Você está na página 1de 2

ECIT PADRE JERÔNIMO LAUWEN

COMPONENTE CURRICULAR: SOCIOLOGIA PROFESSOR: JOSÉ ADERIVALDO


TURMA: 3ª SÉRIE Atividade lançada em 10/05/2021
ALUNO (A)__________________________________________________________________

TEXTO 1: O taylorismo e a Administração Científica do Trabalho

No século XIX, quando a grande indústria se consolidou, colocou-se para os gerentes das fábricas a
seguinte questão: qual a melhor forma de se organizar o espaço fabril, de modo a se extrair o máximo de produção e
produtividade dos trabalhadores?
Inúmeras respostas foram dadas a tais questões: jornadas de trabalho cada vez mais longas, exploração do
trabalho infantil e feminino, mais e melhores máquinas... Os trabalhadores, em razão das más condições de trabalho,
dos baixos salários, da degradação de suas habilidades e, mesmo, da percepção de que todos os males por eles
enfrentados tinham como raiz a máquina, reagiram com vigor ao trabalho industrial. A este cenário, deram respostas
diferentes: os primeiros sindicatos, a crítica ao trabalho infantil e feminino e, mesmo, a destruição das máquinas
pelos ludistas ingleses.
De modo a elevar a produtividade dos trabalhadores como a quebrar a capacidade destes de reagir à
realidade do trabalho industrial, o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor desenvolveu o que ficou
conhecido como Administração Científica do Trabalho (ACT).
O nome Administração Científica do Trabalho (ACT) já é, por si só, indicativo da concepção de organização
do trabalho proposta por Taylor. Para ele, a experiência prévia do trabalhador e sua subjetividade deveriam ser
eliminadas em nome de uma organização do trabalho baseada na ciência, ideia tão cara ao século XIX e que esteve
articulada ao surgimento da própria sociologia.
Para Taylor, o trabalhador industrial deveria submeter-se a tarefas determinadas por seus superiores
hierárquicos, engenheiros e administradores, que, a partir de critérios científicos, deveriam organizar a rotina da
fábrica. Em outras palavras, deveria existir uma profunda divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual, entre
concepção e execução das tarefas, cabendo aos engenheiros e administradores a primeira e aos trabalhadores, a
segunda. Aos engenheiros e administradores deveria caber o monopólio sobre o conhecimento do processo
produtivo e sobre a supervisão de sua implementação. Aos trabalhadores, emprestar sua força física, como
extensões da máquina, para a realização de tarefas a eles impostas pelos engenheiros e administradores.
Mas o que, exatamente, a administração planejaria? Tudo: o que, como, quando, por quem e em quanto
tempo cada elemento que compõe o processo produtivo deveria executá-lo. Nesse sentido, duas dimensões surgiam
como essenciais à ACT, em seu estágio taylorista: a fragmentação crescente das tarefas e o tempo ótimo para a
execução de cada tarefa.
Taylor propunha que cada operação necessária à produção fosse fragmentada ao máximo possível. Assim,
se uma operação qualquer exigisse três movimentos diferentes, três trabalhadores deveriam realizá-la, ao invés de
um, como era frequentemente o caso até então.
O que Taylor buscava, em última instância, era eliminar qualquer traço da subjetividade do trabalhador,
expresso no controle que esse ainda exercia sobre o tempo do seu trabalho, ao longo do processo produtivo. O
trabalhador era entendido, e deveria se comportar, como extensão de uma máquina.
A contradição do Taylorismo: se, por um lado, pretendia eliminar a subjetividade do trabalhador fazendo-o
perder autonomia sobre o trabalho e torná-lo uma extensão da máquina, por outro, trouxe para o interior das fábricas
grandes contingentes de trabalhadores que viviam em grandes cidades o que resultou na organização sindical,
greves, luta operária.

TEXTO 2: O fordismo como desdobramento e aperfeiçoamento da ACT taylorista

Henry Ford era proprietário de uma das inúmeras oficinas que produziam, no início do século XX, um
produto então novo e promissor: o automóvel. Na época, os carros eram fabricados artesanalmente por
estampadores, torneiros, pintores e outros trabalhadores qualificados. Ou seja, um conjunto relativamente pequeno
de trabalhadores altamente qualificados era responsável pela fabricação de um produto extremamente complexo,
que envolvia a produção e a montagem de milhares de peças. Consequentemente, a produtividade do trabalho era
muito baixa e o preço final do produto, muito alto. Ford, aplicando os métodos tayloristas de organização do trabalho,
introduziu uma radical separação entre concepção e execução das tarefas e a fragmentação das atividades.
Ocorre que a montagem de um carro, se exige a produção e montagem de milhares de peças, exige
também a realização de dezenas de milhares de movimentos por parte dos trabalhadores. Fazer com que todos
esses movimentos fossem realizados no tempo ótimo, de forma sincronizada, era tarefa praticamente impossível. Era
preciso, portanto, fazer com que todos os trabalhadores trabalhassem no mesmo ritmo, e que o controle desse ritmo
fosse atribuição da gerência. Com isso, pensava Ford, a subjetividade dos trabalhadores, expressa no controle sobre
o seu tempo de trabalho, seria completamente eliminada e os trabalhadores seriam, finalmente, uma simples
extensão da máquina.
A introdução da linha de montagem, coração do fordismo, ao coroar o processo de fragmentação das
tarefas e fazer com que todos os trabalhadores operassem no mesmo ritmo, acarretou um aumento espetacular da
produtividade dos trabalhadores da Ford Motor Company.
Como contrapartida ao trabalho monótono e repetitivo da linha de montagem, em 1914 ele elevou o salário
diário de seus trabalhadores de US$ 2,34 para US$ 5,00, além de oferecer-lhes um extenso programa de bem-estar
social, com serviços médicos, habitação, educação etc. (dia de 5 dólares). Mas os 5 dólares não eram oferecidos à
totalidade da mão-de-obra da empresa, apenas àqueles trabalhadores julgados aptos para receber. O critério para o
recebimento do salário mais elevado era, além da produtividade de cada trabalhador, o seu grau de disciplina, tanto
dentro quanto fora da fábrica: se formava família, frequentava um templo, distanciava-se das bebidas e do jogo e
possuía hábitos de consumo condizentes com seu rendimento. Ford tinha clareza de que, se nos tempos iniciais da
indústria automotiva, pequenas oficinas produziam carros para um mercado extremamente reduzido, nos tempos da
produção em massa, proporcionada por sua linha de montagem, haveria que se constituir um mercado também de
massas, formado por trabalhadores.

QUESTÕES:
1) Levando em conta o texto 1, explique ao que se referia o termo “administração científica do trabalho”.
2) Leia o texto 1 e explique como deveria ser a organização do trabalho, segundo a concepção de Taylor.
3) Henry Ford aplicou as técnicas produtivas de Taylor, mas, por outro lado, trouxe inovações importantes.
Leia o texto 2 e explique que inovações foram estas.

Você também pode gostar