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Capítulo 13

Maquinaria e Grande Indústria

1. Desenvolvimento da maquinaria

O capítulo presente começa com uma citação de John Stuart Mill- “È questionável que
todas as inovações mecânicas já feitas tenham servido para aliviar a fainha diária de
algum ser humano” (Princípios da economia política). Ou seja, segundo ele a
maquinaria não surgiu para melhorar as condições dos trabalhadores, muito pelo
contrário, a mesma acaba dificultando ainda mais as condições dos trabalhadores.

Segundo Marx, essa não é a finalidade da maquinaria utilizada de modo capitalista. Para
ele a maquinaria tem como intuito baratear mercadorias e encurtar a parte da jornada de
trabalho que o trabalhador necessita para si mesmo, a fim de prolongar a outra parte de
sua jornada, que ele dá gratuitamente para o capitalista. Ela é meio para a produção de
mais- valor.

Na manufatura, o modo de produção começa com a força de trabalho, na grande


indústria, com o meio de trabalho. Para ele as maquinarias possuem três componentes
importantes, a máquina motriz que atua como força motora do mecanismo inteiro
(basicamente o “motor”), o mecanismo de transmissão que distribui a transmissão para
a máquina-ferramenta, e a máquina-ferramenta ou máquina do trabalho que seria o
principal do processo, o ponto de partida.

A revolução industrial teve papel determinante na evolução da maquinaria, no processo


produtivo capitalista, substituindo o trabalhador, por uma força motriz que manuseia,
por maior quantidade de ferramentas, assim forças naturais são substituídas por forças
motrizes. Porém era necessária uma força sobre-humana para manuseio dessas
maquinas maiores, criadas na revolução industrial.

Coube a Watt com a segunda máquina a vapor, criar um mecanismo que gerasse sua
própria força motriz, isso permitiu a maior concentração de pessoas nas zonas urbanas,
deixando assim os campos em segundo plano.
Nas zonas urbanas, com a produção mecanizada, e um sistemas articulados de
maquinas, “A máquina de trabalho combinada, agora um sistema articulado de
máquinas de trabalho individuais de diferentes espécies e de grupos das mesmas, é tanto
mais perfeita quanto mais contínuo for seu processo global”
Coube a Boulton e Watt a segunda máquina a vapor, criar um mecanismo que gerasse
sua própria força motriz, isso permitiu a maior concentração de pessoas nas zonas
urbanas, deixando assim os campos em segundo plano.
Nas zonas urbanas, com a produção mecanizada, de um sistema articuladas de
máquinas,“A máquina de trabalho combinada, agora um sistema articulado de
máquinas de trabalho individuais de diferentes espécies e de grupos das mesmas, é tanto
mais perfeita quanto mais contínuo for seu processo global”.

Nesse sistema a revolução em um determinado setor, passar para outros setores, como
na indústria têxtil que passa para siderurgia, que por sua vez passa para transportes
públicos. Além disso, com a maquinaria o só funcionaria com base no trabalho
imediatamente coletivo.

2. Transferência de valor da maquinaria ao produto

Nesse tópico, Marx busca demonstrar o modo de valorização das maquinas e sua
diferenciação com os demais meios de produção anteriormente expostos. Segundo ele,
a maquinaria não cria valor, e sim transfere esse valor para o que é produzido, sendo o
próprio tempo de trabalho socialmente necessário. “A maquinaria entra sempre por
inteiro no processo de trabalho e sempre apenas em parte no processo de valorização.
Ela nunca agrega mais valor do que em média perde por seu desgaste.”

Marx deparasse com a pergunta “porque não se usa a maquinaria em todos os setores?”,
o que responde à pergunta é a inviabilidade econômica de mecanizar determinados
setores. Uma máquina só será, se essa subsistir um valor igual ou maior de força de
trabalho referente ao seu custo. Porém o uso da mesma diminui o trabalho de alguns
setores, e aumentar o de outros, “e é daí que surgi à queda do salário, e o baixo do valor
da força de trabalho impede o uso da maquinaria e torna-o supérfluo, frequentemente
impossível, do ponto de vista do capital, cujo lucro surge de qualquer modo da
diminuição (...) do trabalho pago.”
3. Efeitos imediatos da produção mecanizada sobre o trabalhador

Com a imposição da maquinaria no sistema produtivo, coloca todos os membros da


família (mulheres e filhos) no setor de trabalho, assim o valor da força de trabalho que
anteriormente, era referente à ao trabalhador individual (referente ao pai) passa a ser
divido entre todos os membros da família, com isso o valor da força de trabalho
diminui.

Por conta disso, o excesso de trabalho infantil, a taxa de mortalidade infantil cresceu
nos distritos industriais, não só por casos de mortes por acidente ou excesso de trabalho
de crianças, mas também pelas próprias mães que envenenavam seus filhos para lhes
tirar o sofrimento. Houve também o prolongamento das horas de trabalho, no que se
refere ao mais-valor absoluto. Porem a condição de longevidade das horas de trabalho
estava também ligado aos desgastes das máquinas. A intensidade do trabalho foi
aumentada. Houve redução intervalos na produção as chamadas porosidades.

4. A fábrica

Marx tentava explicar como era o modo de trabalho nas fabricas, buscando diferenciá-la
das manufaturas e da produção artesanal. As fabricas foram descritas por ele na época,
como uma cooperação de diferentes classes, gêneros e idades e como um enorme
autômato (...) agindo em concerto e sem interrupção para a produção de um mesmo
objeto, de modo que todos estão subordinados a uma força motriz”.

A maquinaria elimina a divisão do trabalho, visto nas manufaturas, o capital passar


modifica sua subordinação ao trabalho. Nessas formas de produção mais antiga
(manufaturas e artesanato) o trabalhador era visto como, como ferramenta, porem nas
fabricas, esses são visto como maquinas, deixando de partir do movimento do trabalha,
para acompanhá-lo. “Na manufatura, os trabalhadores constituem membros de um
mecanismo vivo. Na fábrica, há um mecanismo morto, independente deles, ao qual são
incorporados como um apêndice vivo.”

5. Luta entre trabalhador e máquina


A evolução da maquinaria não veio para melhorar as condições dos trabalhadores, mas
pelo contrário, a mecanização estava gerando mais pobreza, miséria e fome na classe
trabalhadora, a luta deixa de ser entre especificamente entre capitalista e assalariado, as
revoltas passam a ser contra as especificamente entre capitalista e assalariado, as
revoltas passam a ser contra a miséria crônica nas camadas de trabalhadores que
concorrem com ela.”

Ocorreram-se então muitas revoltas contra as maquinas na Europa, principalmente


na Alemanha, Holanda, Itália e Inglaterra. O Ludismo foi uma das principais
dessas revoltas.

Mas o problema não era a máquina em sou forma, “maquinaria encurta o tempo de
trabalho (...) utilizada como capital aumenta sua intensidade; (...) utilizada como capital
submete o homem por meio da força da Natureza; em si, aumenta a riqueza do
produtor”

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