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Latinae Linguae
Studium Initiale
Prof. Marcos Jaime
Belém, 2022
PLANO DE ENSINO
I-IDENTIFICAÇÃO:
Curso: LETRAS
Disciplina: Língua Latina
Carga Horária: 120h (3h/a semanais)
Docente: MARCOS JAIME ARAÚJO
Titulação: DOUTORANDO EM LINGUÍSTICA
Turma: 2º ANO DE LETRAS (MANHÃ)
Ano: 2022
II – EMENTA:
III – OBJETIVOS:
IV – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Prática de leitura, com posterior discussão em sala de aula. Prática de tradução de texto.
V – RECURSOS:
Avaliação escrita:
- 7,0 (tradução de texto - individual);
- 3,0 (tradução de frases e análise morfossintática – grupo de até 3 alunos).
ALMEIDA, N. M. de. Gramática latina. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 1994.
ARAÚJO, Marcos Jaime. Latinae Linguae Studium Initiale (Brochura).
BERGE et alii. Ars Latina 1. Petrópolis: Vozes, 1995.
CARDOSO, Z. A. de. Iniciação ao latim. São Paulo: Ática, 2000.
GARCIA, Janete M., Introdução à Teoria e Prática do Latim, Editora UnB, 1993.
FURLAN, Oswaldo Antônio. Língua e Literatura Latina e Sua Derivação Portuguesa.
Rio de Janeiro: Vozes, 2006.
REZENDE, Antônio Martinez de. Latina essentia: preparação ao latim. 3ª ed. Belo Horizonte:
UFMG, 2003.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
ALMENDRA, Maria Ana & FIGUEIREDO, José Nunes de. Compêndio de gramática
latina. Porto: Porto Editora, 1977.
COMBA, Pe Júlio. Programa de Latim: introdução aos clássicos latinos (volume I e II). 6ª
ed. São Paulo: Salesiana, 2003.
OSBERG, H Hans. Lingua latina: per se illustrata. Pars I. Familia Romana. Domus
Latina, MMIII.
____________. Lingua latina: per se illustrata. Pars II. Roma Aeterna. Domus Latina,
MMIII.
RONÁI, Paulo. Curso básico de latim: gradus primus. 15ª ed. São Paulo: Cultrix, 1945.
_____________. Curso básico de latim: gradus secundus. 7ª ed. São Paulo: Cultrix, 1985.
Cronograma de aulas / 2022 — 1° e 2º semestres
9 Aula 04 - (1) Prática de observação (Texto n.º 1: Apud Agricolam): leitura, tradução e análise morfossintática
Aula 05 – (1) Estrutura morfossintática latina: casos e declinações (Parte I); (2) Relação com o português; (3) A
maio 16 importância do caso genitivo latino; (4) Exercício de declinação Leitura, tradução e análise morfossintática do
texto (nº 2, Garcia, 2000, p. 40 – In schola)
Aula 06 – (1) Estrutura morfossintática latina: sistema verbal (Parte II); (2) Sistema Verbal: estrutura
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(número, pessoa, modo, tempo, voz); (3) Verbos primitivos e derivados; (4) Exercício de flexão
Aula 07 – (1) Leitura, análise morfossintática e tradução de texto (nº 3, Garcia, 2000, p. 47 – Magistra et
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Poeta)
Aula 08 – (1) Estrutura morfossintática latina: sistema verbal (Parte III); (2) as conjugações ativa e passiva; (2)
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Exercícios de flexão verbal
13 Primeira Avaliação (Parte I - 3,0)
junho
20 Aula 09 – (1) correção automática
22 Aula 13 –
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outubro 17
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novembro
21
28
5
12
dezembro
19
26
2
9
Janeiro
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(2023)
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
MÉTODO DE ENSINO
APRESENTAÇÃO
alunos do Curso de Letras encontram quando se deparam com o latim. É claro que não
são todos que sentem essa dificuldade, mas se observa, no decorrer do curso, que o
número daqueles que mantêm uma assimilação contínua, ou seja, apresentam fácil
É comum entre os professores que a essência dessa dificuldade nada mais é que
uma deficiência na língua portuguesa, mais precisamente no que diz respeito à sintaxe.
Ressalta-se que o latim é uma língua sintética, diferente do português que é analítico.
afirma que, no latim, uma idéia pode ser expressa por poucas palavras, o que,
que sabe compreender, pouca coisa basta. No latim, essa idéia é expressa apenas por duas
palavras: Intelligenti pauca. Aqui também está outro fator que dificulta o aprendizado:
sentido, imagino o professor de língua portuguesa que não tenha nenhuma base de
latim, nem de sua estrutura, nem de sua evolução. Pensando no ensino da língua
modalidades.
1 Spading (1982).
Esse posicionamento está relacionado à falta de abrangência daquilo que é
ainda se ensina a língua latina, observo que há uma dualidade de concepção: uma que
defende o ensino do latim; outra que não. Para minha satisfação, o número daqueles que
em todo o ensino fundamental e médio, já que considero, como falei, o latim um meio
No entanto, é notório que, após o decreto estabelecido pela Lei 4.024/61, o ensino
do latim nas escolas brasileiras deixou de ser obrigatório. Nesse contexto, torna-se
evidente que grande parcela do povo brasileiro não teve o latim como disciplina
crítico.
Já se passaram muitos anos sem o contato com o latim, a não ser nas
universidades; mesmo assim, nem todas; apenas nas que oferecem o curso de Letras e,
ressalta-se, não são todas. E aí surge uma pergunta: que professores de português
sabemos o que é declinação, se não sabemos o que é flexão de casos, se não sabemos o
que é caso, se não conhecemos nem um pouco de latim: do seu apogeu como idioma
Como consequência dessa lei, vê-se que grande parte de professores de língua
sintaxe.
segundo AZEREDO (2000), não apresenta nenhum esforço para o aluno, mais parece
desenvolvimento do intelecto.
deduzir, refletir. Neste ponto, ressalto a importância do latim que, segundo o professor
Viaro2:
Nesse contexto, portanto, o ensino do latim passa a ser uma questão cultural, na
para a convivência em uma sociedade bastante seletiva, qual o motivo de não se ensinar
latim nas escolas? Por que se ensina apenas em algumas universidades? E mais
condição necessária para que possa ir mais além. Mas isso só será possível se estiver
comprometido com seu aprendizado, se for coerente com o seu objetivo maior: ser
Desde que o latim passou a fazer parte no Brasil, o ensino passou por inúmeras
modificações de ordem individual, isto é, não houve uma determinação de método para o ensino,
ficando a critério do professor decidir o que fazer em sala. O que se viu, em um primeiro
momento, foi o uso do ensino tradicional, no qual a participação do professor ditando as regras
era a base do ensino: o professor falava, ensinava as regras, e o aluno as reproduzia.
Esse tipo de ensino primava pela sintaxe da frase, ou melhor, morfossintaxe, já que eram
ensinados não apenas os casos latinos, mas também as funções sintáticas do português, em uma
espécie de correlação morfossintática. Traduzia-se a sentença a partir da análise morfossintática
tanto da frase latina quanto da frase em português. Esse ensino, certamente, foi muito pouco
eficiente, até porque o aluno esquecia o que aprendia em pouquíssimo tempo.
No entanto, os textos precisariam ser selecionados para que se atingisse o objetivo maior:
de conhecer, por exemplo, o pensamento político ou religioso que se manifestava no texto
selecionado para a prática da leitura interpretativa. O que se viu foi a seleção de textos pouco
convidativos para a prática de leitura em sala de aula, evidenciando a falta de entusiasmo dos
alunos para as mensagens que os textos traziam: algo do tipo Poeta urbanus amicum rusticum
visitat (O poeta urbano visita o amigo rústico) etc., que não despertam o interesse do aluno por
identificar o tema neles apresentados e discuti-los, servindo apenas para trabalho de análise
morfossintática, o que não deixa de ser algo bom, mas não é suficiente para o desenvolvimento
discursivo.
Muito bem! Isso foi feito! Os textos foram selecionados por níveis de complexidade,
tanto de conteúdo como de estrutura, quer dizer... dos mais simples aos mais complexos. Porém,
o trato com eles se mostrou, com o passar dos anos, um simples pretexto para as aulas de
gramática, já que, dos textos, eram retiradas frases para o trabalho analítico-prescritivo e, assim,
volta-se à abordagem inicial: o trato tradicional. Isso aconteceu, em virtude de o aluno ter muita
dificuldade em compreender de forma fiel ao que a mensagem passava. Por exemplo, iuvabit
significa chama, chamava ou chamou? Como traduzir uma forma verbal, de forma adequada,
sem o conhecimento dos tempos verbais? Desculpe-me pela figura de linguagem, mas
retornamos, portanto, à estaca zero.
O método que será abordado nas aulas de latim, na UEPA, não tem nenhuma pretensão
de ser visto como o mais adequado nem tampouco o mais indicado. Ele será utilizado com o
propósito de possibilitar ao aluno de letras dessa IES o ingresso aos estudos de latim, ou seja, a
maneira como as aulas serão conduzidas tem o objetivo (sem maior presunção, diga-se de
passagem) de servir apenas de base para voos mais altos no idioma. É, portanto, um estudo inicial
que precisará de uma boa dose de autodidatismo.
Feito isso, passamos às palavras que não foram reconhecidas como cognatas, o que
impossibilita, por falta de conhecimento sobre o idioma, do reconhecimento do seu significado.
Essas palavras devem ser separadas para que, com auxílio do dicionário, tenham o significado
reconhecido.
Muito bem! Dando prosseguimento à observação, podemos selecionar mater e iuvat, uma
vez que não se sabe nem, se pode atribuir significados a elas por falta de conhecimento de latim.
Nesse caso, devemos ir até o dicionário para descobrirmos o significado de ambas as palavras.
Mater é mãe e iuvat, relaciona-se à ideia básica de ajudar.
Então, temos uma tradução livre para a frase Mater filios iuvat, a qual pode ser A mãe
ajuda os filhos. Isso é possível, assim como outras com tradução da forma verbal nos tempos
perfeito, imperfeito e futuro (ajudou, ajudava e ajudará, respectivamente). Na tradução livre, para
essa frase latina, há, basicamente falando, quatro possibilidades de tradução.
A pergunta que surge após essa reflexão é a de que apenas a técnica, entendida aqui como
prescrição gramatical, poderá resolver o impasse. Só podemos chegar à tradução fidedigna da
frase pelo conhecimento de que a forma iuvat representa a 3ª pessoa do singular do presente do
indicativo latino, o que é traduzida para ajuda. Assim, temos A mãe ajuda os filhos como a
tradução adequada ao padrão gramatical normativo do latim clássico.
Esses são os primeiros processos intelectuais realizados diante de um texto latino básico,
sem sintaxe complexa, pelo menos nesse primeiro momento.
Esse trato com o texto pode muito bem ser complementado com certa disciplina. O que
estou querendo dizer é que uma boa atenção para aquilo que está sendo feito pode render bons
frutos. Isto é, a observação, aliada a uma boa análise, pode dar ao aluno a condição exata para
entender a estrutura sintática, já que o texto, no seu sentido macro, é constituído por frases
justapostas a outras (seu sentido micro). Sabendo e atentando para isso, pode-se descrever a
morfossintaxe latina usada nos textos.
Descobrir, por exemplo, que geralmente: (i) o verbo é colocado na parte final; (ii) o
nominativo vem no início da frase; (iii) as palavras substantivas podem modificar-se em sua parte
final e isso muda o sentido da palavra; (iv) o tempo do verbo é modificado quando a desinência
alterna; (v) há um caso que aparece sempre na frente de seu referente, entre muitas outras
informações de cunho prescritivo que podem surgir a partir de uma boa observação e análise.
Quanto aos aspectos gramaticais, devemos saber que são importantes e que servirão de
base para que se faça uma tradução mais adequada da ideia original. Serão eles, sem dúvida, os
responsáveis pela tradução e, portanto, pelo sentido final que deverá ser expressado pelos alunos
como forma de fechar o ciclo do processo intelectual do trato com o texto latino. Fala-se da
produção escrita em latim, a qual se vinculará ao desfecho do aprendizado: leitura e escrita
fundamentadas na gramática.
É isso que penso como método! Espero conduzir os alunos ao objetivo aqui proposto:
introdução dos alunos nos estudos do latim clássico.
Figura 1: A ilustração do método.
PECULIARIDADES DA PALAVRA EM LATIM: o uso do dicionário
O uso do dicionário, nas aulas de latim, é imprescindível até para aqueles que já
têm nível de proficiência avançado, já que, em muitas situações, uma palavra ou outra
se apresenta desconhecida. É assim em português, é assim, também, em qualquer
língua.
Para os que ainda estão iniciando o processo de aprendizado da língua de César,
é importante saber disso e principalmente como usar o dicionário de forma adequada.
Vamos lá!
Hipotetizamos uma frase como Timidus senex asellum in agro pascebat, da qual
selecionaremos a palavra assellum. Desconhecendo o seu significado, como trabalhar
com ela tendo um dicionário nas mãos?
O processo intelectual a ser deliberado nessa atividade requer organização de
raciocínio, aliás a organização mental deve ser uma das preocupações do aluno em
quaisquer assuntos, em se tratando do latim.
Após fazer a seleção, devemos identificar se se trata de um nome ou de um verbo,
pois essas categorias são apresentadas, no dicionário, de formas distintas. Como asellum
é um substantivo, devemos ter em mente a estrutura nominativo+genitivo, que aparecerá
no dicionário, ou seja, respectivamente, a forma completa do nominativo (geralmente no
singular) e apenas a desinência do genitivo (também, geralmente no singular), ambas as
formas separadas por vírgula. Segue-se a essa estrutura uma das três consoantes m, f ou
n, que indicará o gênero da palavra, seguida do significado. Por exemplo: asellus, i m.:
burrinho.
Descobrir a desinência se mostra uma prática muito proveitosa, uma vez que,
sabendo-se à qual declinação a palavra pertence, identificaremos o genitivo, ou melhor,
a desinência do genitivo, que estará após a vírgula. Identificando-se a declinação,
saberemos, também, a(s) desinência(s) do nominativo, que devem aparecer na estrutura
lexicográfica, bastando, para isso, apenas olhar o quadro de desinências.
Nesse trato com a palavra latina, subjaz um conhecimento, também, relevante.
Qual é?
O desfecho desse processo, que é o de encontrar a palavra no dicionário, só é
possível pelo conhecimento gramatical da estrutura morfossintática latina, já que saber o
que é uma desinência ou que a vogal que aparece logo após a vírgula da estrutura
lexicográfica do nome é a desinência do genitivo, é saber gramática. Sem esse
conhecimento, o desfecho seria difícil. Para facilitar a compreensão dessa reflexão,
responda a essa pergunta: a palavra praeceptorem pertence a que declinação? Responder a
ela só é possível com conhecimento gramatical, o que aquele que está iniciando os
estudos de latim ainda não o tem.
É esse tipo de processo intelectual, organizado em etapas, que possibilita o
desenvolvimento do hábito da observação e da análise, imprescindíveis ao aprendizado
do latim.
Entendido essa peculiaridade da palavra latina, vamos organizar o raciocínio
tendo, agora, o verbo como referente, ressaltando que o processo de análise é
semelhante ao do nome.
Tomemos a forma pascebat (da frase-exemplo) para trabalharmos a identificação
lexicográfica. O que devo saber dela para me aventurar pelo dicionário?
Primeiramente, saber que a forma como a estrutura verbal aparece no dicionário
é completamente diferente da do nome. No verbo, temos mais ou menos cinco
estruturas significativas importantíssimas ao processo de análise. Duas que representam
o presente do indicativo, uma para o perfeito, outra para o supino e a última para o
infinitivo, seguidas pelo significado. Basicamente, é dessa forma que o verbo é
apresentado no dicionário. Disso, devemos entender que jamais encontraremos a forma
pascebat no dicionário, a não ser que o autor queira facilitar para o aluno. Se assim não
for, a forma mais adequada de encontramos a estrutura lexicográfica desse verbo é
identificando o radical. Para isso, devemos segmentar pascebat em suas formas
constituintes: pasc- (RAD), -e (VT), -ba (DMT) e –t (DNP).
De posse do radical pasc- fica mais simples encontrar o verbo. Procurando-o no
dicionário, encontramos pasco, -is, -avi, -atum, -ĕre: alimentar.
Observações:
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Latim Português
Observações gerais:
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Tradução:
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Versão da mensagem:
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Texto 2: In Schola
Ecce schola.
Puellae magistram salutant.
Tulia magistra est. Discipulae sunt: Caecilia, Claudia, Livia et Marcia. Caecilia poetae filia
est; Claudia Liviaque agrícolae filiae sunt.
Hodie nautae filia hic non est.
Discipulae magistrae historias amant. Caecilia et Claudia attentae sunt dum magistra
ranae fabulam discipulis narrat. Livia sedula non est.
Tulia inquit:
— Aquila alte volat. Rana aquilam notat et maesta coaxat quia alas valde desiderat.
Musca rana aquilaque etiam spectat. Stulta rana muscam non spectat, solum aquilae alas.
Musca volat. Callida aquila ranam sura captat.
“Stulta rana, musca ait, alas desideras sed vitam pessundas. Aquila non capta muscas...
sed ranas.” Puellae clamant: “ Fabulam valde amamus!”
Nunc etiam Livia attenta est.
(In Schola. Garcia, 2000, p. 40)
Observações gerais:
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Observações gerais:
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Versão da mensagem:
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Texto 4: Lucius avum visitat
Lucius avum visitat. Nam avus benignus est et doctus: libenter laborat et multas fabulas
narrat. Lucius valde gaudet. Hodie caelum serenum et clarum est. Itaque iucundum est avum
visitare.
Fundus immensus est et horti placidi amoenam villam ornant. Lucius primo intrat
stabulum. Ibi videt perpastas gallinas, multos taurus et vaccas, porcos gulosos, hircos barbatos,
albos tenerosque agnos. Deinde agros percurrit: videt fluvius et plantas pulchras; etiam umbrosa
silva valde Lucium delectat. Sed súbito procul clamat bestia, et Lucium terret. Servi rident et
exclamant.
— Quietus asellus timedum puerum conturbat. Vero urbani pueri vitam rusticam nesciunt.
Itaque tanta pericula inveniunt.
(Lucius avum visitat. Rezende, 2011, p. 31)
Observações gerais:
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Tradução:
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Versão da mensagem:
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Texto 5: De Narciso
Multae nymphae Narcisum amare cupiebant, sed formosissimus puer non solum
feminarum sed etiam puerorum praesentiam uitabat et sibi dicebat: "nec puellae nec pueri me
tangent"."Nolo amplexus tuos", olim nymphae dixit, quae maledictum in odiosum puerum
coniecit.
Fonticulus erat purissimus et argenteus quem neque capellae neque aviculae neque
bestiae paruae uel magnae contigerant neque fera turbauerat neque ramus. Ibi lassus narcisus,
dum bibere uult, figuram suam aquarumin speculo videt formamque esse suam putat, quod
umbra est.
Nescit se esse quem spectat et uehementer puerum in aqua repercussum adamat. Sed
quia capere quem ardet non potest, paulatim laguescit, membra rigida fiunt, ex oculis lacrimae
frustra manant et fugit anima frigida per labra.
Dum aquarum incolae per fluuios et lacus perque fonticulos Narcisum quaerunt, ad
ripam riui inter arbusta croceum nympha inuenit flosculum quem medium alba folia cingunt.
Fabula narcisum sic surgere axponit...
(De Narciso. Rezende, 2011, p. 77)
Observações gerais:
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Tradução:
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Observações gerais:
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UNIDADE I – UM POUCO DE HISTÓRIA
Segundo Souto Maior (1966:137), a Itália é uma península européia que penetra
profundamente na parte central do Mar Mediterrâneo. Suas costas não são muito
deslocaram-se para o centro e para o sul da península, onde, mais tarde, foram
miscigenados em consequência das invasões dos etruscos, dos gregos e dos gauleses.
nas costas ao norte do Mar Tirreno; ao centro, os etruscos e latinos (zona ocidental); os
sabinos e os úmbrios nas montanhas apeninas; os samnitas nas costas do Mar Adriático;
Enquanto o nível de vida das tribos italiotas era ainda muito rudimentar, os
nível cultural elevado. Embora usassem o alfabeto grego, seu idioma continua, ainda
hoje, quase desconhecido, pois dele se pode apenas traduzir umas duzentas palavras,
aproximadamente.
Distribuídos em doze cidades, os etruscos formavam uma confederação. A partir
de sua área de ocupação inicial, estenderam seus domínios para o sul, até chegar às
fenícios de Cartago.
troiano, acorda sobressaltado após ter sonhado com a destruição de Tróia. O jovem foge
juntamente com seu pai e outros troianos e chega à Península Itálica, na Região do Lácio
(parte central da península). Casa-se com a filha do rei de Alba Longa. Seus herdeiros
herdaram-lhe o trono.
Um deles, Numitor, foi destronado por seu irmão Amúlio. Uma filha do rei
destronado, Rhea Silvia, teve dois filhos gêmeos, Rômulo e Remo, que foram
ordenou que as crianças fossem abandonadas em uma cesta às margens do Rio Tibre.
Amamentados por uma loba e depois recolhidos por um casal de pastores, os dois
Amúlio.
Em seguida, retiraram-se de Alba Longa para fundar uma cidade no mesmo local
onde haviam sido encontrados pelo casal de pastores. Quando Rômulo traçava com um
arado as muralhas da nova cidade, Remo saltou por cima dos sulcos abertos, zombando
da pretensão do irmão, sendo então morto por Romulus que naquela ocasião teria dito:
"o mesmo aconteça a todos que se atreverem a pular sobre as muralhas de Roma". Perde-se, pois,
na organização social.
por estarem agrupados numa única unidade básica, o gens ou clã. Os membros de gens
camada dos plebeus era formada por estrangeiros, comerciantes, artesãos e pequenos
clientes, desde que se colocassem sob a proteção legal de uma família patrícia. Em troca,
modo, conseguiram assegurar seu direito à propriedade perante as leis. Tais plebeus
tornar-se hereditária.
Havia, ainda, os escravos que, em pequeno número, limitavam-se aos serviços
Com toda essa estrutura essa região já era reconhecida como cidade: a cidade de
Roma.
Germania
Lugudunensis
Aquitania
Galia
Hispania
Etruria Samnium
Corsica Lucania
Latium Apulia
Estreito de Gilbratar
Calabria
Campania
Sardinia
Bruttium
Africa Sicilia
Os romanos levaram 230 anos para conquistar toda Itália. As primeiras guerras
para defender-se, os romanos acabavam ocupando novos territórios. Nessa fase inicial
foram vencidos os volscos e sabinos; as cidades latinas foram tomadas em 338 a.C..
No outro lado do Rio Tibre estavam os etruscos, dominadores dos romanoS
durante vários séculos. Cinquenta anos depois da conquista das cidades latinas, os
romano e o resto da Itália. Além disso, adotaram uma hábil política diplomática,
conseguido infligir à já poderosa Roma uma dura derrota. Cercadas num desfiladeiro as
horizontalmente por duas outras fincadas verticalmente no solo, sob as vaias e motejos
chamada Magna Grécia, cuja mais forte cidade era Tarento. Não querendo ser
englobada como mais uma conquista romana, Tarento pediu auxílio a Pirro, rei do
Epiro, para sua defesa. Na primavera do ano 280 a.C. chegou Pirro à Itália com uma
foram vencidos nas primeiras batalhas, pois não sabiam lutar contra os elefantes e sua
de batalha com as tropas de Pirro. Este, apesar de vencedor, teve tão grandes perdas
que, segundo a tradição, teria exclamado : — "Com mais uma vitória destas, ficarei sem
soldados"6.
Compreendendo que a guerra com Roma seria muito prolongada, dirigiu-se Pirro
para a Sicília; ao regressar, foi vencido pelos romanos que não tiveram, então,
toda Itália, o que foi confirmado com a anexação da Etrúria, em 265 a.C., e a vitória
sobre os gauleses da costa do Andriático. Toda a Península Apenina ficou então sob o
domínio de Roma.
6Desse fato derivou-se a expressão vitória de Pirro, que por extensão significa um sucesso onde as perdas são tão
grandes que anulam o sabor da vitória.
UNIDADE II – O IDIOMA LATINO
2.1 O latim
Segundo CARDOSO (2000:5), o latim era a língua falada no Lácio (latium), região
da Itália Central, onde, em meados do século VIII a.C., foi fundada a cidade de Roma.
De acordo com GARCIA (2000:17), das épocas mais remotas, o latim falado no
Lácio sobrepõe-se aos outros dialetos itálicos como o osco, o umbro e o etrusco. Todos
características literárias somente a partir do século III a. C., por influência grega.
Pode-se considerar que o latim apresenta cinco fases, a saber: (i) Período proto-
histórico (séc III – 240 a. C.), com as primeiras inscrições encontradas; (ii) Período
arcaico (240 – 81 a. C), com textos epigráficos e literários; (iii) Período clássico (81 a. C –
17 d. C), quando a prosa e a poesia chegam ao apogeu; (iv) Período pós-clássico (17 d. C.
– século II d. C.), com poetas e prosadores não originários da Itália, que já não seguem o
modelo clássico; e (v) Período cristão (século III d. C. – V d. C.), com textos de Santo
7É uma ampla família linguística que engloba a maior parte das línguas européias antigas e atuais. Tem este nome
porque corresponde à região geográfica que se estende da Europa até a Índia setentrional. Foi o Itálico que deu
origem aos falares da Península Itálica, a exemplo do latim.
Com a Romanização, a Língua Latina expandiu-se em toda a Itália, na Espanha,
em Portugal (Lusitânia), no Norte da África, nas Gálias (França, Suíça, Bélgica e regiões
No século III a.C., o Latim começou a adquirir uma forma literária, que se
• Marco Túlio Cícero (106 -43 a.C.). Foi político, filósofo, destacando-se como um
dos mais importantes oradores;
• Caio Júlio César (100-44 a.C.). Foi escritor e se destacou por ser um grande general
romano;
• Caio Crispo Salústio (87-35 a.C.). Foi historiador;
• Públio Vergílio Marão (70-19 a.C.). Foi um excelente poeta da literatura latina;
• Quinto Horácio Flaco (65-8 a.C.). Foi poeta lírico;
• Públio Ovídio Nasão (43 a.C. - 17 d.C.). Foi lírico;
21 letras, ou seja, o mesmo alfabeto do português atual, não figurando na fase inicial
demais casos, eram vogais. Nesse sentido, era provável que se poderia encontrar frase
do tipo Iesus Christus seruatum uenit (Jesus Cristo veio para salvar o mundo).
A letra K foi logo no início aceita, por influência do grego. Também por essa
as letras J e V.
60), com forte acento italiano, por influência dos padres da Igreja Católica; (ii)
Ressalta-se que essas informações têm aqui apenas caráter ilustrativo, pois não
é objetivo do curso praticar a pronúncia. Para trabalhar o latim em sala de aula, será
necessário pronunciar algumas palavras latinas; desse modo, será adotada a fonética
a) as vogais mantêm sempre seu som original, em qualquer posição que ocupem no
vocábulo, evitando-se pronunciar o “o” como “u” e o “e” como “i” no final das
palavras;
“ci”;
“u”;
isso ocorre em alguns livros, é para facilitar a leitura. Como regra geral, atente-se para
o fato de que não existem palavras oxítonas em latim, a não ser aquelas de uma sílaba
antepenúltima sílaba; em regra geral, não há palavras com acento na última sílaba
(oxítonas em português).
vogal (penúltima sílaba) de uma palavra latina trouxer o sinal , que se assemelha a
meia lua (ă, ĕ, ǐ, ǒ, ǔ) o acento deverá recuar para a sílaba anterior (proparoxítona).
da vogal o vemos o sinal , chamado Bráquia, isto é, o sinal de vogal breve. Isso
indica que o acento tônico deve recuar para a sílaba anterior gri, pronunciando-se
agrícola.
da vogal a vemos o sinal , chamado Mácron, isto é, o sinal de vogal longa. Isso
indica que o acento tônico deve recair sobre a sílaba nā, pronunciando-se Penátes.
quantidade8, em que, se a penúltima for breve, o acento recairá para a sílaba anterior
paroxítonas).
frase.
quando se tratar de nomes; tempo, modo, voz, quando se tratar de verbos). Nessa
uma língua que apresenta variações na parte final de uma determinada palavra. Essa
pode figurar em uma frase com a forma mulieris ou mulierem. Neste caso, obtém-se a
como caso genitivo singular e função sintática de adjunto adnominal restritivo, enquanto
mulierem apresenta-se como caso acusativo singular e função sintática de objeto direto.
Percebe-se com o que foi explanado que a língua latina apresenta uma
Entende-se por flexão a mudança que certas palavras sofrem em sua parte final.
pois é um dos pontos essenciais para o estudo do latim, assim como o conhecimento
mente que se trata de uma língua declinável, isto é, a parte final é mutável e depende
esse processo de variação ocorre tanto nos nomes quantos nos verbos, declinação e
flexão, respectivamente.
Quanto à mudança de desinência, o terceiro item deste tópico, deve-se,
parte final da palavra que varia de acordo com o caso que exerce na frase. Nesse
O quarto item refere-se aos casos latinos, em número de seis como já foi
Sendo assim, caso é também um termo sintático que apresenta uma função dentro da
Flexão de caso é o último item e consiste na variação que a palavra latina sofre
na última sílaba, de acordo com seu caso e sua função, inferindo-se, assim, que a
português, um termo apresentar-se como sujeito, em latim, deverá ser traduzido para
substantivos em cinco grupos, recebendo cada grupo o nome de declinação que, por
Se cada grupo (ou declinação) possui seis casos, e uma palavra latina pode ser
(menino/meninos).
Fazendo uma comparação sintática entre os dois idiomas, pode-se inferir que
F2: O pai do menino é João. (adj. Adn. restritivo) / Pueri pater Juhannes est (genitivo).
F3: João deu um presente ao menino. (obj. indireto) / Juhannes puero domum dedi. (dativo).
F4: João chamou o menino. (obj. direto) / Juhannes puerum vocavit. (acusativo).
F5: Ó menino, elogio tua sabedoria! (vocativo) / Puer, tuam sapientiam laudo! (vocativo).
F6: João passeou com o menino. (adj. adv. comp.) / Juhannes cum puero ambulavit. (ablativo).
final das palavras. Essa variação chamava-se, na verdade, variação de caso, ou seja, a
segundo CARDOSO (2000:24), trata-se da parte final da palavra latina, podendo conter
modificações em sua parte final, ou seja, ao radical da palavra podem ser acrescentados
afixos, vogais temáticas e vogais de ligação, como se observa na palavra agricolae (ao
observa nas palavras puellam f.; puer m. e bellum n., (uma/a menina, o/ó menino e a/ó
9 A palavra podia apresentar seis casos diferentes, mas cada caso era flexionado no singular e plural, o que permite
inferir que uma palavra latina poderia ser grafada de 12 maneiras.
Outro ponto do estudo dos nomes substantivos diz respeito à sintaxe; no entanto,
acredita-se que seja melhor se adotar a nomenclatura morfossintaxe, porque aborda não
somente a função que determinada palavra exerce na frase, mas também como se grafa
Os substantivos são divididos em cinco grupos, distintos uns dos outros pela
terminação do caso genitivo singular: luna, ae (lua); gener, i (genro); animal, is (animal);
Sendo assim, para que essa análise possa ser melhor assimilada, faz-se, aqui, uma
singular. Neste grupo de palavras, o nominativo singular sempre apresentava o tema -a.
avaritia, ae; mensa, ae etc. Este grupo recebeu, por convenção, a denominação de
de caso genitivo singular a vogal -i. Esse grupo passou a ser denominado de segunda
declinação latina.
Todavia, diferentemente da primeira declinação, que apresentava apenas uma
segunda declinação apresentavam quatro terminações para esse caso: -us, -er, -ir e -um
genitivo singular em -is. No entanto, esse grupo apresentava uma certa complexidade,
pois o nominativo singular poderia apresentar inúmeras terminações, como x, as, ns, e,
ar, al, o, is, or, io, entre outras, não podendo, portanto, fixar as terminações para o caso
variadas.
genitivo singular em -us; os da quinta, em -ei, como nas palavras fructus, us; manus, us;
Nessa concepção, infere-se que o caso genitivo tem a finalidade de indicar a que
declinação pertence uma palavra latina, assim como é, por meio dele, que se conhece o
radical, que contém um significado básico, e a ele podem ser acrescentados afixos, vogal
nominativo singular, cuja terminação do genitivo singular é -ae. Todavia, isto não se
aplica somente aos substantivos, mas também aos adjetivos, numerais e particípios
passados dos verbos. Porém, nesta unidade, ver-se-á apenas a classe dos nomes
substantivos.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo a æ
Genitivo æ arum
Dativo æ is
Acusativo am as
Vocativo a æ
Ablativo a is
Agora, observe os passos que devem ser seguidos para se declinar uma palavra
latina:
palavras abaixo:
Regina, ae f.= rainha Patientia, ae f.= paciência
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Aquila, ae f.= águia Via, ae f.= via, caminho
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Ao aluno cabe ressaltar que os gêneros dos nomes substantivos latinos nem
também em -a, como: incola, ae m.: habitante; nauta, ae m.: marinheiro; agrícola, ae m.:
declinação que só figuram na forma plural, ou seja, não têm singular. Sendo assim, caso
não se encontre uma palavra com as terminações -a, -ae (nominativo e gentivo) no
vocabulário, deve-se procurar pelas terminações -ae, -arum, a qual deverá, portanto,
ser declinada no plural. Dessa forma, relacionam-se algumas palavras com esta
particularidade: nuptiæ, arum f.: núpcias; divitiæ, arum f.: riquezas; Athenae, arum f. :Atenas
seguir: angustia, ae f.: brevidade / angustiae, arum f.: desfiladeiros; cera, ae f.: cera / cerae, arum
f.: tábuas escritas; copia, ae f.: abundância / copiae, arum f.: tropas; fortuna, ae f.: sorte /
posicionamento fixo na frase, pois suas funções eram identificadas pelas terminações
que apresentavam.
No entanto, isso não pode ser considerado como definitivo, pois as palavras da
A bola preta representa o caso genitivo. Ressalta-se, aqui, que este caso sempre
faz referência a um outro termo da frase latina, podendo, por isso, aparecer junto ao
(1994:41), o qual indica a disposição das palavras na frase latina, como se observa a
seguir:
latina, deve-se observar que, diferentemente do português, o latim não apresenta artigos,
definidos nem indefinidos. Por exemplo, na frase a lua ilumina o caminho dos marinheiros,
deve-se traduzir ao latim apenas os substantivos lua, caminho e marinheiros, assim como a
forma verbal ilumina. Os artigos que figuram na frase não devem ser levados em conta.
Assim como acontece com os artigos de uma frase na língua portuguesa, ao ser
acusativo e ablativo, e isso em certas situações apenas, conforme se observa nas frases a
seguir:
alguns pontos:
d) Isolar o radical;
g) Traduzir a frase.
Agora, levando-se em conta a tradução de uma frase da língua latina para o
português, deve-se atentar para o fato de que a língua portuguesa usa artigos e
deve-se eliminar da função de nominativo (função sujeito) toda palavra que não
regência do verbo; o verbo pede complemento direto ou indireto, ou não pede nenhum
complemento?
que se levar em conta o processo de evolução dos fonemas vocálicos do latim para o
português, de forma que se possa entender com mais facilidade o que seja a quantidade
no latim.
uma questão puramente fonológica, ou seja, apenas usada para a distinção da pronúncia
vocálica nas palavras, mas que acarretava em uma questão semântica, pois o sentido da
palavra também mudava, como se observa em lŭto (lodo) e lūto (amarelo), ou fazia a
distinção entre o caso nominativo e o caso ablativo no singular: breve para o nominativo
(rosă) e longa para o ablativo (rosā). Neste ponto, faz-se referência ao linguista
pronunciadas, podendo ser breves ou longas. As vogais breves eram marcadas com o
sinal ( ), denominado bráquia, ou com o sinal (−), denominado mácron. Para ilustrar a
Atenção: observar atentamente o caso para o qual a palavra portuguesa será traduzida
Segundo Ilari (2000, p. 96), o verbo em latim clássico era uma palavra
Para Câmara Jr. (1976, p. 125), o sistema verbal latino, assim como no português,
apresenta uma flexão simultânea orientada em dois sentidos: de um lado serve para
indicar o sujeito do verbo, isto é o falante, o ouvinte ou outro ser; de outro lado,
designa certas características que acompanham obrigatoriamente, dentro da língua, a
pessoas gramaticais do sujeito, ou seja, ego (P1), tu (P2), ille (P3), nos (P4), vos (P5) e illi
(P6)10.
modos verbais: o indicativo (Id), o subjuntivo (Sb), o imperativo (Ip) e o infinitivo (If).
Na verdade, o modo é a maneira como o enunciador realiza a ação expressa pelo verbo.
tempos dos verbos, como Pr para presente; Pt para pretérito, sendo Pt1 (pretérito
10 P1, P2, P3, P4, P5, P6 indicam as pessoas do discurso: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.
No que diz respeito às vozes, o sistema verbal latino, tal qual o português,
Analisando o que diz Câmara Júnior, a forma que não passou ao português foi a
sintética, ou seja, aquela em que a terminação da forma verbal indicava não somente a
vozes. Com relação à voz ativa em latim, p.e., o sujeito pratica a ação do verbo,
enquanto, na voz passiva, o sujeito é paciente, ou seja, sofre ação verbal, assim como
duas maneiras: por uma locução verbal ou por uma forma sintética, forma única; já em
português, a passividade é representada apenas por uma locução verbal: verbo auxiliar
Os dicionários latinos oferecem a forma completa dos verbos (Porto, as, avi,
atum, are), ou seja, com as formas dos tempos primitivos do presente, do perfeito, do
identificação dos tempos primitivos como a sua conjugação. Portanto, a consulta dos
verbos nos dicionários deve ser feita tendo como base de informação essas formas.
Nessas formas primitivas do verbo, pelas quais também é possível verificar se o verbo
tem conjugação regular ou não, ainda é possível compor os seus diversos tempos
número-pessoal -o.
Porto: é a P1 Pr Id – eu levo
As: é a P2 Pr Id – tu levas
Avi: é a P1 Pt2 Id – eu levei
Atum: é a forma do supino – para levar
Are: é o If – indica a conjugação do verbo
que se derivam para os demais tempos latinos, assim como ocorre no português,
quarta em -ire. Quatro são os tempos primitivos da voz ativa. Neste ponto, recorre-se ao
Conjugação
1ª 2ª 3ª 4ª
1ª pess. sing. do ind. pres. Amo Deleo Lego Capio Audio
2ª pess. sing. do ind. pres. Amas Deles Legis Capis Audis
1ª pess. sing. do ind. perf. Amavi Devei Legi Cepi Audivi
Supino Amatum Deletum Lectum Captum Auditum
Infinitivo Amare Delere Legere Capere Audire
que aparece na seguinte sequência em latim: laboro, as, laboravi, laboratum, laborare; o
verbo responder com sua forma completa: respondeo, es, respondi, responsum,
respondere; e, por último, o verbo eleger que, em latim, vem assim: eligo, is, elegi,
electum, eligere, façamos uma análise de cada forma verbal para observar quais as
______________________________;
______________________________;
_________________________________________________;
regular da primeira conjugação, pois não houve nenhuma alteração no radical labor.
Também, nesse verbo, o radical sofre alteração no supino, indicando que se trata
considerações: (i) como já analisado, são verbos irregulares, por apresentarem alterados
os radicais respond e elig nos tempos primitivos do supino; (ii) o verbo respondere
es; (iii) o verbo eligere pertence à terceira conjugação (ĕre), pois na segunda pessoa
verbal latino apresenta tempos primitivos dos quais se originam outros tempos.
Sb).
(Pt3 Id) e do subjuntivo (Pt3 Sb), o futuro anterior (Ft2), também conhecido como
futuro perfeito, o perfeito do subjuntivo (Pt2 Sb) e o infinitivo passado (If Pt).
futuro;
Para efeito de fixação, tomemos como exemplo o verbo Porto, as, avi, atum, are:
portare, de forma que seja observado todo o processo de derivação a partir de tempos
Entenda-se como anomalias que ocorrem nas desinências do sistema verbal latino, assim como no português SILVA
12
temporal que indica o tempo futuro imperfeito apresenta duas alomorfias (-b e -bu)
d) Particípio presente (Pa Pr): ao tema de P2 Pr Id, acrescenta-se a terminação -NS para
o nominativo e -NT para os demais casos. Neste ponto, ressalta-se Garcia (2000, p. 121),
que afirma ser o particípio presente um adjetivo verbal, seguindo, nesse caso, a
seguir, a declinação desse tipo de derivado do presente, tendo como exemplo o verbo
Amare:
desinência -e, como se observa em a domina amante nautam (pela senhora que está
domina amanti nautam (pela senhora que ama o marinheiro, neste caso amante).
2) Perfeito indicativo (Pt2 Id): tempo primitivo que se forma com o acréscimo da
13 Apresenta uma única forma para os três gêneros: masculino, feminino e neutro.
P3 Port a vi t
P4 Port a vi mus
P5 Port a vi stis
P6 Port a veru nt
de P1 (-m).
padrão.
casos: o acusativo, o dativo e o ablativo. A forma de acusativo (-um) é usada com verbos
Achiles inquit: Victum Hectorem veni (Aquiles disse: vim para vencer Heitor)
Hector pugnatum cum Achile venit (Heitor veio para lutar com Aquiles)
também indica finalidade, mas é empregada com certos adjetivos, como se observa nas
frases abaixo:
Derivações do supino
b) Particípio futuro (Pa Ft): origina-se também da forma do supino portatum (menos a
Esse tipo de verbo, segundo ALMEIDA (1994:205), tem duas formas: uma para a
O particípio futuro ativo é traduzido por uma oração relativa em tempo futuro e
apresenta a terminação -us, -a, -um, sendo declinado como um adjetivo de primeira
classe.
Homo mulieribus pacem portaturus: o homem que vai levar paz às mulheres.
Homines morituri: os homens que morrerão (irão morrer).
a terminação -us, -a, -um. Este particípio segue também a declinação dos adjetivos de
primeira classe. Sua tradução para o português corresponde a uma oração relativa.
Portare
Corresponde a se eu trabalhasse.
conjugações (-ar, -er e -ir), o latim apresenta quatro conjugações, a saber: -are, -ēre, -
ĕre e -ire.
Uma vez descoberto o radical do verbo, que é sempre obtido da primeira pessoa
procedimentos.
Para se entender de forma mais clara a flexão do verbo em latim, tem-se a forma
verbal voco, as, avi, atum, are, que será flexionada no presente do indicativo em P3,
do indicativo): voc-o
2º passo: para formar P3, faz-se necessário acrescentar a vogal temática –a do verbo em
modo-temporal, a qual indicará o modo e o tempo na qual deve ser flexionada a forma
verbal: voca + Ø (alomorfe zero porque é tempo presente; seria -BA se fosse imperfeito;
4º passo: para finalizar a flexão do verbo falta apenas acrescentar a desinência número-
pessoal que, como P3 representa a terceira pessoa do singular, é -t: voca + t: vocat
(ele/ela chama).
Vê-se, portanto, que, na flexão do verbo na voz ativa, tem-se que levar em
lógico, o verbo.
14DNP significa desinência número-pessoal que representa tanto o enunciador quanto o número de
enunciadores.
pela passividade do sujeito, ou seja, o sujeito sofre a ação do verbo, ação essa praticada
por um termo denominado agente da passiva, mas que, às vezes, a passividade do verbo
Para GARCIA (2000:131), a forma passiva pode ser formada de duas maneiras.
ativa (-o, -s, -t, -mus, -tis e -nt) pelas da voz passiva, quando o verbo pertencer ao
das terminações restantes, no caso -s, -t, -mus, -tis e -nt, pertencentes à voz ativa, por
estas: -ris, -tur, -mur, -mini e -ntur, da voz passiva. Lembre-se de que, nessa primeira
empregar uma locução verbal (formas compostas) quando o verbo for perfeito ou um
no presente: vocatus, a, um sum, em que as terminações -us, -a, -um correspondem aos
indicativo da voz ativa. Conjugar também esses mesmos verbos na voz passiva no
Voz ativa
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Voz passiva (somente os derivados do presente)
Voz ativa
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Voz passiva (somente os derivados do presente)
Voz ativa
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Voz passiva (somente os derivados do presente)
Vocabulário:
Vocabulário:
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qual apresenta a desinência do genitivo singular igual a -i, assim como os verbos de
substantivos que apresentava a terminação do nominativo singular em -us, -er, -ir e -um
dicionário uma palavra latina pertencente à segunda declinação, basta, para isso,
algumas diferenças.
terminações diferentes entre si, sendo a maioria nomes masculinos. Apenas nomes
outra categoria poderia fazer parte do um enunciado, a de gênero neutro. Sendo assim,
Amicus, i m.: amigo Humus, i f.: terra Triunvir, i m.: triunviro Caelum, i n.: céu
Lituus, i m.: clarim Puer, i m.: menino Vir, i m.: varão Bellum, i n.: guerra
Abyssus, i f.: abismo Gener, i m.: genro
O processo de declinação dos nomes que têm a desinência -i no genitivo singular
terminações distintas: uma, em que figura apenas a desinência -i; outra, que aparece a
sílaba final do genitivo singular. Pode-se, portanto, dividir esse grupo de nomes
junção do radical a sua desinência, que, por sua vez, aparece apenas com a vogal -i,
singular, isola-se o radical que servirá para formar as demais palavras de acordo com o
caso.
16 Metaplasmos por subtração: é a subtração de fonema no interior do vocábulo (COUTINHO, 1976:148).
Vê-se, portanto, que não há nenhuma dificuldade em declinar uma palavra desse
grupo.
forma diferente. Ao invés de apresentar somente a desinência -i, aparece toda a sílaba
final do genitivo singular, como nas palavras magister, tri m. (mestre) e líber, bri m.
(livro). Essa terminação do genitivo singular indica que houve Síncope do fonema -e, da
seguinte maneira: (i) há perda do fonema -e da terminação –er (magist(e)r); (ii) à forma
Nessas condições, vê-se que a terminação -tri indica tão somente que ocorreu a
queda do fonema -e, da terminação -er. Para que haja maior facilidade de identificação, a
terminação do genitivo singular desse grupo de nomes traz sempre a sílaba final da
palavra.
Declina-se a palavra ager, gri m. (campo), a seguir, para efeito de ilustração dos
respectivos casos.
Tabela 3. Desinências correspondentes à segunda declinação latina e seus respectivos casos.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo us – er – ir – um i–i–i–a
Genitivo I orum
Dativo o is
Acusativo um os – os – os – a
Vocativo e – er – ir - um i–i–i-a
Ablativo o is
Para efeito de exercício e fixação do que foi explanado acima, você deve declinar
______________________________ ______________________________
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Aegyptus, i f.: Egito Vir, i m.: varão
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
Esses nomes podem ser masculinos e femininos, mas com predominância dos nomes
masculinos.
ALMEIDA (1994:44) afirma que, com exceção de alguns nomes de árvores, ilha,
ablativo plural, como nas palavras animus, i m. (ânimo, disposição, espírito) e anima, ae
f. (alma). Nesse caso, quando houver ambiguidade, deve-se substituir a desinência -is da
-us que formam o vocativo singular de forma diferente: os nomes Deus, i m. (Deus),
deve ser evidenciado é filius, i m. (filho), porque apresenta o vocativo singular igual ao
Para o nome Deus, i, sua declinação deve ser ressaltada, porque diferentemente
dos outros nomes terminados em -us, no nominativo singular, esse nome se declina de
latina17, ou seja, quando o nome apresenta o i breve (ĭ) no nominativo, tal como na
plural:
Arma, orum n.: armas Liberi, orum m.: meninos Argi, orum (s.m): Argos
enfatizando a atenção para a categoria de gênero das palavras, assim como sua
declinação.
Agricola, ae m: agricultor Inter prep. + ac.: entre Liber, bri m.: livro
Ager, i m.: campo Graecus, i m.: grego Puer, i m.: menino
Bellum, i n.: guerra Mundus, i m.: mundo Schola, ae f.: escola
Herus, i m.: patrão Magister, tri m.: mestre Troianus, i m.: troiano
Iuvo, as, iuvi, iutum, are: ajudar Laboro, as, avi, atum, are: trabalhar
Modifico, as, avi, atum, are: modificar
alterações desinenciais. Na verdade, isso ocorre apenas nas DMT e DNT, em razão da
procedimentos que devem ser tomados para a flexão verbal, não haverá nenhum
Viu-se que para a primeira conjugação o que realmente deve mudar é o radical
do verbo. Isto é claro, porque, quando se muda o verbo (significado), muda-se o radical.
em que se está conjugando o verbo. Isto quer dizer que, para o tempo presente, por
conta o pretérito imperfeito (PT1), deve-se usar na posição da DMT a desinência -ba. Isso
diferença existe entre eles e os da primeira. Primeiramente, o aluno deve observar que
doceo etc. A característica principal desses verbos está na vogal temática -e, que aparece
verbo em latim.
Para efeito de melhor compreensão do que foi exposto acima, usa-se o verbo
deleo, es, evi, etum, ere: delere (destruir), nos tempos já estudados.
Voz ativa
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
del e vi Ø del e vera m
del e vi sti del e vera s
del e vi t del e vera t
del e vi mus del e vera mus
del e vi stis del e vera tis
del e veru nt del e vera nt
Voz passiva (somente os derivados do presente)
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Agora você deverá traduzir as frases abaixo como forma de praticar o que foi
assim como verbos da primeira e segunda conjugação. Além disso, você deverá fazer
mais é que frases articuladas. Portanto, acredito que não haverá muita complexidade
na tradução. Não se esqueça de que o latim possui uma ordem sintática que deve ser
respeitada.
Vocabulário:
Animus, i m.: Deus, i m.: Deus Hortus, i m.: jardim Luna, ae f.: lua
disposição Dominus, i m.: senhor Incola, ae m.: habitante Rivus, i m.: riacho
Aqua, ae f.: água Equus, i m.: cavalo Insula, ae f.: ilha Servus, i: criados
Alumnus, i m.: alunos Fluvius, i m.: rio Impius, i: ímpio Verbum, i n.: palavra
Amicus, i m.: amigo Filius, i m.: filho In prep.+abl.: em
Ager, gri m.: campo Herus, i m.: patrão Lupus, i m: lobo
Caelum, i n.: céu
Do, as, dedi, atum, are: dare (dar) Recuso, as, avi, atum, are: recusare (recusare)
Moneo, es, monui, monitum, ere: (dvertir) Placeo, es, placui, placitum, ere: (agradar)
Inquino, as, avi, atum, are: inquinare (sujar) Fulgeo, es, fulsi, ---, ere: brilhar
Vocabulário:
Vocabulário:
acontece em latim.
declinação.
dois grupos: (i) de primeira classe e (ii) de segunda classe. Nesta unidade,
ra, -rum, e também -ur, -ra, -um, em que as terminações -us, -er e -ur se referem a um
e caso. Isso quer dizer que, se a palavra a qual o adjetivo está se referindo for um
observando o caso e o número dessa palavra. Vejamos um exemplo: uma menina alta
veio à aula de vôlei. Quando se quer traduzir a expressão menina alta ao latim, deve-se
caso;
b) Como menina é uma palavra feminina, em latim (puella, ae f.), o adjetivo alto
aparecer no singular;
d) Como menina está no caso nominativo, o adjetivo alto deverá também ser
grafado no nominativo.
nominativo singular: uma para o masculino, uma para o feminino e outra para o
neutro.
primeira.
Bonus, a, um (bom)
Longus, a, um (longo)
Nominativo
Genitivo
Dativo
Acusativo
Vocativo
Ablativo
Plural masculino feminino neutro
Nominativo
Genitivo
Dativo
Acusativo
Vocativo
ablativo
Magnus, a, um (grande)
Observe que os adjetivos de primeira classe são sempre triformes, ou seja, uma
forma para cada gênero (masc., fem., neutro). Portanto, para sabermos se uma
concorda com o substantivo a que se refere, isto é, em latim o adjetivo deve ir para o
gênero, para o número e para o caso do substantivo com que se relaciona. Além disso,
frase A piedosa filha da rainha traduz-se por Pia reginae filia, em que Pius, a, um
(piedosa) é o adjetivo, filia, ae f. (filha) é o substantivo que antecede o caso genitivo
Regina, ae f. (rainha).
tradução:
Vocabulário:
das conjugações. Por sua própria significação (ser, estar. Haver) e por ser muito
Para ALMEIDA (1994: 53), não há idioma no mundo em que esse verbo não
conseguiu, em grande parte, escapar das ações analógicas, mantendo sua estrutura
complexa.
adjetivo.
constituído por um nome adjetivo, deve concordar com o nome que está na posição
feminino, o adjetivo será feminino também; se o nome for neutro, o adjetivo será
neutro também. O mesmo ocorre com o número e com o caso. Por exemplo:
gênero próprio e, muitas vezes, não pode variar em número; dessa forma, só deve
concordar com o nome no caso nominativo da frase em CASO, apenas. Nesse sentido,
Observa-se nos exemplos acima que o substantivo sustento não varia nem em
predicativo vai para o neutro plural: lecus et sella sunt lígnea (a cama e a cadeira são
de madeira).
fixação:
Exercícios:
Vocabulário:
Amicus, i m.: amigo Discipulus, i m.: discípulo Multus, a, um: muito Patria, ae f.: pátria
Agnus, i m.: Graecus, i m.: grego Mensa, ae f.: mesa Parcus, a, um: humilde
Cordeiro Lupus , i m.: lobo Thesaurus, i m.: tesouro Romanus, i m.: romano
Dominus, i m.: senhor
Devoro, as, avi, atum, are: devorare (devorar) Sum, es, fui,----, esse: ser, estar
Sabemos que o sujeito de um verbo é aquele que pratica a ação expressa pelo
Estamos, dessa forma, vendo um caso em que o sujeito recebe, sofre a ação do
verbo em vez de praticá-la. Quando o sujeito recebe a ação do verbo, dizemos que o
Observando a frase tida como exemplo, como se analisa o termo pelo carro.
Esse termo recebe o nome de agente da passiva, ou seja, é o termo da oração que
(per+o=pelo; per+a=pela).
da frase vai para o caso nominativo; o verbo coloca-se em uma forma especial para
Agora, façamos o exercício a seguir para fixar o que foi abordado neste
subitem:
Alumnus, i m.: aluno Magister, tri m.: mestre Populus, i m.: povo
Bonus, a, um: bom Malus, i m.: mau Romanus, i m.: romano
Conscientia, ae f.: consciência: Nerus, i m.: Nero Troianus, i m.: troiano
Graecus, i m.: grego
Capto, as, avi, atum, are: capturado Existimo, as, avi, atum, are: estimar
Castigo, as, avi, atum, are: castigar
UNIDADE VI – GRAUPO DE SUBSTANTIVOS DA TERCEIRA
DECLINAÇÃO
feminino e neutro. Este grupo recebe o nome de terceira declinação latina. Nesta
declinação as palavras podem aparecer no nominativo singular em -or, -er, -us, -os, -io, -
es, -as, -is, -ex, -em, consoante, entre outras, ou seja, há uma variedade enorme de
terminações, mas que possui a terminação do genitivo singular -is como característica
declinação.
Arbor, oris f.: árvore Frater, tris m.: irmão Mos, oris m.: costume Rete, is n.: rede
Amor, oris m.: amor Grex, gis m.: rebanho Nugax, cis m.: louco Sitis, is f.: sede
Belles, ites m.: guerreiro Hiems, mis f.: inverno Os, oris n.: boca Tapes, etis f.: tapete
Canis, is m.: cão Illisio, onis f.: luta Pacto, onis f.: pacto Urbs, bis f.: cidade
Ditio, onis m.: império Judex, cis m.: juiz Plebs, plebis f.: plebe Vanitas, átis f.: vaidade
Eques, itis m.: cavaleiro Leo, onis m.: leão Questio, onis f.: questão Zetima, atis f.: problema
genitivo singular, o que não se observa na terceira declinação. Quanto a isso, recorre-se
terceira declinação. Sugiro, como exercício de fixação das desinências, que se declinem
procedimentos já usados para a primeira e segunda declinação. É claro que se deve dar
para o nominativo e genitivo singular. Por exemplo, na palavra rex, regis m. (rei)
observa-se que o nominativo (rex) apresenta apenas uma sílaba, enquanto o genitivo,
duas (re-gis).
for parissílaba seu genitivo plural apresentará a terminação -ium. Caso a palavra seja
aparecer somente uma consoante, o genitivo plural deverá ser formado com -um; se
palavra nox, noctis f. (noite), observa-se que se trata de uma palavra imparissílaba, pois
aluno deverá observar se o radical da palavra termina com uma, duas ou mais
consoantes. Nox, noctis apresenta o radical com duas consoantes e faz, portanto, o
Na palavra rex, regis m. (rei), o radical termina com uma consoante apenas.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo VT es
Genitivo is um / ium
Dativo i ibus
Acusativo em es
Vocativo VT es
Ablativo e ibus
nominativo e o genitivo plural pode ser empregado com duas terminações (-um e -ium).
palavras a seguir:
Pastor, oris m.: pastor Mulier, is f.: mulher
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______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
______________________________ ______________________________
Alumnus, i m.: aluno Germanus, i m.: germano Scriptor, oris m.: escritor
Bonus, a, um: bom Mos, moris m.: costume Varius, a, um: variado
Color, oris m.: cor Odor, oris m.: perfume Romanus, a, um: romano
Flos, floris m.: flor Preceptor, oris m.: professor
Laudo, as, avi, atum, are: elogiar
bastante irregular: juppiter, is (júpiter), cujo genitivo singular é jovis. Essa palavra é
Nominativo Juppiter
Genitivo Jovis
Dativo Jovi
Acusativo Jovem
Vocativo Juppiter
Ablativo Jovi
Vocabulário:
Ala, ae f.: asa Longus, a ,um: comprido Rex, Regis m.: rei
Accipiter, is m.: gavião Mores, morum m.: procedimentos Varius, a, um: variado
Hiems, hiemis f.: inverno Nox, noctis f.: noite
Damno, as, avi, atum, are: damnare (condenar) Sunt, es, fui, ---, esse: ser/estar
acusativo e vocativo. No plural também são iguais, com terminação -ia ou -a,
dependendo do tipo de nome neutro. Nesse sentido, para completo estudo dos nomes
e vocativo. Outra característica desses neutros que foge à regra geral é sua terminação
A.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo VT ia
Genitivo is ium
Dativo i ibus
Acusativo VT ia
Vocativo VT ia
Ablativo i ibus
Mare, is n.: mar Exemplar, is n.: exemplar
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_____________________________ _____________________________
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_____________________________ _____________________________
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo VT a
Genitivo is um
Dativo i ibus
Acusativo VT a
Vocativo VT a
Ablativo e ibus
Iter, itineris n.: itinerário Corpus, oris n.: corpo
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Tripolis, is (Trípoli).
b) os seguintes nomes comuns:
Sitis, is f.: sede Tussis, is f.: tosse Vis, viris f.: força Febris, is f.: febre
Canis, is m.: canum Panis, is m.: panum Senex, senis m.:– senum Juvenis, is m.:- juvenum
b) alguns nomes imparissílabos com uma consoante no radical têm o genitivo plural
Dos, dotis – dotium Nix, nivis – nivium Lis, litis – litium Mus, muris - murium
Fores, forium – porta Furfures, um – farelo Preces, cum – preces Verbera, rum - surra
Exercícios:
Fessus, a, um: cansados Miles, militis m.: soldado Roma, ae f.: Roma
Fames, is f.: fome Neapolis, is f.: Nápoles Sitis, is f.: sede
Seape: muitas vezes
Sedo, as, avi, atum, are: matar Vexo, are: atormentar
Desidero, as, avi, atum, are: desejar
respectivos casos.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo us us
Genitivo us uum
Dativo ui ibus
Acusativo um us
Vocativo us us
Ablativo u ibus
tis f.(parte) e palavras de quarta declinação partus, us m. (parto). Por exemplo, na frase
Observa-se que a grafia partibus é igual para ambas as palavras. Nesse caso,
declinação.
Tabela 8. Desinências correspondentes aos nomes neutros da quarta declinação latina e seus
respectivos casos.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo u ua
Genitivo us uum
Dativo ui ibus
Acusativo u ua
Vocativo u ua
Ablativo u ibus
variante da segunda, pois há palavras que se declinam por uma ou por outra. Na
Outra exceção dos nomes da quarta declinação que, na verdade, é uma anomalia
aparece apenas no nome Iesus, us m. (Jesus), que é declinado apenas no singular, como
se observa abaixo:
Nominativo Iesus
Genitivo Iesus
Dativo Iesui
Acusativo Iesum
Vocativo Iesus
Ablativo Iesu
As palavras deste grupo que apresentam declinação completa são dies, ei (dia) e
res, ei (coisa). As outras palavras ou têm apenas singular ou, no plural, apresentam
respectivos casos.
Flexão de número
Casos latinos
Singular Plural
Nominativo es es
Genitivo ei erum
Dativo ei ebus
Acusativo em es
Vocativo es es
Ablativo e ebus
palavras a seguir:
cinco formas: duas para o presente, uma para o perfeito, uma para o supino e uma
para o infinitivo.
ere (como os verbos da 2ª), mas essa terminação nunca pode ser acentuada. Na 2ª
conjugação, o ere do infinitivo é acentuado (ēre), mas na 3ª o ere é sempre átono (ĕre).
Já que a terminação do infinitivo -ere é igual para os verbos de segunda e
terceira conjugação, como fazer a distinção entre eles? Isso é bastante fácil: basta
(vogal temática e DNP), ao contrário dos verbos da terceira que apresentam somente
a DNP -o.
fácil concluir que P2 Pr Id são também diferentes entre si. Os verbos de segunda
terceira conjugação. É evidente que antes de qualquer coisa é preciso fazer a distinção
dos verbos, de acordo com sua conjugação, para que as desinências correspondentes
lectum, ere: legere (ler), conjugado nos tempos até aqui estudados.
Voz ativa
consoante, como é o caso de legĕre (lego, legere: ler), a terceira conjugação apresenta
atribuir)
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
pela terminação da P1 Pr Id, em razão da mesma terminação -o, para ambos, isso não
terminação -io.
formas verbais.
seguirá o padrão da terceira. Isto quer dizer que a DMT do pretérito imperfeito será –
Segue abaixo o verbo audio ,is, audivi, itum, ire: audire conjugado nos tempos
já estudados.
Voz ativa
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
aud i vi aud i vera m
aud i vi aud i vera s
aud i vi aud i vera t
aud i vi aud i vera mus
aud i vi aud i vera tis
aud i veru aud i vera nt
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
Perfeito Mais-que-perfeito
Rad VL DMT DNP Rad VL DMT DNP
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N. M. de. Gramática latina. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 1994.
AZEREDO, L. C. de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge
Padrão , 1976.
técnico, 1976.
GARCIA, Janete M., Introdução à Teoria e Prática do Latim, Editora UnB, 1993.
1959.
QUEIROZ, O. A. P. de. Dicionário latim-português. 4ª ed. São Paulo: LEP S.A., 1981.
UFMG, 2003.
RONÁI, P. Curso básico de latim: gradus primus. 15ª ed. São Paulo: Cultrix, 1945.
______, P. Curso básico de latim: gradus secundus. 7ª ed. São Paulo: Cultrix, 1985.
SPALDING, T. O. Guia prático de tradução latina. 3ª ed. São Paulo: Cultrix, 1982.
Retirado em 10/04/2005.