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MODELOS HIPSOMÉTRICOS AJUSTADOS PARA PLANTIOS

CLONAIS DE Eucalyptus spp, PARA GERAÇÃO DE ENERGIA NO


ESTADO DE PERNAMBUCO
1.

Introdução

A implantação das florestas energéticas de Eucalipto tem o objetivo de formar matéria prima para produção de
bioenergia, unindo tecnologia a uma perspectiva ambiental sustentável, ao contemplar o aproveitamento da madeira e o
retorno dos resíduos para o solo, restituindo, assim, fontes de nitrogênio e carbono (Rocha, 2011). No nordeste
brasileiro, o plantio de eucaliptos para fins energéticos possui dificuldade relacionada a pouca seleção de clones
adaptados às altas temperaturas, bem como o longo período de déficit hídrico. Entretanto, por ser um gênero de rápido
crescimento, a madeira é passível de ser utilizada na geração de energia, proporcionando, assim, estudos destinados a
modelagem hipsométrica, entre altura e diâmetro, através de modelos matemáticos (Furlan, 2018).
A relação diâmetro e altura é comum em inventários florestais, sendo esta uma variável essencial para
correlacionar dados do plantio, estimar volume e indicar o índice de sítio, que por sua vez identifica o potencial
produtivo da floresta. No entanto, a medição das alturas em povoamentos florestais é uma atividade com custo elevado
e lento, onde sua obtenção não é fácil, em comparação com a medição dos diâmetro, podendo estar sujeito a erros
(Andrade, 2014). Diante disso, é comum o uso de ferramentas que ajudam na economia de tempo e capital das empresas
de base florestal: modelos baseados em relações hipsométricas.

Material e métodos

Os dados para o presente trabalho foram coletados nos povoamentos clonais de Eucalyptus spp. implantados na
cidade de Glória do Goitá, na região entre a faixa úmida da região da Mata de Pernambuco e o Agreste seco, na estação
experimental da empresa BRF-Brasil Foods. O clima no município °C. A pluviosidade média anual é cerca de 963 mm,
concentradas entre os meses de abril e julho. O solo da área é Luvissolo, caracterizado por argila de alta atividade,
moderadamente raso e de drenagem imperfeita com quantidade considerável de material pedregoso e apresenta relevo
levemente ondulado.
O experimento foi realizado no plantio clonal de 42 escolhidas foram o DAP (diâmetro altura do peito) e H
(altura). Após um levantamento bibliográfico florestal, foi selecionado 5 modelos hipsômetros tradicionais (Tabela 1),
dentre os quais se dispõe de equações lineares e não lineares. A qualidade do ajustamento das equações foi avaliada
com base nos valores percentuais do coeficiente de determinação ajustado (R²aj%), o erro padrão da estimativa (Syx%)
e análise gráfica do resíduo.

Tabela 1 – Modelos Hipsômetros analisados a partir dos dados coletados de altura e diâmetro (1,30m)

Nº Modelos Hipsômetros
1 H= βo+β1d
2 H=βo+β1d+β2d²
3 H-1,30=βo+β1d+β2d²
4 D²/(raiz(h-1,30) =βo+β1d+β2d²
5 H=β0+β11/d

Resultados e Discussão

1
Sexto Autor é Docente do Departamento de Ciência Florestal, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manuel de Meiros, s/n,
Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171-900.
Analisando os modelos para estimativas das. A análise dos resíduos que é a diferença entre os valores reais e
valores previstos seguiu de forma aleatoriamente distribuída, confirmando a normalidade dos dados. Os valores das
estatísticas para seleção do melhor modelo estão apresentados na Tabela 2.
O modelo 4 apresentou o melhor ajuste entre os resultados não obtiveram índices adequados para o plantio. Os
modelos foram testados por meio da análise de Regressão Linear e análise gráfica dos resíduos no programa Excel.A
tabela 2 apresenta as estimativas dos coeficientes de regressão obtidos, os respectivos R²aj. e o Syx.

Tabela 2 – Estimativas dos coeficientes obtidos na análise de regressão.

Modelos βo β2 R²aj. % Syx %


β1
Hipsômetros

H=βo+β1d ,8S4032 0,71333 - 0,449 19%

H=βo+β1d+β2d² 4,18364 0,83577 -0,00562 0,5063 29%

H- ,88364 0,83577 -0,0062 0,503 310%


1,30=βo+β1d+β2d²

D²/(raiz(h-1,30) -,40008 1,9424 0,15698 0,9540 45%


=βo+β1d+β2d²

H=β0+β11/d 1,98546 -6,09015 - 0,4820 59%


Fonte: Os autores, 2020.

O modelo quatro é o que melhor explica os dados coletados. Assim, esse modelo mostrou potencial para
estimativa da altura, conforme constatado por Ribeiro et al. (2010), onde estudos hipsômetros realizados em plantios de
Eucalyptus encontraram valores maiores do que 90% para o R²aj.
No que diz respeito ao erro padrão da estimativa (Syx), o modelo de equação quatro, mostrou-se
estatisticamente superior, sendo de apenas 5%, comparado aos outros modelos os quais mostraram valores superiores.
Resultados ainda melhores que os obtidos por Ribeiro et al. (2010), em plantios, e obtiveram resultados onde o erro
padrão da estimativa foi de 9%, para testes de modelos hipsométricos em plantios de Eucalyptus, o que já é bastante
satisfatório, estando o erro neste trabalho ainda menor que o obtido por Ribeiro et al. (2010), com apenas 5%.
Miguel et al.(2018), que estudaram nove (Syx), abaixo de 9%, apenas o modelo 3 apresentou 10%, mas ainda
sim pode-se constatar uma boa precisão dos dados obtidos.

Conclusões

Apenas um dos cinco modelos estudados obteve resultado satisfatório quando aplicado ao plantio. O modelo
hipsométrico com melhor ajuste para a condição de sítio estudada foi o modelo. =5%. A análise gráfica dos resíduos
não apresentou tendências em subestimar nem superestimar as alturas, confirmando o ajuste do modelo.

Agradecimentos

À empresa para a formação acadêmica dos alunos envolvidos.

Referências

ANDRADE, V. C. L.; SCHMITT, T.; BINOTI, D. H. B.; SILVA, M. L. M.; BINOTIi, H. G. L. 2014. Avaliação de
modelos hipsométricos para clones de eucalipto na região sul do estado do Tocantins. Atualidades em mensuração
florestal, p. 32.
FURLAN, R.A.2018. Seleção de clones de eucalipto para tolerância à seca no nordeste do Brasil.99P p. (Tese de
Doutorado em Ciência Florestal), Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu. Universidade Estadual Paulista.
Botucatu. São Paulo.

ROCHA, M. F. V. 2011. Influência do espaçamento e da idade na produtividade e propriedades da madeira de


Eucalyptus grandis x Eucalyptus camaldulensis para energia. 84f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) -
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais.

SOUZA, A. S.; SANTOS, J. X.; SOUZA, D. V. 2017. Modelagem da relação hipsométrica para um povoamento do
híbrido de eucalipto na Amazônia brasileira. BIOFIX Scientific Journal, v. 2, n. 1, p. 44-53.

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