângulo de impulsão perante o
atuador, ao variar a temperatura de impulsão,
só é possível no máximo até: αW + αK = max. 60 o

(5) ΔtL do diagrama 4 ΔtL = ...K


ΔtL = (ΔtL / Δt Z ) . Δt Z

Para aquecimento, o procedimento parte de, se definir o V L e segue um


processo próprio, com definição do alcance L, do desvio do jato, agora
para cima Y o que permite calcular o ângulo αw e Δt L do ar .

54

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

CAPÍTULO 6
VENTILAÇÃO POR DESLOCAMENTO (DV)

6.1 INTRODUÇÃO

As necessidades da vida moderna, com o desenvolvimento da tecnologia


da informação, a disseminação do uso do computador e telefones, a ne-
cessidade de passagem de cabos para os sistemas, o grau de flexibilidade
(quantas horas são necessárias para realocar os sistemas de iluminação, ar
condicionado, etc., num rearranjo de lay-out), implicaram na necessidade dos
edifícios de escritórios passarem a ter um piso falso.

Perder-se-ia uma boa parte da altura do edifício se se mantivessem as


necessidades de deixar 40 cm de forro falso, livre para passagem de dutos
no teto. Por que não utilizar então o piso falso, exigido pela tecnologia da
informação para também passar os dutos de ar condicionado?

Mas, a tradição não diz que o ar frio deve ser insuflado pelo teto, já que a
diferença de densidade entre ele e o ar da sala o faz descer e atingir a zona
de ocupação?

A preocupação, a partir do choque do petróleo em 1970, com edifícios


doentes e a qualidade do ar interior, levou a pesquisas na área e as con-
clusões (Elia Sterlling et all) que 50% dos problemas de edifícios doentes
eram causados por problemas de ventilação, o que leva a concluir que o ar
condicionado tradicional, mesmo após o advento há cerca de 30 anos dos
sistemas do Volume de Ar Variável (VAV), último avanço tecnológico reco-
nhecido, ainda não era, em muitos casos, satisfatório.

No que se refere à eliminação de poluentes, o sistema tradicional, o que


faz é diluir a concentração dos poluentes a um nível aceitável, à custa de
aumento das taxas de ventilação e/ou de ar exterior.

É conhecido, por outro lado, que nos ambientes de trabalho, onde se requer um
grau de limpeza alto, as assim chamadas salas limpas, para evitar contaminação
cruzada é importante que o ar siga um caminho “laminar”, desde o teto até o

55

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

chão (Na verdade, pode-se conseguir o mesmo efeito de baixo para cima).
As vazões de ar que uma sala limpa de fluxo unidirecional (laminar) im-
põe são muito altas, um sistema que permitisse ter só esse efeito onde é
gerada a contaminação e a “arrastasse” para fora da zona de ocupação, seria
então o ideal.

FLUXO LAMINAR

Catálogo TROX
Temperatura na entrada de ar ~ Temperatura do ar da sala TZ ~ TR
Temperatura do ar de exaustão TA > TR
Velocidade do ar na sala VR ~ 0,3 m/s

Figura 46

6.2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO

O funcionamento da convecção do ar à medida que vai aquecendo, é uti-


lizado desde tempos imemoriais. Há sistemas de ventilação conhecidos nos
romanos ou nos índios americanos que usam o mesmo princípio.

Fisicamente a explicação advém de que um kg de ar seco a 24oC ocupa


um volume de 0,8416 m3 e que a 17oC ocupa 0,8217 m3, ou seja, está mais
comprimido. Então, a pressão interna é maior no ar mais frio. Se entrar em
contato com um ar mais quente menos denso e com menos pressão interna,
o princípio de equalização de pressões levará a que o ar com mais pressão
se mova no sentido do ar de menor pressão.

56

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Em condições normais, na ausência de fontes quentes, o ar insuflado à


baixa temperatura junto ao solo a uma temperatura de 17oC, rapidamente se
mistura por indução com o ar ambiente e cria uma “lagoa” ou “mar” de ar a
21oC que desliza junto ao chão. A diferença de temperatura e pressão entre
o ar a 21oC e o ar a 24oC não é suficiente para provocar correntes ascencio-
nais significativas.

Ao encontrar, porém, uma fonte quente, pessoas a 37oC, computadores,


lâmpadas ou qualquer outra fonte quente, se criam correntes de convecção
ascendentes que levam todo o calor e o particulado existente no ar para a
zona superior, criando-se assim duas zonas:

Livro REHVA

Figura 47

uma zona superior poluída e uma zona inferior limpa. A exaustão desse ar,
seja 100% para o exterior (caso normal nos Países do Hemisfério Norte), ou
parte para o exterior e parte re-circulado (Países Tropicais) é feita pela parte
superior, seja diretamente em grelhas de retorno, seja através de luminárias.
O que a Figura 47 mostra é que não há mistura entre os “ares” das cor-
rentes ascencionais, ou seja, não há contaminação cruzada. Conseguiu-se
assim o efeito de “limpeza”do fluxo laminar sem o alto consumo de energia
ligado à movimentação do ar para cima em toda a área da sala.

6.3 CARGA TÉRMICA E VAZÃO DE AR INSUFLADO

O cálculo de carga térmica do edifício independe obviamente do tipo de

57

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

sistema de distribuição de ar, se fluxo turbulento tradicional ou se fluxo de


deslocamento.

Contudo, a vazão de ar a insuflar depende da carga efetiva da sala e aí há


diferenças entre os dois métodos.

A vazão em massa de ar a insuflar é como se sabe: M = Q


c x Δt

Mesmo numa visão conservadora podia eventualmente dizer-se que para


um mesmo Q a massa de ar dependeria do Δt.

Em sistemas tradicionais se insufla o ar a 14ºC e se retorna a 25oC, ou seja,


Δt = 11oC.

Em sistemas de deslocamento o ar sai do difusor a 17oC e como a tempe-


ratura não é constante ao longo da altura, pode retornar a 28oC, ou mais, se
for a 28oC já se tem o mesmo ∆t e a mesma vazão mássica que num sistema
tradicional.

Os métodos de cálculo de carga térmica mudaram recentemente. O Ca-


pítulo 29 do ASHRAE Handbook Fundamentals (2001) apresenta dois novos
métodos, sendo que o segundo que merecerá nossa especial atenção, é de
nosso maior interesse. É chamado RTS (Radiant Time Series Method), ou mé-
todo da série de tempo radiante.

Este método divide todos os ganhos de calor em parte convectiva e parte


radiante e converte os ganhos da parte radiante em carga térmica.

Leva em conta que os ganhos de convecção são instantâneos, mas que


a parte de radiação só ao fim de um certo tempo se transforma em carga
térmica.

O ASHR AE Handbook Fundamentals (2001), Cap. 29 Tab. 19 indica a


seguinte repartição entre cargas radiantes e convectivas de diferentes
fontes.

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

TABELA 5
% CALOR % CALOR
FONTES DE CALOR
RADIANTE CONVECTIVO
Transmissão solar sem proteção interior 100 0
Vidro com proteção interior 63 37
Absorção solar (pelos vidros) 63 37
Lâmpadas fluorescentes não embutidas,
67 33
sem ventilação
Lâmpadas fluorescentes embutidas
59 41
“banhadas”pelo ar de retorno

Pederson et all (1988) – Hasni et all (1999)


Lâmpadas fluorescentes embutidas
19 81
“banhadas”pelo ar de retorno e insuflação
Lâmpadas incandescentes 80 20
Pessoas
58 42
Ex.: Pessoas em escritórios
Carga de condução – paredes exteriores 63 37
Carga de condução – Tetos 84 16
Infiltração e Ventilação 0 100
Maquinários e utensílios 20 a 80 80 a 20

Não há ainda estudos e pesquisas conclusivas sobre como calcular corre-


tamente a carga da sala para determinar a vazão de ar a insuflar.
Loudermilk propõe uma tabela empírica, manuais da Lovair propõem
valores menos conservadores. A maior parte da carga radiante (se o objeto
estiver na zona ocupada) é carga da sala.
Uma parte significativa da carga de convecção vai direto ao teto e não
deveria ser a carga da sala.

Sistema com base no forro Sistema de distribuição de ar pelo piso


Altura total piso a piso: ~ 4,15 m Altura total piso a piso: ~ 3,86 m
UFSD Design Guide: Fred Bwwauman

Figura 48

59

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

Nossa proposição é calcular como segue, considerando a zona de ocupa-


ção de 1,8 m:

TABELA 6
CARGA
EFETIVA NO
CÁLCULO DE
CARGA TÉRMICA
Carga de transmissão paredes e vidro 87%
Carga solar pelos vidros 76%
Infiltração (componente sensível) 100%
Carga de calor pelo teto < 3 m 100%
Carga de calor pelo teto > 3 m 40%
Iluminação incandescente na zona ocupada 100%
Iluminação incandescente fora da zona ocupada 90%
1,8 m <h<3 m
Iluminação incandescente fora da zona ocupada > 3 m 80%
Iluminação fluorescente zona ocupada 100%
Iluminação fluorescente zona ocupada 1,8 <h<3 m 70%
Iluminação fluorescente >8 m 50%
Pessoas 100%

Computadores e Equipamentos de Escritório


Para computadores e equipamentos de escritório, talvez mais importante
ainda é não considerar como carga térmica, o valor de Watts indicado na
placa.

Christopher Wilkins e M.H. Hosni, no ASHRAE Journal de Julho de


2000, apresentaram estudos em que computadores 386, 486 e Pentium que
tinham valores de placa de 165 a 759 W, consumiam em média, 55 W e se
quisesse ter uma posição altamente conservadora, se deveria considerar 75 W,
ou seja, se pensar que 75 W pode ser o de menor valor de placa, já daria uma
redução de 55% na carga, tendo-se então carga real 45% do valor de placa,
fator 0,45.
“ESTE CONCEITO É VÁLIDO PARA FLUXO DE
DESLOCAMENTO E FLUXO TURBULENTO.”

60

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Para fluxo de deslocamento, considerando a divisão entre carga radiante


e de convecção, pode-se considerar conservativamente mais 10%, apenas de
redução, ou seja, um valor de 40% - fator 0,4.

Para os monitores de computador a redução final é um pouco menor, re-


comendando-se baseado em Hosni et All usar 45% da carga, fator 0,45.

Para as impressoras laser, o consumo é de cerca de metade do valor da


placa e para fluxo de deslocamento, aplicando o fator 0,9, se chega também
a 45%, fator 0,45 , como valor a usado na carga térmica.

Para copiadoras sugere-se usar o fator 0,4


Para scanner 0,55
Para máquina de fax 0,45

Após definida a carga térmica da sala, o processo de cálculo do ar a insuflar,


se o sistema de insuflamento for o fluxo de deslocamento DV (Displacement
Ventilation) tem ainda algumas considerações adicionais. As diferenças de com-
portamento dos dois sistemas e os perfis de temperatura, velocidade e concen-
tração de poluentes podem ser vistos nas Figuras 49, 50 e 51 a seguir.

Movimento de ar Movimento de ar
na sala com na sala com
fluxo de ar misto fluxo de deslocamento Catálogo TROX

Figura 49 Figura 50

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

Catálogo TROX
Figura 51
O parâmetro de partida é a diferença de temperatura entre o tornozelo
(0,1 m) e a cabeça de uma pessoa sentada (1,2 m) e ainda qual a temperatura
mínima para o tornozelo no verão.
Usando dados da ISO-7730 e experiências do Prof. Fanger, trabalharemos
com Δt AZ = 3oC e como a ISO-7730 não define o valor mínimo da tempe-
ratura no tornozelo, usaremos o recomendado pela DIN 1946/2 que é de
21oC (esta norma DIN limita o Δt AZ a 2oC para verão).
Krütne (1995) determinou uma relação aproximada C entre o Δt AZ e a
diferença de temperatura , entre o ar insuflado e o ar exaurido da sala.

TABELA 7
AUMENTO DE TEMPERATURA EM
CARGA DE RESFRIAMENTO
Δt AZ
ZONA OCUPADA C = PROPORCIONAL NO PISO USO DA SALA
Δt AR EM %
Iluminação próximo ao teto.
0,16 0 - 20 Ex. museus e estúdios.
0,25 20 - 60 Escritórios

0,33 60 - 100 Deslocamento de


ar por indução
Escritórios com alta carga
térmica. Teto frio.
0,4 60 - 100
Salas de montagem
(Assembly rooms)

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Para uma área de escritórios Krütne determinou C = 0,25


Δt AZ
C=
Δt AR

Δt AZ
Δt AR =
C

3
Δt AR =
0,25

A equação clássica de Q = m x c x Δt para valor de Q expresso em W e


ao nível do mar ficaria então como:

Q (W)
V(m3/h) = (Δt em graus Celsius)
0,335 x Δt

Para São Paulo com condição padrão, ρ = 1,1 kg/m3 a equação se trans-
forma em:

Q (W)
V(m3/h) =
0,305 x Δt

Outro ponto importante é a que altura se define a zona estratificada supe-


rior poluída. A altura dessa zona depende diretamente da relação entre o ar
insuflado na sala e as correntes de convecção geradas pelas cargas térmicas
internas. No ponto em que elas se igualam é a zona de separação.

Alguns valores de referência válidos para diferença de temperatura entre


tornozelo e cabeça de Δt AZ = 0oC, mas que podem servir de base de verifi-
cação, são os da tabela 8 seguinte.

O fluxo de convecção depende da sua geometria, da disposição e do grau


de aumento de temperatura na sala, com a altura. Os valores são aproxima-
dos.

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

TABELA 8
VALOR VAZÃO DE AR VAZÃO DE AR APRO -
NATUREZA DA APROXIMADO DA CARGA A 1,1 M DE XIMADA A 1,8 M DE
EFETIVA EM W ALTURA EM M3 / H ALTURA EM M3 / H

Pessoas
Sentadas ou em pé, 100 - 120 80 – 100 180 – 210
Com baixo nível
de atividade
Equip. de escritório
Luminária de mesa 60 40 100
PC ou fax 300 100 200
Projetor de transparência 300 100 200
Copiadora ou impressora 400 120 250
Copiadora simples 1000 200 400
Elementos de 400 40 100
aquecimento
Máquinas
aprox, 1 m dia, 1 m altura 2000 600
aprox. 1 m dia, 1 m altura 4000 800
aprox. 2 m dia, 1 m altura 6000 900
aprox. 2 m dia, 2 m altura 8000 1000

Nos casos em que a grande preocupação, ao determinar a vazão de ar a


insuflar, seja mais o nível de poluição que a retirada de calor (caso de zonas
industriais) e se conheça o nível máximo de poluição admissível (Ce):
G
V=
Ce - Ci
Onde:

G = Quantidade de poluição gerada em mg/h


V = Vazão de ar a insuflar em m3/h
Ce = Concentração máxima permitida em mg/m3
Ci = Concentração de contaminantes no ar insuflado mg/m3

Na Europa, em que muitos casos se trabalha com 100% de ar exterior


V = VAE
Se houver alguma recirculação, há que calcular o grau de poluição da mis-
tura, levando em conta o efeito de retenção dos filtros.
O conceito de DV pode ser utilizado com difusores no piso (se houver piso
falso) ou com difusores na lateral ou ainda no teto, neste caso, a zona de des-
cida do jato é zona de não ocupação conforme apresentado na Figura 52.

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Difusores de parede Difusores de piso

Difusores de teto

Catálogo TROX
Figura 52

Um dado final a ter-se em conta é que, se a temperatura da sala não é


constante em altura, dever-se-ia dividir a altura em 3, considerar o valor
médio da temperatura e para esse valor determinar a carga de transmissão.
Também porque o insuflamento se faz, a maior parte das vezes, por pleno,
portanto a perda de carga nestes sistemas é menor, logo ventilador menor
(comparado com fluxo turbulento), motor menor, energia dissipada menor,
reduzindo a carga térmica.

Controle de umidade
Em climas tropicais, quentes e úmidos, põe-se um outro problema que
é a retirada de umidade. Se for utilizada uma instalação tradicional, com
mistura de ar exterior com o de retorno antes da serpentina e toda a mistura
passando pela serpentina, para insuflar o ar a uma temperatura de 17oC, o

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

ponto de orvalho da serpentina pode não ser suficientemente baixo. Neste


caso, a serpentina tem que acomodar a temperatura necessária à desumifica-
ção e o ar precisa, então, ter sua temperatura ajustada, o que poderia ser feito
por reaquecimento à custa de um consumo de energia alto ou através de um
by pass do ar de retorno, com uma serpentina menor na máquina e um damper
de by pass, o que se mostra esquematicamente na Figura 53.

Insuflado
Ar by pass

Manual Carrier
Equipamento de
ar condicionado

Figura 53

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

CAPÍTULO 7
OUTROS SISTEMAS DE
INSUFLAMENTO PELO PISO
7.1. SISTEMA UFAD (UNDERFLOOR AIR DISTRIBUTION)

Nos EUA, que só bem recentemente começaram a usar estes sistemas, se


utiliza um sistema de insuflamento pelo piso, com uso obrigatório de piso
falso, com o título acima que, embora seja sistema de insuflamento pelo
piso, não é um sistema de fluxo de deslocamento (DV).

A diferença principal é que enquanto no DV o ar é insuflado a velocidades


muito baixas (o que é importante do ponto de vista de correntes de ar que
são sempre o binômio temperatura-velocidade) e o fluxo de ar é do tipo
quase unidirecional (laminar), mesmo tendo em conta a turbulência da con-
vecção, no sistema UFAD o ar é insuflado a velocidades mais altas e com
grande turbulência.

Com isso, a temperatura junto ao solo é mais alta para uma mesma tempe-
ratura de insuflamento ou, inversamente para uma mesma temperatura de
solo, pode-se insuflar o ar a uma temperatura mais baixa, permitindo, em
teoria, aumentar o diferencial de temperatura e a carga térmica retirada. Só
que, no cálculo de carga térmica, todas as cargas situadas na zona de ocupa-
ção são cargas efetivas da sala.

A zona de ocupação (até 1,8 m do solo) torna-se zona turbulenta, similar


à de uma instalação de insuflamento pelo teto, embora com um grau de
poluição menor que o de insuflamento pelo teto, uma vez que, tal como no
DV, também se cria uma zona estratificada não ocupada, com maior nível
de poluição.

Alcance do jato (velocidade terminal 0,25 m/s) define a separação entre


zonas de turbulência e estratificação.

A comparação entre perfis de velocidade de DV e UFAD e convencional


e a divisão entre zonas na sala foram bem ilustradas por Fred Bauman no
guia UFAD da ASHRAE, conforme apresentado nas Figuras 54 e 55.

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Underfloor Air Distribution (UFAD) ,


SH = altura de estratificação
TH = altura do jato

Altura do jato < altura de estratificação

Fred. S. Bauman
ZONA ZONA
DE NÃO DE NÃO
OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO

Figura 54

Underfloor Air Distribution (UFAD) ,


Altura do jato > altura de estratificação

Fred. S. Bauman
ZONA ZONA
DE NÃO DE NÃO
OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO

Figura 55

Defensores do sistema UFAD, comparados com DV referem que se ga-


nha em conforto, perdendo-se em qualidade do ar.
Concordamos com a perda da qualidade do ar, que a nosso ver é o prin-
cipal objetivo do ar condicionado, mas mesmo no conforto o aumento de
velocidade e turbulência faz perder a vantagem de ter uma temperatura
mais alta na zona de ocupação.
Os gráficos do Prof. Fanger, Figura 10 do Capítulo 1 do livro de Bauman,
suportam esta afirmação.
Os perfis de temperatura são influenciados pela vazão de ar para uma
mesma carga térmica (Figura 56). Ou ainda pela temperatura de insufla-
mento (Figura 57).
A zona de não ocupação perto dos difusores no sistema UFAD, compa-
rada com o sistema DV é maior.

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

ft

Webster et all
ºF
Figura 56
ft

Webster et all

ºF
Figura 57

7.2 – TAC – SISTEMA INDIVIDUALIZADO (TASK AMBIENT CONDITION)

Uma terceira alternativa aos sistemas de insuflamento pelo piso foi desen-
volvido na África do Sul e nos EUA e trata-se de uma versão atualizada do
ar condicionado individualizado. As placas de piso têm normalmente um
pequeno ventilador acoplado e a vazão de ar pode ser regulada através de
um reostato. Nos sistemas DV e UFAD, a regulagem individual é também
possível, mas por meios manuais, normalmente rodando-se a parte superior
do difusor na sua moldura, se vai de zero a 100% de vazão do difusor.

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O módulo de placa de piso com ventilador tem normalmente 4 ou 2 difu-


sores e a regulagem de velocidade pode ser feita através de um dispositivo
no próprio difusor (Figuras 58 e 59).
Esse tipo de sistema cria, tal como o sistema UFAD, uma zona de fluxo
turbulento com velocidades de ar maiores que no sistema DV e com isso
haverá o perigo de se criarem correntes de ar que o controle de velocidade
do ventilador permite reduzir ou eliminar.
Por outro lado, a colocação de um ventilador por placa ativa com um
motor individual de baixo rendimento, criando inúmeros pontos de manu-
tenção, obriga a uma rede elétrica própria, como as placas são facilmente
removíveis, a manutenção é feita fora da sala, tornando o problema de ma-
nutenção menos crítico.

Catálogo TROX
Figura 58

TMFT - 480 TMFT - 650


Catálogo TROX

Figura 59

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

CAPÍTULO 8
SISTEMAS DE TETOS E VIGAS FRIAS (*)
8.1 INTRODUÇÃO

Em todos os sistemas atrás descritos, sempre se teve como preocupação o


problema das correntes de ar. Para um mesmo espaço físico a condicionar,
se fosse possível retirar calor reduzindo ao mínimo exigido a movimenta-
ção do ar, ou pelo menos retirar uma parte do calor, sem ser por meio do ar,
se teriam vazões menores e conseqüentemente menos problemas.

A solução apareceu com os sistemas de tetos frios, em que se circula em


placas de forro, água fria que provoca uma temperatura de superfície 2ºC a
3oC acima do ponto de orvalho da sala para evitar problemas de condensa-
ção e obviamente abaixo da temperatura da sala.

O sistema apresenta ainda vantagens adicionais, como seja, a economia


de espaço para passar os tubos de água, em vez dos dutos de ar, devido ao
maior calor específico da água.

Nestes sistemas não é possível eliminar 100% o insuflamento de ar, uma


vez que para controle de umidade e higienização continua sendo necessário
insuflar ar.

Outro aspecto importante é o nível sonoro.

A equação de Beranek LW = 10 log Q + 20 log P + K, em que:

LW - Potência sonora
Q - Vazão de ar
P - Pressão total do ventilador
K - Constante (dependente do ventilador)

logo nos indica que diminuindo a vazão a insuflar, se terá um nível de po-
tência sonora menor. A própria pressão acaba por ser menor por não ser
necessário ter tanta preocupação com a dimensão dos dutos.
(*)Fonte: Manual TROX

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

Como conseqüência, o ventilador pode vir a ser do tipo de pás para a


frente e logo “K” menor.

Há um gradiente de temperatura na vertical pela assimetria de tempera-


tura que não ultrapassa os 3oC máximos permitidos, mesmo para visitantes
da sala.

Os mecanismos de transferência de calor são basicamente três:

• Convecção: função da temperatura da sala e velocidade do ar


• Evaporação: função da umidade (remoção de calor latente)
• Radiação: função da temperatura da sala e da temperatura da
superfície fria

Com os tetos frios a troca é basicamente por convecção (45%) e radiação


(55%). O mecanismo de evaporação é o que acontece através do ar insuflado.

8.2 ECONOMIAS ENERGÉTICAS

A transferência de calor por meio de água apresenta economias energéti-


cas em relação ao uso do ar.

A equação básica de transferência de calor por todos conhecida é:


• x c x Δt
Q= m

Onde:
Q = transferência de calor em kcal/h

m = vazão massica em kg/h do fluido
c = calor específico do fluido em kcal/ºC x kg ar
Δt = diferença de temperatura em oC

Como a vazão massica se pode escrever:


• =vxρ
m

Onde:

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

V = vazão de fluido em ℓ/h


ρ = densidade

A equação acima pode então escrever-se

Q = V x ρ x c x Δt

Nos sistemas de tetos frios a diferença de temperatura entre a água de ali-


mentação às placas e a água de retorno é normalmente de 2oC (3oC para as
vigas). Para transportar 1000 W de energia com Δt da água de 2oC e como
1 kcal/h = 1,163 W e para a água ρ = 1 kg/ℓ c = 1 cal. .
g x ºC
A equação se transforma em:

Q(kcal/h)= Vℓ/h x 1 x 1 x Δt

Q(W) = V x Δt x 1,163

Q(W)
V(ℓ/h) =
1,163 x Δt

1000
V = = 430 ℓ/h ou 0,43m3/h
1,163 x Δt

Para o ar standard ao nível do mar, e tendo-se ρ = 1,2 kg/m3 e c = 0,245


kcal/oC x kg ar

Q (kcal/h) = V x 1,2 x 0,245 x Δt

Em sistemas a ar um valor de Δt tradicional é 11oC

Q (kcal/h) = V x 1,2 x 0,245 x 11

Q (W) = V x 1,2 x 0,245 x 11 x 1,163

1000
V = 1,2 x 0245 x 11 x 1,163 = 265 m3/h

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

ou seja:

265 = 616 vezes mais de ar é preciso para movimentar a mesma


0,43 quantidade de energia.

Considerando que a velocidade de fluido usual é para o ar 7 m/s e para a


água 1 m/s, precisa-se então, das seguintes áreas para transporte de 1000 W
de energia.

Para Ar = 265 = 0,0105 m2


3600 x 7

Para Água = 0,43 = 0,0001195 m2


3600 x 1
0,0105 ~ 88
0,0001195

É preciso 88 vezes mais de área.

Comparações Energéticas

Relação entre áreas 1:88

Catálogo TROX

Tubulação de água Duto de ar

Figura 60

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

TABELA 9 - COMPARAÇÕES ENERGÉTICAS


DADOS UNIDADE AR ÁGUA AR /ÁGUA
Capacidade de resfriamento W 1000 1000 1

Diferenca de temperatura K 11,0


2,0 5,5
Densidade kg/m3 kg/m3 1000 1
Capacidade térmica específica J/kgK 1000 4180 0,24
Vazão m /h
3
265 0,43 616
Velocidade no tubo m/s 7,0 1,0 7,0
Seção Transversal do tubo cm 2
105 1,19 88
Diâmetro mm 115 12,3 9,4
Diferença de pressão kPa 0,8 50,0 0,02
Potência necessária W 52,6 8,5 6,18

Um cálculo idêntico se pode apresentar para comparar o consumo ener-


gético para transportar os mesmos 1000 W de energia, usando o ar ou a
água, e usando como base rendimentos de ventilador de 0,7 (Limit loads
têm rendimentos maiores, mas Siroccos têm menores) e para a bomba, um
rendimento similar 70% e ainda 500 Pa para Δp do ventilador e 5 mCA =
50.000 Pa para a bomba.

TABELA 10 - CUSTO DE TRANSPORTE DE ENERGIA 1000 W


AR ÁGUA
Diferença de temperatura Δtl = 11,0 ºC Δtw = 2,0 ºC
Vazão Q = 265 m3 /h Q = 0,43 m3 /h
Potência Elétrica v (m3 /s) x ∆p (Pa)
Ventilador ou bomba Pw = η
Pressão ventilador ou bomba 500 pa 50.000 Pa = 5 mCA
2650 x 500 0,43 x 50.000
Potência motor
3.600 x 0.7 3.600 x 0.7
Potência necessária 52,6 W 8,5 W

Os consumos ficam, então, em 52,6 W para o ar e 8,5 W para a água.

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8.3 UMIDADE DO AR – PROBLEMA DE CONDENSAÇÃO

Se a temperatura do teto frio ficar abaixo do ponto de orvalho do ar, no


teto frio ou na tubulação de alimentação, poderia haver condensação.

Algumas medidas elementares evitam o problema.

O gráfico de conforto, de acordo com a norma DIN, nos indica que para
uma temperatura operativa de 25oC (que dá em tetos frios a mesma sensa-
ção de 23,5oC) o ponto de orvalho a nível do mar para uma umidade rela-
tiva de 50% e temperatura seca de 25oC é de 15oC. Assim se a alimentação
de água for a 16oC e retorno a 18oC se terá uma temperatura média de 17oC,
logo, sem condensação.

Para a tubulação do forro, que é isolada, o isolamento impede a condensação.

As janelas, em princípio, não deverão abrir, evitando a entrada direta do


ar exterior com o ponto de orvalho bem acima, mas por precaução micro-swi-
tches nas janelas que cortem a alimentação de água do teto, ou diretamente
sensores de ponto de orvalho (dew-point) em paralelo com a válvula de três
vias do circuito, resolverão o problema.

A parte superior das placas pode ser isolada com manta de lã de vidro
apropriada.
Catálogo TROX

Figura 61 - Exemplo de teto frio radiante

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8.4 VIGAS FRIAS

Em locais ou zonas onde é necessária mais carga que os 90 W/m2 que por
radiação se consegue retirar, existe a opção de utilizar vigas frias.

As vigas podem dividir-se em passivas e ativas, sendo vigas passivas as


que funcionam num princípio idêntico ao das placas dos tetos frios, isto é,
só com água fria.

O rendimento de uma viga passiva depende de vários fatores, entre os


quais, a altura total da viga, a distância a que a mesma se monta do teto, em
função da largura da mesma.

Catálogo TROX

Figura 62 - Esquema de montagem

O gráfico seguinte mostra que ao se aumentar a distância da viga do teto,


o rendimento aumenta até Z/B ser 0,4. A partir daí, não se aumenta o ren-
dimento.
1,05
1,00
0,95
0,90
q/qmax

0,85
0,80
0,75
Catálogo TROX

0,70 Measurement B=300mm


0,65 Measurement B=600mm
0,60
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Z/B

Figura 63 - Dependência da distância do teto Z

77

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

As vigas ativas são vigas em que, além da parte de refrigeração via


água, se injeta através de bicos injetores (nozzles) o ar primário neces-
sário à higienização (ou não só), sendo a capacidade da viga aumen-
tada pelo efeito de indução do ar secundário sobre a serpentina.
Para o cálculo total há ainda que ter em conta o aporte de refrige-
ração trazido por esse ar primário injetado normalmente a 14ºC ou
15 o C.

Série DID 300 Exemplo de


Esquema de eficiência em
funcionamento em refrigeração função da vazão de ar

Qpr = 170 W QS = 314 W


VS = 275 m /h
3
Vpr = 50 m /h
3

tpr = 10 K tS = 5,5 K

QZ = 484 W

Catálogo TROX
3
VZ = 325 m /h
tZ = 4,5 K

Figura 64 Figura 65

A utilização anterior de vigas permite ainda considerar que se elas


sobressaírem do forro, o pé direito considerado é medido fora das vigas,
ou em outras palavras, é praticamente fazer ar condicionado sem usar
espaço nenhum para forro, se as alimentações de água e ar vierem pelo
corredor, encostado a um lado do mesmo.
Um valor típico de capacidade de uma placa de forro frio é de
90 W/m 2 , o que é normalmente suficiente para climatizar a parte
interna do edifício. Para a periferia, depende como sempre e muito
do projeto arquitetônico (sombreamento e tipo de vidro). Se ultrapas-
sando esse valor, a solução viga fria é a que se recomenda.

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Combinação de teto frio e viga fria

Catálogo TROX
Figura 66

Exemplos típicos de tetos e vigas frias se apresentam a seguir.

Exemplo de teto frio radiante Viga fria passiva

Luminária integrada Série Konvektor


Catálogo TROX

Figura 67

79

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CAPÍTULO 9
ACÚSTICA
9.1 INTRODUÇÃO

Um dos problemas sérios de conforto de uma instalação é o nível de ruído


na sala. Alguns autores indicam que em cerca de 22% dos edifícios chama-
dos doentes, a causa está no nível de ruído.

Embora já em capítulos anteriores se tinha tocado no problema do nível


de ruído “próprio”do difusor ou grelha, sendo assim considerado o ruí-
do gerado pelo ar ao passar no difusor, muitas vezes o ruído que chega à
sala pelo difusor vem de outras fontes do sistema, e a principal delas é o
ventilador, que não sendo devidamente tratadas ou atenuadas, causam o
problema.

No sentido de deixar uma ferramenta de uso fácil aos leitores e tomando


como base o folheto Sound and Sense da TROX Inglaterra, apresentamos a
seguir uma metodologia de ataque ao problema.

O equipamento mecânico é, na maior parte das vezes, a principal fonte


de ruído num edifício. O ruído gerado numa casa de máquinas “viaja” até o
interior da sala por vários caminhos.
ASHR AE

Figura 68

80

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

A e B2: Ruído transmitido pelo duto de insuflamento da sala.

B1: Ruído de “fuga” radiado pelo próprio duto da sala ou dutos próximos.

C e C1: Ruído pelo retorno

C e C2: Ruído transmitido através da parede

D: Ruído pela estrutura

Toda a vez que o ar passa por um duto, um damper, difusor, etc., cria um
ruído próprio ou ruído de regeneração que, em cálculos mais precisos, deve
ser levado em conta.

Veremos à frente que em estudos menos delicados isso é muitas vezes sim-
plificado. As barreiras à propagação do ruído são, então, constituídas por:

Caminhos B1 C C1 C2 – Estruturas reforçadas em massa ou materiais


isolantes.

A e B2 – Dimensionamento adequado de dutos, componentes vários e sele-


cionamento apropriado dos elementos de distribuição de ar e, se necessário,
atenuadores de ruído.

Retorno – Análise adequada do caminho de retorno, com dimensiona-


mento adequado de dutos de retorno ( se houver – muitas vezes o retorno é
por pleno) e se necessário dimensionamento de atenuadores de ruído.

O caminho do retorno acaba sendo, muitas vezes, o caminho crítico por


ser o de menor comprimento e, muitas vezes, por ser o de maior área livre,
logo, menos atenuação sempre que o retorno se faz por pleno.

A diminuição dos problemas de ruído é sempre mais fácil de ser corrigido


na fase de projeto do que depois da instalação concluída.

Recentemente, com o começo de utilização de paredes do tipo dry-wall,


o cálculo C e C2 acaba sendo, muitas vezes, o caminho crítico, seja pela
transmissão direta entre salas, seja através de um corredor que recebe os

81

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retornos de ar via grelha de porta e leve o ar direto à casa de máquinas. Mes-


mo quando ainda há duto de retorno entre o corredor e a casa de máquinas,
paredes sem isolamento acústico da e na casa de máquinas, com portas de
acesso à casa de máquinas do tipo madeira simples, são freqüentemente
causa de problemas.
9.2 – CRITÉRIOS DE SOM PARA INTERIORES
Que nível de ruído é ou não aceitável numa instalação? O que o ouvido hu-
mano sente é a pressão sonora que o atinge e que se mede em valores absolutos
em micro-pascais (μPa). Como entre a pressão mínima que o ouvido detecta
para uma freqüência da ordem de 2000 Hz é de 20 μPa, e um foguete Saturno
da NASA produz 1.000.000 μPa, os valores da escala ficariam sem sentido, se
usa a escala logarítmica referenciada a uma fonte P0 e dado então por:
Lp = 20 log10 P
P0
Onde:
P0 = 2 x 10 -5 Pa = 20 x 10 -6 Pa = 20 μPa
O nível de ruído da fonte , contudo, é um dado de energia e então, tendo
como base Wo = 10 -12 W se tem que a potência sonora de um ventilador
LW é dada por:

LW = 10 log10 W
Wo
A relação entre as duas medidas é dada por:
Lp - LW + log10 Q - 20 log10 R - 11 dB
sendo:
Q = fator de diretividade do som, e:
Q = 1 para onda esférica
Q = 8 para radiação apenas em 1/8 da esfera
Existem vários critérios para se definir o nível de ruído em uma sala, sendo
os mais usados no Brasil as curvas NC ( Noise Criteria) e o ruído em dB(A).
NC – As curvas NC se baseiam em que o ouvido humano não “ouve”
igualmente em todas as freqüências, tendo a membrana do nosso ouvido
a sua maior sensibilidade na banda de freqüência entre 2000 e 4000 Hz,

82

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

ouvindo menos para freqüências mais altas e mais baixas. Tomando como
referência o valor que se ouve em 1000 Hz, se desenvolveram curvas de
igual audibilidade de NC10 a NC65 e, se se define que o nível de ruído tem
que ser inferior a NC 35 (valor usual para escritórios) então, nas diferentes
bandas de oitava, os valores medidos são inferiores a:

63Hz 125Hz 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz 4000Hz 8000Hz

60 52 45 40 36 34 33 32

O critério NC é o que se usa para classificar bocas de ar, mas ele não dá
uma idéia da “qualidade” relativa do som. O som real pode só se aproximar
da curva em um ponto ou pode beirar em todas as freqüências, toda a curva
ou ainda, estando dentro da curva, se concentrar em baixas freqüências, o
chamado efeito de ronco (rumble effect), ou estar concentrado nas altas fre-
qüências, conhecido como efeito de silvo (hiss effect), o que pode ocasionar
para sons com a mesma classificação NC terem, os ocupantes, um efeito de
incômodo ou de estresse.
80
Nível de pressão da banda de oitava, dB Re x 10 -5 N/m2

70
NC-6
5
NC-6
0
60
NC-5
5

NC-5
0
50
NC-4
5
NC
-4 0
40
NC
-35

NC
-3 0
30
NC
-2 5
NC
-20
20
NC
-1 5

10
Limite aproximado de
ouvir ruídos contínuos

63 250 500 1000 2000 4000 8000

Centro de freqüência da banda de oitava, Hz

Figura 69

83

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

dBA – O outro critério que é recomendado basicamente para análise do


ruído em exteriores, mas que se usa muito no Brasil, também para interiores
é o de dBA.

A escala de medição A soma as pressões sonoras de cada oitava, mas le-


vando em conta as diferenças de audibilidade do nosso ouvido, base das
NC, ou seja, corrigindo as medições como segue na tabela:

63Hz 125Hz 250Hz 500Hz 1000Hz 2000Hz 4000Hz 8000Hz

-26 -16 -9 -3 0 +1 +1 -1 dB

Os diferentes valores por banda de oitava são, então, adicionados (soma


logarítmica) e o valor final é representado por um número seguido por
dBA. Exemplo: 40 dB(A).
Além da escala A, existem também escalas B, C e D, que representam
melhor a realidade para casos específicos, em que o nível de audibilidade é
maior, sendo que a escala D é basicamente usada para se avaliar o ruído de
aeronaves.
Com o aparecimento dos sistemas VAV, um ponto do espectro onde apa-
recem problemas é em baixa freqüência. As curvas NC não contemplam
esse espectro e houve necessidade de criar uma nova família de curvas cha-
madas NCB que incluem valores para as freqüência de 16 e 31,5Hz e ainda
as curvas RC, já mais recentemente substituídas pelas RC Mark II. Dados
sobre esses critérios, pouco usados no Brasil, podem ser encontrados nos
manuais da ASHRAE.

9.3 CÁLCULO DE RUÍDO PARA INTERIORES

Apresentamos um exemplo de cálculo de ruído numa instalação de ven-


tilação:

84

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Catálogo TROX

Figura 70 - Exemplo de instalação típica

9.3.a RUÍDO DOS VENTILADORES

O primeiro dado a obter é o nível de ruído do ventilador que deve ser


buscado diretamente junto ao fabricante do mesmo.

É preciso cuidado porque muitas vezes os espectros fornecidos são obtidos


em condições de teste que, nada têm a ver com as condições reais de utiliza-
ção em máquina. O nível de ruído do ventilador depende de vários fatores
(rendimento no ponto de aplicação, tipo de montagem, fator de sistema da

85

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

instalação, etc) e os próprios manuais da ASHRAE suprimiram após algum


tempo, dados que permitiam calcular o nível de ruído do ventilador.
Na falta de informação adequada, acreditamos que essas tabelas ainda
possam ser utilizadas, pelo que as reproduzimos aqui.

LW = KW + 10 log Q + 20 log P + C
Q1 P1

Onde:

LW = Potência sonora do ventilador


KW = Nível de ruído específico em potência
Q = Vazão de ar em ℓ/s
Q1 = Vazão de ar de referência 0,472 ℓ/s
P = Pressão Total do ventilador
P1 = Pressão de referência 249 Pa
C = Correção por trabalho do ventilador fora do seu rendimento máximo
BFI - Freqüência de incremento da lâmina

TABELA 12
Freqüência central da Banda Hz
63 125 250 500 1000 2000 4000
Tipo de ventilador ø Ventilador BFI
Hz Hz Hz Hz Hz Hz Hz
Centrífugos Air foil 900 mm e > 32 32 31 29 28 23 15
3
e Pás para traz < que 900 mm 36 38 36 34 33 28 20
Siroccos Todos os ø 47 43 39 33 28 25 23 2
1000 mm e >
Radiais 45 39 42 39 37 32 30
500 mm a
e 55 48 48 45 45 40 38 8
1000 mm
Sopradores 63 57 58 50 44 39 38
< que 500mm
1000 mm e > 39 36 38 39 37 34 32
Vaneaxial 6
< que 1000 mm 37 39 43 43 43 41 38
1000 mm e > 41 39 43 41 39 37 34
Tuboaxial 5
< que 1000 mm 40 41 47 46 44 43 37
Hélices (torre de
Todos 48 51 58 56 55 52 46 5
Resfriamento)

Os valores acima são para o ruído que sai pela descarga ou aspiração do
ventilador.

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

O ruído total é a soma dos dois, ou seja, acrescentar 3 dB.


O valor BFI leva em conta o ruído gerado em uma dada freqüência, pela
passagem das lâminas do rotor pela lingüeta anti-retorno do ar (bleed-off ).
Esse ruído é um nível sonoro concentrado numa banda só e, a banda em
que isso ocorre pode ser calculada, ou então usada a tabela a seguir.

TABELA 13
TIPO DE VENTILADOR BANDA DO BFI
Centrífugos Air foil
250 Hz
e pás para tráz
Siroccos 500 Hz
Radiais e Sopradores 125 Hz
Vaneaxial 125 Hz

ASHR AE
Tubo axial 63 Hz
Hélices 63 Hz

O fator de correção C - relação entre o ponto de rendimento de trabalho


e o rendimento máximo do ventilador é dado por:

TABELA 14
% DO PICO DE
CORREÇÃO EM dB
EFICIÊNCIA ESTÁTICA
90 a 100 0
85 a 89 3
75 a 84 6
65 a 74 9
ASHR AE

55 a 64 12
50 a 54 15

Exemplo: Se um ventilador tem rendimento máximo de 85% e o ponto


de trabalho é 75%, então a eficiência em % do pico é
75 = 0,88 = 88%, ou seja a correção é 3.
85
Todo o cálculo será resumido na tabela 25 apresentada no final. O valor
do ruído do ventilador é introduzido na linha a da tabela.

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

9.3.b ATENUAÇÃO NOS DUTOS - CAMINHO CRÍTICO

Conhecido o ruído do ventilador, o próximo passo é investigar qual a saída


crítica, ou seja, aquela onde o nível sonoro que sai da boca é o mais alto. Essa
boca é normalmente (mas nem sempre) a boca mais próxima. Pode não o
ser, se houver por exemplo, uma outra boca com muita vazão de ar.

Há dados que permitem saber a atenuação em todos os elementos do


sistema. Para os casos mais usuais, de dutos em chapa com isolamento exte-
rior, a atenuação em dB por metro é dado por:

TABELA 15 - Atenuação em dutos retos não isolados em dB/m


Dimensão BANDA CENTRAL DE FREQÜÊNCIA, FM EM HZ
menor do
duto S (mm) 63 125 250 500 1K 2K 4K 8K
S - 200 0.6 0.6 0.45 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3
201 - 400 0.6 0.6 0.45 0.3 0.2 0.2 0.2 0.2
401 - 800 0.6 0.6 0.3 0.15 0.15 0.15 0.15 0.15
801 - 1600 0.3 0,15 0.15 0.1 0.06 0.06 0.06 0.06

TABELA 16 - Atenuação em cotovelos sem veias


Dimensão BANDA CENTRAL DE FREQÜÊNCIA, FM EM HZ
menor do
duto S (mm) 63 125 250 500 1K 2K 4K 8K
S -200 0 0 0 0 6 8 4 3
201 - 400 0 0 0 6 8 4 3 3
401 - 800 0 0 6 8 4 3 3 3
801 - 2000 0 6 8 4 3 3 3 3

TABELA 17 - Atenuação em curvas ou cotovelos sem veias


Dimensão BANDA CENTRAL DE FREQÜÊNCIA, FM EM HZ
S menor do
duto S (mm) 63 125 250 500 1K 2K 4K 8K
-250 0 0 0 0 1 2 3 3
251 - 500 0 0 0 1 2 3 3 3
S 501 - 1000 0 0 1 2 3 3 3 3
1001 - 2000 0 1 2 3 3 3 3 3

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

Se houver outros elementos, tais como dampers corta fogo, Caixas VAV,
Dampers de regulagem, em todas elas o ar, por um lado atenua o seu nível
de ruído, mas cria um ruído próprio. Haverá, num estudo crítico, de ir mais
a fundo na análise. Nos casos mais usuais e nas velocidade de 6 – 7 m/s,
normalmente em baixa pressão no Brasil, a atenuação e ruído próprios são
pequenos (exceto em alguns VAV) e por isso se despreza esse cálculo.

9.3.c ATENUAÇÃO NO DIFUSOR


Ao chegar ao difusor, aí sim, é conveniente fazer esse estudo. O próprio
difusor é um obstáculo significativo à passagem do ar e por isso reflete uma
parte significativa do ruído.
A tabela 18 dá esses valores de atenuação em função da área do difusor. Para
freqüências acima de 1 K a reflexão é dispensável. Reflexão de saída, dB.

TABELA 18
ÁREA Banda central de freqüência, fm em hz
EFETIVA LIVRE
DE SAÍDA- CM2 63 125 250 500 1k
20 3
15 10 6
100 19 2
14 9 5
18
13 8 4
17
12 1
16 7 3
11
15 6
10 2
500 14 5
13 9
4
12 8
1
1000 11 7 3
10 6
2
9 5
8 4 1 0
7 3
5000 0
6
2 0
5
10000 4 1

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

9.3.d – NA LINHA D DA TABELA 25, SE INSERE A ATENUACÃO TOTAL,


SOMA DOS CÁLCULOS ANTERIORES B E C.

9.3.e– Na linha e se registra a diferença entre a e d e aqui se deve verificar


se o nível de ruído próprio do difusor é menor, pelo menos 10 dB em cada
banda de oitava, caso em que não há correções a fazer, uma vez que quando
se somam logaritcamente dois sons com diferença de 10 dB, o resultado é o
valor maior (Exemplo: 60 dB + 50 dB = 60 dB).

EFEITO DA SALA

Ao “sair” do difusor ou boca o ar “atinge” a pessoa de duas maneiras – Som


Direto ou Som Reverberante. O primeiro dispensa explicações e o segundo é
aquele resultante das reflexões múltiplas do som nas diferentes paredes e tetos.

Direto
Reverberante

Figura 71

SOM DIRETO

9.3.f – ATENUAÇÃO POR REPARTICÃO DO SOM.

O som se reparte proporcionalmente à vazão de ar (em escala logarítmica).


Conhecida a vazão de ar da boca e seu valor em % do total a tabela 19 nos
dá o som que sai na boca em estudo e se registra na linha f da tabela 25.

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TABELA 19
Repartição do som
dB
-20
-19
-18
-17
-16
-15
-14
-13
-12
-11
-10
-9
-8
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1 2 3 4 5 10 20 50 100%
porcentagem

9.3.g – ATENUAÇÃO POR DISTÂNCIA

A distância entre a boca e o alvo (pessoa) é outro fator que reduz o nível de
ruído. A tabela 20 já leva em conta a transformação da potência sonora em
pressão sonora. O resultado vai para a linha g da tabela.

TABELA 20
Fator de distância
dB
-11
-12
-13
-14
-15
-16
-17
-18
-19
-20
-21
-22
-23
-24
-25
-26
-27
-28
-29
-30
-10

1 1.5 2 3 4 5 6 7 8 9
metros

9.3.h - DIRETIVIDADE

Finalmente a localização da boca na sala introduz ainda uma correção, só


que agora positiva, com valor inserido na linha h da tabela.

TIPO Junção de três


A superfícies, acrescentar + 9

Figura 72

91

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

TABELA 21
TIPO Junção de duas BANDA TIPO Centro de uma
B superfícies da sala CENTRAL DE C superfície da sala
FREQÜÊNCIA
Área da boca de saída cm 2 EM HZ Área da boca de saída cm 2
10 100 1000 10000 10 100 1000 10000 100000
+6 +7 +8 63 +3 +4 +5 +6 +7
+6 +7 +8 125 +3 +4 +5 +6 +7 +8
+6 +7 +8 +9 250 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9
+6 +7 +8 +9 500 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9
+7 +8 +9 1k +4 +5 +6 +7 +8 +9
+7 +8 +9 2k +5 +6 +7 +8 +9
+8 +9 4k +7 +8 +9
+8 +9 8k +8 +9

9.3.i/j - SOMATÓRIA DAS ATENUAÇÕES DIRETAS.

Esses valores f, g, h se somam na linha i da tabela final para dar a atenu-


ação do som direto. A linha j é a diferença entre as linhas e e i.

SOM REVERBERANTE
Para este cálculo, leva-se em conta agora o total de ar insuflado, não só na
boca crítica, mas na sala em total, se houver mais que uma boca nessa sala.
9.3.k - ATENUAÇÃO POR REPARTIÇÃO DO SOM.
Usa-se de novo a tabela 19 para determinar o valor a introduzir na linha k.
9.3.l - ATENUAÇÃO PELO VOLUME DA SALA.
Na linha l se introduz agora o fator de atenuação pelo volume total da sala.

TABELA 22
Atenuação
+10

-10
-11
-12
-13
-14
-15
-16
-17
-18
-19
-20
-21
-22
-23
-24
-25
-26
-27
-28
+9
+8
+7
+6
+5
+4
+3
+2
+1

-1
-2
-3
-4
-5
-6
-7
-8
-9
0

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
dB
3 5 10 20 50 100 200 500 1000 2000 5000 10000
volume da sala m3

92

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

9.3.m - ATENUAÇÃO DEVIDA AO TEMPO DE REVERBERAÇÃO.

A atenuação da sala pela reflexão do som nas diversas paredes depende,


não só do volume da sala, mas do material de revestimento que se reflete no
chamado tempo de reverberação (tempo necessário para que um som tenha
sua amplitude reduzida de 60 dB).
O tempo de reverberação médio para salas normais se pode obter da Ta-
bela 23.

Em função do tempo de reverberação se introduz a correção retirada da


Tabela 23.

TABELA 23
Tempo de reverberação
Mobiliário médio
Pouco mobiliário
Nenhum mobiliário
Superfícies pesadas
ou tetos altos

+10
+11
-10
-11

+1
+2
+3
+4
+5
+6
+7
+8
+9
-9
-8
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0

1 1 1 1 1 1 1 1

0.1 0.2 0.5 1 2 3 5 10

Esse valor é colocado na linha m da tabela.

9.3.n/o - SOMATÓRIA DAS ATENUAÇÕES REVERBERANTES.

Somam-se, na linha n os valores das linhas k, l e m que se subtraem ao


nível sonoro saído na boca (linha e) e o resultado é a linha o.

9.3.p - SOMATÓRIA DOS NÍVEIS DIRETO E REVERBERANTE.

Soma-se, finalmente logaritmicamente o nível direto, linha j, com o nível


reverberante, linha o, e o ruído combinado se registra na linha p (usar ta-
bela 24).

93

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

TABELA 24
Adição dos níveis de pressão do som, dB
Diferença em SPLs Adicionar para aumentar SPL
0,1 +3
2,3 +2
4, 5, 6, 7, 8, 9 +1
10+ 0

9.3.q/r - CÁLCULO DA ATENUAÇÃO NECESSÁRIA.

Conhecido o critério de projeto da sala (Ex.: NC 35) introduz-se o valor


na linha q e a diferença entre p e q aparece na linha r, como o nível de ruído
que há que atenuar no atenuador.

63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Hz

9 20 27 32 37 36 33 31 dB

Para o retorno ou ar exterior faz-se cálculo similar

94

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

TABELA 25 A
Cliente FREQÜÊNCIA POR BANDA DE OITAVA , FM EM Hz
Projeto 63 125 250 500 1k 2k 4k 8k

Dados do vetilador 9.5m @ 870 Pa


3

Tipo Centrífugo
Sistema de insuflamento Potência sonora 105 104 101 98 97 94 90 86 a
Duto/ Largura x Comp./
Tipo
curva altura ângulo
Duto 1500x1500 5m Retangular 1 1 1 0 0 0 0 0 b
Curva 750x1500 c/ veias 0 0 1 2 3 3 3 3

Curva 750x750 c/ veias 0 0 1 2 3 3 3 3

Curva 750x450 c/ veias 0 0 0 1 2 3 3 3

Duto 750x450 10 m Retangular 6 6 3 1 1 1 1 1

Curva 450x450 Cotovelo 0 0 6 8 4 3 3 3

Duto 450x450 10 m Retangular 6 6 3 1 1 1 1 1

Reflexão na saída 3 x 200 = 600cm 2 13 9 4 1 0 0 0 0 c


Atenuação total no duto (b + c) 26 22 19 16 14 14 14 14 d
SWL Potência sonora de saída 79 82 82 82 83 80 76 72 e
Percentual de vazão no difusor 6% -12 -12 -12 -12 -12 -12 -12 -12 f
Distância do difusor 1,5m -14 -14 -14 -14 -14 -14 -14 -14 g
Diretividade Tipo c +3 4 5 6 7 8 8 9 h
Fatores de ruído direto totais (f+g+h) -23 -22 -21 -20 -19 -18 -18 -17 i
Nível de ruído direto SPL 56 60 61 62 64 62 58 55 j
Percentual de ar na sala 12% -9 -9 -9 -9 -9 -9 -9 -9 k
Volume na sala 79m3 -5 -5 -5 -5 -5 -5 -5 -5 l
Tempo de Reverberação 1 sec 0 0 0 0 0 0 0 0 m
Fator total de Reverberação (k+l+m) -14 -14 -14 -14 -14 -14 -14 -14 n
Nível de ruído por Reverberação SPL 65 68 68 68 69 66 62 58 o
SPL combinado 66 69 69 69 70 67 63 60 p
Critério de ruído NC35 60 52 45 40 36 34 33 32 q
Atenuação requerida 6 17 24 29 34 33 30 28 r

Atenuação selecionada 11 17 30 50 50 50 42 33 s

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TABELA 25 B
CÓDIGO DE SELEÇÃO NC55 74 67 62 58 56 54 53 52

NR55 79 70 63 58 55 52 50 49

DS 20-100/1500 NC50 71 64 58 54 51 49 48 47

NR50 75 65 59 53 50 47 45 43

NC45 67 60 54 49 46 44 43 42

NR45 71 61 54 48 45 42 40 38

NC40 64 57 50 45 41 39 38 37

NR40 67 57 49 44 40 37 35 33

NC35 60 52 45 40 36 34 33 32

NR35 63 52 45 39 35 32 30 28

NC30 57 48 41 35 31 29 28 27

NR30 59 48 40 34 30 27 25 23

NC25 54 44 37 31 27 24 22 21

NR25 55 44 35 29 25 22 20 18

NC20 51 40 33 26 22 19 17 16

NR20 51 39 31 24 20 17 14 13

9.4 SELEÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO ATENUADOR.

Ao selecionar o atenuador uma preocupação é o ruído próprio do atenu-


ador, uma vez que um dado nível de ruído é atenuado e ao resultado final
deve-se acrescentar o ruído próprio do atenuador. Como já se disse que a
soma de dois sons de 10 dB de diferença, o resultado é o nível maior, deve-
se selecionar o atenuador com velocidade tal que o ruído próprio seja, pelo
menos, menor 10 dB que o valor do ruído, depois da atenuação direta.
Como orientação genérica ver tabela a seguir.

TABELA 26
CRITÉRIO VELOCIDADE MÁXINA DE FACE PERMITIDA M / S
PARA O NÍVEL DE RUÍDO Modelo de atenuador Modelo de atenuador
REQUERIDO NA SALA DS20-100 DS20-150
NC 25 3.2 3.9
NC 30 4.2 5.5
NC 35 5.0 6.7
NC 40 5.7 7.7
NC 45 6.6 8.6

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DI S T R I BU IÇ ÃO DE A R

O exposto atrás dá-nos a indicação que o atenuador deve ser colocado, o


mais próximo possível da fonte , antes da atenuação própria do sistema (du-
tos, filtros, dampers, etc.), onde é mais fácil ter o ruído próprio de 10 dB por
banda de oitava menor que o ruído atenuado na saída do atenuador.

Alguns valores típicos de atenuação de atenuadores são como segue.

Para uma sala onde se pretende ter nível de ruído de NC 35 (cerca de 40 dB(A)) .
a velocidade aparente para um atenuador com um espaçamento entre células igual
a metade da espessura das células, não deve ser superior a 5 m/s (tabela 26).

Um atenuador com 1,2 m de profundidade , DS-20-100, atenua:

Freqüência (Hz) 63 125 250 500 1K 2K 4K 8K


DE - Atenuação
9 14 25 41 50 48 34 27
(dB)
Ruído próprio
Gerado Va 5 m/s 58 59 57 54 50 45 37 31
Δp = 85 Pa em dB

Se se usar um DS 20-150 com 1,2 m de profundidade (150 mm), espaça-


mento entre células e para a mesma vazão, os valores serão:

Freqüência (Hz) 63 125 250 500 1K 2K 4K 8K


DE - Atenuação
7 11 18 31 42 33 23 19
(dB)
Ruído próprio
Gerado Va 5 m/s 45 43 40 35 30 25 <20 <20
Δp = 85 Pa em dB

Para se conseguir a mesma atenuação que no DS-20-100, o comprimento


do atenuador precisaria ser aumentado para 1,8 m. O que pode levar a sele-
cionar o DS 20-150 seria a necessidade de ter um ∆p menor no atenuador.

Cerca de 22% dos edifícios doentes têm como origem problemas acústi-
cos, daí a atenção especial ao tema. Se a ferramenta que este livro pretende
ser, for de utilidade aos que o lerem, isso será recompensa suficiente ao
trabalho apresentado.

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E NG º. C E L SO SI MÕE S A L E X A N DR E

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ENG. CELSO SIMÕES ALEXANDRE

DISTRIBUIÇÃO
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SÃO PAULO - SP
2006

NOVA TÉCNICA EDITORIAL LTDA.

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