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O trabalhador típico desse período é o metalúrgico, tipo de operário que se encontra

espalhado pelos ramos metalúrgico, metal-mecânico e eletromecânico

O trabalhador típico desse período é o metalúrgico, tipo de operário que se encontra


espalhado pelos ramos metalúrgico, metal-mecânico e eletromecânico

A lógica dessa especialização desqualificação é a especialização produtiva da maquina que


surge dentro do trabalho automatizado. É a máquina desenhada para o fabrico de um só
produto realizando movimentos padrões determinados.

O trabalhador acompanha esta especialização: em função do produto, especializa-se a


máquina-ferramenta e em função da máquinaferramenta especializa-se o trabalhador.

Temos aqui a principal característica do período técnico da segunda revolução industrial: a


separação entre a concepção e execução, separando quem pensa (o engenheiro) e quem
executa (o trabalhador massa). É, pois o taylorismo o que está na base do fordismo.

É criação do taylorismo e não do fordismo, essa série de segmentações que quebra e


dissocia o trabalhão em aspectos até então organicamente integrados a partir da separação
entre o trabalhão intelectual e o trabalhão manual.

Taylor elabora um sistema que designa de Organização Cientifica do trabalho (OMT).


Consiste esta organização em separar o trabalho de concepção e o trabalho de execução,
com o intuito de, a um só tempo, retirar dos trabalhadores de oficio a autonomia do
paradigma manchesteriano de que ainda desfrutam dentro do trabalho fabril e, assim,
submetê-los a forte controle patronal por meio dos seus engenheiros; em passar para a
classe patronal e seus engenheiros a função de pensar e deixar para a massa dos
trabalhadores a função exclusiva de executar, desqualificando e massificando o trabalho e
qualificando o capital.

Os alvos são os movimentos gestuais do trabalhador e as ferramentas que utiliza. Para


isso, o trabalho manual é reduzido ao máximo da sua simplificação. Gestos e ferramenta
são decompostos e reduzidos em seus aspectos mais simples, de modo a poderem ser
reduzidos à especialização mais absoluta. O trabalhador fica limitado a uns poucos
movimentos corporais e ao uso de poucas ferramentas a eles correspondentes. E o trabalho
é transformado numa rotina de repetição ao infinito dos mesmos gestos e numa cadencia
de velocidade crescente.

Uma função mecânica, extenuante e para a qual não se precisa pensar

Consiste esta organização em separar o trabalho de concepção e o trabalho de execução,


com o intuito de, a um só tempo, retirar dos trabalhadores de ofício autonomia própria do
paradigma manchesteriano de que ainda desfrutam dentro do trabalho fabril e assim
submete-los a um forte controle patronal através dos seus engenheiros. Passa-se para a
classe patronal e seus engenheiros a função de pensar e deixa-se para a massa dos
trabalhadores a função exclusiva de executar. Desqualifica-se e massifica-se o trabalho
enquanto se qualifica o capital.
se institui como regra a relação de especialização produto-ferramentatrabalhador, que Ford
apensa aperfeiçoa com alinha de montagem. Ford parte da padronização, desqualificação e
massificação do trabalho, com seus corolários no salário padrão, tarefa padrão, horário
padrão com os quais a regulação taylorista extingue o salário por peça, o trabalho por oficio
e a porosidade do trabalho do paradigma anterior e os simplifica nos processamentos
produtivos de sua fabrica automobilística.

Daí o trabalho taylorista ser especializado, fragmentado, não-qualificado, intenso, rotineiro,


insalubre e hierarquizado. Sobretudo hierarquizado. Há um engenheiro em cima, projetando
no escritório, para que os de baixo executem no chão da fabrica.

Tal hierarquia dita engenharia gerencial, implica uma face da vigilância que é quase
condição da organização do trabalho do período técnico e do trabalho da segunda
Revolução Industrial e uma de suas mais fortes características.

A reação ao taylorismo-fordismo inicial é de perplexidade. A seguir, a classe trabalhadora


assimila e faz da ação sindical sua forma mais poderosa de movimentação.
Paradoxalmente, o sindicato tira beneficio do próprio fordismo. Ao massificar e concentrar
os trabalhadores em um só lugar, o fordismo facilita a organização sindical.

Do chão fordista, um sindicalismo de massas emerge com um pé na fabrica e outro no


mundo de massa urbana da cidade. Aí, se confunde à cultura de massa engendrada pelo
fordismo, com sua programação via imprensa de massa formal (jornal, televisão) da
produção e consumo em padrão, em série e em massa.

Encarnando a novidade da automação, Ford cria a linha de montagem. Apoiada numa


esteira rolante, a linha de montagem, típica do fabrico de automóveis, é o processo técnico
que ficará registrado como a forma mais característica de automação, com a qual introduz
na indústria a produção padronizada, em série e em massa.

O efeito sobre a organização do trabalho é o de uma radical reestruturação. Com o fordismo


um trabalhador desqualificado surge no lugar do velho trabalhador de ofício com função
puramente de executar dentro da fábrica uma tarefa de trabalho específica, simples e
integrada, que qualquer trabalhador pode realizar em um tempo curto e repetidas vezes
com grande ritmo e velocidade.

Andressa: A formação de uma gerência capaz de pré-planejar e pré-calcular todos os


elementos do processo de trabalho estava, então, intimamente ligada a uma proposta de
intenso controle do trabalho

Tornar a execução e a concepção esferas separadas do trabalho e, para isso, reservar à


gerência e obstar aos trabalhadores o estudo dos processos de trabalhos, tornando-os
meros operadores de tarefas simplificadas, sem a compreensão dos raciocínios técnicos, é
uma forma não só de assegurar o controle do processo de trabalho pela gerência como,
também, de baratear a força de trabalho.
A perspectiva de Taylor (1987) sobre a qualidade do trabalho está fortemente centrada na
noção de tempo.

A preocupção [...] com o ritmo mais rápido de trabalho, a própria ideia de eficiência como
produzir do melhor modo e o mais rapidamente possível, o problema do operário trabalhar
devagar, a meta de obter o rendimento máximo dos trabalhadores, todas essas diretrizes
mostram como o tempo é um valor central em seu pensamento.

per avere finalmente un film interamente consacrato al mondo interno della fabbrica,
all’alienazione e alla nevrosi operaia

La nevrosi intesa come forma privilegiata di conoscenza della realtà e come anticamera di
una presa di coscienza politica è ugualmente al centro del film di Elio Petri

La classe operaia va in paradiso racconta la storia di Lulù Massa, operaio stakanovista,


sempre dalla parte dei padroni, il quale, in seguito a un incidente sul lavoro che gli causa la
perdita di un dito, prende coscienza del suo sfruttamento e della sua nevrosi, dell’inizio della
sua follia, e comincia quindi a ribellarsi.

i giovani attivisti universitari erano rappresentati come sostanzialmente estranei alle vere
problematiche operaie.

In effetti, la fabbrica viene rappresentata come un’istituzione totale. La fabbrica, nel suo
funzionamento interno e nell’esercizio del potere, viene così paragonata alla prigione, al
manicomio o alla caserma.

In altri termini, l’operaio si trova in una dimensione spaziale nella quale è sottoposto a un
controllo continuo e a ritmi di lavoro stressanti, alienanti e persino rischiosi da un punto di
vista fisico

A questo proposito, è esemplare una delle sequenze iniziali del film, nella quale vediamo
Lulù Massa e la sua compagna, a cena e prima di coricarsi, mentre litigano in merito alla
loro vita sessuale ormai inesistente a causa dei ritmi massacranti ai quali l’operaio si
sottomette per guadagnare più soldi

In seguito, durante il litigio tra Lulù e la sua compagna, riscontriamo sempre la presenza
ossessiva e costante della fabbrica anche all’interno dello spazio domestico.

In seguito, la fabbrica risulta essere la causa di mali fisici (l’ulcera, il mal di schiena, la
stanchezza cronica) e di mali psicologici, come per esempio l’assenza di desiderio sessuale,
assorbito interamente dai ritmi frenetici del cottimo.

In effetti, secondo le sue stesse parole, Lulù prova del desiderio sessuale la mattina, quando
entra in fabbrica, e la sera, quando torna a casa, si sente svuotato, poiché le sue pulsioni
vitali sono state interamente assorbite dal lavoro in fabbrica
La fabbrica si configura così come un’istituzione totalizzante che occupa il tempo produttivo
e il tempo esistenziale dell’operaio, dove il tempo produttivo invade il tempo esistenziale
distruggendolo, rendendolo alienante, spazio sì privato, domestico, quotidiano, ma carico di
nevrosi e mali fisici provenienti dalla fabbrica.

Lulù Massa (Gian Maria Volonté) is a turner in a Milan factory, the champion of piecework
which supports his two families. At the age of thirtyone he had already survived two chemical
poisonings and has an ulcer. his fellow workers hate him because of his incessant increases
of work quotas, while the boss, the employer, considers him his best worker. An accident in
which he loses his finger turns him from a best Stakhanovite into a fierce protester and
opponent of piecework, which leads to his layoff. He joins the student left, which sees his
case only as an instance of individual injustice, not a “class” issue. He reaches out to the
union which gets him his job back. His only comfort and “sincere social contact” come from
conversations with an old worker Militina – a former fellow worker, now committed to a
mental hospital, with whom Lulù involuntarily identifies. The final allegorical scenes in the
film show workers working on an assembly line, discussing Lulù’s dream through a chain of
Chinese whispers – tearing down the wall of heaven, a haze obscuring everything except
Militina and Lulù emerging from a cloud of thick smoke.
A postura que os operários devem manter no trabalho é sempre em pé, nunca
sentados, o que faz com que um operário veterano com problemas de próstata
tenha incontinência urinária.

Ludovico Massa (Gian Maria Volonté), operário de uma fábrica na década de 1970,
que, para atingir a marca de trabalhador mais produtivo, sacrificava tempos de
descanso ou mesmo as medidas de saúde e segurança do trabalho, realizando
manutenção de máquinas em funcionamento para economizar tempo.

no mais puro exemplo de relação fetichista entre homem e máquina, pede aos
trabalhadores que tratem esta com amor o que não é seguido ao menos pelos mais
politizados, que chegam a cuspir na máquina em atitude de desabafo.

Lulu Massa (Gian Maria Volonté) é o que no Brasil comumente se chamaria de


“operário-padrão”6, um operário braçal que devido a sua alta produtividade passa a
ser o parâmetro para todos os demais trabalhadores da fábrica BAN.

Aos colegas que questionam as altas metas que são exigidas e que ele deveria se
empenhar em ao invés de aumentá-las, diminuí-las, responde tão somente: “não
inventei o sistema”.

Evita dirigir-lhes a palavra quando trabalha, acha que conversar conduz à distração
e o faz perder dinheiro: “Entre uma fala e outra são 30 liras a menos”

Ao mesmo tempo, Lulu tem consciência de que o seu trabalho não exige qualquer
atributo intelectual mais desenvolvido, ao mesmo novato ao ensinar uma tarefa diz:
“Esta função até um macaco pode fazer, portanto, você também pode”

Lulu sonha com a fábrica, quando dorme mexe com o dedo como se ainda
estivesse trabalhando. O som do despertador (ele tem quatro em casa) o acorda
como se fosse o som da sirene da fábrica.

Militina fez a pergunta que muitos trabalhadores gostariam de fazer: “O que


produzimos na fábrica?”, ao ver que Lulu tem dificuldade em responder o que passa
anos de sua vida a produzir, Militina afirma: “Um homem tem o direito de saber o
que fabrica, para que serve. Sim ou não?”

é assim que o velho operário descreve a loucura: “o cérebro, aos poucos some, faz
greve”.

Para ele, parar a máquina para retirar a peça pronta era perda de tempo e de
dinheiro, pegando as peças em movimento se pouparia 3 segundos por peça.

Estudantes x Trabalhadores - Maio de 68

Lulu, como “cristão novo” no meio dos conflitos de classe, assume o lado mais
esquerdista, o dos estudantes. Participa de uma assembleia pela primeira vez, e
repetindo o discurso dos estudantes, afirma que os operários chegam à fábrica
antes do sol nascer e saem depois do sol se por: “Isso é vida? Podemos ficar
trabalhando até a morte, sem parar, e assim, deste inferno passamos para o outro,
que é a mesma coisa”.

Houve a necessidade da reorganização do modo de produção para além deste


modelo de racionalização, controle científico do trabalho, produção e consumo em
massa que, naquele contexto, com a queda das taxas de lucro, entrou em crise.

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