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Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais – Cecen

Letras Licenciatura em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e respectivas Literaturas.


Profa. Dra. Ana Maria Martins
Amanda Viana, Fernanda Bordalo, Lorhane Souza, Millena Lopes, Samuel Veras, Yasmin e Silva.

3 Formas de trabalhar a gramática a


partir do gênero
Alex Caldas Simões

São Luís – MA
03.10.2022
Introdução

 Objeto de ensino da Língua Portuguesa: o texto, em suas variedades


(culta ou padrão) e modalidades (oral/escrita).
 Deve ser trabalhado nas aulas por meio de algum gênero discursivo
(orientação dos PCN).
➢ Ensinar Português é:
 Desenvolver a competência discursiva dos alunos;
 Capacitar os alunos para lidar com as diferentes linguagens;
 Possibilitar o amadurecimento e a ampliação do domínio das práticas
orais da linguagem (que eles já têm);
 Garantir o domínio das práticas de escrita.
Da gramática ao gênero

 Trajetória histórica de constituição de uma disciplina (que só


passou a integrar o currículo das escolas ao final do Império,
nas últimas décadas do séc. XIX).
➢ Por que não antes?
1. No período colonial, existiam três línguas vigentes: a geral;
tupi-guarani e o latim (Língua Portuguesa não era prioridade).
2. Poucos eram letrados na época colonial. O latim era a
preferência dos que ainda chegavam a estudar.
3. A comunicação diária era por meio da língua geral
(sistematizada pelos jesuítas para trato com os indígenas).
Da gramática ao gênero

 1837: Colégio Pedro II > Dom Pedro II > ensino de Língua Portuguesa nas
disciplinas de Retórica e Poética;
 1838: ensino de Língua Portuguesa direcionado ao estudo da
➢ Professores desse colégio era os autores das gramáticas
➢ Final do império > disciplina de Retórica, Poética e Gramática foram difundidas
em uma única > Língua Portuguesa.
➢ Análise de textos de autores clássicos, estilística.
 Só a partir de 1950 começa a ocorrer uma real modificação no conteúdo da
disciplina de Língua Portuguesa.
A Língua Portuguesa com o passar das décadas

 Anos 50 e 60
▪ Classe social elevado
▪ Manuais de gramática
▪ Não há variação linguística devido a memorização de frases soltas
▪ “A língua é um código que independe do contexto de produção discursiva para
significar”
▪ (Destaque para a década de 60: estudos em latim)
A Língua Portuguesa com o passar das décadas
 Anos 70
▪ Nova disciplina: Comunicação e expressão
▪ Meio de transmissão de mensagem e comunicação
▪ Foco na mensagem em sua produção e recepção

Final dos anos 70 e começo dos anos 80:


▪ Mudanças devido ao regime militar
▪ Utilização mínima do ensino da gramática
▪ “Ensinar português no período militar era ensinar comunicação”.
A Língua Portuguesa com o passar das décadas

 Anos 80
▪ A disciplina volta a se chamar “Português”.
▪ Maior incentivo no estudo de tipos literários (ainda sem finalidade).

 Anos 90
▪ Ampliação dos meios de comunicação utilizados em sala
▪ Deixa de ser um código de prescrições e passa a ser “um conjunto de leis
responsáveis pelas regularidades que garantem o funcionamento da língua” .
▪ Variação linguística deixa de ser considerado depravação da língua
A Língua Portuguesa com o passar das décadas
 Anos 2000: uma era de mudanças.
▪ A gramática passou a ser vista como conjunto de regras geradoras de sentido e
de efeitos de sentido
▪ A gramática passou a privilegiar não só a construção de sentidos por uma
dimensão semântica, mas também pragmática
▪ Na produção de textos orais e escritos foi privilegiado o conhecimento da cultura
dos participantes da interlocução (não só o código da língua)
▪ A língua foi vista ao mesmo tempo como um código (pois constrói significados) e
como um fato social (onde cada variedade da língua desfruta de um prestígio na
sociedade)
▪ Escola se responsabiliza pelo ensino da língua padrão (mas não pelos métodos
antigos)
Maneiras de trabalhar gramática a partir do gênero

 Lugar de interação
▪ Língua como objeto social
▪ Estudo da linguagem no campo social
▪ Perspectiva funcional: Funções externas
Proposta pedagógica baseada em gêneros discursivos

 Como abordar um gênero em sala de aula?


▪ Análise do público alvo
▪ Atualidades
Proposta pedagógica – Parte I

 O que acontece com a linguagem em uso?

(1) Qual o seu propósito social (objetivo) deste texto? Afinal, por que
as pessoas escrevem esse texto?

(2) Onde esse gênero costuma circular, com que frequência e em que
circunstâncias?

(3) Que parte do texto melhor indica a realização do propósito social


(objetivo) do texto? Dê exemplos.
Proposta pedagógica – Parte I

 Quem participa da interação?

(4) Que pessoas (participantes) interagem nesse gênero?


Especifique nomes e cargos.

(5) Que função/hierarquia eles desempenham?

(6) Quem escreve e quem lê esse tipo de texto?

(7) Que conteúdo ou tema é descrito no texto?


Proposta pedagógica – Parte I
 Como é organizada a linguagem?

(8) O gênero pesquisado é falado ou escrito? Se escrito indique marcas


de oralidade no texto, se houver.

(9) Em que suporte este gênero costuma circular? Por quê? Há


possibilidade do gênero circular em outro suporte?

(10) Que tipo textual é predominante no gênero pesquisado (narrativo,


descritivo, argumentativo ou injuntivo)? Por quê?
Proposta pedagógica – Parte I

 Quais são as estruturas dos textos?

Analisando 3 exemplares do gênero pesquisado, responda:

(11) O que sempre se repete nos três gêneros? Por quê?

(12) O que cada um tem de diferente? Por quê?

(13) Observando apenas um dos três textos. Há algo que se repete


com frequência nesse texto? Por que isso ocorre?
Proposta pedagógica – Parte II

(a) Para o gênero biografia (de Lázaro Ramos):


 De quem se fala abaixo?

 O que podemos dizer sobre essa personalidade? É homem ou


mulher? Por quê? Quem está em destaque? Por quê?

 Como a revista se refere a ele/ela? Há algum termo que especifica


esse nome? Qual? Substitua esses termos por pronomes.
Proposta pedagógica – Parte II

 Que fatos e informações pertencem somente à personalidade


descrita?

 Que julgamentos de valor o repórter da biografia faz sobre a


personalidade em destaque?

 Observe as frases explicativas inseridas no texto por orações


entre vírgulas. O que é explicado? Por que houve essa
explicação?
Proposta pedagógica – Parte II

(b) Para o gênero propaganda:

 Que produto é ofertado?

 Que características ele possui?

 Que julgamentos de valor o publicitário faz sobre o produto?

 O que podemos dizer sobre o sujeito do texto?

 Que outro slogan podemos construir para o produto?


Proposta pedagógica – Parte II

(c) Para o gênero Editorial de Moda (de Gravatas e


sapatos):
 Que item da moda é apresentado?

 Que características ele possui?

 Qual o título do texto e seu significado?

 Há alguma outra marca/fabricante que vende esse produto e


que não apareceu no texto? Como ela apareceria?

 O que podemos dizer sobre os sujeitos reais do texto?


Considerações Finais

 O objeto de ensino da língua portuguesa;

 A proposta pedagógica;

 As propostas tiveram como base o esquema a ser mostrado


na página seguinte:
Considerações Finais

 Uso e função do esquema;

 Finalização.
Referências
 HORTA, N. O meme como linguagem da internet: uma perspectiva
semiótica. 2015. 191 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) -
Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

 SAUTCHUK, I. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender


análise (morfo)sintática. 2. ed. São Paulo: Manole, 2010.

 SIMÕES, A. 3 formas de trabalhar a gramática a partir do gênero.


RevLet – Revista Virtual de Letras, v. 10, no 01, p. 18-38, jan/jul, 2018.

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